quarta-feira, 24 de abril de 2013

ODEIO ÁLCOOL, MAS NÃO É ELE QUE CAUSA ESTUPROS

Semana passada publiquei um guest post sofrido da S., universitária que relatou o abuso que sofreu enquanto estava desacordada: um amigo de infância, também bêbado, passou a mão nela na frente de todos na festa. 
Nos comentários, a maioria foi solidária, desejou a S. força para superar e coragem para prosseguir com a denúncia. Mas, como é de praxe em relatos como esse (não só aqui no blog como na sociedade de modo geral), não faltou o povo do "a culpa não é sua, mas no fundo é sua". Que é o velho e conhecido "culpar a vítima". A Anna respondeu isso tão bem que reproduzo aqui seu comentário:

"Em todo post assim vem uma galera com isso de 'Não beba, o mundo está cheio de monstros. Mas não, eu não estou culpando a vítima, imagina! Só me preocupo com vcs, infelizmente nós mulheres não podemos vacilar blá blá blá'.
Vcs acham mesmo que ninguém nunca ouviu isso? E vcs acham mesmo que só mulheres (e meninas!) desacordadas em festas sofrem esse abuso? 
Porque não se pode nem pegar no sono no ônibus. Em vez de vir mil aqui dizer pra ela parar de beber, se tratar e sair do alcoolismo (?), por que não comentam sobre o menino que a abusou, dos amigos q viram tudo, dos responsáveis da festa q nada fizeram, dos amigos q agora passam a mão na cabeça do estuprador pra ELE superar isso? Porque se vcs leram o texto todo e o que lhes chocou foi ela beber demais, mostra que há um problema.
Esses argumentos são super típicos, se forem em qualquer post sobre estupro aqui do blog não vai faltar comentário do tipo 'por que vc não fez X, Y e Z? Não quero te culpar, mas vc não pode dar mole hoje em dia!'
Esse post não é sobre alcoolismo, glamourização da bebida etc. Vcs podem pedir pra Lola escrever algo sobre isso, em vez de vir aqui desviar o assunto."

Como a Anna lembrou, aqui no blog já postei relatos de moças que foram abusadas em viagens de ônibus. Seu crime? Ter que fazer viagens de ônibus à noite, entre uma cidade e outra, às vezes de um estado a outro. Elas não tinham bebido. Estavam dormindo, assim como faz a maioria das pessoas que viaja de ônibus à noite. E aí, a culpa foi delas? Se elas não precisassem viajar, o abuso não teria acontecido? Se elas não tivessem dormido? Mas o problema claramente não é alguém viajar ou dormir ou beber. É sentir-se no direito de bolinar uma mulher desacordada. Esse deveria ser o foco. 
Também já contei sobre uma mulher que, numa viagem a trabalho, precisou dividir o quarto com um colega, porque o hotel estava lotado. Como ela tinha depressão, dependia de remédios pesados pra conseguir dormir. E, na manhã seguinte, acordou dolorida e grudenta. O colega -- vale ressaltar, alguém que convivia com ela todos os dias há vários anos -- havia "transado" com ela durante a noite. Diante da perplexidade da moça, alegou: "Achei que você não iria ligar, porque é tão liberal". E aí, como ela poderia ter evitado o estupro? Dormindo em quartos separados? Largando o emprego? Não tendo depressão? Não dormindo?
O amigo que abusou de S. na festa, os desconhecidos que bolinaram as passageiras no ônibus, o colega que achou tudo bem fazer sexo com a colega que toma remédio para a depressão -- esses caras não se conhecem. Não são do mesmo lugar, não exercem as mesmas atividades. Em comum, eles se acharam no direito de se aproveitar de um corpo que não é deles, que não lhes pertence, num momento em que aquelas mulheres encontravam-se vulneráveis. Eles são psicopatas? São estupradores em série? São maníacos sexuais? Ou são apenas homens que foram ensinados que seu desejo vale muito mais que o consentimento de uma mulher? 
Repetindo a pergunta da S., "Que desgraça de construção social profunda despertou da maneira mais violenta naquele momento?"
Porque é essa a questão: o que leva homens "de confiança" a estuprar? O fim dessa epidemia universal chamada estupro tem que passar por essa resposta, por esse enfrentamento a um modelo de masculinidade falido. 
Mulheres se cobrem com burcas em certos países do globo e ainda assim são estupradas.
Ou seja, a pergunta-clichê "o que você estava vestindo?" vai por água abaixo. Meninas são estupradas por parentes e conhecidos que juram que elas "estavam pedindo". Moças são abusadas enquanto dormem ou em festas. O que todas essas mulheres podem fazer para evitar serem estupradas? Parar de viver? Não há evidências suficientes mostrando que o problema não é o comportamento dessas moças, e sim o comportamento desses homens que estupraram?
Sobre bebida alcoólica, já expus aqui minha posição várias vezes: acho que ninguém deve beber até cair. Sou suspeita pra falar, porque só bebo água sem gás. Talvez por ter tido um problema serío de alcoolismo na família, talvez por crer que não preciso de ajuda pra me descontrair e ficar mais animada, ou talvez por simplesmente não gostar do sabor, nunca bebi nem experimentei qualquer tipo de droga. Se isso é ser careta, eu sou. Se não cedi às pressões de amigxs quando eu era adolescente, não é agora que vou ceder. 
Não recomendo que ninguém beba, muito menos que fique bêbadx, até porque as estatísticas são as piores possíveis: o álcool provoca quase 10% das mortes de jovens no mundo, e pelo menos 2,3 milhões de pessoas no planeta morrem, todo ano, devido a problemas relacionados ao consumo de álcool. Beber e dirigir certamente é uma combinação explosiva (e muitas vezes fatal). E não resta dúvida que há inúmeros casos de mulheres que são estupradas enquanto estão inconscientes. Não creio que beber ou se embebedar seja empoderador de qualquer forma (muito pelo contrário), e não quero que ninguém se ponha em situação de risco.
Acontece que, pelo jeito, pruma mulher se colocar em situação de risco, basta ter nascido. Pode acreditar que os casos de estupro em geral são muito maiores e mais variados que esses causados por ou com quem bebe demais. Além do mais, o álcool não faz ninguém fazer o que não tinha predisposição para fazer. O álcool não causa estupro. O estuprador causa estupro.
Se eu estiver com amigos, espero poder confiar neles. Não canso de repetir esse exemplo: se alguém  desmaiar na rua, eu vou ajudar essa pessoa ou aproveitar que ela está desacordada pra roubar sua carteira? Agora imagine só se essa pessoa é minha amiga, ou conhecida, ou colega. Agora imagine que o caso é muito pior que roubar carteira. É estuprar uma pessoa inconsciente. Como culpar a vítima?
Mais tarde, uma leitora chamada Veronica deixou este comentário:
"Quando conheci o blog da Lola, passei a achar que feminismo trazia a mulher uma consciência, uma responsabilidade maior. Afinal, nenhuma feminista pode ser 'tapada'. Mas pelo jeito entendi tudo errado. Quer dizer que lutar pelos direitos femininos vai me isentar de ser responsável comigo? Pq eu só vejo gente 'feminista' com esse discurso de 'quero direito de beber até cair'. Só as mulheres 'machistas' que acham que beber até perder o controle pode trazer consequências ruins? 
S. foi estuprada pq estava vulnerável pelo abuso do álcool, e se ela tivesse atravessado uma rua e tivesse sido atropelada ? E se ela escorregasse e batesse a cabeça ? Só para citar um caso real , Marcelo Rubens Paiva (jornalista, escritor) ficou tetraplégico após mergulhar de cabeça (ele havia bebido, não soube avaliar o perigo). Uma mulher morreu queimada, estava bebendo e fumando, adormeceu e incendiou o colchão... Queria saber da Lola se posso ser feminista, lutar por uma sociedade mais justa e TAMBÉM achar que beber até perder o controle é um comportamento de risco."

Neste blog não confiscamos carteirinhas feministas, Vê, então pode achar o que quiser e ainda se dizer feminista. Mas olha só as comparações que você faz. Você compara acidentes causados por bebida com estupro. Estupro não é acidente!
Marcelo Rubens Paiva se acidentou sozinho (o que, aliás, é um caso bem comum, com ou sem bebida -- isso de mergulhar sem saber onde está mergulhando, e lesionar a coluna). 
A mulher que sem querer pôs fogo no colchão estava só. Vc está comparando esses casos com um crime (estupro), em que há uma outra pessoa presente. A S. não podia atravessar uma rua, porque estava desacordada pelo efeito do álcool. Se ela tivesse caído sozinha e batido a cabeça porque estava bêbada, bem provavelmente eu publicaria um post sobre os péssimos efeitos da bebida. Mas estamos falando dos péssimos efeitos do estupro.
Vamos fazer outras comparações: e se, na mesma festa, o amigo da S., em vez de estuprá-la, botasse fogo nela? Será que a gente ainda falaria "Ah, mas foi vc que se pôs num comportamento de risco, bebendo até cair"? E se, na mesma festa, o amigo tivesse jogado a S. pela janela, porque tinha uma fonte lá embaixo, e ele quis que ela mergulhasse, e S. tivesse ficado tetraplégica? Seria culpa dela também?
Um dos princípios mais básicos do feminismo é: não culpe a vítima. 

107 comentários:

Ligia disse...

Lola e S.

Acho que a maioria das pessoas que comentaram coisas sobre a bebida naquele post entende isso tudo que foi postado hoje.

A gente realmente discutiu sobre a responsabilidade do estuprador no caso da moça do ônibus e em outros casos aqui relatados.

A preocupação em dizer "não beba demais" muitas vezes não é uma forma de culpar a vítima, é uma forma de empatia. O que a gente pode fazer por ela e pelas outras, ALÉM DE ESTAR AQUI nos informando sobre o assunto e combatendo a cultura de estupro lá fora, é seguir com os comportamentos defensivos que nos cercam...

Aliás, no post sobre o ônibus, várias meninas relataram os cuidados que tomam para viajar (com roupa, posição de dormir, ou até de não dormir e etc)... e não significou que estávamos culpando a vítima...

Uma outra interpretação dos comentários, foi que realmente várias pessoas mudaram o foco do post e passaram a discutir sobre a bebida, mas não foi para culpá-la.

Foi pra falar de algo interessante e culturalmente imposto (ao meu ver isso também é o escopo deste blog) que é a pressão social para que as pessoas bebam, a necessidade de associar bebida a diversão e suas consequências trágicas...

Não é atoa que a AMBEV foi/é uma das ações mas lucrativas da bolsa de valores...

Mirella disse...

Lavaram minha alma, Lola e a ótima comentarista Anna.
Sério, obrigada.

Thomas disse...

O cérebro humano é extremamente complexo e cada ser humano deste planeta é único. Drogas fazem pessoas diferentes reagirem de maneiras diferentes.

Acredito que utilizar qualquer tipo de droga em um ambiente com pessoas que você não conhece, ou pessoas com que você nunca se drogou antes (mesmo que sejam seus amigos de berço), é jogar os dados e se colocar em risco.

É conhecido que drogas podem ser o gatilho para transtornos de personalidade e doenças mentais que antes estavam apenas latentes. Um baseado, um pedacinho de ácido, uma mordidinha num cogumelo podem desencadear uma esquizofrenia que você nem sabia que existia anteriormente.

Então é apenas natural imaginar que drogas podem também trazer à tona comportamentos e tendências que estavam enterradas no seu subconsciente e você nem imaginava.

Ignorar esse potencial que as drogas têm é um erro. Uma droga altera a percepção de uma pessoa da realidade, e como ela vai reagir a isso é imprevisível.

Sendo assim, é provável que muitos estupradores que praticaram a violência enquanto estavam bêbados não fariam a mesma coisa caso estivessem sóbrios.

Dito isso, é óbvio que a culpa não é da vítima. Nunca é, nunca será. Mas usar o argumento de que a culpa nunca é da vítima achando que isso vai te proteger de qualquer perigo que o mundo possa te trazer é a mesma coisa que comer um trevo de quatro folhas e achar que ficará imune a tiros.

Dito isso, estupro está bem longe de ser uma "epidemia universal". Vejam o link abaixo.

https://fbcdn-sphotos-b-a.akamaihd.net/hphotos-ak-snc6/267331_487559654602014_672922981_n.jpg

Carla disse...

A cada dia que leio esse blog mais eu amo a Lola!

Anônimo disse...

Eu concordo com tudo o que foi dito no post, não tiraria uma só vírgula. Mas também concordo com o comentário da Lígia.

Todas nós sabemos de tudo isso. A Lola e todas nós aqui já defendemos que seria legal se as garotas, por exemplo, aprendessem defesa pessoal.
É uma atitude preventiva, assim como tentar não beber até cair.

Claro que a culpa é de quem pratica a violência, mas de que adianta eu estar certa e ser vítima???

Anônimo disse...

Acho que quando eu digo para minha irmã mais nova não beber demais nas baladas,estou querendo proteger e não culpar ela.
É óbvio que a culpa do estupro é do estuprador,mas se eu estou vendo inúmeros casos em que isso foi facilitado pela bebida,não vejo nada de anormal ou absurdo evitar encher a cara e pedir a outras mulheres que façam o mesmo.

Nós temos como evitar a bebida,as outras situações descritas no post simplesmente não dá.
Eu gosto bastante desse blog,só o que o me incomoda aqui,é que muitas parecem viver numa paranóia,tudo que se fale sobre a mulher que não seja um elogio,está contra as mulheres,culpando as mulheres.
Tanto é que só por falar da bebida,várias disseram que na verdade achamos que mulher que bebe merece ser abusada e sofrer de tudo.Patético.

Fiquei pensando nos pais de vocês,assim como todos os pais que eu conheço,sempre dão conselhos aos filhos sobre evitar tal lugar perigoso,não se drogar.Isso pra mim mostra cuidado e preocupação,mas pra vocês os pais devem estar culpando os filhos,se algo acontecer eles vão dizer "bem feito!"

Anônimo disse...

a verdade e que vcs não vão ensinar estupradores a porra nenhuma, estupradores sabem que estuprar e errado,são vermes sociopatas, sem empatia, não são inimputáveis, sabem exatamente o que estão fazendo e a gravidade dos seus atos, eles so temem a punição, e a punição não e severa o bstante por culpa de vcs esquedistas feministas demagogos.
E possivelmente seus olhos arderiam ao saber que estupradores são exceções, e não regra entre os homens, isto lhe seria politicamente inviavel para o seus verdadeiros objetivos feministas, revanchismo, desconstrução social, e emasculação

Anônimo disse...

o que da muito certo para estuprador e joga-los em celas sujas e fedorentas, e deixa-los la por decadas, e que outros vejam e sintam pavor de pensar em cometar essa mostruosidade, pois saberão que estarão fudidos, e não vão passar "quatro aninhos de ferias" comendo bebendo e dormindo de graça, sem trabalhar, e com visitinha intima.
A verdadeira cultura de estupro chama-se IMPUNIDADE E DEMAGOGIA BARATA ESQUERDISTA.

Cláudia disse...

É triste que, após um relato trágico como o da S, ainda seja necessário mais um post para explicar que a vítima é uma vítima (e não o culpado)!

Anônimo disse...

Eu não comentei o post sobre o caso da S. já que o mesmo só me fez observar o quanto estamos sozinhos nessa sociedade. Isso me deixa triste, muito triste. Sempre fui em bares, shows com amigas, mas, sempre ia dirigindo e na época não havia ainda lei seca e mesmo assim, nunca bebia por acreditar que as pessoas que eu levei ao passeio deveriam voltar da mesma maneira, vivas. Além disso, como sempre estava sóbria e elas não, constantemente eu dava uma olhava para vê-las, se estavam bem, se estavam ficando com alguém, o que estavam fazendo, por precaução. O que fizeram com essa garota é uma total falta de empatia, responsabilidade, amor pelo próximo, já que mesmo eu não conhecendo-a não iria ficar calada ou fingir que nada estava acontecendo, não faz parte de mim. Em relação ao poder e não poder, eu sempre tive uma lista mental do que eu poderia fazer e não poderia devido ao fato de ser mulher, não usava nem relógio, pois meu pai dizia que era uma forma de alguém me abordar, então o medo sempre foi constante em minha vida. O que me entristece é passarmos toda vida ouvindo o que devemos ou não fazer para não sermos vítimas de estupro, já que o problema está no estuprador. Então, posso dizer que perdi muito com isso, entre eles não beber com amigas, voltar mais cedo, sair de alguma festa antes do que gostaria, acampar sem medo, frequentar alguma cachoeira isolada,ir e voltar sozinha para algum local, entre outros. No mês passado fui realizar um concurso e a faculdade era um tanto afastada e ao conversar com uma outra garota, ela disse que tinha ido de tênis e bem confortável caso precisasse correr, imediatamente me fez lembrar que eu havia pensado minha roupa justamente se eu fosse seguida ou tentassem me pegar, consequentemente também estava de tênis, camiseta e calça. É um absurdo isso fazer parte do nosso pensamento, sendo que deveríamos nos vestir como bem entendesse. Bjs Carol.

Anônimo disse...

Lígia, esse é o mesmo caso de quem tenta dar "conselhos" e "ajudar" gordos, você realmente acredita que, assim como o gordo sabe que é gordo, quem bebe não sabe que beber demais pode ter consequências negativa, como acidentes? Você acha que essas pessoas não estão cansadas de ouvir isso? E se mesmo sabendo que é um fato conhecido, por que continuamos insistindo nisso? Não vejo outro motivo que não seja culpar a vítima.

Bia disse...

Lola, eu acho que para algumas pessoas é difícil pensar ou analisar uma situação como esta (o estupro) sem que tenha conhecido ela de perto, sendo parte dela.
Dizer que a mulher não deveria beber é fácil, e também é óbvio que a bebida pode acarretar em um monte de consequências ruins. O que elas não entendem é que mesmo inconsciente, pelada, drogada, sã ou o que for, ninguém tem o direito de se aproveitar de uma pessoa.
Empatia é o que falta, e também a coragem e vontade de olhar as coisas por um outro ângulo. Eu não precisei ser estuprada bebada (não bebo) para ter empatia por essas mulheres. Não precisei ser drogada, nunca dormi em um ônibus e me abusaram. Porém nasci mulher e já vivi, li e vi o bastante para saber que ter vagina é um risco. Já me salvei de diversas situações, inclusive uma em que eu não tenho dúvida de que seria estuprada (e morta, talvez).

Dizer a vítima de estupro que ela é culpada, que ela entrou no ônibus porque quis, que ela bebeu porque quis, que ela andou na rua x porque quis e usava a saia curta e então mereceu é fácil. Prático. Agora olhar a situação de outra maneira não o é. Colocar-se no lugar não é.
Ninguém gosta de ser acusado ou culpado por uma coisa que você sabe que não merece, que não fez.

Ainda falta sororidade, empatia e mais vontade de mudar as coisas dentro de algumas pessoas. Acredito que o ser humano tem salvação. Que somos bons sim, que podemos ser e querer o melhor para todos, não só para nós.

Anônimo disse...

Realmente Thomas, o efeito que o toddynho causa em vc é idiossincrático.

Mas em uma coisa eu concordo com você. Estupro não é uma epidemia universal... todos os dados que eu vi se referiam a casos de estupro aqui da Terra mesmo, não sei como anda o respeito às mulheres em outros planetas...

Unknown disse...

Lola, quando li alguns comentários àquele post, juro que pensei a mesma coisa: gente, de todo o absurdo da situação, tem gente que só conseguiu focar no fato da menina ter bebido?

Amo-te, Lola!

Lucas disse...

"Claro que a culpa é de quem pratica a violência, mas de que adianta eu estar certa e ser vítima???"

Resume tudo.

Anônimo disse...

O primeiro comentário, o comentário do Thomas, do anônimo 11:55, anônimo 11:56 eles falaram tudo já.

Ninguém culpou a vitima de ser estuprada, nao tem justificativa alguma, mas cair na utopia de achar que um dia conseguiremos lecionar os estupradores é como disse, utopia. Por favor, chega já de achar que todo homem é um estuprador em potencial e que temos que educa-los a nao fazer isso, o estuprador é um ser que se delicia com o sofrimento alheio, sem empatia alguma, com uma necessidade de humilhar as mulheres, etc.
Mas eu sou mulher, e nao tenho filhos mas tenho uma sobrinha que já esta entrando na adolescência. Eu nao bebo ate perder os sentidos porque entre outras coisas acho tremendamente vulgar (para homens e mulheres) e lógico que sempre aconselho a minha sobrinha a tomar cuidado com a sua bebida, e a nao beber, e a nao andar sozinha em ruas escuras. Porque ela é quem eu tenho mais próximo, eu nao posso descobrir onde estao os estupradores e coloca-los num mesmo quarto e dar tratamento de choque neles, mas posso tentar proteger a minha sobrinha e a mim.
Tomar cuidado nao isenta de ser estuprada, eu fui a que postou que por problemas de pressão já desmaiei na rua e MORRO de medo que me roubem ou me machuquem, por isso tb tomo os meus cuidados, nao saio sem bolachas no bolso, nao saio pelas manhas (quando estou pior) claro que nada disso evitara ser estuprada mas diminui as possibilidades.

Eu já fui estuprada sim, pelo meu primeiro namorado. O meu medico tb já passou a mão em mim quando eu era criança (medico na epoca, nunca mais voltei depois do incidente, lógico, mas nunca tampouco contei aos meus pais nem ninguém). Eu entendo que tem situações que vc nao tem como evitar. Mas tentar pelo menos evitar ser estuprado por um estranho, entao vc pode fazer alguma coisa e deve.

Bruno S disse...

"Foi pra falar de algo interessante e culturalmente imposto (ao meu ver isso também é o escopo deste blog) que é a pressão social para que as pessoas bebam, a necessidade de associar bebida a diversão e suas consequências trágicas..."

Ligia, acredito que a pressão social para que as pessoas consumam bebida alcólica (ou outras drogas) é bastante anterior à AMBEV e amplamente difundido em todo o tipo de sociedade.

Dizer "não beba demais" para alguém que conta uma história de estupro, no meu entender, significa o mesmo que dizer "quem mandou beber, olha só no que dá". Não vejo empatia nisso.

Unknown disse...

É Lola, a realidade é todo mundo sabe ditar como deveríamos agir, ou viver nossas vidas. No entanto são poucos que realmente se colocam no lugar da vítima. Passei por uma situação semelhante. Fizemos uma festa numa casa de praia, todos beberam bastante, e fui deitar mais cedo. Acordei com o dono da casa bêbado tentando me agarrar a força. Só me soltou porque disse que vomitaria nele. Um amigo meu, irmão do dono da casa, percebeu algo errado, quando eu contei o que houve, ele disse que eu só ia dormir quando ele fosse. E foi assim. Quer dizer, a culpa seria minha se tivesse acontecido algo?

Anônimo disse...

Se a pessoa sabe que é fraca pra bebida por que bebe?
Me espanta como as mulheres gostam de fugir das responsabilidades.Trabalho numa boate como barman e o que vejo são mulheres se oferecendo como carne e enchendo a cara pra impressionar os caras.Tenho irmãs e peço mesmo pra elas ficarem longe de bebidas,pois já vi coisas de arrepiar os cabelos.Estou as culpando por serem abusadas então?Por favor né,quem entra na chuva é por que quer se molhar,bebem pra criar coragem de fazer o que não fariam de cara limpa.Depois vem se fazer de vítimas.Tá bom.
Quem gosta,quem se preocupa,aconselha mesmo.
Ninguém está dizendo que uma mulher dopada ou alcoolizada seja objeto de abuso por direito,mas se todo mundo tem consciência da falta de segurança,pra que vacilar?Não adianta dizer que as coisas deveriam ser daquele ou de outro jeito,elas não são.

Anônimo disse...

Realmente não dá, a paranóia já foi instalada. Quando alguém menciona bebida + estupro = essa pessoa está culpabilizando a vítma e mimimi, se for mulher então, machistas, validadora etc...

Quando alguém relata que sofreu assédio na rua, logo aparece comentários sobre como todas as mulheres deveríam ter algum curso de defesa pessoal/artes marciais, sem contar naquelas que afirmam andar armadas.

Então porque dizer para alguém tomar mais cuidado com a bebida é culpar a vítima?

Eu não sei vocês mas o conselho de não ficar de pileque com ninguém, abolutamente ninguém valia tanto pra mim quanto para meus irmãos...

Anônimo disse...

Serio porque as feministas confundem estimular comportamentos seguros com culpabilizar a vitima.

Se eu for nadar sujo de sangue numa praia infestada de tubarões e for mordido a culpa é do tubarão.Mas se eu não tivesse entrado na agua daquele jeito talvez nao tivesse sido mordido.

Anônimo disse...

anônimo imbecil das 13:48:

Você está comparando o comportamento de um animal ao de um ser humano? Saiba que seres humanos tem RACIONALIDADE e em geral sabem distinguir o certo do errado.
Vou te ajudar um pouquinho:

Encontrando uma moça desacordada numa festa você deve:

A) ajudá-la. (correto)

B) estuprá-la. (errado)

Agora, se com esse seu post você quer dizer que o seu comportamento equivale ao de um animal (alguns animais, pois muitos são capazes de desenvolver empatia)tente não andar em público. Fique longe de aglomerações. Prenda-se numa cela para nunca mais sair.

Ah, e por último, mas não menos importante: vá se foder.


Sophia.

Gustavo disse...

Alguns comentaristas poderiam estar certos se a discussão fosse em outro contexto, mas Bruno S. resumiu bem:

"Dizer "não beba demais" para alguém que conta uma história de estupro, no meu entender, significa o mesmo que dizer "quem mandou beber, olha só no que dá". Não vejo empatia nisso."

Exato. E não ajuda em absolutamente nada.

Iara De Dupont disse...

Adorei o post,concordo com tudo e assino embaixo.Mas quero apenas comentar uma coisa...por aí na internet li que plantar uma árvore e saber que não vai desfrutar de sua sombra é o primeiro passo a consciência da mortalidade...Eu acredito em mudanças,mas pelo menos até agora não acredito que a visão machista e a cultura do estupro possa ser mudada em apenas umas gerações,penso que ainda vai levar um tempo,apesar da velocidade das coisas.O Brasil está há quatro séculos da abolição da escravatura,ainda assim enfrenta o racismo e os protestos com assuntos como cotas e coisas assim.Mulheres também tem pouco tempo de terem seus direitos reconhecidos e ainda não são todas,tem lugares que elas são vendidas como animais e isso faz parte da cultura local.É uma batalha longa e ardúa,por isso entendo uma coisa,enquanto as coisas acontecem,sim,estamos no meio de uma guerra,é melhor se proteger.Eu acordei pra vida aqui com os posts da Lola,hoje não faria um milhão de coisas que um dia fiz,porque percebi o risco que estava correndo,sei dos meus direitos,mas o mundo ainda não está ciente deles,então enquanto as coisas mudam acredito que as mulheres tem que se proteger,pode parecer um conselho machista,mas estamos no meio do caos,do começo das mudanças e infelizmente estamos nessa época,não temos como adiantar cem anos no calendário,e no meio do caos as coisas são mais lentas e perigosas.E não tem nada a ver com bebida,ou viajar de noite,tem a ver com o seguinte,se nós sabemos que 99% dos homens pensam e vivem em uma cultura de estupro,então é melhor ficar atenta e zoiúda,paciência,eu também queria viver em um mundo mehor,igual e livre,mas estamos na transição e elas sempre são dolorosas.

Anônimo disse...

Realmente, o que o Bruno S falou tem seu valor: de fato não é muito útil.

Mas eu estava falando não de conselhos para outras pessoas, mas de atitudes que eu decidi tomar PRA MIM, para me proteger.

EU decidi não beber até cair.
EU decidi não dormir no ônibus.
EU decidi aprender defesa pessoal para me defender de estupradores potenciais.

Ninguém tem obrigação de fazer nada do que eu faço, não recomendo isso para ninguém. Ninguém é menos vítima por não tomar precaução (em qualquer crime).

Não se trata de conselhos para terceiros, e sim de como eu decidi ME proteger.

Unknown disse...

Meu Deus a Lola desenha e mesmo assim... tem gente com dificuldade de entender.

Sabe o que adianta falar "podia ter sido evitado se ela não tivesse bebido?" Adianta mudar o foco do estupro para a bebida. É como se estivessem dizendo pra S, "ahá, também, quem mandou beber? Agora aguenta!" Vocês acham que estão ajudando? Aconselhando? Vcs acham que essa informação é inovadora e que ninguém aqui nunca ouviu antes?

Se um dia eu ficar de pileque e for abusada e alguém "cheio de boas intenções" depois me disser "ah, mas também, por quê vc foi beber tanto?", vou dar um soco no olho do infeliz. Vai ser insensível assim na pqp

E digo mais, todo esse pessoal aí que fica "oh, as pessoas devem se proteger e não beber tanto" certamente já ficaram bêbadas alguma vez na vida. Ou vulneráveis de alguma forma. E aí, se tivessem sido abusadas, em vez de ficar putas com o estuprador, iam culpar a si mesmas porque beberam demais, ou porque saíram de casa tarde demais, etc o que é exatamente a mentalidade que lutamos tanto para mudar! A vítima não deve se sentir culpada!

Anônimo disse...

Toda as manhãs eu pego um ônibus que demora quase 2 horas para me deixar na faculdade. Agora até conseguiria chegar mais rápido com o metrô, mas prefiro não ir amassada como sardinha.

Então, sempre sento nos bancos separados para ir dormindo confortável. E lá fui eu, sentei, me arrumei e comecei a cochilar. Daí sinto alguém meio que me empurrando, acordo e vejo um cara do meu lado. Ok, o ônibus sacoleja, acontece. Só que isso se repetiu mais umas 2 vezes, mesmo com o ônibus parado.

Abri minha mochila, tirei meu canivete (lindo, onde devia ter serra tem como se fosse anzóis, fora a ponta muito afiada) e comecei a empurrar a cutícula com ele. O cara sumiu.

E aí, o que eu devia ter feito? Não pegar ônibus, não dormir, não ir para a faculdade ou não sair de casa (o ambiente natural da mulher, né?)?

carla disse...

safira solitária

todo mundo já ouviu de tudo mas o ser humano em geral tende a ser idiota.
quantas pessoas sabendo do mal que drogas causam não experimentam assim
mesmo?
quantos sabendo do perigo que é dirigir bêbado ,dirigem dopados e não estão nem ai se vão machucar os outros?

e tem gente que fala sobre a bebida querendo culpar a vítima mesmo,mas não é todo mundo,não seja paranóicas,eu só tomei um porre na vida e por sorte n aconteceu nada,mas percebi que isso me deixa mais vulnerável a tarados e n pretendo beber nunca mais e eu nunca achei que quem bebe merece ser abusado.

a cultura do porre está enraizada mesmo,ficam com tanta raiva quando alguém fala disso,que começam a pegar exemplos de situações que n tem como evitar, para dizer q beber tb n pode ser evitado.

Caroles disse...

Eu recentemente parei de beber cerveja, que é o que meus amigos mais bebem. Por ''recentemente'' quero dizer há mais de 2 meses, o que na verdade é um tempão pra mim. Desde os 18 anos eu sempre bebi bastante, já tive inclusive um episódio de desmaiar de tanto beber (ainda bem que o cara que tava comigo não foi nada além de ótimo). Enfim, parei de beber por causa de uns exames de sangue que vieram meio e agora me sinto muito melhor. É muito melhor sair e voltar pra casa de cabeça clara do que bêbada. No outro dia a gente acorda de boa. Ainda bebo uísque e vinho de vez em quando, mas muito pouco. Eu acho que mudou um pouquinho minha vida essa história de parar de beber - ou de beber muito menos.
Foi aqui no blog que eu vi pela primeira vez alguém falar que beber é uma imposição social, essa necessidade de se embebedar e tal. Eu nunca tinha pensando nisso antes, e faz todo o sentido. Mas as pessoas resistem a isso, mesmo quem é esclarecido. Parece que beber é o óbvio, o mínimo num sábado à noite.
Enfim, concordo com todo o post, não se pode comparar acidentes com estupro (que comparação infeliz), e também é simplesmente horrível dizer que se a menina não bebesse não seria estuprada. Isso é uma mentira. Se a pessoa quer beber e desmaiar, deveria poder beber e desmaiar e continuar tendo eu corpo inviolado. É o básico.
Situação de risco é sair na rua, do jeito que as coisas estão.

Anônimo disse...

Tem gente que ainda acha que estuprador é o estranho que fica à espreita no escuro. É dessa gente que eu tenho mais medo, que vai forçar sexo e achar que é normal. E nunca vai se ver como realmente é.

Beto disse...

Lola, eu sei que a culpa do estupro é do estuprador, assim como eu sei que a culpa do assalto é do assaltante. Mas seu eu falo pra um amigo "não fica dando mole com o celular novo que ladrão tá de olho" não é culpar a vítima. Infelizmente, vivemos em uma sociedade violente e machista. Devemos lutar todos os dias para mudar isso, mas até que mudemos, as mulheres deveriam sim tomar cuidado. Será lindo quando as mulheres puderem beber e vestir o que quiser sem medo, e todos puderem usar seus celulares onde e como bem entenderem. É triste, é injusto, devemos e podemos mudar, mas por enquanto é assim.

Fernanda disse...

2 coisas que me aconteceram e provam que é a pessoa que estupra, não bebida.

Vamos as histórias, não reparem na gramática porque escrevi agora rapidinho e estou no trabalho.

Estava no meu segundo encontro com um amigo. Já nos conhecíamos a cerca de 4 anos, trabalhamos juntos, amigos em comum, etc... Mas fazia um tempo que não o via e era apenas a 2º vez que saíamos com propósitos além da amizade. Fomos num barzinho e quando saímos estávamos ambos em um estado não muito bom. Ele melhor do que eu, porém totalmente sem condições de dirigir. Enfim, ficamos no carro dando um tempo e se agarrando. Lembro de dizer que não me sentia bem, mas continuamos. Em seguida fiquei pior. E disse novamente "Sério, não to legal". Ele falou tá bom. Fiquei quietinha no carro e meio que apaguei e quando acordei estávamos dando entrada no motel, ele pegando meu RG na bolsa. Ele meio que me carregou para o quarto. Me levou ao banheiro. Me deu água. Me colocou na cama. Tirou meu sapato. Se deitou ao meu lado. Me cobriu e disse "dorme bem, estou aqui do seu lado".
Acordei na manhã seguinte péssima, como toda ressaca nos deixa, mas inteira sem nenhum arranhão, nenhuma calcinha fora de lugar, nenhum sentimento de que algo que não deveria ocorrer ocorreu. . Lembro de o parabenizar pq muitos caras poderiam agir diferente e ele disse: "Queria muito, não imagina o quanto, mas você não estava em condições. Isso não é motivo para me parabenizar, não havia outra forma de agir". Mundo estranho esse em que você fica agradecida por alguém não se aproveitar de você.

Outro caso. Sim eu tinha bebido, mas pouco. Estava consciente dos meus atos, ainda que bem altinha. E ele também, porque não tinha bebido nada por estar dirigindo.

Saímos com 3 amigas e uns 5 amigos. Dentre eles, estava esse meu paquera. Não é o mesmo do caso anterior. Já tínhamos saído umas 3x, mas não havia rolado sexo ainda. Estávamos em um show. Em determinado momento nos separamos do grupo e fomos para o motel. Estávamos lá, preliminares e tal e perguntei da camisinha. Aprendi depois a sempre andar com uma. Ele fez aquela cara e disse que estava sem. Disse que não ia rolar então. Ele insistiu, aquele papinho e bla bla bla... Eu afirmei novamente que não e fiz movimento de ir embora pq a insistência já estava me deixando nervosa. Ele se acalmou, disse que eu tava certa e falou pra dormirmos por lá mesmo. Como disse tinha bebido, não estava bêbada mas depois que acalmei dormi pesado. Não sei quanto tempo estava dormindo, se 30 minutos ou horas, quando acordei com o cara me penetrando. Acordei assustada quando senti. Percebendo que acordei ele segurou minhas mãos e começou com papo de sabia que eu queria, aquilo que vocês já bem sabem. Enfim, me debati, gritei, ameacei e o cara saiu de cima de mim.

Não denunciei, era novinha na época e bem bobinha ainda. Hoje estou com 28, estava com 20 ou 21. Fiquei bem mal por um tempo, desconfiava de qqr XY. Ele ia ser o 2º cara com quem teria sexo. Era muito inexperiente sobre muita coisa. Deixei passar. Ele me procurou tipo na semana seguinte para sair de novo, como se nada tivesse acontecido, mas evitei e nunca mais falei com ele. Nunca contei pra ninguém também. Primeira vez que falo sobre isso. Só percebi que foi estupro acessando o blog, lendo, etc. Na época, me culpei e tentei tirar o peso como se não tivesse sido nada. Mas se realmente achasse que não foi nada, não teria evitado ele e teria comentando com alguma amiga.

Enfim, só resolvi contar pra exemplificar que bebida não é desculpa para tal ato. Tive um cara que poderia ter usado a bebida e meu estado para justificar seus atos, mas que me respeitou e tive outro sem nenhuma gota de álcool que me estuprou. Essa é a cultura do estupro que vivemos, agradecemos os caras que agem corretamente e nos culpamos quando nos violentam.

Mirella disse...

A única coisa que realmente quero entender é:

Considerando as comparações que a Lola fez:
- Se alguém pusesse fogo nela ou a jogasse pela janela, vocês continuariam dizendo "Quem mandou beber?"? Achariam propício olhar para uma pessoa queimada por outra e dizer "olha, se você não tivesse bebido, nada disso teria acontecido". Achariam HUMANO fazer isso com alguém?
Por que é tão aceitável dizer para uma vítima de estupro "olha, é uma pena, mas VOCÊ causou isso"?


Pergunta honesta, enganchada com uma opinião: para alguns, a violência que a mulher sofre sempre poderia ser evitada POR ELA e, quando não o foi, azar, vê se aprende.


É sério, quero entender o raciocínio de quem reclama de beber em vez de mostrar empatia. Reclama de uma conduta imprudente (ninguém disse que não é) e deixa o crime de lado. Não entra na minha cabeça.


Acho legal a pessoa fazer um curso de defesa pessoal. Incentivo, inclusive. Pretendo fazer.
Mas, no caso de alguém ser assaltado/etc e não ter feito este curso, NUNCA vou virar para a pessoa e dizer "você bem que poderia ter feito um curso, hein. Você poderia ter evitado, tsc tsc tsc".

É sempre a história da "vítima perfeita". Se adotou um comportamento que não é o de candura, azar o seu, mereceu.

Unknown disse...

Carla,

Por incrível que pareça, beber e usar drogas não faz de alguém um idiota. Ou faz? Avise à S que ela foi uma idiota. Isso sim vai adiantar alguma coisa! Quem sabe assim ela se sinta melhor. Ah! Também devo avisar a todos os meus amigos (e amigas) que gostam de beber que eles são idiotas.

Você não percebe que, assim, estamos tirando o foco do estupro e dando foco à bebida??

Se você quer criticar o hábito de beber e como a nossa sociedade o impõe, não faça isso num post em que alguém relata um estupro!!!!!!!!!!

Fernanda disse...

Ah... Sobre dormir no bus, teve uma época que acordava às 03:30 da madrugada porque entrava as 05:30 no trabalho e só voltava pra casa meia noite, após a faculdade. Logo, em todo momento eu dormia. As vezes, muitas vezes, em pé de tanto sono. Em uma dessas vezes, acordei com um cara com a mão na minha coxa e não era uma mãozinha não, tava pegando explicitamente. Tirei a mão e já comecei a brigar, o cara se desculpou disse que não percebeu, que dormiu também. Muito conveniente ele dormir e a mão agarrar minha coxa. É tanto absurdo.

Sara disse...

O post esta perfeito Lola, e tb concordo q estupro NUNCA será culpa da vitima.
Inclusive uma das fotos q vc colocou no seu post é minha, foi tirada na primeira marcha das vadias aqui em São Paulo, mas eu nunca havia visto essa foto, sei la como vc a conseguiu, alguem deve ter tirado, entre tantas outras la na marcha.
No post anterior q a S. falou sobre o estupro q sofreu, meu comentário saiu muito estranho, pq ainda estava chateada com o q pra mim foi uma validação do machismo de religiosos, naquela parada com as muçulmanas, e fiz um paralelo com a cultura do estupro, eu continuo pensando q machismo deve ser combatido até as últimas consequencias, venha ele de onde vier.

Unknown disse...

Lembra-me da reposta da polícia a ser roubada... O que você estava fazendo na rua há essa hora?
Pois é, o problema é que pessoal assustado deixa o espaço para criminal e depois não recupera.
Eu não bebo, no gosto do sabor do álcool. Mesmo a comida preparada com bebidas eu solo consigo engolir si for por obrigação. Pero acho que adulto tem o direito de beber e mesmo de beber até cair sem ser vítima de crime.
Em um estado moderno ninguém tem direito de cometer crime. Não importando o estado da vitima, a hora do dia o que tanta gente tenha por perto.
E estupro é crime.

__________________________________
Desculpem-me por qualquer falta ortográfica, minha língua materna é o espanhol e escrevo desde um teclado espanhol.

Anônimo disse...

Eu adoro cerveja.Gosto do sabor e também gosto de exagerar pelo efeito do álcool.Conheço os riscos e sei me proteger de alguns. Beber pra mim é diversão. E não vou deixar de me divertir porque existem estupradores por aí.Ele é que precisa ter medo de estuprar, não eu de beber.

Beatriz Correa disse...

Há mais ou menos um mês, eu fui assaltada.

Andava em direção a um ponto de ônibus, ao meio-dia de um domingo, e um cara me abordou com um ferro afiado, levou meu celular (novinho, q nem tinha acabado de pagar) e foi embora.

Um tempo depois, na delegacia, registrando queixa, o policial me diz: "Vc não devia estar andando por aí no domingo, essa área é deserta demais pra estar sozinha."

Porra, então quer dizer que:

*depois de ser assaltada e ameaçada com um ferro afiado (antes q perguntem, o celular estava na bolsa)
*andar por mais de meia hora á procura de uma viatura para tentar pegar o bandido
*ser mandada pra delegacia ERRADA e ainda ter q andar mais vinte minutos até a delegacia correta - TUDO ISSO SOZINHA

eu estou errada?

Sinceramente, se eu tenho q mudar meus hábitos e passar a me comportar como se eu tivesse culpa de cada mínima coisa q eu faço em vez de ter a liberdade para fazer o q eu quiser (seja andar sozinha ou beber até cair), há algo de incrivelmente errado com o mundo!

Uma coisa que aprendi desde muito cedo: Para estar errada, basta ser mulher.

Anônimo disse...

alguem poderia fazer um pequeno exercicio de correlação

qual a médio de litros de alcool consumida no brasil e em outros paises versus numero de estupros.

A culpa não é da bebida, a culpa é dos estupradores.

Julia disse...

Exatamente anon das 15h23. O estuprador que tem que ter medo de estuprar e ir PRESO. Mas para isso acontecer eles precisam ser denunciados.

É preciso conscientizar as vítimas sobre isso e punir os agressores adequadamente.

André disse...

O questionamento sobre a glamourização da bebida pelo nossa sociedade foi feito por um comentarista que pediu inclusive para seu post não fosse publicado. A maioria dos comentários seguiu a mesma linha. Apenas alguns trolls culparam a S. por beber. Não entendo essa vontade absurda de ficar discutindo com troll.

Anônimo disse...

Bruno S.

Eu não acho que aqui seja um "grupo de apoio à vítimas de estupro". Aqui é um lugar para discussões críticas sobre vários assuntos...

Se a S. fosse minha amiga buscando meu apoio, eu não diria "viu, quem mandou beber".... Mas o fato de o caso dela estar relatado aqui no blog, além de um desabafo, é pra que possamos refletir sobre qualquer assunto que o post nos fizer refletir. Ela que sabe o tamanho da dor dela, pra expor o caso desse jeito e deixar que as pessoas reflitam sobre ele em todos os seus aspectos.

Marina P disse...

Eu concordo que discutir o consumo de álcool é importante e concordo também que consumí-lo de forma mais equilibrada e em quantidades que não alterem muito a capacidade de raciocínio e reação é um fator de proteção. Sou contra fazer isso num post que fala sobre uma pessoa que sofreu estupro quando estava alcoolizada, porque acho que acaba se tornando uma discussão paralela e fica muito difícil saber quem está discutindo consumo excessivo de álcool e quem está de fato culpabilizando a vítima.

Já pensei muito sobre a minha forma de lidar com o tema e sobre esse meu posicionamento e é realmente dessa forma que me sinto mais confortável para abordar o assunto álcool.

Alguns comentários falando sobre evitar o consumo excessivo de álcool são claramente tentativas de auxiliar as pessoas a se protegerem e acho que a maior parte dxs comentaristas aqui entende isso. Mas tem muitos comentários que, no contexto de um post sobre estupro, parecem sim culpabilização da vítima. Na minha opinião, melhor é que esse tipo de debate aconteça em outros momentos, porque aí as coisas ficam mais claras e a gente não corre o risco de falar de consumo excessivo de álcool diante de um relato em que o foco é a violência sexual que alguém sofreu. É o meu ponto de vista.

Outra coisa que acho importante é a gente não deduzir que as autorxs de relatos de estupros que ocorrem em contextos onde o álcool foi consumido em excesso, bebam sempre dessam maneira. Eu, por exemplo, gosto de meia taça de vinho eventualmente mas durante a minha adolescência bebi algumas vezes (3 ou 4) e em 2 delas passei mal. Não é porque a pessoa que escreve relata que estava alcoolizada que ela é alcoólatra; sei que a maioria sabe disso, mas sempre aparece uma turma relativamente grande de pessoas que deduz isso.

Por fim, também tenho dificuldade de lidar com essa argumentação segundo a qual a realidade é dura mesmo e a mulher tem que se proteger de tudo a ponto de abrir mão de coisas que ela realmente pode desejar viver. No meu caso, não sentia uma necessidade de beber, de ficar "chapada" com amigos nas festas, etc. e tal, mas se uma parcela das mulheres quiser sim adotar esse estilo de vida não acho que devam ser culpadas pelos abusos que sofrerem. Sei lá... tem um lado meu que entende que é importante a gente se proteger sim, mas tem outro que me diz que a gente não deveria ter que se proteger de tudo e que faz parte da vida fazer algumas escolhas menos populares de vez em quando. Penso a mesma coisa quando me dizem pra não andar em lugares isolados sozinha, à noite. Entendo a preocupação, sigo essa orientação na maior parte das vezes, mas às vezes eu quero sim andar num lugar isolado, sozinha e à noite e mando tudo às favas! Sei que é um posicionamento polêmico, mas eu não teria feito a maior parte das coisas que hoje em dia me definem e que foram e são importantes para mim se não tivesse me arriscado em diversas situações. Eu sempre me pergunto, onde termina a proteção e onde começa o medo, a intimidação? É uma pergunta sincera e gostaria de ver um guest post sobre isso.

O que eu acho importante é discutirmos esses assuntos. Gosto da ideia de falarmos de alcoolismo, de falarmos sobre a glamourização do consumo do álcool, de como as mulheres estão consumindo álcool (se isso mudou, se permance igual), etc.

carla disse...

safira

eu não falei só dela,beber até desmaiar é uma atitude idiota assim,mostra que tem pouco cuidado com a próprio corpo.
eu tb ja fiz isso ,mas já parei,principalmente por ver tantos casos de estupro+bebida,uma situação de risco a menos q eu me coloco.

vc acha mesmo que se drogar,sabendo dos risco,sabendo que pode se viciar,acabar no crime para sustentar o vicio é uma atitude inteligentíssima???
pelo seu comentário o problema das drogas n vão acabar tão cedo.

e n adianta vcs vão continuar pensando q estamos torçendo para mulher ser morta só pq bebeu...

e concordo com quem disse q educar tarados não vai adiantar,eles são doentes assim como psicopatas,pedófilos ...pessoas desse tipo sempre existiram e sempre vão existir.
tem q se acabar com a impunidade,quem estupra tem q apodrecer na cadeia,sem regalias do tipo sair antes da prisão por bom comportamento.

Veronica disse...

Lola !!! O que não conseigo diferenciar é justamente isso: sei da cultura do estupro que reina na sociedade e ainda assim vou ficar voluntariamente indefesa? Fiquei com um vazio muito grande desde o post da S. O Feminismo veio para mim como uma forma de proteção... Aprendi no seu blog a me proteger dos abusos q passava sem saber que eram abusos.Exemplo simples e rápido: Aprendi por aqui a exigir a camisinha e se o carinha não tiver pegar as minhas na bolsa (antes achava q o cara ia achar q eu era uma vadia por tê-las).

Mas e daí? Azar o dele, por causa da opinião de alguém vou me arriscar a ficar doente?

Tô deprimida a semana toda, o mesmo feminismo que me livrou de ser uma tonta é o mesmo que diz que posso beber e ficar vulnerável ? E se aparecer um estuprador , eu vou ficar bem só pq sou a vítima?

Sou a vítima, mais foi o meu corpo que foi violado, sou a vítima, mas eu estou sofrendo, sou a vítima, sou a vítima, sou a vítima....

Hj estou com medo de dizer que sou/pesquiso/me informo/quero ser/ me encontrei no/ sobre feminismo. Entendi feminismo como libertação do papel de vítima... Saí da condição de espectadora da minha própria vida e passei ao comando.

Se eu leio aqui q existe homens capazes de transar com uma mulher dormindo pq tomou remédios (o absurdo dos absurdos) e ainda dizer que pensou q ela não se importaria (nem tenho palavras sobre isso), eu em sã consciência vou para balada beber até apagar?

Não, me recuso. Não quero ser vítima, não quero arriscar. Preciso ao menos tentar evitar, li aqui no blog que estupros e abusos a mulher indefesa acontecem até perante uma platéia de "amigos"... TODO MUNDO VIU E NINGUÉM FEZ NADA, ela estava desmaiada, indefesa e ninguém ajudou!!!

Essa parte foi a que mais me afetou. E afetou de uma forma brutal pq desde quando li, acordo a noite pensando "como podem existir amigos, conhecidos, HUMANOS, que não socorrem uma pessoa passando por tamanho desrespeito."

Claro, posso ser atacada de várias formas, mas depois do que sinto ao ler histórias assim, não tenho coragem de ir para babalada e beber até apagar.

Não acho q tomar cuidado com excesso de álcool é tirar o foco do estuprador.

A culpa não é minha se os homens acham que mulher bêbada é para transar. Não quero ser estuprada pq estava bêbada.

O corpo é meu, não quero acordar em um motel com alguém penetrando o meu corpo.

Se isso é machismo/ser machista/pensamento machista... talvez eu não esteja liberta como achava.

daniel disse...

oi Lola! nada a ver com o post, mas dá uma olhada nessa lista triste, bizarra e engraçada ao mesmo tempo: as 5 maneiras mais loucas que os homens censuraram a sexualidade feminina http://www.cracked.com/article_20143_5-craziest-ways-men-have-censored-female-sexuality.html?utm_source=twitter&utm_medium=fanpage&utm_campaign=new+article&wa_ibsrc=fanpage

Anna disse...

Nossa, q legal ver meu comentário no post! :)

hum, e mesmo aqui as pessoas continuam achando q falar para meninas/mulheres não beberem é ser criativo, é ajudar a evitar estupros. Vc faz um post e o povo vem com o mesmo argumento conformista, sem chegar a conclusão óbvia q após gerações e gerações ouvindo isso talvez seja hora de se concentrar nos meninos/homens..
Se seguirem achando q estuprador é (como alguns comments aqui dizem) um sociopata, sem empatia, sem cura zzzz, enfim enquanto garotos e garotas não aprenderem a reconhecer um estupro pelo que ele é (como nesse caso um amigo bolinar a amiga desacordada e ainda por cima os outros amigos não a ajudarem) nada muda. E continuo pasma de ver todo mundo dizer q a bebida causa tudo e mandar as possíveis vítimas pararem de beber! ué, e os meninos? por que ngm sugere ensinar os homens a respeitarem as mulheres?

e comentários como o do anônimo das 13:43 pra mim mostram q tem gente q quer ver mesmo meninas se ferrarem..

Luciana disse...

Lola amei o post, mas fiquei muito triste com ele. Foi necessário um novo post para explicar do que se tratava a primeira discussão: estupro e não álcool. Agora vejo que há muitas pessoas, ainda insistindo na discussão sobre o alcool. Sem desmerecer os comentários realizados eu queria convidar as pessoas pra mudar o foco. Beber até cair é ruim, com certeza. Vamos então discutir o menos óbvio?:) De onde, do nada assim, um amigo, não um conhecido,um AMIGO, tira que pode molestar uma amiga a quem ele se ofereceu para ajudar?? E gente, olha isso, um lugar cheio de pessoas e pior, cheio de AMIGOS e conhecidos...como isso aconteceu? Porque será que eles acharam isso divertido? E eu gostaria de perguntar pra vocês: Vocês já presenciaram uma cena de abuso tão explícita? Vocês já viram isso? Fizeram algo? Eu não consigo imaginar o que eu teria feito...eu me sinto mal de pensar que talvez eu ficasse naquele misto de conforto e medo "isso é entre eles, tem outras pessoas, farão algo" ou qq coisa assim...esse post foi fundamental pra eu lembrar de um pacto entre nós: Cuidem de mim e eu cuido de vocês. http://blogueirasfeministas.com/2013/04/a-gente-cuida-uma-da-outra/
E nos próximos comentários, vamos falar do estupro, do estuprador e da negligencia e falta de empatia dos que estavam lá? Bjs a todx!

Magdalena disse...

Ai, gente...que preguiça de quem questiona o fato da menina estar bebada...aiii...A porra do muleke nõ pode se abster da enorme vontade de se aproveitar disso não??Quer dizer "não beba, pq podem te estuprar". Não gente. Deveria ser "beba, se tentarem te estuprar, fodemos a vida dele". Pronto. Preces por esse dia. Muitas preces pelo fim da cultura do estupro.

Anônimo disse...

aproveito pra dizer que sou contra alcool e cigarro. sao elementos desnecessarios ao nosso bem-estar e nao trazem nada de positivo.

lola, gostaria que um dia vc abordasse a questao dos estupros de cadaveres de mulheres. algumas nao tem paz nem depois de mortas.

millena

Magdalena disse...

Aliás..adoro beber uma lindíssima cerveja gelada. E sou privada do prazer de sentar em um boteco qq sozinha, pq sempre, sempre, sempre tem um pentelho q acha q estou querendo companhia. Sempre tenho q enxotar um "sem noção" da mesa. Ah, se sentar com amigas, mulheres, isso tb acontece. Só bebeo em ppaz qdo acompanhada de meu best friend homem.Ning chega, bebo em paz só pq pensam q ele "tá pegando"

Magdalena disse...

E q linda a Laura Cardenas!!rsrs

Anônimo disse...

Vamos a ver, repito, sou a anônima já nem lembro o horário que postou que disse que foi estuprada pelo ex namorado (na epoca namorado) e mesmo assim aconselho a minha sobrinha (e eu mesma tomo exemplo) de tomar cuidado pra nao ser estuprada por desconhecido.

Como falaram nos comentários acima, este nao é um lugar de apoio a vitima, se fosse claro que nao diríamos que nao devemos beber ate perder a consciência e daríamos todo o apoio a vitima e lógico, e eu sou exemplo claro disso que a maioria dos estupradores sao homens conhecidos da familia e amigos.

Ninguém aqui está culpando a vitima do estupro, lógico que nao. E como disse se usar cinto de castidade e nao sair nunca de casa fosse suficientes para evitar estupros sei lá acho que a maioria estaríamos usando quando saíssemos de casa. So que nao é assim, ok, infelizmente nao é e eu sei bem do que to falando

So que se sabemos que ao beber vamos perder a consciência (e sabe se lá deus o que pode acontecer) pois entao nao bebamos né! Se podemos conseguir viajar no ônibus de dia ao invés da noite pois fazer o que, se nao tiver jeito, pois tentar nao dormir.
É foda? Claro que é? É justo? Claro que nao! So que é a nossa única "arma" de defesa é tentar nao facilitar muito,
Claro que mesmo tomando as maiores precauções pode acabar acontecendo, ninguém ta isento disso. Ninguém ta isento de um dia vc nunca sai a noite e justo naquele dia colocam uma droga na tua bebida, claro que pode acontecer. So que em sao consciência tem que tentar evitar.

Eu passei umas ferias na Espanha onde usava mini saia e adoro, lá nunca acontece nada, alias vc pode ate andar pelado se quiser. Mas aqui no Brasil eu evito. Claro que me vestir de freira nao vai evitar se vier um cara mal intencionado mas pra que facilitar?

Anônimo disse...

Pois sou mulher e nao acho nada de mais se um rapaz de aproxima pra tentar alguma coisa. É ate um halago me achou bonita, o que isso tem de mais? Gente pelo amor de deus, nao todo homem é estuprador em potência!
Vai que o rapaz tem boa conversa? Puxa qual o problema, serio?

Rê_Ayla disse...

Dizer a alguém para não beber demais, não andar em ruas escuras, não isso e não aquilo... ok, concordo que é apenas dizer para que a pessoa se preserve, haja vista vivermos em uma sociedade machista que, infelizmente, não mudará de um dia para o outro. E preservação é, apenas, sobrevivência. Sabemos qual a sociedade na qual estamos inseridos, podemos escolher quais os riscos que estamos dispostos a correr, podemos assumir a responsabilidade pelas nossas escolhas.

Porém, JAMAIS, NUNCA, coloquem a culpa por uma agressão sexual na vítima ok. Ela é VÍTIMA. Isso significa que NADA justifica outra pessoa aproveitar-se do que quer que seja para agredi-la. Uma vítima teria meios de se preservar e tentar não se colocar em risco? Sim, teria. Mas daí a querer dizer que ela é responsável por sofrer uma agressão é demais! Isso é retirar a responsabilidade do agressor e, em última instância, isso também é retirar nossa responsabilidade enquanto sociedade que compactua com o machismo nosso de cada dia.

Vamos, enquanto sociedade, assumir que também somos responsáveis por cada agressão dessas ao espalhar e compactuar com essa mentalidade machistóide? Ou continuaremos a achar desculpas para comportamentos inaceitáveis e a culpar as vítimas?

Amanhã pode ser você, pode ser sua mãe, sua irmã, sua namorada, sua filha... e aí? A culpa vai ser dela? Da bebida? Da moda? Ou amanhã, quando isso acontecer do seu lado, você vai responsabilizar o agressor e a sociedade que permite que este tipo de agressão seja banal, normal?


Unknown disse...

Carla, juro que eu entendi o seu ponto. Ele é fácil de entender. É o conselho básico que todo mundo já ouviu. Entendi que vc acha útil ficar repetindo. E que, na sua opinião, só idiota bebe até cair e se droga. (logo, a S foi uma idiota, logo, lá no fundo, a culpa foi dela. Afinal, por quê ela não foi mais esperta?). Você não entende o quão insensível (e inútil) é vc dizer isso AQUI, nesse post???

Eu não disse que acho drogados e os alcóolicos inteligentes. (?) Nem burros. Inclusive posso adivinhar que vc não tem ninguém próximo nessa condição, pois vc julga tão fácil... Tem gente que tem predisposição. Tem gente que sai de casa pra tomar uma cerveja e não se conhece e toma 3 e fica bêbado.

O que eu acho que a Lola quis dizer é que, quando lemos um relato de estupro e começamos a pensar sobre porque aconteceu, é porque tem muito cara por aí que acha OK fazer o que esse aí fez, e não porque "a sociedade nos incita a beber e devemos nos proteger mais, então pra diminuir os estupros vamos discutir sobre isso".

Anônimo disse...

Anonimo das 18:07

Legal vc vir dizer que aqui nao eh um local de apoio as vitimas. A Lola te autorizou a dizer isso quando mesmo?

Eu fui autora de um guest post aqui, e assim como a S., fui estuprada apos beber enquanto estava desacordada.

Eu escrevi para a Lola pq fui abracada por uma meia duzia de amigos (LINDOS!), e julgada por muitos outros que eu considerAVA bons amigos. Me falaram coisas como "agora tem que assinar contrato antes de transar p provar que foi consensual"?

Eu nao posso conversar com a minha familia, nao posso mostrar o rosto. Causei reacoes inflamadas na minha antiga faculdade simplesmente por mencionar que o estuprador tambem era aluno. Inumeras pessoas pediram provas, ameacaram-me (sem saber minha identidade) com processos de calunia e difamacao.

Entao, me desculpe, mas do alto do meu conhecimento como sobrevivente de estupro, eu considero SIM, o blog da Lola e tantos outros espacos feministas como locais de apoio a vitimas de estupro. Simplesmente pq o resto da sociedade nao da a minima pra gente.

O momento que o meu post foi publicado foi muito feliz, pq eu realmente me senti acolhida. Meu relato tambem envolvia alcool, mas n aconteceu essa palhacada que houve no post da S. Eu fiquei pessoalmente arrasada com o dela, imagino se tivesse sido no meu.

S., querida, TODO meu apoio a vc. Se quiser conversar, peca a Lola meu email, que ela sabe quem ta falando.

E pra terminar, se querem discutir sobre glamourizacao do alcool, acho super valido. Mas nao num post sobre estupro, jamais! Percebam a falta de foco disso, e por mais que vcs repitam eternamente o mantra de nao-estamos-culpando-a-vitima, foi exatamente como eu me senti: culpada.

Mais empatia da proxima vez, galera.

R., autora do post http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2013/02/guest-post-nao-mexa-em-mulher.html

Anônimo disse...

A gente vive em uma sociedade em que mulheres desacordadas são estupradas na frente de pessoas conhecidas e ninguém faz nada. Dentro desse contexto, encher a cara até desfalecer é uma tremenda burrice.

Magdalena disse...

Nooossa, hein, Anônima de sei lá, e vc tb não sabe, q horas!!É claro q estamos todas alertas e nõa podemos dar mole. Maaasss..temos q estar alerta e não dar mole pq???Pq sempre pode ter um escroto q vai se aproveitar disso. É isso, meu bem, temos q cuidar da roupa, do qto bebemos e de onde bebemos pq sempre vai existir a possibilidade de ser estuprada. Inclusive por um amigo. E ainda corre-se o risco de dizerem q vc foi culpada.É isso. Vamos tomar cuidado, mas, por favor e pelo amor de qq deus, NUNCA ache q isso é normal, pq não é e nunca vai ser.Qto a poder andar tranquilamente na Espanha seminua e no Brasil não...bem, nunca sai do meu pais, mas sou fluminense(Grande Rio -RJ) e lá é muito normal andar de shrots, top, roupas curtíssimas.Não causa surpresa. Mudei de estado por causa do trabalho, pro interior, e fui taxada de PUTA CARIOCA só pq usava as mesmas roupas e sou do Rio de janeiro, onde, eu nem sabia, só tem puta(to usando a conotaçao escrota q foi usada) ...será q a culpa foi minha? vc acha? Ai, como sou sem noção, né??Nossa, como a espanha é mais evoluída, não?? Queremos LIBERDADE , só isso. E, na boa, pq todo mundo quer esculachar o Brasil, hein??Tá ruim, vc acha??tb acho!!Vamos melhorar então?É o meu país e se tem coisas q julgo erradas rolando por aqui, vou tentar melhorar, ou, pelo menos ser uma pessoa melhor.

aiaiai disse...

não to com tempo p ler comentários, então, desculpem-me se alguém já falou isso.

Seguinte: esse papo de "não beba muito"; "não sei pq pessoas bebem até cair"; "acho absurdo a pessoa beber até passar mal" é coisa de gente que nunca bebeu.

Eu bebo, hoje muito menos do que já bebi. acho ótimo, adoro cerveja, vinho, whisky, vodca (minha preferida), licores, etc. Acho que é uma questão social, não vejo nenhum problema em beber, a não ser q a pessoa seja alcoolatra (ou seja, não consegue viver sem) aí sim é problema.

mas, o que eu queria dizer é que quando a gente bebe em uma festa, nem sempre tudo fica sobre controle. Se você não comeu bem, ou se naquele dia estava meio gripado, ou qualquer outro fator, umas duas taças de vinho já podem te deixar tonto. Daí para, no meio de uma festa, não perceber e continuar bebendo até passar mal é um pulo.

Então, essas coisas acontecem, mesmo com quem bebe com frequencia e tem controle.

Portanto, acho ok falar do assunto, pedir para as pessoas terem cuidado, mas na hora que a bebida bater de jeito, a pessoa não vai saber que deveria parar. Já aconteceu comigo e eu já vi acontecer com um monte de gente.

portanto, vamos parar com o moralismo proibicionista e nos concentrar na questão de: por que uma pessoa abusa da outra quando vê que está bêbada? Por que essa pessoa não ajudou a outra? Por que achou que deveria levar vantagem encima da outra que bebeu além da conta?

bom, é isso.

Anônimo disse...

Vou resumir tudo,a mulher bebe ,vem um fdp e abusa dela,a culpa é de quem? Do estuprador.
Mas esta bem óbvio q uma pessoa sóbria tem muito mais chance de se defender do que uma pessoa estirada no chão.

Anônimo disse...

Safira

parece que vc julga os outros por si mesma,se um dia vc ficou culpando a vitima e agora mudou de idéia,n tenho nada com isso.
Apesar de achar q quem se droga é idiota n significa que acho q a pessoa mereça morrer.
Meu irmão já se envolveu com drogas e n tem como achar q ele n foi burro,já q era bem esclarecido sobre isso.
Quero q ele morra,se foda,todo mundo da familia virou as costas pq ele entrou nessa pq quis? Não mesmo.
Me poupe.

Carla.

Marcella disse...

deixei um comentário no guest post da S. e vou repostar aqui.

pra quem fica discutindo a problemática do alcool. as pessoas explicam, explicam e vocês não entendem. se eu quisesse ofender vocês as chamaria de burras, mas longe de mim ofender os animais.

deixa eu desenhar pra vocês:

imaginem uma pessoa que você nunca viu na sua vida, não é seu amigo como o caso da S.
essa pessoa não te conhece também, não sabe seu nome, onde você mora, como na caso da S.
essa pessoa que você não sabe quem é está caída no chão sem uma peça de roupa no corpo, em um lugar qualquer, usem a imaginação de vocês.

você não faz a menor ideia do porquê essa pessoa se encontrar nessa situação, mas isso não é importante.
só tem essa pessoa e você nesse lugar. não há mais ninguém, não há testemunhas.
essa pessoa, que pode ser homem ou mulher, tanto faz, está desarcordada, desmaiada.
repito, a pessoa está completamente sem roupa, desacordada, totalmente à mercê. se você fizer alguma coisa com ela ninguém nunca vai saber.

vejam bem que essa pessoa está em situação de maior risco do que a S. essa pessoa está sozinha e sem roupa.

agora respondam às perguntas abaixo:

o que você acha que uma pessoa decente faria numa situação dessas e o que você acha que uma pessoa que não é decente faria?

o que você acha que uma pessoa que sabe o que é certo e errado faria?
o que faria uma pessoa que sabe que se abusar de quem está desacordadx muitas pessoas vão colocar a culpa em fatores externo ou na vítima?
o que faria uma pessoa que sabe que ao estruprar alguém desarcordadx muita gente colocaria a culpa na bebida ou no remédio ou na falta de roupa ou em qualquer motivo que tenha levado à vitima áquela situação de ficar totalmente expostx?

se vocês querem continuar alimentando a cultura de estupro. se vocês querem ser as pessoas que contribuem para que um estuprador se sinta à vontade para estuprar. se vocês querem fazer parte da parcela da sociedade (e ela é muito grande) que DESCULPA E INCENTIVA estupro (porque é isso que vocês estão fazendo ao ficarem discutindo se beber é lagal ou não) sinto muito por vocês.

você que diz que se bebeu até ficar desacordada tem que arcar com as consequências e não pode reclamar depois. sinto NOJO de você.

sinto pena.

eu só desejo que vocês nunca provem do próprio veneno um dia

Anônimo disse...

É safira,achar q alguém está agindo como idiota é o mesmo que torçer pra que essa pessoa se ferre e vibrar quando isso acontece e achar que mereceu tudo...
Eu ja vi que tenho pouca tolerancia a alcool,por isso e pelos relatos parei.
Outros que sentem o mesmo continuam bebendo,se isso n é uma atitude estúpida n sei o q é.

Meu irmão ja fui usuario de maconha e começou sabendo de tudo,bastante esclarecido,burrice é pouca.
Nem por isso todos da minha familia viraram as costas pra ele.pq ele entrou nessa pq quis.
Me poupe.

Carla

Fael disse...

Crime é crime, bêbado ou não.

Uma pessoa, em seu carro, desatenta por estar ao celular, atropela alguém. É um crime.
A mesma pessoa estando bêbada, em seu carro, atropela alguém. É um crime pior ainda.

Por que, então, um cara bêbado, passa a mão na 'amiga' (mesmo bêbada) vai ser um crime 'menor' ou 'perdoável'?

Agora, até vou usar a frase ridícula de comentários anteriores: "se a pessoa sabe que é fraca pra bebida, vai beber por quê?" É claro, dessa vez a frase aqui vai para o estuprador (pro criminoso), e NÃO pra vítima.

MonaLisa disse...

Há uns 3 anos no Ano Novo, estava voltando a pé bebada do centro da minha cidade pra casa, quando vejo um rapaz de uns 18 anos desmaiado de bebado na grama, com celular e carteira ali na minha vista.

Perguntei onde estavam os amigos dele e ele não sabia dizer, perguntei se queria que ligasse pros pais dele, ele disse que eles o matariam. Perguntei onde ele morava e por coincidencia morava no bairro vizinho. Ofereci ajuda pra irmos caminhando, e que caminhada eram umas 12 quadras.

Com ele pendurado no meu ombro, andamos uns 200 metros e ele caiu no chão, disse que não aguentava mais. Até que parou um carro oferecendo ajuda. Por outra coincidência, o cara do carro morava em outro bairro perto da gente.

Eu poderia deixar o rapaz sozinho com o outro naquele estado e seguir meu caminho. Mas fiquei preocupada com o rapaz. Deixamos o bebado na casa dos pais e eu voltei a pé pra minha casa. A mãe do rapaz queria agradecer e eu querendo ir embora logo, não tem que me agradecer pq fiz meu papel de cidadã.

Mas ainda espero um post da Lola aqui de um mascu que caiu bebado em um lugar e um estuprador ofereceu 'ajuda'. rsrsrs

Unknown disse...

Meu comentário não aparece. Fazer o que, não é?

Thiago disse...

Post bem tedencioso. Ela pincelou postagens para demonstrar que tentaram culpabilizar a vitima.
Alguns realmente culparam a vitima, mas a maioria estava falando da cultura da bebida em excesso que aumenta os riscos. Assunto válido também.

Muitos ficam limitando a conversa a um "meus sentidos pelo que aconteceu contigo". Qualquer assunto paralelo mesmo dentro do contexto é considerado "falta de empatia". Qualquer assunto discutido sem ser uma frase solidária e de apoio é rechaçado, ou pior, considerado culpabilização da vitima.


Informo que faço parte dos 0,1 % que não é estuprador. Segundo a S., com dados do seu instituto "As vozes me disseram", 99,9% dos homens são tomados por um distúrbio mental que os torna em violentadores. Depois ainda tentou justificar os dados com a sua esfera de amigas, uma amostra pifia.

Anônimo disse...

"Ou são apenas homens que foram ensinados que seu desejo vale muito mais que o consentimento de uma mulher?" A resposta, me parece, está justamente aí. Como se vivêssemos num sistema de castas e homens brancos heterossexuais nascessem destinados a ocupar o topo da pirâmide. (Eu também fui criado assim, embora cumpra apenas 2/3 dos requisitos básicos para ser um privilegiado.) Acho que as coisas só vão mudar quando o estupro for severamente punido, independente das circunstâncias em que ocorra, e se houver uma mudança radical na educação das crianças, para que meninos e meninas cresçam como iguais.

Jak disse...

"Anônimo disse...
A gente vive em uma sociedade em que mulheres desacordadas são estupradas na frente de pessoas conhecidas e ninguém faz nada. Dentro desse contexto, encher a cara até desfalecer é uma tremenda burrice."

Vou inverter o seu comentário pra ver se fica melhor:

Tremenda burrice é estar nesse contexto e não fazer nada quando pessoas conhecidas estão na sua frente sendo estrupadas, afinal a gente vive numa sociedade que é assim mesmo.

Anônimo disse...

Falam que n querem culpar ninguém mas escolhem posts sobre ESTUPRO pra falar que os jovens bebem em excesso!aff por que vocês n falam dos caras que bebem em excesso e ai vão e estupram a amiga? cade a preocupação em evitar os estupros mandando ELES pararem de beber? porque tudo bem falar isso pras meninas né

Lendo os comentários aqui me pergunto se Lola n precisa fazer um terceiro post sobre o assunto [dessa vez com desenhos bem coloridos] porque o povo tah repetindo as mesmas coisas do post da S, estão até piores. Essa caixa de comentários berra senso comum, passividade, preguiça..

Anônimo disse...

Eu saio de casa com meu carro.Vem um fdp e rouba meu carro.A culpa é de que? Do ladrão.
Mas está bem óbvio q uma pessoa q usa transporte coletivo tem muito mais chance de não passar por isso do que uma pessoa que resolveu ter um carro.
Afffff

P. disse...

Que quando a gente não domina 100% nossos sentidos não temos tanta condição de nos defender, acho que todo mundo já sabe.

Acho que a S. sabe, e quis sair e ir pra festa com seus AMIGOS e socializar e vivenciar experiências próprias da nossa cultura.

Acho que A., que fez um comentário mais acima e também já fez um guest post sobre a violência que sofreu, também sabe. E também optou por sair, beber e conversar com o carinha de quem tava afim (que depois se revelou um criminoso).

Eu também sei. E ainda assim saio com os amigos, sento num bar, bebo, vou pra festinha, conheço um carinha.

Por que todas nós fazemos isso? Segundo alguns posts infelizes, por pura burrice.

Outros não chegam a tanto, mas continuam com aquele papo de que "você tem que controlar seu consumo alcoólico pra evitar ser estuprada".

E esse papo não serve de nada, a não ser, ainda que na melhor das intenções, pra tirar o foco da questão.

E qual a questão aí? A questão é que eu, como mulher adulta, posso escolher o melhor método pra me proteger de ataques, seja ele fazer aulas de defesa pessoal, não beber, não usar nenhuma substância entorpecente, encher a cara de energético pra não dormir no ônibus, não sair de dentro da minha casa (aliás, esse último parece então o melhor conselho, já que na verdade nada realmente impede um ataque).

Só que, quando a S. vem aqui e posta o que aconteceu com ela, ou quando A. posta, ou quando qualquer outra de tantas nós que já sofreram essa agressão posta, em vez de tirar conselhos fáceis da caixinha, que só demonstram um velho ranço do "ó, vc tbem tem responsabilidade sobre as agressões cometidas contra vc", nós talvez devêssemos nos focar na sociedade que queremos construir.

E o que eu quero dizer com isso é que a fulana, a sicrana, a Lola e tantas outras pessoas podem optar pelo não consumo de álcool como forma de proteção ou por qualquer outra crença, mas na hora de falar com uma vítima de violência, precisam lembrar que ela é bem grandinha pra tomar suas próprias decisões, demonstrar alguma empatia pela violência sofrida e botar o dedo na única ferida real nesse assunto, que é a cultura do estupro.

Porque, na sociedade que queremos construir (pelo menos a que eu quero), as únicas coisas que devem pesar na decisão de tomar ou não uma bebida são questões como "será que eu vou passar mal?", "isso faz bem pra minha saúde?", "e a ressaca que eu vou sentir amanhã?", "terei alguém pra me levar em casa?", e outras questões afins.

Questões como "preciso me controlar ou serei estuprada" não pesariam nessa sociedade dos sonhos, e, mesmo que pesem nos pensamentos individuais de uma ou outra ou todas nós, não deveriam pesar na discussão política sobre o tema, já que discutimos e trabalhamos justamente para construir essa tal sociedade.

Anônimo disse...

anon 23:33

ri do seu comentário,pq vcs pegam exemplos nada a ver para diminuir o problema do álcool?
gente em ônibus tb pode ser roubada,estamos falando do risco de ficar bêbado e n ter como se defender,n entendo esses argumentos aleatorios sem sentido,que nada tem a ver com a questão.
só pq vc pode ter seu carro roubado,significa que n tem como evitar beber até cair?

" por que vocês n falam dos caras que bebem em excesso e ai vão e estupram a amiga? cade a preocupação em evitar os estupros mandando ELES pararem de beber?"

eu falei isso no outro post,que a bebida pode liberar o que tem de pior na pessoa,como esse amigo dela q durante anos n fez nada,foi só encher a cara e virou um monstro,o que todos entenderam?
q eu estava culpando a vitima.

Pedro Poli disse...

Espero do fundo do meu coração que minha irmã não beba até cair; que não atravesse a rua sem olhar para os dois lados; que use capacete ao andar de bicicleta. Espero que ela escolha seu curso universitário pelo prazer que a vida pode lhe dar, não pelo dinheiro que a sociedade (inclusive a família) espera que ela ganhe.

Espero que ela não faça um monte de burradas que eu fiz.

Porém, mais que tudo, espero que ela tenha a possibilidade de fazer as burradas sem ser molestada mais do que as burradas em si molestariam. Sejam essas ou outras.

Espero que, caso decida andar de bicicleta sem capacete e alguém abrir a porta do carro, queda, dor e tudo o mais, alguém estenda a mão - como estenderam para mim.

Que, caso escolha o curso errado e só descubra isso aos 36 anos, sejamos amigos o suficiente para apoiar uma mudança de rumos.

Que, caso faça a bobagem de beber até cair como o irmãozão aqui já fez algumas vezes, tenha amigos como os que o irmãozão aqui teve. Porque errar é humano; aproveitar do erro do amiguinho é maligno.

Anônimo disse...

anon 22:36

os únicos posts que eu vejo aqui q tem bebida no meio é de estupro,vc quer q a gente fale onde?
tenho certeza q se fosse um post de homens brigando bêbados ou de acidentes causados por bebida,as pessoas falariam do álcool.

Marina P disse...

P, gostei muito do seu comentário, se parece em vários aspectos com o meu ponto de visa. Pessoalmente, eu não sou de sair pra beber, à exceção da taça de vinho eventual, mas com certeza MUITAS VEZES faço escolhas que vão contra essa cultura de auto-proteção constante.

Eu fico preocupada com essa ideia de que temos que nos proteger a ponto de ser estranha para muitas pessoas a ideia de sairmos e tomarmos um porre com colegas! Acho que todo mundo se protege em maior ou menor grau segundo acha adequado, mas será que é tão absurdo assim ir numa festa e beber entre amigos, por exemplo?

Foi usando a ideia de proteção que por séculos as mulheres foram impedidas de frequentar uma série de lugares, que nos disseram que era melhor não executarmos alguns tipos de trabalhos e funções, que nos desencorajaram a dirigir, que nos disseram como nos vestir, que nos empurraram para relações que não nos agradavam, que nos tentaram impor "modelos de comportamento adequados", que nos disseram que tínhamos de nos casar e ter um homem que nos "protegesse", que nos desencorajaram a ir a manifestações e a falar coisas que desafiassem o status quo, etc. E é usando esse argumento que tantas vezes somos tratadas de forma condescendente, infantilizante, desrespeitosa e nos culpabilizam por uma série de violências e preconceitos que sofremos.

Por tudo isso eu acho complicado dar ênfase à quantidade de álcool ingerido num debate em que o foco da questão deveria ser a violência sexual. O feminismo é um movimento relativamente coeso, mas dentro dele existem inúmeras formas de ser feminista. Algumas disseram aqui que o feminismo para elas tem um sentido de proteção e eu entendo isso e acho que faz o maior sentido, mas o feminismo também tem componentes de enfrentamento, de questionamento, de empoderamento, etc. que podem pesar mais do que o aspecto "proteção" para algumas pessoas, simplesmente em função de sua personalidade e história de vida. É natural que cada pessoa privilegie determinados aspectos do feminismo em sua caminhada. Então tem gente que não bebe porque ainda não vivemos nessa sociedade que queremos viver, tem outras que bebem em algumas situações muito específicas e que parecem ser mais "seguras" e outras que bebem em qualquer situação. Talvez eu esteja me expressando de uma forma um pouco confusa... mas o que quero dizer é existe e parece sempre ter existido dentro do feminismo esse debate, essa tentativa de determinar se devemos nos proteger ou nos expor. Muitas sugerem um meio termo, mas cada uma tem uma ideia do que seria esse meio termo.

Eu tenho certeza de que não estamos simplesmente debatendo fatos e relatos, mas também as diversas formas de ser feminista.

Liana hc disse...

Esse gráfico aí que o Thomas botou é de casos já concluídos? Bem, isso aí é normal né. A grande maioria dos estupros não são denunciados e os que são, em sua maioria, não resultam em prisão. Então, é óbvio que os números de estupradores nas cadeias serão poucos em comparação a outros crimes como roubo, por ex. Nada de novo e não serve para desmentir coisa alguma.

Unknown disse...

Esse texto é muito tendencioso. Primeiro, há uma diferença absurda entre dormir no ônibus ou tomar um remédio para dormir e ser abusada e ir para uma festa tomar todas e acabar transando com outro bêbado.

É óbvio que no primeiro caso o homem é no mínimo um doente, e realmente a vitima não possui nenhuma parcela de culpa. Agora no segundo caso, você está numa festa, onde tem bebidas tem azaração, se for beber ao ponto de não saber com quem está transando, o ato é tanto responsabilidade sua quanto do parceiro, como o próprio texto diz:"Além do mais, o álcool não faz ninguém fazer o que não tinha predisposição para fazer.",ou seja, de acordo com essa frase, se ela transou é porque ela também tinha predisposição para fazer.

Porém, sem generalização, claro que há casos em festas em que realmente ocorre estupros, quando, por exemplo, uma menina que não é acostumada a beber ou nunca bebeu, é influenciada por um cara na festa a beber, e ele a faz beber até ficar inconsciente, já tendo em mente o que fazer, isso é um crime premeditado, ai sim é um estrupo onde há vitima e culpado.

Porém, esses casos são minorias, na maioria a mulher bebe consciente que se exagerar vai perder grande parte da razão, assim como o homem, então nesses casos, tanto para a mulher quanto para o homem, o melhor é não exagerar, passou do limite, está assumindo uma responsabilidade, é como dirigir um carro estando bêbado, será responsável por seus atos.

lola aronovich disse...

Ahã, Marcos Alberto, o texto é muito tendencioso, mas o seu comentário - repetindo várias vezes que a mulher que é estuprada está "transando" - não é. Certo. Entenda: uma mulher que está desacordada não deu seu consentimento pra fazer sexo. Ela não tem condições de consentir, porque está inconsciente. Se alguém faz sexo com ela (ou melhor, NELA), é estupro. Não importa se ela estava flertando com o cara, se ela tinha dado altos amassos no cara (o que não era o caso da S. -- eles eram amigos de infância). No momento em que ela está desacordada, acabou. Game over. O cara não deve fazer mais nada. Assim como um cara desacordado também merece esse mesmo respeito. "Fazer sexo" e "fazer sexo sem consentimento" são coisas completamente diferentes. O segundo caso tem uma palavrinha pra isso: estupro.

aiaiai disse...

Marina P, seu comentário não foi nada confuso. Muito claro e bom, a meu ver.

o feminismo é protetor sim, pois busca a igualdade. se formos iguais já estaremos protegidas de várias violências que ocorrem simplesmente pelo fato de nos colocarem como diferentes.

No caso de estupro, o feminismo nos protege quando reafirma que devemos lutar para que os homens não estuprem. não cabe ao feminismo pregar a ladainha machista de que mulheres são mais frageis e portanto devem "se proteger" de situações que possam levar ao estupro. É óbvio.

Veronica disse...

Viram só (comentário do Marcos) ? Homens ainda acham que mulher desmaiada está transando... Como alguém "desmaiado" faz alguma coisa além de ficar lá parado????

Anônimo disse...

Lolinha, olha que otimo: http://www.vice.com/read/the-world-of-a-professional-naked-girl?utm_source=vicetumblrus

Hamanndah disse...

Marcos digitou:
""Além do mais, o álcool não faz ninguém fazer o que não tinha predisposição para fazer.",ou seja, de acordo com essa frase, se ela transou é porque ela também tinha predisposição para fazer."

Marcos

A garota estava apagada!!

Ela não estava bêbada consciente, elea estava apagada

Ela não fez nada.

Ela estava apagada

Foi o cara que transou com ela, não foi ela que transou com o cara

Ela não estava de foguinho e quis fazer sexo com ele consentido

Ela estava apagada, dormindo

Uma pessoa dormindo pode dar o consentimento para fazer sexo?

Eu, hein, cada uma que a gente lê...


Marina disse...

Um excelente post!Incrível como tem gente que AINDA não entendeu!

Anônimo disse...

Anonimo das 00:33

Olha, vc deve desconhecer a palavra empatia, ja que admitiu que propositalmente decidiu discutir a questao do alcool num post sobre estupro, e insiste nisso, pq seria o unico tipo de postagem que toca nessa questao.

Mesmo depois de a autora e eu falarmos que nao eh exatamente adequado por reabrir feridas nossas (que no caso da autora, nem tiveram tempo de fechar).

Sem querer retirar carteirinha de ninguem, mas que feminismo eh esse que ignora solenemente a dor de outras mulheres? Mulheres essas que foram violentadas e mal tem a quem recorrer?

Se deseja tanto discutir a questao do alcool, peca a Lola um guest post especifico sobre abuso deste e outras drogas, a pressao social para seu consumo, etc. Com a devida demanda tenho certeza que ela faria isto.

Eu estou indignada com algumas pessoas aqui, feministas inclusive, que acham que um assunto importante, porem secundario, eh mais urgente que discutir violencia sexual por pessoas conhecidas e de nossa confianca. Mesmo depois de as pessoas que passaram por isso pedirem para vcs PARAREM!

Percebam que a propria Lola fez este post para dar uma bronca em vcs, mostrando pq a atitude de vcs eh absurda e mesquinha.

Eu soh tenho uma conclusao sobre isso: muito provavelmente vcs nunca sofreram uma violencia sexual deste porte, senao teriam sensibilidade de tratar uma coisa de cada vez.

R.

Marina disse...

E outra coisa...todo mundo fica falando "Se a pessoa estivesse com 100% dos seus sentidos poderia se defender blábláblá whiskas sachê"..
Como se fosse mto comum e fácil qdo chega uma pessoa ameaçadora (ou não) perto de alguém, esse mesmo alguém dar um jiraia na pessoa ameaçadora e sair correndo neh!Principalmente se essa pessoa ameaçadora for um homem mais forte!
Affeee!

Anônimo disse...

Lola, eu não acredito!!! Como você recomenda na sua lista de blogs recomendados um site desses?!

http://www.hariovaldo.com.br/


Exijo respostas!

Mirella disse...

Muito medo de pessoas tipo esse Marcos, que não sabem diferenciar uma pessoa acordada e com tesão de uma pessoa desacordada e inconsciente.

De cara já dá para saber que o sexo com alguém assim é péssimo, pois não faz ideia do que se passa com a outra parte e só está preocupado com seu prazer.
Analisando mais profundamente, dá medo de pensar se alguém assim já não estuprou alguém por ser egoísta.

Mirella disse...

"Mesmo depois de as pessoas que passaram por isso pedirem para vcs PARAREM!"

Resumindo na fala da R. toda a falta de empatia de algumas pessoas.

Mirella disse...

Quem reclama da bebida que ~facilita~ estupro vai chegar no Marcelo Rubens Paiva, e dizer: tá vendo, quem mandou beber?
Vai chegar na moça que se botou fogo e dizer "êêê cachaça!"?????

Não, né.
Mas daí a moça é ESTUPRADA e tem que ouvir essas barbaridades.

Malditos maias que me deram esperança.

Beatriz Correa disse...

Sei lá, medo desse Marcos Alberto...

Pessoas com esse tipo de pensamento são os primeiros a achar q mulheres na mesma situação que a S. estão lá para isso mesmo: serem bolinadas e servirem de brinquedo sexual.

Me dá um medo ABSURDO pensar q pessoas assim passam ao nosso lado, convivem no nosso meio, todos os dias.

Veronica disse...

Para Mirella,

Não falaria para Marcelo Rubens Paiva "tá vendo, quem mandou vc beber" , pq no início dos anos 80, ele mesmo escreveu que foi responsável pelo que ocorreu.

E eu também não disse em momento algum para ninguém estuprado "quem mandou vc beber".

Agora francamente, acho mesmo que beber até desmaiar é uma loucura, uma vez que pelo o q lemos aqui, ainda tem homem que acha (na verdade acredita) que mulher desmaiada transa.

Não participarei mais desse post, pq vcs não entendem a diferença de querer evitar uma situação onde eu vou sofrer e culpar uma vítima.

Mulheres continuarão sendo abusadas todos os dias independentemente do que acho, do que eu faço.

Então, cada uma que se cuide (ou não) como bem entender.

Anônimo disse...

Mônica
Angela Rô Rô

Garota, não vá se distrair
E acreditar que o mundo vive
A inocência desse teu olhar
Você se engana e se dá mal
Com tipinho anormal
E a sociedade vai te condenar

Morreu violentada por que quis
Saía, falava, dançava
Podia estar quieta e ser feliz
Calada, acuada, castrada
Morreu violentada por que quis
Saía, falava, dançava
Podia estar quieta e ser feliz

Agora não dá mais para sonhar
O seu diário na TV
Não há segredos mais pra ocultar
Todos vão saber que era criança
E que amava muito os pais
Que tinha um gato e outros pecados mais

Morreu violentada por que quis
Saía, falava, dançava
Podia estar quieta e ser feliz
Calada, acuada, castrada
Morreu violentada por que quis
Saía, falava, dançava
Podia estar quieta e ser feliz

Aída Curi era rock
Aracelli balão mágico
Cláudia Lessin a geração de Reich
O que eu não vou classificar
É a dor do pai, a dor da mãe
Que ela poderia ser, mas não vai

Queremos o seguinte no jornal
Quem mata menina se dá mal
Sendo gente bem ou marginal
Quem fere uma irmã tem seu final
Queremos o seguinte no jornal
Quem mata menina se dá mal
Sendo gente bem ou marginal
Quem fere uma irmã tem seu final
Quem mata menina se dá mal
Quem mata menina
Quem mata menina
Quem mata menina

Josie disse...

Vocês que causaram meu estupro.
Vocês, garotas que "se dão o valor", que acham que tem que "se fazer de difícil", e "não ser fácil" em relação aos homens de seu interesse. Vocês que sustentam a ideia de que o homem deve insistir à recusa feminina, que validam o conceito de "caçada" na conquista, e que o parceiro perderá o interesse se "conseguir o que quer muito fácil". Vocês mesmas, que falam que um não quer dizer sim, e que se o homem não tiver "pegada forte" coloca sua sexualidade em dúvida.
Vocês causaram o meu estupro e meu estuprador não sabe que me estuprou.
Vocês ensinaram ao meu estuprador que o meu não, era na verdade um sim. E que minha recusa era um desafio, e desafios devem ser aceitos. Vocês fizeram ele acreditar que ele feriria sua masculinidade se não "se esforçasse" -ou me forçasse- para atingir seu objetivo: uma penetração. Vocês o condicionaram a acreditar que seria "frouxo" caso respeitasse a minha opção, e que ele estava no direito de fazer aquilo e que era meu dever proporcionar-lhe sexo.
Vocês causaram meu estupro e ainda me culpam por isso.
Vocês que acham que eu "não reagi o suficiente", e que se ele fez foi porque "eu deixei", ou ate que eu "me arrependi" do erro e não quis assumi-lo. Vocês que perguntam do meu passado sexual, da minha roupa, do lugar onde eu estava[..] ao saber do meu estupro. Vocês incentivaram o meu estuprador a "insistir um pouco mais" e invadir o meu corpo.
Vocês, que validam o patriarcado, causaram o meu estupro.

Thalita disse...

Eu tenho um filho ainda bebê. Vou ensiná-lo da melhor maneira que puder a não desrespeitar as mulheres em nenhum grau. Nem ninguém, obviamente. Mas se eu vier a ter uma filha eu vou, com muita dor no coração, pedir para ela ficar atenta sim. Eu sei que isso vai fazer com que ela se sinta intimidada, menos livre, mas eu só posso educar meu próprio filho! Nada posso contra quem eventualmente achar que, por estar bêbada, minha suposta filha esteja disponível. Jamais a culparei se isso (que os deuses que estiverem lendo isso me livrem) acontecer, mas o que mais, na prática, eu posso fazer?

Homem de 40 disse...

"No momento em que ela está desacordada, acabou. Game over. O cara não deve fazer mais nada. Assim como um cara desacordado também merece esse mesmo respeito. "Fazer sexo" e "fazer sexo sem consentimento" são coisas completamente diferentes. O segundo caso tem uma palavrinha pra isso: estupro."

Até que enfim concordei com algo, Lola.

Anônimo disse...

josie

agora todas as mulheres tem culpa dos estupradores existirem?
tá meio confuso,estão repetindo direto para não culpar a vítima e você diz isso?

P. disse...

Ai, gente, pelo amor, né, é claro que cada um tem sua escolha e pode ensinar o que quiser pras suas filhas.

Mas isso é vida privada.

A questão é, numa discussão política, numa discussão feminista sobre o tema, é nisso que a gente tem que se focar? Que o álcool deixa a gente vulnerável e a gente não pode beber se quiser ser estuprada?

Ou será que devemos discutir, trocar experiências, ser mais empáticas com o sofrimento alheio, tendo em vista a mudança que queremos alcançar?

Anônimo disse...

Outro dia, uma amiga me beijou. Ela tinha bebido muito e eu sabia que, estando sóbria, não teria feito isso. O que fiz? Coloquei ela para descansar e pronto.
Prometo que não é difícil.
Se ela quiser, que fique comigo sóbria. Simples assim.
Acho que uma pessoa que passa a mão em outra que está alterada (ou, pior, desacordada) só pode ser MUITO insegura.
Será que é tão patética que não consegue ficar com alguém consciente?

Anna disse...

Anônimo disse...
anon 22:36

os únicos posts que eu vejo aqui q tem bebida no meio é de estupro,vc quer q a gente fale onde?
tenho certeza q se fosse um post de homens brigando bêbados ou de acidentes causados por bebida,as pessoas falariam do álcool.

25 DE ABRIL DE 2013 01:02


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Hum, q tal em algum outro blog q esteja discutindo álcool e seus perigos? alguém por acaso é obrigado a deixar um comentário nos posts da lola? se num post sobre ESTUPRO tem a palavra bebida vamos todos nos concentrar nisso? sem falar nos comentários na linha do ''Mas dormir no ônibus é bem diferente! Vc estava na festa e escolheu beber.. Ajoelhou tem que rezar!''
Como já foi dito um zilhão de vezes, quer falar da obsessão por bebida, onde muitos jovens e adultos acham q precisam beber, podia pedir um post porque isso é algo pra ser discutido, mas não num post sobre estupro porque é um post sobre estupro, nada mais.

As autoras leem os comentários. Elas passam por uma situação horrível, escrevem um post e vamos todos ficar perguntando por que elas beberam?

As pessoas querem sempre jogar a responsabilidade nas meninas.. Homens q estupram ou são sociopatas sem cura ou pobres garotos q não sabiam q abusar de uma pessoa desacordada não pode.
O mesmo povo q fala q todas as mulheres precisam se prevenir e nunca dar mole é aquele q fica indignadíssimo quando fala em ensinar homens a não estuprarem, meio confuso.

Mirella disse...

Quem disse que se ela não bebesse ela evitaria a situação? Como é possível saber disso? É esta a questão: NÃO BEBER NÃO EVITA ESTUPRO.
Pessoas sóbrias são estupradas, pessoas ébrias são estupradas, pessoas dormindo são estupradas, pessoas em coma são estupradas.
Pessoas são estupradas e PONTO.


é por isto que não faz sentido achar que sobriedade evita estupro. não faz sentido querer levantar este tipo de questão (o papel do álcool na sociedade) num debate sobre violência sexual.

Bom, é o que eu penso. E continuar tocando no assunto apesar de as guest posters pedirem para parar é crueldade, na minha opinião. Ninguém vai deixar de beber por isto, e só estão machucando as pessoas envolvidas.

Luana disse...

Anônimo que não entendeu o site do Hariovaldo:
http://www.hariovaldo.com.br/site/about/advertencia/

Anônimo disse...

Levando em consideração que só aqui no blog da Lola eu já li vários relatos de mulheres que beberam, por vontade própria, a ponto de ficarem inconscientes ou incapazes de se defender e homens conhecidos, "amigos", namorados, confidentes as estupraram sem pensar duas vezes, honestamente não vejo como avisar às pessoas que encher a cara até perder a consciência é culpar a vítima.

Notem: não é o estranho que pula da moitinha de madrugada e te ataca. É o amigo, o pai, o colega de trabalho, o colega de escola, gente que sabe quem você é e talvez até te siga no Twitter.

Os homens devem ser educados a não fazer esse tipo de coisa e as mulheres a não ficarem passivas quando presenciam essa situação tão comum - da bebedeira seguida de assédio, muita gente genuinamente nem sabe que isso é estupro - com alguém que esteja em suas vistas. Mas será que todos vão ouvir? Será que basta magicamente falar-se e conscientizar as pessoas da cultura do estupro para, como pó de pirlimpimpim, acabarem os estupros e eu poder beber, ficar jogada em uma sarjeta envolta numa poça de vômito e meu corpo e pertences pessoais ganharem a magia da inviolabilidade? Creio que não, ainda mais no Brasil, onde todas as trancas, alarmes e muros altos são absolutamente necessários.

Quem causa o estupro é o estuprador. Muito bem, então é dele que eu vou me defender fazendo escolhas melhores, tais como não me drogar (bebida é droga também, a rapedrug mais antiga do mundo) até perder os sentidos. Se nem todo estupro pode ser evitado, esse, do abuso de confiança decorrente de embebedamento voluntário, pode ser sim.

Questão de responsabilidade. COMIGO. Pra não virar mais um número na estatística e mais um relato de horror pra contar pra Lola.

E tudo isso antes de passar por essa situação e daí concluir que puxa, eu realmente não devia ter feito isso.

Anônimo disse...

"Quem causa o estupro é o estuprador. Muito bem, então é dele que eu vou me defender fazendo escolhas melhores, tais como não me drogar (bebida é droga também, a rapedrug mais antiga do mundo) até perder os sentidos. Se nem todo estupro pode ser evitado, esse, do abuso de confiança decorrente de embebedamento voluntário, pode ser sim."

PERFEITOOOOOOOOOOOOOO é isso que nnguém tá entendendo por aki

Sweet G. disse...

NÃO BEBER NÃO EVITA ESTUPRO.

Disse tudo.