terça-feira, 28 de agosto de 2012

"COMO SER FEMINISTA SEM ME DESTRUIR?"

Já tem alguns meses que a Amanda me enviou este email:

"Acompanho seu blog há alguns meses, mas nem me lembro direito como cheguei até lá!
Foi através dele que conheci a pessoa inspiradora que você é, mas também foi através dos seus posts que acabei enxergando uma realidade que eu até então ignorava.
O motivo do meu email é lhe perguntar como você faz para lidar com todas essas informações horrorosas sobre ódio, machismo e preconceito.
Antes do seu blog, me considerava uma pessoas com poucos preconceitos (sei que ainda carrego alguns), mas nunca havia pensado muito sobre os tantos assuntos discutidos por lá. Agora no entanto, presto atenção redobrada no que acontece ao meu redor, no que é dito nas redes sociais, no que é notícia e no que acontece no meu dia a dia.
Assim conheci os mascus, descobri que existem pessoas defendendo estupro e pedofilia. Enxerguei que nós mulheres ainda estamos muito longe de não precisar mais do feminismo. Percebi o quão machista é a sociedade e o quão isso é encarado como normal, como natural.
Enfim, descobri um monte de coisas ruins. E essas coisas ruins me fazem mal. Me deixam para baixo. Fazem eu me sentir impotente diante de tanta desgraça.
Fico nervosa quando um 'amigo' fala e faz coisas que agora considero inaceitáveis. Eu não sei como lidar com isso. Eu não sei como posso fazer para lutar contra isso e não sei como continuar me informando sem me deixar destruir por essas monstruosidades.
Por isso lhe escrevo. Para pedir um conselho sobre como me manter informada e consciente sem morrer junto com cada mulher que for estuprada no mundo. Sobre como relevar a ignorância e até a maldade de uma pessoa querida. E também, sobre como militar a favor da igualdade, mesmo que de uma maneira limitada a minha pequena vida.
Obrigada pelo seu precioso tempo e obrigada pelo seu blog!"

Minha resposta: Agradeço o carinho, Amanda. Imagino que muita gente tem as mesmas dúvidas que você. Senão não existiria aquele ditado, "a ignorância é uma benção" -- que, no inglês ("ignorance is bliss"), ficou como "ignorância é felicidade". E isso se aplica a todas as injustiças do mundo: não seria melhor não saber que uma pessoa te enganou? Que tem um monte de criança passando fome num bairro perto de você? Que alguém querido tem uma doença terminal e vai morrer em poucos meses? Que um namorado é cheio dos preconceitos? Acredito que tem muita gente que prefere não saber, ainda mais se é pra se sentir impotente diante da descoberta.
Mas não é o nosso caso, certo? Somos otimistas e temos essa vontade de mudar o mundo. Ou sou só eu que sou uma poliana deslumbrete? Claro, não somos lunáticas ou arrogantes pra pensar que nossa influência será ilimitada. Mas é aquele negócio do Efeito Ripple de influência, da pedrinha jogada numa lagoa. Não vai causar ondas, mas forma círculos. De alguma forma a pedrinha afeta a lagoa. E nós (qualquer pessoa que queira desafiar o status quo no que se refere à busca por igualdade) somos essa pedra no sapato do senso comum. 
O que a gente conversa ou escreve ou protesta pode até não surtir efeito imediato, mas ela fica lá, uma sementinha na cabeça da pessoa. E aí talvez a pessoa ouça isso de novo mais pra frente, ou talvez algo aconteça na vida dessa pessoa pra ela se lembrar daquilo. Recebo um monte de emails de pessoas que chegaram ao blog, acharam tudo que eu escrevia revoltante, e foram ficando e mudando de ideia. Outro dia um cara (que eu não conhecia nem de ouvir falar) escreveu um post no blog dele dizendo que vivia me gozando, até que a filha dele foi ameaçada, e ele notou que tem que ver esse negócio de feminismo aí. A maioria de nós que diz e faz coisas vistas como "rebeldes" já ouviu algo assim.
Sobre a sua pergunta, eu digo que sou feminista desde que me conheço por gente e sempre fui uma pessoa feliz, pra cima. Mas claro que há intensidades, e sei que fiquei mais feminista desde que comecei este bloguinho, em janeiro de 2008. De lá pra cá, me tornei mais consciente do meu feminismo, leio muito mais teoria, converso com mais gente sobre assuntos relacionados ao feminismo, organizo minhas ideias. 
Sou xingada diariamente, todo dia mesmo, e não sei nem dizer se criei uma casca grossa, porque não lembro de ter me deprimido em algum momento por causa disso. Eu simplesmente sei que não é pessoal, e que uma enorme carga de agressividade é disparada contra qualquer pessoa que luta por transformações, em qualquer época e lugar do mundo. As primeiras sufragistas, que lutavam pelo direito óbvio de mulheres poderem votar, já eram chamadas de ogras machonas peludas bigodudas mal-amadas querendo acabar com a família e a civilização. 150 anos depois e os guardiões dos bons costumes ainda não trocaram o disco!
Trolls me fazem rir, mas e ler notícias e relatos terríveis, isso não me afeta? Afeta sim, mas por um tempo. Não posso centrar minha vida naquilo. Tenho que esquecer, pensar em outras coisas, rir, me divertir. Uma feminista é uma pessoa como outra qualquer. Acho difícil alguém ser ativista em tempo integral. Na minha vida pessoal, até parece que vou pensar "What would Jesus a feminist do?" pra cada garrafa de água que vou encher pro maridão na geladeira (ele enche minhas garrafinhas também). Ou aquele mito ridículo (que muita gente ainda jura que é verdade) que certas posições sexuais são anti-feministas. Ou que eu deveria olhar feio prum garçom que puxa a cadeira pra eu sentar. Ser feminista é parte fundamental da minha identidade, mas não é só isso que me define. Também sou mulher cis (identificada como mulher desde que nasci), sou ateia, sou de esquerda, sou hétero, sou monogâmica, sou chocólatra, sou gorda, sou apaixonada por cães e gatos, sou professora, sou anti-preconceitos, sou pão dura miserável... 
Pra cada notícia horrível eu procuro ver um vídeo fofinho de gatos pra aliviar a mente e melhorar o astral. E chamo a atenção de amigos quando eles se superam nas besteiras, mas nem sempre. Tem que ver cada ocasião. Tenho a sorte de conviver com pessoas pouco ou não preconceituosas, em geral. O importante é dialogar, saber ouvir, apresentar bons argumentos, e crer que as pessoas podem mudar. 
Mas sinto, Amanda, que sua pergunta parte do pressuposto errado. Uma das funções do feminismo, creio eu, é denunciar o que há de errado. Outras feministas discordam e dizem que falar de estupro, de violência doméstica, de propagandas machistas, é se vitimizar. Já eu penso que é fundamental mencionar os problemas, até pra não cair na ladainha de "feminismo não tem mais razão de ser, as mulheres já conquistaram tudo que queriam". Mas ficar só nos problemas, sem propor sugestões, sem crer em mudanças, pode ser bem deprê. E, quando a gente percebe que, pouco a pouco, trabalho de formiguinha mesmo, a gente consegue mudar o mundo, isso dá um empoderamento incrível. Portanto, feminismo é empoderador. A meu ver, uma feminista não deve andar cabisbaixa pensando nos problemas. Deve andar orgulhosa, sentindo-se poderosa, forte, feliz e convicta de que está fazendo a sua parte. Feminismo não destrói ninguém -- só constrói.

86 comentários:

Luiza disse...

Eu falo por experiência própria: cada vez que eu leio sobre a morte de mais uma mulher, sobre o estupro de mais uma menina, sobre mais um caso de misoginia, eu fico muito triste.
Mas, autora, eu acho que tenho a sorte de não deixar tudo isso me matar um pouco mais. Porque eu transformo essa tristeza e luto em vontade, em tesão por lutar pelos nossos direitos e nossas vidas. A morte de uma mulher é mais combustível na minha fala, nas minhas atitudes, nas minhas conversas com as pessoas. Se eu puder colocar uma sementinha sequer nos pensamentos de alguém que nunca havia pensando em como o mundo ainda é ruim, já vai ser uma recompensa enorme.

Anônimo disse...

Sou emponderada e intemperada. Me ajude. Brinks. Tô tentando mudar isso. Tô tentando ouvir uma piadinha imbecil no trabalho e só não rir dela e demonstrar assim meu descontentamento ao invés de achincalhar a pessoa e reforçar o mito de que toda feminista é mal amada.... Mas é difícil sou muito padawan. Desculpa.

Anônimo disse...

esperei ansiosa por este post pq parece que ele saiu antes do tempo, mas ficou registrado nos updates de um blog que eu leio. imaginei que seria esse o teor do texto.

pois bem. não me intitulo feminista, mas só publiquei coisa acadêmica bem puxada pro feminismo. a orientadora dizia que eu era feminista sem saber. enfim, vamos lá então.

a questão é que cresci cercada por pessoas esclarecidas até certo ponto, sempre estudando, sempre me metendo em cursos novos. havia machismo? sim, mas a coisa não era tão pesada quanto foi depois que eu parti pra vida real, com amigos que não eram acadêmicos, não eram gays e não tinham nenhuma "luta" exatamente. qdo tive que comprar apartamento, lidar com moradores de diferentes backgrounds, pagar contas sem ninguém pra fazer esse favor pra mim, lidar com mecânico, enfim, vida adulta full time.

aí o bicho pegou demais. tem épocas que eu paro de ler notícias porque elas me fazem muito mal. tem posts aqui que eu não li. vi o tema e não li porque sei que eu ficaria dias com o tema na cabeça. mas lembrando que tenho depressão diagnosticada e estou saindo dela, acho eu.

não estou podendo fazer muito. mas a semente já foi plantada e me revolto com muita coisa que a maioria das pessoas acha normal. eu prefiro evitar certas coisas, mas faço o pouco que posso: reclamo nos órgãos responsáveis, na diretoria de lugares que têm atitudes preconceituosas (como falta de acesso pras pessoas cadeirantes), converso com as pessoas. eu sei que um cara que mal sabe ler não vai pescar muita coisa se eu falar em "gender trouble", mas existe um jeito de conversar.

se eu ouço que "mulher tem que ser assim e assado", eu normalmente retorno a pergunta "por quê?". e aí a pessoa consegue perceber certas coisas no próprio discurso. às vezes não tbem. mas exponho meu ponto de vista e não sofro.

um dia um amigo me mandou um email e acabou falando sobre uma daquelas "preferências". e me perguntou se eu achava que ele tava sendo preconceituoso. eu falei que achava, sim, mas que não era pra ele se sentir culpado, já que era parte da cultura, mas, como indivíduo, tinha responsabilidade de tentar ver as coisas de outra forma. normalmente, pessoas capazes de empatia param pra pensar.

nos meus relacionamentos é que a coisa tá ruim. fiquei chocada qdo me toquei que um cara com quem eu fiquei muito tempo repetia um discurso muito parecido com o de... mascus! se dizia vítima, dizia que mulheres se aproveitam do fato de serem mulheres. aí eu perguntava se ele achava isso de mim, ele dizia que não, mas que a maioria era assim. só que, pra ele falar isso, ele estava esperando essa atitude de mim mais cedo ou mais tarde. ele se sentia ameaçado por mulheres a ponto de ele mesmo já adiantar que broxa fácil de nervoso.

essas coisas de posições sexuais já passaram pela minha cabeça tbem. e eu acho que não existe uma posição que, por si só, signifique algo. a gente é que dá o significado. se eu sinto prazer de um jeito, é coisa minha. meu tesão não é machista. pois bem. só que eu parei pra pensar que muitos caras poderiam já ter achado que poderiam aproveitar comigo algumas coisas que muita mulher diz não gostar. aí eu comecei a pensar que eu não estava sendo machista. mas e eles? será que eles captam a mulher que eu sou ou me entendem como cedendo a desejos machistas?

então é isso. não levanto bandeira, não faço muito. mas faço alguma coisa e o que eu posso no momento. e eu acredito muito que as mudanças aconteceriam se cada um fizesse o mínimo que pode...

Vivianne disse...

Enfraqueci, quase assassinei mesmo, uma amizade esses dias por repreender o tempo todo uma amiga que não parava de xingar toda e qualquer mulher de piranha/puta/vadia só porque se vestiu de forma tal ou transou com um número x de pessoas. Não aguentava ficar sempre calada. Fiquei triste, mas acho que foi melhor assim.
Tô passando por um momento delicado em conseguir conciliar algumas amizades com minha recente descoberta do feminismo. Adorei ler esse texto.
Quando fico triste com o que acontece à minha volta, quando me acho impotente e sem voz, lembro do que meu namorado me disse e que achei lindo: "a maior mudança você já realizou, você se transformou e isso já é muita coisa." Clichê, mas acho que é verdade.
Obrigada, Lola. :)

Anônimo disse...

vivianne, eu parei de falar com algumas pessoas do meu convívio na época em que as fotos da carolina dieckmann (assim?) vazaram. não sou fã da atriz nem nada. mas o que me incomodou foi o tipo de coisa dita. bom, ela tirou as fotos, mandou pro marido... quem nunca? coisa privada, legal e legítima. roubaram os dados e expuseram a intimidade dela. isso, SIM, é crime.

o que me espantou foi gente supostamente esclarecida (uma médica inclusive, com uma filha) dizendo:"ah, mas, pra fazer isso, tava pedindo, é pq não se dá o valor. foi muito burra". e daí pra baixo. como não tô muito boa, cortei total. ela e as outras pessoas que tavam com ela e eu conhecia tbem.

Daniela disse...

Me identifiquei com a colega do post. Como feminista assumida, acabo sendo alvo de piadinhas dos amigos, e na maioria das vezes só ignoro. Mas ás vezes realmente é difícil... Só eu sei quanta decepção as piadinhas de facebook já me causaram.
Já fui chamada de extremista, acusada de ver cabelo em ovo, comparada com fanáticos religiosos. Porque né, Lola, feminismo é só questão de gosto, assim como a homofobia.

Como mãe de um menino de seis anos, gordinho e de cabelos longos, acredito que é meu dever combater qualquer tipo de preconceito no meu âmbito pessoal. E ver meu guri dando puxão de orelha em comentário preconceituoso de adulto é tão gratificante! Sem contar que descobri que ao explicar as coisas, responder aos questionamentos dele, acabo erradicando mais um preconceitozinho sem vergonha que me passou despercebido.

Bjo Lola, e obrigada!

Gabriela disse...

Eu acho q o ativismo é fundamental para a realização pessoal.Eu entendo o q vc sente Amanda.Como reagir a todo este sistema q quer nos destruir?Quando vc toma consciência das coisas erradas ou vc se deprime ou se torna violenta.Ou vc se torna ativista.Eu creio q essa tisteza q vc sente é na verdade impotência.Impotência q vai embora quando vc começa a fazer algo.Entenda q eu não estou te acusando de não fazer nada.Só quero te indicar esse caminho porq é oq eu considero mais efetivo em relação a essa tristeza q hoje vc sente.

Anônimo disse...

Resposta ,vire lesbica (se já não é) e desfrute do prazer de não ter que conviver com homens esses seres tão horriveis.

Li S. Nascimento disse...

Post perfeito! Quanto mais aprimoramos a nossa criticidade sobre o que nos cerca mais nos deparamos com absurdos e preconceitos naturalizados.

Temos de ter consciência que uma coisa são as coisas e outra é o olhar que lançamos sobre elas.

Tudo é interpretação, porque só podemos enxergar o mundo a partir da concepção que temos dele.

E nós nascemos num mundo que há muito vem sendo interpretado, que há muito vem seguindo uma linha de raciocínio, uma seta: a do patriarcado, a das religiões monoteístas e patriarcais, a do machismo.

Mas, muita coisa mudou. É o tal trabalho de formiguinha que a Lola explicou.

Eu tenho muito orgulho de saber que faço parte da desconstrução de ideias antiquadas e desiguais.
Adoro saber que eu proponho algo novo. Algo melhor.

A vida é constante mudança, evolução. E fazemos parte. Somos essenciais. E isso é o suficiente para continuar.

Anônimo disse...

Eu não conhecia o fabuloso mundo dos "mascus" antes do blog.
Eu me achava uma pessoa com poucos preconceitos, não enxergava o machismo em certas propagandas, ou passava despercebido, pois acaba virando uma coisa"natural" no nosso dia a dia. Hoje sei de como tem homens misógenos , de quanto há de machismo em nós mulheres. Hoje eu me tornei alguém melhor, pois tento me corrigir nas atitudes preconceituosas e machistas com outras mulheres,gays,negros(isso que achava que não tinha preconceito) também tento esclarecer isso para minhas amigas, faço com que elas enxerguem certas coisas tipo: quando um cara "troca" sua mulher por outra, a primeira coisa que é reparada é a beleza da outra: bah! Mas como ele trocou a mulher que era mais bonita? Como se a beleza é a única coisa que uma mulher pode oferecer. Mas nós muitas vezes não enxergamos isso. Fora muitas outras coisas, que hoje não deixo passar. Quando meu namorado fala algo machista eu ponho ele pra pensar, digo: esta julgando a mulher pelo ato ou pelo fato de ser mulher? E se fosse homem tu manteria tua opinião? Ele responde: é mesmo. Só acho que posso me tornar um chata as vezes, porque eu dou meu pitaco em qualquer coisa machista falada por alguém agora, pois eu enxergo o que não via antes. Enfim obrigada Lola!

Kika

Vivianne disse...

Acho que o dia a dia é o mais difícil. Lidar com os amigos, família, é o que me desgasta mais mesmo. Saber dosar a convivência e mesmo assim tentar colocar uma pulguinha atrás da orelha das pessoas.

Quanto ao ativismo, eu apoio muito, mas ainda não consegui mexer a bunda pra isso. Eu quero fazer alguma coisa, mas ainda não descobri o que vai ser. Eu entendo a importância das manifestações, mas acho que as pessoas veem e não entendem. Será que tô falando merda? Tipo, sei lá, não vejo pessoas conhecidas assimilando a marcha das vadias, não entendem o porque, por isso acho que tem que fazer uma coisa catando o buraco mais embaixo, com mais esclarecimento.

Anônimo disse...

O homem que aprende que a possessividade só trará sofrimento é mais livre para deixar com que as coisas passem por sua vida. Não tente prender ninguém, não se apresse em agradar, não bajule. Seja um simples reflexo. Lembre-se sempre: as pessoas esperam perder algo para dar valor.

Anônimo disse...

Só eu acho que essa história de sexismo (machismo e feminismo) é de uma completa idiotice?

Machismo é coisa do século 19 pra trás. Mantendo as proporções e limitações físicas e biológicas, mulheres podem fazer qualquer coisa que homens podem. Questionem certos comportamentos, questionem certas posições nos relacionamentos e perante a sociedade, é válido. Mas homens tem lógicas tão ridículas quanto e simplesmente ignoramos. E por vezes nos negamos a escutar e ao menos tentar entender o que chega a ser óbvio. Ser machista é o mesmo que ser surdo, cego e doente mental.

O feminismo não me dá nojo em si, não nos seus conceitos básicos e puros, que é o de garantir a igualdade entre os sexos, isso é até nobre. Eu admito que mulheres foram e quiçá ainda são discriminadas, mas quem me dão nojo mesmo são algumas feministas que vêem preconceito e machismo onde não existem os mesmos. Tratam com o mesmo desdém e retrocesso que os machistas que elas tanto abominam as tratam. A resposta para a discriminação não é mais discriminação.

A Maria da Penha sofreu nas mãos de um canalha completo durante 1 ano. O filho da puta atirou nas costas dela enquanto ela dormia e depois de 4 meses no hospital, no primeiro banho que ela foi tomar em casa após ter voltado, o canalha mexeu na resistência de um chuveiro elétrico e tentou fritá-la. O canalha foi condenado e preso apenas 6 meses antes dos crimes prescreverem. Em homenagem pela luta em defesa pelas mulheres que diariamente são violentadas de todas as formas, essa mulher dá nome a lei que garante a defesa dessas vítimas.

Mas quando perguntada se ela é uma feminista, ela responde que não. Que é apenas uma mulher que defende os direitos das que vivem em situação semelhante e que um mundo ideal seria aquele em que não houvesse a necessidade de feminismo, pois o mesmo é apenas uma resposta ao machismo que durou (e dura) séculos. Isso gera uma revolta sem proporções nas feministas de merda que existem por aí e que a tem como símbolo. Eu tive o prazer de conhecê-la pessoalmente e confesso que hoje, vendo sua posição serena e suas ideias e motivações, eu a admiro.

B. de Campos disse...

O engraçado é que eu me senti assim também. Mas foi só uma fase. Agora me sinto muito mais culta, crítica e informada!

"Feminismo é empoderador"

=)

Anônimo disse...

Amigas não podemos desistir da nossa luta,as coisas vão mudar já mudaram muito desde que a chamada civilização foi instaurada,basta ver no transcorrer da história mas só mudaram porque outras antes de nós não ficaram só chorando pelos cantos elas arregaçaram as mangas e não baixaram a cbeça, cada mulher maltrada nesse mundo apenas por ser mulher e por isso não valer grandes coisas na opinião dos machistas é a nossa consciência nos chamando para o protesto, pode não ser nessa geração e nem na seguinte mas toda essa falta de respeito por qualquer mulher vai desaparecer.

Hamanndah disse...

Sobre o anônimo ridículo de pouco tempo atrás

Ele disse:

"Resposta ,vire lesbica (se já não é) e desfrute do prazer de não ter que conviver com homens esses seres tão horriveis."

Nós, as feministas que não são lésbicas, gostamos muito de transar com homens,fazemos, algumas de nós, um sexo maravilhoso, mas não com homens machistas como você, que acham que as mulheres devem obedecer e não serem respeitadas

Entendeu, ô idiota, ou quer que eu desenhe?

Hamanndah

Priscila Feijó disse...

Excelente e motivador! Run forest run!

Vivianne disse...

Ei, Anônimo 12:59! E quem disse que feministas se revoltam com a Maria da Penha, o que ela disse aí está super certo, né? Qual é a sua revolta? Se você concorda que o machismo existe e que o feminismo rebate a ele, qual é o seu problema com o feminismo? Por favor, pensando...

Lord Anderson disse...

Belo post, bela resposta.


Como eu disse outras vezes, blogs e posts como o da Lola e da Shoujofan me ajudaram muito a entender oq o feminismo realmente é.

Tb ja tive essa ideia de que era machismo ao contrario.


E atualmente tb passo raiva quando ouço coisas sexista e racistas.


Quando tem abertura eu tento dialogar, mas quando vejo que não dá, ligo o foda-se e tento ficar na minha.


Sei que ler grandes portais de noticia (e principalmente as caixas de comentarios) da uma vergonha danada de ser humano, mas considero esse deconforto bem melhor do que a ignorancia nesses casos.

A autora do post eu digo não desanime. perceber oq esta errado e se posicionar contra isso é só o primeiro passo para mudar as coisas, mas é um passo absurdamente importante.

Ana disse...

@11:53
Isso era pra ser uma feminista falando?
Bela tentativa.

@12:59
"Só eu acho que essa história de sexismo (machismo e feminismo) é de uma completa idiotice?"

Haha, considerando que esse é um blog feminista, provavelmente XD Mas não se acanhe, idéias estão aí pra serem discutidas... Vamos lá.

"Machismo é coisa do século 19 pra trás."

Olha, até pouco tempo atrás machismo pra mim era marido batendo de cinta na mulher, e só. Pra muita gente, ainda é assim - e aí se você sair e perguntar, a maioria das pessoas não se considera machista, odeia o machismo, condena totalmente, e por aí vai. Que mulheres são tão capazes quanto homens, isso quem não admite passa atestado de ignorante mor (mas você se surpreenderia com as coisas que certas pessoas podem dizer, ainda hoje).

Mesmo assim, mulher ainda trabalha mais que o homem e ganha menos. Mulher ainda tem que aguentar um monte de rótulo sexual que não existe para homens (vadia, puta, piranha...).
Mulher ainda ouve cantada na rua, ainda leva passada de mão no metrô, e por cima disso tudo ainda ouve piadinha com estupro.
Mulheres ainda são dois terços das vítimas de violência doméstica (aliás, esse dado passa na tv).
Mulheres ainda são mortas por parceiros que não aceitam traição/fim de relacionamento (não, infelizmente não é coisa da época do Coronel Jesuíno #Gabrieeela)
Em pleno Séc. XXI, o Brasil teve que VOTAR pra ver SE uma mãe teria direito de abortar um anencéfalo.
Homens ainda tem que arcar com pressões absurdas porque devem ser invulneráveis/máquina de sexo/provedores fodões (ahaha, quê? Siiim, machismo é ruim pra homarada também, é bom lembrar!)

E eu podia ficar aqui o resto do dia, mas acho que você entendeu. O machismo ficou no passado? Mas qual machismo, exatamente? Hoje em dia é difícil falar certas coisas machistas sem ser xingado, mas a verdade é que nós estamos longe da igualdade entre os sexos. O machismo continua aí, vivinho da silva, nos mais diversos discursos.

"(...)mas quem me dão nojo mesmo são algumas feministas que vêem preconceito e machismo onde não existem os mesmos. Tratam com o mesmo desdém e retrocesso que os machistas que elas tanto abominam as tratam."

Hm. Bom, eu não apóio o uso de desdém e retrocesso, nem de ver coisas onde não estão. Mas você achar que eu uso/faço essas coisas em algum, então... empate? :)

Essa de 'ver onde não tem' é velha pra nós, mas sinceramente, muitas vezes esse argumento só mostra que as pessoas ainda tem idéias muito rígidas quanto ao machismo e que não conseguem mais identificá-lo em todas as suas nuances, digamos assim.

"Mas quando perguntada se ela é uma feminista, ela responde que não."

Bom, eu não sei porque a Penha não é feminista, nem o quanto ela sabe de feminismo. De qualquer forma, nada tira a importância dela, e ninguém é obrigada a ser feminista.

... Eu só não sei como ela não ser feminista diz alguma coisa sobre o movimento. Isso me lembra um site que eu vi esses dias, cheio de vídeos de mulheres dizendo que não eram feministas, que isso era bobagem, que nós somos as criaturas mais mimadas do universo... E era esse o argumento do site pra dizer que feminismo era ruim. Mas eu fiquei pensando, ok, algumas pessoas não são feministas, e daí?

Não sei se te respondi bem, e não precisas concordar comigo em nada, mas bem, eu tentei :)

Mirella disse...

ultimamente ando sem capacidade para comentar direito, mas aí vem o Anônimo e fala uma bobagem destas:

"Só eu acho que essa história de sexismo (machismo e feminismo) é de uma completa idiotice?"

Assim, quando a pessoa acha que feminismo é sexismo, é triste, né.
Fica assim não, um dicionário resolve seu problema.

E não, você não é o único. Ignorância é bem comum.

B. de Campos disse...

Amanda, só mais um adendo.

Quando se sentir indignada, muito impactada com o preconceito alheio, pense no que a minha mãe me disse uma vez: "O mundo já foi muito pior pra nós até pouco tempo atrás... Se em menos de 80 anos a situação mudou tanto, que dirá agora?!"

Achei muito sábio! A sociedade mudou e ainda está mudando, então isso é um fato positivo, um atestado de esperança :)

Beijos, querida!
=*

Hamanndah disse...

Segunda resposta para o anônimo das 11:53

Nós, as feministas hétero, amamos e transamos com os homens legais, não com os bocós machistas como vocês que, por isso, não estão nem na FRIENDZONE

Quanto as feministas lésbicas, transam com mulheres como opção e não porque têm ódio aos homens, imbecil

As lésbicas podem ser muito amigas dos homens legais, amar fraternalmente, sem querer transar com eles

Entendeu ou quer que eu desenhe 2?

Anônimo disse...

Como ser um homem melhor diante do feminismo.
Sofremos por nossa própria culpa e não por culpa delas. O que nos enfraquece, destrói, subjuga e aniquila são os nossos próprios desejos e sentimentos.
Nosso sofrimento amoroso as deixa felizes por elevar-lhe a auto-estima,devemos saber administrar nossos sentimentos, afim de evitar o sofrimentoAo invés de dominarmos o sexo oposto, é melhor dominarmos a relação. Mas para dominarmos a relação temos que dominar a nós mesmos. Logo, tudo se reduz ao domínio de si.
Devemos ter atitudes corretas e idôneas para que a
razão sempre esteja do nosso lado.

Somente combatendo dentro de nós mesmos é que podemos vencer as dificudades que nos atigem por Fora

Lia Drumond disse...

Este post foi providencial hoje! Obrigada, Lola.

Anônimo disse...

A pergunta é muito pertinente. E a resposta perfeita. Apenas adicionaria uma pequena coisa: cada mulher e cada homem que se despe dos preconceitos estabelecidos pelo status quo tem uma missão educativa a cumprir. Muitos serão pais, outros professores. Passar valores feministas ou, no mínimo, combater valores machistas junto a seus(suas) filh@s, alun@s é uma incalculável contribuição, com grande potencial de ser agente de mudança.

Vale pensarmos, por exemplo, que uma forte militância GLS obrigou a sociedade a respeitar-lhes direitos que não eram sequer discutidos há vinte ou trinta anos atrás (décadas de 80 e 90). Não tenho como afirmar isso, pois seria necessária muita pesquisa, mas tenho a impressão de que essa mudança no pensamento das gerações começou com questionamentos de valores iniciados nos anos 60 por diversos movimentos de contracultura. É claro que ainda existe muito preconceito, mas várias mudanças são inegáveis. Acho que o mesmo se deu em relação às mulheres, que no âmbito simbólico e do direito conquistaram muitas coisas desde os anos 50 (ou desde os movimentos sufragistas ocorridos entre fins do século XIX até a década de 20).

As mudanças nas gerações são lentas. E toda pessoa feminista tem a oportunidade de contribuir com a formação de uma geração menos machista do que a sua. Isso é um grande empoderamento que deve ser usado, mesmo quando se sabe que as mudanças são, sim, lentas, pois são mudanças no pensamento médio de milhões de pessoas.

t.

Selene disse...

Eu acho que ainda estou me descobrindo feminista, pois de vez em quando ainda me pego caindo em algumas armadilhas machistas e me dando conta do meu preconceito enraizado.

Entretanto, o pouco que mudei já foi o suficiente para me indispor com 80% das pessoas com quem trabalho e me garantir a fama de chata e intolerante (além da alcunha de feminista de boutique, pois no imaginário popular uma feminista não pode gostar de se arrumar).

Agora, eu considero no mínimo engraçado ser considerada intolerante porque não aceito que mulheres sejam chamadas de vadias por causa do seu comportamento sexual, porque eu não acho normal dizer que uma mulher está pedindo para ser estuprada, porque eu não acho engraçado quem dirige após beber, reclama de fotosensores no trânsito e acha normal estacionar em vagas para deficientes.

Mas o que posso fazer se eu não consigo achar legal esse tipo de "opinião" alheia?



Anônimo disse...

Me identifiquei bastante com a autora do e-mail,eu tenho isso de ser militante 24horas,sempre vigilante.outro dia cheguei a discutir com minha mãe por ela defender um homem que bateu em sua mulher,e tbm "sofro" por isso.Ela disse que os trollls não a incomodam,bem no meu caso ainda não cheguei neste estágio de auto-controle,qquer comentário reaciónario que leio me tira do sério,pior ainda quando algum amigo diz algo absurdo,acabo me distanciando automaticamente da pessoa.Acho que vou passar a aplicar as dicas dadas pela Lolita em minha vida tbm e deixar de ser antissocial como minha irmã diz.

Anônimo disse...

esta charge representa perfeitamente o mundo dos cometaristas de internet que vemos nos grandes portais falando merda pelas pontas dos dedos http://1.bp.blogspot.com/-lpQ5GvbhSm8/UDZFxwvk5UI/AAAAAAAAJDo/UADBSxHDGzM/s1600/mundo+estranho.jpg

Sara disse...

É incrível Lola, como vc através de seus textos consegue mexer com tanta gente diferente, eu creio que essa Amanda que escreveu parte desse post deva ser uma pessoa bem jovem, mas é surpreendente como as indagações e dúvidas que ela tem são as mesmas que as minhas, que de jovem não tenho mais nada.
Me desculpe Lola se te imputo a culpa por ter me tornado uma feminista meio roxa, e por isso ter te arrumado alguns inimigos , como meu marido por exemplo, que notou muito a minha mudança, e parece que não ficou muito satisfeito rrrssss.
Por outro lado tb virei uma agente multiplicadora das suas ideias e procuro espalha-las por onde vou, a única coisa ruim , é que por ter feito tanta propaganda sobre o que vc fala aqui nesse blog , hoje ja não comento com tanta expontâneidade, como fazia no passado, pois ja tem uma renca de gente q me conhece , que acaba lendo vc tb,e por tabela meus comentários, alias ja recebi algumas criticas por conta disso, mas alguns poucos elogios tb.
Com toda sinceridade Lola acredito que vc esta cumprindo um papel muito importante na disseminação do feminismo, que é FUNDAMENTAL, para nós mulheres, ainda mais porque creio que apesar de muitas vitórias, o backlasch ou retrocesso esta vindo com muita força, e precisamos estar unidas para enfrenta-los.
Infelizmente não domino suas técnicas para abstrair de noticias chocantes de desrespeito as mulheres aqui e no mundo , com as quais somos bombardeadas todos os dias e que me fazem perder a cabeça muitas vezes, e mergulhar numa vibe de ódio.
Apesar dos pesares ainda amo ser mulher, alem do que sinto orgulho por isso.
Já fiz isso , mas nunca sera o suficiente, por isso faço novamente , obrigada por seu tempo e dedicação a esclarecer e levar mais entendimento do que é justiça e igualdade, pra esse mundo tão injusto e desigual.

Hamanndah disse...

Anônimo das 14:32 disse:

"Nosso sofrimento amoroso as deixa felizes por elevar-lhe a auto-estima"

mimimimi...tadinho dele, como deve estar sofrendo

Porque você, Anônimo mimimi, para melhorar seu sofrimento, não vai entrar numa dessas paginas masculinistas para ler os posts dizendo: "Trate a mulher na cama como um animal", "Veja este imperdíviel e delicioso vídeo de estupro", etc, para você tentar, com sua mente tacanha, obtusa e confusa, se "sentir mais feliz e elevar a sua auto-estima", pois, pelo que sei, quem fica feliz com o sofrimento do outro é psicopata. Às vezes, para você esconder o seu próprio sentimento psicopata, você tenta transferí-lo para outro(a).

"Nosso sofrimento amoroso as deixa felizes por elevar-lhe a auto-estima"

Só um idiota como você para colocar todas as mulheres no mesmo parâmetro que, no fundo, deve ser o seu mesmo...

Hamanndah

La Mamacita disse...

Pessoal,
Se alguém escreve palavrão, eu deleto. Se demonstram preconceito contra negras, negros, gordura, mulheres, eu deleto. Não aguento.
No dia de hoje está inundado de masculinistas e comentários estúpidos.Anônimos. É o feminismo que provoca isso? Como é que pode? Eu nem sabia que era assim. É nojento.
Sorry pela pouca paciência. La Mamacita.

Bruna disse...

Oi! Aparecendo aqui nos comentários pela primeira vez, e só pra mostrar um capítulo dum caso que tem repercutido por aqui. Machismo por parte de mulher é a coisa mais deprimente do mundo,e isto aqui é o cúmulo:
http://www.metro1.com.br/portal/index.php?varSession=noticia&varEditoriaId=18&varId=17121

Selene disse...

Eu concordo com tudo que a Lola disse a respeito.

Mas eu me acho tão antipática e irascivel que receio fazer mal propaganda do feminismo.

Por causa disso eu decidi parar de argumentar com os ogros e ogras do meu escritório, sob pena de voar no pescoço deles algum dia.

Assim como a Lola, eu sempre tive a sorte de conviver com gente legal.

Além disso, por ser introspectiva, sempre preferi me afastar do convívio social e me manter distante das pessoas que eu considerava ameaçadoras e desinteressantes(descobri dias desses por um amigo que eu tinha fama de difícil na faculdade, mas tudo que eu fazia era ficar na minha).

Meu primeiro choque de realidade, assim como o de outra comentarista, só veio quando comecei a trabalhar. Só que como eu não tenho paciência, acabava perdendo a calma e gritando com o povo (Cheguei a ter vontade de chorar com o machismo das colegas mulheres).

Atualmente, eu resolvi que não falo mais nada no escritório além de tópicos estritamente profissionais.

Creio que, levando em consideração o meu destempero natural, dessa forma eu gero ainda menos antipatia para o feminismo.

Fábio RT disse...

Quando a gente vai acordando pras coisas...acaba ficando indignado com certas atitudes de pessoas queridas... mas veja bem...há padrões de comportamento que estão tão enraizados que as pessoas repetem como papagaios....óbvio que isto tem que mudar...quem se esclareceu tem que tentar esclarecer...só acho que é necessário se policiar na bronca...tentar argumentar...caso contrário podemos perder amizades queridas por preconceitos que estão por tempos tão enterrados nas pessoas que estes se revelam quase que como reflexos...
Acho que não se pode engolir...pra não correr o risco de explodir e perder a razão...
Argumentação é a melhor solução...sempre

Roxy Carmichael disse...

anônimo das 12:59
tudo é muito simples. basta pensar que sem o feminismo, a senhorita estaria hoje com 7 filhos em casa pra cuidar, louça e roupa dos sete filhos e do maridão pra lavar e passar, você não teria estudado, não poderia votar, não sairia de casa sem a companhia de um homem, então assim minha jovem entendo que você tenha as suas críticas, muito mal formuladas diga-se de passagem, mas não diga bobagens como por exemplo igualar machismo e feminismo.
você poderia estabelecer o que é ver cabelo em ovo por exemplo?
tem gente que acha que um programa de televisão, com apresentador homem a quem é concedido o direito de se manifestar e mulheres mudas somente com a função de dançar, com roupinhas curtas como parte do cenário, machismo. tem gente que acha que beleza é pra ser mostrada mesmo.
tem gente que acha que uma propaganda que mostra mulheres como seres irracionais, incapazes e caprichosos, machista. tem gente que acha exagero, porque afinal de contas, essa é a natureza feminina. sabe como é... o famoso "coisa de mulher"
tem gente que acha estuprar menina bêbada machista. tem gente que acha exagero, afinal, todos sabemos de cu de bebado nao tem dono.
tem gente que acha bater em mulher machista, mas tem gente que acha que nem todas as mulheres gostam de apanhar, só as normais. então assim, sem querer ser indelicada (mas já sendo) não seja arrogante a ponto de achar que você é quem vai definir o que é exagero e o que realmente merece ser combatido.

La Mamacita disse...

Oi, Sara,
foi publicado sim seu comentário. Vai lá ver.
La Mamacita.

T. disse...

Selene,
esse é o tipo de discurso que busca calar reivindicações. "É paranoia achar que existe uma cultura do estupro". "É só uma piada, você não tem senso de humor". "Você é muito radical. Lógico que ela pediu para ser estuprada". É o mesmo tipo de discurso que aplaude essa ondinha do politicamente incorreto como se fosse uma grande contestação (quando não passa de uma reafirmação de velhos valores e preconceitos arraigados). O mesmo discurso que diz que se quer implementar uma ditadura gay. E uma série de sandices do mesmo nível.

Eu não sei se tenho sorte, mas não convivo muito com pessoas com esse tipo de mentalidade. Aliás, acho que a tendência é buscarmos conviver primordialmente com pessoas com um mínimo de afinidades. Mas é óbvio que, no convívio social, ouvimos discursos machistas e preconceituosos o tempo todo. Dependendo da abertura que sinto com a pessoa, questiono certas coisas. Quando acho que não há espaço, mudo o rumo da prosa. Realmente não acho que valha a pena discutir e se indispor com pessoas que estejam fechadas para ouvir o outro. Acho, como disse no meu comentário acima, que devemos é nos esforçar para mudar mentes em formação, passar valores melhores à nova geração. Desejo que geração que me suceda tenha menos preconceitos que a minha. Sou homem, hétero e branco, e desejo que todas as pessoas tenham, legal e simbolicamente, os mesmo direitos e liberdades que tenho. Porque direitos e respeito não podem ser privilégios.

t.

Liana hc disse...

Amadurecer para as questões sociais é tirar o véu, o mundo pode ficar menos colorido num primeiro momento. Também já passei por isso. Hoje eu penso que as coisas estão melhorando, já se fala abertamente em preconceito, as leis estão (lentamente) acompanhando mudanças, pessoas estão se organizando contra injustiças. Esse é o período que a gente vive, o que era aceito ou ficava oculto, agora está vindo à tona, e isso pode ser sufocante. E isso acontece em todo lugar, inclusive na família e colegas, pessoas que a gente ama. Mas é preciso saber dosar, senão somos inundados por uma avalanche de notícias ruins. As boas atitudes nem sempre ganham o destaque que merecem, mas elas acontecem a todo momento, é nossa responsabilidade também abrir os olhos para isso, nos cercarmos de pessoas com interesses em comum.

Às vezes o problema maior nem são as atitudes em si, mas as expectativas que se coloca. Esperamos demais das pessoas, e nem sempre elas tem condições de corresponder com aquele ideal que criamos para elas. Aceitar as limitações, nossas e dos outros, faz parte deste processo de não se deixar abater.

Sou muito otimista pelo momento presente, há muita oportunidade de trabalho, de engajamento, de descobertas, de se relacionar, conhecer histórias de superação. Buscar apoio de amigos ajuda bastante a encarar esses desafios.

Beatriz disse...

Olá moça

O que eu te digo é: respira fundo e procura direcionar suas energias para situações em que vc sentir que pode de fato fazer alguma coisa. Digo isso pq comecei sendo uma feminista mega raivosa, brigando, ironizando e td, e acabei só conseguindo ficar brava e bancar a idiota algumas vezes XD. Depois de um tempo, percebi que o ideal era argumentar quando ahcava que tinha alguma chance, e direcionar minha raiva para coisas legais, tipo trabalho social. Até afastei um pouco de internet pq estava brigando demais, usando de escape para outras frustrações. Então, relaxa. Leva seu feminismo com leveza e alegria. E direciona sua energia para coisas q vc sinta q pode dar certo

Lorena disse...

Muito bom o post, o email da Amanda e a resposta da Lola.
Eu muitas vezes passo pelos mesmos problemas que a Amanda relata. Como diz minha companheira, eu sou muito "opinativa", debatedora, "doutrinadora"... e isso pode incomodar as outras pessoas. Ao mesmo tempo, só consigo me expôr quando vejo abertura para isso, por isso na maioria das vezes eu sofro é calada mesmo. E o pior é que eu sofro muito! Já fui mais sensível às "dores do mundo", como se diz, mas ainda é difícil pra mim ler as notícias e continuar imune.

"Fico nervosa quando um 'amigo' fala e faz coisas que agora considero inaceitáveis. Eu não sei como lidar com isso. Eu não sei como posso fazer para lutar contra isso e não sei como continuar me informando sem me deixar destruir por essas monstruosidade."

Eu poderia ter escrito essa parte. E eu adoraria ter a racionalidade da Lola, conseguir separar as coisas e não me abalar quando pessoas próximas a mim têm comportamentos que eu, na minha visão de mundo atual, abomino. E o pior é que MUITAS pessoas próximas são assim. Quando tenho abertura para falar, eu falo, explico, debato. Mas muitas vezes não tenho essa abertura e acabo me afastando ou afastando a pessoa de mim.

Links disse...

Pois é, eu também sou chatona, e as vezes me policio para não brigar com todo mundo a minha volta. Maaasss, tem coisa que não deixo passar mesmo, e me orgulho disso. Não rio de piada machista ou racista. E quer me ver dar pulinhos de raiva? Simples: diga a frase "mulher tem que se valorizar" e seus derivados.

Terezaporto disse...

O que é emponderar?

Anônimo disse...

Selene,
esse é o tipo de discurso que busca calar reivindicações. "É paranoia achar que existe uma cultura do estupro". "É só uma piada, você não tem senso de humor". "Você é muito radical. Lógico que ela pediu para ser estuprada". É o mesmo tipo de discurso que aplaude essa ondinha do politicamente incorreto como se fosse uma grande contestação (quando não passa de uma reafirmação de velhos valores e preconceitos arraigados). O mesmo discurso que diz que se quer implementar uma ditadura gay. E uma série de sandices do mesmo nível.

Eu não sei se tenho sorte, mas não convivo muito com pessoas com esse tipo de mentalidade. Aliás, acho que a tendência é buscarmos conviver primordialmente com pessoas com um mínimo de afinidades. Mas é óbvio que, no convívio social, ouvimos discursos machistas e preconceituosos o tempo todo. Dependendo da abertura que sinto com a pessoa, questiono certas coisas. Quando acho que não há espaço, mudo o rumo da prosa. Realmente não acho que valha a pena discutir e se indispor com pessoas que estejam fechadas para ouvir o outro. Acho, como disse no meu comentário acima, que devemos é nos esforçar para mudar mentes em formação, passar valores melhores à nova geração. Desejo que geração que me suceda tenha menos preconceitos que a minha. Sou homem, hétero e branco, e desejo que todas as pessoas tenham, legal e simbolicamente, os mesmos direitos e liberdades que tenho. Porque direitos não podem ser privilégios.

t.

Anônimo disse...

Eu me identifiquei muito com esse guest, pois passei por um choque de realidade aos 13 anos que me desestabilizou por quase toda a adolescência.
Não sei como começou, mas eu me tornei cada vez mais sensível ao sofrimento dos outros. O ponto crítico foi eu me sentir culpada por ser feliz e nunca ter sofrido um ato de violência "de verdade"(especialmente estupro). Minha família ficou bem preocupada e procurou tratamento psicológico pra mim.
Através da terapia eu reconheci a impotência que me afligia e decidi tomar uma postura crítica em relação aos problemas que me incomodavam.
Não simpatizei com o feminismo logo de cara, mas saber ter empatia pelo outros, sem me destruir, foi o primeiro passo para reconhecer meus preconceitos e eliminá-los.
Não sei se é possível viver sem preconceitos, mas se policiar quanto a eles é uma libertação constante. É como ver o mundo com seus próprios olhos, sem influências preestabelecidas.
Tornar-me cada vez mais ativa e crítica me ajudou a canalizar a raiva e a me sentir menos impotente.
Ainda fico triste com muitas coisas, e relatos de violência sexual e discriminação me chateiam por dias, mas se torturar por causa disso não vai ajudar ninguém, muito menos a gente, né?
O que realmente ajuda é fazer algo a respeito, mesmo que pareça mínimo, como não rir de piadas preconceituosas. Cada ato contra o machismo/racismo/homofobia e demais preconceitos deixa uma marca e ajuda a mudar um pouquinho o ambiente ao nosso redor. E essa esperança me anima a intervir cada vez mais.
A chave é canalizar toda essa angústia para o "lado certo da força" :)

Gabriela disse...

Totalmente off topic:
Lola

Já viu flor do deserto? http://www.youtube.com/watch?v=U18deTeHW0I
Alguém aí têm dicas de filmes feministas?

Sara disse...

obrigada mamacita , se tem alguem comendo bola aqui , sou eu , desculpe...

Anônimo disse...

Anônimo das 15:46

A foto apenas mostra homens e mulheres fazendo a mesma coisa, se você acha que essas mulheres não merecem ser respeitadas, os homens que estão com elas também não devem, afinal eles têm o mesmo comportamento, não?

Anônimo disse...

PARA Anônimo das 11:53

Véi na boa, tu é patético.
Ser feministas independe de opção sexual, e mesmo as lésbicas não tem preconceito nem ódio contra os homens como vcs mascus tem contra todas as mulheres.
Estude, aprenda a ser um homem melhor, deixa de ser um ignorante preonceituoso!
Mulheres não são objetos.
Homens NÃO são seres horríveis.
"Seres horríveis" são maridos que agridem as mulheres, covardes que violentam, machistas que tratam mulher como lixo! Homens de verdade(coisa que tu não é) NÃO são seres horríveis, e sim, seres que amamos. A maioria das feministas transam com homens não com imbecis machistas como vc!
Ser hétero ou ser gay não influi no caráter, e por último, aprenda a SER HOMEM, porque não é, é um moleque, nem gay tu é porque não é macho pra isso.
Deixa de ser otário e aprenda a conhecer melhor as mulheres.




Sawl

T. disse...

Terezaporto,
empoderamento é uma noção usada em ciências sociais que diz respeito a ação coletiva desenvolvida pelos indivíduos quando participam de espaços privilegiados de decisões. Nessa perspectiva, o empoderamento possibilita aquisição de emancipação individual e consciência coletiva necessária para superação de dependência social e dominação coletiva.

Portanto, é possível dizer que houve empoderamento, em relação às mulheres, nas discussões levantadas pelas sufragistas, pelas discussões do feminismo que buscou romper a dependência simbólica, social e econômica da mulher. Também é possível usar essa noção nas conquistas de direitos ainda não plenamente aceitos simbolicamente, como o liberdade sexual feminina (o prazer no sexo sempre foi um âmbito masculino dentro do discurso machista, e o sexo da mulher honesta era para fins de reprodução). Ações que questionem e ajudem a romper formas de dominação são, dentro dessa noção das ciências sociais, chamadas "empoderamento".

t.

T. disse...

A minha explicação de empoderamento está mais ou menos genérica e enciclopédica, mas permite ter uma noção do conceito.

t.

CCX disse...

Nada mais difícil que encontrar o equilíbrio. O exagero e a total abstenção não trazem benefícios. Mas acredito que sempre que conhecemos um assunto apaixonante, como o feminismo, nos apaixonamos e exageramos. Com o tempo nos tornamos mais equilibrados.

Amanda disse...

Oi gente, oi Lola, fui eu quem escreveu o email.
Bom, eu tenho 26 anos e até pouco tempo era uma pessoa bastante diferente do que sou hj. Agradeço à Lola e às pessoas inteligentes que aqui comentam por terem me tornado uma pessoa melhor.
Eu ainda fico bastante mal com notícias de atrocidades que vejo por aí, mas estou tentando me policiar para não ficar deprimida.
Também me afastei um pouco da internet, principalmente das redes sociais, porque eu estava ficando muito amargurada e passei a desgostar de muita gente que antes eu tinha carinho.
Estou aprendendo a dosar tudo. Ainda não sou ativista, mas fico bastante feliz quando consigo explicar para minha mãe, que é uma pessoa simples, porque alguma coisa é machista, preconceituosa, etc, e ver ela entendendo e concordado!
Continuarei por aqui para sempre aprender!
Obrigada Lola pela resposta, com certeza ajudou!

Maicon Vieira disse...

Ana disse...

"Mesmo assim, mulher ainda trabalha mais que o homem e ganha menos."

Mas no emprego elas trabalham menos, elas trabalham em média 36h por semana e os homens 43,4h por semana. Como atividade doméstica não aumenta salário. Além disso, a aposentadoria já não compensa as 5 horas a mais?

"Homens ainda tem que arcar com pressões absurdas porque devem ser invulneráveis/máquina de sexo/provedores fodões (ahaha, quê? Siiim, machismo é ruim pra homarada também, é bom lembrar!)"

Machismo ou sexismo?

T. disse...

Amanda,
realmente não existe fórmula para chegar a esse equilíbrio. E é algo que depende de intrincados fatores emocionais. Nasci numa cidade grande, mas passei uma parte da minha vida (entre o início da adolescência e o início da idade adulta) numa cidade pequena. Quando voltei à minha cidade de origem, me era bem difícil ver o tanto de gente que havia morando nas ruas. Por estranho que possa parecer, tive de acostumar meu olhar a isso, desenvolver uma certa indiferença (parece cruel, mas é emocionalmente necessário) para não ficar mal a cada vez que saída às ruas. Claro que outras pessoas resolvem essas questões de outras formas (ou não resolvem, pois nosso sentir e nosso olhar para o mundo é sujeito a impermanências).

Acho que algumas dicas que a Lola deu na resposta são válidas. É necessário que nos desfoquemos do que por vezes nos atormenta. É necessário buscarmos o prazer que podemos extrair do mundo. Treinar o olhar não só para ver e criticar o que é errado no mundo (e há muitas coisas erradas nele), mas para ser capaz de ver e emocionar-se com aquilo que nos afeta.

Não quero que essa mensagem pareça um texto de auto-ajuda que pretenda fornecer o segredo ou a fórmula magica da felicidade, porque isso não existe. É sempre frágil o equilíbrio entre a felicidade e a angústia, entre o prazer e o desconforto. Mas estou convencido que podemos modificar nossas perpectivas. E, se isso é possível, porque não treinar nosso olhar para o que nos alegra, para aquilo que, para nós, é o sublime? Penso que vale a pena tatear estradas nessa direção, seguindo empós àquilo que nos faz felizes. E lutando pela liberdade de sempre poder seguir...

t.

T. disse...

Amanda,
realmente não existe fórmula para chegar a esse equilíbrio. E é algo que depende de intrincados fatores emocionais. Nasci numa cidade grande, mas passei uma parte da minha vida (entre o início da adolescência e o início da idade adulta) numa cidade pequena. Quando voltei à minha cidade de origem, me era bem difícil ver o tanto de gente que havia morando nas ruas. Por estranho que possa parecer, tive de acostumar meu olhar a isso, desenvolver uma certa indiferença (parece cruel, mas é emocionalmente necessário) para não ficar mal a cada vez que saída às ruas. Claro que outras pessoas resolvem essas questões de outras formas (ou não resolvem, pois nosso sentir e nosso olhar para o mundo é sujeito a impermanências).

Acho que algumas dicas que a Lola deu na resposta são válidas. É necessário que nos desfoquemos do que por vezes nos atormenta. É necessário buscarmos o prazer que podemos extrair do mundo. Treinar o olhar não só para ver e criticar o que é errado no mundo (e há muitas coisas erradas nele), mas para ser capaz de ver e emocionar-se com aquilo que nos afeta.

Não quero que essa mensagem pareça um texto de auto-ajuda que pretenda fornecer o segredo ou a fórmula magica da felicidade, porque isso não existe. É sempre frágil o equilíbrio entre a felicidade e a angústia, entre o prazer e o desconforto. Mas estou convencido que podemos modificar nossas perpectivas. E, se isso é possível, porque não treinar nosso olhar para o que nos alegra, para aquilo que, para nós, é o sublime? Penso que vale a pena tatear estradas nessa direção, seguindo empós àquilo que nos faz felizes. E lutando pela liberdade de sempre poder seguir...

t.

Ana disse...

@Maicon
A informação de que as mulheres trabalham mais e ganham menos eu li num jornal esses dias enquanto esperava o início da sessão do Amazing Spider Man. Posso correr atrás da fonte de você quiser (embora não ache que possa prometer que vou achar).

Eu não falei sobre a diferença entre sexismo/machismo/feminismo porque achei que do jeito que 12:59 tinha escrito dava pra entender o que el@ queria dizer.

Então, que me corrijam se eu estiver errada, mas o que eu entendo é que: dado que o feminismo é por conceito a busca por igualdade, não se encaixa em 'sexismo'; enquanto o mesmo não se aplica ao machismo, que é por conceito a superioridade masculina.

Do meu ponto de vista, todo sexismo é nocivo aos dois gêneros - seja em favor da superioridade da mulher ou do homem. Porque contanto que haja papéis prontos e características sendo impostas a todo um gênero sem o mínimo de margem pras diferenças, alguém vai sofrer com isso.

Falando especificamente do machismo, eu diria que sim, é ruim pros homens, por vários motivos que eu podia ficar listando aqui até amanhã (e discutidos várias vezes aqui no blog). Mas acho que o mais óbvio é que nem todo cara nasce prontamente dentro do modelo de masculinidade que é exigido; e qualquer um que não atenda a essa expectativa é duramente criticado.

Ana disse...

@Maicon (II)

Achei o link no Correio do Povo (que se não me engano foi onde li a matéria):

http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=445331

Como não há referência ao 'ganhar menos' (e me parece que no jornal impresso tinha) continuei pesquisando. No BBC Brasil há a informação como me recordo de ter lido:

http://www.bbc.co.uk/portuguese/ultimas_noticias/2012/07/120719_desigualdade_oit_lgb_rn.shtml

É um estudo da Organização Internacional do Trabalho que repercutiu agora em Julho.

Carol disse...

Rindo de quem acha que machismo não existe mais.

Lays, mãe e tudo o mais. disse...

Claro que eu fico triste, claro que deprime e revolta. Mas tento pensar que minha filha vai viver em um mundo mais justo com ela. Isso sempre me ajuda. Sempre.

Anônimo disse...

Ao que parece, eu também sou assim. Quero dizer, eu comecei a me antenar muito mais depois de começar a ler as teorias feministas. Assim que o blog da Lola, eu acho que ele tem uma função humanizadora importante. -- Brian

Iara De Dupont disse...

No meu caso posso dizer que o feminismo me salvou.
Cresci em um ambiente muito violento verbalmente,mas era uma violência velada e eu sem saber,reagia,assim diziam que eu era sensível,difícil de lidar..porque mesmo novinha eu me sentia mal com as piadas machistas que aconteciam na minha casa...alguma coisa me dizia que ali não estava certo.
Mas imagina pensar que era errado!Meu pai sempre me deixou fazer o que eu queria,nunca me bateu,nunca gritou comigo,então não havia violência.
Levei isso aos relacionamentos e começou tudo de novo,a agressão velada,até que tudo teve seu fim e eu conheci o feminismo,entendi o que era agressão verbal,entendi que não havia graça nenhuma em piadas misoginas e finalmente eu não era uma pessoa difícil.
Se não tivesse sido o feminismo meu destino teria sido como o de muitas,deitadas em um divã,se perguntando e fazendo análise de porque era tão difícil de conviver comigo,o que havia de errado?
Teria passado mais anos do que passei,discutindo uma coisa que simplesmente não existia,um problema fantasma.
Quando comecei a estudar o feminismo me libertei em todos os sentidos,aprendi a me colocar e responder,me afastei de relacionamentos agressivos e problemas profissionais.
Você descobre que não tem nada de errado com você,é o mundo que está errado.
Mas muitas coisas me deprimem profundamente,uma delas é ainda ver questões claras e pessoas negando isso.
Se eu vejo um animal no meio da rua,atropelado,não preciso de ninguém para me dizer que aquilo é terrível,sei disso,então como é possível ter que explicar a amigos cultos e formados que a violência contra a mulher existe?Não está ali, na cara de todos?
Outro dia conversando com um amigo discutimos porque segundo ele não existe essa de `estupro conjugal´.Não sei como saiu essa conversa,mas ele jurou que eu estava errada,se uma mulher hoje se casa com um homem é porque ama ele,portanto não é estuprada,caso não queira ter relações,digamos assim,a moça ama o rapaz e só resolveu punir ele por alguma coisa e ele reagiu.Escutar isso me deprime,não entendo como tenho que explicar uma coisa tão óbvia.Mas enfim,o feminismo liberta,é melhor ouvir essas besteiras do que viver na ignorância como eu vivia e sofria demais por ser considerada inadequada com meu excesso de sensibilidade.

Siena disse...

Acompanho seu blog há um tempo e acho que vim parar nele pelo portal Geledes.

Antes de me "descobrir" feminista já era ativista dos direitos dos animais, então criei uma resistência as maldades que a gente vê. Pq gente, vcs leem essas maldades com humanos não tem noção a que ponto a maldade do ser humano pode chegar com animais. Já nessa minha luta pelos animais comecei a ficar deprimida, era muita desgraça e pouco se pode(ia) fazer. Comecei por me limitar a não ver fotos/vídeos/etc relacionado a crueldade animal, mas isso não quis dizer que eu não ia espalhar minha opinião sobre o acontecimento e assim consegui manter minha sanidade e meu amor pela causa animal. Gritando por esses que não podem gritar.

Já no meu eu feminista, sempre que leio algo sobre violência contra mulher, criança, vulnerável penso no quanto eu vejo feministas por ai gritando por essas pessoas, que elas não estão desamparadas, que tem quem as escute e defenda.
O feminismo é lindo, ele luta, sangra e é cheio de esperança e poder. Não se deprima, grite!

Anônimo disse...

A cara do mascu Barão Kageyama, um dos lideres do movimento.http://www.youtube.com/watch?v=Ahh947dCIIA

lola aronovich disse...

Anônimo das 1:45, como vc sabe que é ele? Pela voz?

Anônimo disse...

Lola, o que a autora do post te perguntou eu tb compartiho, mas por outro lado, ignorância não é só felicidade, pois eu sempre fico imaginando que para quem não quer ver o mundo de maneira crítica, mesmo não vendo, sente sim as pressões do mundo. E viver sentindo essa pressão, mesmo que indireta, deve ser igualmente ruim.
Por ex. não é porque vc não é feminista que deixa de sofrer as pressões de ser mulher. E neste caso, acho muito melhor qndo sabemos de onde vem estas pressões, isto ajuda nos enteder melhor , canalizar as frustações, e as vezes nos sentimos até melhor assim.
Resumindo, acho que tem os dias que nos sentimos mal por isso, por acabar achando que estamos vendo tudo de maneira crtica. Mas, no geral, até do ponto de vista individual e da saúde mental, acho melhor quando tentamos ver de onde vem toda esta pressão.

Bjos (vivi)

Leio Lola Leio disse...

Seu blog foi a melhor descoberta na internet que tive esse ano (ou ano passado).
Costumo ser bastante insatisfeita com o que vejo por aí, mas acho que minha indignação e queixa muitas vezes acaba virando pessimismo e vontade de não sair mais da cama.
Difícil manter a potência e agir de modo construtivo, quando parece que todos os dias se apanha mais que tudo.
Agora, muitas pessoas que comigo cresceram tomaram rumos TÃO diferentes e agem com desdém com questões como as que você aborda no blog, questões que me dizem tanto respeito.
Já sou acostumada a ser torta, deslocada nos lugares por onde circulo, agora manter essa alegria que você mencionou Lola, tem sido atualmente um dos meus maiores desafios, mas, desde que conheci sues escritos, me sinto menos só.

Terezaporto disse...

Muito obrigada T. sobre esclarecimento do que é emponderar, observei que volta e meia a Lola usa o termo e os significados que achei não me satisfizeram. Abraços.

Mirella disse...

é difícil não se deixar levar no modo "ferro e fogo". complicado, pois estamos inseridas em diversos círculos - social, trabalho, família - em que sempre encontraremos aquelas atitudes que tanto nos machucam. Lendo jornais, assistindo televisão, vemos notícias que provam somente que ainda temos muito pelo o que lutar. Então, se eu puder dizer algo para a Amanda, que seja: tudo isto que nos machuca, toda esta violência e opressão, transforme em combustível. E quando não conseguir, se afaste. Você é uma pessoa cheia de nuances, existe trabalho, lazer, luta. Precisa se dar um tempo para cada coisa. Claro que verá um filme com olhar crítico, lerá uma notícia mais atentamente, mas não pode se impedir de viver, né?

Sonado Alaikor disse...

Esse post caiu como uma luva, n ão o li ontem, deveria contudo, principalmente por conta de um debate em que estive ligado de noite. Possivelmente quinta ele seja citado algumas vezes...

Luiza disse...

Terezaporto, uma pequena correção, posso?

A palavra é empoderar, sem "n". A pessoa que comentou primeiro cometeu um pequeno erro de digitação. A T. escreveu direitinho.

Samantha Steil. disse...

É como ser advogada criminalista do Estado. Às vezes dá vontade de sair correndo, noutras honestamente a gente acaba esperando a condenação. No final das contas, me consola saber que o Estado obriga que o cidadão tenha defesa (NA MEDIDA EM QUE ISSO É POSSÍVEL) como meio de legitimar a pena e "tirá-lo" da sociedade.

Anônimo disse...

Muito bom, como sempre, Lola!
Queria dizer q antes do seu blog, eu, como a autora do e-mail, também pouco havia pensado sobre todas estas questões.
Eu cheguei ao seu blog quando você ajudou a nossa campanha "Bater em criança é covardia", no Twitter, dando RT nas nossas postagens. Vim ler seus textos perfeitos sobre a violência contra a criança, depois comecei a ler os outros textos, e só então comecei a perceber tantas coisas que eu nem via.
A gente nasce e desde cedo ouve que a função da mulher é essa, servir ao homem. Eu tenho três irmãos, e somente eu tinha a responsabilidade de auxiliar minha mãe nos serviços domésticos. Eu achava natural. Mas eu não gostava de fazer esse "dever". Ela sempre me dizia: "Coitado do homem que se casar com você." Sem maldade nenhuma. E eu não me arrepiava com isso, achava certo, realmente precisava aprender a ser uma boa esposa.
E foi assim que pensei a vida inteira. Eu sempre trabalhei fora, mas sempre tive a ideia de que a função da mulher é fazer, sozinha, a "dupla-jornada".
Abuso sexual nunca sofri, felizmente, mas sempre achei natural que eu não pudesse andar na rua à noite sem tomar cuidado. Uma vez, minha prima e eu, voltando de uma baladinha, fomos seguidas por dois caras. Conseguimos fugir. Em momento nenhum culpei os caras. Eu culpei a nós duas. Como duas mulheres voltam para casa sozinhas à noite e acham que nada pode acontecer? Se acontecesse, a culpa seria nossa. Era assim que eu pensava.
Hoje eu enxergo o absurdo disso tudo!
Tenha a certeza de que seu blog tem cumprido um importantíssimo papel.
Eu acho que essa realidade só pode mudar através da conscientização. Vamos falar, falar e falar, escrever e escrever, sair às ruas e protestar. Mais e mais pessoas poderão refletir e perceber uma coisa tão clara: homens e mulheres são iguais.
Lola, ajude a denunciar o vídeo do Edu Testosterona de apologia ao estupro, veja neste link do Facebook:
http://www.facebook.com/photo.php?fbid=494301997263922&set=a.483165815044207.122313.482936895067099&type=1&theater

T. disse...

Terezaporto,
imagina, não tem pelo que agradecer. Se tenho a sorte de conhecer alguma coisa, para mim é uma satisfação quando posso colocar o pouco que sei em comum, compartilhando aquilo que me habita e constitui.
Abraços.

Luiza,
sabe que eu não havia notado o "n"? Depois de ler seu comentário pensei: ainda bem que não sou um revisor, se não eu tava perdido! rs Bom, brincadeiras a parte, bem observado.

t.

Sarah de Souza disse...

Me identifiquei horrores. Já faz uns dois anos que eu comecei a estudar feminismo, questionar Deus e o mundo (literalmente), mas, desde o início, é difícil dizer "eu sou feminista". De alguma maneira, sinto que é como dizer que sou flamenguista no meio da torcida do vasco, às vezes parece que tenho de torcer baixinho, pra ninguém querer me linchar.
Mas ando percebendo que é justamente isso que o mundo quer, que a gente deixe nossa opinião guardada na gaveta, pra que as coisas continuem do jeitinho que estão. É claro que dá medo levantar a bandeira (ainda mais num país conservador pra caramba como esse nosso), mas é só depois que a gente faz isso que entende o quanto isso nos preenche.
Claro, ainda estou engatinhando, ainda tenho muitos receios, mas o importante é entender que não é vergonha nenhuma ser feminista, vergonha é aceitar tudo isso de braços cruzados.
E é por isso que eu S2 feminismo!

Terezaporto disse...

Obrigada Luiza pela correção.

EneidaMelo disse...

Acho super bacana ler os comentários e ver gente dizendo que mudou de opinião em relação ao feminismo e ao status quo depois que passou a ler este blog.

August disse...

Uma vez tive que ler ''A hora da Estrela'' de Clarice Lispector, obrigada. Era pra uma disciplina (que aliás eu acabei passando nela, mas que larguei o curso de mão. Enfim, não sobre largar o que, ou ter passado em quê, que importa aqui.

Mas esse tal lance da denuncia que tem ali na estória. De como é você, relacionar todo seu conhecimento de mundo àquela leitura, e entender que ali, há muitas entrelinhas...

De como acho necessário, e tenho sempre sede de ler teu blog Lola. De como é bom, a cada postagem sua, ficar refletindo sobre os temas.

Na hora da estrela, trata mais ou menos, de como acabamos vivendo dentro de uma matrix, ou numa caverna (como no mito da caverna). A partir do momento em que uma feminista estranha sai da caverna e cria o blog... as outras pessoas que estavam na caverna da internet não a compreendem muito bem, a ponto de quererem ''matá-la'', pelo desejo que tem como causa a simples ignorância.

E ser mais um(a) Macabéa da vida, é o que seria bom pra ser feliz não? Sim, pois se não sei dos demais problemas do mundo, a paz mundial, a fome da áfrica, a corrupção do Brasil (e no mundo tbm) de como tudo ''tá tão certinho'' como está quando a gente está na tal zona de conforto, o que nos faz ter preguiça de pensar até no tal movimento de salvar as baleias e os golginhos do tal superaquecimento global.

''Óh God... como é bom que a maioria da população permaneça na ignorância. Pois só assim, é que vamos conseguir permancer no poder...'' talvez pensem assim que está lá no poder.

''Enfim, no final, como diria Rita Lee, até o programa do partido vira b*sta. Então pra quê pensar demais né?? Melhor ir assistir a novela não??...''

É Lolita. Não consigo mais ficar sem ler teu blog. Passei a ter uma mente mais expansiva depois que passei a lê-lo assim como muitos também.

E essa pedrinha do sapato... é pequena? E como! Mas que incomoda.... ah pode ter certeza que sim. Digo, no sentido de quebrar com paradigmas mesmo, o conhecimento em si, é uma ''violência'' ele rompe com a ignorância. E é bom sim pensar, relfetir, ler sobre tudo e todos. Se a vida não fosse esse exercício, que graça teria?

Abraço, Monique =P

Daniel Vieira disse...

O texto foi bom, mas devo dizer que os comentários estão excelentes (foi mals, lolinha =) ).

Me identifiquei muito, não apenas com o tema de feminismo, mas qualquer outra coisa que acho um absurdo. Algum(a) jovem sendo ameaçada pelos pais porque não acredita em deus, alguma pessoa espancada na rua "por ser bicha", ou meninas estupradas por sua banda favorita, e pessoas apoiando a banda. Isso me faz mal.

Mas vou seguir o conselho da lola. Assistir algum vídeo de gatinho, ou então de skatistas levando tombos.

Anônimo disse...

Quando conheci o feminismo e comecei a me interessar sobre a questão de gênero (sutilmente, na época, comecei a me engajar também à filosofia existencialista), sentia-me muito incompreendida. Postei um vídeo no youtube a respeito do feminismo e ele teve uma repercussão muito maior que todos os outros vídeos que havia feito... Mas a grande maioria dos comentários eram depreciativos, tentativas desesperadas de me ofender ou de refutar as propostas feministas com argumentos totalmente infundados e irrefletidos. Em casa, no círculo de amigos, também senti uma certa pressão... No início as pessoas discordavam, muitos se afastaram de mim, mas eu não abri mão de minha desconstrução e construção de algo novo e promissor. No meio do caminho, sofri uma agressão e denunciei, muita coisa aconteceu, senti na pele o que é ser culpabilizada por uma agressão que você sofre e ainda não ter o apoio necessário. Nem a polícia colaborou, parece que eles simplesmente esqueceram o meu B.O. no meio das rosquinhas deles lá. Mas isso é uma longa história.. O que quero dizer é que, com o passar do tempo, de uns tempinhos pra cá, o efeito se reverteu.. Eu percebi que as pessoas ao meu redor começaram a ser influenciadas pelas reflexões e provocações que eu colocava e começaram a questionar os preconceitos veiculados em nossa sociedade. Mais tarde, muitas dessas pessoas subverteram-se radicalmente, até mesmo aquele que me agrediu. E eu sinceramente acho que isso tem um significado MUITO maior, melhor e repleto de sentido para mim do que as agressões e negligências que sofri. Ver uma pessoa se transformar, desconstruir seus preconceitos e construir uma consciência de compromisso social e ainda saber que você teve um dedinho ali é, para mim, uma das sensações mais maravilhosas e engrandecedoras do cosmos! Esses dias dei uma palestra em minha faculdade com o tema A Mulher e a Mídia - Como somos representadas, junto a uma colega, também feminista, e aquilo fez muito sentido às pessoas que estavam presentes. Tal palestra foi inspirada pelo documentário Miss Representation, que conheci graças à Lolinha aí! Então, calma garot@s.. Tudo a seu tempo. Nós somos como células cancerígenas, vamos contaminando várias outras aos pouquinhos com nossos questionamentos e podemos chegar longe!

Um abraço a tod@s!!

Aline disse...

Bom, li um livro recentemente que aborda o feminismo de um jeito leve e divertido (mas nem por isso com menos seriedade). Achei bom, tem vários capítulos bem interessantes (outros nem tanto), e gostei de ter lido porque, realmente, às vezes é complicado... o livro é "Como ser mulher", da Caitlin Moran.

http://revistatpm.uol.com.br/revista/123/bazar/feminista-sim-mas-sem-perder-a-ternura.html#2

Camila Sousa de Almeida disse...

Gosto bastante do seu blog e adorei esse post em especial.

As palavras estão tão bem colocadas que fiquei sem mais a acrescentar...

:)

Abraço

Leonísia F. disse...

Creio que uma feminista também não deve andar só. No sentido de que para o avanço do feminismo no mundo a auto-organização se faz estritamente necessária. Quando me perguntam o que eu vou fazer para mudar o machismo (e o capitalismo, a homofobia, o classismo, etc) eu digo que eu sozinha é que não vou fazer nada. Aliviar as dores com abstrações é importante, mas tbm é importante buscar aliviar as dores na construção de outros valores, na convivência de pessoas que pensam parecido e que topam lutar alegremente por um outro mundo. sim, a alegria é fundamental em qualquer processo de luta. saber o que nos move, sonhar com o mundo que queremos, isso nos enche de alegria. não se pode esquecer. organizar-se é fundamental para viver, e não só sobreviver, nesse mundo machista. uma coisa que me ajuda a lidar com as pessoas que não podemos escolher estarem no nosso dia a dia ou não, é lembrar de que eu pensava parecido por falta de estudo e informação. Lembrar de que a sociedade é que a machista, não apenas os individuos. Embora muito lutem na outra frente pra manutenção do machismo, há muitas pessoas que só estão reproduzindo mesmo. Essas pessoas estão em disputa! E a nossa alegria roxa deve conquistar não apenas a mente delas, mas o coração. Não sei aonde vc mora, mas possivelmente há grupos que se organizam, tlvz não em torno especificamente, mas quem sabe em outras pautas de um mundo mais justo? E tensionar o feminismo nesses grupos tbm é importante.

Daniel Vieira disse...

Acabei de me sentir um pouco mais mal ainda, com aquele panfleto do grupo FEMICA. Me dei conta que as bulinadas no meio da noite que já fiz, ainda que com boas intenções, se caracteriza como estupro.

Tipo, é muito foda cair a ficha disso. "Eu sou um estuprador" não é algo fácil de se dizer. Auto-crítica. Espelho. Pode ser destruidor.

Ao mesmo tempo, é força pra fazer algo a respeito. Ter consciência do erro, e se ligar.

Anônimo disse...

Eu tenho enfrentado uma tristeza muito grande com o meu namorado. Ele sempre foi muito humano, prega pela igualdade de direitos e acha horrível esse machismo exacerbado.

Mas por outro lado, ele defende os direitos dos homens, questiona porque as feministas não fazem marcha contra a obrigatoriedade do serviço militar ou porque não lutam contra a diferença nas idades das aposentadorias.

E como se não bastasse, ele ainda tira sarro de algumas posturas minhas. Entramos numa discussão sobre aborto onde chegou um momento em que eu desisti de conversar, de tantos ataques sem sentido apenas para que ele ganhasse a discussão. Como se não bastasse, ele ainda foi para o Twitter tirar sarro, que a "pessoa" com quem ele discutia deu pra trás e saiu da conversa por não conseguir argumentar.

Sério, eu não esperava essa atitude, não esperava essa infantilidade dele e fiquei tão magoada que hoje mal conversamos sobre nenhum tema polêmico. Pra ele, criar uma rede de atendimento para abortos seguros para impedir que mulheres pobres continuem morrendo, é "perder dinheiro", pois as mulheres nem sempre vão conseguir atendimento já que o SUS é imperfeito. Pessoas morrem todos os dias na fila de transplantes e nem por isso o programa foi suspenso, não é?

Só sei que tenho pensado muito em terminar com esse namoro, pois um homem que pensa assim, sinceramente, não é humanista, é masculinista e tende a piorar com o tempo.

Grande abraço!

Nathalia ॐ disse...

É verdade, Lola. Você é uma pessoa que planta uma sementinha mesmo, pois primeira vez que parei aqui foi devido a uma entrevista sua na revista tpm. Não entendi muito bem seus textos, semanas depois comecei a questionar algumas propagandas (tipo da Marisa) e parei aqui novamente, foi quando VICIEI e seus textos me fizeram entender a necessidade do feminismo.