quarta-feira, 9 de maio de 2012

GUEST POST: PAI DE MENINA

Uma leitora me enviou o link para o post de um amigo (que foi publicado no Mídia e Educação no final do mês). Gostei muito, achei que dialogava com este post que escrevi, e pedi permissão pra reproduzir o relato aqui. Então. O autor deste guest post, Cezar Tridapalli, é coordenador de Midia/educação no Colégio Medianeira, em Curitiba, e escritor, autor do romance Pequena Biografia de Desejos. (As fotos, meramente ilustrativas, não são da sua filha).

Eu sou pai de uma menina. Ela ainda é bebê.
Era uma vez uma festa entre amigos. Naquela confluência de vozes, conversas com início e sem fim, brincadeiras de toda ordem, tentativas de engatar papos sérios, você conversa com um ouvindo a conversa do outro, eis que vem um amigo, pai de menino, com o seu bebê no colo e diz para ele, referindo-se a mim: “filho, o nome desse tio é sogro”. Eu ri, evidentemente, e não vi qualquer mau gosto no tipo de insinuação brincante que havia no modo como ele me apresentava ao filho menino.
Mas há casos diferentes. Outra vez, já outra era a ocasião, minha filha zanzava em uma sala com outros bebês, meninos e meninas. Um dos meninos, talvez sem ter feito dois anos, se aproximou dela e, incentivado pelos pais, abraçou a minha pequena. Tudo muito cuti-cuti, é claro, mas o discurso vindo dos adultos me deixou com uma pulga atrás de cada orelha. Veja se exagero ou se há alguma razão no que digo: o que vi junto com a tentativa de abraço foi o pai do menino insinuando — insinuando nada, falando às claras — que seu filho já demonstrava todos os indícios de que seria pegador (uma criança de dois anos abraçando um bebê de um ano e meio, alguma novidade?) e que era melhor eu começar a proteger a minha “princesinha”.
Já noutra oportunidade, quando me levantei de uma cadeira para assistir a alguma cena de abraço e beijo similar (todos estavam olhando, ficaria até chato se eu me mostrasse indiferente), vi um coro de vozes se dirigindo a mim: “ah, olha o pai ciumento já querendo proteger a filha” e outras vozes esparsas sugerindo que ela teria muitas dificuldades e que eu não mediria esforços para salvaguardá-la das garras dos lobos maus.
Talvez seja divertido pensar em um pai com espingarda em punho obrigando um sujeito a casar com sua filha. Mas isso lá no casamento caipira das festas juninas.
Vou confessar uma coisa da qual me envergonho: critico algumas posturas exageradas, mas sou admirador das lutas feministas. Porém, aí vem o motivo da minha vergonha, eu não reparava tanto assim no quanto elas ainda são vistas como seres-objeto sem vontade, sem pensamento próprio. Parece mesmo que não há um sujeito consciente nesse ser de carnes e ossos, e cérebro. E estou falando para além do clichê mulher-garota-propaganda-de-cerveja.
Estou falando de bebês com um ano e meio, dos quais os meninos já parecem prontos para anunciar seu futuro predador quando, na verdade, estão demonstrando um afeto comum em qualquer bebê, às vezes genuíno, às vezes automático, seguindo a cartilha e o comando de voz dos adultos. E às meninas, as tais “princesinhas” (tenho uma cisma muito grande com essa expressão, mas isso é tema para outro post), fica reservado o posto de passivas e indefesas, que dependem de uma figura paterna e, portanto, masculina, para, tal qual a figura do lenhador viril, caçar lobos e restaurar a paz.
Se nenhum adulto falará tão bem uma língua como fala a sua língua materna, talvez haja uma relação entre os valores que aprende já na chamada tenra idade (pura e mera e deslavada especulação minha, ok?). Se bebês já crescem ouvindo que seus papéis biológicos e sociais são pré-definidos e já estão formatados, qualquer outra postura e comportamento na vida adulta só será capaz de ser assumida com muita dor e causando muito choque moralista. Talvez outro clichê, aquele que sempre termina dizendo “vem do berço”, seja bastante aplicável aqui.
Crianças de todo o mundo, uni-vos, abraçai-vos, beijai-vos, transmiti vossos vírus de gripe e vossos piolhos umas às outras, mas não vos deixeis cair na tentação de transmitir o vírus dos estereótipos, dos mitos de fragilidade sem cérebro e da brutalidade viril — e também sem cérebro —, incapazes de se abrirem para a ternura e para o discernimento entre o comportamento humano, social e natural, e o comportamento bestializado dos preconceitos, estes também humanos, mas nem um pouco naturais.

78 comentários:

Dani Garbellini disse...

Sou mãe de um menino e espero uma menina para breve. Precisa dizer que AMEI, AMEI, AMEI o post?
Ah, se todos pudessem refletir com ele!
Ah, se mais pais - e mães - pensassem assim.

Cris Lasaitis disse...

Transmiti vossos vírus da gripe e piolhos foi genial!! Parabés pelo post.

Gabriele disse...

Adorei, adorei :)

Eu até hoje lembro de quando era bem criança e os adultos começavam com essas brincadeiras idiotas. Era constrangedor e incômodo. Eu me sentia muito mal

dinossauro robot disse...

Cara, maravilhoso teu texto. Seriíssimo! Parabéns e obrigada!!

Anônimo disse...

Lindo post!

:)


Bruna C.

Paola disse...

Lindo post, maravilhoso.
Como disse a Cris, eu tb me sentia constrangida qdo era criança e os adultos tinham essas brincadeiras imbecis. Lamentável.

Anônimo disse...

nesse caso é até difícil a gente saber se aquele bebê de um ano e meio que mal fala gosto do coleguinha-agarrador :)

mas quando for maiorizinh@, temos que ensinar: "filh@, se @ coleguinha te abraçar e você não gostar del@, se afasta. se você gostar del@, abraça tambem".

e meninas tem que ser incentivadas a abraçar quem elas gostam tambem!

Priscila Feijó disse...

Tenho duas meninas e odeio esse tipo de comentário.

Maria disse...

Lindo,lindo parabéns pra quem escreveu.Disse tudo e com simplicidade.

Ana disse...

Posso falar? Acho que essa menina tem uma sorte danada.

Se o Cezar mantiver essa visão crítica, acho que a filha dele vai enxergar o mundo com outros olhos. Pouquíssimas crianças tem a sorte de ter pais questionadores. Eu, por exemplo, vivo discutindo com a minha mãe porque na cabeça dela tudo o que é relacionado a feminismo é bobagem, e "as coisas são assim, ponto". Uma pena.

Enfim, é raríssimo encontrar alguém que se proponha a pensar nas coisas por outro ângulo ao invés de simplesmente seguir o senso comum.

Palmas para esse pai.

Lord Anderson disse...

O caso do Cezar é muito parecido com o meu proprio.


Por mais interesse e simpatia anterior, ancho que só fui dar o valor devido ao feminismo quando me tornei tio coruja de duas meninas travessas, inteligentes e curiosas.


Foi a partir do nascimento delas, que passei a refletir sobre o mundo em que elas iriam viver e sobre todos os desafios que as mulheres enfrentam no dia-a-dia.

Anônimo disse...

sabe que eu sou uma serial lover de pais (separados) de meninas. eu acho que os caras aprendem a ser menos machistas na maioria das vezes. os caras tendem a mudar depois de terem meninas.

acho bem legal qdo vejo meninas na aula de judô da minha academia, que tem bem mais meninos que meninas.

Anônimo disse...

De nada, Lola. Recebi agora confirmação da CASSI do descredenciamento do ortopedista Paulo dos Santos Dutra, mas infelizmente continua cooperado da UNIMED e filiado à Sociedade Bras. de Ortopedia e no CRM.

Marina N. disse...

Belo post, e bela reflexão!

salvaterra disse...

belo post. sou pai de filha pequena, passei por isso uma vez. vc tenta argumentar e explicar com toda calma e fica taxado como "sem noção", "estraga prazeres", "exagerado" e, principalmente, "ciumento demais".

antes da julia nascer, ouvi que eu passaria de consumidor a fornecedor. e isso vindo de um pai de 3 filhas. terminei rotulado de amargurado :-/

Anônimo disse...

Sou pai de duas meninas. Já escutei muito também: "Agora passou de consumidor para fornecedor, né?".
Sempre levei na brincadeira (e sempre brinquei), pois dentro de casa eu não reforço em nada esses estereótipos.
Recentemente tive que mudar minha filha de escola inclusive por pressões por parte da diretora em "enquadrar" minha filha nessas convenções sociais (religião, beleza, comportamento).
Não é fácil.

Maria Caú disse...

Gente, na boa, tem vezes que eu perco a estribeira, Lola. O post é lindo, mas alguém MATA esse troll anônimo aqui de cima?

Gabi disse...

Acho que ser pai de meninas é um desafio ainda maior. Um dia, quando criança, estava escondida escutando uma coversa do meu avô com o meu pai (que é pai de 2 mulheres). Meu avô, é pai da minha mãe, e teve 3 meninas antes de ter um filho homem e "fechar a fábrica". Ele questionava se meu pai não tentaria ter um outro filho para conseguir o tão almejado filho homem. Meu pai foi fenomenal nessa hora, ele simplesmente olhou pra minha irmã, que estava brincando sentada no chão, olhou de novo pro meu avô, e sorrindo respondeu: NÃO. Eu fiquei tão aliviada. Quando isso aconteceu eu tinha mais ou menos uns 10 anos. Saber que mesmo sendo menina, e sendo vista pelos outros como "insuficiente" por causa disso, meu pai estava feliz e satisfeito comigo.

M disse...

Video em que um menino de uns dois anos tenta abraçar uma menina. Triste mesmo são os comentários...

http://tvig.ig.com.br/variedades/videos-da-internet/menino-tenta-roubar-beijo-de-garotinha-8a49802636eb4ebb01372827d33805d1.html

Ila Fox disse...

Bem legal o post!

Me lembrei que numa empresa em que eu trabalhava, um dos funcionários tinha só filhas e outro só filhos.

Os machistas se dirigiam ao que tinha só filhas como "fornecedor".

O que tinha o filho menino enchia o peito pra dizer: "Prendam suas vacas que meu touro está solto"

Sem comentários né? quero só ver no dia que o "touro" dele engravidar uma, garanto que vai dar um jeito de culpar a coitada da menina.

lala disse...

"Crianças de todo o mundo, uni-vos, abraçai-vos, beijai-vos, transmiti vossos vírus de gripe e vossos piolhos umas às outras, mas não vos deixeis cair na tentação de transmitir o vírus dos estereótipos, dos mitos de fragilidade sem cérebro e da brutalidade viril"!
Muito legal o texto todo, adorei o final!

Anna disse...

Eu sou mãe de dois meninos e, da mesma forma, me incomodo com esses comportamentos pré-estabelecido (pelos pais O-O) de pegador e princesinha.

Quando meu filho, de 3 anos, gosta de uma amiguinha, chama pra brincar e dá um abraço, vejo nisso uma demonstração de afeto entre amigos. Ele faz isso com meninos e com meninas. São apenas amig@os.

E sempre que alguém vem com essa história de namoradinho venho logo com um corte, digo logo que não é namorado, é amigo.

Mas sei que sou (somos!) minoria. Os pais não se importam, não enxergam nada de errado em retratar esses conceitos machistas já tão enraizados e estimular uma sexualidade de forma tão precoce.

E aí dizem: nossa! que mãe ciumenta!

Uma pena! Porque as crianças acabam perdendo a oportunidade de ter uma infância mais livre e sem rótulos.

Lindíssimo post!

Lord Anderson disse...

Os otimos comentarios desse otimo post só provam como o machismo é algo construido, não natural.

São os adultos que enpurram e reforçam os comportamentos de genero nas crianças.

Joice disse...

Mais uma vez um post que merece meus parabéns... Lindo.

Cibele disse...

Fantástico o post e blog.
Não tenho filh@, mas mudei um pouquinho as ideias dos meus pais quando nasci. Se existia @ coleguinha com quem eu simpatizasse, por que não abraçá-l@? E assim foi até eu crescer. Não existia nada exclusivo para meninos ou para meninas. Existia o que eu queria fazer, sem esquecer que tudo deve ser feito com responsabilidade.

Daniela Fernandes disse...

Um dos melhores posts, até agora. E o que me deixa mais feliz é ver os homens comentando, favoráveis a esse tipo de visão (a do César). Isso prova que não estamos sozinhas nessa luta. Que bom, viu!

Rô Rezende disse...

Sou mãe de menino e também sou taxada de ciumenta sempre que tento cortar comentários do tipo "Ih, vai arrasar a mulherada".
A minha tática atual é dizer que ele pode ser homossexual quando crescer e gostar de homens, e ai? Hoho...

Bruno S disse...

Quando leio esses relatos vejo como um grande desafio da paternidade lidar com essa questões raltiva aos papéis de gênero que as crianças recebem desde nascer.

No dia que tiver filha ou filho demandará muito esforço para fugirmos dos papéis machistas predeterminados - pai ciumento e filha princesinha intocável ou pai incentivador e filho "pegador".

Anônimo disse...

Lolinha querida, será que poderia comentar sobre isso aqui?

http://acapa.virgula.uol.com.br/politica/jovem-gay-se-joga-do-alto-de-um-predio-depois-de-ser-rejeitado-pela-familia/2/13/16338

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=pR9gyloyOjM

Eu ainda estou perplexa sobre isso... =[


Luisa.

Sara disse...

Parece que a menina do post teve muita sorte pelo pouco que deu pra sentir ao ler esse post, pois tudo indica que seu pai esta atento a maneira como a sociedade como um todo cai em atitudes esteriotipadas, que só reprozuzem desigualdades sem nenhum embasamento.
Pelo menos parece que ele não ira cobrar dessa menina nenhuma postura hipócrita.
Bom seria se mais homens tivessem esse tipo de atitude em relação a seus filhos.
Mas o que mais vejo são pais machistas, quando nascem garotos ficam forçando a barra como os dos post , tentando chamar atenção para uma caracteristica predadora dos seus machinhos, em uma reedição do "seguram suas cabritas , pq meus bodes estão soltos" simplesmente ridiculo.
Ou pior ainda quando são pais de meninas, ja vi casos de até adoecerem de desgosto e preocupação.

Ana disse...

É, a do fornecedor é de matar.

É difícil acreditar que alguém leve esse pensamento a sério, mas isso acontece. O meu pai ficou decepcionadíssimo quando eu nasci mulher (tanto que foi embora uma semana depois). E frequentemente ouço pais de meninOs dizendo que foi um alívio saber que não iam passar de consumidores a fornecedores.

Às vezes as pessoas são simplesmente frutos do meio. Meus avós, por exemplo. São nitidamente sexistas, tratam o filhO com três vezes mais zelo. Meu avô até não parece ter problema em ter só duas netAs, mas acho que ele se deu por satisifeito com meu tio. E minha avó, curiosamente, é nitidamente ainda mais sexista que meu avô. Não os culpo por verem as coisas assim, quero dizer, na época da deles mulher nem ia à escola! Dá pra entender que eles estão reproduzindo um comportamento. E mesmo com esse tipo de educação, eles sempre foram muito carinhosos comigo e minha prima (minha mãe é que foi um pouco mais neglegenciada em relação ao irmão).

Mas hoje em dia ter pais (pais e mães) discriminando os filhos por gênero é de doer. E pior que acontece, e muito!

César Alves disse...

Eu também sou pai de uma menina. Fará três meses no domingo, coincidentemente, dia decidado às mães. Eu amo minha filha - muito - e concordo completamente com o seu post. Só um ponto há de discordância entre nós: eu já reparava no quanto as meninas "ainda são vistas como seres-objeto sem vontade, sem pensamento próprio". E vou lutar com todas as minhas forças para que minha filha não se sinta dessa forma. Posso estar exagerando, mas é assim que pretendo agir. Um abraço e parabéns pelo blog!

P.S.: Eu também tenho um blog sobre bebês: www.impressoesdeumgravido.blogspot.com. Dê uma passadinha lá!

Graziella Testa disse...

Gente,
se alguém conhecer algum homem solteiro que pense assim também, favor passar meu telefone.
Grata

Luiz Prata disse...

Rótulos como "pegador" e "princesinha" são tristes. "Consumidor" e "fornecedor", pior ainda. É podre.
Essa visão de mundo distorcida chega a ser tosca.

Felizmente, minha família tem uma postura equilibrada nesse assunto (em outros nem tanto, mas aí já é outra história).

Parabéns a esse pai do guest post. Um exemplo a ser seguido.

Paula disse...

o Pedro Cardoso (o ator) fala isso ha anos... ele é pai de 3 (ou 4) meninas...

Branca disse...

Maravilhoso guest post! Palmas para esse pai, e para todos os pais que têm essa percepção do mundo - com seus filhos e com suas filhas. =)

May Pacheco disse...

Como podem os adultos sexualizar tamanha inocência? Seus textos tem me ajudado muito a orientar os pais de meu amado afilhadinho. Espero que este tenha uma boa educação, e saiba diferenciar o que é impossição da sociedade e o que são reais valores. =/ não quero um machinho viril e machista. Quero um afilhado que saiba amar e dar carinho e que entenda o importante papel de todo ser humano sem falar em g~eneros.

Bruxinha disse...

Que lindo o texto! parabéns ao autor! meu marido realmente se incomoda com essas brincadeirinhas inocentes ou nem tanto...eu, ao contrário, me preparo para instruir nossa pequena desde cedo a se defender sozinha do machismo e de alguns outros males da nossa sociedade, enquanto gostaria, na verdade, que certos conceitos e preconceitos já tivessem caído em desuso no período entre a minha geração e a dela... mas, como isso é utopia, haja ler e me inteirar com vocês do que precisamos fazer pra defender nossos direitos!

Sara disse...

Fora do tópico mas preciso divulgar, que a marcha das vadias mudou aqui em São Paulo agora será dia 26/05 na Pça. do ciclista na Paulista as 13.00hs.
Compareçam precisamos sair só dos discursos o machismo ta ai em todas as frentes, essa marcha é um protesto contra isso.

Paloma Varón disse...

Parabéns, Lola, e parabéns Cezar, pelo post de extrema importância e lucidez!!
Sou mãe de duas meninas e sempre tive birra com isso de princesas, não gosto que chamem minhas filhas de princesas, prontofalei.
Isso me lembra aquele comercial equatoriano sobre o machismo, que mostra como isso começa já na infância, o menino estimulado a ser pegafor e agressivo e a menina a ser princesa, passiva. Postei sobre isso aqui (http://fotocecilia.blogspot.com/2011/02/flicts.html).
Vou linkar este texto no meu blog também, tá? Porque dialoga com tudo o que tenho escrito desde que me tornei mãe de uma e depois de duas meninas.
Beijos

aiaiai disse...

Troque "pai" por "mãe" e "menina" por "menino" e eu assino embaixo.

Meu filho já tá com quase 14 anos e eu ainda sofro por causa dessas "brincadeirinhas". É claro que com o tempo a gente vai percebendo se o nosso filhote gravou mais os preconceitos dos outros do que os valores nossos. Mas é difícil pra caralho!!! Porque, como disse o Cezar, a tendência é a criança absorver essa linguagem, esse modo de ver a relação entre meninos e meninas fixado na sexualidade que os pais querem que eles tenham.
Bom, mas o importante é a gente não desistir nunca, viu Cezar. O troço tende a ficar cada dia pior e você terá que ter muita força para impedir que sua filha ao invés de virar uma mulher vire uma princesa ou uma biscate ou uma vadia ou uma santa e por ai vai.

E, finalmente, parabéns!

Ila Fox disse...

E por falar em pais de meninas e de meninos... acabei de ver este vídeo aqui:

"Só um beijinho!!!!!!!"
http://youtu.be/xvuHrcYYaUU

Todo mundo achando super fofo e inocente, mas sei lá, não curti. Mas pode ser só implicância minha mesmo. O que acham?

Anônimo disse...

Essa do fornecedor é triste,somos em quatro mulheres e sempre ouvi dizerem isso pro meu pai e não entendia o porquê,depois do entendimento,veio a compreensão,meu pai era/é ignorante pra c*ralho,no trato com as filhas (nada de amigos/nada de festinhas/nada de nada...)atribuo parte do seu comportamento a essa cultura de objetificar as meninas e colocá-las na posição de presas a serem perseguidas pelo meninos.

Afora o fato de que,a honra do meu pai(cabra macho sim senhor!!)estava fragmentada no meio das minhas pernas e nas das minhas irmãs,se dessemos um passo em "falso" quem estaria "falhando" era ele,que não foi homem pra segurar as suas cabritas.


Cética

Anna Carolina disse...

MA-RA-VI-LHO-SO

Anônimo disse...

Que porra... E ainda há mulheres que não querem perceber o quanto são objetificadas, que são propriedade, que são menos que o macho - não alcançaram o status de ser humano.

Guest post muito bom.

Elisandra disse...

Tenho um filho de 1 ano e 7 meses, moravamos num pequeno bairro onde tinha mais uns 5 bebes (todas meninas), quando saíamos pra passear na pracinha as mães das meninas sempre falavam: Lá vem o Luís Augusto, as namoradas estavam te esperando.... Sempre deixei claro que ele tinha amiguinhas.
Ah, ele também tem uma piscina rosa (quem foi mesmo que disse que rosa é cor de menina)?

nina disse...

Amei o post. Não tenho filhos, nem intenção de tê-los.
Mas essas situações que vc descreveu, eu sempre vejo e me incomoda. São só duas crianças brincando juntas e lá vamos nós, os adultos, fazendo insinuações, instigando coisas que eles nem sabem que existem.

A gente repassa pra eles essas noções de 'olha que menina bonitinha, vai lá'. Depois o menino cresce e aprende a ser babaca, ou mais, o cara se descobre gay e relembra todas aquelas insinuações de como ele deveria se comportar com as garotas...
Eu vejo tanta coisa errada nessas de 'é só uma brincadeira'. Brincadeira é deixar eles demonstrarem afeto, brincarem juntos, se comportarem como crianças.

aiaiai disse...

Elisandra,

posso imaginar o quanto vc já ouviu por causa da piscina rosa. Tem a minha solidariedade. Eu ouvi muito, inclusive do meu pai, qd dei uma boneca minie pro meu filho.

Anônimo disse...

Palmas, palmas, palmas!

Giulia disse...

veja Lola, veja por favor!!! http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=PFWslo-fxoY

Anônimo disse...

Oi, parabéns por ser um pai tão consciente.
Cresci ouvindo mta besteira machista e até hj escuto q sou a decepção da família por não me enquadrar nos estereotipos de proncesa, fragil, delicada, que morre se não casar e tiver filhos, etc.
Que venham mtas mudanças pra sua filha, mudanças essas q começamos e lutamos.

Cristiane disse...

mayhen,

vi o video e gostei muito do discurso da doutora, só não concordei quando ela disse que a culpa dos problemas de gênero que enfrentamos não é culpa da mulher, nem do homem, mas do 'projeto de gênero' da sociedade. Quem é que faz o projeto de gênero da sociedade? Somos nós, todos nós; eu, vc, o vizinho, a vizinha, minha mãe, meu pai, enfim... A culpa é de todo mundo. A mudança tem que começar por alguém, por mim, por cada um individualmente, pois o coletivo só existe a partir do indivíduo. Temos que começar a mudança com nós mesmas e em casa, com nossos filhos, temos que ensiná-los a serem diferentes, a pensarem diferente e agirem diferente do que nós fomos ensinados. Eu continuo vendo mães da minha geração, mulheres novas, de 30 anos aproximadamente, independentes, criando os filhos homens dentro do mesmo modelo antigo em que seus irmãos foram criados. É um modelo que se perpetua. Eu e vc, temos que mudá-lo. E isso é emergencial.

Clarinha disse...

Ótimo post. Ajuda também as mães de meninos a saber evitar esse tipo de comportamento machista e preconceituoso. Também vou linkar ao meu bloguinho.

Cristiane disse...

As mães de hoje têm um poder muito grande de mudar a sociedade, um poder muito maior do que as nossas mães e nossas avós tiveram. Pois elas têm, agora, o poder econômico, o poder de dar opinião e decidir sobre a família e sobre a educação moral dos filhos. O problema, é que a maioria nem se dá conta da luta que elas mesmas travam contra o machismo e o sexismo. A maioria não é consciente do inimigo invisível que age nas mentezinhas de seus pequenos. É um problema. Como sanar essa cegueira das mães e futuras mães brasileiras? Estou falando só nas mães - e aqui deixo minha explicação pra isso, pois não quero que venham com aquele discurso de "sempre a culpa da mulher, ela é sempre a responsável" - porque os homens, pelo menos a grande massa deles, não vão mover um dedo sequer para mudar o status quo. Infelizmente, ainda é uma luta majoritariamente feminina.

Cristiane disse...

Desculpe, Lola, é que esqueci de parabenizar esse pai do post. Que belo exemplo a ser seguido!

Clóvis Gruner disse...

Como pai de menino, minha situação é apenas ilusoriamente distinta: meu filho tem 3 anos e meio, faz aula de ballet, adora a cor rosa, finge ser o Batman ou o Superman mas, se der na telha, no minuto seguinte encarna a Batgirl ou a Mulher Maravilha. Perdi a conta das vezes que flagrei olhares, caras e bocas de adultos, a insinuar, silenciosamente, que eu o ensine a gostar de "coisas de menino".

Anônimo disse...

pais com problemas emocionais e sexuais levam p seus filhos suas questões mal resolvidas. excelente post, emocionante.

Anônimo disse...

"A minha tática atual é dizer que ele pode ser homossexual quando crescer e gostar de homens, e ai?"

Rô Rezende, arrasoooou!
Fundamental as pessoas se posicionarem imediatamente diante desse tipo de discurso.
(ganhou uma fã!)

Ass: Thata

Sara disse...

Adorei seus comentarios Cristiane , concordo em tudo com o que vc falou.
Tb acho que nós mulheres temos um pouco mais de poder do que tinhamos antigamente, mas o que se vê muitas vezes é que mães de meninos não tem a preocupação de ensinar a igualdade a seus garotos, talvez façam isso movidas por um instinto de proteção a seus filhos, é claro que todas nós queremos o melhor para eles, mas esse tipo de comportamento só perpetua o machismo, que tanto lutamos contra.

Marcelly Sanches disse...

vo falar o que?
..simplesmente maravilhoso..
da um orgulho ver homem escrevendo assim até pra provar que a maxima "todo homem não presta" é mentirosa...
e fica a dica pras mães..como disse esses dias.."se você não coloca seu filho pra fazer as mesmas tarefas que colocaria sua filha..e se você briga quando ele chora e pede para ele ser homem e segurar o choro" não reclame quando seu marido deixa a cueca na cama ou quando ele não se importa com seus sentimentos..foi a mãe dele que o ensinou a ser assim...

Relicário disse...

Amei, amei, amei...post é perfeito.
Tenho meninos e uma menina, e sempre ouvi todo o tipo de comentário, ignoro na maioria das vezes, outras levo na brincadeira, mas sempre repito aos meus filhos que eles sejam aquilo que realmente desejam, com respeito e consideração pelos outros, sem papéis pré definidos.

Anônimo disse...

Um final muito bom, meio poesia.

Carol M disse...

César tinha que dar um curso por aí sobre como ser um bom pai, seja de menina ou menino.

André disse...

Meu filho de 10 anos me perguntou se eu lhe daria um carro quando fizesse 18 anos. Eu disse que não, que ele teria que trabalhar para comprar seu próprio carro e que se fosse um caso de necessidade eu emprestaria o meu, desde que ele se mostrasse merecedor dessa confiança. Então ele me perguntou se eu tinha carro quando comecei a namorar a mãe dele e, diante da negativa, perguntou: "Como você conseguiu ganhar a mãe sem carro?"
Pqp, la vai eu tentar explicar que não é assim que funciona, poucas mulheres (em geral, as que não valem a pena, mas isso eu não disse) querem namorar por causa do carro, que carro é uma utilidade para homens e mulheres mas não é a essência da vida, etc. Isso porque eu nunca fui fanático por carro, de colocar somzera, kadrom, etc. Não sei se ele se convenceu, nessa idade (e sendo TDAH) os pais não influenciam tanto os filhos como os amigos e a TV. Criar filhos e filhas é uma batalha que sabemos vamos perder, eles nunca serão aquilo que queremos.

Eduarda disse...

Lindo texto !
Que orgulho ler que é essa a visão de um pai de menina nos dias de hoje!

Anônimo disse...

Um dos meus filhos é louco por uma coleguinha da sala, e ela por ele. Louco como amigos, com afinidades demais!

Enquanto eu insisto em chamar de amiga, a mae da menina chama meu filho de genro! Isso com crianças de 2 anos.

Meu mais velho (6a) veio me contar que fica com o coração acelerado perto de uma menina. Meu discurso foi que sim, temos mais afinidades com alguns do que com outros, e que ela deve ser uma boa amiga...

Assunto complexo demais, tem gente que fala e nem se toca do que está falando.

Criança tem amigos e amigas, e ponto final.

Marcelly disse...

sabe o que eu gostaria muutio que acontecesse...e sei que é uma ilusão...queria que as pessoas se unissem..
como assim só mulher é feminista?
como assim temos que defender só os nossos direitos?...no momento estou namorando uma pessoa que tem uma filha de dois aninhos e está proibido de ver a filha por um capricho de mãe...na minha opinião de mulher o pai cuidaria muito melhor da filha do que a mãe visto que essa usa a menina contra ele pra conseguir dinheiro...então gostaria que os homens e as mulheres se unissem para fazer dessa troca homem-mulher algo mais justo e respeitavel...e sim os mascus são asquerosos...por que nós queremos respeito mais não os desrespeitamos...nem o homem pode usar de sua força e moral retrograda nem a mulher de sua força e moral retrograda...

Majô disse...

Guest post sensacional

Dani disse...

Lindo o post!!
Se tem uma coisa que me irrita no mundo é sexualização precoce de crianças. Bebê é bebê, uai, não é ser sexuado não. Então, o meu filhinho NÃO vai conhecer uma "namoradinha" quando encontrar uma menina, vai é encontrar uma amiguinha, se ela for gente boa. Cheguei a ouvir de uma mãe insana que o filho dela ia "passar o rodo mesmo" - isso se referindo ao menino de alguns meses!! Dá pra entender a insensatez dos adultos?

Mas eu tenho a esperança que, até o meu filho crescer, o mundo há de ser mais harmônico, e menos machista... Enquanto isso, vamos deixando todas as crianças brincarem com o que lhes interessar (incluindo bonecas e panelas pra meninos e carrinhos pra meninas), e e aproveitarem bem a infância.

Anônimo disse...

Sou mãe de dois "meninos", um tem 22 e o outro 26. Porque tive educação feminista no seio do meu lar (no tempo em que isso poderia dar cadeia para meus pais, essa disseminação de idéias perigosíssimas de igualdade e tudo mais) e por ter um marido que vem de um país bastante igualitário fiz o possível e até um pouco do impossível também para que meus filhos não enxergassem as mulheres como receptáculo de esperma ou empregadas cativas do lar. Acho que deu certo, só ouvi elogios das namoradas deles (e das ex) até hoje, ao contrário de seus colegas criados de forma tradicional que colecionam fracassos emocionais como quem coleciona figurinhas.

Mas é difícil, reconheço, porque tudo o que a gente ensina de bom dentro de casa é muito fácil de ser desaprendido na rua. Mas eu sou teimosa rsrsrsrsrs

A minha enteada tem 23 anos e foi criada conosco, a mãe biológica dela é uma mulher um tanto machista e queria me matar quando sabia que a "princesinha" dela estava lá roubando goiaba, andando de bicicross e jogando basquete com os meninos, onde já se viu né? E me acusou de estar deturpando a feminilidade de sua filha, criando um macho de saias. Bem, o tal "macho de saias" é uma mulher belíssima, muito segura de si e que sabe exatamente o que quer e o que não quer na sua vida. Se eu a ajudei nisso, sinto um orgulho imodesto muito grande.

Anônimo disse...

tenho uma amiga que corrige o filho dizendo
"meninos não choram assim... você é menino ou menina?"


socorro lola, ela faz parte da elite pensante deste país...

Cezar Tridapalli disse...

Agradeço a todos pelos comentários de apoio, aprofundamento e ampliação do tema. Importante fazer esse assunto reverberar, lançar a discussão no sistema circulatório do pensamento ainda dominante.
Abraços.
Alguns me pediram para compartilhar o post em seus blogs. Fiquem à vontade.
Um abraço.

Cezar Tridapalli
www.pequenabiografiadedesejos.com.br

Flávia Pan disse...

Não, não sou feminista. Mas se tem uma coisa que sempre me incomodou foi ouvir absurdos como estes...meu filho tem X namoradas (sim, no plural) e o guri nem aprendeu a andar. As mães de meninas são mais contidas, mas algumas, desde a barriga já prometem suas filhas para uns e outros, como dizem, "pretendentes". Sou mãe de um adolescente e nunca, NUNQUINHA fiz esse tipo de brincadeira ridícula com ele. E, quando alguns amigos (ridículos, por sinal)o perguntavam dos seus 4 à 12 anos): - ah, já tem namorada? Eu, na maior cara de pau respondia. Ele tem idade pra brincar e não namorar. Ah, vai se catar.

Anônimo disse...

Me assusta essa mulheres que se apressam em dizer que não são feministas. Eu escuto um "não, não acho que as mulheres devem ter direitos iguais aos homens, devam ser mais repeitadas, etc."
Enfim, não entendo.

Anônimo disse...

Um "amigo" do meu marido disse a ele, na minha frente, que deveria se conformar, que sua filha, então com menos de um ano, iria chupar pau sim. Juro, foram essas as palavras, por mais inacreditável que seja. Fiquei tão chocada que não consegui esboçar reação.

Sawl disse...

Prezada Anônimo.

Quanto ao "amigo" do seu marido, de "amigo" ele não tem NADA!
Este cara é um imbecil, machista e ignorante!
Falar desse jeito de uma criança de menos de um ano é uma violência contra vcs que são pais dela.
Ele pode até ser um pedófilo!
Cuidado com este homem, ele pode ser um maldito pervertido, porque falar desse jeito de uma criança é um cúmulo!
Nem que a filha de vcs fosse adulta, ele tinha o direito de falar dessa forma.
Este cara não passa de um doente mental e infeliz!
Se ele tem filho(s) homens, isto não impede do filho dele chupar um pau também.
Se eu fosse seu marido(sou mulher tb que nem vc querida) enfiava a porrada neste vagabundo! Se eu fosse vc xingava ele e diria que NUNCA mais nem vc nem seu marido seriam amigos de um infeliz, ignorante e babaca como ele!
Conselho: NÃO falem mais com este FDP!

Um "amigo" do meu marido disse a ele, na minha frente, que deveria se conformar, que sua filha, então com menos de um ano, iria chupar pau sim. Juro, foram essas as palavras, por mais inacreditável que seja. Fiquei tão chocada que não consegui esboçar reação.

Rogério Santos disse...

Tenho dois casos a contar sobre isso. Vamos a eles:

1) Ano passado, a esposa do meu cunhado estava grávida. Na época, ele disse que ainda não sabia o sexo da criança, mas disse que, se fosse homem, incentivaria o menino a ser "pegador". Disse que sairia às ruas e, quando visse mulheres "gostosas", ensinaria o menino a chamá-las de "piriguetes". Disse ainda que falaria para o menino: "Vá, meu filho, pegue mesmo, meta a pica com vontade. E se engravidar, diga que não é seu".

Quando eu perguntei o que ele faria se nascesse uma menina, ele respondeu: "Aí, não, né?! Eu vou ter de protegê-la. Só vai namorar se trouxer o namorado em casa para me apresentar e eu ver quem é, pois eu não vou deixar a minha filha ficar com qualquer um".

Ou seja, ele incentivaria o filho dele a fazer com as filhas dos outros coisas que ele não admitiria que os filhos dos outros fizessem com a filha dele.

Ah, esqueci de dizer: a criança nasceu em março deste ano, e é uma menina.

2) O irmão de um amigo de infância do meu irmão mais velho, ao saber que a esposa estava grávida, passou os nove meses clamando aos céus para que nascesse um homem. Ele simplesmente não considerava a hipótese de a criança ser do sexo feminino. Na cabeça dele, seria homem e ponto final. Ele tinha até comprado o enxoval da criança todo azul e tudo o mais.

No dia em que a esposa dele sentiu as dores do parto, ele a levou à maternidade todo empolgado, na certeza de que as suas preces seriam ouvidas. A família dele ficou em casa em polvorosa à espera de notícias.

Horas depois, eis que apareceu em casa o sujeito com a maior cara de enterro. Todas as pessoas ficaram preocupadas, pensando que alguma coisa de errado havia acontecido. Segue o diálogo:

- E aí, fulano? Nasceu?
- Nasceu. (Dito com a maior voz de tristeza do mundo.)
- Nasceu?! E por que você está com essa cara? Aconteceu alguma coisa? A criança nasceu morta?
- Não, porra. Ela tá viva e muito bem de saúde.
- É homem ou mulher?
- Mulher. (Dito com a mesma voz de uma pessoa que acabou de enterrar a mãe.)
- E por que você está assim, caralho? Qual é o problema?
- Porra, velho. Eu queria tanto que fosse homem. Tinha que ser homem. Nem nome de mulher eu pensei para colocar na criança.
- Mas e daí, cara? O que isso tem a ver? É sua filha, porra! Vamos comemorar. Que cara de enterro é essa?
- Pô, cara. Sabe o que é? Eu aprontei muito. Esculhambei bastante com as vagabundas que eu peguei por aí. Fiz miséria mesmo. E é por isso que eu quis tanto que nascesse homem. Pois agora os caras vão fazer com a minha filha a mesma coisa que eu fiz com as vagabundas por aí.

Detalhe: isso foi dito apenas algumas horas depois de a menina ter nascido. Isso é que é consciência pesada!

Sintetizando: pimenta no cu das filhas dos outros é refresco.

Anônimo disse...

Conversa de boteco

Dois homens estavam em um bar tomando cerveja quando passa uma garota, cena aparentemente insignificante mas que atrai a atenção de um deles, que fala para o outro:
- Nossa, é cada novinha gostosa que passa...
- Não sei...eu transei na ultima festa com uma garota novinha mas me sinto um pouco culpado agora, você acha errado?
- Porque errado? é so meter,gozar e pronto!
- Que bom que você não achou ruim, porque a garota era a sua filha...

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