quinta-feira, 3 de outubro de 2024

CAROLINE, CONDENADA A 18 ANOS PELO ASSASSINATO DE ELÍDIA

Estou faz uma semana pra escrever sobre este caso tenebroso, mas agora vai.

Na quarta-feira retrasada, dia 26 de setembro, ocorreu o julgamento de Elídia Geraldo, jovem de 19 anos que, no início de julho de 2019, saiu com um casal de amigos em Ubá, cidade de Minas Gerais com 100 mil habitantes. Foi dada como desaparecida durante vinte dias até que seu corpo foi encontrado num matagal por seu tio.

Eu não sei quase nada sobre Elídia, mas conheço um pouco da história de sua assassina, Caroline de Paula Dini (que agiu junto com seu namorado, Igor Resende Lana).

Uma semana depois do desaparecimento, os pais de Elídia (foto ao lado) deram uma entrevista para a Rádio Educadora de Ubá, pedindo ajuda para encontrar a filha, e dizendo que ela foi a uma festa do aniversário da cidade. A mãe contou que Elídia tomava remédios, tinha tendências suicidas, mas era "trabalhadeira" (cuidava de uma idosa). No final da entrevista a mãe de Elídia revelou que, um dia após o desaparecimento, "apareceu um casalzinho procurando a Elídia, perguntando se a Elídia tava em casa". Caroline disse para a mãe de Elídia que a jovem desaparecida havia ficado com o celular dela, e ainda pediu: "Quando ela chegar, a senhora manda ela levar o celular na minha casa". 

Caroline e Igor foram presos um mês depois, no dia 12 de agosto de 2019, e confessaram ter matado a jovem por estrangulamento. Mas disseram à polícia que "não cometeram o crime de estupro contra Elídia Geraldo. Apenas deixaram suas vestes baixadas para confundir a investigação policial". Por toda a cidade, circula até hoje a ideia de que foi um ritual satânico. 

Caroline tinha a mesma idade de Elídia quando cometeu o crime. Foi perseguida por misóginos desde que era menor de idade. Muito antes de mascus da Discord "escravizarem garotas online" (obrigando jovens a se mutilarem, mandarem nudes e se filmarem machucando animais), Caroline passou por tudo isso: fez vídeo enfiando crucifixo na vagina, acusando um desconhecido de estupro, dizendo que tinha sido estuprada por um mascu neonazi, Gustavo Guerra, e que gostou. Mas não era apenas uma vítima. Tal qual seus algozes, era também de extrema-direita, misógina, pedófila, e torturadora de animais. Adotava o codinome de Emma.

Em janeiro de 2017, ela não aguentou mais as perseguições e a vida horrorosa que levava e simulou seu suicídio. Não demorou muito para que os mascus percebessem que ela não havia morrido. Passaram a atacá-la de novo. Ela ainda não tinha 18 anos.

Pouco depois, eu e outra professora feminista tentamos ajudá-la. Conversamos com advogadas, com a defensoria pública, pedindo o acompanhamento do Conselho Tutelar. Eu passei o telefone dela para um agente bonzinho e prestativo da Abin, que ligou pra ela, oferecendo auxílio. Ela teve a opção de ir acompanhada por uma advogada a uma delegacia e denunciar quem a perseguia havia anos. Preferiu contar tudo a Marcelo Valle Silveira Mello (líder mascu e criador de um chan de ódio que está preso desde maio de 2018, condenado a 41 anos de prisão). Foi recompensada com a moderação do chan. 

Em novembro de 2017 ela me enviou um email com o título "Emma aqui, de coração aguardo sua resposta". Ela escreveu (tudo sic): "desde criança me interessei por gore e pornografia bizarra, eu nao tinha amigos e sofria bullying, me batiam me desprezavam, todas minhas amigas me traíram e eu peguei ódio delas e de todo mundo, minha irma por assim dizer é uma 'merdalher' que obviamente é a mais bonita mas ela é burra fútil vazia superficial que nao sabe conversar nada a nao ser garotos roupa e dinheiro, e vendo toda aquela atençao dada pra ela e pra mim nao, só fui me isolando e criando um ódio sem igual... no mais tardar tive anorexia e fui diagnosticada como borderline e esquizofrenica, o que tbm foi dificil pra mim pois nenhum relacionamento eu me dava bem, ai que achei o chan e vi ali um lugar em que eu poderia expressar meus ódios internos sem ser julgada, entao passei a sentir amor pelo ambiente e por algumas pessoas que me fizeram mal, mas sabe pq eu nunca os odiei tanto e nem nunca me importei com nada? PQ EU ME ODEIO. Eu nao gosto do movimento feminista pq acho ruim e injustificavel [...] fui criada em meio ao ódio e em uma familia super religiosa e fanatica, eu nunca disse em video que os mataria e eu nunca faria isso, posso ter comentado no twitter na hora da raiva pq eles pegam no meu pé sempre".

Nesse email ela contou que, quando fingiu o suicídio, Arthur Lopes (um mascu de Aracaju que hoje, pasmem, é candidato a vice-prefeito da capital pelo PCO - Partido da Causa Operária), que ela considerava seu melhor amigo, vazou "fotos horríveis" que ela tinha passado pra ele.

Não foi o primeiro email que ela me mandou. Eu nunca respondi, nunca falei com ela. Ainda em novembro, recebi outro email, dizendo ser da irmã dela. Provavelmente era da própria Caroline.

Num vídeo que gravou há mais de seis anos e que ainda circula (e é monetizado pelo YouTube!), Caroline repete toda a ladainha mascu e diz que a mulher atual está degenerada, que perdeu todo o respeito, "coração e a própria inteligência", e "são atraídas pelo mal, pelo maligno, isso comprova que elas gostam do perigo", e que mulheres apanham porque querem, porque gostam, e que toda mulher se atrai por marginais, que feminismo é uma ideologia de morte, e que a culpa não é do homem que mata, é do feminismo. "Se você é uma mulher, lute pela sua alma. Dê uma chance para o homem beta", e termina dizendo que seu nome é "Maria Dolores" (como tantos mascus, ela também era obcecada por mim, chegando a inventar que era minha filha).

Em maio de 2018 Marcelo foi preso. Em junho, outro moderador do chan, André Garcia (codinome Kyo), deixou uma mensagem jurando que iria se matar, ouviu o coro de sempre ("leve a escória junto"; houve ofertas para pagar sua passagem para Fortaleza, para que ele me matasse antes de se suicidar), e, na mesma noite, saiu às ruas de Penápolis, interior de SP, onde morava, matou uma moça que ele nunca tinha visto antes e vice-versa, e se matou. Pouco depois, Caroline (e o chan) migrou pra deep web. Continuou fazendo vídeos de pedofilia e torturando animais. Talvez ainda fosse moderadora quando o massacre de Suzano foi parcialmente planejado no chan, em 13 de março de 2019.

No dia 13 de julho de 2019, assim que Elídia desapareceu, antes de seu corpo ser localizado, recebi emails anônimos e mensagens no blog acusando Caroline e Igor. Na mesma hora encaminhei esses emails para a Polícia Federal e para um agente da Abin. Escrevi: "Não sei se vc lembra, mas tentamos ajudar a Emma em 2017. Ela é uma jovem com muitos problemas que faz parte do Dogolachan há anos. Dizem que ela é moderadora do Dogolachan agora (ela chegou a ser em 2018, quando o chan ainda não estava na Deep Web). Já recebi acusações de que ela tinha sites de pedofilia e pornografia infantil (passei essas informações pra PF faz tempo). Ela mora em Ubá, MG, justamente a cidade em que Elidia morava. Emma é perigosa e acredito sim que ela seja capaz de matar alguém. Encontrei essas informações sobre o desaparecimento de Elidia: 'Segundo a família, Elidia saiu de casa sozinha e chegou a encontrar com um casal de amigos no Horto Florestal e segundo os pais ela teria ficado com o aparelho de celular de uma moça, que foi buscar no dia seguinte na residência da jovem'. Por favor, vc pode falar com alguém da polícia de MG? Se essa jovem desaparecida não fosse de Ubá, eu não  prestaria muita atenção. Mas é da mesma cidade da Emma, e as informações que li (que Elidia se cortava, por exemplo, e já tinha tentado suicídio) parecem conectá-las."

Durante o julgamento na semana passada, Caroline chorou, disse se sentir culpada, declarou várias vezes que não se lembrava do que aconteceu, afirmou que ouvia vozes. Porém, na época, ela agiu com frieza, mantinha perfis fakes para enviar ameaças, e tirou selfie na delegacia.

Caroline e Igor foram condenados a 18 anos de prisão cada um pelo assassinato de Elídia e ocultação de cadáver. Caroline segue presa na penitenciária de Juiz de Fora. Mascus são perigosos e matam. Caroline é uma das muitas provas disso.

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

PARABÉNS, SILVIO, CAMPEÃO BRASILEIRO VETERANO DE XADREZ!

Estou que não me caibo de orgulho do maridão! Ontem à noite acabou em João Pessoa o Festival Nacional Senior (+50 e +65), e Silvio Cunha Pereira ganhou na categoria veterano (acima de 65 anos). Ele também ficou em segundo no blitz (em que as partidas duram 5 minutos pra cada jogador), que não é o ritmo dele. Sinal que ele estava num final de semana inspirado (na verdade, o torneio começou na quinta).

Silvinho já tinha sido campeão panamericano veterano de xadrez em 2022, quando recebeu o cobiçado título de mestre internacional. Agora ele é campeão brasileiro veterano! Sua performance em João Pessoa foi impecável: venceu cinco partidas e empatou uma. Terminou com um ponto na frente do vice-campeão, José Costa Fernandes Jr, e do terceiro colocado, Milton Kasuo Okamura. 

Seu amigo de longa data e companheiro de equipe Wagner Madeira, que já havia homenageado Silvio com um belo texto dois anos atrás, agora enviou mais um, que publico aqui:

O MI Sílvio Pereira acaba de se sagrar Campeão Brasileiro Veterano! A competição, em seis rodadas no ritmo clássico, teve como sede a cidade de João Pessoa, capital da Paraíba. Somou 5.5 pontos (5 vitórias e 1 empate, para o MF Herbert Carvalho).

Para quem não sabe, Sílvio foi um dos primeiros enxadristas de Osasco a se destacar no cenário nacional, no início dos anos 70, na categoria infantil.

Desde sempre, foi figura de proa nas competições individuais e por equipes. Participou com brilho das campanhas que fizeram de Osasco tetracampeã brasileira interclubes (85, 87, 89, 90), feito jamais igualado por outra agremiação.

Mais recentemente, em 2022, ganhou o Campeonato Pan-americano Veterano, em Florianópolis, o que lhe garantiu o título de mestre internacional.

Na história do xadrez brasileiro, poucos enxadristas rivalizam com a inventividade do nosso mestre, seja na habilidade tática em uma posição de ataque, seja na destreza frequentemente sutil na condução de complicados finais. Tais habilidades são compartilhadas com os talentos da Escola de Xadrez, treinados em aulas online. Sílvio é muito querido por seus alunos.

segunda-feira, 10 de junho de 2024

PERIGO: CÂMARA QUER EQUIPARAR ABORTO APÓS 22 SEMANAS A HOMICÍDIO

A Câmara quer aprovar de um dia pro outro, sem debate, o PL 1904/24, que dita que qualquer aborto acima de 22 semanas de gestação (incluindo nos casos de aborto legal, como gravidez decorrente de estupro, ou risco de morte para a gestante) tenha a mesma pena que um homicídio. É mais uma tentativa do Congresso mais reacionário de todos os tempos proibir o aborto em todos os casos e acabar com os direitos de meninas e mulheres. Publico aqui o texto da campanha Nem Presa Nem Morta. 

A campanha “Criança Não é Mãe” pede que PL 1904/24 não tenha requerimento de urgência votado. Este projeto de lei, além de equiparar o aborto acima de 22 semanas de gestação ao crime de homicídio, derruba também a não punibilidade do aborto legal por estupro nesses mesmos casos, o que afeta, principalmente, crianças e pessoas vulneráveis vítimas dessa agressão.

Organizações da sociedade civil lançaram, nesta segunda-feira, uma campanha via e-mail na plataforma Criança Não é Mãe, de pressão sobre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e sobre as lideranças da Câmara dos Deputados, para que não seja colocado em votação o requerimento de urgência do PL 1904/24. Conhecido como PL da Gravidez Infantil o texto, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e outros/as, visa alterar o Código Penal (CP) para equiparar o aborto acima de 22 semanas de gestação ao crime de homicídio simples, e estender este conceito aos casos de aborto por estupro, hoje autorizados pelo CP, sem limite de idade gestacional.

Caso o PL 1904 seja aprovado, o aborto por estupro acima de 22 semanas passará a ser totalmente proibido, e as principais afetadas por esta mudança seriam crianças vítimas de estupro, cujos casos de abuso e consequentes gestações demoram a ser identificadas, levando a uma busca tardia pelos serviços de aborto legal. Vale ressaltar que 74.930 pessoas foram estupradas no Brasil em 2022, 61,4% delas tinham até 13 anos de idade, segundo dados do Fórum de Segurança Pública.

Espantoso notar que, para o crime de estupro, a pena máxima é de 10 anos. E se a lei for aprovada, mulheres estupradas e profissionais que as atendem, quando as gestações têm mais de 22 semanas, estarão sujeitas/os à pena máxima de 20 anos.

O requerimento de urgência para este projeto, que foi apresentado em 17 de maio, estava na pauta do Plenário da Câmara na última quarta-feira, dia 5 de junho. Entretanto, a votação não aconteceu, devido a tumultos, em particular na sessão da Comissão de Direitos Humanos, que resultou em problema de saúde da deputada Luiza Erundina (PSOL-SP).

Há um compromisso do presidente da casa, Arthur Lira, com o autor do PL, indicando que o requerimento deve ir a votação no dia 12/06. Caso a urgência seja aprovada, o projeto irá para votação no plenário da Câmara, sem passar por análises nas comissões, onde poderia ser modificado ou vetado, e sem debate com a sociedade. Para impedir que isso aconteça, organizações feministas lançaram um abaixo-assinado para pressionar Arthur Lira e as lideranças da Casa, e evitar que aumente ainda mais o número de crianças que têm sua infância interrompida pela maternidade, no Brasil.

Por que o PL 1904/24 é um problema?

Desde 1940, o Código Penal que criminaliza o aborto garante às brasileiras o direito de interromper a gestação em casos de estupro e risco à vida. E desde a decisão do STF, em 2012, esta permissão se estendeu aos casos de anencefalia fetal. O PL 1904/24 limita um direito que a população tem há décadas, colocando em risco, principalmente, as pessoas mais vulneráveis.

Anualmente, 25 mil crianças de até 14 anos têm filhos no país, segundo dados do Sistema de Nascidos Vivos. Lembrando que, por lei, relação sexual com menores de 14 anos é considerado estupro de vulnerável. Por isso, todas elas têm o direito de interromper a gestação legalmente. Esses números já indicam como o acesso ao direito é dificultado e pouco acessado. Entre 2015 e 2022 foram em média 1.800 abortamentos legais realizados por ano, no Brasil, segundo levantamento segundo levantamento da Revista Azmina. “Muitas vezes, a situação de abuso demora a ser descoberta e a gravidez identificada, fazendo com que demorem mais a chegar nos serviços de aborto legal ou nem cheguem a eles”, explica Laura Molinari, coordenadora da campanha Nem Presa Nem Morta.

Somente 3% dos municípios brasileiros contam com um serviço de aborto legal. Além das crianças, muitas mulheres precisam viajar para acessar o direito e não contam com recursos, nem estrutura para isso. Aquelas que são mães ou cuidadoras, precisam também se organizar para realizar essas viagens. Tudo isso explica porque muitas vezes a busca pelo direito ao aborto legal acaba acontecendo após 22 semanas de gestação. 

O contexto 

O requerimento de urgência para o PL 1904/24 e toda essa movimentação acontecem em um cenário de complexas disputas políticas em que, mais uma vez, os direitos das mulheres, crianças e pessoas que gestam são usados como moeda de troca no campo das negociações. Diante de decisões que pressionam o Governo no sentido de garantia e ampliação do direito, cresce a pressão no sentido contrário.

Em 17 de maio, uma decisão liminar do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que tentava coibir o aborto acima de 22 semanas. No mesmo dia, o PL 1904/2024 foi protocolado pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) na Câmara Federal. Já no início de  junho, o Brasil foi cobrado pelo Comitê sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW) da ONU para que descriminalize e legalize o aborto no país. Segue a disputa, e a cidadania precisa estar alerta.

Assine e divulgue o abaixo-assinado Criança Não é Mãe!

sexta-feira, 10 de maio de 2024

A EXTREMA-DIREITA ALAGA O RIO GRANDE DO SUL COM MENTIRAS

300 cidades no Rio Grande do Sul em estado de calamidade, 107 mortos (no mínimo), centenas de desaparecidos, bairros inteiros alagados, milhares de desabrigados. É o pior desastre da história do estado. Mas não é um desastre natural. É um desastre previsto. 

Os cientistas vêm avisando há anos das consequências do aquecimento global e das mudanças climáticas. Políticos de direita são negacionistas e acham que os avisos são mimimi de ONGs ambientais. Quando acontece uma tragédia dessas -- e elas vêm ocorrendo com uma frequência cada vez maior --, ora dizem que "não é hora de apontar culpados" (como, por exemplo, o prefeito bolsonarista de Porto Alegre, ou o governador Eduardo Leite, do PSDB, também apoiador do pior presidente de todos os tempos), ora culpam o (atual) governo federal.

Uma tragédia sem precedentes dessas deveria unir o país. Vemos milhões de pessoas doando, ajudando, resgatando animais e gente, mas também vemos quem se aproveita (como abusadores que agem em abrigos de mulheres e crianças, ou prefeitos que decretam estado de calamidade onde isso não ocorre). O pior do ser humano, mais uma vez, é manifestado pela extrema-direita, tão acostumada a transformar medo em ódio, a semear pânico através de fake news.  

Tal como na pandemia, a enxurrada de mentiras sobre o desastre no Rio Grande do Sul vem da turma bolsonarista, com consequências caóticas. As fakes servem para lacrar e lucrar, mas também como um aquecimento para o que esse espectro político nefasto pretende fazer nas eleições municipais. Precisam ser parados! É necessário que haja uma legislação que puna as mentiras (que são sempre intencionais: é um método). 

Bolsonaristas tentam vender a mentira deslavada que as empresas privadas estão salvando (não destruindo) o Brasil. Tratam o véio da Havan como herói, embora muitas de suas lojas sejam construídas em terrenos que desrespeitam normas ambientais. Outro exemplo é a Grendene, que doou 2 milhões de reais para a campanha de Bolso nas últimas eleições. Esta semana, a empresa gaúcha enviou a seus funcionários a sugestão de que doassem suas cestas básicas para os desabrigados. 

Como explica Daniela Lima, há três grandes eixos de fake news sendo criados e espalhados pela extrema-direita: 1) inação do Estado (civil salva civil; tem como alvo os militares, numa espécie de vingança por não terem aderido ao golpe de 8 de janeiro); o governo, em especial o federal, não serve pra nada, 2) não só o Estado não faz nada, como atrapalha (impede caminhões de seguirem viagem, não deixa lanchas e jet skis circularem etc), 3) pânico econômico (vai faltar alimentos no Brasil, principalmente arroz).

E quem está mentindo e pode ser processado civil e criminalmente por isso? Ué, os mesmos de sempre.

Ou seja, não é só que a extrema-direita não está ajudando. Está atrapalhando mesmo. Chama-se sabotagem, e faz parte do seu projeto de destruição. Aqui temos um vídeo curto mas fundamental pra refrescar a memória. Bolso e seu sinistro do meio ambiente passaram a boiada e deu no que deu! Não podemos deixar que parlamentares da direita sigam arruinando o país e o mundo. Deputados e senadores continuam aprovando e propondo projetos que só fazem mal ao meio ambiente, como flexibilizar o uso de agrotóxicos, ampliar o desmatamento, diminuir a fiscalização. 

O clima já mudou. O nosso Congresso continua igualzinho (aliás, cada vez pior). 

Esta tragédia no Rio Grande do Sul é mais uma prova de que bolsonarismo mata mesmo.

terça-feira, 23 de abril de 2024

CARTUM PRA QUEM ACHA QUE O BRASIL PRECISA DE MAIS TESTOSTERONA

De Ricardo Coimbra pro deputado bolsonarista que teve a coragem de falar isso no palco do último carnagado, em Copacabana (que flopou legal).