sexta-feira, 7 de setembro de 2012

GUEST POST: CANSEI DE OUVIR BESTEIRA NA RUA

Ontem publiquei um post sobre o exemplo de Bruxelas, que, após um amplo debate gerado por um documentário sobre (como definiu uma leitora) o problema da mulher como acessório ornamental no mobiliário urbano, decidiu aprovar uma lei que multa quem insultar alguém na rua. 
Apesar dos chiliquentos, com aquelas manjadas reclamações de sempre ("Vocês querem acabar com a paquera", "Mulheres adoram ser elogiadas, não mintam!"), a recepção ao post foi ótima. E adorei a argumentação da Nina: se não tem nada de mais em mexer com mulher na rua, se é só um elogio que ela adora, tudo bem um cara "elogiar" a sua namorada, ô cidadão? E "elogiá-la" na sua frente, pode também? E "elogiar" a sua filha de dez anos e a senhora sua mãe, tá liberado? Ué, é só um elogio! 
Outra repercussão é que a Valéria me enviou um artigo (em inglês) que detona um mito: que o jeito que as mulheres se vestem influi no assédio que sofrem. O artigo fala especificamente das muçulmanas que cobrem o corpo, já que a sociedade jura que, dessa forma (e só assim, né?), elas serão respeitadas. Olha só o outdoor que circula: hijab (a prática das mulheres se cobrirem dos pés à cabeça) é segurança. Uma imagem exibe uma bala desembrulhada, com moscas rondando -- só eu que acho um anúncio desses desrespeitoso também com os homens? O artigo mostra que de nada adianta usar burca, porque as mulheres continuam sendo desrespeitadas. Acho uma alusão interessante pra gente, que ouve todo dia que a roupa que vestimos é um convite ao estupro, quando não tem nada a ver. Não é a roupa que causa estupro, é o estuprador. 
Uma outra leitora me passou uma página no Facebook pedindo que as mulheres respondam às grosserias na rua. Claro, sempre com cuidado, porque aquele "gostosa que eu quero chupar todinha" se transforma em "vou te encher de porrada, sua vaca" num piscar de olhos. Mas é preciso reagir. Ninguém é dono da rua.
Hoje publico o relato da I.,que não leva desaforo pra casa.

Lola, acho que você pode ser uma ótima interlocutora para este assunto. Sou feminista desde os treze anos -– feminista militante, porque minha mãe conta que desde que meu irmão nasceu eu faço minhas reivindicações de gênero. O feminismo surgiu na minha vida junto com a militância na esquerda, um pouco precoce, eu sei, mas as companhias boas ajudaram. Aos 18 anos eu entrei no curso de Letras em uma federal e o caminho é mais ou menos previsível a partir daí. 
Bem, mas o assunto não é exatamente este. Eu sou meio alta, meio corpulenta, meio com peito, meio com bunda, meio loira, meio de olho verde, meio branca. E por conta disso não costumo ter muito sossego quando ando na rua. Nossa, como ela se acha! Não, eu não me acho! A questão é que eu vivo em uma sociedade patriarcal, machista, misógina, que ensina as mulheres a se vestirem e se comportarem de tal e tal forma, e não ensina os homens a serem educados e a guardarem suas groselhas dentro do saco de lixo -– enfim, tudo isso que você tenta dizer no seu blog para as pessoas em uma missão que eu considero genial e de cunho humanitário e educativo!
O ponto é: EU CANSEI DE OUVIR M*RDA DA BOCA DOS HOMENS NAS RUAS PORQUE EU NÃO SOU OBRIGADA! Então, o que eu fiz? Eu comecei a responder. E gostaria de narrar para você pontualmente quatro episódios em que me senti auditivamente violentada e REAGI, porque não tolero mais ser agredida SÓ PORQUE SOU MULHER.
1) Estava saindo do supermercado. Minha chave caiu da minha mão. Eu abaixei para pegar, mas, quando abaixei, não abaixei de cócoras, abaixei imagino totalmente desajeitada (como um homem abaixaria?). Como eu tenho um bundão danado, isso chamou a atenção de dois rapazinhos, que prontamente disseram:
- Nossa, que delícia. Assim você me mata!
E eu prontamente respondi:
- Vocês calem a boca e me respeitem.
Então eles soltaram a clássica me rejeitou, logo, ela tem algum problema, porque uma mulher bonita necessariamente é submissa:
- Tão bonita e tão mal educada!
Eu não parei por ali, e continuei:
- Eu acho melhor vocês me pedirem desculpa ou saírem da minha frente, porque senão a coisa vai feder pra vocês.
Bom, aí eles tentaram me intimidar corporal e verbalmente:
- A gente não fez nada, sua vaca. Você que mostrou esse rabo aí.
Então eu prontamente também fiz minha parte, já nervosa:
- Eu acho melhor vocês sumirem da minha frente, porque vocês não sabem com quem vocês estão mexendo.
Essa frase surtiu tanto efeito, que eles claramente demonstraram medo e saíram. Depois disso, passaram por mim na praça, e fingiram não ter acontecido nada. Eu sentei pra tomar uma água com minha prima, que estava comigo, e ela me perguntou:
- Prima, eles ficaram com muito medo quando você disse aquela parte do “vocês não sabem com que vocês estão mexendo. Se eles perguntassem, o que você ia responder?”. Eu ri, sem saber ao certo, e disse a ela que no mínimo ia dizer que era feminista (risos).
2) Estava na praia com três casais de amig_s -– dois casais de amigas lésbicas, e um casal hetero. Eu estava sozinha com eles seis. A mesa ao lado era de homens e havia uma mulher, acompanhada do marido. Um dos homens insistentemente me olhava com uma cara de tarado. O TEMPO INTEIRO! O que é isso, senão uma coação explícita? Ele estava me paquerando? Ele estava sendo sexy? Ele estava tentando me dizer alguma coisa que eu não entendi? Bom, eu não entendi então, porque ele estava me incomodando. 
Eu gentilmente pedi que ele parasse de me olhar insistentemente, porque ele estava me incomodando. Ele disse que não estava olhando pra mim, mas que estava olhando pra o mar, que estava atrás de mim por acaso, e que eu era bonita, mas que não era o centro do mundo. Eu continuei gentil e pedi que ele mudasse de lugar então, já que o mar não estava atrás dele. Ele enfiou a viola no saco e parou com a gracinha. A mulher que estava na mesa ficou visivelmente constrangida, imagino que sem saber como reagir. Ela se identificou comigo ou com o cara? O marido dela concordaria comigo ou com o cara? Enfim...
3) Ainda na praia, indo pro carro com duas amigas, um homem bêbado veio em nossa direção dançando. Claramente, se ele continuasse, iria encostar em alguma de nós. Eu fiquei firme, estendi o braço, e aumentei o tom de voz, para que as pessoas nas mesas da areia pudessem ouvir: “Você não vai encostar em nenhuma de nós, ouviu?” Ele acelerou o passo e continuou andando. As pessoas na areia, que já tinham visto a cena anterior, ficaram olhando com cara de tacho.
4) Estava indo para a capoeira. Um pedreiro de uma obra perto da minha casa disse: Delícia. Eu parei perto dele e fiz uma careta, daquelas tipo macaco (em que você coloca a língua entre os lábios superiores e os dente, e vira o olho pra cima). Ele começou a rir. Agora eu passo e ele me dá bom dia. Eu dou bom dia pra ele.
Enfim. Não incito ninguém à violência. Ando com um canivete e faço capoeira, porque se alguém tentar fazer alguma coisa comigo, francamente, vou reagir. Depois dessas situações e dessa minha decisão de reagir, vi as notícias tanto da moça que foi assassinada porque reagiu, quando da menina que teve o braço quebrado -– ambas pelo machismo. Mas, sinceramente, eu não aguento mais. 
Não acho que ninguém deva concordar comigo, Lola. Sou eu quem não aguenta mais. Sabe por quê? Porque eu fui criada em uma família machista que constantemente melhora pelo choque de gerações, porque minha mãe sofreu pelo machismo dela e dos outros (ela sempre conta que quando tinha 18 anos apanhou dos vizinhos porque morava sozinha e isso não é coisa de mulher direita), porque meu pai sofre com o machismo dele e dos outros, porque minha avó sofre com o dela e dos outros (e se separou na década de 70 em uma cidade do interior), etc, etc; porque na universidade existe machismo, porque muitos de meus colegas filósofos acham que eu sou biologicamente inferior para escrever filosofia, porque quando eu ainda dava aulas em pré-vestibular muitas das minhas alunas e dos meus alunos preferiam professores homens, porque várias vezes eu já fiz escolhas erradas por pequenas bolhas de machismos meus; porque o machismo é uma ossatura milenar da nossa sociedade.
Porque os judeus conseguem se juntar, porque os negros conseguem se juntar, porque os islâmicos conseguem se juntar, porque até os pinguins conseguem se juntar. Mas quando a gente fala para os homens se juntarem, as pessoas entendem humanidade e apagam as mulheres desse processo. A luta do feminismo é uma luta fundamental porque agrega as mulheres e as identifica. E eu estou cansada dessa História em que muitas mulheres não se reconhecem enquanto tal. Reagir nas ruas, a essas pequenas injúrias que cometem contra mim -– e por consequência contra todas as mulheres --, foi a maneira que eu encontrei de me encontrar no processo social que tenta me aniquilar o tempo inteiro.
Eu até tenho um certo medo de levar um tiro na testa. Só que eu sou maior que o meu medo. Sabe por quê? Porque é o medo que deixa tudo no mesmo lugar. Pra sempre.
Chega!

157 comentários:

Anônimo disse...

Menina de 11 anos estuprada por 10 meninos durante o recreio

http://g1.globo.com/videos/sao-paulo/sptv-2edicao/t/edicoes/v/menina-e-violentada-por-grupo-de-adolescentes-em-escola-na-zona-norte-de-sp/2124733/

Isabela Mena disse...

UAU! Que post incrível, arrepiei!

Unknown disse...

Acho que a Isadora é corajosa.
Eu realmente não acredito que qualquer mulher ache normal receber uma cantada grosseira. E se faz bem para a auto estima de alguém, deve ser para a do babaca que precisa intimidar para se sentir "macho".

Sabrina disse...

aqui tem um caso relacionado, de uma militante espanhola que filmava essas situações de assédio e acabou tendo seus vídeos tirados do youtube como se ela é que estivesse sendo violenta. depois, sofreu ameaças e uma campanha contra ela (mas a que aparece no texto, de maneira confusa, é a campanha a favor) http://diagonalperiodico.net/Globalizacion-machista.html

Cherry disse...

Essa postagem me fez lembrar de algo que me aconteceu recentemente. Estava indo viajar para ir a um evento na cidade onde meu noivo mora e portanto já estava com um vestido e maquiada, uma vez que são 6 horas de viagem da minha cidade até a dele e eu já chegaria no horário do evento. Eis que chegando na rodoviária da minha cidade um homem me abordou com cantadas constrangedoras e começou a me seguir. Não adiantou pedir para que ele parasse ou para que me respeitasse. Ele chegou a comprar um bilhete e embarcar no ônibus atrás de mim. Dá pra imaginar o medo em que fiquei no momento. Ele continuou me assediando, mesmo eu dizendo que ia mandar parar o ônibus e chamar a polícia. Só parou e desceu do ônibus quando eu menti que era casada e que meu marido ia entrar no próximo ponto de embarque. Mesmo assim saiu dizendo que me conhecia da faculdade e que mais cedo ou mais tarde teria uma oportunidade de me reencontrar. Fiquei novamente com medo.
Queria que fôssemos respeitadas e não fôssemos vistas como máquinas de sexo prontas pra receber qualquer homem a qualquer momento ou como pedaços de carne prontos para ser comidos. Queria não precisar dizer que tenho um homem ou que sou comprometida para ser respeitada como pessoa. Queria poder usar minhas roupas, minhas maquiagens e tatuagens sem ser vista por um idiota machista como "Estou pronta pra aceitar seus abusos verbais e seu assédio porque isso é algo normal da minha condição, porque uso roupas curtas e etc.".

Anônimo disse...

Incrível!Eu gostaría muito de ser mais parecida com a Isadora!
Muitas vezes o medo me domina, sei que não deveria.
bjos

isa disse...

Eu super me identifiquei com o texto!!! Também respondo hj em dia... só que sou mais grossa... mando tomar no cu, se fuder.... Já quase me bateram, já fui seguida por carro... mas eu não aguento ouvir baixaria.

Anônimo disse...

no post anterior, eu falei do dia que estacionei um pouquinho mais longe pq não tinha vaga e eu tava com pressa. vestida da cabeça aos pés, ouvi "de um tudo". eu gosto de ser paquerada( hahaha, palavrinha feia, não sei outra pra substituir), mas é diferente. um cara que chega no "deliciosa" tá claramente me desrespeitando. um cara que quer conquistar alguém fala outra coisa.

já ouvi coisas antes de ficar com alguém que foram legais. teve um que falou um negócio que me fez gargalhar. e aí partimos pra uma conversa super civilizada e gracinha. acho isso legal.

mas, gente, dizer que vai chupar alguém toda, intimidar? sério, isso é sexy onde? isso é quase dizer que vai estuprar. pq, né, se a gente se sente incomodada com esse tipo de comentário e eles falam que VÃO chupar, isso é dizer que vão estuprar. e ainda acho que, se tivessem chance, o fariam.

e o que tá no post é a pura verdade. a mulher passa de linda, princesa e maravilhosa a baranga, lésbica e vaca em um segundo. óbvio que não ligo pra isso até pq se a avaliação "positiva" não me interessa, imaginem a negativa (lésbica não é negativa, mas eles usam como se fosse).

eu não vou deixar de fazer o que faço por conta de homem. mas confesso que me assustei dessa última vez. talvez eu esteja trabalhando e estudando demais e andando menos na rua fora do carro. e aí talvez por isso tudo dessa minha última incursão pelas ruas tenha me chocado. sério, gente, não foram nem 10 minutos andando e uma avalanche de comentários.

mas é aquela coisa. as pessoas se sentem donas dos nossos corpos. já comentei em outro post que me pararam dentro da academia pra dizer que tava na hora de eu parar pq homem não gosta de mulher muito forte. nesse caso, ainda contra-argumentei com o mané. ele se enrolou todo, já que eu tenho pele super macia, super me cuido e sou musculosa. e aí? cadê o argumento dele que mulher tem que ser macia? sério, ele falou isso.

mulher não TEM QUE SER nada. ela só tem que ser. ponto. como quiser, como der pra ser. mas só ser. e não temos a liberdade de ser, imaginem de andar pela rua.

Myka Poulain disse...

Hoje em dia eu faço o mesmo. Retruco mesmo. Mostro o dedo do meio mesmo. Mando ás favas mesmo. Isso tem que ter um fim, e tem que começar por nós. Homens que fazem esse tipo de coisa se acham no direito e alguns até na ''obrigação'' de macho, de cantar mulher na rua, de chamar de gostosa e de delicinha...

Uma vez, estava na rua com meu namorado e dois homens vinham de encontro conosco na calçada. Um deles passou por mim dizendo ''Hum... que gostosinha, heim?''. É. Ele disse. Na frente do meu namorado, que ficou sem jeito...

Muitos deles, pensam que isso aumenta nossa auto estima, mas não. Não aumenta. Não é uma simples paquera, ou um jogo de sedução inteligente. É nojento e invasivo.

Quando fui atacada pelo meu ex chefe na escada da empresa, fiquei procurando ''sinais'' que eu pudesse ter dado sem querer. Algo que ele tenha entendido como ''ok, estou interessada''. Mas não, com o tempo percebi que a culpa era dele e não minha. Com esses caras que assediam na rua é o mesmo. Não é o seu short, ou sua saia que provoca isso. A CULPA NÃO É SUA!

Aprender a reagir é importante. Não devemos ignorar, considerando que sem reação eles irão achar que continua tudo bem, que ''tá beleza'' assediar mulher na rua.

Luiza disse...

"- A gente não fez nada, sua vaca. Você que mostrou esse rabo aí."

Pronto. Ta aí a prova de que é SEMPRE assim. Um "oi gostosa" se transforma em um "sua vaca, tá se achando, é?" em segundos.

Não tem nada a ver com elogio. Agora eu quero a prova dos homens de que é, sim. Só que ninguém nunca vai ver uma, porque ela não existe.

Eu sempre respondi e nunca me aconteceu nada. E ai de quem ficar ofendidinho comigo, vai ver a ponta da minha faca até pedir peloamordedeusmoçanãomemata.

Anônimo disse...

vocês podem revidar, juntem-se em um bando de 4 ou 5 mulheres, e chamem um homem de gostoso na rua !

Pili disse...

me pergunto se ser grande ajuda... muitas pessoas dizem que sim.
daqui do alto dos meus 50 kg não tem muito o que eu possa fazer.
Já apanhei de desconhecido na rua porque respondi sua cantada com um sonoro 'cala a boca"
Não foi numa comunidade sem policiamento nem sem educação, foi em Copacabana ao meio-dia.
entendo perfeitamente o que a autora tá dizendo e também tenho meus momentos desses... mas sei bem que é uma coragem quase suicída.
e nem é errado,
afinal, uma vida sem o mínimo de dignidade talvez nem valha ser vivida.

Anônimo disse...

"Muitos deles, pensam que isso aumenta nossa auto estima"

sério que vc acha que eles tão preocupados com nossa autoestima? duvidê-ó-dó.

pili, tenho 1,80. adianda nada. talvez só tenha ajudado em casos que eu evitei estupro por ser forte e alta. o desrespeito é o mesmo, mas um homem mais baixo que eu pode pensar duas vezes. disse "pode", não tenho muita certeza pq já ouvi muita merda.

Maiara Menezes disse...

Eu também estou de saco cheio e não ignoro mais essas demonstrações de machismo. Hoje em dia, sempre que percebo que um cara está me olhando eu olho fixamente para ele com um olhar irritado, até que ele começa a desviar o olhar e voltar pra mim, e finalmente desiste. Quando estou andando e isso ocorre eu olho fixamente da mesma forma e, normalmente, eles desviam o olhar imediatamente.
A última vez que passei por isso eu fiquei irritada, pq estava indo pra uma entrevista de emprego e a empresa fica em uma rua com uma construção e vários galpões, então vcs imaginam o tanto de homem que tinha na rua em grupos. Contei pelo menos quatro grupos pelos quais eu passei. E sempre é assim: eles estão conversando, conforme eles avistam uma mulher se aproximando eles param de conversar e ficam todos olhando para ela. COmo eu não estou mais a fim de ouvir desaforos, eu não espero eles falarem nada, já mando um: ta olhando o quê? Nunca viu? Perdeu o cu na minha cara? E eles ficam meio sem reação, alguns falam algo mas eu nem fico pra ouvir. Mando se ferrar e continuo andando. Teve um ainda que falou: não pode olhar? eu respondi: não! eu não to desfilando pra sua apreciação. daí ele respondeu: problema seu! e eu disse: então vai se ferrar, seu otário!
Mas o que mais me irritou foi quando eu falei pra minha mãe e ela riu e disse: isso é normal, filha, a gente que é bonita passa por isso mesmo. NORMAL É UMA OVA!!!
Eu às vezes me acho radival até. Respondo um "bom dia" com um "vai se ferrar" na rua. Pode ser exagerado, mas sei que esse bom dia nada mais é do que machismo disfarçado de educação, pois eu duvido que se eu não estivesse dentro dos padrões de beleza ou mesmo se fosse um homem eu o ouviria.

Leandro disse...

"Ainda na praia, indo pro carro com duas amigas, um homem bêbado veio em nossa direção dançando. Claramente, se ele continuasse, iria encostar em alguma de nós. Eu fiquei firme, estendi o braço, e aumentei o tom de voz, para que as pessoas nas mesas da areia pudessem ouvir: “Você não vai encostar em nenhuma de nós, ouviu?” Ele acelerou o passo e continuou andando. As pessoas na areia, que já tinham visto a cena anterior, ficaram olhando com cara de tacho."
- Nossa feminazis, o que é isso? Levantar o braço pra bêbado? Cadê o respeito de vcs por bêbados? Vcs ñ dizem q bêbado não sabe o q faz e q transar com mulher bêbada é estupro? Bater em bêbado então, é a maior covardia. Não acham?

Maiara Menezes disse...

Ah, e só pra justificar como eu sei que esse bom dia mtas vezes é só cantada barata mesmo, uma vez o cara me deu um "bom dia, morena" e eu mandei ele se ferrar. Ele começou a falar, já de forma grosseira: vamos junto então. daí eu continuei andando e, sem me virar pra ele, mostrei o dedo do meio. Daí ele começou a gritar: toma cuidado pra não apanhar, hein, sua vagabunda!

Anônimo disse...

Esse texto é MISANDRIA. O blog deveria ser processado por ser um blog de ódio...

Anônimo disse...

O text incentiva claramente a violência contra 80% dos homens. Q culpa estes caras de ter nascido betas? Os 20% de pegadores podem chegar na balada, já colocando as mãos nas calcinhas das mulheres, e a mulherada deixa e gosta. E inda pede mais "pegada". Agora, o Beta não pode nem olhar? Depois reclama q falta pegada nos homens...

Ana disse...

"Tão bonita e tão mal educada!"

Oi?

Olha o paradoxo da situação - OS CARAS mexem com a mulher que eles nem conhecem, e ELA é a mal educada.

E que lindo os anjinhos falando de educação logo antes de chamarem alguém de 'vaca mostrando o rabo'!

Lógica, cadê você, minha filha?

--

A cantada, mesmo quando é 'educadinha', é um sistema* que atropela o direito da mulher de decidir se quer ou não ouvir aquilo. E em casos como esse, fica claro o quanto esse direito é ignorado. As pessoas nem sabem que isso existe - uma mulher querer decidir o que quer ouvir é algo absurdo, podendo até provocar revolta como no exemplo.

Quando Isadora ganhou voz e disse "não gostei", isso foi visto como uma grande ousadia e falta de educação porque afinal, os homens decidiram que estão fazendo um elogio - e isso deveria dar um ponto final na questão. COMO ASSIM ela quer dizer o que ela achou? COMO ASSIM ela não gostou do elogio? E aí veio a reação 'Você não tem direito de gostar ou não gostar, sua vaca, eu te abençoei com um elogio! Mal educada!'

Percebam que o que a mulher acha da história toda é algo tão insignificante, tão esquecido, que se você dá sua opinião ou o cara fica desconcertado ou ele fica com raiva.

O problema todo da cantada é que a mulher, apesar de ser o alvo da coisa, é totalmente ignorada. Os caras são ensinados a vida toda como se eles fossem os únicos seres humano da história - só eles têm opinião sobre o que está acontecendo; a mulher é tipo um vaso de planta ou coisa assim, é como se ela nem fosse afetada pelas palavras.

Acho que não necessariamente por maldade, mas mais provavelmente por falta de questionamento, ninguém sequer lembra que ela pode se ofender ou sentir medo. E aí quando a 'planta' responde, aquilo é tão absurdo, tão desconcertante, que ou o sujeito fica sem palavras ou ele se enfurece.

Está aí porque a cantada é algo machista apesar de muita gente ver como 'elogio' - só tem um lado opinando sobre o que é ou não é 'elogio', e é o homem. A opinião da mulher é completamente inexistente. É uma coisa desigual. É uma imposição. Não temos querer ou não querer, vamos ouvir mesmo assim. E se respondermos, ainda corremos riscos porque podem ver nossa resposta como algo tão ousado (porque mulher ter vontade própria é algo muito revolucionário...) que somos agredidas.

Que saco!

--

*Não vou nem chamar de interação, porque me ocorreu que não existe interação quando uma das partes é completamente negligenciada.

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E meldels, QUE OUTDOOR HORRÍVEL.

Fernanda disse...

Olha, eu sou de fazer careta, cara feia, mas às vezes só sublimo. Sei que deveria reagir, reclamar, mandar pra tudo quanto é lugar. Já me puxaram com muita força pelo braço na rua, e o simples fato de eu me soltar com igual força fez os dois adolescentes (eles deviam ter uns 16, 17 anos, eu tinha uns 14, 15) me seguirem xingando por uns 100 metros, de todos os palavrões possíveis. A rua estava lotada, ninguém ligou, ou fez qualquer coisa. Meu irmão estava junto (devia ter uns 12, 13 anos na época), e eu falei pra ele não fazer nada. O que mais irrita é que até uma situação como essas, em que os homens são extremamente agressivos, ninguém faz nada, não é da conta de ninguém. Hoje em dia, sempre ouço umas abóbrinhas quando estou parada no trânsito. Afinal, você,mulher sozinha, dirigindo carro? Não pode. Parabéns pra Isadora e pra todas que têm a coragem de dar a cara ao tapa.

Aniram disse...

Gostei muito desse Guest Post, ela foi muito corajosa em todas as situações.

Só que acho que é preciso cuidado, não dá pra sair reagindo inconsequentemente. É muito difícil ficar calada, eu muitas vezes não consigo, mas é muito perigoso também. Não acho que sair respondendo a todos na rua vá acabar com esse tipo de problema, pode é colocar vc numa situação mais arriscada ainda.

Mas tudo bem, ninguém é de ferro... Se for um local bem movimentado, fica mais seguro responder alguma coisa. Mas também não é bom fazer isso num local onde vc passa todo dia, pois podem não fazer nada hoje, mas depois, quem garante? Se você estiver acompanhada, ou se tiver algum segurança por perto também ajuda. Se existisse algum tipo de lei e orientação, talvez nos sentíssemos mais seguras no que fazer...

Eu sei que dá uma raiva muito grande e nem sempre dá tempo de medir as palavras, mas há diversas formas de responder a uma grosseria dessas. Você pode pedir mais respeito, ou pode começar a xingar-lo. Tenho certeza que o xingamento vai deixa-lo com muito mais raiva e vontade de revidar. Quando eu peço por respeito, já aconteceu de me pedirem desculpas. Também já me chamaram de mal educada, tudo bem, mas não passou disso.
Xingar por xingar é só devolver a raiva e a grosseria, na minha opinião. Deve existir um jeito de exprimir nossa indignação sem gerar mais raiva e mais riscos...

Andressa Resende disse...

Super me indentifiquei com o texto , sei que não sou nenhuma lutadora fodona (até por que tive que sair do carate por uma serie de episodios machistas que me irritavam)tenho só 60 kilos e tal mais eu tambem escolhi reagir e viver sem medo . tipo eu saio na rua de noite sozinha se eu quero ir pra algum lugar (sim devo contar q ás vezes sou meia insana tipo 5 da manha,mais é apenas meu jeito)mostro dedo se alquem me diz groceria na rua (ou só rio da pessoa dependendo do caso)mais é que se eu deixar de fazer isso pra mim é muito pior, tipo eu me sinto muito, muito ,muito mau mesmo se eu ficar só ouvindo , pensar em escolher uma roupa que 'me cubra' e todo esse blablabla por que aí eu sinto que eu mesmo estou limitando a minha liberdade então eu prefiro sair na rua e enfrentar um monte de babaca( mesmo sabendo que talvez se a gente partir pro 'mano a mano' eu posso acabar bem mau)mais ficar bem comigo mesmo pq eu estou sendo livre do que 'me cuidar' e ficar me culpando . Tipo eu fiz essa escolha pra mim que nada ou ninquem vai me impedir de fazer qualquer coisa só pq eu sou mulher e eu não vou deixar nada me limitar então é isso que me dá força

Anônimo disse...

"o jeito que as mulheres se vestem influi no assédio que sofrem"

Então tá.
Resumindo:tenho 36 anos.Ouço grosserias na rua desde muito nova, acho que me lembro das primeiras quando tinha 11 e ia e voltava andando da aula de artes.
Nunca importou a roupa que eu estivesse usando.Moletom, calça de abrigo, uniforme escolar...
Quando via grupinhos de homens, ou aquele "galã de porta de padaria" típico, já desviava, mudava o caminho, chato e cansativo aturar essas coisas, sabe?ZZZzzzz

Mas nesse inverno, aconteceu uma,que juro que lembrei na hora do seu blog, Lola!Só estava esperando o momento certo de contar.
Teve uma onda de frio em Julho aqui no Sul, e tirei do armário meu casaco mais quente, ele vai até os joelhos, é de nylon, acolchoado, estranho, eu fico imensa com ele, me sinto um colchão amarrado, rsrsrs, mas é imbatível contra o frio e vento cortante.Quando estou com ele, não dá pra ter o menor vislumbre das minhas formas, só aparecem as canelas e os pés.Estava de gorro, luvas, cachecol, botas longas, "vestida pra ir ao Pólo Norte", como uma amiga minha brincou até.
Então, eu vinha cheia de sacolas de supermercado nas mãos, super sexy de esquimó, e passa uma criatura ao meu lado e diz:
"Ôôôôô...gostosa...tô te esperando lá em casa..."
O normal seria eu ficar brava, mas na hora eu fiquei perplexa, pensando que se com aquela roupa ali podem mexer comigo...qual mulher está livre disso?
Que medo, hein?

Aproveito e deixo o meu f* -se bem grande pra vcs trolls que estão lendo essa postagem e acham legal e bonitinho mexer com as mulheres na rua e etc.
E quem não gostar é uma vaca mal amada e mal agradecida, néam?
Então tá.

Roxy Carmichael disse...

eu acho muito importante o curta da francesa e que mais produtos audiovisuais no estilo "estou desenhando para que você entenda" sejam divulgados, primeiramente pra conscientizar as próprias mulheres. buscando reportagens sobre a repercussão do filme, me deparei com uma enquete do portal ig, perguntando às mulheres o que elas achavam das "cantadas". eis que a maioria, uns 40% disse que "depende da cantada", uns 26% disse que era bom pra auto estima, uns 16% disse que achava insultante e agressivo. então, penso que o primeiro passo é mudar o nome (cantada) e o conceito (elogio) e mostrar que é uma intervenção violenta ao direito de ir e vir do indivíduo, porque imagina se as pessoas negras na rua, só por serem negras, fossem chamadas de macacas e só porque algumas pessoas diriam "pra uma macaca até que vc é bonitinha", essa clara manifestação de racismo fosse desonestamente convertida em "elogio"? que tal chamar os judeus de ratos que emporcalham a sociedade na rua, mas só porque um homem ou uma mulher judia for chamado de "rato que emporcalha bonitnho(a)", essa manifestação de anti-semitismo fosse convertida em "elogio"? então assim, chamemos pelo nome: sexismo, violência. depois façamos campanhas. uma boa sugestão, que dialoga com uma das comentaristas, seria um marido que se despede da esposa, ele fica no carro, ela sai em direção ao trabalho ou a qualquer lugar e é cercada por um grupo de homens que a chama de puta. ou ainda um homem que caminha com a filha adolescente e a cada esquina, escuta os insultos dirigidos à filha. que tal um adolescente que recebe os amigos em casa, e todos eles dizem que querem comer o rabo da mãe dele? porque eu super concordo que as mulheres devem reagir, não devem ser passivas diante do insulto, tem um filme do martin scorsese que o meu namorado sempre cita, em que o personagem do jack nicholson diz: ninguém vai te dar o respeito, é preciso tomá-lo! e eu realmente concordo com essa postura ativa de quem exige o respeito e não espera que ele seja magicamente concedido, no entanto também acredito no papel da empatia pra gerar mudanças positivas, portanto campanhas que apelassem diretamente aos homens também poderiam conduzir a outras perspectivas.

Verô! disse...

Excelente iniciativa reagir. Já está na hora de mostrarmos para esses toscos que eles não podem nos agredir impunemente, se o judiciário e legislativo nada fazem, então fazemos nós. Também acho ótimo andarmos com algum tipo de arma para nos defendermos, não precisa ser uma arma letal. Eu já comentei em outra oportunidade sobre o spray de pimenta. Tenho um aqui em casa que minha namorada usa quando vai às coletas na mata (ela é bióloga), mas vou comprar outro para mim.

Parece que é proibido ter spray de pimenta no Brasil. Eu acho isso um absurdo. Um canivete pode matar, o spray te dá chances de escapar e acionar a polícia, é fácil de usar e o daqui de casa é bem pequeno, cabe tranquilamente no bolso. Compramos pela internet, não foi caro, deve ter custado uns 10 dólares. No Ebay há vários modelos disponíveis, alguns são tão discretos que dá para pendurar no chaveiro. Eu recomendo, prefiro cometer esse delito do que ficar totalmente vulnerável.

Estou procurando uma academia de Krav Magá também.

Karla disse...

Estou considerando entrar em alguma aula de defesa pessoal exatamente por isso. Não aguento mais viver com medo. Eu sei que pra isso acabar, é necessário reeducar a sociedade e eu tento fazer isso. Mas não vou mais aceitar viver com medo até lá.

Ana disse...

@14:19
"Nunca importou a roupa que eu estivesse usando.Moletom, calça de abrigo, uniforme escolar..."[2]

Eu ri do esquimó super sexy XD

@13:55
"Esse texto é MISANDRIA. O blog deveria ser processado por ser um blog de ódio..."

HAHAHA

Dá licença amigão, se uma mulher não se curva graciosamente à sua falta de controle e de respeito ela é misândrica?

Se eu não gosto de ouvir cantada eu sou misândrica? Os caras me enchem o saco todos os dias contra a minha vontade, e EU sou a errada porque não gosto disso?

O cara tem o direito de dizer o que quiser pra uma mulher sem ter IDÉIA NENHUMA se ela gosta ou não de cantada, e isso É OK; mas se ela devolve e diz que não gostou ela é misândrica?

O CARA começa a coisa, e aí se ela simplesmente devolve é misandria?

Ver uma pessoa passar na frente e ficar quieto é uma coisa assim tão impossível pra você? Tão absurda que pedir pra você fazer silêncio é uma agressão contra o seu gênero?

Tá achando ficar de boca fechada horrível assim? Imagina então ter que ouvir o que não quer e aí sim, ainda por cima ser forçado a ficar calado. Eu só imagino como ia ser pra você segurar a língua depois de ter sido ofendido, como você espera que a gente faça.

A garota conta que foi chamada de vaca, e ela é misândrica?

... Altos problemas com a sua "lógica".

@Leandro
Onde foi que ela bateu no bêbado?
Onde que se defender de alguém que vem na sua direção é igual a forçar sexo com alguém? Sério que você não vê a diferença?
E oi, é difícil debater com gente que acha que eu tenho um pé no nazismo #ficadica

Ana disse...

@Roxy
"eu realmente concordo com essa postura ativa de quem exige o respeito e não espera que ele seja magicamente concedido, no entanto também acredito no papel da empatia pra gerar mudanças positivas, portanto campanhas que apelassem diretamente aos homens também poderiam conduzir a outras perspectivas."

Concordo...

Eu considero o problema, acima de tudo, como cultural. Os caras são ensinados a cantar mulher como se isso fosse sempre bom, sempre um elogio, uma missão que ele deve cumprir como macho, etc etc etc. Nem sempre enchem o saco por mal, a verdade é que muitos NÃO ENXERGAM onde estão errados. O que a gente precisa é mudar a mentalidade das pessoas e fazer com que se lembrem que oi, a mulher é parte da coisa também. Temos que lembrar que a mulher pode não gostar da cantada e se ofender, e que dependendo da situação ela pode ficar é com medo.

Enfim, tá na hora de lembrar que a mulher existe! Que é uma pessoa, que tem direito de escolher o que quer e o que não quer ouvir! Há quanto tempo a gente fica de desdobrando em mil e uma pra escapar de coisas que nem devíamos ser obrigadas a aturar? Chega, né. Alguém tem que lembrar os sujeitos que nós somos gente...

O problema é que até essa mudança de pensamento acontecer acho que vai uma estrada. No pé em que as coisas estão a situação é absurda, não só a mulher é ignorada quando o cara parte pra abordagem, como depois se ela responde ele ainda se ofende - porque em algum ponto ele se convenceu de que mexer com gente que ele nunca viu na vida é zuper normal e totalmente um direito inviolável dele (como se ir e vir em paz não fosse direito nosso). Enquanto esse cenário não mudar na cabeça das pessoas, a gente pode começar a mudá-lo na prática, reagindo.

Reagir às cantadas deixa claro o que a gente sente quando ouvimos uma. Enquanto ficar em silêncio deixa tudo na mesma, o homem continua sozinho na sua ignorância fazendo e dizendo o que bem entende. Devolver é uma maneira de lembrar na prática que 'Oi, eu também estou aqui! E tenho opinião!'.

Quando virar hábito das mulheres responder, vai ficar claro pra todo mundo que muitas não gostam. Hoje, o que acontece é que boa parte das que não gostam não revidam por medo (como eu). E querendo ou não no final isso reforça o manto da invisibilidade ao redor da figura feminina =/

Então em resumo, acho que o problema está na mentalidade e concordo com você que campanhas podem ajudar a mudar a perspectiva. Mas acho que revidar também ajuda, porque mostra na prática o quão desagradável foi pra mulher ouvir o comentário do cara. A gente deixa de ser só um alvo e passa a ser um indivíduo com vontades (que é justo o que ninguém lembra na hora da cantada - que temos vontade própria).

Conceição Lima disse...

Isadora,

Tu tá mais q certa. Eu confesso q pela minha cabeça tb passa as mesmas coisas q vc falou. O medo é uma força paralizadora.

Temos q reagir. Piadas machistas? Comentários de rua? Não há espaço para isso!

Continue firme e meça os perigos associados, use a abordagem da gentileza. eu sei q é difícil, mas é a mais segura.

Enquanto isso, fica a necessidade de nós mulheres pensarmos em meios mais eficazes de educação e conscientização das pessoas.

Li disse...

que texto excelente!

estava hoje passeando em uma parte meio perigosa da cidade e levei duas cantadas, ambas de homens dentro de carros. os dois falavam da minha bunda. eu queria ter tido a coragem e a presença de espírito da isadora, porque (apesar do meu sangue quente) geralmente não faço nada. por medo ou por hábito. é muito bom poder aprender com voces e poder mudar certas coisas que incomodam, mas que eu acabo deixando passar.

Unknown disse...

Essa violência toda é causada pela falta de amor cristão no coração. Por que os judeus conseguem se reunir? Porque eles tem fé no Toráh e respeitam profundamente o ser humano. Por que eu posso ir nos encontros Krishna usar bata semi transparente sem sutiã e sem calcinha, dormir no chão no meio dos homens em paz sem ser molestada? Porque o senhor Krishna nos ensinou obter o prazer espiritual para nos afastar do Samsara. Eu já tomei banho nua em um lago onde havia homens por perto lá na fazenda Nova Gokula e sequer me preocupei em ser molestada de nenhuma forma, nem mesmo visualmente. O respeito é a expressão do amor que só pode ser alcançado pela espiritualidade.

Fernanda Beirão disse...

Lola, você já viu o filme Cairo 678? Trata do assunto em uma perspectiva árabe. Bem bacana, recomendo.

Roxy Carmichael disse...

algumas já devem ter visto, outras não, está em espanhol e é muito legal: http://www.youtube.com/watch?v=773Qzj_DXIQ
essa menina, chamada la loca de mierda é uma comediante que estourou na argentina, sempre fazendo humor ridicularizando machismo. seria legal se nós pudéssemos ocupar espaços seja com videos, seja nos shows de stand up, afinal, eu ainda acho que bom humor é uma das melhores formas de contestação, porque acaba que denuncia o ridículo da situação.

Anônimo disse...

Eu não sei o que achar desse assunto Lola. Pra ser bem sincera, eu acho muito fácil desdenhar beleza quando se tem. Eu até gostaria de ser elogiada na rua, mas fazer o que né?
E como eu não passo muito por isso, eu não noção do que essa menina está falando. Nunca andei de saia na rua por ter vergonha das pernas finas, que dó dela. Mas me colocando no lugar dela, deve ser realmente muito incômodo, mas, mesmo eu, sem ser bonita, só usando calças, só me abaixo de cócoras pra pegar alguma coisa no chão. Enfim, não tiro a razão dela.

Carol disse...

Vontade de responder, dá mesmo... Mas e o medo? :/

Luiza disse...

"Eu não sei o que achar desse assunto Lola. Pra ser bem sincera, eu acho muito fácil desdenhar beleza quando se tem. Eu até gostaria de ser elogiada na rua, mas fazer o que né?"

Às vezes eu acho que estamos falando com portas. De que adianta tantas argumentações, se vem alguém e solta isso?

Aí aparece A, B e C criticando comentaristas que pedem um pouco de leitura dos comentários antes de postar seus próprios...

Natália disse...

- Sei que esse não é nem de longe um problema isolado (eu moro no Brasil e sofro isso quase diariamente), mas achei curioso que essa campanha tenha surgido logo em Bruxelas. Essa é sem dúvida alguma a cidade em que fui mais incomodada e insultada em toda a minha vida. Eu não conseguia andar na rua sem ouvir um "elogio" super agressivo. Detalhe: eu estava acompanhada de minha mãe, que não é mais nenhuma jovenzinha, e do marido dela, um homem GRANDE. Nada disso intimidava os homens de lá. Em uma das noites da viagem, preferi ficar no albergue a ter que aturar aquilo, enquanto minha mãe e o marido saíram para se divertir. Mas a gota d'água foi quando um homem aproveitou um momento em que a praça estava cheia, por causa de uma apresentação, e passou a mão na bunda da MINHA MÃE.

- Acho MUITO complicado achar que é simples preconceito associar essas "cantadas", no caso da Europa, com muçulmanos e outros imigrantes. Eu morei na França e posso garantir que 99,99% dos insultos que eu escutava nas ruas partia dos chamados franceses d'origine (imigrantes e filhos de imigrantes). Não vamos generalizar dizendo que todos eles faziam isso, é claro, mas seria cegueira de nossa parte ignorar a parcela de culpa da cultura e da religião nessa questão. Aliás, não é nenhuma surpresa que uma religião absurdamente machista colabore para esse tipo de agressão contra as mulheres.

- Ainda sobre a França, no tempo em que morei lá, ficava admirada como as francesas reagiam mal a essas "cantadas". Elas revidavam de maneira incisiva e muitas vezes agressiva. Mas hoje vejo que elas estão certas. Tanto essa "tática" funciona, que eu, que tinha um pouco mais de cara de latina, sofria MUITO mais do que elas. Os homens lá tendem a respeitar as francesas, pois sabem que elas não ficam caladas e rodam a baiana mesmo.

- Enfim, sobre minha vida atual, moro em São Paulo e não tenho carro. Portanto, ando pra lá e pra cá a pé e já ouvi muita merda (desculpem o palavriado). Geralmente, finjo não escutar, por pura falta de paciência de ficar retrucando (e talvez, pensando bem, por medo de acabar apanhando). Mas isso não significa que eu não me incomode. É uma falta de respeito que costuma me deixar bem irritada.

- Para concluir, uma história antiga: quando eu tinha uns 11 anos, aconteceu um incidente que deixou uma amiga de colégio muito traumatizada. Ela, que nem tinha entrado na adolescência direito, tinha ido comprar pão na padaria perto de casa. E ela estava de short jeans. Foi o suficiente para ter que ouvir de um homem BEM mais velho, em tom de ameaça: "Uma menina com um short desses tá pedindo pra ser estuprada". Um filho da puta desse não tem noção de como essas palavras podem assustar uma criança.

Anônimo disse...

Luiza, eu não sei como você deduziu que eu não li os comentários anteriores e entendo muito bem que muitas leitoras sentem medo da violência por parte de alguns homens. Ademais, eu só tenho outro ponto de vista, pq quando eu tinha 15 anos e minhas amigas recebiam cantadas na rua, eu sentia...inveja!
Mas não disse que os homens estão corretos em fazer isso. E um pouco mais de respeito, eu não chamei ninguém de PORTA aqui.

K. disse...

ah, que texto inspirador!
eu tb não aguento mais esse tipo de agressão e respondo sim. as vezes mais violentamente, mas adoro botar o dedo no nariz e fazer careta! hahah
e é isso aí, a gente não tem que aguentar mais nada não.

Liana disse...

Pessoal, achei essa entrevista com a moça do documentário:

http://www.youtube.com/watch?v=TazhIzP5cx8

Seria super legal a gente traduzir para divulgarmos essa informação no Brasil! Alguém que curte francês e mais alguém que edite vídeos pode ajudar com isso?

É um vídeo rápido, menos de 3 min.

Lord Anderson disse...

" Por que os judeus conseguem se reunir? Porque eles tem fé no Toráh e respeitam profundamente o ser humano.

Miriam, vc sabe que judeus ortodoxos são contra mulheres andar num onibus onde tenha homens? Que jornais ortodoxos não colocam fotos de mulheres e ja chegaram a iditar fotos internacionais que mostravam mulheres?

Que eles não dão nem espaço pras mulheres orarem nos mesmo locais que os homens?

Não é a falta de religião que leva a comportamentos machistas.

Muitas pessoas religiosas o são, até pq grande parte das religiões coloca as mulheres em segundo plano.

Essa mania de dizer que pessoas que fazem merda "não tem Deus no coração", é uma puta desculpa esfarrapada.

Sem ofensas.


Anônimo disse...

Eu vi uma reportagem sobre essa mulher indiana Sampat Pal q é um verdadeiro exemplo pra todos nós. Não sei se no Brasil "milícias" assim dariam certo mas na Índia oprimida ela é uma corajosa. Qto a reagir, nos bairros mais bem situados acho q dá pq tem visibilidade,normalmente os caras tem um certo receio de tá mexendo com alguém importante ou mulher de bandido ( foi o q os caras pensaram,certeza)e traficante manda matar com requintes de crueldade quem mexe "com o que é dele", mas nos bairros pobres...A gente convive com tipos assim o tempo todo e cara alegre. Se vc reage a uma grosseria, o cara dá uma volta e te pega na curva. E ninguém sabe ninguém viu. São lugares ermos, mal iluminados ou sem iluminação alguma, não tem polícia, não tem transporte direito. Eu saio 5 da manhã num breu pra levar minha filha no ponto de ônibus. E volto sozinha no escuro. E enquanto ela não telefona dizendo q chegou no trabalho eu não fico tranquila. Se eu fosse contar os casos de violencia contra mulher aqui onde moro esse post ficaria imenso. E ninguem sabe ninguem viu. Mas Sampat Pal me inspira.

James disse...

porra, apanhar porque mora sozinha é o cumulo, hein?

Roxy Carmichael disse...

anônima das 18h14:

é importante entender que os comentários que as mulheres escutam na rua, até mesmo os "não agressivos" não deveriam ser estimulados por parte das "agraciadas" com o argumento de que aumentam a auto-estima. eu acredito que auto-estima se constrói e se solidifica não com comentários de pessoas que sequer te conhecem e olham pra você na rua como um pedaço de carne sem autonomia, que está ali no espaço público não como cidadã, mas como acessório para decorar o ambiente e que todo mundo pode palpitar sobre.

auto-estima se constrói de outra forma e eu estaria mentindo se dissesse que não importa o que os outros acham da gente. o meio influencia nossa visão sobre nós mesmos, mas não penso que a aprovação masculina sobre as pernas, ou peitos, ou bundas sejam suficientes para uma mulher se aceitar como ser humano.

infelizmente isso ainda acontece muito, mulheres que constroem sua auto-estima somente à partir da apreciação masculina, isso tem algumas consequências:
1) esses homens não estão admirando um ser humano em sua plenitude, e sim, a partir de fragmentos: bunda, peito, perna que substituem o todo (imagino que uma mulher é muito mais que isso, não?). não há assim uma relação de iguais. há uma relação de um sujeito (homem) e um objeto (mulher)
2)a mulher que depende dessa aprovação masculina, terá sua auto-estima sempre muito vulnerável porque quando ela não for alvo de elogios, ela se considerará um nada, porque ela só é algo à partir dessa apreciação externa.

Roxy Carmichael disse...

anônimo das 19h01

eu achei importantíssimo o seu comentário. muita gente prefere evitar dar uma dimensão classista pro discurso, mas ele é muito importante. sabemos que mulheres são vitimas de agressões em todos os contextos sociais, desde as classes mais abastardas até as mais populares, no entanto, não há como negar, que nos últimos contextos, das classes menos abastardas, o poder público é muito mais ausente.

Anônimo disse...

Roxy Carmichael, complicado interiorizar isso, mas obrigada pela atenção e por sua explicação. Eu não sou a favor de nenhum tipo de violência e se as outras mulheres acham uma ofensa, não sou eu que vou dizer o contrário.

nando disse...

Isadora Machado

O medo realmente paralisa a gente,mas tantas mulheres venceram esse medo,lutaram contra todos os preconceitos,fizeram história,morreram pela sua liberdade e de milhares de outras mulheres e quando a mulher romper com essa visão que deve ser submissa,reclusa,frágil,e dependente do homem,ela recuperará toda a estrutura de poder e o senso de iniciativa.

Parabéns pelo esse belíssimo depoimento,apesar de todo o constrangimento,mostrando que devemos nunca se entregar á qualquer falta de respeito e amor ao próximo e nunca baixar a cabeça.A mulher precisa descobrir que não depende de ninguem pra viver a própia existência,pois tem dentro de si uma extraordinária capacidade de fazer mudanças positivas,e nesse nôvo milênio cabe a mulher respeitar a sua dignidade e o respeito por si mesma como fez a Isadora.

Anônimo disse...

1) Anônima aí de cima que fica triste por não levar cantadas. Eu também não levo cantadas (levei poucas na vida) e acho que essa é uma das vantagens de estar fora do padrão (apesar de que mulheres fora do padrão tbm são assediadas desse modo). Enfim, apesar de ser raro, eu sempre ando com cara feia na rua pra evitar que me falem alguma coisa.. Atravesso calçada quando vejo um grupinho de homens, faço tudo isso pra evitar que me assediem. Uma vez uma amiga gostosona que tenho estava andando alguns metros na minha frente e 3 caras mexeram com ela, eu institivamente desacelerei o passo pra que quando eles passassem não me vissem e não mexessem comigo. Bom, eles nem notaram a minha presença o que me deu um grande ALÍVIO. Minha amiga ficou lá super sem graça. Acho que só mulheres com auto estima muito baixa se importam com levar ou não cantadas.

2)Em foruns PUA eles recomendam mexer com as mulheres em qualquer situação, em qualquer lugar. Isso é tática de conquista pra eles. Pense na desgraça de topar com um "artista" desses na sua frente.

Anônimo disse...

Só depois que comecei a frequentar esse blog comecei a pensar nisso das mulheres se incomodarem com esse tipo de coisa.
Sempre fui gorda, ou seja, nunca mexeram comigo na rua. E eu confesso que ficava triste por isso.
Nunca era elogiada ou cantada (mesmo que isso seja ruim, aprendi aqui), era sempre ofendida.

E sinceramente, entre ser chamada de gorda na rua ou de gostosa, preferia a segunda opção...

Ana disse...

@Roxy
"não há assim uma relação de iguais. há uma relação de um sujeito (homem) e um objeto (mulher)"

Roxy, você disse tudo.
*aplaude de pé*

Patty Kirsche disse...

Eu já me senti muito assim. Eu tinha 10 anos quando um cara olhou pra mim e falou que eu estava chegando no ponto. Outra vez eu estava chupando um picolé e o cara passou por mim e falou: "Chupando, hein?" Pro inferno, né? Na adolescência eu xingava mesmo. Hoje estou mais tranquila.

Anônimo disse...

Teve uma época no RJ que os moleques passavam em bando, encurralavam uma moça - aconteceu na faixa de pedestres - e gritavam no ouvido dela: "iiihhh, uuuhh, ráááá"...na maioria coisas sem nexo. Eu vi isso e pensei: "ZOO SAFARI NA AFRICA SELVAGEM?" Mas não, minha irmã me disse: "Ah, isso é comum aqui!" Tá bom, né?! Da próxima vez que eu for fazer compras, saio com meu Jeep camuflado, além do rifle tranquilizante." Minha irmã se escangalhou de rir, mas eu não tava achando gracinha, não. Achei deprimente.

Olha, se o cara me chama de princesa, deusa ou qualquer outra palhaçada bobinha, aí deixo passar. Mas se o cara me chama de gostosa, tesão, delícia, que 'vai me chupar toda' ou algo do tipo, mando logo um "ah, morre deabo". Se ele fica revoltadinho e me ameaça dizendo que vai me cobrir de porrada, pego o celular e digo a ele ; "Ah, é?! O senhor conhece a lei Mª da Penha? Estou ligando para polícia." No ato o mané foge, ou então pede desculpas. PATÉTICO!

Anônimo disse...

Porra, mas tem aquele lance: vc responde, o bully vem atrás. Vc passa direto, ignora, ele vai embora.

Sou obesa. A vida td sofri bullying. Não sei se vcs sabem, mas gordo não tem militância. Não pode ter. gordo tem q ouvir merda calado pq a culpa é só dele. Todo gordo é mau caráter. Gordo tb merece apens ser vitima de piada, pq só faz gordice.

O que eu fiz pra não me matar? Pra não me intimidar? Aprendi que esses merdas passam. Ah, eles passaram de carro gritando? Bom, passaram. Foi um segundo da minha vida. Não vale a energia.

Babaca que joga cantadinha é só isso, um babaca. Ele nem tem noção da merda q tá fazendo, não vejo como um problema de machismo, é mais primário que isso, é só burrice + falta de educação mesmo. O feminismo não vai conseguir educar esse tipo de cara.

Agora, se te perseguir, o negócio é mais feio mesmo. Acho que é diferente do que passa cantadinha, é um pré-criminoso. Polícia. Spray de pimenta.

Anônimo disse...

Já mexeram comigo tanto pra "cantar" quanto pra ofender.

Não prefiro nem um nem outro, prefiro que tenham educação e me deixem em paz. Tem vezes que reajo, tem vezes que deixo pra lá.

Uma vez estava em um ônibus com destino à periferia e um rapazes começaram a fazer graça e um deles veio por a mão no meu braço. Falei sem olhar: " se vc gosta da sua mão, é bom tirar ela daí". O moleque xingou, mas tirou.

Uma outra vez, um cara passou por mim, falando baixinho " cê é feia, hein?", no que eu respondi pra todo mundo ouvir " E VC É UMA BICHA HORROROSA, SEU BABACA!" ( desculpem, sei que fui homofóbica na época, mas queria atingir mesmo). O cara olhou pra mim espantado, nem se atreveu a responder.

Já teve vezes em que puseram a mão em mim na escola, e uma vez reagi fisicamente pq o cara veio por a mão no mão meu braço e revidei com um tapa. Já puseram a mão na minha perna e isso dentro de um ônibus.

Mas a única vez em que realmente fiquei com medo foi quando adolescente, estava voltando da escola e um grupo de GAROTAS mexeu comigo. Fizeram um barulho com a língua e falaram " que loirinha bonita com essa bota". Fiz sinal com o dedo do meio sem olhar pra trás e elas me chamaram de sapatão, quando olhei ameaçaram me pegar. Fiz uma cara de desprezo, continuei o meu caminho sem apressar o ritmo , mas realmente fiquei com medo, pq era uma contra umas 5, 6 pessoas.

Anônimo disse...

Obs.: acabei de ler aqui o termo foruns PUA. Fui atrás da defininção de PUA. Caralho, desculpa o palavrão, mas nunca ri tanto na vida. Que raça de caras mais patéticos! hahahaa
Sério, se eu encontro um cara desse na frente acho que morro de gargalhada.

Dani Andrade disse...

Olha, eu já passei muito por isso! Tenho um bumbum grande e já ouvi muita coisa! Já passei por situações bem constragedoras, sou de Floripa e aqui na praia já vi homens se masturbando nas pedras perto de mim e fazendo sons pra eu olhar ainda... e o medo de reagir e a coisa piorar? Já fui dar informação pra um motorista que estava com o órgão na mão. Já ouvi tanta coisa quando ia pro colégio que chegava a achar que tinha esquecido de por as calças!
Infelizmente nnca tive coragem de reagir, sempre me calei, mas isso sempre me incomodou! Um dia caminhando na beira mar um rapaz passoi por mim e disse: Oi! Eu, sempre distraída, não vi se era um conhecido, então olhei pra trás e ele tava olhando tbm e vi que não era um conhecido, morri de vergonha, ele viu que eu olhei e voltou atrás de mim, senti medo, mas ele era gente boa, conversamos e combinamos de caminhar no outro dia, e assim foi, acabamos namorando por 2 anos e meio! Agora se ele tivesse dito: gostosa! Eu jamais teria olhado e nada teria acontecido. O namoro acabou, mas deu certo por um tempo. Mas lendo esse texto eu notei que eu sempre tive muito medo dessas "cantadas" e não sei se tenho coragem pra retrucar, ainda!

@vbfri disse...

Uma só palavra descreve esse texto: PERFEITO!

Jéssica disse...

Eu ouvia muitas grosserias na minha adolescência, mas já faz cerca de 2 anos, em parte graças a este blog, que eu perdi a paciência de vez e decidi que prefiro correr o risco de apanhar a passar a vida sendo humilhada!

Eu reajo de forma agressiva, tanto em palavras quanto em linguagem corporal, mando a merda, falo para me respeitar em voz alta, e isso com os punhos cerrados e olhar de "vou te matar!". Os homens me olham assustados e vão embora, alguns tentam se explicar, enquanto vão embora.

Também faz quase dois anos que comecei a fazer Krav Magá, queria ser plenamente capaz de vencer um cara desses se ele viesse para cima de mim!

Embora nesse meio tempo as cantadas diminuiram, acredito que é porque eu passei a andar de forma agressiva na rua, cara fechada. E me irrita profundamente como as poucas vezes que sou assediada é justamente em um dos momentos que abri um sorriso por causa de um pensamento agradável, não posso nem mais sorrir em paz?

Antes eu engolia o insulto e ficava remoendo ele o resto do dia, agora eu devolvo e me sinto mais forte por ter feito isso. Também uso como motivação que provavelmente aquele cara vai ter menos chance de assediar uma mulher de novo, por medo da reação.

Jéssica disse...

Eu ouvia muitas grosserias na minha adolescência, mas já faz cerca de 2 anos, em parte graças a este blog, que eu perdi a paciência de vez e decidi que prefiro correr o risco de apanhar a passar a vida sendo humilhada!

Eu reajo de forma agressiva, tanto em palavras quanto em linguagem corporal, mando a merda, falo para me respeitar em voz alta, e isso com os punhos cerrados e olhar de "vou te matar!". Os homens me olham assustados e vão embora, alguns tentam se explicar, enquanto vão embora.

Também faz quase dois anos que comecei a fazer Krav Magá, queria ser plenamente capaz de vencer um cara desses se ele viesse para cima de mim!

Embora nesse meio tempo as cantadas diminuiram, acredito que é porque eu passei a andar de forma agressiva na rua, cara fechada. E me irrita profundamente como as poucas vezes que sou assediada é justamente em um dos momentos que abri um sorriso por causa de um pensamento agradável, não posso nem mais sorrir em paz?

Antes eu engolia o insulto e ficava remoendo ele o resto do dia, agora eu devolvo e me sinto mais forte por ter feito isso. Também uso como motivação que provavelmente aquele cara vai ter menos chance de assediar uma mulher de novo, por medo da reação.

Anônimo disse...

Oi, Lola!
Vc viu esse Guia prático: como não estuprar?
http://mulherdialetica.wordpress.com/2012/07/31/desconstruindo-a-cultura-do-estupro/

CCX disse...

Não tenho a coragem da autora do post. Parabéns, quando eu crescer vou ser assim.

Feminazi Satânica disse...

Eu sempre reagi, mas duas vezes fiquei com muito medo. Na primeira eu estava dentro do carro saindo da faculdade, parada em um sinal quando uma moto com dois homens parou do meu lado e eles começaram a mexer. Eu mandei eles se foderem e segui meu caminho, mas eles começaram a me seguir. Parei no primeiro comércio que apareceu e entrei em um restaurante. Eles foram embora. Na segunda vez eu estava saindo da agência, ou seja, estava toda montada. Um homem começou a mexer, me chamando de gostosa, e então mandei dedo. Ele começou a gritar, me chamando de magrela feia e que iria me pegar. Entrei logo no carro e fui embora. Alguns homens não reagem, mas outros sim, e como não consigo não reagir corro o risco de um dia apanhar.

Anônimo disse...

Lola, em guest-posts, em geral, vc sempre dá uma resposta ou comenta ao fim, nesse vc não fez.
Tanto a convidada, quanto muitas das comentadoras, disseram reagir de forma ríspida e até violenta a esse tipo de violência.
Só me recordo de uma que disse pedir respeito, o que acho uma postura louvável.
Reagir a isso tb é algo super necessário, mas eu me pergunto, como?!

Qual a resposta para o feminismo nesse caso, uma vez que ele postula ideais pacifistas. Como responder de forma não violenta/ofensiva?
Uma vez vc fez um post sobre a pergunta que um homem fez sobre como xingar uma mulher sem entrar no mérito dela ser mulher. Achei muito divertido e um exercício super válido.
Podemos pensar em algo assim para esse post?
Como revidar a uma abordagem ofensiva sem ser ofensiva?

Acredito que a educação sempre é o caminho certo, no entanto, trata-se de um processo, em geral lento, cujo progresso leva em conta o desenvolvimento e assimilação de cada um.
Uma lei com as características da que houve em Bruxelas pode ter um caráter educativo-coercitivo-imediatista, mas também pode muito bem cair como letra (nati)morta ou, como no caso da França que não existe mais lei contra o abuso sexual no ambiente do trabalho (por favor, me corrijam se eu estiver errada, foi algo que eu acho que li nos comentários), ser extinta.

Feminazi Satânica disse...

Outra coisa que gostaria de comentar. Tem homem que não tem nem noção. Pode estar com a mulher do lado, filhos, crianças, os próprios pais, que não está nem aí e mexe do mesmo jeito. Quando eu tinha 13 anos voltava da escola em uma van escolar, e o motorista (que carregava o filho de deus e o mundo) sempre mexia com as mulheres da rua. E nisso os meninos da van se viam no direito de fazer o mesmo. Eu dizia que isso era nojento e ele não estava nem aí, até que comecei a gritar no escolar, chamando-o de tarado toda vez que ele fazia isso. Enfim, ele parou de fazer isso, pelo menos quando eu estava dentro da van.

Anônimo disse...

Odeio receber esse tipo de abordagem, sinto raiva, ódio e desprezo (e medo em algumas ocasiões).

Não importa a forma como a mulher se veste - e nem muito se ela está dentro ou fora do padrão de beleza - o relato de muitas aqui comprovam isso (o filme que indicaram sobre a situação no Egito tb, onde as mulheres andam vestidas do pés à cabeça).
Uma vez eu estava indo deixar uns trabalhos na casa de uma professora, numa área residencial, um pouco deserta e com algum mato, e um brutucu se achou no direito de parar o carro, sair, colocar o pinto de fora e perguntar qnt era o programa (eu vestida com roupas 2x meu no.!). Fiquei com raiva, ódio, e mais raiva e ódio por não ter uma pedra enorme no meu caminho ou gente por perto pra fazer escândalo. Ódio e raiva pela minha impotência diante dessa violência. Td que pude fazer foi apressar o passo.
Anotei o número da placa, mas ninguém em casa me apoiou fazer uma denúncia (e olha que é quase td do direito por lá!!!).

Graças ao blog da Lola venho superando esse trauma e expurgando.

Ruim é qnd vc tá acompanhado do namorado/marido, recebe uma cantada e ele ainda te olha como se vc tivesse culpa. Aff!!!
(Bom... talvez isso tb seja só uma impressão, já que existe a programação de que mulher é culpada por tudo...)

Mas... uma vez eu estava muito cansada e aborrecido com alguma coisa, voltando pra casa, e no prédio vizinho uma garotinha fofa tava brincando na varanda e falou "Oi, linda" qnd eu passei. Ganhei meu dia! hehehe

Uma coisa é receber esse tipo de elogia de gente conhecida e com certa dose de inocência (sem 2as., 3as. intenções...). Outra é de um babaca desconhecido na rua.
Fala sério!!!

Anônimo disse...

Também faz quase dois anos que comecei a fazer Krav Magá, queria ser plenamente capaz de vencer um cara desses se ele viesse para cima de mim!
Jéssica 22:15

Krav Magá
A concepção do Krav Magá revela um caminho que permite qualquer um exercer o direito à vida, mesmo no cenário violento que nos rodeia. Todos os soldados das Forças de Defesa da Israel, incluindo todas Unidades de Forças Especiais Israelenses, aprendem Krav Magá como parte de seu treinamento básico. Em 1981, um grupo de seis instrutores de Krav Magá viajaram para os EUA para demonstrar o seu sistema. Em 1990, Kobi Lichtenstein chegou ao Brasil, com o objetivo de introduzir o Krav Magá na América do Sul.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Krav_Mag%C3%A1

Anônimo disse...

Lola, primeiramente gostaria de dizer que adoro o seu blog e o visito diariamente. Me chamo Rose e o relato da Isadora Machado me lembrou uma coisa que me aconteceu a alguns meses atrás.

Fui visitar minha mãe com minha irmã, parei o meu carro a uma boa distância do carro da frente como manda a boa educação do trânsito, eu e minha irmã atravessamos a rua de mãos dadas ( habito nosso muito antigo da época que eramos crianças, minha avó recomendava que ela sempre segurasse minha mão para atravessar a rua, isso se tornou uma cosa tão automática que ainda hoje se estamos juntas instintivamente procuramos as mão uma da outra ) enfim o mascu que estava no bar ao lado fez aquela piada machista "vem cá que eu te ensino a gostar de homem' fechei a cara o pronunciei um imbecil, ele entro no bar e eu na casa de minha mãe,fique lá em torno de uma hora, quando eu sai para minha surpresa o imbecil havia dado ré no carro dele e colado ao meu e provavelmente um amigo dele encostou o carro tb no meu deixando um espaço minimo para eu sair da porta do bar eles riam e balançavam as chaves, fiquei literalmente emputecida, minha irmã até sugeriu que eu pedisse para ele tirar o carro, meu orgulho e minha dignidade falou mais alto, consegui ate tirar o carro de boa, tenho um sedã médio, os mascus ficaram olhando com cara de bobo, tive vontade de dar uma rezinha e bater com o engate do meu carro no dele, mas me contive apenas levantei o dedinho do meio para eles enquanto saia. Me senti vitima de vários tipo de preconceito:
1- ao me ver de mãos dadas com outra mulher ele me julgou lésbica e se achou no direito de me curar.
2 - não ser receptiva a uma cantada grosseira de um ser tão "másculo" como ele foi praticamente uma ofensa.

3 - Mulher não sabe dirigir.

Provavelmente ele não conseguiria tirar o carro da vaga, se não teria encostado mais. Somos vitimas desse machismo todos os dias, parabéns pelo seu trabalho de conscientização.



Escritor em treinamento disse...

Escrevi um conto um tempo atrás sobre um desses tipos que adoram "elogiar". Longe de mim querer ser oportunista aqui pra trabalhar auto-promoção, mas realmente me ocorreu que seria interessante compartilhar:

http://tediotediotedio.blogspot.com.br/2012/03/todos-querem-te-chupar-parte-1.html (parte 1)

http://tediotediotedio.blogspot.com.br/2012/03/todos-querem-te-chupar-final.html (parte 2)

Anônimo disse...

pras pessoas que estão dizendo que queriam ser chamadas de "gostosa" na rua ou afins.

vcs podem ter certeza de que isso não é agradável e não significa que vcs estão sendo elogiadas. elogio é outra coisa. imagine vc perder um ente querido e estar apressada na rua tendo qeu mexer em papelada qdo alguém vira e fala:'ô, delícia". vc ia gostar? talvez, digo muito talvez, vc pudesse gostar disso numa balada e qdo vc tá a fim do cara (mesmo assim, eu acharia de uma grosseria sem tamanho) ou de se sentir desejada. o negócio é que acontece em TODAS as ocasiões. e por que diabos os caras têm que dar a opinião deles sobre as mulheres? ou é gorda, ou é deliciosa, ou... sabe? guardem a opinião pra si ou então cheguem educadamente pra conhecer a pessoa.

e essas pessoas não querem te conhecer ou dizer que vc tá bonita. poderia ser qualquer outra mulher com qualquer outra roupa e qualquer comportamento. quem realmente quer conhecer chega pra falar com vc. e, se vc disser que não está interessada, ele não vai ser indelicado. vc não precisa ser grossa e o cara não precisa ser idiota e babaca. de alguma forma, pessoas que não se conhecem podem, SIM, puxar papo e se conhecer.

ou então vc conhece um cara na noite, estão conversando e ele diz:"nossa, como vc é linda" (por mais que eu ainda ache que isso de ter que dizer que uma mulher é linda leva a outras questões que me incomodam - mas eu acredito em beleza de mil formas). não é bem diferente de um cara berrar uma porcaria qualquer na rua? esse que te elogia qdo tá te conhecendo ficou encantado pelo que vc é, pelo seu jeito... ele tá te conhecendo e quer te conquistar.

agora me diga qual é o objetivo de um cara que diz na rua que chuparia uma mulher todinha? o que ele quer com isso? conhecer a mulher? meio óbvio que não, né?

então qual seria o objetivo? intimidar, penso eu. e ainda acho que intimida porque sabe que não pode ter. do mesmo jeito que um estuprador intimida e de fato estupra se a mulher tá bêbada, se tá com roupa curta, se a rua tá vazia e não tem ninguém... é uma invasão.

Madame Nada disse...

Eu já respondi muito essas coisas (em geral com um "babaca!"). Hoje simplesmente faço a autista: "você não faz parte do meu universo e eu nem entendo sua língua". Agora, que ninguém encoste em mim, daí vai ser uma mãozada no saco na certa.

Anônimo disse...

Não consigo entender como alguém pode classificar esse tipo de assédio como um elogio. Gente, pelamor! Uma mulher não pode tomar um sorvete na rua sem ouvir uma grosseria dessas. Quem se sente elogiad@ ao ouvir besteira na rua deveria procurar um tratamento médico pra cabeça.

Das várias agressões do tipo, nunca me esquecerei de duas.

Uma aconteceu quando eu tinha 11, no máximo 12 anos. Passou por mim um caminhão de feirantes, com vários homens na carroceira, me "elogiando". Elogiaram tanto que até um pedaço de nabo foi arremessado com força na direção da minha cabeça. Por sorte, não me acertou, senão teria me machucado. Não xinguei, nem revidei. Fiquei tão assustada que apenas abaixei a cabeça e me senti culpada, envergonhada.

A segunda foi por volta dos 15 anos, quando eu já era menos assustada e mais revoltada. Ao ouvir o "elogio" pelas costas, virei-me com o dedo médio levantado e xingando em resposta. Gelei quando vi que o "elogio" vinha de dentro de uma viatura da PM. Fiquei com medo de, ainda por cima, ser detida por desacatar uma autoridade. Ver a viatura sumindo lá longe, sem parar para me abordar, foi um sentimento misto de alívio por não ter sido presa com revolta por ter sido atacada por quem supostamente deveria me proteger.

Gabriel Nantes de Abreu disse...

Muito bom o post, contraria o senso comum ao mostrar a reação de mulheres que não gostam de ouvir cantadas e conseguem reagir.

Agora a referência à Go Go Yubari...meio extrema heim? KKKKKK

Anônimo disse...

Escrevam o que digo se essa moda pega o flerte vai deixar de existir porque ninguem vai abrir a boca sob pena "ofender " alguem.Já que quem decide o que é ofensivo ou não é quem ouve.

Parabens feminismo pela sociedade tão linda que esta moldando.

Anônimo disse...

┈┈┈┈┈╭┈┈╮┈┈╭┈┈┈----╮┈┈ ┈┈┈┈╭╯╰╰╰╮┈┃enfia o post |┈┈ ┈┈┈┈╰┃◎.l◎┃╯┈┃no seu cú ┃┈┈ ┈┈┈┈┈╰╰╯╯┈┈╰┈▌┈-----╯┈┈ ┈┈┈┈╱▔╲╱▔╲┈┈╱┈┈┈┈ ┈┈┈╱┈▏┈▏┈▏╲╱╱

Anônimo disse...

Ainda acho que para a auto estima da mulher é melhor ser "elogiada" na rua do que ser ignorada, enquanto suas amigas magras são "elogiadas".

Mesmo sabendo que isso não tem nada de "elogio".

Unknown disse...

aki em Salvador na periferia qdo tem festa se a mulher ficar de vacilão zuando com o homem acaba apanhando feio. Eu sou gay e não ligo pra essas coisas, mas eu vejo qdo o cara chega e vai alisando, se a mulher enjeita o cabra, ai o cara já empurra e peita a mulher, se for cabra arretado já soca um tapa. Costuma sair mta briga por causa disso, q ai os parente da mulher xega e o pau come. Mtas vezes acaba em facada e gente morta. Axo triste ver isso pq sempre estraga as festa.

Anônimo disse...

é incrivel como há um padrão. Eles ficam agressivos se você responde, como se fosse não tivessemos o direito de retrucar quem nos desrespeita. Eu não chego a responder, mas ultimamente mostro o dedo do meio mesmo, simples e eficaz. A última que ouvi quando fiz isso foi: "então é isso ue você quer? Eu tenho um maior e mais gordo". Alguns segundos depois, quando eu já estava longe, ouvi outro berro "BEM GORDO". É de se perguntar se esses machistas não são doentes mentais...

Ukiyou disse...

Adorei o post. O final foi sensacional.

Daniel Vieira disse...

Adorei o post. Eu como homem, vez em quando caio no vício cultural de encarar alguma mulher passando por mim (nunca cheguei a comentar nada, pois acho a coisa mais grotesca do mundo, mas sei que o salto é pequeno entre comer com os olhos e falar alguma grosseria). Sei que eu ficaria extremamente sem graça se alguma me respondesse com um "tá olhando o que?" mas possivelmente isso teria efeito em mim, e me faria pensar duas vezes antes de encarar outra.

Fernanda Mychelle disse...

Lolinha, olha teu poste levado ao pé da letra na Rússia.

http://www.youtube.com/watch?v=luRTyc_0Ihk&feature=player_embedded

Mulheres de todo mundo, uni-vos!

Ana disse...

@21:26
"Sou obesa. A vida td sofri bullying. Não sei se vcs sabem, mas gordo não tem militância. Não pode ter. gordo tem q ouvir merda calado pq a culpa é só dele. Todo gordo é mau caráter. Gordo tb merece apens ser vitima de piada, pq só faz gordice."

:)

O blog tem vários posts sobre gorodofobia, vale uma olhada, eu acho (o último até foi um comment meu que a Lola publicou. Nunca fui obesa, mas sou gorda, convivo com esses preconceitos).

"Babaca que joga cantadinha é só isso, um babaca. Ele nem tem noção da merda q tá fazendo, não vejo como um problema de machismo, é mais primário que isso, é só burrice + falta de educação mesmo."

Bah...

Concordo que na cabeça dele pode até não ser claro que o que ele faz é machista (muitos até acham que tão fazendo um elogio ¬¬), mas a situação em si é Claramente machista.

Ficar avaliando toda mulher que passa na frente (seja como 'gorda' ou como 'delícia') já parte da idéia de que mulher é objeto de decoração, pra começo de conversa.
Depois, na hora que o cara parte pra cantada, ele não tá nem aí pro que a mulher acha: ele não a conhece, não sabe se ela quer ouvir, mas vai dizer do mesmo jeito - a vontade da mulher inesxiste.
E aí se a mulher responde, ou ele se enfurece (porque mulher tem que ser passiva e aceitar graciosamente tudo o que vem de um homem) ou ele fica desconcertado (ué, isso fala??). Em ambos os casos a reação nasce da imagem machista que se tem das mulheres.

Bom, deve ter um ou outro que reage bem à "desfeita" (???), eu só nunca vi. Não vamos generalizar ;]

E ainda tem o negócio de que 'homem que é homem não aguenta ver uma mulher passar'. A cantada é mais que um "elogio", é afirmação da masculinidade também. Tomar iniciativa não é coisa de mulher, mulher é passiva, quem 'parte pra cima' é macho... Enfim, se eu começar a citar todas as idéias machistas que a cantada reforça vou até amanhã XD

Eu até entendo que grande parte dos caras não ache a cantada algo machista. Mas se você vai olhar como a coisa funciona, é uma situação onde só existe o homem, e a sua vontade, a sua opinião, a sua masculindade... O papel da mulher é embelezar as ruas e aceitar qualquer coisa bem quietinha. O cara sai na rua e mexe com quem ele bem entender (ai de quem responder!); a mulher sai na rua, ouve, e ainda tem que sair de fininho.

Ah, dá licença...

"Foi um segundo da minha vida. Não vale a energia."

Ai amiga que resistência você tem :O

Eu me irrito profundamente com cada segundo que eu perco. E se for contar todos os segundos dos últimos 5/6 anos, dá um tempo considerável tendo que aguentar ofensa quietinha.

Me torra a paciência isso -_-"

Unknown disse...

Eu não costumo aguentar também não, eu sou educada e gosto e exijo que as pessoas sejam educadas comigo também. Eu já briguei com um cara por mexer comigo enquanto eu tomava um sorvete(!!) Eu perguntei pra ele se ele gostaria que falassem assim com a mãe dele, falei alto, todo mundo na rua ficou olhando, ele deu um sorriso meio constrangido e disse que não e então eu disse para ele não falar assim com as outras pessoas então. O cara ficou chocado, ele não achou que eu iria responder, ou pior, o que ele achou que eu ia responder?? "Vem k deixa eu chupar você seu lindo" ???? Isso é aquele ego machista dos caras acharem que eu preciso ser querida por ele e que eu obviamente iria corresponder com suas espectativas? Mexem muito comigo na rua, pelo meu jeito de vestir (uso muita roupa curtinha/apertada e preta) e meu cabelo é chamativo, vermelho, o que faz as pessoas não sei porque cargas d'água acharem que tem que dar aos berros a opinião delas sobre M-E-U cabelo e M-E-U modo de me vestir. Eu sempre escuto que eu só vou aprender quando eu levar um tiro na rua, escuto muita da minha familia isso, eu entendo a preocupação, mas não podemos (eu não posso) viver a base do medo em uma sociedade, em meu bairro, em meu país.

Links disse...

Pois é, eu sempre respondi também. Acho que passou da hora de ser educada, boazinha e fazer o social. Agora se levo cantada na rua, retruco. Se a sogra fala "ai, o que você vai fazer de janta para meu filho hoje?" Explico que hoje é o dia dele cozinhar. Se o professor faz uma piada machista, reclamo. Foto machista no facebook? Falo que não tem graça.

Chega de deixar passar. Claro que tem riscos, de apanhar, da familia do marido não gostar, de os outros pensarem que eu sou uma feminazi malcomida. Mas passou da hora de ragirmos.

MCarolina disse...

Acho que a maioria está cansada de ouvir essas idiotices. Vem um bizarro sei lá de onde sendo agressivo e ofensivo, especificamente com você, e você tem que achar o que? Legal?
A maioria das coisas que me falam na rua eu não entendo, a dicção não é o forte dessas criaturas, eles tentam falar meio rápido demais, meio sussurrando...enfim, normalmente não sei o que disseram.
Mas às vezes dá para entender muito bem e é difícil reprimir a raiva. Quando era mais nova estava com uma amiga esperando para ser buscada à noite e um cara bem mais velho parou meio perto e tentou puxar assunto. Não respondemos e ele ia indo embora, mas resolveu ficar ofendido e reclamou de não falarmos com ele, que éramos metida etc etc. Bom, aí perdi a paciência e foi de "se liga tiozinho grotesco" para baixo. Ele ficou muito bravo e nós morremos de rir, e ele foi embora meio aturdido.Foi a primeira vez que eu reagi a isso.
O último episódio foi o pior porque estava chegando no trabalho e um homem, depois que já tinha passado por mim, deu uma pegada na minha bunda. Ninguém nunca tinha encostado assim em mim. Nesse dia minha reação não foi nem um pouco racional, a primeira coisa que falei é que ia matá-lo, e acho que o xinguei de muitas palavras que eu nunca uso normalmente. Imediatamente eu também avancei na direção dele e ele fugiu como se eu fosse realmente matá-lo. Nem respondeu nada, só fugiu e e até se jogou no meio dos carros na rua para fugir. Não consigo cogitar alguém nessa situação não reagir, mas sei que muita gente não reagiria, e entendo. Mas nunca me peçam para ter calma ou não reagir em uma situação dessa.

Anônimo disse...

02:08 - sim, o feminismo tá tentando construir uma sociedade ótima. sociedade em que pessoas vão transar por prazer, desconhecidos vão conversar e se conhecer pra terem coisas legais juntos (desde sexo a, sei lá, uma partida de videogame)... já pensou como sexo seria mais praticado se as pessoas se respeitassem e não beirassem o estupro sempre?

já pensou os mascus tendo que aprender a conquistar e a transar. pq, né, quem fala esse tanto de abobrinha deve ter um desempenho sofrível na cama e só tenta pegar mulher em situações de submissão ou qdo está bêbada. pq é a desculpinha de que ela tava pedindo. mas, na verdade, vcs sabem muito bem que quem tava implorando por sexo, mesmo à força, são vcs. já que não conseguem, têm que intimidar, pegar à força e dizer que são todas vadias.

é, meus caros, nessa sociedade nova que o feminismo tenta criar, todas as pessoas de todos os gêneros vão poder ser felizes cada uma do seu jeito. e os mascus? ô, dó, viu. tudo estudando pro concurso do banco do brasil pq já vão ter 35 e ainda vão estar pedindo o nescau quentinho de uma pobre mãe que é a única mulher que ainda atura vcs.

Ana disse...

@02:08
"Escrevam o que digo se essa moda pega o flerte vai deixar de existir porque ninguem vai abrir a boca sob pena "ofender" alguem. Já que quem decide o que é ofensivo ou não é quem ouve."

Mas meu filho, me explica uma coisa, pra quê que você vai querer usar um flerte que tem chances de ofender a garota?

Eu quero dizer, um monte de mulher dizendo que se sente ofendida, que só não reage por medo... E você ainda acha que cantada é uma boa estratégia? Oi?

"Vamos ignorar totalmente o que elas acham e continuar fazendo o que a gente bem entender" - é esse o plano brilhante? Sério?

Sim, quem decide o que é ofensivo é quem ouve. Do contrário, como é que funciona? Ah, sim, a prerrogativa é do cara, ele pode dizer o que quiser pra qualquer mulher à qualquer hora, e ela não pode fazer nada além de se sentir abençoada pela opinião dele. Vocês decidem o que é bom ou não, e a mulher tem que acatar a decisão. Isso soa justo pra você?

Gente, não interessa quantas vezes o cara repita pra si mesmo "é um elogio é um elogio é um elogio" se a mulher não gosta de levar cantada o flerte dele já era. Quem define se a cantada é um elogio ou uma ofensa não é o cara, é a mulher. Coloque aí quanto pensamento positivo você quiser, no final das contas isso não muda nada na impressão que ela vai ter de você (Sim, mulheres tem opiniões próprias sobre as coisas! Opiniões que independem do que você pensa! Bem vindo ao planeta Terra! \o/)

Tem outras maneiras de chamar a atenção de uma mulher. Mostrar educação e autocontrole costuma funcionar bem... Quociente emocional suficiente pra saber puxar conversa como um ser humano normal também é uma boa...

Não acho que a cantada seja sempre um flerte (já falei isso aqui... ou na outra caixa, antes); mas mesmo quando é, ainda é um plano meio FAIL. Não vejo porque tanto apego a esse troço.

Anônimo disse...

que blog legal. mesmo assunto em dois posts seguidos, sensacional.

nando disse...

Ana
Voce está certa,não devemos aceitar qualquer forma de violência que constrange .o ser humano.Será que numa sociedade que buscamos igualdade,fraternidade agiríamos dessa forma,acho que não.Mas infelizmente tudo começa na nossa formação,que é a família depois a escola, a mídia e por fim o própio Estado,mais ainda tenho a esperança que isso um dia mude,mais não, devemos nunca abaixar a cabeça. É isso aí.

Anônimo disse...

Dona Oldina, gaúcha, nasceu em 1930. Após um namoro de 8 anos, casou-se aos 25 anos; teve 5 filhos. Ficou viúva aos 64, qdo realmente começou a VIVER.
http://www.youtube.com/watch?v=8Cnycp9mBSU&feature=relmfu

Anônimo disse...

D-Dimensões disse...
Adorei o post. Eu como homem, vez em quando caio no vício cultural de encarar alguma mulher passando por mim (nunca cheguei a comentar nada, pois acho a coisa mais grotesca do mundo, mas sei que o salto é pequeno entre comer com os olhos e falar alguma grosseria). Sei que eu ficaria extremamente sem graça se alguma me respondesse com um "tá olhando o que?" mas possivelmente isso teria efeito em mim, e me faria pensar duas vezes antes de encarar outra.

8 de setembro de 2012 04:46


- eu tava pensando que vocês estavam falando somente sopre falar abobrinhas, o que eu acho ridículo mesmo,mas nem olhar pode ?

se eu ver uma moça bonita na rua devo fazer o que? virar o rosto?
façam o seguinte então, se cubram com um papelão e saiam na rua.

e quando mulher mexe ou olha par homem ( rarissimo ) ele teria que pagar multa também

Anônimo disse...

Não pode paquerar na rua, na faculdade a Lola ja fez um post dizendo que também não, no colégio menos, na balada e assedio, "elas só vão ´para dançar, não para procurar homem",( há tá)
Exatamente onde vocês sugerem que um homem pode paquerar uma mulher, ja que se dependemos de vocês tomarem a iniciativa, a especie humana entrará em extinção

eu so vejo reclamações, mas sujestões nada !

Anônimo disse...

"se eu ver uma moça bonita na rua devo fazer o que? virar o rosto?"

se for do seu time, pode virar pq não parece muito interessante.

mas, se for um ser normal, vai olhar de maneira não intimidadora. e agora vc vai vir dizer que não sabe diferenciar. well, volte duas casas.

se fosse assim, desconhecidos nunca se conheceriam. encarar e ficar constrangendo é bem diferente de olhar.

e uma prova que isso que vc tá falando é ridículo é o fato de que, em outros lugares, mesmo toda coberta, a mulher ainda sofre assédio.

e, sim, assédio, seja por parte de qualquer gênero, é podre. pessoas grotescas existem em qualquer gênero.

Aniram disse...

Anônima das 03:10, eu não gosto da opção de mostrar o dedo do meio exatamente por isso. Em vez de mostrar que vc se sentiu desrespeitada, vc pode dar é motivo pra eles falarem mais... =(

Anônimo disse...

"Sim, quem decide o que é ofensivo é quem ouve."

além disso, ana, eu gostei disso de imaginar um homem chegando e falando as coisas pra namorada dele ao lado dele. se ele ficar ofendidinho, é pq ele não deveria dizer isso pra uma mulher sozinha na rua. achei isso prático.

Luiza disse...

"Não pode paquerar na rua, na faculdade a Lola ja fez um post dizendo que também não, no colégio menos, na balada e assedio, "elas só vão ´para dançar, não para procurar homem",( há tá)
Exatamente onde vocês sugerem que um homem pode paquerar uma mulher, ja que se dependemos de vocês tomarem a iniciativa, a especie humana entrará em extinção

eu so vejo reclamações, mas sujestões nada !"

Minha suGestão é que você aprenda a escrever, porque o (mas)culinismo está acabando com o seu encéfalo.

E não se preocupe, vocês mesmos estão contribuindo com a extinção da espécie, já que não conseguem mulher nenhuma do jeito normal.

Anônimo disse...

se quem decide o que é ofensivo é quem ouve então qualquer manifestação publica que me desagrade deve ser proibida pois quem decide é quem ouve.

Não quero ouvir a voz de mulheres não rua pois me é ofensivo ...feministas então não devem nem sair a rua pois sua imagem me ofende...

Voces vão pensar que absurdo...de fato é um absurdo mas é o resultado provavel do que desejam

Ou acham que só as mulheres tem direito de se ofender com o que der na telha





Anônimo disse...

Quando a grosseria é grande eu respondo , não consigo ficar calada! Tenho nojo de homem vulgar. Um homem que chegasse em mim, me chamando de tesão , gostosa e etc.. Nunca teria minha atenção,tenho verdadeiro desprezo por esse tipo. Um namorado me disse: quando passarem por ti na rua e sussurarem , que tesão, responde: vai dar o cú que passa.

Kika

Nih disse...

Primeiramente, colocarei uma opinião que eu SEI que não será muito popular por aqui.
Eu vi gente aqui (não lembro quem) que acha tranquilo responder um "bom dia" com um "vai tomar no cu!".
Gente, não é tranquilo! Os princípios da educação não precisam ser revogados. Às vezes um charuto é só um charuto e um bom dia é só um bom dia.
Em minha rotina de sair de manhã para trabalhar, eu dou bom dia a quem me dá bom dia, aos garis, às pessoas no ponto de ônibus, ao motorista e ao cobrador, etc etc etc.
Antes um bom dia de um desconhecido me assustava um pouco, mas depois percebi que era mais efetivo responder o bom dia com um bom dia mesmo. No caminho da minha casa até a faculdade as pessoas me cumprimentavam e eu as cumprimentava normalmente e isso teve um efeito muito positivo no meu cotidiano.
Enfim, já existiu a situação em que o bom dia não era nada demais e a situação em que o bom dia se pretendia um assédio.
Mesmo no segundo caso, responder polidamente me pareceu mais efetivo (quando eu passei a fazer isso, essas pessoas continuaram a me cumprimentar, mas desta vez, sem segundas intenções) e de uma forma ou de outra, fez com que estas pessoas passassem a me enxergar como uma pessoa e não como uma bunda passando em frente à obra. No caso específico do "bom dia" ou cumprimentos semelhantes, jamais ouvi insultos após responder.
Enfim, só para colocar um contraponto porque a agressão pela agressão não leva a nada.
(cont.)

Anônimo disse...

''Nossa feminazis, o que é isso? Levantar o
braço pra bêbado? Cadê o respeito de vcs por bêbados? Vcs ñ dizem q bêbado não sabe o q faz e q transar com mulher bêbada é estupro?
Bater em bêbado então, é a maior covardia. Não acham?''

tem que ser profundamente retartado
para comparar um estupro que é uma violencia
covarde ao extremo com uma mulher se defendendo
do assédio de um bebado.....


são muito canalhas esses caras.....

quando reagem eles mostram logo as suas garras....

chamam de vagabunda e ameaçam bater....
isso é paquera??? haha nem nas cavernas era assim.
com isso cai por terra essa desculpa barata de paquera, paquera nada... é violencia GRATUITA
MESMO.... demonstração porca de machismo. tem que reagir SIM. lixos!



''O text incentiva claramente a
violência contra 80% dos homens.
Q culpa estes caras de ter nascido betas? ''


se mata cara.....faça esse favor
a humanidade.

é foda...
já passaram a mão em mim em dois momentos um foi na rodoviária e outro numa muvuca
na praia... os assediadores covardes que chegam
ao extremo de passar a mão eles antes de mais nada
se escondem no meio do povo para não ser identificado...

são lixos desprezíveis que não faz falta nenhuma na sociedade.

pior é que muitos caras acham e não sei da onde
eles tiram isso de que mulher gosta disso...
mulher JAMAIS gostou disso... pra mim me dá nojo e asco.

''Parabens feminismo pela sociedade tão linda que esta moldando.''

mimimimimimimimimmi

nina disse...

Cheguei atrasada e só posso fazer coro ao que foi dito, sobre o medo, sobre como a gente se sente.

E sim, acontece comigo sempre. Não, eu não uso decote, não tenho cabelão, não sou 'mulherão' de jeito nenhum. Na maioria as vezes, tô de jeans (não uso calças coladas) e camiseta, indo cuidar da minha vida.

E quantas vezes eu já tive vontade de colocar um saia, mas desisti porque ia pegar ônibus?
Sabe, aquela velha sensação de que você pode evitar um situação desagradável, mesmo sabendo que não importa como você se veste.

A gente tá cansado de saber que todo dia que saímos na rua, vai ter algum babaca pra assediar, porque ele pode. Porque "é natural".
Natural é respeitar as pessoas, o direito de ir e vir.

E outra coisa que me incomoda é usarmos os termos "cantada", "paquera" pra falar de assédio. Né? Que tem de mais, tava só paquerando...
Não tava, paquera, flerte são bem diferentes de assédio. Não assustam ninguém, não causam traumas, nem estragam os dias de ninguém.

Pra quem aí pediu sugestão, a minha é: pensa duas vezes antes de falar/gritar/assoviar o que quer que seja pra uma mulher. Pensa se sua mãe (ou o exemplo de mulher que você tiver) gostaria de ser tratada daquela forma, ou o que ela pensaria se soubesse que você sai por aí falando daquele jeito com as mulheres. Não é uma fórmula mágica, mas é uma boa medida pra começar.

Mexer com a mãe é outra coisa, né?

Nih disse...

Com relação ao assédio na rua, por outro lado, minha opinião é diferente da exposta acima.
Eu já respondi a assédios inúmeras vezes, mas eu tenho o cuidado de responder apenas quando é ofensivo. A postura de quem quer elogiar é em geral, muito diferente da postura de quem quer "mostrar quem manda".
Não concordo muito com a postura de que na rua as pessoas não podem se falar, que não podem se tocar, enfim, como se houvesse algum tipo de barreira invisível entre as pessoas.
É comum que eu vá falar com pessoas na rua se por exemplo, eu preciso saber as horas ou se eu preciso saber se o ônibus já passou, para onde fica tal endereço, enfim, acho extremamente positivo que as pessoas se falem na rua.E, sinceramente, jamais passou pela minha cabeça que talvez a pessoa não queira ser abordada para responder que horas são.
Só que no caso do flerte, você está adentrando um espaço mais delicado, precisa ser uma via de mão dupla. Ou seja, se você vê uma pessoa na rua que você acha bonita, você pode sorrir para ela, ver se é correspondido e aí sim, talvez, tentar falar com essa pessoa. Então, para mim, o simples flerte é ótimo porque é uma ação que parte de duas pessoas estabelecendo contato e não uma invasão do meu espaço. Não vejo porquê se ofender nesse caso.
Há ainda outra situação em que não respondo, que é quando é um simples elogio. Mesmo que seja mais do que isto, não vejo porque ofender, basta não responder. Por medo? Absolutamente não! Eu não respondo a elogios razoavelmente educados (não inclui "te chupo toda", ok?)simplesmente porque uma resposta agressiva da minha parte seria desproporcional à "ofensa" e ainda correria o risco de passar por maluca. Desnecessário, portanto. Nesses casos eu acho bem mais efetivo ignorar mesmo e em alguns casos em que o elogio é bem humorado e criativo, eu acabo sorrindo. Isso também nunca me trouxe nada de ruim.
A terceira e realmente problemática situação, na minha opinião é a que mais exige uma resposta à altura. E sobre este tipo de situação eu tenho muitas histórias pra contar. Contarei apenas algumas poucas de maneira resumida.
(cont.)

Anônimo disse...

Eu acho que esses homens que "cantam" as mulheres na rua, da forma grosseira ou mais ligth, não estão afim de conhecer ou se aproximar da mulher em questão. Fazem isso para eles mesmos, afirmarem o quanto são machos(inseguros). Óbvio que não são todos os homens que são vulgares, não costumam "cantar" ninguém na rua , há várias formas de chegar em uma mulher , se o homem a respeita e realmente tem vontade de conhecê- la, vai agir de uma forma que não a constraja .

vera maria disse...

Eu também já respondi muito, e quase sempre grosseiramente, tipo vai se fuder mesmo, hoje não preciso tanto assim de sair 'armada', mas nos restaurantes, quando como sozinha, ou em viagens pelo nordeste, sobretudo, muitas vezes tenho de 'por o pau na mesa', como fiz sempre a vida toda, é muito tempo e cansa pra burro. De todo modo, post ótimo,
abraço,
clara

Nih disse...

A terceira situação é quando o assédio inclui palavras ofensivas, obscenidades e contato físico inapropriado. Para estas situações eu precisei aprender a reagir desde cedo porque olha, mulher passa por muita coisa!
________________________________
Aos 11/12 ano eu era uma pré-adolescente com corpo de criança mesmo. Eu era super magrela, visivelmente uma criança. Todos sabemos que crianças são em geral "exploradas" por adultos para fazer aquilo que os adultos não têm paciência. Então eu ia ao mercado, ao banco, à padaria, etc. quase todos os dias e era muito frequente ouvir comentários absurdamente nojentos de homens acima de 60 anos no caminho (minha gerontofobia vem dessa época). Uma vez a coisa foi um pouco longe demais: um homem que devia ter mais de 40 me seguiu de dentro do mercado até a minha casa. Eu fiquei absolutamente em pânico e a decisão que tomei de última hora talvez tenha me salvado de algo pior, pois resolvi entrar no bar do lado de casa e esperar o cara desistir de mim. De todas as formas de assédio na rua, para mim, a pior é ser seguida. Visualizar a si mesma picadinha dentro de uma mala não é agradável!

Nih disse...

A segunda situação ocorreu aos 18 anos e eu já estava na faculdade. Em uma sexta-feira, marquei com amigos de irmos em uma boate GLS (na época a sigla era essa), mas eu precisei passar em casa antes, então marquei com eles em frente a um bar razoavelmente perto da boate. Acontece que a minha cidade tem um sistema de transportes sofrível, o que fez com que eu para não perder tempo, resolvesse ir à pé por uns 25 ou 30 minutos às 23h.
Saindo de casa, passei em frente a uma delegacia e logo em seguida passou um carro na minha frente e o motorista deste carro me encarou fundo. Até hoje eu lembro que era um palio vermelho com um smile amarelo na janela de trás do banco do motorista.
Já de imediato fiquei muito assustada e provavelmente por isto, o cara resolver me seguir. Eu estava de salto agulha tentando desesperadamente correr enquanto ele passava por mim calmamente, fazia o retorno e novamente passava por mim e o desespero só ia aumentando.
Sinceramente, eu a essa altura já estava convencida de que seria encontrada esquartejada dentro de uma mala e ele estava absolutamente calmo e agindo como se não fosse nada perseguir uma mulher sozinha à noite.
O caminho que me parecia curto, foi ficando cada vez mais longo e eu sabia que a qualquer momento ele iria descer do carro e me arrastar para algum lugar ermo, me estuprar e me matar em seguida. Foi quando eu olhei para o chão e vi paralelepípedos. Peguei 2 paralelepípedos (e deus sabe como essa merda pesa) e comecei a caminhar de cabeça e paralelepípedos erguidos pensando comigo "se ele for estuprador, é bom que seja necrófilo porque viva ele não me pegará".
Daí ele parou o carro do outro lado da pista e ficou me encarando. Quando o vi balancei os paralelepípedos pra ele, para demonstrar que ele teria trabalho em fazer algo comigo. A situação se repetiu quando ele andou um pouco mais e parou o carro mais à frente e eu continuei balançando os pedregulhos para intimidá-lo.
Nesse meio tempo, lembro de passar uma viatura da polícia que chegou a frear quando me viu com os pedregulhos, mas nada fizeram e acreditem: eu sei que deveria ter parado o carro da polícia e pedido ajuda, mas isso só passou pela minha cabeça bem depois, assim como não anotei a placa do carro.
Um tempo depois, cheguei onde precisava ainda com pedregulhos enormes nas mãos e encontrei meus amigos. Disse que estava sendo seguida e quando lembrei de decorar a placa do carro o cara arrancou e não deu tempo.
Ou seja: ele sabia perfeitamente que o que ele estava fazendo era errado! Enfim, fui seguida, passei vários minutos de terror e realmente acredito que se eu não tivesse feito nada, não estaria aqui para contar história.
Após o ocorrido, já na companhia dos amigos, pude me divertir bastante e esquecer esta história de horror.
Voltamos pra casa já de manhã (pouco antes das 6) e após me despedir dos meus amigos, voltei à pé para casa. No caminho ouvi "que delícia de morena" e quando olhei pra trás era um grupo de uns 5 playboys dentro de um carro. Só que naquele dia, eu não deixaria por menos! Eu disse "sai daqui agora!" e um me respondeu "que isso morena!". Olhei pro chão e vi garrafas de vinho e resolvi pegar uma e falei "me deixem em paz!" e outro respondeu "pô, você gosta mesmo de vinho!" e eu respondi "gosto de rasgar a cara de moleque abusado" (vários gritos de uis e ais em seguida e foi quando eu percebi um pedregulho no chão. Peguei o pedregulho e disse "sai daqui!". Muito sábia a minha escolha, afinal, aquele carro era obviamente do pai de um deles e eles se cagaram de medo de ter que explicar um vidro quebrado ou dois. Nesse momento aprendi que se um carro me seguir, melhor pegar um pedregulho e se preciso jogar com toda força. Homens têm um apego estranho com carros!

A partir daí passei a ensinar a todas as minhas amigas: se você estiver sozinha, cate um pedaço de pau e algumas pedras e se possível faça cara de maluca raivosa. depois que comecei a adotar esta tática, nunca mais tive problemas andando sozinha de noite.

Luiza disse...

Adorei o post, e digo que sempre respondo da pior maneira possível, principalmente se estou num lugar movimentado. Numa dessas situações, estava passando na rua, quando um sujeito chegou por trás de mim e disse que iria me comer; eu simplesmente virei pra ele e disse bem alto pra todo mundo ouvir: "Então tira essa micharia aí das calças que eu quero ver". O sujeito ficou completamente ruborizado, aí eu completei: "Viu, não tem coragem nem de tirar o negócio das calças. Por que será, né? Ou é pequeno, ou nem levantar deve. Broxa!" O sujeito mal sabia onde colocar a cara e eu saí de alma lavada. kkk

Ana disse...

@12:40
"Não quero ouvir a voz de mulheres não rua pois me é ofensivo ...feministas então não devem nem sair a rua pois sua imagem me ofende...

Voces vão pensar que absurdo...de fato é um absurdo mas é o resultado provavel do que desejam

Ou acham que só as mulheres tem direito de se ofender com o que der na telha"

Amigão.

Tem uma baita diferença entre ser alvo de um monte de comentário sobre o seu corpo, e simplesmente ouvir ou ver os outros.

Eu não tenho nojo de voz homem como você sugeriu ter de mulher.
Eu não tenho problema com o direito de ir e vir de gente que não tem a mesma opinião que eu, ao contrário de você que sugeriu que feministas nem saiam na rua.

São coisas diferentes. Aprenda a montar exemplos.

Ditar aonde os outros vão é absurdo. Querer andar na rua sem ser incomodada não é. Pelo contrário, é Direito meu (tanto quanto é seu).

E não me vem com essa de 'mulher se ofendendo com o que dá na telha'.

Quando você se pegar pensando duas vezes nos trajetos que faz ou nas roupas que usa por causa de homens te chamando de 'príncipe' o tempo todo, vamos ver se não te dá na telha também (e mais tarde, quando você se der conta de que não importa aonde você vá ou com que roupa você vá; NADA pára o assédio, vamos ver se não vai te dar na telha de novo!).

Quando um homem sussurrar no teu ouvidinho lindo com voz rouca e você não puder dizer um 'ai', quero ver não te dar na telha que a outra parte te achar sexy/lindo/gostoso/whatever pode não ser essa maravilha toda.

Quando você tomar coragem de dizer que não gostou e for chamado de 'filho da mãe escroto--' pra baixo, aí talvez acenda uma luz no seu cérebro e você entenda porque é que dá na telha.

Mas ok, se depois de passar por tudo isso você ainda achar que a opinião dos caras está acima da sua, aí você volta pra casa e ajoelha no milho por ter sido tão indelicado com alguém que só te abençoou com um elogio. Pra ajudar a aliviar a tua consciência pesada, sabe? Por ter te 'dado na telha' tantas idéias absurdas. Por ter passado pela tua cabeça controlar a vida (pfffftt!) desses pobres sujeitos bem intencionados.

Na boa... ficar de boca fechada é todo esse sacrifício? Mulher tem um puta autocontrole então, porque não só a gente fica de boca fechada, como continua de boa fechada depois de ter levado cantada... Meldels!

Décio disse...

É por isso que há um bom tempo ando sem olhar para os lados. É bonita? Dane-se. Não vou ficar dando corda para a neurose alheia.

Anônimo disse...

É por isso que há um bom tempo ando sem olhar para os lados. É bonita? Dane-se. Não vou ficar dando corda para a neurose alheia

_____________

mimimimimimmi

Anônimo disse...

Se eu, mulher, já sofri na adolescência por ser gorda (feia) e nao ter nenhum relacionamento amoroso, imagino o que os homens sofrem nesse sentido.

Isso não dá nem para comparar, é muito pior para os homens. E olha que eu sofri demais por isso.

Até hoje, com quase 40 anos, quando passo perto de uma escola e vejo adolescentes namorando, me dá um misto de raiva e inveja tão grande...

Lembro o tanto que eu me sentia mal por aquilo não fazer parte da minha vida...

E sobre isso de lista dos mais feios, nas minhas salas nunca fizeram explicitamente, mas faziam a lista d@s mais bonit@s. Fico pensando como é a vida e personalidade de adultos que foram crianças e adolescentes bonito@s. Já li aqui uma que ficou reclamando, que nunca esperavam nada dela além da beleza, etc, mas o estrago que faz ser desprezado pelo sexo oposto na adolescência é irrecuperável.

E nisso incluo as cantadas na rua. Para alguém como eu, que nunca foi "vítima" disso que discutem aqui, e que foi vítima de ofensas na rua ao invés de "cantadas", é impossível se solidarizar.

Ana disse...

@nina
"A gente tá cansado de saber que todo dia que saímos na rua, vai ter algum babaca pra assediar, porque ele pode. Porque "é natural".
Natural é respeitar as pessoas, o direito de ir e vir."[2]

Dá aqui a caneta amiga, vou assinar embaixo!

@Luiza
"O sujeito mal sabia onde colocar a cara e eu saí de alma lavada. kkk"

Sim, nunca que ele imaginou que a mulher, o alvo mudo, fosse rebater. Bem feito, levou no meio! Kkkkk

@Mordred
"Peguei 2 paralelepípedos (e deus sabe como essa merda pesa) e comecei a caminhar de cabeça e paralelepípedos erguidos pensando comigo "se ele for estuprador, é bom que seja necrófilo porque viva ele não me pegará"."

O_O

Eu nunca passei por nada tão ruim... Mas teve um episódio que foi bem tenso.

Tava voltando da academia com uma amiga - Ambas de camisetão, cabelo desgrenhado, gordas, suando... Me passa um sujeito e solta pra nós "ah, mas eu ia adorar comer uma bu... dessas".

A gente se olhou com cara de pânico e apressou o passo. PQP, QUE MEDO.

Quando cheguei em casa, contei pra minha família. Acontece que eu ainda morava com meus avós, numa cidade pequena. E em lugares assim quando algo do tipo acontece, todo mundo fica sabendo porque é como que 'obrigação da comunidade' manter a segurança, sabe? Então meu avô prontamente saiu e foi contar pra todos os vizinhos.

Nisso ele descobre que o tal sujeito andava por ali há dias, e que várias outras filhAs e netAs já tinham chegado em casa reclamando.

Um bis pra quem adivinhar o que aconteceu...

Assim que souberam que eu tinha visto o cara por ali, os homens da rua se armaram (com tudo o que vocês puderem imaginar - tinha de facão à arma), me enfiaram num carro, e saímos todos pra "caçar" o cara.

Quatro caras do tamanho de armários armados até os dentes, e eu.

Não gente, eu não fiquei feliz. Não gente, eu não me senti mais segura. E não gente, eu não tive nem tempo de correr!! XD

Nunca na minha vida eu passei por algo tão aterrador quanto aquela situação. O clima no carro era horrível. Era um negócio que chega a ser difícil de explicar. Eu tinha certeza que, se a gente encontrasse o cara, eu ia testemunhar um assassinato.

Por sorte (?) não achamos o cara. E eu já tava mesmo debatendo comigo mesma um monte se, caso visse o sujeito, falaria que tinha sido ele. A idéia de ver alguém ser espancado e esfaqueado e depois levando uma bala no meio da testa não me agradava, por mais que eu quisesse, eu mesma, acertar um belo chute nele.

O engraçado é que os homens que estavam ali comigo naquele carro nunca foram exatamente flores. Eles mesmos eram machistas. Mas aí se mexiam com as filhAs ou netAs deles, a reação era partir pro linchamento...

Eu nem sei direito como esse relato se encaixa aqui, mas enfim. Esse foi meu pior episódio envolvendo assédio. Quando a Mordred falou em pegar pau e paralelepípedo me veio à cabeça a homarada prendendo as armas no cinto, enfiando faca na bota...

Ge Lima disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ge Lima disse...

Minha arma pra cantadas sem graça é o fone de ouvido! Coloco logo aqueles headphones e fico cantando as musicas, nenhum abre a boca e ficam com aquelas caras de irritados por que não podem soltar as poesias.

Anônimo disse...

a arma mais eficiente contra os lixos....
head fone....

eles ficam extremamente putos quando veem a gente com o fone..hahha
isso eu já notei.

Anônimo disse...

a arma mais eficiente contra os babacas

head fone

Anônimo disse...

PARA Anônimo das 02:08

Caro mascu ignorante, desde quando chamar uma mulher na rua de: "gostosa", "vou te chupar", "vou te comer", "tesão", etc, é "flerte"?!
Quando uma mulher sai na rua, ela sai pra fazer o mesmo que qualquer homem: estudar, trabalhar, pegar o filho na escola, ir às compras, etc, ela não sai pra se exibir e escutar grosserias de um ogro idiota qualquer!
O feminismo pode até não conseguir construir uma sociedade "tão linda", mas, uma sociedade melhor, com certeza!
Os países governados pelo MACHISMO: Congo, Afeganistão, Índia, Irã, etc, são países miseráveis, de muitas injustiças sociais, países onde tanto mulheres(embora estas sejam as mais sofridas) quanto homens sofrem muito com tanto ódio e miséria!
Deixe de ser ignorante, se informe melhor, seja um homem melhor.


PARA Anônimo RIDÍCULO das 02:16

Vc mandou a autora do blog enfiar no c..., porque isto mostra o homenzinho ridículo e misógino que é!
Para um "tipinho" como vc, falar grosserias e baixarias na rua serve pra vc se sentir mais macho, algo que talvez vc nem seja.
Porque mandar uma mulher enfiar ou tomar "naquele lugar"?! Se vc falasse isso pra um homem já seria baixaria e escrotice da tua parte, mas falar pra uma mulher mostra o quanto não passa de um covarde!
Se alguém mandasse tua MÃE enfiar a opinião dela no C...?! Se alguém mandasse tua irmã, tua filha(se não tem, pode ter pra vc "pagar com a língua") tomar naquele lugar?!
Pimenta nos olhos dos outros é refresco né babaca?!
Cuidado, um dia vc pode mandar uma mulher de bandido, ou até mesmo uma policial.
No último caso, vc vai pra cadeia! No primeiro, vc vai pra vala!
Tomara que tenha sorte pra acontecer o segundo porque tipos de caras como vc não são dignos de ódio, são dignos de pena!



Sawl

Juliana S. disse...

Antes eu não me importava muito com essas coisas, quando o cara falava eu fingia que não estava ouvindo e continuava andando. Até o dia em que eu discuti com um e como ele não parou com os comentários ofensivos eu parti pra cima mesmo, chutei seu órgão reprodutor e comecei a bater nele, tapas chutes, murros, até minha prima me tirar de cima dele e ele ser levado pelos seguranças estávamos do barco; (ferry boat). Resultado: até chegarmos do outro lado mas nenhum homem chegou perto da gente. Depois, quando me acalmei, fiquei pensando na loucura que tinha feito, mas foi bom sentir a sensação de poder, de ser temida, e até hoje sou assim, discuto, debato, e se não houver jeito parto pra porrada!

Anônimo disse...

"Cuidado, um dia vc pode mandar uma mulher de bandido, ou até mesmo uma policial.
No último caso, vc vai pra cadeia! No primeiro, vc vai pra vala!
Tomara que tenha sorte pra acontecer o segundo porque tipos de caras como vc não são dignos de ódio, são dignos de pena!"

Palmas. Falou tudo!

Juliana, parabens! Eu também reajo, e na minha cabeça uma coisa é bem clara: antes morta do que estuprada/humilhada.

Nih disse...

Só uma coisa que eu esqueci de comentar (apesar de ter falado bagaray). Eu decidi, por mim, em que situações vale a pena reagir e quais não.
Entretanto nem todas as mulheres têm condições físicas/psicológicas de reagir a um assédio e isso só não é mais triste do que haver assédio.
Até mesmo hoje em dia acontecem assédios comigo, mas há algum tempo eles têm sido menos frequentes.
Não que eu seja menos desejável fisicamente, mas hoje em dia eu tenho a aparência e a atitude bem menos frágil do que tinha antes.
Quando eu era apenas uma garotinha esquálida (e bem pouco desejável, ao menos do meu ponto de vista) foi justamente quando eu era mais agressivamente assediada.
Quando dos 14 aos 16 anos saía com uma prima minha de 1,45 de altura reparava que o assédio contra mim diminuía (porque apesar de eu ainda ser magra e não muito alta, ao lado dela eu parecia o Hulk). Por que? Simplesmente porque ela parecia (e de fato era) mais frágil e vulnerável.
Dependendo das amigas que estavam comigo o alvo do assédio mudava. Assim, com meninas mais fortes eu era o alvo e com meninas mais frágeis eu não era.
Muitas vezes precisei proteger efetivamente essa minha prima "baixinha".
Com este exemplo fica claro que é uma questão de poder e não de desejo.
Eu tenho a sorte de conseguir intimidar homens quando eu quero (funciona em grande parte dos casos), mas e as meninas que não têm essa possibilidade? Acho muito positivo reagir, mas existem muitas mulheres que não podem reagir. Essas vão continuar sendo humilhadas nas ruas?

E Ana: de alguma forma, com seu relato fiquei aliviada em saber que não houve linchamento. Espero que ser um homem "caçado" pelo menos tenha servido para o cara se mancar.

Anônimo disse...

nao é comum ao americano mexer com mulher na rua, dizer gracejos e até mesmo pra olhar sao discretos. alguns, qdo a mina é estrangeira, até perguntam se pode dar um beijo qdo estao saindo com ela e vai ser o primeiro beijo, claro que isso nao é 100% e para a falta de mexer com a mulher na rua, podemos dizer que vao direto a vias de fato: matam. toda semana nem sei qtas mulheres somem nesse país e depois sao encontradas mortas pelo marido, pelo noivo, pelo namorado, pelo ex. ontem num noticiário sobre uma moça que escapou de ser estuprada (o cara já tinha conseguido tirar a calcinha dela), bem ela conseguiu espirrar pepper spray na cara do sujeito e assim saiu como heroína. daí duas mulheres da TV, a repórter (feminista ferrenha) e uma convidada, ensinaram bem explicado e esclarecido como a mulher deve usar o pepper spray e outros produtos tb.

LeoneL disse...

Anônimo disse... enfia o post no seu cú 8 de setembro de 2012 02:16

cara, num é pq tu gosta que todo mundo gosta! teu pai gostava? ainda gosta? senta lá, filhote de cobra.

Ellie disse...

Parabéns à Isadora pela coragem.

E uma coisa que me revolta é o pessoal que afirma que "depende da mulher" ou que "tem mulher que gosta"... Mesmo que haja essa minoria que goste (o que eu realmente reluto a acreditar), então isso obriga a todas as outras mulheres do mundo, que se sentem violadas, ofendidas, assustadas, a pagarem o preço por essa minoria (imaginária, na minha opinião)? Aliás, o cara que te aborda na rua nem te conhece! É justo assediar alguém que você não tem como saber se vai gostar ou não, se vai se sentir invadida ou amedrontada, e ainda pensar que tem esse direito porque "tem mulher que gosta"?

Várias meninas acima comentaram que esse assédio começa cedo, e é verdade; começou quando eu tinha uns 11 anos, e além de eu não aparentar ter mais que a minha idade, sempre acontecia quando eu voltava da escola, ou seja, eu estava usando uniforme, era óbvio se tratar de uma pré-adolescente. E não era lá de vez em quando, acontecia com bastante frequência, e por homens bem mais velhos. É impossível crer que uma menina de 11 anos, voltando da escola sozinha, iria gostar de ser assediada por um bando de homens bem mais velhos e completos desconhecidos. Sem contar que é no mínimo DOENTIO um homem adulto considerar normal (e eles consideram, já que fazem isso em lugares públicos, sem o menor constrangimento) desejar sexualmente uma criança ou pré-adolescente e ainda expressar esse desejo. Claro que é nojento fazer isso com qualquer mulher, independente da idade, mas quando se trata de meninas que sequer tem condições de reagir à altura, tanto verbalmente quanto fisicamente, é que eu percebo o quanto é indignante essa forma de violência, e o quanto ela é tolerada.

Elaine Cris disse...

Gostei do post, e também gostei dos comentários da Mordred. Sei que muitos homens são ensinados a assediarem nas ruas pra provarem a si mesmos e ao mundo sua masculinidade, sei que se acham no direito de nos avaliarem e nos darem seu veredicto não solicitado, mas não chego a me irritar se o cara simplesmente dá um bom dia, mesmo que seja daqueles melosos, ou me olha com mais atenção mas sem ser de uma forma exagerada, por exemplo, porque até aí nenhuma regra da boa convivência foi quebrada.
É claro que infelizmente falta bom senso e a maioria das coisas que ouvimos na rua, vão muito além de um "bom dia" meio maldoso ou simplesmente uma olhada mais atenta,
mas assim como a autora do guest post, não sou de ficar calada se me sinto ofendida, desrespeitada ou invadida.

lola aronovich disse...

Ish, o anônimo das 2:08 deixou uns 20 comentários desses ou com variações. Pensei que tivesse apagado todos, mas um ficou. Pra vcs verem a raiva do sujeito.

Me lembrou este post terrível (em inglês), também sobre homens com muita raiva.

Anônimo disse...

Muitos aqui postaram opiniões contra a insatisfação das mulheres com o suposto flerte.
Primeiro: flerte é coisa de pessoa inteligente(não apenas homem), enquanto que assédio é coisa de gente burra(há mulheres que assediam mas são minoria devido à educação machista)
Segundo: Grosseria e intimidação NÃO são flerte!
Desde quando: "gostosa"(dita por um estranho, pelo namorado ou marido é diferente pois existe intimidade), "tesão", "vou te comer", "bela bunda", "vou te chupar", "vc vai me chupar", etc, são flertes?!
Na minha humilde opinião todos estes termos são para intimidar uma mulher, pra o babaca sentir que é "macho"(em sua cabeça oca de fracassado) e precisa mostrar a "fêmea frágil" que ela deveria estar em casa invés de sair(para estudar, trabalhar, etc).
O problema é que estes cretinos não enxergam(afinal, viseira atrapalha) que suas mães, esposas(isto é só uma mulher de muito baixo alto estima para ficar com um sujeito desses), irmãs, e até filhas(ou futuras filhas) PODEM ser vítimas de misóginos imbecis como eles!

Na minha humilde opinião, homem que faz assédio sexual(especialmente os assédios mais agressivos e humilhantes) contra mulheres, boa parte contra CRIANÇAS(o nome disso é PEDOFILIA para os safados que fingem não saber o estão fazendo, NÃO é homem, é COVARDE! Fato.



Sawl

Anônimo disse...

Gente , que incrível !! nunca respondo porquê tenho medo do que possa acontecer , mais isso me inspirou de tal forma ,que fiquei com vontade , vou ter que tomar cuidado, só que isso foi realmente verdadeiro :D

Anônimo disse...

As meninas aqui dos comentários criticam os sujeitos que fazem comentários machistas muitas vezes dizendo que eles moram com a mamãe ou que são fracassados que não comem ninguém. Claro que existem vários casos desses, mas, em uma sociedade que acolhe o machismo, isso está muito longe de ser regra.

Anônimo disse...

"Luiza disse...

"Adorei o post, e digo que sempre respondo da pior maneira possível, principalmente se estou num lugar movimentado. Numa dessas situações, estava passando na rua, quando um sujeito chegou por trás de mim e disse que iria me comer; eu simplesmente virei pra ele e disse bem alto pra todo mundo ouvir: "Então tira essa micharia aí das calças que eu quero ver". O sujeito ficou completamente ruborizado, aí eu completei: "Viu, não tem coragem nem de tirar o negócio das calças. Por que será, né? Ou é pequeno, ou nem levantar deve. Broxa!" O sujeito mal sabia onde colocar a cara e eu saí de alma lavada. kkk"

Chamar o homem de broxa e pinto pequeno não seria preconceituoso com pessoas com esse problema? Do mesmo jeito que mandar tomar no cu seria uma referência negativa à pratica do sexo gay. Já vi outros blogs condenando o uso de expressões como "débil mental" e "retardado" como insulto e a Lola condenar outras expressões referentes à mulher como "puta", "vadia", "piranha". Me parece que o pessoal aqui condena o politicamente incorreto na hora de receber xingamento, mas na hora de xingar, tudo bem. Estranho.

Nih disse...

Anônimo da 12:50: se eu fosse você eu voltaria a ler o artigo sobre xingamentos da Lola, no qual ela se coloca contra xingamentos sexistas, que incluem aqueles que só se aplicam a homens também, como "corno", "brocha" e que também pode incluir "pinto pequeno".

Mas convenhamos, se você está lidando com um agressor, não se espera que você seja uma flor de delicadeza ao reagir né? Se o cara queria afirmar sua "masculinidade" ao assediar uma mulher, a maneira mais eficaz de responder a isso seria, ao menos em tese, atacar o que este sujeito chama de masculinidade né.

Anônimo disse...

"Mordred Paganini disse...

"Anônimo da 12:50: se eu fosse você eu voltaria a ler o artigo sobre xingamentos da Lola, no qual ela se coloca contra xingamentos sexistas, que incluem aqueles que só se aplicam a homens também, como "corno", "brocha" e que também pode incluir "pinto pequeno".

"Mas convenhamos, se você está lidando com um agressor, não se espera que você seja uma flor de delicadeza ao reagir né? Se o cara queria afirmar sua "masculinidade" ao assediar uma mulher, a maneira mais eficaz de responder a isso seria, ao menos em tese, atacar o que este sujeito chama de masculinidade né."

Mas aqui mesmo usam insultos mais abrangentes e não menos preconceituosos que nada tem a ver com a "masculinidade" como "idiota", "débil mental", "retardado", algumas ridicularizaram a idade do agressor. Queira me desculpar, mas isso me parece um tanto unilateral.

Luiza disse...

Uma boa lição para os grosseirões assediadores:

http://www.youtube.com/watch?v=ROUMwr3P4I0

Nih disse...

Anônimo 16:11:
"Mas aqui mesmo usam insultos mais abrangentes e não menos preconceituosos que nada tem a ver com a "masculinidade" como "idiota", "débil mental", "retardado", algumas ridicularizaram a idade do agressor. Queira me desculpar, mas isso me parece um tanto unilateral."

___________________________________

Concordo. Todos os xingamentos que você citou (e poderíamos citar vários outros)possuem uma forte carga de preconceito embutidos.
Se livrar disto é muito difícil, de fato. Eu, como profissional de psicologia muitas vezes me pego utilizando expressões deste tipo. eu, particularmente, jamais poderia utilizar esta espécie de xingamento mas de fato uso (não me orgulho, apenas sai).
É algo que eu, pessoalmente, venho trabalhando. E, se alguma leitora aqui utilizar este tipo de ofensa, isso não pode ser atribuído à Lola, cujo xingamento máximo aqui é escrotossauro.
Enfim, acho importante levar esse tipo de discussão a sério em nome da coerência. Enquanto isso, eu, pessoalmente, procuro melhorar.

IRAILDE SANTANA disse...

Simplesmente sensacional! Amei esse post!

Bruna B. disse...

Cantada: Chuparia todinha.
Resposta: Por que? Tenho cara de piroca?

Cantada : Gata, você é linda demais, só tem um problema, a sua boca tá muito longe da minha!
Resposta: Questão de higiene.

Cantada: Se tivesse uma mãe como você mamaria até os 30 anos.
Resposta: Se eu tivesse um filho como você mandaria pro circo!

Cantada: Nossa, que tesão.
Resposta: Enfia o dedo no rabo que passa.

Mirella disse...

ultimamente tenho respondido a estas agressões. a última foi no sábado.

Tava um calor desgramado em São Paulo e, sabendo que ainda ia ter de pegar metrô, fui encontrar o namorado de short e uma blusa bem levinha - isso umas 21:00 da noite. Morro num bairro super tranquilo e tava indo para a Paulista, ou seja, sem problemas, né?

Ainda na minha rua, quase dobrando a esquina, tinham uns moleques sentados na calçada de um prédio. Passei por eles e ouvi aqueles burburinhos típicos. Não tive dúvidas: mandei um "enfia no c*" mostrando o dedo do meio, sem parar de andar ou para olhar para trás.

Só sei que ouvi os 4 mudos de choque e depois uns comentários de surpresa.

Apapqp, nem na minha rua eu posso andar?

Anônimo disse...

"Mordred Paganini disse...

"Concordo. Todos os xingamentos que você citou (e poderíamos citar vários outros)possuem uma forte carga de preconceito embutidos.
"Se livrar disto é muito difícil, de fato. Eu, como profissional de psicologia muitas vezes me pego utilizando expressões deste tipo. eu, particularmente, jamais poderia utilizar esta espécie de xingamento mas de fato uso (não me orgulho, apenas sai).
"É algo que eu, pessoalmente, venho trabalhando. E, se alguma leitora aqui utilizar este tipo de ofensa, isso não pode ser atribuído à Lola, cujo xingamento máximo aqui é escrotossauro.
"Enfim, acho importante levar esse tipo de discussão a sério em nome da coerência. Enquanto isso, eu, pessoalmente, procuro melhorar."

Muito obrigado por me responder educadamente. Esperava que viessem pra cima de mim com um monte de pedras na mão, pois já vi opiniões discordantes(não machistas) aqui e na F&F do orkut serem respondidas sem a mínima educação. Lá tem até um tópico com piadas que ridicularizam homens.

Julia disse...

kkkkkkkkkkkkkkkk
Olha as respostas da Bruna!!!

Eu prefiro esse estilo, acho que mostrar o dedo é meio infantil. Prefiro mandar um vai se fuder.

Anônimo disse...

"Anônimo disse...

"Se eu, mulher, já sofri na adolescência por ser gorda (feia) e nao ter nenhum relacionamento amoroso, imagino o que os homens sofrem nesse sentido.

"Isso não dá nem para comparar, é muito pior para os homens. E olha que eu sofri demais por isso.

"Até hoje, com quase 40 anos, quando passo perto de uma escola e vejo adolescentes namorando, me dá um misto de raiva e inveja tão grande...

"Lembro o tanto que eu me sentia mal por aquilo não fazer parte da minha vida...

"E sobre isso de lista dos mais feios, nas minhas salas nunca fizeram explicitamente, mas faziam a lista d@s mais bonit@s. Fico pensando como é a vida e personalidade de adultos que foram crianças e adolescentes bonito@s. Já li aqui uma que ficou reclamando, que nunca esperavam nada dela além da beleza, etc, mas o estrago que faz ser desprezado pelo sexo oposto na adolescência é irrecuperável.

"E nisso incluo as cantadas na rua. Para alguém como eu, que nunca foi "vítima" disso que discutem aqui, e que foi vítima de ofensas na rua ao invés de "cantadas", é impossível se solidarizar. "

Sem contar que o homem feio também se dá muito mal na rua. Sempre tem aquele grupinho cochichando, apontando pra ele e rindo, pessoas que passam próximo e chamam de "feio" e "horroroso" mesmo, apontando os defeitos físicos, grupos de meninas dizendo "Olha lá o seu namorado!" e etc. Se vocês invejam o fato do homem poder andar despreocupado, tenham em mente que essa despreocupação só existe com os de boa ou razoável aparência.

Leio Lola Leio disse...

Sempre reagi assim como a autora do texto numa situação na qual um sujeito faz comentários desse tipo. O problema é quando esse tipo de comentário vem de um colega de trabalho ou coisa do tipo. Eu peço respeito e acabo deixando bem claro que não gosto de tais brincadeiras. Daí fico com fama de brava, ente outras coisas. Mas, essa maneira de mexer com mulheres na rua sempre me irritou e lembro de quando eu era mais nova e deixava de sair da minha casa para não passar pela multidão de moleques que estavam na minha rua. Só enfrentava isso quando se tratava de compromissos inadiáveis. Já cheguei em casa chorando contando à minha mãe que tinha me sentindo mal pela maneira como os rapazes mexeram comigo, cheguei a dizer que meu irmão mais velho bateria neles (rsrsrsrsrs). Minha mãe, machista ao cubo, como a minha avó era, disse que eu não tinha senso de humor, mas, mesmo assim, incentivou que eu reagisse, que eu tivesse presença de espírito nessas horas e respondesse às grosserias. Mas, ela sempre achou que rua não era lugar de moça direita, ao contrário do meu irmão, eu não podia ficar "zanzando" por aí. Mas, enfim, ela como mãe solteira acabou, mesmo sem se dar conta, transmitindo a mim alguns valores e atitudes de mulher emancipada que não se afirma a partir de um homem, que não precisa de um homem para ser alguém. O resto, adquiri na vida, mesmo que a contragosto dela.

Luiza disse...

Pelo que analisei e conclui desses agressores(me considero bem arguta, embora isso possa parecer arrogante rsrs) as referências insultosas gerais direcionadas ao pinto do sujeito são muito mais eficientes do que quaisquer outras. Meninas, então bolem a maior quantidade de insultos relacionados ao tamanho do "dito cujo" e disfunção erétil que puderem e descarreguem no primeiro espertinho. kkkkkkk

Gabi Loka disse...

Eu sou super a favor da Lola colocar uma de busca no blog pra depois que o tempo passar e eu (ou outra pessoa) quiser mostrar esse texto pra alguem tenha como encontra-lo.

texto muito bom!!

Val disse...

Texto para lavar a alma! Acredito que todas temos vontade de reagir, mas muitas vezes o medo vence...
Mudei para Floripa há alguns anos, e por aqui esse tipo de comportamento desrespeitoso é mais comum do que no lugar onde eu morava antes, no inicio eu nem sabia direito o que pensar!
Lembro de uma vez que estava voltando para o trabalho com duas colegas depois do almoço.. eu estava mais gordinha na época, então nem todas as minhas calças ficavam confortáveis, e eu estava usando uma de um jeans bem molinho, que era macia, mas marcava um pouco o bumbum. Vinhamos caminhando e conversando muito distraídas quando repente um sujeito que andava atras de nos atolou (literalmente) a mão na minha bunda! Chegou a me levantar! Me senti muito humilhada. Ele passou por nós andando rápido e eu gritei todos os desaforos que pude, a ponto dele começar a correr. Mas o mais surpreendente foi a reação de minhas colegas,que reprovaram minha indignação e apenas disseram: "ele não resistiu a tudo aquilo na frente dele". Me senti mal por semanas, imaginado tudo que gostaria de ter feito na ocasião.. passei meses sem usar a dita calça, e ainda hoje reluto em coloca-la. Foi a primeira vez que reagi a uma coisa dessas. Desde então não estou mais disposta a levar desaforo pra casa!

Anônimo disse...

Lei não proteje mulher nenhuma,o negócio mulherada é vcs aprenderem artes maciais e andarem sempre em grupo pra se defenderem desses assédios.

Anônimo disse...

Sou lutadora de jiu jitsu,sou contra violência,porém já sai na porrada com muito machinho metido a besta.Pra mim esse lance de maria da penha é uma piada,o negócio é se defender,infelismente não tem outro jeito.

Anônimo disse...

JAMAIS se declare para uma mulher.
Na mente feminina uma frase como “fulana, eu gosto de você” é entendida assim: “fulana, sou um pobre coitado carente que nenhuma mulher quer. Minha situação é tão desesperadora que desisti de tentar xavecar mulheres e agora estou implorando de joelhos que você tenha pena de mim e aceite namorar comigo”. Mulher não é instituição de caridade, amigo.

Anônimo disse...

Sou um grande fã do seu trabalho, concordo com tudo o que você faz, estou ingressando no movimento, tem alguma sugestão

Eliel Santos disse...

Genial, simplesmente genial, você é uma inspiração! Obrigado por tudo que me ensinou

Vivianne disse...

Adorei os comentários da Mordred Paganini. Também acho que grosseria (quase) gratuita não ajuda em muita coisa, tem que ter um certo bom senso na hora de responder. Acho que a postura de que tem que reagir correta, claro, mas eu sempre acho que não adianta muito você responder qualquer coisa, porque o agressor ignora completamente os seus motivos e volta a fazer de novo. Não? O cara vai achar que você é só uma "mal comida". Blairg!

Bom, pra mim é bem difícil responder porque eu não respondo ninguém desconhecido de forma grosseira, por medo. Morro de medo de gente. É patético, eu sei, mas tenho muito medo de gente doida que pode querer me fazer mal por um simples "dá licença, posso fechar a janela?" É neurose eu sei, mas é complicado...

Mila disse...

Me identifiquei com esse post. Quando adolescente já fui "cantada" quando não seguida por homens mais velhos simplesmente por estar de calça legging e regata no dia da Educação Física. Ano passado, saindo da aula de taekwondo eu peguei uma van e fui para casa. Não estava de regata, de saia ou de qualquer coisa que pudesse sugerir que eu estava "pedindo". Estava com um dobok, uma roupa enorme usada em luta. Pois na van um homem sentou ao meu lado e ficou roçando em mim. Tive de descer numa parada em frente a um supermercado e despistá-lo lá.
Minha mãe disse que eu não tenho malícia, pois tenho coragem de sair à noite sozinha, usando a roupa que eu quero. Creio que isso não é "não ter malícia", mas é saber que tenho o direito de andar como eu quiser sem ser incomodada por ninguém.

* disse...

Sobre a galera que diz que a mulherada deve fazer artes marciais...
Claro que ajuda a se defender, mas cada situação é uma situação. Eu sou faixa preta em kung fu e já cansei de sair da academia ainda com o uniforme e a faixa na cintura... Acham que eu nunca ouvi uma grosseria vestida desse jeito?

Nih disse...

Anonimo

"Muito obrigado por me responder educadamente. Esperava que viessem pra cima de mim com um monte de pedras na mão, pois já vi opiniões discordantes(não machistas) aqui e na F&F do orkut serem respondidas sem a mínima educação. Lá tem até um tópico com piadas que ridicularizam homens."

10 de setembro de 2012 13:18

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Você levantou uma questão que eu acho justa. E sinceramente não me deu motivo algum para hostilidade. É o mesmo caso do "bom dia" que eu posso ouvir na rua que eu citei acima. Obrigada pelo reconhecimento, mas acho que tratar com educação quem está sendo educado é o mínimo né?
Às vezes eu escorrego feio, mas enfim, tento melhorar. Faz parte.

Nos tempos do orkut já entrei em várias discussões (muitas delas completamente idiotas) e posso dizer que acabei amiga de vários trolls. Por trás de grande parte dos perfis fakes que comentam (e provocam) existe um ser-humano (geralmente entediado).
Teve troll que até ficou meu "amigo", mas usava outro perfil pra me atacar rs. Em geral o pessoal "masculinista de orkut" me divertia. A diversão acabou quando vieram os sanctos. Eles de fato não têm senso de humor algum (sim, eles não conseguem entender sarcasmo nem que a vaca tussa) e ainda costumam ameaçar todo mundo.
Uma vez esculachei tanto o Pulsen (e outros sanctos tipo Omegaman) que ele se apaixonou. Um dia conto essa história...Aliás isso aconteceu em uma comunidade em que o Silvio "original" postava.
Eu tenho um amigo que conheci no orkut enquanto ele trollava "feministas". Ele disse que eu era sapata e eu pedi o telefone da mãe dele. Ficamos amigos assim..rs

Vivianne: ^^

Fábio RT disse...

Excelente post ! Muito esclarecedor...principalmente por mostrar que muitas vezes...mesmo sem querer...podemos fazer as mulheres sentirem com medo e insegurança e isto...obviamente não é bom... mas fica uma dúvida: vocês mulheres são muito bonitas, portanto nós homens gostamos de olhar pra vcs...acaba sendo inevitável ... pergunto pra vcs então...com uma desconhecida...qual é o limiar do "apenas olhar" ? quando os olhos se encontram ou percebo que ela notou que estou olhando eu paro de olhar pra não incomodar... isto é correto pra maioria de vocês ? Olhar quando uma mulher não está percebendo e portando não vai se incomodar é errado ? Obrigado e ABraços para todos

Fabiula disse...

É interessante também como revidar de forma educada desarma os caras. Eu há muito tempo já respondo de acordo com a agressão. Mas outro dia foi engraçado, quando um funcionário de um buffet que estava lavando o pátio externo do local me viu passando na calçada e já ia soltando um "delíc..", eu rapidamente olhei pra ele e disse "bom dia!", assim mesmo bem animada. Ele deu risada e respondeu com um "bom dia" meio sem graça. Achei legal. Por isso agora, sempre que alguém me olha com uma cara meio estranha na rua eu já boto um sorriso enorme no rosto e solto um "bom dia/tarde/noite" bem animado. Têm funcionado.

IM disse...

Adorei o texto. Me identifiquei, assim como muitas, com certeza.
Neste domingo que se passou ocorreu algo semelhante a mim.
Saí com amigas a um bar, e, tendo terminado um relacionamento há pouco, não estou lá naquele tom bem humorado. E como diz Gilberto Gil numa canção: o vinho busca ocupar o lugar da dor, que a dor ocupa metade da verdade, a verdadeira natureza interior. Se é que me entendem...
E eis que um homem, de seus 30 anos pra mais, chega pra uma amiga que estava comigo e diz, sobre mim, "sua amiga parece japonesa". Até aí, dane-se, até porque meus olhos são um pouco puxados. Mas eu, irritada porque meu ex tinha acabado de chegar ao bar (hahaha), olhei feio pro cara, como quem não estava gostando dele falando de mim. Ele, não contente, disse ainda "mas é muito bonita viu", algo do tipo. Lancei outro olhar revoltado, definitivamente detestando a situação. O infeliz, pra piorar, mesmo percebendo meu estado de espírito, solta: pois devia dizer obrigado!
Ai ai, achei um absurdo... Disse a ele "a beleza é pra todos". Minha frase não teve muito sentido superficialmente, porque eu ali não soube improvisar uma resposta, mas eu estava querendo dizer que todas as pessoas são belas, enfim, e não que eu estava fazendo um favor, oras, dizer obrigada! Hahaha, me poupe... Mas o cara, possivelmente bêbado, nem sei se ouviu, porque minha amiga fez um gesto a ele indicando um "ta, pode sair daqui antes que minha amiga surte" e o cara sumiu...
Não sei se posso considerar essa situação como devidamente uma resposta, porque eu na hora me embananei com as palavras e o cara não deve ter entendido o que eu quis dizer. Mas já foi um começo. E fiquei feliz não tendo deixado barato, porque não suporto essas situações. :)

Anônimo disse...

hj tenho 33. quando tinha 20, e usava tênis e calça cargo, o que me fazia parecer ter 15 e meio tomboy, estava passando na rua quando um babaca que aparentava uns 40 passou falando no celular. quando passou por mim falou alguma gracinha pro cara do outro lado da linha sobre mim. ele quis se pagar de o pegador gostosão, o galanteador. tive uma reação impulsiva e falei bem alto pra fazer o bobo passar vergonha: "vc tem idade pra ser meu avô, não tem vergonha não?" ...kkkkkkkkk...olha, a cara de tacho do coitado me deu até pena, kkkkkkkkk. chamei o bobão de velho acabado e quase pedófilo. ele deve ter ficado arrasado.

umas meninas que frequentavam comunidades feministas do orkut encontraram a resposta ideal pra acabar com o dia de coroas tarados que nos passam cantada na rua: "bença, vô". kkkkkkkkkkk...

não tem nada pior pra um coroa "pegador" do que ser chamado de velho babão por uma "mocinha", hehehe.

Unknown disse...

Debate interessante. Para contribuir quero apenas lembrar as declarações da Natália, do BBB8 e agora no BBB13, em rede nacional para milhões de pessoas:

- "Carinho eu recebo de mãe e pai, homem tem que dar é porrada na cama.”

- “Não nasci santa para fazer caridade. Se for minhoquinha, vou saindo fora.”

O que você acham?

Unknown disse...

Cansada de ser importunada na rua e olha que nem sou do tipo “mulher que chama a atenção”. Contei minha história em alguns blogs e solicito, meninas, não aceitem mais esta humilhação.


Eis meu relato:


No meu caminho para o trabalho, a pé, precisei desviar de um caminhão estacionado meio na calçada, meio na rua, já atrapalhando a passagem de pedestres, me espremi para achar um trecho na calçada e passei colada ao caminhão. Onde o passageiro sentando no caminhão disse "oi, minha querida". Eu já estou no limite com esses assédios. Passava por isso em Santa Maria – RS, passava por isso em Curitba-PR e agora revivo esta história em Florianópolis –SC. Foi aí que eu exclamei em alto e bom tom: "O que foi? além de atrapalhar o caminho, tem a coragem de incomodar quem passa aqui falando gracinhas? Eu não posso passar nem na frente de uma Igreja que tem engraçadinho mexendo comigo?" ele tentava responder...o motorista do caminhão voltou para ver o que houve, um senhor que estava na Igreja recebendo este caminhão saiu para ver o que diabos estava ocorrendo...e o senhor (sim, porque era um senhor) que 'brincou' comigo, desceu do caminhão e foi andando em direção ao motorista como quem diz mentalmente 'me salva' e eu continuava a gesticular, gritar, como uma mulher mentalmente perturbada (mas a verdade é: moralmente perturbada)... O mais impressionante é que nem o tal senhor da Igreja foi capaz de intervir, talvez já por medo de mim, sei lá. Mas acredito que para eles é tão normal um homem importunar uma mulher e tão anormal uma mulher reclamar de forma escandalosa a esse assédio, que ambos (motorista do caminhão e senhor da Igreja) ficaram sem ação, só me observando e vendo a vergonha (ou não) que assombrava o senhor de frases graciosas, que no meio da minha gritaria ainda tentava se explicar me dizendo "Mas eu só disse minha querida..."


É meninas, mas é assim que começa: "minha querida", depois "minha gostosa", evolui para uma tentativa de passar a mão até o momento em que tentarão te violentar. Eu estou exagerando? Pode até ser...para algumas. Mas luto mesmo é pela minha liberdade de poder, em paz, andar 100 metros sem ser moralmente humilhada, por um sujeito que, parafraseando a blogueira Bárbara Araújo Machado, te importuna "pelo simples fato de você ser uma mulher".


Sei que corro o risco de um dia receber uma resposta agressiva tanto verbal quanto física. Mas, isso realmente não vai me calar.


Vejo mulheres lutando pelo direito de estudar, mulheres lutando pelo direito de rezar, então eu vou lutar, sempre, para ser respeitada!


Se preciso for, vou guerrear, para encontrar PAZ.


Abraços a todas.


Lucélia.