quinta-feira, 8 de setembro de 2016

GUEST POST: HOJE EU AMO SER MULHER

A A. me enviou este email que alegrou meu dia:

Boa tarde, Lola. Já estou há um tempinho querendo te escrever esse e-mail, com o único objetivo de te AGRADECER. E, pra explicar o que tenho a agradecer, vou primeiro te contar minha história (que não é trágica):
Tenho 30 anos e tenho uma irmã um ano mais nova que eu. Tivemos uma infância muito feliz e saudável. Fomos criadas sempre com meus pais, extremamente carinhosos e dedicados, que colocaram sempre nossas necessidades em primeiro lugar. Sempre fomos estimuladas a estudar, a nos desenvolvermos intelectualmente, e nunca foi nos apresentado como opção sermos “donas de casa” ou algo assim.
Pois bem, a minha mãe sempre foi algo que eu costumava achar que era uma “feminista”. Sempre foi independente financeiramente, é advogada, do tipo que “não leva desaforo pra casa”. Ela também sempre foi muito bonita, bem arrumada, bem resolvida. Enfim, sempre foi um espelho do que eu queria ser.
Mas ela sempre fazia piadas, ou mesmo falando de forma séria, que desprezava outras mulheres. Então, por exemplo, se alguém estava dirigindo mal, ela falava “com certeza é mulher!”. Se alguma mulher fazia algo um pouco mais “lerdo”, ela fazia questão de dizer “tinha que ser mulher mesmo”. Ela menosprezava as mulheres. E eu via aquilo, e acreditava que mulher era assim mesmo, e que minha mãe era uma exceção entre as mulheres. E cada vez mais eu fui fortalecendo em mim esse sentimento de não querer me tornar uma mulher como as outras. 
Eu também queria ser uma exceção, assim como minha mãe. Fui criando essa imagem errada do que é ser mulher: uma pessoa burra, fraca, medrosa, superficial, carente e fútil. Eu olhava outras mulheres com ar de superioridade, como se elas fossem inferiores aos homens, e inferiores a mim também (já que eu não fazia parte daquele clube de mulheres; eu era exceção).
Isso foi se tornando tão forte em mim, que eu sempre me afastei de “coisas de mulheres”. Na minha adolescência, eu tinha vaidade ZERO, e fazia questão de me manter assim. Odiava vestir roupas de mulher, usar maquiagem, bijuterias, ou qualquer coisa que remetesse a mulher. Eu tinha um macacão unissex e só usava ele, com tênis all star e blusas unissex também. Tudo que poderia me incluir no grupo de “mulheres” eu recusava. 
Detalhe: Eu nunca tive dúvidas em relação à minha sexualidade. Pelo contrário; eu desprezava tanto as mulheres, que não conseguia entender inclusive como homens se relacionavam com mulheres. Eu pensava comigo mesma: “Se eu fosse homem, eu seria gay, assim não teria que aguentar nenhuma mulher chata na minha vida”.
Essa questão da vaidade mudou um pouco quando, aos 16, eu comecei a namorar com um garoto. Naturalmente apareceu em mim a vontade de ficar bonitinha, e ele também me dava uns toques sutis que eu deveria me arrumar mais, que ficaria mais bonita assim ou assado, com um brinquinho, etc (depois ele foi evoluindo e demonstrou ser um psicopata manipulador, mas essa é outra história).
É engraçado que um dia desses eu estava reparando em uma coisa muito interessante. Eu sempre me descrevi como uma mulher que me relacionava melhor com homens do que com outras mulheres. E outro dia, pensando nisso, eu fui me lembrando das minhas amizades. E foi interessante perceber que eu sempre tive muito mais amigas mulheres que homens. Sempre! E amizades muito mais fortes e duradouras. Tenho até hoje amigas da época de escola, de 18 anos atrás. Mas nenhum amigo dessa época. 
Fiz faculdade de engenharia (ou seja, 90% das pessoas do meu convívio eram homens), e dos amigos homens daquela época, nenhum continua sendo meu amigo hoje (no máximo um “parabéns” no Facebook; quando nos encontramos no aniversário de fulano batemos um papinho superficial). Em compensação, posso citar pelo menos dez amigas, mas amigas de verdade, daquelas que você pode ligar a qualquer hora pedindo algo, que elas vão te socorrer. Daquelas que te ouvem, te apoiam no que precisar, e te dizem verdades também.
Mas quando eu falava que me dava melhor com homens, embora não fosse verdade, eu não falava com objetivo de mentir. Eu falava porque eu realmente tinha essa imagem de mim mesma. Porque eu sempre me identifiquei muito mais com o “sexo masculino” do que com o “feminino”. 
Desde pequena eu sempre fui muito corajosa. Gostava de aventuras, desafios, esportes. Sempre fui muito inteligente, e sempre adorei matérias exatas (não à toa fiz engenharia). Sempre fui muito mais racional do que emotiva. Então, eu sempre acreditei que tudo isso eram características masculinas, que não caberia para uma mulher ser isso tudo (mulherzinhas são idiotinhas, burrinhas e carentes), então eu simplesmente não me enxergava com mulher.
Chegou num ponto que eu não gostava de ser chamada de mulher. Eu muitas vezes falava brincando, no meu ambiente de trabalho, quando alguém achava que eu não fosse dar conta de fazer alguma atividade mais rústica ou que exigisse mais fisicamente (sou militar): “Eu consigo sim. Tá achando que eu sou mulher? Eu sou homem, pô!”. Eu falava brincando, mas eu realmente não gostava. Me incomodava demais quando alguém se referia a mim por “mulher”. Eu não sabia explicar exatamente o porquê, mas eu odiava.
Eu já cheguei ao ponto de pedir pro meu ex-marido (na época marido) não se referir a mim como mulher. Que dissesse que eu era uma “fêmea humana”, mas não “mulher”. Eu não conseguia explicar o que essa palavra me causava, mas eu tinha total desprezo por mulheres, e odiava fazer parte desse grupo.
Bem, e voltando agora pro início desse e-mail, por que eu vim te agradecer? 
Eu vim agradecer porque foi aqui, no seu blog, que eu aprendi que ser mulher não é ser nada disso. Encontrei seu blog por acaso (eu estava em uma situação muito difícil na minha vida, e comecei a fazer buscas no Google sobre a palavra “suicídio”, e por acaso caí no seu blog, em uma publicação que numerava alguns motivos pra pessoas não se suicidarem -- diga-se de passagem, foi ótimo pra mim ler aquilo). 
Comecei a ler seu blog diariamente, e as coisas começaram a fazer muito sentido pra mim. Comecei a entender exatamente o que significava feminismo, e vi que minha mãe, na verdade, não era feminista. Eu consegui entender que essa minha raiva por “mulheres” era, na realidade, revolta por alguém querer me classificar como “fútil, boba, burra e carente” pelo simples fato de eu ter nascido com uma vagina. 
Entendi que minha raiva não era por mulheres, ou por eu ter nascido mulher, e sim com o papel que nos impõem por termos nascido mulheres. Descobri que minha raiva toda era contra o machismo. Entendi que nenhuma mulher é inferior aos homens. Entendi que eu não tinha que querer me comparar a homens para me sentir inteligente e corajosa. Entendi que eu sou, sim, corajosa, inteligente, independente, e que essas são, sim, características femininas. 
E se antes eu sempre me lamentava por não ter nascido homem, hoje em dia eu AMO SER MULHER! Eu amo ser quem eu sou, amo meu corpo, amo ter a possibilidade de gerar uma vida e amamentar uma criança. Não trocaria isso por nada! E eu amo ser uma mulher e ter nascido agora, no século XXI, e poder participar também desse período de libertação das mulheres.
Então, Lola, obrigada por ter me mostrado que ser mulher é lindo! Que ser mulher não significa ser boba, ser burra, ser fútil, ser fraca e carente. 
Obrigada por me mostrar que ser mulher é somente ser humano, com os mesmos defeitos e qualidades e capacidades que homens; e que eu não tenho nenhum motivo de me envergonhar por ser mulher. Obrigada por ter me dado essa felicidade de amar ser quem eu sou! Isso é maravilhoso!

73 comentários:

Anônimo disse...

Você deveria falar mais sobre as mulheres anti feministas, notei que a maioria delas tem problemas com homens gays, acho que essas mulheres têm auto estima baixa.

Anônimo disse...

Também me sinto assim no blog da Lola. Como se tivesse sido transportada pra um outro mundo.. como se caísse a venda dos meus olhos...
Hj sei que aquele incômodo era o feminismo latente que eu carregava em mim e não sabia nomear!

Lola vc faz um trabalho de utilidade pública!

te amo.

FERNANDA B.

Anônimo disse...

Que legal este texto! Me identifiquei bastante porque só recentemente eu percebi que me sentia de uma maneira muito similar. Eu acredito que no meu caso não foram meus pais, mas o fato de eu não querer ser associada com os esteriótipos. Eu sempre gostei de ciências, exatas e não me interessava muito por meninos, moda etc. Hoje, sou uma neurocientista. Desde criança, eu tentava fugir do que seria ser mulher! Igualzinho, eu não me arrumava, não usava vestido, saia, maquiagem e, sempre, só queria estar com os meninos. Hoje, eu tenho mais amigos homens, amigões mesmo, mas depois de muita conversa comigo mesma, eu percebi, mais ou menos como ela, que uma parte de mim ficou sub-desenvolvida. De fato, até recentemente, percebi que, por mais que eu tente, meus amigos não me incluem totalmente também. Sempre existe um espaço silencioso, reservado apenas aos homens e eles fazem questão de excluir. Hoje, estou tentanto me curar, porque, no fundo, quero ser valorizada pelo que sou e não pelo que querem que eu seja. Queremos todos ser amados e o pior é que a pressão é enorme para as mulheres: umas vão se arrumar, se depilar, só falar de homens, com o intuito de ser amadas e se encaixar no "bela, recatada e do lar" e outras vão tentar o oposto, mas é sempre para fazer um papel e nunca para nutrir nossos desejos reais! Espero que mais mulheres possam seguir o que são no futuro. Nada de máscaras!

Anônimo disse...

Nossa!

Só pra dizer que fiquei super emocionada aqui com esse relato!
e tive experiência parecida com a sua... E também mega grata a Lola e todas as mulheres que participam aqui também...
Tudo de bom pra nós e força sempre!
Carla

Anônimo disse...

Pois é. Te entendo. Tem um texto maravilhoso: http://lugardemulher.com.br/a-vagabunda-era-a-outra/

Esse texto fala de como os homens fazem: você não é como as outras. Logo, as outras - TODAS AS OUTRAS MULHERES DO MUNDO- são estupidas e futeis. Menos a gente! Não ser como as outras mulheres é um greencard para o club do bolinha, e se a gente sair um minimo da linha, eles tomam o greencard da gente, e passamos a ser mais uma mulherzinha burra.


Uma coisa que as vezes acontece: Falam que a minha sobrinha mais velha é uma tipica menina, pq adora rosa, é medrosinha e tal. Ai eu falo que a mais nova tb é menina e é super corajosa, louquinha, mandona. Aí eles respondem " ah, mas a Erica não é menina tipica, a Erica é um moleque em corpo de menina".
Fico de cara. Claro que a Erica é "menina tipica", ela só não entra no cliché feminino. Enquanto vc é medrosa, é menina. Basta ser corajosa que vira "muleque em corpo de menina". Caramba. Se tudo de bom atribuem a homem, mesmo quando está presente em uma mulher, não tem pra onde corrermos.

Você mulher que joga futebol, dirige caminhão, faz engenharia, corta grama, arruma toldo. Você é mulher e faz? Então, tudo isso e coisa de mulher.

E essa historia de mulher falar que prefere amizade com homens, é o fim. A maioria que fala isso não percebe que por mais que tentem, nunca vai "ser um dos caras". Ainda bem que a autora do texo acordou a tempo. :-)


Yara

Anônimo disse...

A cantora Pity disse algo parecido. Que quando adolescente ela detestava ser mulher e queria ser homem. Depois ela descobre que detesta os papéis que reservam as mulheres e que queria a liberdade dos homens. Não é ser ou não ser. E o que a sociedade nos força.
Problema identificado, temos que achar soluções.

Foràa para nós todas!

Fernanda disse...

Lola é amor!
<3

Anônimo disse...

Um comportamento interessante em relação a "ser homem" ou "ser mulher" é da maioria das mulheres trans que costumam seguir esse modelo de papéis sociais tradicionais. Alguem um dia já imaginou se não tivessemos classificações e comportamentos para que as pessoas fossem definidas como homens ou mulheres ?

Wellington F disse...

Mulheres e homens são atribuições: papéis sociais construídos pela nossa cultura. Fato que difere, naturalmente, de ser fêmea ou ser macho, que é algo 100% biológico. A raiva da nossa amiga era mesmo contra o machismo que cria essa imagem inferiorizada da mulher como construção social. Pois como já dizia uma sábia escritora francesa: "Não se nasce mulher, torna-se mulher". Aliás, parabéns pelo texto, fui um dos melhores guest posts deste blog.

--

Porém, como nem tudo são flores, mais uma notícia lamentável: Polícia pede prisão de jornalista por crimes contra assessor de Feliciano. A jornalista militante do PSC, Patrícia Lelis, foi indiciada por extorsão e mentir à investigação após ter sido agredida por Marco Feliciano. A culpabilização da vítima é algo que precisa ser combatido por todos que acreditam na justiça e nos direitos humanos.

Anônimo disse...

desculpa, mas vc precisava ler um blog pra descobrir que a sua visão do que é mulher era totalmente deturpada?
acho que é absurdo vc atribuir esse seu desprezo por mulher ao fato de sua mãe falar "só podia ser mulher mesmo". Isso é uma doidera só sua. Achei seu texto uma completa perda de tempo e um amontoado de frescura de quem quer dizer que tem um problema e superou.
Alícia

Aninha disse...

Eu também adoro ser mulher! É um pé no saco quando ficam duvidando da nossa capacidade ou não escutam o que falamos, mas isso é sobre machismo. Por parte física, amo minhas curvas, meus cheiros, tudo que uma mulher cis é :) Não queria estar no corpo de um homem rsrs

Paulo Cunha disse...

Que texto legal! Parabéns A.!

Anônimo disse...

Nem nos meus sonhos mais loucos eu sonhei q iria comprar minhas primeiras drageas 21 da vida junto com moço q queria usufruir do beneficio.

Ass: Catarina,a grande

Marcia disse...

Eu gostei desse relato! Vivi algo, em muitos sentidos, o inverso. Sempre fui mais tímida, curiosa, meiga, chorona (característica que carrego até hoje) e faladora. Uma 'típica' mulher, não?
Pois é, não. Odiava saber que aquilo que eu considerava minhas melhores qualidades: capacidade de empatia, curiosidade pelo mundo, cuidado com as outras pessoas, era tudo o que me definia como incorrigivelmente inferior aos homens. Se eu costumava me preocupar com os sentimentos dos outros, era uma idiota estúpida, ingênua. Se eu achava que ser generosa era, moralmente, melhor do que ser 'corajosa', bem, era só por que eu era mais uma mulher inútil acostumando-se ao seu papel maternal pré-definido no mundo.


Foi duro crescer e saber que a minha sensibilidade (que era tão minha e me fazia ser curiosa pelo mundo) era valorada como um tremendo defeito moral.

Levei anos para encontrar um caminho de aceitação. Passei por períodos de negação, quando entrei na faculdade e inventei uma 'persona' agressiva, corajosa e muito determinada. Terminei estafada e insegura emocionalmente, me ferrei num relacionamento abusivo, e, como não, passei a me odiar.

Tinha pavor de feminismo no começo da faculdade, exatamente por ver em muitas feministas aquela persona agressiva que eu tentava imitar como defesa. Aí encontrei a boa e velha sororidade feminista,larguei mão de ser machista, e aprendi a lutar sendo quem eu sou.

E como esse blog me fez bem, como passei a aceitar as minhas 'meiguices' e 'delicadezas', não como um problema meu, não como defeito, mas sim como coisas que um rótulo babaca tenta essencializar para convencer de que eu sou inferior.

Pois bem, o feminismo me convenceu do contrário. 'Tô de boa na lagoa' sendo quem eu sou, de batom vermelho na passeata das vadias, fazendo poesia de madrugada, chorando quando vejo uma flor bonita, e brava para chuchu sempre que for necessário para me defender, ou defender um mina do meu lado.

Precisamos estar bem sob a nossa pele, e sim, acredito piamente que ninguém tem 'essência', mas é doentio brigar consigo mesmo por expectativas da sociedade.

Falta muito para sermos livres, mas querer é um primeiro passo importante.

Anônimo disse...

Finalmente um texto feminista de verdade, sem necessidade de "pagar tributos" a trans anti-feministas masculinistas ou qualquer outro que vivem afirmando que mulher são os estereótipos "femininos" criados pelos homens. Abaixo os papéis "femininos" impostos às mulheres! Eles foram criados para facilitar a exploração e a dominação masculina.

Anônimo disse...

Mulher = Fêmea Humana Adulta :)

Anônimo disse...

vc deveriam amar ser pessoas, e assumir as suas responsabilidades.

Anônimo disse...

Dizer que as mulheres têm os mesmos defeitos e qualidades e capacidades que homens é ofensivo e diminui as mulheres.

Mulheres são muito melhores.

Por isso que Mulher está bem próxima da palavra Melhor.

Anônimo disse...

desculpa, mas vc precisava ler um blog pra descobrir que a sua visão do que é mulher era totalmente deturpada?
acho que é absurdo vc atribuir esse seu desprezo por mulher ao fato de sua mãe falar "só podia ser mulher mesmo". Isso é uma doidera só sua. Achei seu texto uma completa perda de tempo e um amontoado de frescura de quem quer dizer que tem um problema e superou.
Alícia

Nossa assino em baixo...

Pelo amor, isso de "nossa sou um cara, odeio meninas" é normal até uns 12/13 anos. depois disso é só doidera mesmo.

A gente cresce, amadurece e percebe que existe sim desigualdade entre homens e mulheres, mas pelo amor eim? que dramatização. Ainda joga o ser mulher em outro esteriotipo : parir e gerar filhos.
pff

Anônimo disse...

(Viviane)
Eu não sei quanto a vocês, mas essa história de "querer ser um dos caras" parece um problema típico da década de 1990, quando eu era adolescente. Uma época em que o acesso à internet era incipiente, limitado e caríssimo. Para nós daquela época, as únicas referências eram as famigeradas revistas femininas e programas de tv da mídia mainstream (tipo Malhação).
Hoje o acesso à informação é bem mais amplo, o que nos libertou do que "o sistema" (na falta de termo mais preciso) quer que pensemos.

Anônimo disse...

(Viviane)
Gente, mas eu queria ver o que nossa "feminista de direita", Alicia, diria se alguém desqualificasse os relatos dela sobre relacionamento abusivo como "frescura". Kirida, o mesmo direito que você tem de contar sua história e ser respeitada neste espaço, a autora do post também tem.

Anônimo disse...

'Alicia' deve ser um macho (mal) disfarçado com nome feminino.

"Isso é uma doidera só sua. Achei seu texto uma completa perda de tempo e um amontoado de frescura de quem quer dizer que tem um problema e superou."

'Doidera só dela', seu ridículo? 'Doidera' do patriarcado inteiro que afirma e re-afirma todos os dias que mulheres são inferiores, fracas, burras, superficiais, fúteis, dependentes, que valem menos que os homens e que são naturalmente inimigas.

Frescura, chilique e perda de tempo completa é esse seu comentário escroto tentando pateticamente menosprezar a vida e a luta dela, das mulheres e do feminismo.

Se você não tem problemas nem é capaz de superar nada, já deve estar todo pronto (pra morte né?) ou então ser um exemplo de ser humano evoluído, bem resolvido e tranquilo né? Mas não, tem que vir vomitar a própria negatividade tóxica de merda em cima de outras pessoas que estão se abrem, contam sobre a própria vida, trocam experiências e lutando por algo melhor.

Anônimo disse...

Já parou para pensar que nem todas as mulheres querem ter filhos.

Anônimo disse...

Se você nunca passou pelo mesmo não falei de quem já passou, você não sabe como a pessoa se sente. Parece que você tá querendo diminuir a situação.

Anônimo disse...

Esse idiota das 17:51 não entendeu nada do texto, nem leu ou é só mais um verme sem empatia viu, porque olha... que bosta de comentário escroto, preconceituoso, sem sentido e desnecessário... e ainda por cima assina embaixo do comentário do outro escrotão ali em cima que assina nome feminino achando que engana alguém.

Anônimo disse...

ela não jogou ser mulher em outro estereótipo, seu demente.

mulheres tem a POSSIBILIDADE de gerar e parir crianças, é um fato!

aprenda a engolir sua inveja e sua frustração e lide com isso.

Anônimo disse...

Correção no comentário das 18h42:

* pessoas que se abrem, contam sobre a própria vida, trocam experiências e que estão lutando por algo melhor. *

Anônimo disse...

Pode ser mulher sim e se for de direita o costume de diminuir tudo que acontece(com mulheres) é comum, ontem tive que aguentar uma moça de direita que dizia que uma vítima estava se vitimizando, não existe vítima no cérebro dessa gente, se for mulher então.

Anônimo disse...

esse "Alicia" é aquele moleque misógino antifeminista ridículo do queixo duplo de bunda e napa de macaco-narigudo que namorava um mascu neo-nazista e se auto nomeia "Alicia Bratovich"?

titia disse...

Mais uma no clube de quem já achou que devia ter nascido homem, e foi também com a ajuda da Lola que eu percebei que não, eu não tinha nada contra ser mulher, apenas odiava os estereótipos e padrões cagados que tentavam me impor por eu ter nascido com uma adorável xoxotinha. Felizmente a gente cresce, né? Aí pode decidir por si mesma o que quer, mandar todos os machistas irem cagar, banir as saias e os saltos do guarda roupa, dispensar a maquiagem e os brincos, cortar o cabelo curto, restringir os vestidos ao básico do básico pra ocasiões específicas, sumir com frufrus e frescuras inúteis, enfim, ser livre.

Minha mãe também adora dizer "É mulher" quando alguém anda mais devagar ou faz uma cagada no trânsito-embora as estatísticas provem que os motoristas mais bostas são homens-e uma vez eu disse pra ela se olhar no espelho ou coisa assim. Ela riu e disse que tinha alma de homem, ou seja, eis aí alguém que acha que ser mulher é uma coisa ruim. Veja que a misoginia faz com a gente! Terminamos nos odiando tanto quanto os misóginos nos odeiam simplesmente por sermos mulheres, quando o que nós devíamos odiar (e combater) é o machismo que torna nossas vidas uma merda.

Anônimo disse...

17:51 e 15:04

Uma opinião: acho que ela precisou sim "ler um blog" e "ser dramatica" pra vir aqui contar uma experiência. Dentre um monte de coisas que devem ter acontecido com ela.

Acredito que ela apenas quis ser generosa consigo mesma e com o mundo. Retribuir, sabe? Contar a jornada pessoal dela, como foi pra ela vivenciar e amadurecer isso, se expor, pode servir para muita gente ampliar sua consciência também.

Se pra vocês é tao bobo assim, se vocês são tão maduras, conscientes e fortes, que bom. Nem todo mundo é igual. Então sigam com suas vidas maravilhosas.

Porque amadurecer é ser uma fortaleza? Não estou dizendo pra sair por aí vendo em tudo um drama, mas e a nossa vida psiquica? é fácil buscar ajuda, mesmo a profissional (terapia)? vcs acham fácil manter ela sempre em dia assim, num estalar de dedos? a emoção, o sentir são facilmente manipuláveis? compartilhar sentimentos é sinal de fraqueza? Tá parecendo até aquela coisa horrivel que se diz pros meninos, "que homem não chora". Ou o estigma que ronda quem tem algum tipo de dificuldade psico-emocional.

Parecem que vocês querem super homens, super mulheres. Ok o mundo é cruel, a gente que sobreviva, que não seja um fardo pra ninguém... Será que adianta lembrar que cada um tem um ritmo, o seu tempo? ou não, porque é tudo um salve-se quem puder? Só se pode ser solidário no câncer?

Ela fez um desabafo pessoal, com emoção - e porque isso é errado? Nem acho que ela culpou a mãe, é só uma das influências que a marcaram. Mas qual o problema nisso? ainda mais que ela superou isso?

Mudar a si mesma é difícil. Tem mulher que é machista, vai ficar encastelada na sua "fortaleza mental" falando o resto da vida que "prefere ser homem", "que droga ser mulher" ou presa a crenças auto limitantes e se privando de algumas coisas na vida porque "ah sou mulher, não posso fazer isso ou aquilo". Eu tb to na luta, alias.

Tem gente que demora pra amadurecer, que chato. Mas porque essa cobrança hostil? "Ah não foi fácil pra mim, tomara que seja horrível pra vc também" Mas curioso que pareça que tem que ser assim. Somos todos humanos, sentimentos ruins fazem parte. Porque afinal a gente vive num mundo que naturaliza a agressão, a misoginia, identidades do que é feminino muito deturpadas e confunde sim a cabeça de muita gente. Achar a nossa identidade, o que é ser feminino, não é algo pronto, acabado e facil.

Acho que ela teve coragem de se permitir ser plural, saiu de um pensamento binário do que é ser mulher. Ela pode ser forte e ser fragil, trabalhar e ter filhos, ser vaidosa e ser respeitada. Muita coisa acontece ao mesmo tempo.

Ela esta se permitindo ter outra imagem de si mesma e acho isso corajoso e maduro. Se alguém não acha, ok. Todo mundo pode achar o que quiser. Também acho que ela pode ser o que ela quiser.

Anônimo disse...

Os machos altamente inseguros e patéticos ficam desesperados e começam a fazer de tudo pra tentar diminuir, menosprezar, humilhar, atacar, quando veem mulheres se amando, amando quem elas são, e também influenciando outras a se libertarem e se amarem.

Anônimo disse...

Não acho que são mulheres não, devem ser homens mesmo. Pode até ser o mesmo cara concordando com o próprio comentário assinado com outro nome, querendo chamar atenção pq aparentemente ninguém tinha dado a mínima pra merdinha fedida que ele cagou e deixou aqui na caixa de comentários.

Anônimo disse...

20:40

Pode ser. Ou não. Tenho algumas parentes mulheres que são tão ou mais machistas do que muito homem por aí. Tanto que minha convivência com minhas próprias parentes sempre foi um tormento pra mim. Já fiz e acho que vou continuar a fazer tratamento psicológico o resto da vida.

Anônimo disse...


Senado abre consulta pública sobre antecipação de eleições presidenciais:

https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=125574&voto







Quem sou eu? disse...

Também me vi em muitas partes desse depoimento, inclusive falava que se um dia tivesse filho queria que fosse menino, pq eu não me identificava com o universo feminino e achava as meninas fracas e frescurentas. Um horror! O blog da Lola também me ajudou muito nesse processo, obrigada Lolinha! Hj entendo o mal que o machismo causa e sempre que posso tento abrir os olhos das pessoas ao meu redor recomendo o site da Lola. Tem surtido efeito, quando a desconstrução começa acaba englobando tudo e a gente passa a enxergar outros males do mundo, como o racismo, homofobia, etc. Lola querida, vc fez a diferença na minha vida e na de várias amigas, obrigada por tudo!

Anônimo disse...

Não, eu não sou moleque mascu. Eu sou mulher mesmo, comento aqui sempre, concordando e discordando dos textos ou comentários, só porque dei minha opinião oposta a sua não sou um mascu, larga de ser criança e achar q o mundo tá dividido entre pessoas que concordam com a sua opinião e mascus maus.

Alícia

Anônimo disse...

Pode não ser um mascu, mas é uma pessoa mt escrota, grosseira, burra, preconceituosa, individualizadora, ignorante, negativa, invejosa e desnecessária.

Anônimo disse...

15:33
Vamos com calma. Sem adjetivos, que tal argumentar? A lógica a visão do mundo dela é só diferente. Inclusive eu discordo muito da Alícia, sou a que faz tratamento pra conseguir conviver com pessoas como ela rs. Eu prefiro dialogar as lógicas e o respeito, na impossibilidade do outro compreender empatia e a nossa fragilidade como ser humano. O afeto é um aprendizado que também salva...

Anônimo disse...

Melhor reservar o afeto às vítimas desse tipo de comportamento do que se desgastar em vão com quem não tem um pingo de empatia e acha que está com a razão...

Anônimo disse...

Eu só espero que esse texto não seja utilizado para demonizar homens trans.

Porque diferente da moça do texto, eu gosto de mulheres e não rejeito mulheres, pelo contrário, possuo diversas características pessoais que a sociedade define como femininas.
Só não me sinto mulher.

Anônimo disse...

Mulher não é sentimento.

Anônimo disse...

Sou a 16:48
Queria me corrigir. Aprender o afeto não salva. Mas ajuda a viver mais leve, a con-viver. Na falta de amor, a respeitar. Sei lá vejo assim, não tenho respostas.

Anônimo disse...

Mulher é definido como um ser que possui um cromossomo sexual homozigoto, XX. O resto é apenas papo furado.

Anônimo disse...

Lola, muito feliz aqui!!!

Eles estão evoluindo, veja: http://m.folha.uol.com.br/poder/2016/09/1811670-ministro-da-agu-e-demitido-e-grace-mendonca-e-confirmada-no-cargo.shtml

Quem disse que a mulher é menos competente que o homem??

Hele Silveira disse...

Mulher é uma pessoa e pessoas SENTEM, quer sejam homens ou mulheres, então, não distorça o sentido daquilo que está muito claro. Quer você goste ou não, todos os dias, no mundo inteiro, pessoas não se sentem homens, não se sentem mulheres e até sentem que não são homens nem mulheres. Não tente esvaziar o significado do sentimento do outro, porque você não vai conseguir. Antes que você nascesse, pessoas tinham opiniões opostas à sua, enquanto viver, existirão pessoas que pensam e sentem doutras formas e depois que você partir, a multiplicidade de pensamentos e sentimentos permanecerá. Nenhum homem ou mulher trans precisa da sua ou da minha aprovação quanto ao que sente. "Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração."

Hele Silveira disse...

Limite-se o quanto quiser, mas não espere que xs outrxs façam o mesmo.

Anônimo disse...

Pessoas não se sentem homem e não se sentem mulheres porque essas coisas não são sentimentos, elas são referentes à realidade material, física, palpável e objetivamente verificável dos sexos e você sabe muito bem disso.

Hele Silveira disse...

E você também sabe muito bem que essa NÃO é a realidade de todxs! Não generalize. Aceite que existe gente diferente de ti. Garanto que dói menos. A realidade não é o que idealizamos, é aquilo que ela é.

Anônimo disse...

Esperar que o pessoal trans limite novamente as mulheres em relação a estereótipos sociais enquanto os mesmos ignoram conceitos biológicos?

Anônimo disse...

E idependentemente a realidade material, ,fisica, seja lá o que,continua não alterando cromossomo nenhum, isto é, o seu material genético base. Se uma mulher mostra características diferentes de outras mulheres ela não deixa de ser mulher.

Anônimo disse...

O material genético base faz parte da realidade material, física e objetivamente verificável.

Anônimo disse...

A realidade biológica não é a realidade de todo mundo? (talvez não seja a de "todxs" mesmo, já que essa palavra não faz sentido e nem existe de verdade)

Mas tem gente que é robô e eu não sabia? Só assim pra não terem uma realidade material biológica. Afinal são seres sintéticos né?

Com certeza existe gente diferente de mim, na verdade ninguém é igual a ninguém. Nem gêmeos são completamente iguais, nem clones são exatamente iguais, pois não são o mesmo indivíduo e não possuem a mesma vida.

Assim como nenhuma mulher é igual a outra, cada uma possui sua própria individualidade. "Se uma mulher mostra características diferentes de outras mulheres ela não deixa de ser mulher." Como anon 06:49 disse muito bem.

Sim, a realidade é o que ela é, não é o que idealizamos, e a realidade biológica dos sexos é uma base do que a realidade é, gostem os idealizadores ou não.

Hele Silveira disse...

Oh, Anon, como você necessita de autoafirmação por meio de "verdades" que são SUAS... Você está firme na sua verdade? Sério, mesmo? Está? Por que tanto esforço para rebater as minhas palavras? Uma última observação, antes de declarar encerrada esta comunicação: você não conhece todxs? Então, não fale do que não sabe. Bjs!

Anônimo disse...

Na próxima força menos, pode ser? Sabe, argumentar sobre o conteúdo sem desviar a atenção atacando a outra pessoa? Responder um comentário é muito esforço em rebater? Mais argumentos e menos desespero em querer "ganhar o debate", ter a palavra final. Fica a dica.

Anônimo disse...

Esses x no lugar das vogais no final das palavras não resolvem o problema e disfarçam bem mal o machismo linguístico, é como cobrir uma ferida aberta com sal e depois jogar álcool por cima.

Hele Silveira disse...

Qual parte de "comunicação encerrada" você não entendeu?Depois dizem que mulheres não conhecem e/ou não aplicam a objetividade, rs...

Hele Silveira disse...

Aiaiai... Olodum pirou de vez, rsrsrsrs... E QUANDO é que "o pessoal trans" já limitou alguém? "Limitar novamente?" Faça-me o favor! Logo você, que tanto quer limitar "o pessoal trans"? Vai lavar essa cara, rs! Vergonhoso! PA-TÉ-TI-COOOOOOO!

Hele Silveira disse...

Jura? E quem criou a biologia? Existe algo ou alguém acima dela? Ah, tem uma "explosão da partícula"? Kkkkkkkkkkkkkkkk... vou rir só o ano inteiro. Prometo, kkkkkkkkkkkk. Gente... a partícula explodiu e deu num monte de mulher e homem cis... Que luxoooooo, kkkkkkkkkkkkk... Vai sonhando, iludidx, kkkkkkk. Ia acrescentar o que fazer com o cromossomo, mas deixa quieto, rsrs.

Anônimo disse...

Como vocês falam ou leem em voz alta essas palavras com xis substituindo "a" e "o"?

Anônimo disse...

"Como vocês falam ou leem em voz alta essas palavras com xis substituindo "a" e "o"? "

Você lê das duas formas, com a e o.

Anônimo disse...

Vocês sabem que esses "x", "e" e "@" atrapalham muito a acessibilidade de pessoas que tem dislexia ou deficiência visual né?

Anônimo disse...

"Vocês sabem que esses "x", "e" e "@" atrapalham muito a acessibilidade de pessoas que tem dislexia ou deficiência visual né?"

Já ouvi dizer. Uma coisa de cada vez. Não dá pra incluir todes ao mesmo tempo

Anônimo disse...

Ah, vai se a merda, babaca escroto!

Anônimo disse...

Hele Silveira = Rê Bordosa

lola aronovich disse...

Anon, isso é um elogio pra Hele?

Anônimo disse...

Pode ser, depende do seu ponto de vista.

Fernanda disse...

Infelizmente, existem os universitários babacas e oportunistas. Universitários cheios de privilégio que vêm criando mais e mais teorias (e utilizam travestis, vale lembrar) pra reivindicar e até mesmo adentrar espaços exclusivos de mulheres, perpetuar rituais de feminilidade, (que, só pontuando, foi criada para escravizar e colonizar fêmeas humanas, apesar de glamourizada pela sociedade) e adiar cada vez mais o debate sobre abolição de gênero. Porque esse debate não é interessante para sua classe. E esse discurso não é benéfico nem pra transexuais, nem pra mulheres.

Se dizem feministas, querem espaço dentro do movimento, mas, na primeira oportunidade, se voltam contra mulheres, disseminam o ódio, não se importam com mulheres ou com a realidade delas. E adivinhem: nem vão.

Esses homens são, geralmente, pessoas que querem se servir dos itens de feminilidade, querem se servir da parte “bonitinha” da coisa, sem o peso cruel do ódio ao próprio corpo, da violência, sem toda a submissão e vulnerabilidade, sem o medo constante...

Homens que romantizam a feminilidade. Romantizam algo com o que a gente tenta romper diariamente. Que podem sofrer várias coisas, mas que não foram ensinados desde o nascimento que são inferiores e submissos. Não receberam mensagens de todos os tipos de meio de comunicação desde sempre de que por ser mulher, você vale menos e tem sim que abaixar a cabeça. Homens que não sabem o que é viver sob a política do pavor e do auto-ódio (tudo, óbvio, em cor de rosa, com plumas, salto alto, glitter e maquiagem). Homens que NÃO SABEM O QUE É, E NÃO, NÃO PASSAM POR ISSO. NEM NUNCA VÃO PASSAR.

Liderar uma revolução sexual usando batom e saia é muito fácil. QUANDO DÁ MERDA, VOCÊS ESTÃO DE IGUAL PRA IGUAL.

"Ah, mas existe uma relutância da sociedade a respeito dos homens de saia e de batom" - Sim, de fato, mas não se preocupe, revolucionário com flores na barba, logo menos isso muda. Foi assim com tudo... (enquanto isso, nem autonomia e poder de escolha sobre o próprio corpo as mulheres têm... cof cof aborto coffff)

Eu não acho que travesti nenhum deva encontrar “a cura trans”, não defendo que deva trocar de roupa ou performar masculinidade. Travestis infelizmente acreditaram no mesmo discurso que nós mulheres, de que "essência" e "identificação" são uma coisa só. E, a cada vez que um homem "se identifica" com as "mulheridades", é mais um no caixão. A feminilidade é nociva.

Cada fêmea humana que se identifica com a neutralidade confortável do masculino e por isso se clama homem está acreditando que a liberdade pertence a eles e que ela nunca a alcançará de outra forma. Moças, a liberdade mora na resistência! A transição expressa resignação. É difícil, é sensível, eu sei, eu entendo. Também é pra mim. Também é pra todas as mulheres.

Homens trans e mulheres, nossa exploração é a principal parte dessa revolução.

Na verdade eu só queria pontuar tudo isso pra pedir pra pararem de demonizar e perseguir as abolicionistas de gênero. É um pedido pra que mulheres parem de ajudar nisso e que parem de dedicar sua militância a perseguir mulheres. Quando dá merda, é pras feministas radicais que mulheres vêm pedir ajuda.

Pessoas trans defendem um conceito de gênero com o qual não concordamos e é isso. Considerando o conceito de gênero que essas pessoas usam, elas podem se identificar como quiserem. Mas falando de gênero enquanto socialização de opressão, até mesmo pessoas trans reconheceriam que foram criadas pra incorporar um gênero diferente. Isso não é desculpa pra propagar ódio a pessoas trans, óbvio, é falta de empatia com pessoas que sofrem muita violência de toda a sociedade por se negarem ao gênero que o patriarcado as impõe. Mas tem muita militante séria que luta por mulheres precisando se retirar dos espaços e com emocional acabado por conta de ódio destilado a elas.

E ah, isso não é feminismo... Parem de perseguir feministas radicais, nosso inimigo é outro! E é o mesmo, garanto!

Anônimo disse...

Os homens não se identificam com as mulheres. Eles podem até se identificar como mulheres, como se as mulheres fossem coisas - sapatos de salto alto, vestidos, enfeites, bolsas, maquiagens, cabelos longos, delicadeza, frivolidade, fragilidade, submissão - que podem fazer parte da identidade deles. Mas isso não significa de forma alguma identificação e/ou empatia com mulheres.

Hele Silveira disse...

Seja qual for a intenção, certo é que não vai mudar a minha vida em nada. Caso o Anon tenha desejado me ofender, bem tolo é por pensar que tão pouca coisa pode me afetar. "Eu entendo as recalcada que me ofendeu. Se eu fosse elas, também queria ser eu." Kkkkkk...

Anônimo disse...

Se isso te ofende, e que parece ser o caso, pelo tipo de reação, o problema é todo seu. Não foi tentativa de ofender, foi uma tentativa de contenção de danos, prevenir mais perdas de tempo e gastos de energia desnecessários.

AEPC disse...

Lola, estava sem internet, só vi gora que você publicou o meu email. Que legal!
Legal que outras mulheres se identificaram, e espero que minha reflexão possa ajudar a outras mulheres e meninas que porventura estejam passando por uma "revolta" sem entender exatamente o que as incomoda (era assim que eu me sentia).

Fiquei somente triste com a reação da Alícia. Geralmente gosto muito dos comentários dela (mesmo que não concorde totalmente), e sempre procuro pelos dela, assim como os da titia, Donadio, Jane Doe, e outros que sinto que me acrescentam...
Ninguém é obrigado a concordar e nem gostar do que outras pessoas escrevem. Mas achei bem exagerada a atitude dela de ridicularizar as reflexões alheias. E achei estranho que, uma vez que ela considerou o texto uma perda de tempo, tenha se dado ao trabalho de lê-lo até o fim, e perder mais tempo ainda comentando. Acho que ela devia estar mesmo com tempo de sobra pra perder.
Não escrevi o email para que fosse publicado, nem dizer que tinha um problema e superei, nem nada disso. Como escrevi logo no início do email, o objetivo era AGRADECER a Lola, porque me sinto grata de verdade. Se ela achou interessante publicar, fico feliz, Se não tivesse achado o caso publicar, teria ficado feliz de qualquer maneira, de poder transmitir a ela o sentimento de gratidão que tenho.

Se você, Alícia, já nasceu entendendo tudo que te acontece, ótimo. Se não precisou de blog, de livro, de conversa, de nada, parabéns a você. Eu precisei. E sou extremamente grata por ter encontrado.
Não "culpei" minha mãe por nada. Como eu também falei no email, minha mãe sempre foi maravilhosa pra mim e pra minha irmã. Sou muito feliz por tê-la como minha mãe, muito grata pela infância e adolescência saudáveis que tive, por tudo que ela me ensinou e por ter me dado condições de me tornar a pessoa maravilhosa que sou hoje (sim, eu me sinto maravilhosa, e muito disso foi graças a ela e ao meu pai). Mas, sim, ela sempre foi meu padrão supremo de mulher, e seus comportamentos e palavras sempre me afetaram de uma forma muito forte, principalmente quando eu ainda era criança. E nesse quesito em particular, me afetou de uma maneira negativa. Qual o problema de eu admitir isso?

Pela reação exagerada, eu realmente acho que devo ter "pisado no calo" da Alícia. De repente ela se considera uma "mulher diferente das outras" tal qual eu já me considerei um dia, e imaginar que, não, ela não é superior a outras mulheres por qualquer razão que seja, a incomodou. Ou talvez o que a tenha incomodado tenha sido perceber também que ela não é tão bem aceita assim no Clube do Bolinha como ela imaginou...
Mas não a conheço, isso é só um palpite meu...

Se for esse o caso, Alícia, sempre é tempo de refletir e mudar seus pensamentos. Isso se chama AMADURECIMENTO, e isso é lindo!

(A.)

Unknown disse...

Olá, Lola. Querida, há muitos anos leio seu blog, mas nunca comento. Além de pouco manejo com a tecnologia, não sou exatamente uma pessoa com organização e tempo, entende? Preciso dizer que admiro-te muito, não só pela inteligência, mas pelo foco e pela coragem de levar a frente esse trabalho idealista que é o seu blog. Você não imagina o quanto emponderou-me. Agradeço a Deus e aos céus por sua existência. Não pare, viu? Sinto imensamente de não ter podido te ver quando esteve recentemente aqui em minha terrinha, Natal/RN, pois minha mãe estava doente e eu precisava cuidar dela. Esse texto que você reproduziu é muito tocante. Durante longos anos de minha vida eu odiei ser mulher e não me respeitava enquanto tal, pois não achava nada "prático". Como não buscava o conhecimento e a instrução, aderia sempre ao pensamento mais simplório, que costuma ser o preconceituoso. Hoje amo-me e sou bastante segura de mim e de minhas convicções. Você é parte disso, meu amor (desculpe a intimidade).

Criei um blog recentemente para reunir textos e fotos de que gosto. Se um dia você tiver um tempinho, passa lá, tá? Não é voltado para nenhuma área específica, pois não tenho pretensão alguma com ele, além da de ajudar a acalmar uma mente inquieta e organizar alguns pensamentos soltos. Escrevo sobre humanidades em geral, mas claro que o feminismo está incluso. kkkkkk. Segue o link: http://elviseeu.blogspot.com.br/search?updated-max=2016-09-12T11:51:00-07:00max-results=7&start=2&by-date=false

Beijos e prometo que passarei a comentar, sempre que puder.

Denise