terça-feira, 5 de março de 2013

GUEST POST: "EU", A SEXUALIDADE E O FILME KINSEY

Renata, uma professora em São Paulo, que já contribuiu com outro guest post, enviou este texto sobre sexualidade e a construção do sujeito a partir do filme Kinsey - Vamos Falar de Sexo (veja o trailer). 
Eu vi o filme faz tempo, mas lembro que ele é muito, muito bom. E polêmico, pois centra-se em parte da vida de Alfred Kinsey, considerado o pai da sexologia, e uma figura que até hoje, mais de meio século após a sua morte, os conservadores ainda adoram odiar.

No filme Kinsey, o protagonista é um homem obstinado a estudar a vida sexual dos indivíduos americanos. A história tem como fio condutor a vida sexual do personagem principal, que a narra a seus colaboradores, junto com uma narrativa sobre a “ciência do sexo".
O filme levanta uma série de questionamentos e centra-se nas relações de poder que “proibiam” o sexo ou o restringiam. Aborda, principalmente, o discurso médico-higienista do final da década de 1940 e 50, e o discurso opressor da igreja. 
Ao desconsiderar outras relações de poder que são muito mais complexas do que a simples proibição, o filme  coloca a Igreja e o discurso higienista como os “vilões” que promovem as amarras da sociedade em relação à sexualidade. Além disso, como num bom duelo, combatendo os “vilões”, está lá o discurso científico do Professor Kinsey. Tal discurso seria enquadrado como o discurso salvador.
 O discurso sobre a sexualidade é importante para a maneira como as pessoas se tornam sujeitos. Muitas nem se dão conta das relações de poder que subjazem a formação deste “eu desejante”.
Nem sempre a ideia de sujeito existiu. Ela surgiu quando algumas disciplinas passaram a ajudar a governar as populações. Com isso, segundo Rose, ocorreu uma “avalanche de números impressos” que via, numa esfera micro, fenômenos que apareciam no macro-social: um nascimento, uma morte, um casamento, o número de filhos de um casal passava a ser estudado porque seria uma espécie de microcosmo da população que se pretendia governar.
Nesta época surge a ideia do sujeito, segundo Foucault, como “sujeito a alguém pelo controle e dependência, e preso à sua própria identidade por uma consciência ou autoconhecimento”. Tem-se, portanto, as relações de poder como necessárias para a formação do sujeito (seja ela exercida por um outro ou por si mesmo).
Na ideia que se tem do “eu”, um dos fatores considerados inerentes é a sexualidade. Tanto que pouco se discute o fato de a ideia de gênero ser construída socialmente.
Tentarei traçar um caminho entre a narrativa de si e a ideia que se tem do indivíduo como um ser que tem a sexualidade “pronta” inerente a ele e que se encerra nos limites de seu próprio corpo. E, além disso, que precisa apenas ser descoberta e libertada das amarras sociais para se manifestar em sua plenitude.
Antes do cristianismo já existiam alguns “pilares” considerados normais quanto à sexualidade. A prática da monogamia, o sexo apenas para fins reprodutivos e a ideia do prazer como sendo um “mal” do qual se deve fugir já existiam em sociedades anteriores ao cristianismo.
O que o cristianismo traz de novo é o poder para inculcar a moral, o que Foucault chama de “poder pastoral”. Enquanto os poderes anteriores reinavam sobre os territórios e sobre a população em geral (taxas de natalidade e mortalidade / exército / corpos mais aptos para o trabalho), o poder pastoral passa a reinar sobre os indivíduos em particular. Antes, o indivíduo deveria dar a vida, se necessário fosse, para defender esses poderes. Depois da instauração do poder pastoral, ele se vê diante de um poder que se sacrifica por ele, que lhe dá chance de salvação.
Dessa forma, o cristianismo passa a exercer um poder sobre o corpo, o discurso, os atos e até mesmo sobre o pensamento das pessoas. Não basta mais controlar determinados atos, deve-se saber, também, controlar a alma e o pensamento. É preciso, portanto, chegar à verdade do sujeito. Na busca pela verdade, o sujeito faz um reexame de si. Na produção do discurso, que é também a produção de uma autobiografia, o sujeito vai produzindo verdades sobre si mesmo e sobre sua sexualidade. 
O filme Kinsey aborda a vida do estudioso que procura saber as “reais” sexualidades dos pesquisados, para, a partir delas, saber quais são as práticas sexuais mais recorrentes na sociedade da época.  Estabelece-se, portanto, a falsa ideia de que o saber científico sobre o sexo liberta o indivíduo e permite que ele seja “ele mesmo” em relação a sua sexualidade, quando na verdade o saber também instaura um poder que condiciona as práticas dos indivíduos.
Extrapolando-se os limites do filme e chegando aos dias de hoje, vê-se que as sociedades ocidentais têm uma abundância de saber sobre o sexo. Há diversos estudos científicos e pseudocientíficos que revelam “a verdade” do sexo e o que é o “normal” no sexo. Tais discursos acabam reafirmando o desconhecimento do indivíduo sobre seu corpo e seu desejo, e o englobando em categorias que o qualificam como uma pessoa normal ou não.
Além do discurso científico que estabelece algumas verdades e ganha bastante destaque na mídia, hoje se percebe uma profusão de discursos que pretendem levar o indivíduo a intensificar o prazer. Nota-se, nesta década, um interesse evidente (e crescente) em publicar o que geralmente seria confidencial. O que antes era confidencial agora estampa as páginas das revistas masculinas e femininas, os blogs da internet, livros, e também os programas televisivos (seja em formato de reality show ou entrevista), nos quais a vida sexual alheia é escamoteada.
Veem-se até mesmo manuais publicados em revistas como Nova e Um para intensificar o prazer: “Convide-o para um duelo: diga que quem tiver um orgasmo primeiro perde” (Revista Eletrônica Ana Maria), “Acerte na lingerie e deixe o seu homem com água na boca, completamente rendido” (Nova), “Se gozar antes, trate de compensá-la” (Revista Um), “Dedique-se primeiro à parte interna das coxas, virilha e grandes lábios e deixe o ponto central para o grand finale” (Um).
Libertação? Desde quando o imperativo é uma libertação?
O que motiva a sexualidade em vez de proibi-la pode parecer, à primeira vista, uma forma de libertar o indivíduo e possibilitar que ele deixe aflorar seu “verdadeiro ser”. Esta ideia se faz presente no filme Kinsey. Mas visto de forma mais detalhada, percebe-se que esse é mais um dos fios da rede de poder em que o sujeito está imbricado.
No filme, essa motivação poderia ser vista no próprio trabalho de Kinsey, que além de proporcionar o saber, impulsionava a curiosidade e motivava a prática sexual “livre”.
Observa-se que, em paralelo ao discurso da proibição do sexo, se desenha em nossa sociedade o discurso por uma vida sexual livre, mais intensa e primordial na vida do ser humano. Ambos os discursos se estabelecem como verdade.
Ao mesmo tempo em que se tem cristalizada a ideia de que o sexo é um “mal”, uma perdição que faz o ser humano deixar de ter o controle sobre si mesmo e ir contra seu conjunto de valores, torna-se cada vez mais comum o discurso que coloca o sexo como benfeitor, até mesmo como uma fonte de salvação para o indivíduo e sua vida conjugal.
“Sexo é vida”, afirma atualmente o discurso médico especializado na televisão. Portanto, procure agora mesmo seu médico para que ele possa resgatá-lo do limbo em que você se encontra. Acredita-se que os especialistas da ciência sexual vão fazer com que as pessoas encontrem sua verdadeira sexualidade, aquela que as deixa felizes, as liberta, mas que foi sendo camuflada ao longo da vida. Como se o ser humano fosse capaz de olhar para dentro de si e encontrar intacta a sexualidade inerente a ele, que é a sua verdade e a única capaz de fazê-lo sentir o prazer que ele merece -- como parecem ser capazes os indivíduos pesquisados por Kinsey e ele próprio.
Em meio a essa profusão de discursos sobre a sexualidade, o indivíduo tem a necessidade de se pensar, de produzir a verdade de si. Os discursos podem ser tidos como verdadeiros ou falsos e é através desse jogo de verdade que o indivíduo pensa a si mesmo e se reconhece como sujeito do desejo.

50 comentários:

Anônimo disse...

Nossa Lola, você está postando rápido os posts hein, mal fui ver o da palestra e já tem esse aqui, rsrsrsrs.

Anônimo disse...

Engraçado, ontem na aula (minha mãe dá aula para mim), Minha mãe citou esse filme para a turma. Ela recomendou o filme para um cara que havia dito que as vezes concordava com o Silas Malafaia, e se ele visse um casal gay se beijando ele iria se retirar do local.

Anônimo disse...

Feministas são falofobicas.

Anônimo disse...

As pessoas deveriam se manter virgens até o casamento.

Anônimo disse...

O que é "falofobica"?

Anônimo disse...

Essa ultima imagem do filme desconfio q seja do filme q to procurando há anos.
Esse menino nao é filho deles nao né?

Anônimo disse...

O legal desses comentários mascus e reaças é que eles provam tudo aquilo que as feministas falam sobre a objetificação da mulher e tudo o mais. Eu mesmo achava que tudo isso que as feministas falavam era baboseira e que não existia mais.

Felipe Andrade disse...

Falofobia? O medo paralisa. Lutar contra o que nos oprime é justamente o contrário de temer. E outra: folofobia não atinge só mulheres.

Hamanndah disse...

Mascu das 12:16

O que neste post lhe sugeriu que feministas são "falofóbicas"?

Falofóbica para quem perguntou é quem tem aversão a falo(o pênis)

Caro Anônimo, nós, feministas que somos héteros, amamos o falo de nossos parceiros, que não são machistas como você.

Ninguém aqui é contra o pênis, não, ô, peso morto da internet( anônimo das 12:16).

Vá almoçar o seu hamburguer com fritas e tomar o seu todinho, porque mingau agora só amanhã de manhã

Eva disse...

Feministas são falofóbicas? Não sei de onde esse povo tira essas coisas. Eu adoro um falo bem cuidado, desde que o portador do falo não seja um machista reaça babaca.

Paula disse...

confesso que tive que ler o texto duas vezes até compreendê-lo, mas gostei...
o filme é muito bom, é legal ver como o livro sobre a sexualidade feminina causou muito mais rebuliço do que o sobre a masculina...

Gabi Something disse...

Li uma vez que 'um homem hétero sexual masoquista' tem muito mais incomum com um 'homem gay sadista' do que com um homem hétero que não pratica essa 'modalidade' de sexo.

A partir daí comecei a pensar em sexualidade e afetividade como uma coisa geral. E passei a enxergá-las com uma ótica individual. Ou seja, a sexualidade e a afetividade não podem ser definidas coletivamente.

Gay, Lésbica, Hétero, Bi, Assexuado, Trans e todas as outras definições são apenas agrupamentos que tentam organizar as pessoas em tabelinhas. E todxs nós sabemos que não se deve confiar na tabelinha.

Desde que entendi esse conceito parei de julgar a amiga lésbica que come um cara de vez em quando... e não penso que ela está traindo o movimento ou deixando de ser lésbica.

O amigo gay que beija mulher na balada e vai com ela pra cama... não penso que ele queria ser hétero e está se enganando.

O colega hétero que gosta de pegar um carinha de vez em quando... e eu não penso mais que ele é um aproveitador ou que é enrustido.

São apenas pessoas vivendo suas sexualidades. Individuais. Únicas. E cheias de nuances.

Que como você disse, ninguém consegue ver de forma clara e completa.

lauren disse...

O Kinsey foi bem misogena, baseando a pesquisa na sexualidade dos homens. As mulheres que fizeram parte do estudio tinha que transar com os seus maridos, enquanto aos homens, lhe davam prostitutas! O seja, o homen podia vivir a fantasia erotica, enquanto a mulher nao. Tambem reforca idea do que transar quer dizer ´prelimenares´e depois a penetracao.
Este tipo do sexo ha sido forcado nas mulheres do mundo enteiro - para muitas mulheres, os ´´preliminares¨¨ eh o sexo! Esse nome foi inventado por un misogeno
ingles - claro - un homen.

Ate que a definicao do sexo significa lo que a mulher deseja e nao o que a patriacada ensina, nada va a mudar.

Hamanndah disse...

Ainda mais um pouco...

O sexo, caro Anônimo das 12:16, começa nas preliminares, no carinho, a penetração - quando é homem e mulher e homem e homem - é o "grand Finale"....entendeu, ou mamãe tem que colocar vc na banca para ser capaz de entender as coisas?

Gabi Something disse...

"A partir daí comecei a pensar em sexualidade e afetividade NÃO como uma coisa geral. E passei a enxergá-las com uma ótica individual. Ou seja, a sexualidade e a afetividade não podem ser definidas coletivamente. "

Errei ali.

Anônimo disse...

"Falofobia? O medo paralisa. Lutar contra o que nos oprime é justamente o contrário de temer. E outra: folofobia não atinge só mulheres."

Falos oprimem mulheres? Meio mal colocada a frase.

De qualquer forma, nunca vi reaças serem "paralisados" pela homofobia. Aliás, eu não acho que homofobia deva ter esse nome, porque tem mais a ver com ódio ou nojo do que com medo propriamente dito.

Hamanndah disse...

Outra coisa, anônimo as 12 e pouco

Entre duas mulheres homossexuais tambem existe sexo, mesmo sem existir falo

Lição da titia para o anônimo confuso

Sexo existe entre homem e mulher hétero
Sexo existe entre homem e homem gays
Sexo existe entre mulher e mulher gays

Ou seja, para existir sexo, existem essas tres possibilidades, todas com consentimento mútuo , é claro

Anônimo disse...

Não consegui ler o texto. Prolixo demais.

Jéssica disse...

@Gabi

Todos esses casos sao graus de bissexualidade, que e' a sexualidade mais comum (na teoria, na pratica a homofobia nao permite).

Um mito que se tem dos Bis e' q gostam de mulheres e homens igualmente, quando na maioria das vezes ha' uma preferencia maior para um lado. As vezes a preferencia e' tao mais forte para um lado que a pessoa prefere se dizer hetero/homo (ou majoritariamente hetero/homo), mesmo transando com pessoas do sexo "nao-preferencial" de vez em qd.

Jéssica disse...

E bem interessante os dois pontos que a lauren levantou... eu nao conhecia esses "porens" do estudo do Kinsey.

Anônimo disse...

Caramba, nunca tinha pensado que o conceito de "preliminares" fosse invenção de um machista - misógino já não sei . Isso faz todo o sentido!

Anônimo disse...

Tava me sentido burrinha porque estava achando o texto difícil, mas acho que se outras pessoas repararam é porque está prolixo mesmo.

Anônimo disse...

Nao existe 100% nao,nem homo,nem hetero.O que existe em ser 100% é por opçao.

Pras mulheres elas se satisfazem com dedos,preliminares e tal.Ate agora os vibradores tao tomando espaço de tudo.

Mas pra hetero,como eu,o orgao masculino dotado é uma boa apresentaçao visual,chama atençao rsrs daquele jeito.Mas pra satisfaçao sexual tanto faz ter p,m,g.

Anônimo disse...

nada a ver, mas: fisiatras pedem que seus pacientes tirem a blusa para examinar? como lidar com essa situação em que o médico pede que tire a roupa e a gente não tem certeza de que aquilo é certo?

Rafael disse...

Dá para discutirmos os assuntos pertinentes ao texto (e ao blog) ao invés de dar atenção a um Anônimo que simplesmente jogou uma opinião bizarra no ar? Ou ficar discutindo a qualidade literária do texto?

Gostei muito da parte em que critica que os atuais imperativos sexuais também são uma forma de restrição. Por exemplo: se você não estiver tendo sexo de muita qualidade (quem define isso?) e com frequência, você não está no padrão revista Nova. É realmente a mesma cagação de regra que a igreja faz, só a regra é que muda.

Anônimo disse...

Com certeza anonimo das 17:21

sinto uma lesbofobia ae.
Pra ver que ate a ciencia nao devemos deixa-la acima do bem e do mal.Nao so desse caso,como os de Hitler,os do backlash,outros.

Sara disse...

anon 17.23 hs tamo junto kkkk

Anônimo disse...

Mas pra satisfaçao sexual tanto faz ter p,m,g.

Sou mulher, 100% hetero não por escolha, mas porque nasci assim e para mim, o tamanho do pênis importa bastante, bem como a grossura. Um pênis pequeno não me satisfaz como um maior. Agora se for comprido e fino, também não ajuda muito. Grande e grosso é o ideal pra mim e para meu corpo.

Anônimo disse...

Tava me sentido burrinha porque estava achando o texto difícil, mas acho que se outras pessoas repararam é porque está prolixo mesmo.

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É bem prolixo mesmo, eu detestei esse texto.

Jéssica disse...

@Dona do sexo

Pessoalmente, eu acredito na pesquisa que diz que 80% do mundo e' bi, 10% e' hetero e 10% e' homo. Acho problematico dizer que nao existe 100% de preferencia, principalmente no caso da homossexualidade, pq isso poderia servir de desculpa para os "tratamentos de homossexualidade" ("no's despertaremos o seu lado hetero!")

Anônimo disse...

O assunto eh bom, mas o texto eh tão chato, tão.pernóstico, que tive que reler umas duas vezes. Achei mal escrito, se repete sem dizer nada...enfim.
Fica aí a fica pra autora se aprimorar mais, quando não for escrever um texto acadêmico. Seria interessante ser mais objetiva, mais clara, menos prolixa mesmo.

Alice

Anônimo disse...

Jessica

Realmente esse é o problema numa sociedade homofobica.
Porem nao sendo 100%,isso nao afetaria a vida de um(a) homossexual pq o q esse povo quer é que eles casem-se com pessoas do outro sexo,viva uma vida com outro sexo,transe varias vezes na vida com outro sexo.Se homossexual tem,como exemplo uma experiencia com outro sexo durante a vida,continua homossexual mas nao é 100%,e 100% nao deve q exista biologicamente falando,o que deve existir biologicamente é tendecia pra um lado, pra o outro pra o meio.
Pelo simples motivo de que por ex. fechar os olhos e vc nao saber quem ta fazendo sexo com vc.A determinaçao biologica do 100% se desfaz aqui.

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Pois é, anonima das 18:40,sua preferencia.

Tenho certeza q satisfaçao sexual independe do tamanho, mesmo eu nao tenha experiencia com os tamanhos considerados indesejaveis socialmente.

Mas como fui criada nesse social,desde criança, vou ter certas preferencias q provavelmente levarei comigo pro resto da vida.

Anônimo disse...

a eterna parceria entre feminismo e promiscuidade...

Anônimo disse...

Concordo com o Rafael. O texto é muito bom. Filme pornô (ruim) tb normatiza muito as relações sexuais, além de ser uma forma de perpetuar o machismo. Hoje a moda é o tal do sexo anal. Até a chata da Sandy faz e em algum momento esse se torna o assunto na festa, na escola, no trabalho, etc... que saco.

Anônimo disse...

A mulher anônima das 18:40h é um engraçadinho desfarçado, só pode.

Anônimo disse...

ah sim, como existe vagina "raza", "profunda", "larga", "apertada". Eu prefiro a apertada, é a ideal. Engraçado é que as que menos deram, as que nao tiveram ex-marido bem dotado, maioria dessas são apertadas, pq será?

Anônimo disse...

Eu acho que o sexo hoje é um tabu com sinal trocado: de proibição virou obrigação.
Ai de quem falar em afeto ou vínculo...

Victoria Z disse...

Não sei não, acho um pouco exagerado dizer que hoje o sexo é visto como "o benfeitor".
Se você não gosta de sexo, você tem um problema. Mas..
Se você gosta muito de sexo, você também tem um problema, principalmente se você for mulher.
Ou seja, você tem que gostar de sexo na medida, porque se não, ou é frígida, ou é vadia.

Também achei o comentário sobre o filme Kinsey um pouco exagerado. Não acho que o objetivo do filme tenha sido exaltar o sexo como "forma de liberação do seu eu inerente" ou blablabla. Acho que mostrar a diversidade sexual como algo natural é extremamente positivo.

Lulupisces disse...

Cara Lola,

acompanho seu blog. Também tenho um blog no qual indico o seu blog para leitura. Escrevi um texto sobre mais um "crime passional" ocorrido em Brasília. Esse texto gerou uma série de comentários interessantes, inclusive de uma juíza. E também de uma vítima de agressão que resolveu postar sua carta à promotora do caso. Gostaria que você desse visibilidade a essa história, pois sei que seu blog é o lugar legítimo para isso. Por favor, leia o texto "Quantas mais?" E os comentários e faça excelente uso de todo o conteúdo. Lulupisces.blogspot.com

Abraços,

Lulupisces.

Lulupisces disse...

Lola, não sei se o meu comentário foi enviado...

Peço que entre no blog lulupisces.blogspot.com e leia o texto "Quantas mais?" e os comentários sobre ele. Acredito que você possa dar a visibilidade necessária ao tema.

Abraços,

Lulupisces.

Anônimo disse...

anom das 18h40 e das 22h55

1) também me satisfaço mais (muito mais) com pintos grandes e grossos

2) que não devem ser como o do anom das 22h55, certamente. Vaginas diferem, mas tem a ver com genética (assim como o tam dos paus dos caras) e não com a quilometragem (pra usar vocabulário que mascus conhecem bem).

Cética disse...

Anônimo disse...
ah sim, como existe vagina "raza", "profunda", "larga", "apertada". Eu prefiro a apertada, é a ideal. Engraçado é que as que menos deram, as que nao tiveram ex-marido bem dotado, maioria dessas são apertadas, pq será?

5 de março de 2013 22:55

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Como você tem tanta certeza que são as que menos deram? tá trabalhando como catraca de buceta? ( humm esse pau é pequeno,vai fazer menos estrago,pode passar. Humm,essa relação tá durando muito,é muita bimbada,pode alargar,deixa eu contabilizar aqui...)

Sara disse...

cetica se não existe kkkkkk

Cética disse...

Sara,a minha dúvida é pertinente vc não acha? hehehe

Sara disse...

Completamente Cética, mas no q eu fiquei mais absorta kkkk foi com essa nova categoria de trabalho que vc nomeou...

Cora disse...


Cética,

dúvida totalmente pertinente!

.
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e Sara,

o q mais tem hj em dia é gente trabalhando como catraca de buceta! daqui a pouco galera vai pedir a regulamentação da profissão!!

haja vigilância, viu?

aliás, isso não é uma tremenda ironia? geral se queixava de nunca transar e agora geral controla a forma como mulheres (claro, pra q controlar sexo pros homens, né?) transam! vai entender esse povo!

Cora disse...


Gabi,

sempre pensei a sexualidade como uma espécie de variável contínua, e não discreta. mas não conhecia kinsey e seus estudos. penso q a identidade sexual tenha um caráter fluido, q varia de totalmente hetero até totalmente homo e todas as gradações possíveis entre esses extremos. aí esses casos q vc exemplificou da amiga lésbica q come um cara de vez em quando ou o cara gay q se relaciona eventualmente com mulheres. afinal, se trata de atração física e podemos nos sentir atraídos apenas por pessoas do sexo oposto ou apenas por pessoas do mesmo sexo ou simplesmente nos sentirmos atraídos por pessoas, independente do sexo.

na verdade, sempre achei q a gente se apaixona ou se sente atraído pela pessoa completa, quer dizer, uma combinação entre físico e intelecto. e por físico não tô falando de beleza não, de deusas ou deuses gregos, mas simplesmente atração por corpos do tipo masculino ou do tipo feminino.

mas aí entram os padrões socais dizendo o q é aceitável ou não, o q é abominação ou não, e a gente acaba perdido, como o carinha apaixonado pela garota, mas q não foi capaz de assumir a relação perante os amigos pq ela não se enquadrava no estereótipo da “gostosa”. o cara preferiu abrir mão de um relacionamento q poderia ter sido muito bacana, pq não foi capaz de ir contra as normas sociais mais fúteis, já q ele estava se relacionando segundo os padrões heteronormativos, quer dizer, era o relacionamento padrão homem-mulher.

se nos enquadramos no q foi estabelecido como normal ou padrão, ok. dá até um alívio, pois nem pensamos a respeito. mas, e qdo não nos enquadramos? é um sofrimento (real, embora desnecessário, eu acho) quase q pra vida toda.

sempre me pergunto se sou de fato tão hetero qto imagino, ou se simplesmente ainda não conheci a mulher certa! vai saber, né?

Cora disse...


lauren,

será q não tem a ver com a época? mesmo ele propondo algo visto como revolucionário, era ainda um cidadão dos anos 40-50. de qq forma, se os estudos eram encaminhados dessa forma, sem dúvida nenhuma houve discriminação.

talvez a ideia de q a sexualidade pertence à mulher fosse revolucionário demais até mesmo pra ele. é “revolucionário” ainda hj, séc. xxi!! e, de fato, reduzir sexo à penetração, considerando preliminares algo distinto, separado, q “complementa”, é empobrecer demais o ato.

fazer o q né? só podia ser ideia de homem.

Cora disse...


Rafael,

não leio revistas “femininas”, pois jamais me reconheço naquelas páginas (eu me sinto extremamente alienígena). mas, eventualmente, folheio alguma nas primas ou em consultório médico e, realmente, o sexo padrão revista feminina é sempre uma cagação de regra absurda q chega ser pior q a igreja. essa pelo menos diz pra não fazer e ponto. se vc fizer, pode ser do jeito q quiser! a regra é uma só: não faça! já essas revistas, dizem q, além de vc TER q fazer, tem q ser assim ou assado, senão vc tá fazendo errado, tá infeliz, tá fora de moda, tá antiquada, tá não sei mais o q... haja saco pra aguentar!! isso sem contar a ideia da padronização. da mesma forma q só vale cabelo assim, roupa assado, o sexo tb tá normatizado e só vale se for de determinado jeito, até meio asséptico. até qdo essa galera tenta romper algum tabu, o negócio fica todo cheio de norma, obrigação, comparação, julgamento.

mas essa obsessão por sexo, esse controle do prazer sexual, uma hora abominado outra hora obrigatório, é muito da nossa cultura. como conseguimos transformar algo natural num problema insolúvel, talvez nunca consigamos descobrir.

Anônimo disse...

Sexologia é só mais uma da indústria de diplomas e um cabidão de empregos? Agora querem especialistas para ensinar os caras transar? Era só o que faltava!