quinta-feira, 14 de junho de 2012

GUEST POST: LEILA DINIZ, 40 ANOS DE SAUDADE

Foi a Teresa Silva, bibliotecária no Rio de Janeiro, quem me lembrou que hoje faz 40 anos que um ícone chamado Leila Diniz morreu. Pedi pra Teresa escrever um guest post, e ei-lo. Obrigada, Teresa! 

"Leila para sempre Diniz, feliz na lembrança gravada: moça que sem discurso nem requerimento soltou as mulheres de vinte anos presas ao tronco de uma especial escravidão.”
Termina assim o poema que Carlos Drummond de Andrade publicou dias depois da morte da atriz, com apenas 27 anos, em um acidente de avião, em 14 de junho de 1972. 40 anos depois, Leila Diniz permanece na memória brasileira como símbolo de mulher livre e independente que confrontou as convenções sociais de quase 50 anos atrás sobre como devia ser o comportamento da mulher. 
De que escravidão Drummond falava? De ser mal resolvida com a sua sexualidade. De ser proibida de viver livre, dona do seu nariz e do seu corpo. Se hoje uma mulher que busque se libertar dessa escravidão ainda é considerada por alguns p*ta, depravada, imoral e afins, imaginem há quase 50 anos.
Talvez os mais exigentes digam que Leila Diniz não pode ser considerada símbolo feminista. A própria Leila desdenhava de ser revolucionária ou coisa parecida.  Ruy Castro conta que, se alguém a convidasse para levantar bandeiras, ela, com seu jeito irreverente, "mandaria esta pessoa fazer outra coisa com a bandeira". Mas isso não tem importância. Ela era feminista por atitude.
A entrevista que ela deu ao jornal Pasquim em 1969 foi um escândalo (link pro PDF da entrevista). Vestida apenas com um roupão e de toalha na cabeça, de cara limpa, real e figurativamente, e falando muitos palavrões que foram substituídos por asteriscos (parece a Via Láctea de tanta estrelinha, disseram), entre outras coisas ela falou o que pensava e vivia sobre o amor e o sexo. Essa entrevista causou tanto impacto na sociedade que o governo militar estabeleceu um decreto, que ficou conhecido como Decreto Leila Diniz. O decreto impôs a censura prévia na imprensa: as matérias só eram publicadas nos jornais depois de lidas e se fossem aprovadas por censores do governo. 
Leila sentiu na pele a repercussão dessa entrevista: os machistas, os despeitados com a sua coragem e os moralistas de plantão se rasgavam de ódio e despejavam-lhe todo tipo de ofensas. Leila foi dispensada da Rede Globo com a justificativa "Nessa novela não vai ter papel de p*ta". Uns dizem que isso foi dito na sua cara por um produtor executivo. Outros, que foi um recado de uma autora de novelas. 
Ela foi ameaçada de ser presa e teve que passar um tempo escondida. Mas superou todas essas adversidades com o apoio de bons amigos e com a sua alegria de viver. Alegria que ela mostrou também quando ficou grávida e exibiu o barrigão na praia usando biquíni, contra o costume da época das mulheres grávidas irem na praia de bata para esconder a barriga.
Uma mulher solar, como a descreve quem a conheceu pessoalmente. Como canta Rita Lee: toda mulher é meio Leila Diniz.
Quem quiser saber mais sobre Leila, recomendo essas obras. Para ler: Toda mulher é meio Leila Diniz, de Mirian Goldenberg.
Leila Diniz: uma revolução na praia, de Joaquim Ferreira dos Santos.
Para assistir: Leila Diniz, de Luiz Carlos Lacerda. Cinebiografia dirigida por um grande amigo de Leila, no filme interpretada por Louise Cardoso.

43 comentários:

Hamanndah disse...

" recado de uma autora de novelas. "

Será que esta autora de novelas foi Ivani Ribeiro?

Ivani, que transformava suas heroínas de "deusas em capachos"( Frase famosa de Picasso)

Sempre em suas novelas, Ivani dividia as mulheres em putas e santas, e as santas eram as submissas, apagadas..

Me dói na lembrança a fala de um personagem feminino para a mãe do personagem que "agora aprendeu a se arrastar aos pés de um homem", como se isso fosse feminino e saudável

Outro personagem, Joana Prado, virou uma mulher submissa e que implorava o amor de um homem, com atitudes humilhantes como sequestrá-lo e, praticamente, ajoelhar-se aos pés dele

Amor-próprio é pré-requisito para amar outro alguém com equilibrio

VIVA LEILA DINIZ PARA SEMPRE

Jacqueline disse...

Belíssimo post. Que todas sejamos um pouco Leila Diniz!

Anônimo disse...

Leila Diniz
- Niterói/RJ, 25 de março de 1945 — Nova Délhi/Índia, 14 de junho de 1972

Luz Del Fuego
- Cachoeiro de Itapemirim/ES, 21 de fevereiro de 1917 — Rio de Janeiro/RJ, 19 de julho de 1967

Duas mulheres marcantes na cultura brasileira durante uma determinada época... hoje poucos se lembram delas. Mulheres valentes e irreverentes, livres de quaisquer amarras.

LD http://pt.wikipedia.org/wiki/Leila_diniz

LDF http://pt.wikipedia.org/wiki/Luz_del_Fuego

Sobre o uso de palavrão... uma cidade do Estado de Massachusetts, EUA, acaba de aprovar uma lei municipal pra multar qq pessoa que use palavrão em local público. A multa é de U$20.

Bruno S disse...

Muito boa a entrevista.

Sensacional a naturalidade com que ela trata assuntos que ainda hoje são polêmicos.

Unknown disse...

Falei dela hoje no facebook e nem sabia...eu adoro a história dela, assisti a esse documentário recomendado e fiquei mais apaixonada. Meu comentário no facebook foi que sempre a confundo com a Angela Diniz, além do mesmo sobrenome óbviamente, por ela ser livre e Angela ter sido morta por machismo, as confundo, suas hiestórias.

B. de Campos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
B. de Campos disse...

Grande Leila Diniz!

Como a sociedade é cruel com as pessoas à frente de seu tempo... Você que o diga, né Lolinha? :)

Abraços! :*

Marcos Godoi disse...

Alguém já assistiu a cinebiografia? É boa?

Táia disse...

Às vezes penso.. a Leila sacudiu tudo há tantas décadas e hoje estamos todos tão caretas e protocolares, né? Explico: se a Luana Piovani receber uma revista de roupão e toalha, não vai ter nenhuma espontaneidade nisso. Provavelmente a assessoria dela terá sugerido para demonstrar espontaneidade, mas hoje pouca coisa flui, ainda mais atitudes gauche como as da Leila. Curiosamente só consigo me lembrar de pessoas assim que morreram cedo.. Cássia Eller, Amy Winehouse..

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O livro da Mirian Goldenberg é beeem legal, porque não mitifica Leila. Conta sobre infância, adolescência e vida adulta. Conta prós e contras e ao longo do livro dá pra amá-la e detestá-la. Achei uma leitura gostosa e despretensiosa, aconselho muito.

Camila Fernandes disse...

"Outro personagem, Joana Prado, virou uma mulher submissa e que implorava o amor de um homem, com atitudes humilhantes como sequestrá-lo e, praticamente, ajoelhar-se aos pés dele."

Hamanndah, essa ideia de sequestrar o cara é medonha! Que novela mais maluca, gente. Ela realmente sequestra o namorado, e o público torce para eles ficarem juntos. Sei não, mas se alguém me mantivesse em cativeiro, eu iria querer a maior distância possível dessa pessoa - de preferência com os muros de uma penitenciária entre a gente.

Então, é isso mesmo? Ter personagem "p*t@" não pode, mas mocinha sequestrar mocinho como prova de amor é lindo?

Faço apenas uma ressalva: dei uma pesquisada aqui e o nome da oersonagem era Joana Penteado, da novela A gata comeu.

Blanca disse...

Muito boa a música da Rita Lee!

Gente, sabiam que o Chico Buarque e a Marieta Severo cuidaram da filha da leila diniz depois que ela morreu? Sempre amei Chico e Drummond, depois de ler isso sobre eles, amo ainda mais ♥

Vou procurar ver esses filmes sobre a vida da Leila. Nunca soube dessas coisas divas que ela fez.

E Tália, o que tem no livro que faz vc detestá-la?

lola aronovich disse...

Marcos Godoi, eu via cinebiografia! Vi no cinema, na época. O filme é bem antigo, de 1987, e é uma biopic convencional. Mas a Louise Cardoso é ótima e passa muito bem toda a alegria da Leila Diniz. Não lembro nada do filme, só da Louise Cardoso, e de algumas coisas da vida da Leila Diniz. Até pouco tempo atrás, eu tinha a edição do Pasquim com a entrevista dela! Mas agora não sei onde está...

Sara disse...

Não tinha entendimento suficiente por ser muito nova, do que representava Leila Diniz quando viva.
Mas sou testemunha que mesmo depois de sua morte num acidente de avião, que lembro foi muito noticiado, do impacto que ela causou em nossa sociedade.
Ela era um tipo de mulher de personalidade muito marcante e que apesar de tantas perseguições viveu da maneira que achava certo, mesmo em uma época em que bem poucas mulheres podiam ser assim.
Ela foi tema de musicas e não só da Rita Lee, mas Erasmo Carlos tb fez uma citando o nome dela.
Acho que nós feministas devemos a ela, que foi uma formadora de opiniões muito do nosso pensamento.

Anônimo disse...

eguem alguns links para os que se interessarem mais sobre Leila Diniz (Janaína, filha dela, está no FaceBook):

>>> Leila Diniz, censurada durante a ditadura, hoje é nome homenageando uma sala de cultura no RJ - "Imprensa Oficial inaugura a Sala de Cultura Leila Diniz"
01/07/2011
http://www.rj.gov.br/web/imprensa/exibeconteudo?article-id=522428

>>> Janaina Diniz Guerra, filha de Leila Diniz e Ruy Guerra, prepara-se para transpor para o cinema a história infantil de Chico Buarque.
Rafael Lemos
"Quando tinha sete anos, Janaina Diniz Guerra leu o livro-poema Chapeuzinho Amarelo, escrito por Chico Buarque de Holanda e ilustrado pelo cartunista Ziraldo."
http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/a-chapeuzinho-amarelo-de-janaina-diniz

>>> A filha de Leila
Entrevista com a filha de Leila Diniz
Para Janaína Diniz Guerra, sua geração deveria lutar contra a idealização dos papéis femininos.
http://salalatinadecinema.blogspot.com/2010/06/entrevista-coma-filha-de-leila-diniz.html

>>> Pois hoje a Janaína Diniz apanhou meu táxi a caminho do Leblon...
Jorge Schweitzer
http://taxiemmovimento.blogspot.com/2011/03/janaina-diniz-filha-de-leila-diniz-e.html

>>> Ruy Guerra, viúvo de Leila Diniz, pai de Janaína Diniz Guerra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ruy_Guerra

Unknown disse...

Outro livro sobre Leila Diniz é "Leila Diniz", de Joaquim Ferreira dos Santos. É um dos títulos da coleção Perfis Brasileiros, da Cia. das Letras. Na Estante Virtual é possível encontrar esse livro por R$10,00. Bem baratinho. Quem quiser dar uma olhada: http://www.estantevirtual.com.br/q/leila-diniz .

Unknown disse...

A autora de novelas q supostamente rejeitou a Leila era a janete Clair.
O engraçado é q a Leila foi muito criticada pelas feministas. E tb pelas q não eram. Acho q ninguém conseguiu entender na época o que as atitudes dela representavam.

Unknown disse...

Ae, tou afim de fazer um blog para ironizar a emotividade alheia nas discussões políticas da vida. A idéia é ter vários personagens que participam de entrevista e guest posts... Alguém sugere alguns personagens "odiados"?

Anônimo disse...

"Coqueiro Verde" é a música em que Erasmo Carlos cita Leila Diniz
http://www.youtube.com/watch?v=u14PUSZj-tg

Anônimo disse...

"Sou uma pessoa livre e em paz com o mundo. Conquistei a minha liberdade a duras penas, rompendo com as convenções que tolhiam meus passos. Por isso, fui muitas vezes censurada, mas nunca vacilei, sempre fui em frente. Tudo o que fiz me garantiu a paz e a tranqüilidade que tenho hoje. Sou Leila Diniz, qual é o problema?" --Leila Diniz
http://miriangoldenberg.com.br/content.php?option=com_content&task=view&id=78&Itemid=106

Anônimo disse...

JANAÍNA é um nome que se popularizou no Brasil a partir do nascimento da filha de Leila Diniz e Ruy Guerra... bem, me ocorreu buscar o significado e descobri que é outro nome dado a IEMANJÁ.

>>> Além da grande diversidade de nomes africanos pelos quais Iemanjá é conhecida, a forma portuguesa JANAÍNA também é utilizada, embora em raras ocasiões. A alcunha, criada durante a escravidão, foi a maneira mais branda de "sincretismo" encontrada pelos negros para a perpetuação de seus cultos tradicionais sem a intervenção de seus senhores, que consideravam inadimissíveis tais "manifestações pagãs" em suas propriedades. Embora tal invocação tenha caído em desuso, várias composições de autoria popular foram realizadas de forma a saudar a "Janaína do Mar" e como canções litúrgicas.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Iemanj%C3%A1

Anônimo disse...

"Ora, em Portugal e na região espanhola de León, janas são uma espécie de fadas dos rios, semelhantes a sereias, que como suas similares e variantes em muitas outras tradições, tanto podem cativar os homens pela sua beleza e lhes causar a perdição como se deixar seduzir e terem um triste fim. No passado, a palavra também foi usada como sinônimo de bruxa e de fada."
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1270956-EI6607,00.html

Diva disse...

Se hoje uma mulher que busque se libertar dessa escravidão ainda é considerada por alguns p*ta, depravada, imoral e afins, imaginem há quase 50 anos.

Triste pensar que não se avançou muito nesse sentido.

Diva disse...

Terminei de ler a entrevista no Pasquim. Engraçado que falar tão abertamente sobre certos assuntos ainda causaria choque em muita gente hoje em dia.

Ameaçar prender uma mulher por ser.................livre. E ainda tem pulha com saudades da ditadura.

Anônimo disse...

nossa, essa entrevista é clássica demais, obrigado por colocar aqui!

alice disse...

por falar em sexualidade, já viu isso aqui http://www.fatsexthebook.com/#!About/c139r ?

Sara Marinho disse...

http://xicosa.blogfolha.uol.com.br/2012/06/14/suellen-herchcovitch-e-a-periguete-como-questao-de-classe/comment-page-1/#comment-41951

Dá uma olhada Lola, reportagem da Folha falando de "periguetismo", essa reportagem tenta quebrar um preconceito social sem nem esbarrar numa crítica ao machismo relacionado ao conceito.

Relicário disse...

Não sei muito sobre ela, li a entrevista, ainda que não tenha encontrado nela características feministas ou qualquer menção naquelas linhas sobre igualdade entre homens e mulheres, acredito que ela tenha dado alguma contribuição. Percebi foi uma pessoa que viveu com liberdade, mas daí a ter como exemplo acho meio exagerado. Tem gente que vive como quer, faz o que quer, sem nenhuma pretensão de levantar bandeiras de nada, e sinceramente não penso que isso faz essa pessoa melhor ou pior, só penso que também não dá pra supor que ela tenha feito isso com a intenção de defender os interesses de todas as mulheres, longe disso.

Erres Errantes disse...

O filme Leila Diniz passou na Globo há uns dois dias, de madrugada. Eu assisti. Confesso que me incomoda um pouco a "porra-louquice" dela, mas, se ela chocou tanto assim a sociedade por falar e fazer coisas inadmissíveis para mulheres, à época (e foi considerada uma ameaça pela ditadura), então, a Leila tem o meu respeito.
Entretanto, certamente havia mulheres menos bonitas e famosas que deviam agir da mesma forma há tempos, acontece que ela tinha mais visibilidade, então ficou para a história.

lola aronovich disse...

Opa, o post sobre friendzone (quer dizer, sobre os comentários do post sobre friendzone) não era pra hoje! Esqueci que tinha agendado pra hoje, deixei no automático e foi publicado. Agora já tirei e coloquei agendado pra mais pra frente.
Estou atrasadíssima agora pra uma reunião, mas quando voltar escrevo um post. Quero falar sobre a entrevista que Danilo Gentili deu a Roberto Justus sobre humor.

Erres Errantes disse...

Marcos Godoi, para mim, a cinebiografia pareceu boa, embora eu não conheça muito a história de vida da Leila para saber se o filme foi fiel ou não(antes de assistir ao filme, eu só sabia que ela era uma atriz que tinha declarado que era possível transar com uma pessoa e amar outra, que foi para a praia exibindo a barriga de grávida, que teve uma filha com o Ruy Guerra, que era muito amiga da Marieta Severo e que morreu num desastr de avião, numa viagem à Índia).

Erres Errantes disse...

Blanca, realmente, a Leila Diniz e a Marienta Severo eram muito amigas, Até hoje, quando fazem reportagens sobre a vida de Leila, invariavelmente entrevistam a Marieta. Que legal que a Marieta e o marido dela à época tenham se preocupado coma Janaína, que perdeu a mãe tão cedo.

Anônimo disse...

Relicário em 15 de junho de 2012 09:56 - "Percebi foi uma pessoa que viveu com liberdade, mas daí a ter como exemplo acho meio exagerado. Tem gente que vive como quer, faz o que quer, sem nenhuma pretensão de levantar bandeiras de nada, e sinceramente não penso que isso faz essa pessoa melhor ou pior, só penso que também não dá pra supor que ela tenha feito isso com a intenção de defender os interesses de todas as mulheres, longe disso."

>>> Isso mesmo, Relicário;l seu comentário -além de realista- está bem ponderado e maturo, pois se Darlene Glória e Norma Bengell tivessem morrido ainda jovem e particularmente de forma trágica como se deu com Leila Diniz, tb teriam marcado da mesma forma. Tanto NB qto DG não tiveram comportamento (diante da mídia e em suas vidas de modo geral) em nada de forma diferente de LD. Leila, além de separada de um cineasta já famoso e bem mais velho do que ela, estava casada com Ruy Guerra, outro cineasta vindo de escola do cinema freancês, e deixou uma filha bebê e isso deu um ar romântico à imagem e lembrança que ela deixou. Segundo Leila Diniz, homem tem de ser durão... ou Erasmo Carlos não tirou isso de alguma entrevista de LD?

Verdadeiramente autêntica foi Luz del Fuego que no final pagou com a vida por defender com garras um estilo de vida OK na Suíça e Suécia, mas não no Brasil. Nem há 50 anos e nem hoje.

Sobre Luz del Fuego
"Também o movimento feminista brasileiro deve muito a esta mulher de garra que na década de 1950 já lutava pela liberdade feminina, sendo muito conhecida uma frase que repetia, a de que "daqui a 50 anos serei lembrada", talvez porque já naquele tempo conhecesse as propriedades medicinais da Helioterapia e Aeroterapia."
fonte: www.pt.wikipedia.org

natalia disse...

Não compartilho dessa adoração por Leila Diniz. Até bem pouco tempo não conseguia entender que o fato de uma mulher escancarar que dormia com bem entendesse, fosse um fato relevante. Até que a jornalista Mônica Waldvogel expôs que o fato dela falar sobre isso, foi relevante sim, pois tal comportamento não deveria depor contra a moral de uma mulher.
Agora, quem influenciou mesmo meu comportamento sexual foi um homem, o escritor Érico Veríssimo. Suas personagens femininas dificilmente são menininhas fúteis; pelo contrário, são mulheres com libido e com garra.

Becx disse...

Adorei o post. Parabéns!

Yanic disse...

Lola, Leila Diniz foi um ícone forte que até eu que não sou da época, nem vou a praia quero tirar uma foto grávida de biquine.
Eu sinto muita falta de ícones femininos fortes na minha geração.

Vitor Ferreira disse...

Eu discordo da Rita. Se toda mulher fosse um pouco Leila Diniz, as mulheres estariam numa situação bem melhor hoje.

Karina M. disse...

Natália, sou maluca pelas personas de certas Anas e de certas Olívias, inteiras, diante de certos Pedros e de certos Eugênios.

Anônimo disse...

Ótima observação, Natália. E sobre Érico Veríssimo, entre meus preferidos, acho lamentável que o filho dele tenha dado no que deu como "escritor"... chulo, vulgar, nada devendo a Os Trapalhões e às bobajadas de Jô Soares.

Leila Diniz falava muito palavrão, apareceu nua nas telas, e foi à praia usando biquini, enqto grávida e isso a marcou. Porém, por trás disso houve dois homens em quem ela se apoiou e que se beneficiaram dessa irreverência dela: os dois maridos cineastas, sendo que o segundo, Ruy Guerra, moçambicano que estudou cinema na França na época de BB (Brigitte Bardot ou La Bardot), teria "feito" por muito mais tempo Leila Diniz como uma bardozinha à brasileira. Para quem tiver interesse sobre o cinema brasileiro, sugiro buscar sobre as atrizes (cine/TV) da década de 60 e ainda 70 e poderão ver o que de mulher linda, charmosa, gostosa rolava nas telas e cada qual se expunha mais e mais para ter o maior cartaz e não digo que lhes faltasse talento como intérprete, de forma alguma.

Leila Diniz ficou marcada muito mais pela trágica morte e depois Erasmo Carlos a citando na múscia Coqueiro Verde, "como diz Leila Diniz homem tem que ser durão". E Leila Diniz durou.

A cearense Florinda Bulcão (tb conhecida como Bulkan) foi muito mais atirada que Leila Diniz, porém sempre teve classe e nunca se vulgarizou mesmo na época em que era apontada como homossexual (ela foi levada do Brasil para a Europa por uma condessa italiana com quem viveu). Florinda radicou-se na Itália onde fez cinema, tb fez cinema na França e Canadá e, pelo que me consta, nunca se prestou à imprensa brasileira como modelo de mulher escrachada. Enfim, pra mim, Florinda Bulcão sim pode ser citada como modelo de mulher independente. Ela era aeromoça qdo conheceu a tal condessa italiana e foi levada para o cinema italiano pelo visual marcante (corpo e rosto e cabelo) e pela boa educação que Florinda teve, inclusive era fluente em dois outros idiomas (numa época em que falar idiomas era privilégio da elite). Mas num país com falta de história cultural, uma Leila Diniz basta para fazer sensação.

Adelaide Carraro e Cassandra Rios sim deveriam ter seus nomes lado a lado com Nelson Rodrigues, uma vez que este tb foi considerado vulgar e pornográfico e hoje sua literatura é celebrada e respeitada no Brasil. E por que não se dá o mesmo com Adelaide Carraro e Cassandra Rios? Por dois motivos: eram mulheres, escreviam sobre o que Nelson Rodrigues escreveu, MAS não se expunham nuas e nem seminuas, vez que tinham o poder do intelcto, no caso a palavra através da pena e isso é "mais perigoso, muito mais perigoso" para a verdadeira liberação da mulher.

Lala disse...

off-topic: desculpe o comentário fora do contexto, mas me espantei com mascus soltos pelo yahoo: http://br.mulher.yahoo.com/blogs/mae-salto-alto/m%C3%A3es-que-s%C3%A3o-novas-mulheres-221530756.html

Diva disse...

Curioso como a Leila, até depois de morta, continua bagunçando os recalques da sociedade.

Pena que isso só mostra quão pouco as coisas mudaram nesses 40 anos.

Anônimo disse...

LEILA DINIZ SERVIU AOS HOMENS...

Anônimo disse...

Janaina filha de LEILA dINIZ É MAMAE DE UM MENINO QUE SE CHAMA hEITOR

Anônimo disse...

gente a Leila não levantou bandeira e nem tava ahi pra ser musa,ela queria ser ela mesma,e foi o que ela fez,viveu da maneira dela,só viveu junta com o Domingos de Oliveira,os outros foram namorados,o Ruy Guerra ela namorou e planejou a filha com ele,quando ela morreu ela já estava separada dele,ela amava mesmo a liberdade dela,o k ela fez errado acho k foi se expor tanto,ela disse que poderia pagar um preço da solidão,mas não ia deixar de viver da maneira dela,mudou um pouco quando a filha nasceu,mas não deu tempo,foi pro festival da Australia com o filme ''Mãos Vazias'' onde ela ganhou o premio como melhor atriz,as saudades e o sentimento de responssabilidade fez com k ela volta-se antes dos amigos,infelizmente aconteceu a tragégiame Janaína perdeu a mãe mais alegre do mundo!!! ela curtiu de montão a filha e foi amada durante os 6 meses k ficaram juntas :( ,sou amiga da família,vi Jana um baby,hoje mulher e mãe!!! bjjus genteee!!