terça-feira, 1 de novembro de 2016

GUEST POST: SIM À GREVE E AO DIREITO DE GREVE

Ontem e hoje nós, docentes da Universidade Federal do Ceará, decidimos se vamos entrar em greve por tempo indeterminado a partir de 9 de novembro.
Se havia qualquer dúvida na minha mente sobre o que eu votaria no plebiscito, ela se dizimou na semana passada, quando o Supremo Tribunal Federal optou por cortar o salário de funcionários públicos em greve. O STF fez isso como um "presente" pra gente em pleno semana em que se comemora o dia do Funcionário Público. É um ultraje, e mais uma prova do acordão que os três poderes fizeram para implantar um sistema que só vai gerar miséria pra maior parte dos brasileiros.
Ontem votei sim, temos que fazer greve. Pelo menos por enquanto, não estou preocupada com a ameaça do STF de cortar nosso salário. Aliás, nem sei como fazem isso com os professores, pois nós sempre temos que repor os dias parados. Não é porque a gente entra em greve que o semestre termina, ué. O fim do semestre só é adiado. 
Reproduzo aqui o recado que o Coletivo Graúna tem pros professores da UFC. Suponho que muitas universidades por todo o país estejam entrando em greve. Já tem greve geral marcada pro dia 11. Nós resistiremos!

Colegas professores,
Estamos chegando ao momento de um plebiscito sobre greve, a maioria de nós dividida entre a revolta e a apreensão. Revolta pelas medidas de retrocesso em toda a linha, que pretendem perpetuar a condição de desigualdade social e violência que tem sido a história de nosso país; apreensão pela dúvida sobre o momento ou a efetividade da greve contra um governo ilegítimo, agravada pela decisão do STF de recomendar o corte de salários de servidores públicos em greve. Faz parte da complexidade da situação que os mesmos motivos de apreensão acrescentem-se aos motivos de revolta.
A assembleia que indicou o plebiscito, em 11/10, aprovou também a realização de reuniões setoriais em todas as unidades acadêmicas para discussão sobre a greve. A diretoria do sindicato negligenciou essas reuniões e é responsável hoje também pela falta de uma reflexão realmente coletiva nas universidades federais do Ceará sobre a greve.
No momento de aprovação do plebiscito, a tendência dos movimentos de resistência ao governo ilegítimo era sobretudo a construção de uma greve geral, marcada inicialmente para dia 09, depois para dia 11 de novembro. Entretanto, diante da consciência cada vez mais forte do desmonte programado da educação pública pelo governo, a possibilidade de uma greve específica da educação veio ganhando força. A FASUBRA já deflagrou greve e o ANDES-SN está indicando a suas seções sindicais, pelo Brasil inteiro, a realização de assembleias com vistas a ações mais contundentes. Uma reunião do setor das IFES para avaliar a disposição do movimento nacional acontecerá nos dia 05 e 06/11.
A greve não é o único, mas um dos principais instrumentos dos servidores públicos para intervir nas decisões dos governantes. Neste momento, trata-se de uma greve política, contra medidas que apontam para o sucateamento dos serviços públicos, em especial a educação e a saúde, a se agravar nos próximos 20 anos. Dizer “não” a esse direito, construído historicamente por tantos trabalhadores, é se colocar em acordo com a tentativa do governo de nos silenciar, especialmente após a decisão do STF. Será que nós, professores, concordamos com a imagem que o STF, auxiliado pela grande mídia, tem construído sobre as reivindicações dos servidores?
Os ministros afirmaram que a greve prejudica o serviço oferecido à população, porém assistem com olhar de aprovação às tramitações da PEC 241, que inscreve na Constituição a insuficiência e a restrição dos serviços públicos. A decisão do STF é, na verdade, um ataque ao direito de greve para colaborar com o governo ilegítimo. É um acinte vindo de um poder cujo compromisso com a sociedade nunca questionou a “punição” de juízes corruptos com polpudas aposentadorias, nem os injustificáveis privilégios de sua casta. É necessário estarmos atentos a essas contradições, que vão deixando mais explícitas as faces de um golpe orquestrado por políticos, judiciário e imprensa.
Precisamos parar agora porque os ataques não param. Redução do orçamento da universidade, cortes de bolsas e auxílios, sugestão de redução de vagas, a reforma do ensino médio imposta por medida provisória (que indica para o início de 2017 uma reforma regressiva dos currículos das licenciaturas), a anexação do MCTI ao Ministério das Comunicações, o congelamento dos investimentos sociais tramitando a toque de caixa, a reforma da previdência batendo na porta e mais uma grande variedade de retrocessos sendo gestados e implementados todos os dias, contra as mulheres, os negros, os indígenas, os movimentos sociais. Contra essas medidas, sequer as Reitorias das universidades cearenses têm se manifestado. Então nossa responsabilidade como professores aumenta.  
Estar em greve significa a possibilidade de nos dedicarmos integralmente ao enfrentamento de adversários que têm pressa em impor seu programa de retrocesso total. O sindicato, instância que deveria promover o debate, nos têm segregado ainda mais. Em greve, poderemos reinventar as formas de luta e reafirmar nosso compromisso com a qualidade da educação superior. Também teremos melhores condições de articulação com as lutas dos demais trabalhadores contra o permanente estado de exceção que sempre mediou a relação entre trabalho e capital.
Por tudo isso, e agora sobretudo pela defesa do direito de greve, é que diremos sim no plebiscito. É hora de dar uma resposta ao governo e ao STF, hora de desobedecer e  reconquistar os direitos fundamentais que nos querem negar, a começar pelo direito de resistir.
SIM À GREVE E AO DIREITO DE GREVE!
NÃO AO CONGELAMENTO DOS INVESTIMENTOS SOCIAIS POR 20 ANOS (PEC 241-55)!
NÃO À REFORMA DO ENSINO MÉDIO (MP 746)!
NÃO ÀS LEIS DA MORDAÇA!
NÃO AOS CORTES NA EDUCAÇÃO!
NÃO À CRIMINALIZAÇÃO DAS LUTAS DOS ESTUDANTES!

UPDATE: Infelizmente, a maior parte dos docentes da UFC decidiu não entrar em greve no momento. 
UPDATE em 3/11: 
No dia 1, alunos de Geografia ocuparam o prédio do departamento de Geografia da UFC. Hoje no almoço, estudantes colocaram um caixão para enterrar a PEC 241 (agora 55) na estátua do primeiro reitor e fundador da UFC. No final da tarde, decidiram entrar em greve contra a PEC, os cortes no orçamento e precarização do ensino.

55 comentários:

titia disse...

Ê, beleza. Deixa eu ir agora mesmo providenciar um traje de mergulho porque esse país tá afundando na MERDA. O único conforto é que os idiotas que causaram isso porque não suportavam ver a empregada no aeroporto e o porteiro no shopping vão afundar nessa também - e, como eu sou má, confesso que quero muito ver a classe média metida a casta superior afundar nesse poço de bosta. E vou gargalhar tal qual um gênio do mal ante o completo horror que eles vão sentir quando a direitada e os ricos que eles tanto defendem baixarem as calças e derem uma cagada na cabeça deles.

É, é rir pra não chorar mesmo...

Anônimo disse...

OFF: Lola, tem um assunto que está causando muita polêmica nos meios feministas, é sobre childfree, espaços que não toleram crianças etc. Causa polêmica, pq, no meu entendimento, a discussão está polarizada (como tudo neste país) entre mães (são raros os pais que estão dando a cara a tapa) dizendo que a medida é discriminatória e outros adultos defendendo o direito a ter espaços exclusivamente adultos. Como feminista, sinto-me dividida na questão, pois sabemos que há excessos de ambos os lados. Acho uma boa oportunidade de discutirmos childfree, maternidade e outros assuntos.

Anônimo disse...

Lola você acha correto uma minoria privilegiada (Funcionalismo publico) receber as custas da maioria aposentadorias e pensões integrais enquanto esta maioria recebe proporcional? Acha correto termos uma previdência publica quebrada, "saco sem fundo" pro conta desta minoria?

titia disse...

12:24 o que eu vejo é que esses espaços childfree apareceram pela falta de noção dos pais. Tem gente por aí saindo pra jantar as dez horas da noite levando bebê e criança de 4, 5 anos, em estabelecimentos que não tem cardápios apropriados pra crianças. Levando pra filme inapropriado, ou em horários inapropriados. Ou carregando a criança pra hotéis e pousadas cujo alvo é um público adulto (traduzindo, voltado para sexo) e não tem a menor estrutura pra ela; nem piscina, nem parquinho, nem outras crianças pra ela brincar. De outro lado nós temos as crianças mal educadas que correm, fazem barulho, batem nas cadeiras dos outros, fazem escândalo e os pais não querem disciplinar, e aí de você se reclamar. Tem pais e mães por aí levando a criança pra onde não deve e quando não deve, e tem mães e pais que não educam a criança o suficiente pra que a convivência seja harmônica.

Meus pais mesmos nunca levaram a mim e aos meus irmãos pra saídas na nossa hora de dormir, e quando íamos prum restaurante ou pro cinema (sempre em horários apropriados e pra ver filmes próprios da nossa idade) também não nos deixavam correr por aí incomodando todo mundo, e muito menos nos carregavam de estepe quando saíam para uma noite romântica. E todos deviam ter essa noção de limites, afinal são os pais que tem que controlar os horários e as atitudes da criança e precisam ter consciência de que alguns locais, horários e atividades não são próprios pra crianças. Mas como parece que os pais não querem mais ter esse trabalho, os espaços acabam tendo que proibir qualquer presença infantil.

Anônimo disse...

Enquanto isso na USP... parece que todos os professores dormem...

Anônimo disse...

12:28, vocês acreditam que funcionalismo público é sinônimo de marajá. Não querido. Muitos funcionários públicos recebem o equivalente ao mercado, às vezes nem isso, já que depois do topo da carreira só têm perdas salariais. Plano de carreira, aumento salarial, bonificação por estudo, o Estado não dá o menor incentivo para a qualificação do servidor, não aproveitam o conhecimento já existente em servidores em prol de contratação de terceirizados e consultores, onerando a máquina pública; muitos são subutilizados. A única coisa que ainda compensa é a estabilidade. Funcionários públicos pagam previdência, funcionários públicos ao se aposentar não recebem nada a mais que sua remuneração, muitas dessas sem as gratificações, tornando salários até parecidos com o INSS.
No serviço público só algumas carreiras levam vida de reis, cheias de bonificações e privilégios. A maioria é classe média, igualzinho CLT.

Anônimo disse...

Se um jovem da favela está atacando a polícia com um fuzil, estando esse jovem a serviço de uma organização criminosa, essa morte não será legítima?
Se uma pessoa desarmada é abordada por um jovem negro, essa pessoa reage e dá um golpe violento e foge,essa agressão ñ será legítima defesa?
Vc ja viu algum assaltante roubando para comer? Isso quando ele não tem moto própria, coisa que a maioria das vítimas de assalto não possui.

Anônimo disse...

Em sociedade somos obrigados a conviver com todas as pessoas, gostando ou não. Conheço muito mais adultos do que crianças sem um pingo de educação e noção de respeito ao próximo, os quais eu adoraria excluir do meu convívio. Mas como vivo em sociedade, eu sou sim obrigada a conviver com todo mundo e não impor a minha ideia do que é ser educado para os outros.
Restaurante não tem que ter menu pra criança, ela come comida como qualquer outra pessoa, na casa dela não precisa ter comida separada. E no cinema, se a classificação do filme for livre são os pais que decidem o horário de levá-las de acordo com a sua rotina e não de acordo com os valores de outras pessoas.
E, pousada para sexo? Por favor, me passe a indicação.

Anônimo disse...

Olá, agora o salário será descontado, em cumprimento da Lei, com a decisão do STF o administrador público não pode fugir desta norma, então, será uma greve curta.

Anônimo disse...

Lola, Lola, vc é capitalista nesse ambiente de festa que é a Universidade Federal, quero ver onde isso vai dar.

Anônimo disse...

"contra o permanente estado de exceção "... vc escreveu isto Lola??????

Anônimo disse...

A verdade é que agora o Temer está com a faca e queijo na mão.


Dois meses de corte de salário (já autorizado pelo STF) e volta todo mundo pianinho com o rabo entre as pernas.

Alguém tem dúvida disso ?

Anônimo disse...

Querida Lola,

E nosso movimento dos secundaristas só tende a aumentar.
E não vamos parar até esse governo ilegitimo cair.
#naovaiterenem

Anônimo disse...

Se começarem a discriminar crianças em todos os lugares vão perder clientes. Isso nao é bom pra quem quer ganhar dinheiro. O que eu vi foi que um restaurante francês em SP aderiu a isso. Que eu saiba crianças nao frequentam muito restaurantes franceses mesmo então achei a reação um pouco exagerada.

Anônimo disse...

Lutar, lutar, lutar. Temer Jamais.

Anônimo disse...

(Viviane)
Aviso aos navegantes: servidor público recebe aposentadoria acima do teto do INSS (não é mais integral desde 2004, mas calculada pelos 36 maiores salários) porque CONTRIBUI sobre o valor completo do salário. Se tiverem oportunidade, confiram o contracheque de qualquer servidor.

Anônimo disse...

Vai ter sim

titia disse...

14:43 minha senhora (ou senhor, sei lá) sim, criança come comida como todo mundo, mas não sei se você convive com crianças o suficiente pra saber, o paladar infantil é muito diferente do adulto. Comida de adulto em geral é cheia de temperos, ácida, picante, e crianças não gostam. Alguns ingredientes das comidas adultas podem até fazer mal, você daria comida com pimenta ou que leve bebida alcóolica a uma criança? E quanto ao horário de dormir, já foi comprovado cientificamente que crianças precisam de mais sono que os adultos, então respeitar o horário de sono dela é fundamental - até porque no dia seguinte ao passeio os pais não vão deixar a criança faltar à escola pra dormir o que ela ainda precisa, né?

A mesma coisa do cinema: crianças PRECISAM de mais sono que os adultos. Se quer levar seus filhos pro cinema, leve num horário razoável e deixe a hora de dormir deles em paz. Fim de semana existe pra isso, sabia? Ninguém precisa arrastar criança que dorme às 7 pra um cinema de 10:30 da noite porque trabalha até as 6. É só deixar de ir sábado pro bar encher a cara com os amigos pra levar os filhos pro filme às 3 ou 4 da tarde. E qualquer hotel cheio de adultos tem muito sexo, flor. Mas não precisa nem ter sexo; pergunte a uma criança o que ela acha de ficar num hotel sem qualquer estrutura pra acomodar infantes, sem atividades, sem parquinhos, sem outras crianças pra brincar com ela e ela vai lhe dizer, chorando, que é uma merda, que ela está odiando tudo e que odeia os pais por fazerem isso com ela.

Ter filho significa restringir a sua vida; é inevitável. Ter filho significa que você vai considerar as necessidades deles antes das suas e procurar atende-las em primeiro lugar, mesmo que isso signifique abrir mão do restaurante francês chique (onde seu filho provavelmente nem quer estar, aliás) e em vez disso ir comer bife com batata frita na lanchonete da esquina. Se você não está disposta a fazer isso, se não está disposta a se adaptar às necessidades do seu filho (e prefere forçar a adaptação dele às suas), então por favor não tenha filhos.

15:41 se as crianças não vão no restaurante francês, por que então eles deveriam se preocupar? Não se preocupe que sempre haverá restaurantes, hotéis e filmes pra crianças, elas são um público consumidor muito lucrativo e sempre haverá espaços onde elas serão bem vindas, onde se sentirão bem e terão o que precisam. As crianças provavelmente ficarão é felizes porque agora os pais não podem obriga-las a ir no restaurante chato e comer comida ruim. Acredite, quando eu era criança eu adoraria que um ou dois restaurantes que minha família frequentava me proibissem de entrar...

O problema, como sempre, são os adultos que querem impor suas vontades e satisfazer seu ego a todo custo, e fodam-se as crianças, o que elas realmente querem e precisam. Quem liga se a criança morre de tédio, chora de sono (privação de sono aliás é método de tortura) e passa fome quando vai no restaurante japonês super chique que os pais tanto gostam? O importante é que os pais curtem, que eles desafiaram esse preconceito contra crianças e o resto que se foda, inclusive o bem estar da própria criança. Mas isso é realmente uma surpresa num país onde criança é castigo pra mulher que transa?

Anônimo disse...

"os idiotas que causaram isso porque não suportavam ver a empregada no aeroporto e o porteiro no shopping vão afundar nessa também" titia, 12:07

Você acha que o impeachment foi causado, primordialmente, pela insatisfação da classe média com a ascensão das camadas mais populares?

Será que a expressividade de comércios fechados e de desempregados, bem como a crise de empresas públicas fundamentais não tiveram uma participação na queda da Presidente não?

Tá precisando sair um pouco de trás do computador e dar uma volta no mundo real... Garanto que depois das lambanças do PT tem muito "porteiro e empregada" que não quer a volta dessa turma.

Anônimo disse...

"E nosso movimento dos secundaristas só tende a aumentar.
E não vamos parar até esse governo ilegitimo cair.
#naovaiterenem" 15:14

Bom, vai ter Enem sim, só que com mais dor de cabeça para os estudantes, que farão provas diferentes e terão que esperar mais tempo para saber o resultado das avaliações. Sem contar com as inegáveis polêmicas em torno da variação da dificuldade das aplicações.

Considero louvável a ocupação dos colégios, mas prejudicar os próprios estudantes durante a fase mais importante de suas vidas escolares, com direito a hashtag comemorativa, é uma estratégia que tende a reduzir o apoio popular à causa.

Anônimo disse...

Nenhuma pessoa jamais se importou com esse tipo de coisa, vocês de esquerda parecem que são uma seita que acredita em tudo que seus líderes contam, essa daí é hilaria 'derrubaram dilma por causa dos pobres que andam de avião' kkkkk nos poupe de tamanha ignorância.

Anônimo disse...

Tem que cortar mesmo! Dae esse pessoal para de choramingar e fazer greve e de quebra já reduz um pouco dos gastos publicos

Anônimo disse...

Lola, "de boa", mas se nem em universidade federal estão conseguindo aprovar greve, é porque a "esquerda faliu" mesmo.

Faliu, acabou. Inacreditável!

Anônimo disse...

O que uma greve em uma universidade federal interfere na minha vida? Em zorra nenhuma, podem fazer greve eterna não to nem ai, o que me importa e que o PT não manda mais nada aqui...e nem o PSOL.

Anônimo disse...

O que me fascina sobre alguns pais e mães é que existem 847593875692387032785 lugares em que eles podem levar crianças, mas ele querem ir naquele lugar específico que é só pra adultos...
E eles acham que todos nós temos que derreter nossos corações quando seus "anjinhos", quase pré adolescentes (não estou falando de bebês e crianças muito pequenas, que de fato passam por uma fase difícil do desenvolvimento e não compreendem as coisas) chutam, cospem, xingam e destroem tudo o que veem ao redor.

Mas como já expressei aqui algumas vezes - quando se trata de filhos, é mais fácil fazer um frango entender a teoria das cordas do que ter uma conversa minimamente racional sobre o tema.

Jane Doe

titia disse...

19:22 eu vivo no mundo real e por isso vi que sim, teve muita gente querendo tirar Dilma do governo porque perdeu seus espaços exclusivos de classe média metia a casta superior. Não disse que todo mundo quis tirar Dilma por isso, como você obviamente interpretou, mas que teve sim gente que quis tirar Dilma do governo porque a classe C estava invadindo espaços que antes eram "exclusivos" da classe média e alta - e vão se ferrar junto com os pobres que tanto desprezam, o que me deixa muito feliz porque sou má assim. O governo de Dilma não foi dos melhores, eu sei, mas o governo de Hermes da Fonseca também ferrou o país e ele não sofreu impeachment por isso. Ah, também preciso lembrar que Collor confiscou a poupança da população brasileira toda, mas só sofreu impeachment quando mexeu nos bolsos e nos privilégios dos ricos? Amore, não tente me enrolar que houve motivos nobres por trás do impeachment de Dilma porque qualquer um que olhe pro mundo real sabe que não houve nenhum.

Anônimo disse...

NAO VAI TER ENEM! NAO VAI TER ENEM!
VAMOS OCUPAR TUDO!!!!!!

Anônimo disse...

Isso quando essas criaturas não choramingam que as empregadas domésticas e babás ganharam "direitos demais" e agora não tem ninguém pra limpar minha privada 24/7 e acordar às 3 da manha p. trocar fralda do meus filhos (que só foram colocados no mundo p. tirara fotos, postar no Facebook e posar de "gente de família").

Jane Doe

Anônimo disse...

Já te disse que vai

Anônimo disse...

Essa eh uma questão importante. O que uma universidade cara é ruim em greve faz diferença na vida fe alguém que não os poucos privilegiados que bela trabalham. Fiz federal e vai que a seria o pessoal de humanas que depois fingiam reposição. Tanto faz greve ou não para a imensa maioria da população.

Anônimo disse...

Considerando que só rico frequenta Federal, qualquer uma, foda-se. E achei ótimo cortarem salários.

Anônimo disse...

"OFF: Lola, tem um assunto que está causando muita polêmica nos meios feministas, é sobre childfree, espaços que não toleram crianças etc. Causa polêmica, pq, no meu entendimento, a discussão está polarizada (como tudo neste país) entre mães (são raros os pais que estão dando a cara a tapa) dizendo que a medida é discriminatória e outros adultos defendendo o direito a ter espaços exclusivamente adultos. Como feminista, sinto-me dividida na questão, pois sabemos que há excessos de ambos os lados. Acho uma boa oportunidade de discutirmos childfree, maternidade e outros assuntos."

Eu acho um erro gigantesco tratar criança como adultinho. Se a pessoa escolheu ter um filho, parabéns e felicidades, só não sei de onde tiraram que essa não seria uma vida com certas limitações.

Hoje em dia existe espaço para crianças em vários restaurantes, sessão de cinema para pais e crianças pequenas, espaço família em mil lugares, mas não: é no restaurante +18 que querem levar a prole. Tenha dó.

Outro dia li o rant de uma mulher que "não foi, como mãe, acolhida em um certo evento geek". Acontece que o tal do evento geek era assim: 5 dias acampado no chão em um ambiente 100% de adultos, gente que bebe, gente que fuma, gente que tá ali pra ficar doidão também, que paga 10 reais em um hot pocket pra virar a noite jogando antigos jogos FPS, gente que trepa adoidado nas barracas e você quer mesmo levar teu bebê de seis meses ali por qual razão, afinal? Sendo organizadora do evento, eu chamaria o Conselho Tutelar na hora. Existe lei determinando espaço apropriado para crianças e ali nem de longe era.

Se fosse no evento da Turma da Mônica, ela não teria tido os tais problemas. Mas simancol a gente não acha pra baixar no PirateBay.

Só sei que nunca fui tratada como adultinha, que tinha hora pra deitar, que papai e mamãe tinham os programas de adultos deles e eu entendia meu lugar perfeitamente. Que a primeira vez que fui a um restaurante com eles, eu tinha 12 anos e aquele foi um grande dia porque mereci estar na companhia de adultos.

Mas criança tá cagando pra isso tudo. Quem se sente excluída é a mãe e, em alguns casos, o pai.

Mães devem sim ser incluídas em espaços que demandem creches, por exemplo, bem como não serem impedidas de amamentar ou perderem emprego só porque engravidaram. Agora, levar criança birrenta de 3 anos pra aquele restaurante upper class, amiga, aí ce tá abusando.

Tenho 3 filhos e nunca me senti excluída de espaço algum simplesmente porque tenho bom senso e paciência pra adestrar os monstrinhos e ensiná-los que tudo na vida tem lugar, inclusive eles, inclusive eu, inclusive os outros que não são obrigados a aturar a impaciência de uma criança durante um voo longo ou um moleque hiperativo esbarrando em todas as mesas do restaurante.

Nada disso tem a ver com feminismo. É falta de educação, simples.

Anônimo disse...

Oi Lola, viu que eles estão expulsando as nossas crianças das escolas? Estão usando até táticas de tortura, como por exemplo ligar som muito alto de madrugada ao lado das escolas.

A direita quer a volta da ditadura.

Anônimo disse...

Sou pobre e estudei 7 anos em universidade federal (graduação e mestrado). Depois trabalhei 2 anos como professora substituta na mesma instituição. De fato, universidade federal ainda é um ambiente elitizado. Mas dizer que "só rico estuda em federal" é falso, mostra que vc nunca colocou os pés em uma.

donadio disse...

"Lola você acha correto uma minoria privilegiada (Funcionalismo publico) receber as custas da maioria aposentadorias e pensões integrais enquanto esta maioria recebe proporcional?"

Como assim, "às custas da maioria"? Quem paga a aposentadoria dos servidores públicos são os servidores públicos; ela é descontada mensalmente dos nossos salários como a de todo mundo. E evidente que não é correto a maioria não receber aposentadoria integral. Mas esse é o problema: a aposentadoria do regime geral não é integral.

"Acha correto termos uma previdência publica quebrada, "saco sem fundo" pro conta desta minoria?"

Que loucura. As duas contas sequer se comunicam; o caixa da aposentadoria dos servidores públicos é um, o do regime geral é outro. A previdência está quebrada? Como, quando, onde? Não está, a verdade é simplesmente essa. Estará, a continuar a ofensiva antipopular do atual governo, que aumentará o desemprego, e, por consequência, diminuirá a arrecadação da previdência. Estará, se voltar a velha prática da direita de desviar dinheiro da previdência para "investimentos" sabe-se lá em quê.

Anônimo disse...

(Viviane)
Donadio, os tais investimentos são em planos de previdência privada, um excelente negócio para... os bancos. Querem que todos, incluindo os servidores públicos, "invistam" seu salário nesses fundos. Daí, o banco privado pode quebrar e o "investimento" do trabalhador não retorna para este.
E ainda tem um monte de iludidos achando que essa é a solução para nossos problemas.

Anônimo disse...

Donadio e Viviane:

Só na matemática de vocês que uma contribuição de 11% dos vencimentos durante 30 ou 35 anos consegue suportar uma aposentadoria integral paga por 30-25 anos (sobrevida média para mulheres e homens, respectivamente, em 2013, considerando idade média de aposentadoria de 52 e 53 anos, respectivamente. Fonte: IBGE: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/tabuadevida/2013/defaulttab_pdf.shtm).

Detalhes: não estou considerando que:
- parte das contribuições pode ter se dado sobre salário-mínimo, enquanto a aposentadoria leva em conta a média dos 80% maiores salários;
- pela lógica, creio que a sobrevida dos funcionários públicos é bem maior do que da média da população nas mesmas idades;
- em especial: pensões para viúvas e filhos menores;
- auxílios (aposentadoria por invalidez, auxílio reclusão, auxílio doença integral, etc)
Murilo

Anônimo disse...

Hahaha, anônimo 19:02, levo e vou continuar levando meus filhos aonde eu considerar adequado e de acordo com a minha rotina e com os meus valores. Todas as mães fazem o mesmo porque os seus valores só são verdade pra você. Felizmente, como os meus filhos são cidadãos plenos de direito, a única coisa que você pode fazer é continuar esperneando e tentando ditar regras para os outros na internet.

Anônimo disse...

Nossas não. No máximo suas.

Anônimo disse...

(Viviane)
Ih, Donadio, desculpe, eu entendi errado seu último parágrafo. Você se refere aos desvios de verba da previdência para cobrir outros gastos do governo (como juros da dívida pública), não é isso?

Anônimo disse...

Vcs esquerdistas deveriam esfriar a cabeca, tirar umas ferias, pra entao DEPOIS virem com ideias legais (se eh que tem)

Anônimo disse...

Se vc eh de direita e principalmente de humanas, vc vai sofrer BULLYING na faculdade.

Vcs nao adoram essa palavra?

Anônimo disse...

"Hahaha, anônimo 19:02, levo e vou continuar levando meus filhos aonde eu considerar adequado e de acordo com a minha rotina e com os meus valores."

Isso por que você é uma mala! Só isso.
Incrível como o pessoal gosta de esquecer que o meu direito termina onde começa o direito do próximo (e olha que a primeira vez que ouvi isso foi de um professor de esquerda!).
Pessoas como vocÊ gostam mesmo é de usar essa desculpa de "meus direitos" para esconder sua própria prepotência e egocentrismo.

Anônimo disse...

(Viviane)
Murilo, por favor, aponte onde em meus comentários anteriores eu disse que a contribuição seria suficiente ou não. Apenas respondi a outra pessoa que, ao contrário do que muita gente pensa, servidores contribuem como qualquer trabalhador. Sobre a suficiência da contribuição para manter o sistema, agora que você afirmou categoricamente algo que eu não havia dito, eu respondo que é uma análise muito complexa para se basear no achismo de que servidores têm expectativa de vida maior que demais trabalhadores - caso você me apresente uma pesquisa comprovando, peco desculpas imediatamente.

Anônimo disse...

Ah ta. Por que você sim falou com os milhões de brasileiros pra saber que nenhum deles, sem exceção, se importa com isso. Realmente, quando é pra ter razão, a galera afirma com uma firmeza.

Anônimo disse...

E é por pessoas egoistas assim que eu torço pra que seja sim impedidas cada vez mais crianças de irem a qualquer espaço. Aí veremos que vai ter que se adaptar na marra. Hahaha
Coitado dos seus filhos. E quem usa o argumento que outros também fazem são pessoas inseguras, desesperadas pra reafirmar sua opinião.

Anônimo disse...

Pode torcer, espernear, fazer biquinho e desejar que crianças sejam consideradas menos cidadãs do que vc. Isso voce pode fazer até cansar.

Anônimo disse...

Greve de aluno ?

Hummmmm ... sei não .... acho que pode dar errado....

Anônimo disse...

Viviane:

"Apenas respondi a outra pessoa que, ao contrário do que muita gente pensa, servidores contribuem como qualquer trabalhador."
Ocorre que, nas entrelinhas, essa afirmação significa que a reforma seria desnecessária ou que o cálculo atual dos benefícios previdenciários estão corretos,já que "os servidores contribuem como qualquer trabalhador".
Ok. Contribuem. Mas a contribuição é inferior ao necessário para cobrir o reembolso futuro da previdência, donde o desequilíbrio.

Também acho que é complexo. Porém, se você reler meu comentário com atenção, verá que eu "dei de barato", isto é, NÃO considerei, dentre outros fatos (em especial a pensão), a sobrevida maior. Mas **mesmo assim**, já é desequilibrado. Imagine se formos considerar isso.

Quanto à sobrevida ser maior, ela está ligada ao nível sócioeconômico (óbvio: quem tem mais dinheiro tem mais acesso e acesso a melhores serviços de saúde) e educacional (curioso, não?) da amostra populacional. Como o grupo "servidores públicos", na média, possui nível educacional e sócioeconômico superior ao grupo "população de não servidores", certamente a sobrevida daquele grupo, na média, será maior do que deste. Simples questão de lógica.
Basta dar uma "googlada" com os termos sobrevida, nível econômico que você achará vários estudos.

Exemplo de um trecho de estudo: "Los resultados presentados aportan datos epidemiológicos concretos que corroboran la hipótesis de la desigualdad como determinante de mortalidad según el nivel de educación alcanzado o posición socioeconómica. En su interpretación positiva, la relación causa-efecto independiente, establecida en una sociedad en transición económica como la chilena, proporciona soporte para afirmar que medidas destinadas a mejorar la educación pueden tener un gran impacto en la salud y sobrevida de la población más vulnerable a través de estrategias poblacionales"

Murilo

Anônimo disse...

Meu problema não é as crianças e sim os pais egoístas. E não esperneiarei não querida. Só observo mesmo.

Anônimo disse...

São cidadãos pleno de direitos, mas que ja possuem sim mais restrições que adultos. Filmes que não devem ver, bebidas que não podem beber, lugares que não podem frequentar (vou rir se alguem levar filho pruma boate). Sim, restriçoes existem, a questão é, precisam aumentar? Por que existem pais que não entendem que sim, crianças acabam tendo limitações pra onde devem ir e que sim, devem levar uma vida diferente da adulta, pelo próprio bem delas. Como falaram acima, ver seu filho como um pequeno adulto não é nenhum pouco saudável. Tem casos que até assistente social precisa ser chamada pela falta de noção de certos pais. Ainda bem que não são todos assim. Mas chega a ser triste quando se pensa pela criança.

donadio disse...

É, (Viviane), eu me referia ao uso do caixa da Previdência para outras finalidades - como o pagamento da dívida pública, ou, como acontecia muito na época da ditadura, para financiar empréstimos camaradas para grandes empresas ou latifundiários. Mas a ideia de transformar os fundos da previdência em capital, de maneira que os aposentados deixem de ganhar sobre o que contribuíram, e passem a ganhar de acordo com os resultados financeiros desse capital (significando que se os investimentos derem errado, o aposentado pode não receber nada) também existe, e também é uma ameaça séria aos padrões de vida da classe trabalhadora.

Anônimo disse...

(Viviane)
Murilo, só quero te lembrar que nem todo servidor tem curso superior ou recebe os supersalários de Judiciário e MP. Policiais, bombeiros, auxiliares de enfermagem no SUS e outros são exemplos de servidores sem curso superior (ao menos este não é exigido para tais cargos), com baixos salários e condições de trabalho ainda piores. O estudo que você apresentou se refere a pessoas com alta escolaridade na população em geral, não no grupo específico de servidores públicos.
Ah, e eu não me responsabilizo pelo que você ou qualquer outra pessoa lê nas entrelinhas dos meus comentários. Sinta-se à vontade para criticar, mas faça o favor de criticar o que eu, de fato, tenha escrito. Grata.

Anônimo disse...

Lola, greve de estudante é igual a greve de aposentado, não serve para nada, exceto fazer barulho. ..

Anônimo disse...

Sim, vamos fingir que você não odeia crianças e não quer simplesmente ir a um restaurante sem nunca ouvir uma criança falando ou chorando por qualquer motivo na mesa ao lado. O mesmo tipo de gente que fala que idoso não deve ter direito a fila preferencialnporque tem tempo de sobra, que não dá lugar pra gestante porque não mandou engravidar, etc. Que acha que a sociedade não tem responsabilidade nenhuma com as crianças porque quem pariu que balance. Opiniões como a sua, egoístas e cheias de ódio, são o que mais tem.