Estou perplexa. Não sei se você já ouviu falar do caso do apresentador de programa policial e do aluno de jornalismo de Ponta Grossa - PR. Aparentemente, vários blogs falaram nisso em março e abril, quando o assunto veio à tona, mas você sabe como eu sou, meio lerdinha, então só vi um post ontem no Azenha. O caso é o seguinte: um rapaz de 20 anos escreveu, para uma disciplina chamada Crítica de Mídia, um breve artigo criticando um programa da TV a cabo local. O artigo do aluno você pode ler aqui. É bem soft e, pra ser franca, cheio de clichês, criticando a “linguagem exageradamente coloquial”, atestando que o programa “trata os assuntos com parcialidade”, e que “quanto pior o acontecimento parece maior o esforço para registro e transmissão”. Se eu fosse professora do rapaz, lhe imploraria para que me contasse algo que eu não soubesse.
Convenhamos: falar mal de um programa mundo-cão do tipo Ratinho é a coisa mais fácil do mundo. Esses programas são como urubus, se alimentam de carniça. Vivem da violência. E o pior é que atraem um público amplo e fiel, que vibra com a violência que finge condenar, e que elege (muitas vezes literalmente, para vereador e deputado) os apresentadores como porta-vozes da moralidade. Blergh. Toda cidade tem pelo menos um programa assim. E eu adoraria viver num mundo em que esse lixo televisivo não existisse, mas defendo o direito que existam. Não que o aluno de jornalismo, Lucas, tenha pedido que o programa fosse tirado do ar ou algo do gênero.
Pois bem. O apresentador do Rádio Patrulha 2, um tal de Zeca, decidiu ler o artigo do aluno no ar. Começa com “seu filho de uma égua” e segue com todo tipo de ofensas e ameaças. Chama o rapaz de “vagabundo”, “safado, filho de mãe solteira”, e diz que fará o pobre Lucas engolir o computador. Transcrevo alguns destaques do apresentador revoltado, mas, se preferir, pode conferir a parte 1, 2 e 3 do programa no YouTube:
- “Guarda a sua opinião pra você”.
- “O que eu vou fazer pra você você ainda não viu”.
- “Vou te pegar, viu? Tô falando isso sério pra você”.
- “Se eu te pegar você tá f*dido”.
- “Se acontecer alguma coisa com você hoje, fui eu que te peguei”.
- “Vocês jornalistas, que acham que são deus, que nunca fizeram porcaria nenhuma por esse país, porque o que faz aqui é adevogado [sic], ou o Ratinho, vocês só sabem escrever isso aqui, né Lucas? E a mamãe, como é que tá?” [ok, eu admito: tenho preconceito contra quem fala adevogado].
- “Eu sei de pessoas do seu curso que gostam de uma canabis”.
- “Porque eu aguento de tudo na minha vida, já aguentei tiro, mas isso aqui você vai engolir” [mostra o computador].
- “Não quer, não assista, mas não faça isso comigo, porque você arranjou o pior inimigo da sua vida agora, cara, porque eu arrebento a minha vida, mas eu arrebento com você agora.”
- “Isso pra mim é pior que um tapa”.
- Aí liga uma espectadora pra dizer que ela e a filha estão indignadas com a falta de ética... do aluno de jornalismo! “É lamentável que uma pessoa chegue a esse nível. [...] Tô chocada que um universitário esteja falando isso”.
- Depois Zeca lê os dois comentários postados no blog do aluno, obviamente xingando os comentaristas e anotando seus nomes. É um momento surreal da TV brasileira quando o apresentador gasta longos segundos lendo as sugestões do comentarista sobre tipos de letra para serem usados no programa: “Existem fontes bem mais bonitas [que a Arial], como a Din, a Heras, a Helvetica, a Square, a Futura ou a Globoface”.
- Mais Zeca: “Quem tem c*, me perdoe, é chulo, quem tem bunda, tem medo”.
- “É o meu programa, é a mesma coisa que eu falar que a mãe dele peida de noite quando tá comigo”.
- Finaliza com Zeca exibindo a barriga que já foi baleada: “Porque eu fiz isso por Ponta Grossa, pra mostrar pra vocês quem é bandido, e esse pra mim é bandido”.
Uma flor de pessoa, certo?
Lucas fez muito bem: fez boletim de ocorrência, abriu processo, Zeca foi demitido e o programa tirado do ar, mas já está de volta. Outra coisa chocante é que a Universidade Estadual de Ponta Grossa, ao invés de dar apoio jurídico ao aluno, lavou as mãos e disse que o problema é de esfera privada, entre ele e o apresentador. Hã?
A atitude da universidade é absurda e irresponsável, sem dúvida. As ofensas de Zeca são horríveis e, lógico, machistas, com peso extra na mãe do aluno, julgada e condenada por sua sexualidade. Típico. Mas o que me choca mais, o que me motivou a escrever este post, e o que não sai da minha cabeça, é: o apresentador e seu programinha nunca tinham sido criticados antes? Isso é reação de quem recebe a primeira crítica na vida! E, como eu disse lá em cima, nada do que o aluno escreveu é novidade. Ou um programa policial chamado Rádio Patrulha (não precisa nem assistir pra saber) não é sensacionalista? Não faz de tudo pra aumentar a audiência? Não é parcial? (Lucas, querido, tudo é parcial).
E depois eu que sou grossa e intransigente! A próxima vez que alguém me acusar de não aceitar uma crítica, vou pôr o link pra este post. E ainda mostro minha barriga!
Convenhamos: falar mal de um programa mundo-cão do tipo Ratinho é a coisa mais fácil do mundo. Esses programas são como urubus, se alimentam de carniça. Vivem da violência. E o pior é que atraem um público amplo e fiel, que vibra com a violência que finge condenar, e que elege (muitas vezes literalmente, para vereador e deputado) os apresentadores como porta-vozes da moralidade. Blergh. Toda cidade tem pelo menos um programa assim. E eu adoraria viver num mundo em que esse lixo televisivo não existisse, mas defendo o direito que existam. Não que o aluno de jornalismo, Lucas, tenha pedido que o programa fosse tirado do ar ou algo do gênero.
Pois bem. O apresentador do Rádio Patrulha 2, um tal de Zeca, decidiu ler o artigo do aluno no ar. Começa com “seu filho de uma égua” e segue com todo tipo de ofensas e ameaças. Chama o rapaz de “vagabundo”, “safado, filho de mãe solteira”, e diz que fará o pobre Lucas engolir o computador. Transcrevo alguns destaques do apresentador revoltado, mas, se preferir, pode conferir a parte 1, 2 e 3 do programa no YouTube:
- “Guarda a sua opinião pra você”.
- “O que eu vou fazer pra você você ainda não viu”.
- “Vou te pegar, viu? Tô falando isso sério pra você”.
- “Se eu te pegar você tá f*dido”.
- “Se acontecer alguma coisa com você hoje, fui eu que te peguei”.
- “Vocês jornalistas, que acham que são deus, que nunca fizeram porcaria nenhuma por esse país, porque o que faz aqui é adevogado [sic], ou o Ratinho, vocês só sabem escrever isso aqui, né Lucas? E a mamãe, como é que tá?” [ok, eu admito: tenho preconceito contra quem fala adevogado].
- “Eu sei de pessoas do seu curso que gostam de uma canabis”.
- “Porque eu aguento de tudo na minha vida, já aguentei tiro, mas isso aqui você vai engolir” [mostra o computador].
- “Não quer, não assista, mas não faça isso comigo, porque você arranjou o pior inimigo da sua vida agora, cara, porque eu arrebento a minha vida, mas eu arrebento com você agora.”
- “Isso pra mim é pior que um tapa”.
- Aí liga uma espectadora pra dizer que ela e a filha estão indignadas com a falta de ética... do aluno de jornalismo! “É lamentável que uma pessoa chegue a esse nível. [...] Tô chocada que um universitário esteja falando isso”.
- Depois Zeca lê os dois comentários postados no blog do aluno, obviamente xingando os comentaristas e anotando seus nomes. É um momento surreal da TV brasileira quando o apresentador gasta longos segundos lendo as sugestões do comentarista sobre tipos de letra para serem usados no programa: “Existem fontes bem mais bonitas [que a Arial], como a Din, a Heras, a Helvetica, a Square, a Futura ou a Globoface”.
- Mais Zeca: “Quem tem c*, me perdoe, é chulo, quem tem bunda, tem medo”.
- “É o meu programa, é a mesma coisa que eu falar que a mãe dele peida de noite quando tá comigo”.
- Finaliza com Zeca exibindo a barriga que já foi baleada: “Porque eu fiz isso por Ponta Grossa, pra mostrar pra vocês quem é bandido, e esse pra mim é bandido”.
Uma flor de pessoa, certo?
Lucas fez muito bem: fez boletim de ocorrência, abriu processo, Zeca foi demitido e o programa tirado do ar, mas já está de volta. Outra coisa chocante é que a Universidade Estadual de Ponta Grossa, ao invés de dar apoio jurídico ao aluno, lavou as mãos e disse que o problema é de esfera privada, entre ele e o apresentador. Hã?
A atitude da universidade é absurda e irresponsável, sem dúvida. As ofensas de Zeca são horríveis e, lógico, machistas, com peso extra na mãe do aluno, julgada e condenada por sua sexualidade. Típico. Mas o que me choca mais, o que me motivou a escrever este post, e o que não sai da minha cabeça, é: o apresentador e seu programinha nunca tinham sido criticados antes? Isso é reação de quem recebe a primeira crítica na vida! E, como eu disse lá em cima, nada do que o aluno escreveu é novidade. Ou um programa policial chamado Rádio Patrulha (não precisa nem assistir pra saber) não é sensacionalista? Não faz de tudo pra aumentar a audiência? Não é parcial? (Lucas, querido, tudo é parcial).
E depois eu que sou grossa e intransigente! A próxima vez que alguém me acusar de não aceitar uma crítica, vou pôr o link pra este post. E ainda mostro minha barriga!
31 comentários:
Nojo, muito nojo desse Zeca. E isso porque o artigo do Lucas foi beeeeem superficial, só batendo nas teclas conhecidas, mesmo.
O pior de tudo é que ainda tem gente que faz desses caras paladinos da justiça e da moral. Como é que pode uma pessoa que junta tanta coisa ruim (intolerância, preconceito, machismo, apego à violência, etc.) servir de modelo pra alguém, meu deus?
Sinceramente, pode parar o mundo que eu quero descer.
Ai, Lola, eu morri de ri lendo esse post. Adoro suas ironias...
Olha, desse tipo de apresentador eu esperava mesmo uma grosseria, mas nesse nivel? ameaças?
Ele fez ao certo em denunciar, vamos ver se a justiça age direito.
Mas e essa universidade hein? Que tipo de covardia querem ensinar aos alunos?
E essa ideia de mostrar a barriga Lola?
Assim seu blog ganha restrição por faixa etaria. ^^
O estudante faz um texto esforçado. É bem jovem, talvez os clichês argumentativos. Talvez por ser apenas um estudante, seu texto seja superficial. Mas louvo seu esforço, sua tentativa de mostrar alguma luz para as pessoas.
Certamente o apresentador foi completamente arrogante e grotesco, além de prepotente, e concordo com a Mari quando fala que esse apresentador desprezível se acha "paladino da justiça e da moral" juntando tantos defeitos, tanto preconceito, tanta grosseria.
É constrangedor que caras como esse tal Zeca - e existem realmente outros do tipo - tentem prevalecer com seu poder midiático.
Eles não passam de jagunços eletrônicos, de carrascos midiáticos. Gente que trata o povo feito gato e sapato, manipulando suas emoções a bel prazer.
rsrsrsrsrsr!
Lola,
Que horror!
E pensar que um tipo desses ainda pode vir a fazer escola.
Acho que o aluno deveria processar mesmo o tipo. E a linguagem é terrível, de dar nojo!
E mostrar a imensa barriga foi muito trash.
A dele, claro.
Até porque você não vai fazer isso.
Vai?
Beijosss
Eu já tinha visto esse vídeo, e sinceramente até achei que fosse armacão de tão doido que é. Não cheguei a ver até a parte da barriga, é de não acreditar.
Vamos aguardar para ver se vai ter um programa voltado pra esse seu post.
Em Campina Grande tinha um "apresentador" desses, que atendia ligações ao vivo.
Aí ligaram pra ele dizendo que na rua do espectador tinha um cara que todo dia que saía pra trabalhar a mulher dele botava um "Urso" (Ricardão por estas bandas) em casa. aí o apresentador perguntou o endereço do sujeito, e deram o nome da rua dele, ele já foi dizendo: "E eu moro nessa rua", aí deram o número da casa dele, e ele teve um surto:
"ESSE TELEFONE É BINADO, EU VOU TE PEGAR..."
:)))
Mas, uma pergunta que não quer calar, por que raios, ou como, esse bandido, digo, apresentador teve acesso a um texto acadêmico?
Esses programas estão mesmo na moda em todo lugar, mas a impressão que sempre tive é que os apresentadores fazem "tipo", representam um personagem, falam com um sotaque do lugar muitas vezes forçado, uma linguagem informal, frases clichês e fingem se indignar fortemente e se emocionar com tudo pra tentar um envolvimento, uma identificação com o espectador local, geralmente os mais simples...
Agora o "profissionalismo" desse aí me surpreendeu, rsrsrs... O cara recebe uma crítica sobre o seu trabalho, toma pro lado pessoal, sai do tal papel de cidadão simples revoltado e começa a parecer esses coronéis que eram donos de um lugar, que ameaçavam e matavam quem discorda... Foi ridículo! E os comentários preconceituosos e carregados de violência (exatamente de quem finge no programa estar tão revoltado com ela) são verdadeiras pérolas... Melhor parar de escrever antes que ele leia e anote meu nome também... Vai que ele me aparece aqui pra me mostrar a barriguinha...
Abçs Lola!!!
Dei uma olhada nos vídeos... Foi tão ridículo que acaba sendo engraçado... rsrsrsrs... Um dos momentos mais legais é a mulher que liga revoltada com a "falta de ética" do aluno... E a falta de ética do apresentador, minha senhora, onde fica?... rsrsrs
é impressão minha ou as faculdades/universidades estão parando de dar apoio aos alunos sempre quando acontece algo polemico ?
lembrei do caso daquela menina que foi expulsa de sua faculdade por usar roupas "provocativas".
ei Lola, faz um post sobre a Copa, conta pra gente a tua relação com o evento, e o que você espera da realização do mesmo no Brasil em 2014.
Aderi. Todo mundo que me criticar, mostro a barriga.
Lola, morri de rir com a sua ameaca de mostrar a barriga...
Mostra!!!Mostra!!!!Mostra!!!
Ahahah, tive rir com teu desfecho. hehehehe Apoio total que vc coloque o link. Você é esperta, mas grossa nunca. ;-)
Me assustei mesmo com o tamanho da barriga dele. Jisiu. E que brancura. Ai, deu nojinho. ;-0
lamentável de todas as formas possíveis argh!
agora, como disse o giovani, alguem precisa explicar como o texto do aluno foi parar nas mãos do doido...
O que mais me chocou nessa história toda,foi como esse "troglodita do agreste" teve a coragem,a capacidade,a imoralidade de...de mostrar "A BARRIGA MAIS HORROROSA QUE MEUS OLHINHOS JÁ PUDERAM VER!!!PURA BANHA ,E AINDA POR CIMA,REMENDADA!!ARGH!!!!" "ÓH INEFÁVEL PAI!!!TOMARA QUE EU NÃO SONHE COM ISSO!
Outra coisa;esse rapaz,o Lucas,deveria dar um jeito de processar essa universidade também pôxa!Que covardia...Então são esses "os valores" que os "templos do saber" estão querendo ressaltar hoje em dia? São realmente essas instituições que estão incubidas de formar a elite pensante do país?FALEMOS SÉRIO!!!!
Gente,esqueci do "m" no "incumbidas".Não sou nenhuma "catedrática", mas me esforço prá escrever "direitim",né?!
Sou aluna de jornalismo da UEPG, veterana do Lucas. Sinceramente, para além das loucuras proferidas pelo apresentador, o pior de tudo é ver em situações como essa que a universidade não nos ampara. Uma ofensa pessoal que também afetou a instituição. O programa saiu do ar por um tempo, mas como sempre, já está de volta.
Aqui em Fortaleza tem o Barra Pesada e o Cidade 190, mas nunca vi os apresentadores baixarme o nível desse jeito. Oo
Nunca me esqueço da sinceridade do Datena (provavelmente o pai de todos os apresentadores desse tipo). Um dia no programa dele ele fez um debate sobre racismo, e disse algo do tipo "o cidadão é que deve se preocupar com isso sempre, porque apresentador de TV só se preocupa aqui na frente da câmera, depois vai pra casa e esquece de todos esses problemas". Seria bom se todos apresentadores de TV tivessem surtos de sinceridade assim...
Não perdi meu tempo vendo o vídeo e nem quero ver, mas li o artigo do Lucas. Morei em PG durante anos e adoro essa cidade, mas infelizmente tenho que dar razão para um amigo que me disse o seguinte: "A elite de Ponta Grossa tem sindrome de Hollywood".
Não é só a elite, ao menos esse Zeca não dever ser e ele também precisa de holofotes. Que horror.
E quanto aos acadêmicos de jornalismo, eram (quase sempre) eles que a poucos anos atrás promoviam manifestações com frequência. Heis uma boa razão para fazer mais barulho que o Zeca.
mostra! mostra! mostra!
A barriga, claro.
Viu só! Clara completou aí! ahahaha Tô morrendo de tanto rir aqui! Jisiu. Também tô com medo de sonhar com isso. Sou extremamente sensível, todos sabem. ;-)
Koppe, não sei exatamente quem foi o precursor desse tipo de programa, mas aqui no Paraná teve um cidadão, chamado Luiz Carlos Alborghetti, que ficou famoso apresentando o "Cadeia", e isso desde 1976 (http://pt.wikipedia.org/wiki/Alborghetti). Atualmente ele está, usando uma de suas famosas expressões, "no colo do capeta" (faleceu no fim do ano passado; a expressão era usada com alegria ao informar da morte de bandidos, especialmente em tiroteios com policiais). Pra quem não sabe, o Ratinho iniciou sua carreira nesse programa, como uma espécie de repórter do Alborghetti. Tem vários vídeos dele hilários no youtube (hilário para quem, como eu, nunca levou a sério o programa, mas assistia eventualmente quando moleque), por exemplo http://www.youtube.com/watch?v=0gNqCxaZUJU&feature=related e
http://www.youtube.com/watch?v=QxmkJHoRXMU&feature=related
É tudo de péssimo gosto, mas realmente engraçado - pena que não era essa a intenção, ele falava sério e muita gente embarcava nessa loucura...
As pessoas são inacreditáveis mesmo. Que coisa, nem tenho o que falar.
Mas eu vou retomar um assunto aqui que me deixou, no mínimo, surpresa. Como um mesmo filme, uma mesma cena, pode trazer interpretações tão diferentes. Eu vi a sua crítica ao SATC 2 e fiquei curiosa pra ler a do 1, daí fui parar em um post de 2008 que falava sobre a cena em que a Charlotte passa mal.
Na época ficou ÓBVIO pra mim que ela passou mal por causa dos pudins, e não da água. E que foi uma sacada ótima eles terem sido irônicos quanto ao preconceito dela - passou uma mensagem do tipo "tá vendo, ficou com tanta frescura que o que te fez mal foi o que você trouxe". E na época, e até hoje, eu NUNCA poderia imaginar que alguém tivesse entendido a cena de forma diferente. Fiquei chocada, juro.
Só pra deixar claro: não tô eu aqui dizendo que tem uma forma certa e uma errada de se entender a cena, e muito menos que a minha é a certa. Fiquei foi surpresa mesmo com a diversidade de formas com que somos capazes de entender coisas de forma geral, não apenas essa cena desse filme.
E isso se mostra também nesse exemplo - afinal de contas, tinha telespectadores ligando pra concordar com o apresentador em questão!! Céus!
Somos mesmo uma caixinha de surpresas...
Livia, eu nunca tinha revisto a cena do primeiro Sex and the City, mas é isso mesmo que falei. Tá aqui no youtube, sem legendas, mas dá pra entender. A narração em off explicitamente diz que Charlotte estava tão feliz que, só por um segundo, ela se esqueceu que estava no México e abriu a boca. As imagens a mostram engolindo um pouquinho de água mexicana. E aí, na cena seguinte, ela passa mal. Não é nem que a narração diz uma coisa e as imagens, outra. Ambas dizem a mesma coisa – água de terceiro mundo faz vc fazer cocô nas calças! Sinceramente, não vejo mesmo como pode haver outra interpretação, se os dois elementos fílmicos (narração em off e imagens) dizem a mesma coisa.
Lola, pois foi justamente aí que eu vi a ironia...
Isso que é interessante em cinema, em livros. Tanto há outra interpretação possível, que eu e minhas amigas entendemos assim, e algumas leitoras, pelo que vi no post original, tb.
A sua surpresa com outra leitura possível foi a mesma que a minha, porque para nós duas era óbvio.
E é isso que me fascina.
A UEPG tem ouvidoria. Quem quiser reclame com eles
http://www.uepg.br/Ouvidoria/
HAHAHAHAAH Tô rindo MUITO do cara mostrando a barriga. Tem jeito não...
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