sábado, 25 de agosto de 2012

GUEST POST: CONCURSOS DE MISS E UM PADRÃO QUE TENDE AO RACISMO

Só um país racista pra não achar essas mulheres deslumbrantes

Robson, além de ser o autor do blog Consciência, também é jornalista da ANDA - Agência de Notícias de Direitos Animais, e diretor do conselho de mídia da Liga Humanista Secular do Brasil. Ele é um constante colaborador de guest posts aqui no blog, já tendo escrito sobre o uso genérico da palavra homem, ateísmo, ateofobia, e direitos animais.

Vi circulando no Facebook, através de uma fanpage de orgulho nordestino, recentemente, as fotos das misses dos nove Estados do Nordeste. Como é regra oficiosa em concursos de miss no Brasil, nenhuma negra ou mulata foi eleita miss no Nordeste. Todas branquinhas, com leves diferenças de bronzeamento da pele. Também estão praticamente ausentes traços físicos de descendência indígena. Nem a Bahia, o Estado mais negro do Brasil, elegeu uma negra ou parda como miss.
Já em São Paulo, apenas duas negras, das cidades de Cordeirópolis e Santo André, figuravam entre as 30 finalistas no concurso de Miss São Paulo 2012, cuja final foi no sábado 11/08. E como era de se esperar, uma branca, da cidade de Jaú, foi a eleita.
Mais atrás este ano, em maio, o concurso Gata do Paulistão 2012, em referência a quem seria a grande musa do Campeonato Paulista 2012, também excluiu as negras do quadro de finalistas. Todas eram brancas, e metade era de loiras, numa absurda desproporção em relação à distribuição populacional de brancas loiras, brancas morenas, brancas ruivas, pardas e negras. E, no ano passado, o Miss Brasil 2011 também foi marcado pela exclusão racial vigente no padrão de beleza feminino hegemônico no Brasil: também só teve brancas entre as concorrentes. Nenhuma negra ou mulata havia sido eleita miss estadual naquele ano. 
Penso que Leila Lopes, a angolana que foi eleita Miss Universo 2011, sequer teria sido eleita miss estadual se fosse natural e habitante do Brasil. Ela teria tido sérias dificuldades em ao menos ser finalista num concurso estadual de miss, tal como a Miss Santo André 2012 e a Miss Cordeirópolis 2012.
Eu pessoalmente não espero que vá haver mais que duas pardas ou negras entre as candidatas a Miss Brasil em todo o país. Isso se sequer houver alguma moça de pele escura no páreo.
Fica patente assim o viés racista, que supervaloriza as brancas e exclui quase totalmente as negras e mulatas, do padrão de beleza hegemônico no Brasil. Brancas magras de olhos claros (azuis, verdes ou castanhos-mel), especialmente loiras, e de nariz afilado são o nosso default de mulher bonita. Considerar bonita alguma negra, ainda mais de olhos escuros (pretos ou castanhos-escuros), é exceção -– se tem fenótipo facial africano então, ser considerada bonita é muito difícil. Já com pardas/mulatas, a situação é variada na preferência individual de beleza, mas as pardas claras, principalmente se têm traços faciais europeus, prevalecem perante as pardas escuras.
As pessoas, incluindo outras mulheres, dizem: "Ah mas isso é questão de gosto pessoal"; "Eu sinceramente prefiro as brancas, mas não nego que tem muita negra linda por aí"; "Você está me chamando de racista porque eu prefiro pessoalmente as brancas de traços faciais 'finos' às negras de traços faciais 'grossos'?". Mas não percebem que seu gosto pessoal é "coincidentemente" o mesmíssimo gosto de outras dezenas de milhões de brasileiros. Talvez da grande maioria dos quase 200 milhões de brasileiros. 
Não param para pensar como seu gosto por beleza feminina foi acostumado pela publicidade, que praticamente só mostra brancas e brancos e apenas muito raramente exibe negras(os) e mulatas(os), e pelas novelas, que supervalorizam a participação dos brancos e relega os negros ao status de pequena minoria numérica, muitas vezes estereotipada como pobres, trabalhadores de funções subalternas -- como garçom e empregada doméstica -- e/ou mesmo bandidos. Não notam que negros que sobressaem na fama são contados nas mãos, como Taís Araújo, Lázaro Ramos, Milton Gonçalves e o já falecido Norton Nascimento, enquanto brancos sobressalentes e bonitões/bonitonas existem aos milhares e são lançados ao status de celebridade da teledramaturgia às dezenas ou centenas a cada ano. Nem se dão conta como a maioria das negras, incluídas mulatas, que acham bonitas têm poucos traços faciais remanescentes das suas origens africanas.
No mais, nós brasileiros, eu incluído, fomos acostumados desde sempre a achar a pele clara, as feições europeias e o cabelo liso potencializadores da beleza feminina, e a pele escura, os fenótipos faciais africanos e o cabelo crespo fatores negativos, que diminuem a beleza da mulher. Isso através da propaganda empresarial, das já descritas novelas e dos próprios concursos de beleza. Por mais que não defendamos a inferioridade dos negros, acabamos sendo orientados a ter um padrão de beleza que exclui a negritude física e supervaloriza os padrões euro-caucasianos. Ou seja, nosso padrão de beleza tende ao racismo. Para o brasileiro médio, a beleza descendente da África é inferior à beleza que descende da Europa, por mais que tentemos negar isso.
Preterir a beleza negra em prol da branca por esse viés é ajudar, mesmo inconscientemente, a perpetuar a desigualdade entre brancos e negros/pardos -– desigualdade essa que não é só socioeconômica, mas também cultural e estética. Isso precisa mudar, começando a partir do surgimento de iniciativas de incentivo de peso, seja privado, seja via terceiro setor, seja público, da valorização da estética da beleza negra. Não é que essas campanhas tentem "ditar" o que "devemos" considerar um padrão de beleza bonito, mas sim que nós sejamos acostumados a também valorizar a beleza negra. Que consideremos brancas, negras e pardas possuidoras de padrões de beleza igualmente aprazíveis.

105 comentários:

Josiane Caetano disse...

Maravilhoso e poderoso este texto: digno de ser passado em sala de aula. E é o que farei!

Anônimo disse...

olha, no brasil é assim, mesmo com grande esforço para q não seja mas o q me chocou e me levou às lágrimas foram documentários q eu vi no canal futura sobre os negros na colombia (acredito q nos outros países de dominação espanhola deva ser até pior). Gente, eles estão, em matéria de igualdade, pior q nós negros estávamos no inicio da abolição da escravatura. Olha, me deu medo ver q tão perto de nós há subhumanos. É geral, colombia,bolivia, equador, e nem vou citar os asquerosos "europeus do pé sujo" q se acham. A américa latina, excetuando-se talvez cuba e haiti por motivos óbvios, está na idade da pedra dos direitos à igualdade racial. O nome do documentario era Cimarrones e foi produzida pela TAL.

Sara Marinho disse...

É realmente evidente esse racismo velado brasileiro na percepção da beleza. Alguem criou uma página no facebook para eleger as mais lindas da minha univesidade, não sei exatamente como funciona, sei que a cada 10 fotos postadas através de sugestões de homens que curtiram a página, escolhe-se uma estudante para ser a capa da página antes do fim da próxima eleição, ignorando-se o machismo da situação toda, não há uma única garota negra entre as algumas dezenas de garotas que tiveram fotos postadas na página, há algumas morenas claríssimas, que no Brasil são chamadas de brancas, mas acho que não são nem cinco.
Eis a página: http://www.facebook.com/ufgcheiasdecharme

Elaine Cris disse...

Pô Lola, a psicologia evolucionista já nos provou o porquê disso, esqueceu?... rs, brincadeira.
Se alguém que nunca tivesse ouvido falar do Brasil e tivesse seu primeiro contato com o país através das novelas, acharia que 90% da população é composta por pessoas brancas, altas e de cabelos lisos, negros e pardos só na figuração. Agora é que algumas negras são colocadas como coadjuvantes e mais raramente como protagonistas de alguma história, mesmo assim sempre há um quê de exotismo nessas personagens, como se elas fossem exceções e não maioria.
Mas tenho a impressão que esse padrão é mais para mulheres que para homens.
Não tenho dados, é achismo meu mesmo, rs, mas me parece muito comum ouvir brasileiras falando que preferem homens morenos ou negros, que são exatamente maioria da população brasileira. Parece que até na questão do racismo, o machismo fala mais forte.

Abçs Lola. E um fim de semana bom e tranquilo depois dessa confusão dos últimos dias.

Anônimo disse...

Não é só em concurso de miss, é o padrão de beleza mesmo. Por isso que dizem que o Sul tem as mulheres mais bonitas. É onde elas são mais loiras brancas e com olhos claros.

ViniciusMendes disse...

Discordo da parte em que diz que a publicidade e as novelas perpetuam esse padrão. A verdade é que isso é herança de algo muito mais antigo do que o padrão de beleza midiático, com raízes na nossa colonização, no nosso processo de escravidão e na forma como a nossa estética sempre foi eurocentrista em TODAS as áreas.

As culturas de forma geral tendem a preferir aspectos estéticos que remetam à elite local, por aqui, o Europeu (historicamente) e o Estadunidense (mais recentemente, dos anos 50 pra cá +-) ainda é considerado o elitizado, considerado o padrão de o que é bom. A mídia simplesmente replica esses padrões, por ser construída por e para pessoas que também foram criadas dentro desse contexto.

Anônimo disse...

Eu adoraria que em uma faculdade como o Mackenzie - que é prestigiada - tivesse de forma mais frequente esses debates.

No curso de publicidade e propaganda não lembro de ter tido uma única aula abordando sobre o racismo e a abordagem sobre peças publicitárias.

Pra não ser injusta, em seus ciclos de palestras houve uma que foi voltada à essa questão e teve outra de uma professora de lá mesmo que abordou o machismo na publicidade. Mas isso em palestras, que pode acabar passando despercebido a muito aluno..não lembro mesmo de ter visto isso ser trabalhado em sala de aula...


Já na São Judas, em meus primeiros dias de aula, pelo menos os professores que tive abordaram questões sociais ( incluindo o machismo brasileiro) antes de falar sobre o "mercado de trabalho". Até hoje me arrependi e MUITO de ter saído da S. Judas para entrar no Mackenzie por causa disso.

Ana disse...

@Laurinha
"Não tenho dados, é achismo meu mesmo, rs, mas me parece muito comum ouvir brasileiras falando que preferem homens morenos ou negros, que são exatamente maioria da população brasileira."

Aqui em casa acontece uma coisa estranha: meus avós são racistas, mas minha mãe não - é loira dos olhos verdes, sempre ODIOU ser branca, e (fazendo link com o comentário da Laurinha) morre de amores por homens negros.

Eu quero dizer, é comum que uma pessoa criada em ambiente racista também o seja, não? Minha mãe é uma legítima ovelha negra (sem trocadilho, por favor). Meu pai, a propósito, não era negro, mas era mameluco, e a única coisa que minha mãe gosta abertamente em mim é a minha pele escura.

Pra mim a principal prova de que o mundo é racista é que várias vezes já falaram pelas costas da minha mãe que 'ela gosta cor' - assim, com voz de nojinho, sabe?

Nessas horas, olha que estranho, todo o papo do gosto pessoal some.

Ter 'casualmente' gosto por gente branca, tudo bem; gostar de negros, é 'gostar da cor'. Me irrito TANTO com isso! Alguém mais aí já viu dessas??

--

Aproveitando que citei meus avós... Eles são um exemplo perfeito de como o racismo tem 'nuances'. O preconceito deles é bem aquele que a gente percebe que tá tão entranhado que a pessoa já não consegue mais perceber, sabe? Em situações escaradamente racistas, eles tendem a ser super contra, mas em coisas menores eles derrapam. A gente trabalha muito pra mostrar pra eles o quanto isso tudo é idiota e tal... Mas vale lembrar que no tempo deles, bem, o Mundo todo era racista. Querendo ou não isso dificulta a desaprender o preconceito - Mas eu juro que eles até tentam bastante.

Só pra dar exemplo: minha avó achou uma maravilha aquela atleta grega ter sido cortada da olimpíada pelos comentários racistas ("Bem feito! Que que ela pensa, que só ela pode viver no mundo? Que negro não é gente? Bem feito!!!", ela comemorava). Mas ela tem uma vizinha negra que tem uma filha, e minha avó ainda se refere à menina dizendo que 'ela parece uma macaquinha' - ela usa um tom afetuoso pra falar, mas bem, essa coisa de comparar negro com macaco é o cúmulo do racismo.

Estou contando isso porque acho que toda essa coisa de 'gosto pessoal' e de concurso de miss com pouquíssimas negras que é mostrado no guestpost é em parte similar ao que vejo na minha própria família - se você perguntar, a pessoa não é racista, mas por algumas de suas ações demonstra o contrário. Me parece que no Brasil temos muito disso... Ninguém aqui é racista, mas 'curiosamente' poucos negros são famosos ou considerados bonitos.

aiaiai disse...

Vinicius, vc tá certo ao identificar que o racismo vem de muito longe. Mas, pelo que eu entendi, você acha que o padrão midiático não tem culpa de perpetuar o racismo. "Simplesmente replica"? Não é simplesmente, é totalmente e complexamente. E por que replica? Para nos manter como um país racista. É disso que o Robson tá falando. Não dá para a gente mudar o passado, mas dá para lutar por um presente e um futuro sem racismo, sacou?

ViniciusMendes disse...

aiaiai

Eu acho muito difícil acreditar que isso seja feito pensando em manter o padrão racista, muito difícil mesmo. Mas acho fácil acreditar, e provável, que nossos comunicadores estejam replicando seus "gostos pessoais" no trabalho que fazem, e eles como parte de uma sociedade que considera o branco bonito e o negro feio, também pensam dessa forma.

Isso quando você não cruza com alguém que é simplesmente burro e ignorante o suficiente pra achar que só mulher loira vende produto (e sim, eu trabalho com publicidade e já ouvi isso).

Eu acho que culpar a mídia dessa forma é o mesmo que culpar a febre pela infecção. Embora eu concorde que a mídia poderia sim fazer a sua parte quanto a isso e ajudar no combate ao preconceito, também acho que a falta disso é mais sinal de ignorância e contexto cultural que necessariamente má fé.

nina disse...

Mas pra mim é tão óbvio que as novelas, filmes e a publicidade reproduzem - e incentivam a manutenção - desse padrão que nem sei porque estão questionando.
Mas aí, mulher gostosa tudo bem. Lembra da novela que a Cris Vianna (linda, linda,linda) tinha que ficar tomando banho seminua de mangueira? Pra que, minha gente?

E sim, Lola. Essas mulheres que vc postou aí na foto são escandalosamente lindas. Só falando.

Do mesmo jeito que fomos 'treinados' pra ver um tipo de beleza só, a partir do momento que começamos a abrir os olhos e procurar outras expressões de beleza, esse padrão começa a mudar. Vai por mim, não é tão difícil assim, se vc quiser :D

Anônimo disse...

"Mas não percebem que seu gosto pessoal é "coincidentemente" o mesmíssimo gosto de outras dezenas de milhões de brasileiros." - Então faça o seguinte: processe e prenda estes milhões de brasileiros por racismo. É o cúmulo. Agora se você se nega a transar ou se relacionar com um afrodescendente, ele pode te procesar por racismo? Pelo seu raciocínio torto, sim.

aiaiai disse...

Vinicius,

não é que tenha um "comitê pro racismo na mídia brasileira". Mas, vc não acha estranho que a mídia de forma geral formada por tanta gente inteligente e com bom conhecimento de história, antropologia, ciências sociais, etc - ache natural essa predominância ainda hoje de um padrão criado quando as pessoas achavam que os negros não eram humanos???

Por que será que outros padrões foram mudados e esse padrão da cor da pele não muda nunca???. Há 50 anos a mulher tinha que ser cheinha pra ser considerada bonita, vide Marilyn Monroe. Esse padrão mudou, né?

Quando a gente fala que "é gosto pessoal, moldado pela história", a gente meio que ajuda a perpetuar.

Nós, aqui no bloguinho da lolinha, estamos querendo ajudar a desconstruir. Por isso, precisamos mesmo atacar a mídia machista e racista para ver se eles se tocam do fato de que eles estão sim ajudando a perpetuar esse padrões e que isso não é natural!!!

B. de Campos disse...

Pra mim as mulheres negras são deslumbrantes! Têm uma pele mais viçosa que parece imune ao tempo...

O texto é forte e revelador!
Vamos divulgar, gente!

B. de Campos disse...

Inclusive o autor fez uma bela observação: as negras modelos/atrizes - a maioria- tem traços europeus... Apesar da pele e dos cabelos, os traços são de mulheres brancas!

Anônimo disse...

Sou gaúcha e aqui já elegemos uma miss negra: Deise Nunes
Eu e meu pai( ele loiro de olhos azuis, eu considerada branca no Brasil, latina lá fora, mãe de traços indígenas) torcemos muito por ela. Inclusive, ele ganhou o miss Brasil, uma negra linda! Acho que foi a única negra a ganhar um concurso de beleza aqui.
E também , foi a primeira e única negra brasileira, a representar o Brasil.
Uma curiosidade: eu faço luzes no cabelo, e todos os namorados que tive, pediam para mim deixar ele castanho ( minha cor natural) mas todos me conheceram loira e assim me mantenho.
Kika

Anônimo disse...

meus cabelos são cacheados e rebeldes pretos e tenho olhos pretos e me amo assim do jeito que eu sou,mas devo confessar que a pressão para ter cabelos loiros e lisos é grande pois já fui assim e todos me elogiavam .Infelismente o padrão de beleza do Brasil é loira e cabelos lisos,basta ver a quantidade de mulheres que deixam rios de dinheiro no cabeleleiro para ficar loira,isso não seria um mal se fosse algo pessoal mas é algo construido pela midia e nós mulheres somos as vitimas.

Li S. Nascimento disse...

Uma observação excelente: ós brasileiros, eu incluído, fomos acostumados desde sempre a achar a pele clara, as feições europeias e o cabelo liso potencializadores da beleza feminina, e a pele escura, os fenótipos faciais africanos e o cabelo crespo fatores negativos, que diminuem a beleza da mulher.

Isso através da propaganda empresarial, das já descritas novelas e dos próprios concursos de beleza. Por mais que não defendamos a inferioridade dos negros, acabamos sendo orientados a ter um padrão de beleza que exclui a negritude física e supervaloriza os padrões euro-caucasianos.

Ou seja, nosso padrão de beleza tende ao racismo. Para o brasileiro médio, a beleza descendente da África é inferior à beleza que descende da Europa, por mais que tentemos negar isso."

Não duvido nenhum pouco que nós, seres humanos temos um gene muito parecido com os dos mosquitos que se deixa atrair por uma lâmpada acesa.

Nossa lâmpada acesa é o padrão TOP. Seja o padrão de beleza, seja o estilo do cabelo ou a roupa da estação, os livros os filmes que são "culti", enfim. Cadê a pluralidade? A diversidade? A capacidade de ampliar a admiração pelas coisas? Pq perdemos isso quando crescemos?

ViniciusMendes disse...

aiaiai

O compromisso maior de uma grande empresa da mídia é com o lucro. Aliás, esse costuma ser o compromisso maior de qualquer empresa, é triste mas é real. Se os padrões mudam, é obvio que ela se sente obrigada a se adequar, ou perde seu público e consequentemente o lucro. A mudança no padrão de beleza da mulher (e também do homem, que é pouquíssimo comentado) não começou na mídia, foi um contexto do momento histórico de um determinado período (nós temos grandes mudanças estéticas com a mudança de cada geração, em média, cada década), então se nos anos 50 a mulher "cheinha" era bonita, na alta do movimento hippie a mulher que não aparava seus pelos tinha apelo e nos anos 90 com a popularização da cirurgia plástica e da academia de ginástica vieram os peitões enormes de silicone em corpos ultra-malhados, a mídia assimilou essas características pra não perder a identificação do público. Não são mudanças que ocorreram da mídia em direção ao povo, e sim mudanças que ocorreram do povo e chegaram até a mídia.

E é isso o que eu quero dizer com o padrão de beleza homogênico que nós vemos por aí, eu acredito de verdade que quando apontamos a mídia como a semente de todos os preconceitos e ignoramos que que esses preconceitos existem em um contexto do qual a mídia apesar de perpetuadora, também é o contexto que a cria.

Não estou dizendo que devemos ignorar, ou fazer vista grossa ou deixar acontecer, jamais! Mas eu acho que culpar a mídia como algo que perpetua, e não como algo que ajuda a perpetuar, além de errado é muito fácil, pq dá a falsa sensação de que se enchermos as novelas de atores negros (e os índios? e os orientais?) vamos eliminar o problema e a beleza negra vai passar a ser mais aceita. Quando na verdade, o que aconteceria na minha opinião seria um estranhamento geral que poderia gerar inclusive rejeição, do mesmo jeito que programas negros feitos no EUA, onde a mídia é dividida entre branca/negra com celebridades exclusivas dos dois lados ainda é muito visto com estranhamento ou como uma curiosidade apenas.

Eu acho que parte da mídia tem feito um esforço pra integrar mais as minorias, e que aos poucos vamos ganhando mais celebridades negras na TV, inclusive daquelas tão típicas entre os branquinhos que fazem galã e mocinha, os que são super bonitinhos mas não tem talento nenhum. :P Só que esse tipo de ação não pode ser extrema, infelizmente é o tipo de coisa que tem que ser adicionada aos poucos, correndo o risco se for muito brusco de causar estranhamento, e se pá, rejeição.

Mas esse tipo de coisa também só acontece por que os movimentos sociais ficam em cima, então deles ficarem em cima (apesar de eu achar que as vezes há bolas fora) é algo muito positivo... Só é ouvido quem tenta falar, né?

No final das contas, temos Taís Araújo protagonizando mais uma novela, outra para estrear protagonizada por Lázaro Ramos e Camila Pitanga e a popstar revelação do ano é Gaby Amarantos, negra, gordinha e que já passou dos 30 anos (os mascus devem amar), então eu acredito que avanços tem sido feitos.^^

ViniciusMendes disse...

aiaiai

E não superestima muito a inteligencia do povo que trampa na mídia não :P a maior parte das vezes basta ser mediano pra ser considerado bom, e a maior parte dessas pessoas não sabem nem o que comeram no almoço hoje. Quer algo mais fora da realidade que Malhação por exemplo? Parece algo feito por um grupo de tiozinhos sem filhos que acham que sabem como é ser adolescente.

Anônimo disse...

Gente, vou falar da minha experiência pessoal, meus cabelos naturais são castanhos, olhos castanhos. Participei de muitos concursos de beleza(isso era valorizado para as gurias) e na época só ganhava morenas(morenas, não negras) eu posso falar que sou uma dessas vitimas da mídia, pois alguns anos depois, a mídia começou a divulgar que ser bela era ter cabelos loiros, e assim várias mulheres começaram a pintar seus cabelos, inclusive eu. Eu que nunca tive problema em ser morena, me deixei levar. A mídia dita o padrão de beleza sim, bastou dizer que mulher tem que ter peitão pra ser bonita, que muitas mulheres aumentaram seus peitos. E por ai vai...
Também não entendo, porque chamar uma pessoa negra de morena, parece que para "amenizar"o fato dela ser negra.
Kika

Ana disse...

@15:36
"Mas não percebem que seu gosto pessoal é "coincidentemente" o mesmíssimo gosto de outras dezenas de milhões de brasileiros."
(...)
"Agora se você se nega a transar ou se relacionar com um afrodescendente, ele pode te procesar por racismo? Pelo seu raciocínio torto, sim."

Ignorastes a palavra chave da frase: coincidentemente. E vou te dar uma dica, ela está entre aspas por um motivo.

O autor não está dizendo que as pessoas não têm gosto pessoal, ou que não têm liberdade de escolher seus parceiros. Ele está apenas chamando atenção pro fato de que esse 'gosto pessoal' de pessoal não tem quase nada - é quase exatamente o mesmo pra todos nós.

Processar alguém por racismo porque não quis se relacionar com um negro é uma coisa torta. Mas achar que o argumento do 'gosto pessoal' não dá espaço pra uma boa reflexão também é. Porque com a população altamente diversificada do Brasil é no mínimo engraçado notar um padrão quase único no 'gosto pessoal' de todo mundo. Não faz sentido.

O Brasil está cheio de negros e mestiços de todos os tipos, mas por alguma razão estranha todo mundo naturalmente gosta mais de brancos - puxa, não é esquisito isso?

Daí o uso irônico do conceito de coincidência - essa preferência homogênica não existe por acaso; de coincidência essa história não tem nada.

Sim, todo mundo tem um gosto pessoal, mas quando todos gostam das mesmas coisas há de se imaginar que algo está influenciando essa tendência.

Num país como o nosso, que tem um passado extremamente racista, achar que a maioria das pessoas simplesmente não sente atração por traços negros é no mínimo ingenuidade.

Gabriela disse...

Essa suposta morenice q o anônimo falou é mesmo a prova cabal do racismo.Parece q há uma medida para se dizer o quanto uma pessoa é negra.Palavras como moreninha/o,morena/o,escurinha/O,escura/o,negona/o são oq?

Começa com o inha, inho,e tetermina no ão.

Outra coisa insuportável é essa fobia a cabelos crespos.Todo mundo tem uma super dica de alisamento para vc.Como se tivesse pedido.Em alguns casos chega a ser assédio mesmo.Tem gente q se oferece a pagar por vc.Eu fico com vontade de mandar todo mundo pra puta q pariu.E ás vezes eu mand

Anônimo disse...

Mesmo as que são consideradas lindas,têm o traço mais "europeizado" digamos assim.




Cética

Sphynx disse...

Se os brasileiros em sua maioria são racistas enrustidos, eu não arrisco dizer. Mas não tenho nenhuma dúvida de que a maioria é eurocêntrica mesmo.

Vejo gente falando sem o menor constrangimento que o número de pessoas bonitas vai diminuindo conforme se sobe no mapa do país. Inclusive gente famosa (não lembro agora quem, algum jogador de futebol ou apresentador de tv) já disse coisas do tipo nas redes sociais. E o argumento que usam para defender o que disseram é justamente o de que se trata de "gosto pessoal", sem nenhum juízo de valor étnico ou cultural.

Não vejo como alguém quer se declarar isento da questão racial se acredita (se não acreditasse, não falaria coisas daquele tipo) que existe um povo bonito e um povo feio por natureza, que a beleza é uma característica exclusiva de um, ou predominante em um.

Jairo disse...

Existe um histórico de atitudes racistas que ja vivenciei na minha casa, e tudo se tornava pior com o fato de ter o pai negro, sempre vivi mais em compania da familia da minha mãe.

Já quase perdi amigos ao não tolerar mais piadas racistas. Na verdade querem, não só através da mídia, te empurrar um padrão.

Antes esse padrão fosse de beleza exclusivamente...

Anônimo disse...

Sphynx
Concordo com que tu disseste, hoje mesmo ouvi da minha irmä que meu cunhado que esta na Bahia disse:
Cruzes que gente bem feia que tem para estes lados, uma negrada, difícil ver brancos.
Meu cunhado diz que não é racista.
Kika

Anônimo disse...

Salve o apartheid racial...oops, social brasileiro!

Elaine Cris disse...

Ainda pensando nesse padrão de beleza que nos é empurrado desde sempre, me parece que as características europeias são mais cultuadas em relação a rosto e cabelo, mas em relação ao corpo, características de afro-descendentes parecem ser mais cultuadas, como coxas grossas, quadris largos. E é claro que infelizmente isso é feito da forma mais racista e machista possível.

lola aronovich disse...

Anônima querida, que deixou o comentário sobre o salão de cabeleireiro racista, não publiquei seu texto porque gostaria de publicá-lo como guest post. Vc me permite? Por favor, mande um email pra mim: lolaescreva@gmail.com
Obrigada! Impressionante o que vc relatou!

Anônimo disse...

O Brasil ainda tem aquele pensamento meio Suassuna de que racista é o estadunidense. Ninguém aqui é racista, mas todo mundo conhece um, é impressionante!

Tenho um sobrinho adolescente cujo pai era negro mulato (filho de mãe branca), cabelos crespos e tal. Tem os cabelos lisos e a pele morena.

Estava mostrando a foto dele pra minha tia, que comentou:
- O pai dele é moreno, né? ( Ela não o conheceu).

- Não, tia, ele é negro.

- Magina, o pai dele não era feio não, acho. Ele tinha cabelo ruim?

- ...


Não, não somos racistas, imagine...



Anônimo disse...

Não sei pq... mas... me lembrei das paquitas, sabe?!
Acho que esse padrão loira/alta/olhos azuis em muito foi contribuição da nossa 'querida' "rainha dos baixinhos"...
Se vcs forem notar as atrizes mais antigas, claro que o padrão europeu era predominante, mais a namoradinha do Brasil, apesar dos traços finos europeu, não era nem loira nem alta nem de olhos azuis. Lembram?

Sobre propagandas, em parte temos propagandas oriundas de outros países, que são só dubladas (Colgate, oi?) e das que são feitas aqui, acho que grande parte usa as 'musas' da tv/novelas.

Ps.: Lola, vc viu a revista da Cultura desse mês? Acho que tem duas coisas ali que caberiam no blog.
Uma seria a discussão da música brega/romântica como um escape da sociedade machista/patriarcal (algo que só aparece em uma fala da produtora do documentário sobre o assunto);
Outra é a matéria analisando os videos clips das divas pops atuais, dizendo que elas estão apelando pra violência em seus clips (e a forma como, incluindo usando intimidação com poder sexual! =x)

Unknown disse...

Nós somos mesmo condicionados desde pequenos a valorizar os brancos, heteros e magros. Quantas modelos ou quantos modelos negras(os) nós encontramos em propagandas de revista, de televisão ou da internet? Quando há, lá está ela, Naomi Campbell. Parece que ela é a única modelo negra no mundo. Quantos gordinhos ou gordinhas nós vemos nas propagandas em geral? Quando tem um gordinho, é o bobo da corte, o sedentário (como se magreza fosse sinônimo de atividade física regular e de saúde), o doente, o feio, o rejeitado, o "loser"... E gay? Quem já viu um casal gay numa propaganda fora das publicações GLS? Nosso livre-arbítrio e "gosto pessoal" são menos autônomos do que muitos de nós admitimos. Haja crítica e autocrítica pra mudar esse tipo de coisa.

Unknown disse...

Por isso nem ligo pra esses concursos, com tantas raças existentes, todo o padrão de beleza ser baseado em apenas uma? E é impressionante um país miscigenado como esse não eleger uma miss negra, mulata, índia, parda...Uma pena.

Unknown disse...

E infelizmente não é só no Brasil, é no mundo inteiro mesmo.Em um país com tanta mistura de raças apenas uma negra foi eleita miss Brasil, e uma ou outra, rara exceção, eleita em um ou outro estado.Sem contar que além de concursos de miss, há preconceito também no mundo das passarelas, já vi uma reportagem de uma modelo mulata que tinha dificuldades para conseguir trabalho em desfiles, e já havia sido até hostilizada por algumas modelos brancas. É lamentável.

Anônimo disse...

Ana

Amo seus comentários! Nem tenho o que falar depois de ler o que você postou. Assino embaixo! :D

Anônimo disse...

E essa discriminação rolando no Brasil vai se acentuando mais ainda com que a próxima Copa do Mundo e os próximos Jogos Olímpicos serão sediados no Brasil.

Andréia disse...

Lembro que quando a miss Paraíbana foi escolhida, uma blogueira publicou um post elogiando a escolha, por que nas palavras dela, só assim, as pessoas lá de fora (sul, sudeste) saberiam que a Paraíba também tem mulher alta, LOIRA e de OLHOS CLAROS.
Além disso, chamou a moça de loira, sendo que ela é ruiva.
E é claro que eu escrevi um super comentário, explicando para ela que além de ter errado em chamá-la de loira, não era bom glamourizar ela, apenas por ter traços europeus, principalmente, num estado de maioria “parda”. E as moças paraibanas que não se encaixam no padrão da qual a miss se encontra? Seriam elas indignas de representear o estado?
E adivinhem, só? Ela corrigiu apenas a parte onde chama a moça de loira, me agradeceu pela correção, mas nem sinal do meu comentário.

cris lima disse...

a mídia, patrocinada pelas grandes empresas, perpetua um padrão de beleza avesso ao que é natural pelo simples fato de que este é herdado, não é adquirido através do consumo. Lucram as academias e a indústria da cirurgia plástica através da celebração da mulher malhada, siliconada e com nariz arrebitado artificialmente, bem como a indústria de cosméticos e salões de beleza através do esteriótipo opressor da mulher ”bem cuidada” (cabelos alisados e tingidos de loiros ou com mechas, com unhas pintadas e corpo desprovido de pelos). Imaginem como nós (falo isso como brasileira típica), gastaríamos menos tempo e dinheiro se assumíssemos nossos cabelos cacheados escuros, barriguinhas, unhas sem esmalte e pele bronzeada de sol (tonalidade adquirida ao ar livre, não no shopping center)? Afirmar o biotipo miscigenado de nosso país como beleza seria decretar o começo do fim das academias, indústria de cosméticos, etc. Em suma, a perpetuação desse padrão vigente absurdo ultrapassa a questão do racismo e adentra na esfera econômica.

Anônimo disse...

Ótimo post!
O concurso de miss é o exemplo-mor do racismo brasileiro (racismo não é só xingar negro de macaco!).
Entretanto, tb não resolveria se tivessemos negras (e orientais, muçulmanas, índias)no concurso. Eu gostaría que acabasse com concurso de miss isso sim. Para mim, a estrutura do concurso já se baseia no machismo e racismo. Formado por homens, numa sociedade racista, elitista e machista televisonada. Para que competir beleza?
Esta competição já se baseia em uma padrão europeu nórdico.
Pr isseo q se uma negra , por ventura for miss aqui, será com os traços mais afilados e a mais parecida com a branca. Se for oriental terá que ter a altura de uma modelo, a negra com nariz mais parecido com a branca. Ou seja, desconsiderando toda a variedade de corpos e rostos bonitos do mundo. Isto tampouco será menos racista e machista.

Eu não vejo avanço nenhum com algumas negras na novela. É pouco.
E no Brasil o que é f* da é que ninguém acha que isto é racismo.
Esta hipocrisia e ignorancia da mais raiva!

bjos
(Vivi)




Anônimo disse...

Site nacionalista brasileiro, white power :
www.stormfront.org/forum/f173/
Recruta brasileiros arianos, e a procura de mulheres para aumentar a força Ariana
.
E claro, lugar de mulher é cuidando do marido e dos filhos em casa.
Eu fico pensado, o que passa na cabeça dessa gente, para achar que são superiores a outra pessoa. Pra mim, não passam de pessoas perturbadas.

Anônimo disse...

gente, a maioria das mulheres européias tem nariz estranho.

é que tudo mundo pensa que o padrão narizinho arrebitado é por causa dos brancos.

eurpeu tem nariz feio pra caramba, a maioria.

os narizes mais bonitos são os negros, disparado. nariz de foca, uma graça. as pessoas implicam que o nariz as vezes é muito largo, mas com a nossa mistura, nem isso. os mestiços aqui tem os narizes mais bonitos.

lola aronovich disse...

Impressionante. Nunca tinha entrado no StormFront antes, e agora entrei, fiquei 3 minutos. Fui direto para um post (fórum?) sobre mulheres, em que uma mulher, aparentemente, se queixa que existam tão poucas mulheres naquele site, e diz que é preciso atrai-las, que mulheres não são inferiores aos homens, apenas diferentes, e que para os olhos da sociedade talvez elas, mulheres nazistas, poderiam ser consideradas submissas, mas elas são apenas femininas. Tá, aí qual um dos primeiros posts pras mulheres? MODA! Como as mulheres do 3o Reich se vestiam.
Parece piada, mas não é!

Anônimo disse...

Ana, seus comentários são sempre sensacionais, e me lembro de vc ter dito ser bem jovem né?

bom, queria dizer que admiro muito suas idéias e tbm o modo como vc as expressa. parabéns, garota :) devia ter um blog.

Anônimo disse...

Certo, mas concurso de miss é uma questão puramente de beleza, subjetiva ou não, não de inclusão. Não tem como dizer que o concurso tem viés racista simplesmente porque não há nenhum grupo racista querendo destruir os negros ou tornar suas vidas miseráveis; ao menos nenhum com tanta influência. Isso é tão ridículo quanto falar em "ditadura gayzista". O que acontece é que a maioria esmagadora das pessoas acha essas meninas bonitas, fazer o que?

Racismo, para mim, é tratar diferentemente uma pessoa baseado apenas na raça/etnia/whatever, o que eu fortemente repudio. Não sentir atração ou achar bonito/a determinada pessoa é questão de foro íntimo da pessoa e não tem lugar para inclusão aí, se vc tenta forçar pessoas "diferentes", como negros, apenas por uma razão moral, tudo vira hipocrisia.

Anônimo disse...

Andréia disse...
"Lembro que quando a miss Paraíbana foi escolhida, uma blogueira publicou um post elogiando a escolha..."

Andréia, pode linkar o texto pra gente? Se a Lola autorizar, claro...
Gostaria muito de ler.
Obrigada
Bia

Ana disse...

@carolinapaiva e Mariana
Muito obrigada!!! :D
Mari, tenho 18 (19 em outubro).

@Kika e Shey
"Também não entendo, porque chamar uma pessoa negra de morena, parece que para "amenizar"o fato dela ser negra."
--
"- Não, tia, ele é negro.

- Magina, o pai dele não era feio não, acho. Ele tinha cabelo ruim?"


Ontem assistindo a novela (Cheias de Charme) com meus avós, olha só no que deu:

Vó - Eu não sei porque todo mundo corre atrás dessa neguinha (Taís Araújo)

Eu - Ué vó. Porque ela é bonita.

Vô - Quem? Aquela ali?... Naaah, mas ela não é preta, preta não. Ela é só moreninha. É bonitinha sim.

Na cabeça da minha avó não faz sentido um homem se sentir atraído pela Taís Araújo - porque todo mundo sabe, ué, cabelo de negro é feio, pele escura é feia, enfim negro é feio. E a melhor defesa que meu avô consegue proferir é "não, mas ela não é negra, é moreninha".

Eu desisti de tentar levar adiante porque ia ficando cada vez pior...
Eles se esforçam na maioria das vezes, mas ontem eles estavam terríveis.

E claro, se você perguntar... não são racistas.

Anônimo disse...

Essa é de matar:
www.stormfront.org/forum/t832271/
Como conviver com não brancos.


Kika

Ana disse...

@11:20
"Não tem como dizer que o concurso tem viés racista simplesmente porque não há nenhum grupo racista querendo destruir os negros ou tornar suas vidas miseráveis; ao menos nenhum com tanta influência. Isso é tão ridículo quanto falar em "ditadura gayzista"."

Desde quando uma coisa só é preconceituosa com um grupo organizado por trás? Quer dizer que se eu chego aqui e digo que naturalmente tenho nojinho de judeus isso não tem pé no nazismo? Porque né, é só minha opinião, não formei um grupo organizado com essa finalidade...

Está aí um argumento que eu nunca tinha visto antes.

Não tem um grupo machista querendo destruir as mulheres ou tornar suas vidas miseráveis nos grupos de publicidade, mas muitas propagandas têm viés machista.

Nossa leitura é que o machismo está tão entranhado no senso comum, que as pessoas já nem o percebem mais. A meu ver, o racismo segue a mesma lógica - tanto que estás aqui tentando me convencer de que achar negros ‘feios’ é uma coisa natural, e não proveniente de racismo. Já não se identifica mais que fazer piada com mulher que não sabe dirigir é machismo; nem que o número irrisório de negros considerados belos se relaciona ao racismo.

"Racismo, para mim, é tratar diferentemente uma pessoa baseado apenas na raça/etnia/whatever, o que eu fortemente repudio. Não sentir atração ou achar bonito/a determinada pessoa é questão de foro íntimo da pessoa e não tem lugar para inclusão aí, se vc tenta forçar pessoas "diferentes", como negros, apenas por uma razão moral, tudo vira hipocrisia."

Sim, negros são maravilhosos, você adora; eles só não são bonitos.

Sei que não foi isso exatamente que quisestes dizer, mas olha como não faz sentido.

Dizer que racismo é só ‘tratar diferente’ um negro me lembra dizer que machismo é só bater mulher ou que estupro é só coisa de psicopata. E assim, o que exatamente é’ tratar diferente’? Achar que negros são feios e brancos são belos ao ponto de dar pouquíssimo espaço pra meninas negras em concursos de beleza não é ‘tratar diferente’?

Não vou repetir o que escrevi sobre o gosto pessoal que “coincidentemente” é igual pra todo mundo, porque podes ler o comentário mais acima se quiseres.

E me desculpa, mas hipocrisia é achar que num país de história racista a maioria esmagadora gostar de brancos é obra da natureza. Podes preferir o que quiser, claro; mas vir me dizer que é tudo obra do acaso já é forçar a barra.

Num mundo que desse oportunidade igual pra todo mundo, eu até podia dizer ‘realmente, é algo pessoal’. Agora, com a representação pífia de negros e mestiços, me parece muito mais plausível dizer que mais gente gosta de brancos porque (surpresa!) passaram a vida toda vendo apenas brancos serem exaltados como belos.

Anônimo disse...

O concurso Miss Universo é organizado pelo americano milionário magnata Donald Trump... ele gosta de mulher branca, alta, magra, loira. E a escolha é um escolha política... digamos que queiram favorecer a um determinado país (sempre por interesse político) e assim é escolhida a Miss. E isso vai mudar somente se Donald Trump quiser ou qdo ele morrer se a filha e os dois filhos dele quiserem mudar. Criticar é como chover no oceano. Melhor até ignorar o assunto, pois mulher que se mete nesses concursos nem é para ser levada a sério, falando sério!!

Anônimo disse...

Anonimo 11:20: "Racismo, para mim, é tratar diferentemente uma pessoa baseado apenas na raça/etnia/whatever, o que eu fortemente repudio"

Isto que você descreveu não é Racismo é Discriminação.

Racismo= O X melhor/pior que Y.

Portanto, achar um certo tipo de cor/formato de nariz/cabelo etc. é superior/inferior em relação a outro é Racismo!

Mihaelo disse...

Que há racismo explícito no Brasil é óbvio.Há duas semanas na estação Mercado do metrô de Porto Alegre dois jovens brancos apostaram que um deles atiraria uma garrafa no primeiro negro ou mendigo que entrasse no banheiro da estação e assim o fez, atirando uma garrafa na cabeça de um professor de capoeira negro e o ferindo gravemente.Na UFRGS em 2008 quando foram instituídas as cotas raciais, foram feitas várias pichações racistas nos prédios da universidade.Há alguns anos uma agência de emprego publicou um anúncio classificado em que solicitava um candidato branco para determinado cargo.Este fato provocou um escândalo e a agência foi autuada pelo MTE.Eu trabalhei em uma rede de supermercados que só contratava moças brancas para trabalhar nos caixas.Somente há 10 anos quando a prefeitura fez um acordo para contratar um pequeno percentual de negros(creio que 10%), é que esta rede passou a contratar negras para os caixas.Mesmo nas escolas públicas no RS, o percentual de afro-descendentes é quase sempre menor que 18%(este é o total de afros na população gaúcha segundo a UFRGS), e o índice de evasão dos afros é bem maior que o dos euro-descendentes.

natalia disse...

Não concordo que não exista gosto pessoal, que tudo que gostamos foi empurrado pela mídia. Eu, por exemplo, nunca gostei do meu cabelo encaracolado e armado. É culpa da mídia? Não, pois, até meus 8 anos assisti pouca TV. É culpa da genética mesmo. Minha mãe teve outras três filhas. Nenhuma com o cabelo difícil como o meu. Então, os cabelos com os quais eu comparava os meus, estavam dentro da minha casa mesmo e não na televisão. Esclareço que sou branca e se meus cabelos fossem deixados ao natural, seriam tipo da Elba Ramalho, antes dela fazer tanto alongamento. Hoje em dia, pois já tenho 47 anos, faço alisamento e assim, na minha concepção, ficam mais fáceis de lidar. Realmente, eu, Natalia, não suporto cabelo armado, acho feio. Mas é minha opinião. Ninguém tem que concordar. Todavia, outra característica física que sempre me favoreceu é o corpo. Apesar de branca, penso que tenho o corpo de negra, por isso, até hoje, ele não caiu.
Penso, também, que beleza é uma raridade e não é privilégio de brancos ou negros. Um negro que considero muito bonito é o Sidney Potier (agora, já deve estar com quase 100 anos) e ele não tem qualquer traço europeu.

Anônimo disse...

cabelo armado? alguém que vai ao cinema, teatro ou a uma palestra e se senta atrás de outro alguém com cabelo armado que o diga.

Sarah de Souza disse...

Já refleti muito sobre isso, estudo audiovisual e sou fascinada em representações televisivas, adoro novela, por isso estou sempre vendo o que de novo e de velho está se passando. No começo eu ficava chocada, sabe, como é que ninguém percebia essa exclusão, esse racismo jogado pra debaixo do tapete? Agora eu fico cansada, porque é sempre a mesma coisa falsa!
Penso muito na Taís Araújo e em como as pessoas costumam elegê-la como a negra mais bonita do brasil, sendo que os traços dela são essencialmente brancos. Também já parei pra pensar sobre "o bebê mais lindo do mundo", que é um menino negro de olhos azuis, mais um objeto do racismo velado de todo mundo.
Me chateia bastante esse padrão de beleza hipócrita.

Camilla Brandel disse...

Realmente, isso que você falou é verdade. Estamos acostumados a enxergar beleza em determinados traços e cores. Eu prefiro brancos morenos de olhos castanhos e raramente acho negros bonitos, principalmente por causa do cabelo.
Entendo que provavelmente não "nasci assim" com esse gosto e ele foi moldado ao longo dos anos por influência da família, mídias, etc. Mas aí vem a grande pergunta: e agora? Faço o quê? Tem como a gente se desobrigar a gostar do que já gosta? Eu deveria me esforçar pra isso?
Eu tenho 2 filhos pequenininhos e pretendo criá-lo sem nenhuma das frases que cresci ouvindo, tipo: "coisa de preto", "só podia ser preto", "cabelo ruim" e por aí vai. Acho que eles ainda têm salvação, hehehe. Mas e eu, como fico? É suficiente admitir que meu "gosto pessoal" é racista e lamentar que eu seja assim?

Anônimo disse...

através daqui do blog descubro cada uma... a prisao do ator americano Stephen Baldwin que alguém postou o link de um cara de sergipe e um enredo de uma novela atual... foi de lá que cheguei a que Stephen Baldwuin foi preso durante a semana... fiquei surpresa com o que li pois o cara virou evangélico e apareceu de monte na TV americana falando da conversao e que até tava pregando coisa e talz e dessa alegria vinda de Jesus Salvaor... fui checar nas páginas americanas e descubro que o cara é casado com uma brasileira desde 1990 e o casal tem duas filhas... o sogro dele é um músico brasileio premiado no EUA e por aí vai... ah esse blogue sempre informativo e perde quem está fora daqui.

Anônimo disse...

Sidney Poitier tem 85 anos e ainda um pedaço e tanto de homem! Ele é 100% negro e tb fez plástica no nariz no começo da carreira em Hollywood, mas isso é praxe por lá. Angelina Jolie, Jeniffer Aniston, Catherine Zetta-Jones, Charlize Theron e tantas e tantos tb fizeram.

Bruna B. disse...

Anônimo disse...
"cabelo armado? alguém que vai ao cinema, teatro ou a uma palestra e se senta atrás de outro alguém com cabelo armado que o diga."



Gente alta demais (acima dos 1,80) também atrapalha, vamos obrigá-los a cortar um pedaço das pernas, né anônimo c*zão?

Bruna B. disse...

MULHER NEGRA

Mulher nua, mulher negra
Vestida de tua cor que é vida, de tua forma que é beleza!
Cresci à tua sombra; a doçura de tuas mãos acariciou os meus olhos.
E eis que, no auge do verão, em pleno Sul, eu te descubro,
Terra prometida, do cimo de alto desfiladeiro calcinado,
E tua beleza me atinge em pleno coração, como o golpe certeiro
de uma águia.
Fêmea nua, fêmea escura.
Fruto sazonado de carne vigorosa, êxtase escuro de vinho negro,
boca que faz lírica a minha boca
savana de horizontes puros, savana que freme com
as carícias ardentes do vento Leste.
Tam-tam escultural, tenso tambor que murmura sob os dedos
do vencedor
Tua voz grave de contralto é o canto espiritual da Amada.
Fêmea nua, fêmea negra,
Lençol de óleo que nenhum sopro enruga, óleo calmo nos flancos do atleta,
nos flancos dos príncipes do Mali.
Gazela de adornos celestes, as pérolas são estrelas sobre
a noite da tua pele.
Delícia do espírito, as cintilações de ouro sobre tua pele que ondula
à sombra de tua cabeleira. Dissipa-se minha angústia,
ante o sol dos teus olhos.
Mulher nua, fêmea negra,
Eu te canto a beleza passageira para fixá-la eternamente,
antes que o zelo do destino te reduza a cinzas para
alimentar as raízes da vida.


(Leopold Senghor)

Mayara disse...

Sabe o que eu estava pensando?
Que isso atéé prejudica quem realmente, por gosto pessoal, prefere as brancas.
Não estou falando de racismo às avessas, não, o que quero dizer é...
É perfeitamente possível que ALGUMAS das pessoas tenham realmente uma preferência pessoal por mulheres loiras, de olhos azuis, brancas, etc etc. (tem gosto pra tudo e tal)
Porém nenhuma delas nunca vai ser consideradas genuína, não vai ser considerado gosto pessoal enquanto as outras pessoas não entenderem que estão apenas seguindo o padrão ridículo histórico e da mídia e descobrirem os seus próprios gostos.
O que quero dizer é... Que só as pessoas que têm um gosto "fora do padrão" são reconhecidas como tendo um gosto pessoal, realmente. E enquanto esses gostos forem minoria, realmente, todos os outros serão "ovelhas". Acho isso razoavelmente frustrante.

Só para não dizerem que estou diminuindo um assunto - claro que o padrão é perpetuado pela mídia, claro que essas mulheres são lindas e claro que é errado. Só quis levantar um ponto diferente dos já comentados (se fosse só para comentar dizendo "é, legal, isso aí" eu nem comentava).

Anônimo disse...

Bruna B. disse...
Gente alta demais (acima dos 1,80) também atrapalha, vamos obrigá-los a cortar um pedaço das pernas, né anônimo c*zão?
27 de agosto de 2012 08:19

o cabelo armado pode ser mudado, enqto a altura permanece a mesma sempre...

Anônimo disse...

Sinceramente, não sei como até hoje, em pleno século XXI existe concurso de Miss, de Musa, de Bumbum mais bonito, etc. Como deixaremos de ser tratadas como objeto se ainda compactuamos com este tipo de aberração? Nenhum homem ou mulher entrou para a história por causa de sua beleza. Quanta futilidade.

Leio Lola Leio disse...

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1143689-marleyse-estudante-da-brasilandia-e-escolhida-top-periferia-de-sp.shtml

Marleyse, estudante da Brasilândia, é escolhida 'top periferia' de SP

Stefani disse...

Mas é claro que isso faz parte de um contexto cultural/hitórico/midiático que é perpetuado ao longo do tempo.
Eu sou negra (apesar de alguma pessoas me chamarem de "morena", o que eu costumo corrigir) e faço parte de uma classe abastada, digamos assim. Meu pai tem um carrão, moro em um prédio a beira-mar, já fiz intercâmbio e viagem pra Europa. As pessoas se assustam com isso.

Quantas vezes já ouvi que "sou negra, mas sou bonita". Eu odeio ouvir esse tipo de coisa.

Uma vez eu peguei o elevador de serviço (o que eu acho extremamente excludente a existência desse tipo de elevador, a menos que seja para carregar materiais"), entrou um homem que vinha de uma apartamento fazer um serviço. Estava eu, ele e uma moça que era empregada doméstica de algum morador e tb negra. Ele disse "Eiiitas que as patroas largaram as empregadas tudo cedo hj". Eu me limitei a virar o rosto e não falei nada. A moça ficou constrangida pq sabia que eu morava lá.

Eu fiquei com raiva na hora. Eu era nova demais. Eu tb senti muita vergonha e não falei sobre isso com mais ninguém. Passei dias pensando que eu poderia ter dado resposta e colocar o cara no lugar dele. Mas depois de uns anos, eu fiquei pensando sobre o fato e percebi que eu tb estava sendo preconceituosa, pq dependendo da minha resposta, eu poderia ofender à moça, à classe das empregadas domésticas. Fiquei na dúvida se minha indignação foi por ele ter achado que eu não poderia morar ali por ser negra ou por ter me confundido com uma empregada doméstica.

Hoje eu relevei algumas coisas, pq quem sabe pelo que vale a pena brigar somos nós mesmas. Eu estou mais resistente a acertas coisas que me quebravam antes.

Eu tento mudar meus paradigmas e sempre tento fazer as pessoas ao meu redor refletirem sobre essas questões de gostos pessoais. Nem sempre é fácil.

Anônimo disse...

Quem sabe pelo que vale a pena brigar somos nós mesmas. Eu estou mais resistente a acertas coisas que me quebravam antes. --Stefani

Gostei do que vc escreveu no comentário inteiro e destaquei uma pequena parte; apenas mudaria para: "Devemos ter sabedoria pra brigar pelo que vale a pena." E trocaria resistente para resiliente, isso pq a palavra resistente, no contexto da sua frase, pode dar dúbia interpretaçao... é como o verbo 'to peruse' em inglês com dois significados que sao antônimos.

Seu comentário é pra gente incluir nos pensamentos a serem tomados a sério para uma vida bem manejada... algo de que preciso.

Andréia disse...

Anônimo:11:46

Esse é o blog:

http://antenadasdapaty.blogspot.com.br/2012/07/natalia-oliveira-mais-nova-miss-paraiba.html

P.S: Repare que nos comentários ela me agradace (meu nome não é esse, viu? Tanto Andréia, quanto Lia, são falsos), mas, não há nenhum sinal do meu comentário, ou o motivo dela estar me agradecendo.

Anônimo disse...

uma tristeza essa situaçao de preconceito sob a qual vivem pessoas negras em países onde houve escravidao e por mais que haja luta em prol da igualdade, nunca vai haver... triste triste.

Luciana Zucarelli disse...

A miss Mato Grosso do Sul é negra! E linda por sinal, fiquei muito orgulhosa da escolha, mesmo sendo extremamente branca. Falando nisso, esses dias li em uma revista na academia (Cláudia se não me engano) falando sobre como tratar as sardas, como se as pintas fossem uma doença. Parece que o belo é ser todo mund uniforme de pele branca, ombre hair e nariz fino.

Luciana Zucarelli disse...

A Miss Mato Grosso do Sul é negra e linda! Fiquei com orgulho do meu estado.

Anônimo disse...

Meu cabelo é naturalmente armado e sei que é difícil para quem está atrás de mim no cinema e minha mãe me ensinou a ter consideração pelas outras pessoas e tenho o cuidado em como me penteio tomando em conta esse detalhe. E quem duvida basta se sentar atrás de alguém com cabelo armado no cinema.
Esmeralda

Anônimo disse...

Na África as mulheres não andam com esse cabelão duro e armado como na foto, conservam o cabelo curto que é adequado para o cabelo africano. Essa moda ocidental da mulher negra andar com cabelo armado é porque quer ter o cabelo comprido, próprio da mulher de cabelo naturalmente liso. As mulheres negras que vivem no ocidente e são mulheres de classe, intelctuais profissinais sérias e competentes, elas usam o cabelo curto, o mais natural e discreto possível, seja alisado ou ao natural. Condoleeza.

Mariana disse...

É impressionante como o Brasil vive em eterno estado de negação. Esse padrão de beleza eurocêntrico é uma manifestação dessa negação, de ignorar o que realmente se é: um país mestiço, com a maioria da população multiétnica, e muita gente com pele não-branca e cabelo não-liso. Por que tanta vergonha de assumir o que realmente somos?

Nossa mídia "ariana" e "nórdica wannabe" impressiona (de um jeito negativo) até quem não é daqui. Meu namorado, que é holandês, me perguntou na primeira vez que veio ao Brasil porque quase não via negros na nossa TV e porque praticamente todas as top models brasileiras são brancas. Na Holanda, país obviamente muito mais branco do que o Brasil, existe um esforço maior por parte da mídia de incluir pessoas de várias etnias, é mais fácil ver negros e orientais na TV, nas revistas e nos catálogos de moda de lá do que daqui. Ao passo que, no Brasil, a diversidade é evitada e escondida, como se fosse um desvio de personalidade do país ter uma população tão heterogênea.

Até quando o Brasil vai viver negando o que é?

Mariana disse...

Sobre essa discussão "cabelo armado" vs cinema, é INCRÍVEL como existe uma fobia ao cabelo crespo. Cresci ouvindo atrocidades sobre meu cabelo, inclusive que ele "atrapalhava quem sentava no fundo da sala de aula". Depois de anos de preconceito, EU me sentia A ERRADA e fazia de tudo pra me adequar ao padrão "cabelo liso não-armado", até que, de tanto alisar, meu cabelo literalmente estragou. Cortei joãozinho, parei com as químicas e hoje ele está natural, crespo e armado pros lados.

Não vou mentir que me livrei totalmente do efeitos dos anos de preconceito, já que de vez em quando me pego querendo que o cabelo fosse liso. Mas me convenci que não posso arriscar minha saúde capilar (sim, isso existe) pra satisfazer um pessoal preconceituoso que acha que está me fazendo bem com seus "toques" sobre minha aparência. Não sou eu que tenho um problema por ter o cabelo crespo e fora do padrão eurocêntrico. São eles, os preconceituosos, que têm sérios problemas de convivência com a diversidade por não aceitarem nada que saia do padrão.

Anônimo disse...

Anônimo 1:32:
Que absurdo! Se o cabelo afro fosse feito para usar curto, não crescia. E a mulher negra deve usar seu cabelo do jeito que lhe convém, e não do jeito que os outros acham que ela tem que usar. E vou dizer mais: acho lindo uma negra como Simone Sampaio com seu cabelo assumidamente afro e bem tratado.

Kika

Anônimo disse...

Anônimo da 01:14:
Pra mim você é fake( Esmeralda) sei comentário é suspeito.

Kika

Mariana disse...

Condoleeza,

Quer dizer que negras, se quiserem ser elegantes, são obrigadas a usar cabelo curto? E as brancas? Podem usar de qualquer tamanho que tá bom?

Quem determinou isso? Ah, deve ser a mesma pessoa que começou a chamar cabelo crespo de "cabelo ruim" por "gosto pessoal, não por racismo"...

E ainda querem que a gente acredite em democracia racial...

Anônimo disse...

que festa! depois choram qdo a verdadeira partida acontecesse, é cada uma.
aleluia!
http://www.youtube.com/watch?v=NPuuKxMKgPE&feature=related

Anônimo disse...

cabelo armado é uma inconveniência e nem muheres brancas e nem mulheres negras deveriam ter cabelo armado a menos que seja uma artista e esteja num papel artistico... a cantora Simone ficou muito mor com o novo estilo de cabelo, quando cortou a juba. Condoleeza

Nadia disse...

Poxa! Fiquei triste lendo alguns comentários a respeito do cabelo armado no cinema. E percebi que o mundo não é adaptado para acolher o que é diferente do padrão majoritário. Por que tenho que mudar meus cabelos para me adaptar a uma cadeira de cinema? A cadeira que se adapte a mim oras rs. Se todas as pessoas no mundo tivesse cabelos armados, as cadeiras do cinema seriam projetadas para se adaptar ao usuário da cadeira,seja ele como for. Mas como o padrão é do fenótipo x, o y que sofra para ficar o mais próximo do x. Da mesma forma que o mundo não é adaptado para um cadeirante. Me parece pedir demais respeitar as diferenças e não forçar a ninguém para se enquadrar ao padrão majoritário que foi construído por um grupo majoritário: "Desculpa amigo. Nosso ambiente não é adaptado para pessoas altas, gordas, baixas e de cabelos armados!"; "Oche! E como vou entrar?"; "Simples! Faça uma dieta para conseguir sentar nos bancos, use saltos para alcançar as coisas e... peloamooor! Faça uma progressiva nesse cabelo, minha filha!! Só depois disso estará devidamente adaptada ao nosso ambiente e ao mundo"; "Ué! Mas o mundo não pode se adaptar a mim?", " (risos). Tá de brincadeira né?"
É bem por aí rsrs

Anônimo disse...

Kika, está bem vc gostar do cabelo da Simone Sampaio. Da próxima vez, sente-se atrás dela durante uma sessão de cinema. O cabelo dela continurá bonito para vc, mas vc terá enfrentado uma grande inconveniência ao tentar ver o que se passav na tela do cinema. E depois vc convide a tal SS para um teatro e vc se senta novamente atrás dela enqto vc ficar girando o pescoço pra ter boa visibilidade. E para sua deslanchada 'Se o cabelo afro fosse feito para usar curto, não crescia', eu te digo que se as unhas fossem feitas para ser usadas curtas, o anestesista e toda a equipe médica operatória teriam as unhas compridas.

Você disse que Esmeralda é fake (?) e que o comentário é suspeito. Se Esmeralda for fake (?), ainda assim ela fez um bom comentário e teve bom gosto ao escolher o nick - Esmeralda é a cigana de cabelos longos e esvoaçantes, dançarina de rua. No caso da Esmeralda do comentário acima, ela demonstra ter sido muito bem educada.
Hyyry

Ana disse...

@Priscila
""Desculpa amigo. Nosso ambiente não é adaptado para pessoas altas, gordas, baixas e de cabelos armados!""

Do jeito que a coisa vai daqui a pouco vão fazer isso pra valer! Kkkk

--

Olha gente, tava me segurando aqui pra não me meter na conversa do que cabelo armado, porque achei que não tinha nada bom pra falar.

Mas assim, só eu acho que o direito de uma pessoa de ter a aparência que quiser está acima de tudo?

Eu quero dizer, a Bruna falou da altura, que também pode atrapalhar no cinema, e um anônimo respondeu que 'ah, mas o cabelo crespo pode ser mudado'.

E eu fiquei pensando, é sério isso?

Pode ser mudado? Pode. Mas essa não é a questão. Ninguém deveria ter que mudar sua imagem só pra fazer os outros felizes.

Coisa que incomoda existe um monte. Gente que anda por aí com som alto no carro, por exemplo. Mas é o tipo de coisa que o cara pode simplesmente parar de fazer e nada em sua vida vai mudar. Já um cabelo é parte da pessoa, sabe, tá ligado à auto estima, etc etc. Não sei, só eu vejo ter que alisar o cabelo 'pra não incomodar no cinema' como um baita transtorno?

Meu problema é que esse tipo de lógica dá a entender que, sempre que uma pessoa tiver meios de se modificar para agradar aos outros, ela deve - "olha, cabelo armado incomoda no cinema, que sem noção da sua parte não dar um jeito nisso! Alisamento existe sabe?"

... E não é assim que a coisa funciona. Pelo menos não deveria.

Sobre a conversa da Kika com @ anônim@, sim, cabelo pode ser cortado como as unhas são... Mas é como disse a Kika, a mulher tem que usar como lhe convém, não como os outros querem. Não tem haver com crescer ou não crescer ou poder ser mudado ou não poder ser mudado ou whatever... Cada um pode ter a aparência que quer, uai. O resto do mundo, bem, é como dizem: DEAL WITH IT.

Como já disseram antes, se é pra adaptar, adaptem as cadeiras :P

Anônimo disse...

O cmentário da Condoleeza nem merece ser discutido.
Não tem nem argumentos, apenas acho fascista pra caramba um cabelo tem que ser "adequado" segundo normas de outrém..
fascismo isso


(vivi)

lu disse...

Sabe, eu acho meio complicado criticar um concurso de miss por suas escolhas... Para mim parece ÓBVIO que um concurso desses só serve para perpetuar preconceitos. Mesmo que negras sejam incluídas entre as finalistas, será que algum dia gordas seriam? e transexuais? e deficientes físicas? e pessoas com mais de 30 anos? E, se por algum milagre, em algum dia, a diversidade das finalistas for igual a diversidade populacional, então não fará sentido algum qualquer concurso de beleza, não é? Acredito que se deva lutar CONTRA os concursos de beleza, e não para que eles sejam mais inclusivos.

Anônimo disse...

lu
Concordo totalmene contigo. Tentei dizer isso um pouco, mas vc fez de forma muito boa.
è isso. O concurso de beleza por si só é a antítese da diversidade da beleza. Se for inclusivo não será mais concurso, porque este, já pressupõe um eterminado padrão de beleza como critério, por isso, concurso.
Tb concordo que não devemos buscar a inclusão nos concursos, mas sim, acabar com eles!

Bjos
(Vivi)

Anônimo disse...

Anônimo das 17:07
Você disse que usar cabelo afro comprido não é adequado, logo pra você não é natural(eu entendo assim) então disse que se não fosse para ser usado comprido, ele não crescia, logo, sua comparação com que falei não tem lógica. E achei que esmeralda e você eram a mesma pessoa, agora tenho certeza. Não sei onde você mora, mais em PoA/RS os cinemas tem as fileiras de cadeira projetadas pra esse tipo de problema, pois cada fileira é mais alta que a outra, teria que ter uma "juba" fora do normal para incomodar.
Kika

Anônimo disse...

os incomodados que se mudem e que assistam filme em casa DVD, internet, TV fechada.

Bjs
(vivi)

Anônimo disse...

25 de agosto de 2012 14:30mameluco, como o pai da Ana, tb é/era o pai da Niemi, mmameluco(resultado do cruzamento de índio com branco), no caso a mãe da Ana é loira de olhos verdes e a mãe da Niemi finlandesa, ariana, digo causasiana, digo branca. Niemi foi gordinha e emagreceu, Ana fala sobre ser gorda. mas é tudo coincidência, claro. longe de mim qq outra intenção. afaste de mim esse cálice. cale-se!

Anônimo disse...

A palavra etnia é usada muitas vezes erroneamente como um eufemismo para raça, ou como um sinônimo para grupo minoritário. A diferença reside em que etnia compreende os fatores culturais, como a religião, a língua, hábitos gastronómicos, hábitos no vestuário, outras tradições, etc., enquanto raça compreende apenas os fatores morfológicos, como cor de pele, constituição física, estatura, traço facial, etc.
Socyology

Ana disse...

@21:00

Com uma capacidade investigativa dessas, não me admira que comente em anonimato mesmo...

Pessoa, o que mais me incomoda no teu comentário não é nem a falta de lógica, nem a acusação velada de que eu sou a 'Niemi' - é que além de achar que sou capaz de fingir que morri de câncer porque minha mãe é branca e meu pai mameluco (oi? taí uma coisa que não é nada elementar, hein, meu caro Watson?), ainda achas que eu não tenho criatividade nenhuma ._.

Porque né, a fake aqui voltou ainda por cima repetindo a "mesma história" (? - que mesma história? Tem zilhões de pessoas nesse país com histórias parecidas. Então todo comentarista que vem aqui e tem semelhanças com outro é porque são a mesma pessoa? O_o).

Não sou nenhum Sherlock Holmes, mas desconfio que alguém que faz o que 'Niemi' fez deve ter um pouco mais de habilidade #ficadica

Por último, certamente o mais importante: A Lola deixou vários comentários na outra caixa e pediu que a 'caça às bruxas' acabasse.

Então assim, quer desconfiar de mim, desconfia numa boa (não vai servir de nada, mas a vida é tua). Só seria bom a gente respeitar a vontade da dona do blog, não? :)

lola aronovich disse...

A "lógica" é simplesmente essa, Ana: eu e várias pessoas no blog já manifestamos que gostamos muito do que vc escreve. LOGO, vc é a Niemi! (vcs detetives não querem centrar essas teorias da conspiração num post só -- por exemplo, no post sobre a não morte da Niemi? Obrigada).

Anônimo disse...

Let's brace ourselfs, o bonde da investigação ta agitando a galerë!
http://www.youtube.com/watch?v=giSoB7rq-TA

Anônimo disse...

Nossa, sou a Vivi que comentou neste post. Não tenho conta então assino (Vivi)
Mas esse comentário da (vivi)

"os incomodados que se mudem e que assistam filme em casa DVD, internet, TV fechada.

Bjs
(vivi)"20:40

Naõ é meu não...que chato. colocou exatamente do jeito que escrevi, bjos (vivi) entre parênteses... por quê?

Beijos Lola
(Vivi)

lola aronovich disse...

Pois é, Vivi. Será que, para evitar que algum troll assine por vc, vc poderia fazer um perfil seu no google? Aí fica mais difícil alguém comentar por vc.

Anônimo disse...

Ok Lola, vou tentar.
Lembro que tentei fazer uma vez,pra comentar aqui inclusive, mas pedia o número de ceular para o g-mail, daí tinha desistido. Por isso que não comentava quando não tinha a opção de anônimo..
Bom, vou ver se dá pra fazer, mas colocar número de celular eu me recuso...(no hotmail começaram a me pedir , ams dá ainda pra pular e ver o e-mail sem informar celular...). Eu sou muito desconfiada com essa coisa de pedir celular. Do controle por parte dessas corporações-Estado em nossas vidas...

Bjos
(Vivi)

Lorena disse...

Vivi,

pode fazer o perfil sem o número do celular, ele não é obrigatório, não. É só continuar o processo sem preencher essa parte. ;)

Anônimo disse...

Obrigada Lorena!!
Vou ver sim então!!
Bjo

(Vivi)

Janira disse...

É sempre triste quando um ser humano é avaliado ou relegado pela sua raça ou pela sua etnia. Foi um médico negro americano chamado Charles R. Drew quem desenvolveu novas técnicas para armazenar sangue e melhorou a transfusão de sangue. Ele lutou muito para acabar com essa divisao entre negros e brancos em doar sangue.

ps/vou testar se esse sistema de perfil funciona como eu estou entendendo

Rafael disse...

Duas coisas:

1) O comentário da Lu (28 de agosto de 2012, 19:33) acerca dos concursos de beleza foi excelente, na minha opinião. Eu vou mais longe e digo que os organizadores desse tipo de evento têm todo o direito de adotar os padrões de beleza que acharem melhor. Quem não concorda pode que boicotá-los, protestar, criar alternativas aos seus concursos de beleza, mas jamais obrigá-los a fazer o que não querem. Liberdade de expressão é sagrada, tanto deste lado quanto do outro.

2) Queria muito saber o que Esmeralda (28 de agosto de 2012, 01:14) recomenda para pessoas altas quando estas vão ao cinema.

Anônimo disse...

de que adianta o Brasil querer negar a negritude do seu povo em concursos de beleza e em novelas se os times de futebol brasileiros apresentam quase que 100% de jogadores negros? e ótimos na bola.

rebeca disse...

O Brasil é um dos países mais diversos do mundo, e ao mesmo tempo um dos mais "fechados" =/

Uma coisa que acho legal no programa "American Next Top Model" é que eles pegam mulheres de todas as raças e etnias para competirem, e não existi isso de só brancas com padrões europeus ganharem.

EneidaMelo disse...

Só pra dizer que li esse post na sexta, e estou desde então tentando digerir essa história da pessoa com cabelo crespo ter que cortar curto ou alisar pra não atrapalhar quem está atrás.

Não consegui. Vomito.

Anônimo disse...

Daqui a pouco vão criar uma "política de cota" p/afros , asiáticos e indígenas nos concursos de miss ainda que de forma velada para garantir o politicamente correto. O problema é que isso só aumentará o preconceito contra a vencedora cotista.

Guilherme Belmont disse...

Sou branco, estudei em colégios praticamente só com brancos, minhas paixões juvenis foram brancas, na facul, só havia brancos. Nada de anormal eu preferir brancas. Estranho é q os negros preterem as negras. Por isso q elas estão nessa desvantagem toda.

Unknown disse...

Lindo na teoria porem essa realidade nunca ira mudar!