segunda-feira, 3 de abril de 2023

O QUE MAIS SE SABE SOBRE O ATENTADO NA ESCOLA

Hoje faz uma semana que um adolescente de 13 anos matou a facadas a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, feriu outras três professoras e um aluno na escola estadual Thomázia Montoro, em SP, e foi apreendido. Foi pelo menos o décimo ataque em escolas brasileiras nos últimos nove meses.

Em depoimento à polícia, o adolescente disse que não gostava do pai, que o pai batia nele com cinta e que também era agressivo com a mãe, e que pensou em matá-lo quando tinha onze anos. Mas alegou que não foi isso que o levou a cometer o atentado, e sim o bullying que dizia sofrer por sua aparência. Segundo ele, era chamado de "rato de esgoto" por alguns colegas. Ele já planejava o ataque havia dois anos, inspirado em Columbine.

No dia 7 de fevereiro, ele enviou a seguinte mensagem pelo WhatsApp a um colega: "Vc vai morrer. Vc tá fudido. Vou matar vc e sua mãe fdp". A mãe do menino ameaçado (de 12 anos) viu a mensagem uma semana depois e escreveu: “Vou na escola hj mostrar o tipo de conversa que vc tem com as pessoas. Aqui ninguém tem medo de vc não”. Três minutos depois, o adolescente pediu desculpas, disse que era só brincadeira, e implorou para que ela não contasse: "vc não conhece meus pais". A mãe fez a coisa certa: foi à escola e denunciou a ameaça.

Até o início de março, o adolescente estudava em outro colégio, na escola Estadual José Roberto Pacheco. Um mês antes do atentado, os pais do garoto foram chamados para conversar sobre o comportamento suspeito do filho. Além da ameaça de morte a um outro aluno, ele já pedido a uma aluna um isqueiro e gasolina, mostrado a colegas imagens suas portando armas de fogo, e elogiado outros massacres. Toda essa comunicação com os pais foi registrada em ata. Ou seja, eles sabiam que o filho tinha "interesse em realizar uma chacina". O pai agiu com indiferença, disse que estava tudo normal e que a arma era dele. 

A vice-diretora da escola mostrou à Polícia Civil não só a ata da reunião com os pais, mas também o boletim de ocorrência que registrou. Ela repassou o que sabia ao Ministério Público, que não fez o que deveria a tempo. A promotoria só apresentou o pedido de internação compulsória um mês depois do boletim de ocorrência. 

Ao que me parece, a escola agiu muito corretamente: pediu que os pais levassem o adolescente para um exame no Capsi (Centro de Atenção Psicossocial Infantil) para ver se ele teria condições psiquiátricas de seguir no colégio. Os pais apresentaram somente um laudo preliminar, e a escola recusou que o garoto continuasse a frequentar as aulas. No dia 1o de março, os pais então transferiram o filho para a escola Thomázia Montoro. No dia 27 de março, ele cometeu o atentado lá. 

A polícia já ouviu quarenta pessoas, entre elas um aluno que conversou com o adolescente no banheiro antes das facadas (o menor negou qualquer participação), e outro que pode ter instigado o assassino nas redes sociais. Ainda há bastante para se desvendar, mas eu fico imaginando a reação de todo mundo que havia alertado sobre o comportamento perigoso do adolescente. Não há dúvida que ele deu sinais claros do que iria fazer.

Mais duas notinhas relacionadas: Há seis meses houve um ataque à uma escola em Barreiras, BA. Uma aluna cadeirante de 19 anos foi morta a tiros e facadas por um adolescente de 14 anos, frequentador de fóruns de ódio, que tinha pegado a arma do pai, que é policial. Uma coisa que eu ainda não sabia: o adolescente ficou tetraplégico.

A mãe do jovem de 18 anos que em agosto do ano passado tentou realizar um massacre em Vitória, ES (felizmente ele foi impedido e hoje está preso) deu uma entrevista dizendo: "Não sei como comunidades na internet capturam e seduzem esses jovens, mas parece que pescam mesmo essas possíveis vítimas para poderem fazer de soldado deles". Essa mãe não desconfiou de sinais bastante evidentes de que o filho pode estar radicalizado, como pedir livro para "entender a mente de Hitler", querer vestir capa preta e coturno, se interessar por armas de fogo, não demonstrar mais afeto, idolatrar atiradores de massacres, e frequentar comunidades de ódio na internet. De novo, algo que repito há anos: pais, vocês precisam saber o que seus filhos fazem na internet e conversar com eles.

46 comentários:

Luise Mior disse...

Pois é Lola, a Internet está criando novos terroristas. Precisamos democratizar as redes sociais-Google, YouTube, Tik Tok, Facebook, Instagram, Twitter- para que as pessoas não sejam radicalizadas,através dos algoritmos já existentes que fazem isso conosco. Abraços

Leandro disse...

A escola não agiu corretamente, pois deveria acabar com o Bullying no momento em que foi avisada. Nós da esquerda cansamos de avisar sobre isso, mas nenhuma escola age severamente quanto a isso. Só empurram com a barriga. Milhares de crianças estão enfurnadas cada vez mais em escolas, com conteúdo sufocante, sem que elas tenham tempo livre, e para muitos, a escola passa a ser uma visão do inferno. Estar na visão dos oprimidos, antes que estes tenham episódios assim é fundamental.Ignorar o pnoto de vista do aluno agredido, que depois quis agredir os demais, é um erro, e só serve a máxima direitista de que tem que punir sem de fato fazer algo para impedir que toda essa cadeia ocorra. É preciso acabar com isso na raiz. O problema aí é a falta de responsabilidade da escola em proteger seus estudantes do Bullying. O texto mostra uma criança como um monstro. Ignora completamente o contexto. É lastimável. Coisa de extrema direita total.

Leandro disse...

Aliás, antes de defenderem a regulamentação das redes sociais, vejam o que o partido pirata tem a dizer sobre isso.

Leandro disse...

As escolas sempre jogam a responsabilidade para os pais. É possível ver isso inclusive em escolas particulares e outras escolas que dizem dar atenção especial ao comportamento dos alunos, como escolas militares, mas no fim, todas jogam o problema para os pais. Durante vários anos bullying são cometidos e quando a direção é apertada, tiram o corpo fora. Quem passou por isso sabe muito bem como é. E nesse caso é triste ver como a escola é protegida, quando deveria ser cobrada, pois é uma instituição forte e mais aparelhada para cuidar de casos de comportamento que, pasmem, acontece dentro delas. Quando o bullying fica mais sério, jogam a culpa nos alunos e aproveitam do moralismo das pessoas para dizerem "ei, os alunos devem respeitar a escola".

Anônimo disse...

Eu acho que a questão é muito mais ampla do que querer colocar mais regras em redes sociais além das já aplicadas em qualquer uma delas.
Não há mais senso de comunidade entre as pessoas,não existem associações de bairro, não existe coletividade,a escola é feita somente para os iguais...
E tem o capitalismo em sua forma mais nefasta ,da individualização e financerizacao do indivíduo.
Dizer que é culpa da Internet é simplificar demais até o próximo massacre.
Afinal de contas Hitler fez o que fez com apoio do povo alemão com a ajuda da "Internet ".

Denise disse...

Sabe, Lola, eu acho muito preocupante essa culpabilizacao dos pais, principalmente das maes. Não que os pais não tenham responsabilidade sobre seus filhos menores de idade, é claro que tem, mas o buraco é muito mais embaixo. Arrisco dizer que a maioria dessas maes são vítimas também: vítimas dessa sociedade patriarcal, vítima de maridos abusadores, sem qualquer tipo de apoio e que tem que se desdobrar a beira da exaustao para dar conta de criar os filhos, cuidar da casa e trabalhar fora.

Eu acho que o olhar tem que ser voltado para a sociedade violenta em que vivemos. Os co-responsáveis por essa calamidade pública de escalada da violencia são todas as pessoas que criam filhos com violencia física e psicológica, que tratam criancas sem respeito, que votam em genocida, que destilam ódio pela internet, que propagam preconceito e discriminacao. É muito fácil olhar pro macro ou culpabilizar apenas o assassino e sua família, sem olhar para comportamentos individuais cotidianos que pactuam com essa cultura do ódio.

Eu moro num país onde felizmente essas chacinas não ocorrem, mas ainda assim a violencia nas escolas é chocante. Eu tento proteger meus filhos, me sacrifico pra conseguir pagar uma escola construtivista e pequena, onde as criancas são calmas, amáveis e tem aula inclusive de gentileza (sim, “graca e cortesia” é uma das matérias da escola desde os 2 anos de idade e meu filho que já está no terceiro ano do fundamental segue tento aulas assim). Os amigos do meu filho de 8 anos são as criancas mais doces e gentis que eu conheco. Mas tenho muito medo do dia em que eles vao sair dessa nossa bolha, porque o que eu vejo e escuto aqui sobre as escolas é assustador.

E o que me desanima mais é que não vejo grandes movimentos de mudanca. A internet e a busca por informacao rasa, o excesso de estímulos, a radicalizacao e o conservadorismo só propagam essa onda de violencia. Parece que a imensa maioria das pessoas está cega e não consegue ver como acoes simples cotidianas impactam nessa onda macro de violencia. As vezes acho que pais como eu que educam pela paz só nadam contra a corrente...

avasconsil disse...

Interessante que ele parece ter omitido do depoimento a parte que o tornaria mais culpável, que é a participação de grupos virtuais de ódio bem real, em que ele deve ter deixado comentários preconceituosos e violentos, externalizando seu lado mau. Ele preferiu falar das coisas que o põem como vítima, como a agressividade do pai e o bullying que pode ter sofrido por parte de colegas da outra escola. Não sei se a seleção do que incluir no depoimento foi proposital ou não. Talvez tenha sido inconsciente, já que é comum criminosos e vilões sinceramente se enxergarem como vítimas, talvez até pra não precisarem lidar com o remorso, coisa que os psicopatas nem têm. Talvez quem não sinta remorso, arrependimento ou culpa só tenha como opção se vitimizar; talvez seja efeito da falta de empatia, sei lá. Como não conseguem ser empáticos não conseguem se colocar no lugar dos outros e reconhecer seus próprios erros; só conseguem enxergar os erros dos outros para consigo. A mãe do rapaz que felizmente foi impedido de cometer o massacre não entende como grupos da internet atraíram o filho dela. É difícil entender mesmo. Eu mesmo acho que vou morrer sem entender como tanta gente votou num neonazista pra presidente aqui no Brasil, em 2018 e em 2022. Lula ser corrupto é só uma racionalização, porque há tempo está bem óbvio que o não-reeleito é corrupto ao extremo ele mesmo (tanto está entre muitas pessoas corrompidas, como é corrompido ele próprio). A mente humana é uma caixa de surpresas difícil de entender. Acho que é por isso que acredito em Deus. Sem a tutela de forças exteriores, do bem, o livre-arbítrio humano já teria acabado com a humanidade há muito tempo. Se a civilização ainda está aqui é porque existem alguns mistérios por aí.

avasconsil disse...

Bom, também já dá pra perceber que esses atentados seguem um padrão. Parece que só gente do sexo masculino se mete nisso. Acho que até agora nenhuma adolescente ou mulher adulta cometeu esse tipo de homicídio . E os crimes ou atos análogos a crimes não são repentinos. Os executores demoraram pra chegar à prática, enquanto isso deixam vestígios ou sinais na internet e fora dela também. Dá pra as polícias monitorar pra tentar impedir que o pior aconteça. E os pais, mães e outras pessoas que tenham mais proximidade com esses jovens também podem fazer sua parte. Quem mais pode fazer alguma coisa são as polícias, usando a internet. Muita coisa acontece na internet.

Anônimo disse...

a) Lola sou sua fã amo seu blog

b) A escola precisa ter mais corpo de apoio com a contratação de psicólogos e assistentes sociais. Também defendo a contratação de porteiros e câmeras de segurança mas com inspetores para operar o material. Contratar inspetores ê imprescindível o corpo discente deve ser sempre supervisionado são crianças

c) Pais vigiem a vida digital de seus filhos não permitam que eles sejam seduzidos pela extrema direita asquerosa

Anônimo disse...

https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://g1.globo.com/google/amp/politica/noticia/2023/04/04/lula-sanciona-leis-que-preveem-funcionamento-24-horas-de-delegacias-da-mulher-e-programa-de-combate-ao-assedio-sexual.ghtml&ved=2ahUKEwiLw4es8JD-AhXUhJUCHVaTA6cQFnoECAgQAQ&usg=AOvVaw1qHpUneyizBF-V4bULu92Q

Anônimo disse...

Não é incomum que adolescentes por diversas razões tenham interesse por violência. Tive colegas traumatizados que se refugiavam em mídias de horror, eu mesmo curtia mídia violenta e relatos que hoje chamam de "true crime". Geralmente é uma forma de se sentir no controle sobre a própria capacidade de sentir medo, compensar momentos nos quais a gente se sente impotente e assustado no cotidiano. O que é novidade é como é fácil recrutar pessoas nessa fase de apego ao mórbido, transformando o terror em glória e fama. Fantasiar com violência não é tão anormal, o problema é ter grupos que se aproveitam disso e da típica falta de noção (coisa do período de desenvolvimento cognitivo mesmo) da molecada.

Anônimo disse...

https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://ptnacamara.org.br/site/projeto-de-lei-busca-garantir-a-publicacao-da-lista-suja-do-trabalho-escravo/&ved=2ahUKEwjXsrWK8ZD-AhXZpJUCHb00B6EQFnoECBAQAQ&usg=AOvVaw1arA9vzdkjDjkqLE_9N0Sx

Projeto da Maria do Rosário e outras deputadas

Mihaelo disse...

Essa afirmação de que ele sofreria "bullying", é lorota para enganar ingênuos. A diretoria da escola anterior tomou todas as providências necessárias ao perceber a agressividade dele e o que ele escrevia de ameaças na internet, inclusive com registro em ata da denúncia da mãe do aluno que foi ameaçado pelo aluno criminoso. Enquanto os deputados, senadores e os ministros do STF permitirem a existências desses chans e das redes sociais com postagens de discursos de ódio fascistas, esses garotos brancos pobres ou de classe média seguirão cometendo esses ataques. Os pais do agressor se negaram a fazer o tratamento psicológico para o filho. O que fizeram foi transferi-lo para outra escola, como se isso fosse resolver o problema! Adolescente não é adulto,ainda é um ser em formação, portanto não poderia utilizar a internet sem monitoração dos pais! Na escola, sempre que se faz projetos de comunicação entre alunos de outras escolas ou de outros países, como no EPALS, o correio-eletrônico é monitorado, isto é, as mensagens vão primeiro para a caixa de mensagens do professor ou professora, que as lê para verificar se não há algo ofensivo ou inadequado nos textos e ou nas imagens e vídeos anexados, e somente após isto, é que são liberadas para os estudantes. Se percebe que a maioria dos pais não faz isso, e depois se queixam de porquê os filhos terem sido capturados pelos discursos de ódio!Já utilizei o Epals, é cansativo e se toma muito tempo, mas evita que problemas ocorram na escola. Se isso fosse feito em casa pelos pais, o mesmo problema se evitaria. Mas, claro, em sendo o pai bolsonarista, ele não tem nenhum interesse em combater a doutrinação dos seus filhos por parte dos extremistas!!!

avasconsil disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paulo disse...

Para avasconsil:

"Parece que só gente do sexo masculino se mete nisso. Acho que até agora nenhuma adolescente ou mulher adulta cometeu esse tipo de homicídio"

Favor pesquisar antes de escrever (notícia de 26 de março passado):

https://expresso.pt/internacional/eua/2023-03-27-Policia-confirma-que-autora-do-ataque-em-escola-nos-EUA-tinha-28-anos-24e452fc

Mulher, natural de Nashville, morreu em confronto com os agentes da Polícia dentro da The Covenant School, uma escola cristã particular fundada em 2001 e que acolhe cerca de 200 alunos

A autora do tiroteio que matou três crianças e três adultos numa escola de Nashville, no estado norte-americano do Tennessee, tinha 28 anos, confirmou esta segunda-feira a polícia, que havia indicado que poderia tratar-se de uma adolescente.(...)

Anônimo disse...

Mas ela era uma mulher trans, ou seja um ex-homem. Portanto fica comprovado que somente homens brancos neofascistas incels cometem esses crimes!!!

Mihaelo disse...

Ocorreu novamente!

https://revistaforum.com.br/brasil/2023/4/5/urgente-homem-invade-creche-mata-bebs-machadadas-se-entrega-policia-133856.html

avasconsil disse...

Como eu não tinha certeza falei parece. Não escrevi um artigo acadêmico ou um TCC... Mas pra 01 mulher quantos do sexo masculino não há? Hoje mesmo um cara de 25 anos invadiu uma creche e matou algumas crianças em Santa Catarina. Esse de Santa Catarina parece que fez o que fez por causa de um desafio de videogame. Essa outra de Nashville pode ter sido pelo mesmo motivo. Videogames atraem pessoas dos 02 gêneros.

avasconsil disse...

Audrey Hale é uma mulher cis que se identifica como homem transgênero...


Caso em escola de Nashville foi 131º ataque a tiros nos EUA em menos de três meses



Audrey Hale, de 28 anos, foi identificado como o autor do ataque.

Houve uma confusão inicial sobre a identidade de gênero de Hale — a polícia inicialmente a descreveu como uma mulher cisgênero e, posteriormente, disse que Hale se identificava como um homem transgênero.

Ele estava armado com três revólveres, incluindo um rifle semiautomático, e foi morto a tiros pela polícia.

Hale, que não tinha antecedentes criminais, era ex-aluno da escola e os policiais acreditam que "ressentimento" pode ter sido o motivo para o ataque.

O atirador tinha um manifesto e desenhou um mapa detalhado da escola, com pontos de entrada. A polícia agora está estudando esses documentos.

A polícia recebeu a primeira ligação sobre o incidente às 10h13, horário local (11h13 de Brasília), na segunda-feira (27/3).

O suspeito dirigiu até a escola e entrou atirando por uma das portas, que estavam todas trancadas.

O vídeo divulgado posteriormente pela polícia de Nashville mostra Hale usando uma arma para quebrar as vidraças das portas da frente e vagando pelos corredores desertos da escola — em um ponto passando por uma sala intitulada "Ministério Infantil".


https://www.bbc.com/portuguese/articles/cqvj817340lo

Anônimo disse...

Lola, vc tinha que ser contratada pelo ministerio da educacao, para trabalhar em conjunto com a inteligencia. Voce sabe muito sobre isso.

Anônimo disse...

Ela era trans

John Abner disse...

Por mais que possamos buscar causas sociais no fenômeno dos massacres escolares, é cada vez mais necessário entender que eles não ocorrem de maneira orgânica. A cooptação de pessoas dispostas a cometer esse tipo de crime é feita, em grande medida, de maneira intencional e planejada nas catacumbas da internet. Como sociedade, temos que abrir os olhos para como acontece a disseminação da ideologia destrutiva de Mascus, Incels e afins e como se organizam esses grupos

Anônimo disse...

Mais um.🤢

Anônimo disse...

Comente usando sua Conta do Google se Você Quiser gerenciar os comen

Lusuperhist disse...

Eu acompanho este bloguinho há não sei quanto tempo, mais de 10 anos com certeza. Eu tive conhecimento, através deste bloguinho, sobre grupos que eu nem imaginava que existiam, os masculinistas, os sanctos, os incel...; soube por aqui do dogola chan, do lobo loco, do tio não-lembro o nome. Acompanhei cada notícia, desde o plano do atentado na UNB. Realengo, Suzano, Raul Brasil até os eventos comemorativos de agora. A pergunta que sempre me vem a mente é "quantas dessas mortes poderiam ser evitadas se a polícia e o mp se mexessem já nas primeiras denúncias feitas pela proprietária do blog? A Lola denuncia essa gente HÁ ANoS!!!

Kasturba disse...

Faço suas as minhas palavras. Meus filhos também estudam em uma escola que os trata com respeito verdadeiro, o que engloba empatia, dar voz à criança e poder de decisão sobre suas ações... é impressionante como meus filhos e os coleguinhas são crianças verdadeiramente diferenciadas, quando comparados a crianças que recebem uma educação "tadicional"... São calmos, gentis, sensíveis, alegres (mas sem serem escandalosos), cooperativos...

Na realidade, a educação tradicional é baseada na opressão. Adultos oprimem crianças o tempo todo, dizendo o que devem e não devem fazer, o que devem comer, quando devem dormir, quando devem acordar... até mesmo as brincadeiras das crianças são constantemente interrompidas por adultos... Crescendo oprimidas, aprendem a.logica da opressão nas relações, e reproduzem a opressão todos os.contextos que estejam inseridas...

É tão simples a solução pra tantas mazelas sociais: libertar as crianças da opressão do adulto. E mesmo sendo tão simples, parece tao impossível de ser atingido...

Anônimo disse...

https://www.pragmatismopolitico.com.br/2023/04/autor-do-massacre-em-creche-de-santa-catarina-exaltava-bolsonaro-nas-redes-sociais.html

https://www.pragmatismopolitico.com.br/2023/04/professora-e-ameacada-apos-massacre-em-creche-somos-homens-santos-esse-foi-so-o-2o-do-ano.html

Anônimo disse...

E?

Anônimo disse...

Ué, agora mulher trans não é mulher??

mh disse...

Oi, Lola
Lembrei muito de um papo teu com uma feminista mãe de um neonazi cooptado nas redes e por grupos que atuam junto a gamers. Está na hora de reavivar aquele relato, pois além de impactante nos dá a dimensão do assédio que crianças e jovens sofrem para aderir a esses grupos de ódio.
Não aguento mais chorar por conta desses descalabros. Dói demais.

Alan Alriga disse...

Agora um novo atentado em uma creche, e o autor também era bolsonarista. A extrema direita pró genocida ainda está espalhando fake news, falando que ele é petista (com direito a uma foto falsa), e ainda estão tentando ligar o Felipe Neto ao caso de alguma forma, fazendo parecer que ele estaria protegendo a identidade do assassino.

Lola Aronovich disse...

Acontece, anônimo das 10:57, que o atirador nos EUA não era uma mulher trans, era um homem trans. Então, como o próprio nome diz, era homem.

titia disse...

Nesse caso, os pais foram os maiores irresponsáveis, pois além de não monitorar a atividade do filho na internet não o levaram pro tratamento quando o problema veio à tona. O pai, principalmente. É por isso que reproduzir-se não pode ser um direito, deve ser algo que só os capacitados emocional, financeira e psicologicamente devem fazer. E esse caso é a prova de que não, nem todo mundo pode ser pai/mãe.

Quanto ao bullying nas escolas, é grande mas não dá pra culpá-lo por tudo que esses bandidos fizeram. Muita gente sofre bullying e nem por isso sai por aí matando quem não tem nada a ver com isso. Afinal, o atirador de Realengo também tentou justifica o massacre com bullying, mas nas mensagens dele está lá confessado que foi só misoginia mesmo. Bullying é só a desculpa. E a polícia e o MP já deviam estar se mexendo a tempos, mas né? São os filhos dos pobres e dos pobres gourmet morrendo. Um punhado de pobres morrendo não tem importância. O importante é colocar no poder neonazis que permitirão aos ricos escravizar o pobre pra aumentar os lucros.

avasconsil disse...

E é uma letra que vem depois do D e antes da F.

Kasturba disse...

Quis dizer, faço minhas as suas palavras... :>

Anônimo disse...

A escola tem culpa, mas os pais também.
Li vários relatos de professores e é até desumano achar que eles tem a obrigação de ensinar a criança a ter o mínimo de educação e respeito pelos outros.
A obrigação deles é ensinar a matéria. Claro que o professor pode ensinar outras coisas além disso.
Mas a obrigação de ensinar a criança a ter respeito pelos outros é dos pais.
Como os professores farão isso em 30 ou 40 min de aula, numa sala com mais de 30 alunos?
E o erro da escola é ignorar totalmente o bullying. Deveria ter alguma consequência para o aluno.
Já que os pais não fazem sua obrigação, a escola poderia dar palestras contra bullying. E se nada der jeito, que o aluno seja suspenso ou expulso.
Mas duvido que haja qualquer mudança. Terminei o ensino médio a 14 anos, sofri muito bullying e nunca fizeram nada pra impedir e continua assim até hj.

Rafael disse...

Enquanto não for possível banir a plataforma que permite esse tipo de coisa isso vai acontecer

Anônimo disse...

É um problema multifacetado, como se nota.
E não aconteceu do dia pra noite, nem mesmo um problema de 1-2 anos ruins na vida de alguém. Eu posso estar muito enganada, mas ninguém que vive num ambiente equilibrado, é feliz e tem sua necessidade físicas e emocionais suprida acorda um dia e pensa: Ah...já sei: Vou esfaquear colegas e professores na escola.
Eu estou ficando velha e ranzinza e não tenho mais paciência pra mimimi: Sim, a responsabilidade primaria é dos pais. Se você colocou um filho no mundo a responsabilidade de ensinar O MÍNIMO sobre como se viver em sociedade é sua: favor, vom licença, obrigado" são os três pilares da civilização" assim como ensinar limites e consequências. Se você escolhe o comportamento, você escolhe a consequência. E antes de começar o choro e ranger de dentes - NÃO ESTOU ME REFERINDO AO MODO ARCAICO DE EDUCAR DA BASE DO TAPA OU DA HUMILHAÇÃO. Obviamente isso não só não funciona como só piora possíveis problema já existentes.

continua

Jane Doe

Anônimo disse...

continuando...

Porém reconheço que dizer que a culpa é única e exclusiva dos pais é simplista e não realista.
A educação brasileira está entre as piores do mundo. As escolas estão sucateadas e os professores- meu Deus, o que falar desses pobres coitados?
Mas assim como todo o lixo do mundo não exclui a responsabilidade dos pais, todo problema do sucateamento da educação não exclui a responsabilidade da escola.
Se o problema estava claro para ambos os lados, por que raios NINGUÉM interviu?
Ninguém pensou em chamar um conselheiro tutelar? Ninguém tentou impedir o bulling contra o adolescente? Ninguém parou pra pensar - esse moleque vive num ambiente doentio em casa? Alguém não castrou aquele genitor inútil?
Esse acontecimento é só mais uma consequência da idiotização da sociedade como um todo.
Estão todos tão preocupados em enfiar a cabeça dentro do rectum do seu político favorito que não conseguem enxergar nem os problems debaixo do nariz e muito menos uma solução...

Muita gente ainda vai brutalizada até deixarem de pensar em revolução e começarem a pensar em soluções reais.

Jane Doe

Anônimo disse...

Não responsabilize a escola. Essa educação que vc está exigindo da escola, na verdade, tem que ser dada em casa. E mais: todo mundo de um jeito ou de outro já fez ou já levou bullying, e não saiu matando. As redes sociais sim, , assim como os filhos, devem ser vigiadas

Karl disse...

O crime chocante tem um alvo muito específico, pra chocar e tomar atenção da mídia. Divulgar qualquer possível material que ele tenha escrito, inclusive nas redes, assim como sua imagem, é trabalhar a favor do criminoso. Eles querem atenção.

Obviamente não é um efeito prático que se resume nos 4 anos, é um fenômeno também patriarcal do que se desdobra uma masculinidade tóxica, mas não tem como ignorar que inflamos isso por 4 anos e deixamos esses homens se organizar abertamente pela Internet.
Essa é uma tragédia psicossocial estimulada pela extrema direita. Temos que desconstruir a normalização das violências na nossa socieda. Precisamos debater com profundidade e interseccionalidade: class,gênero e raça.
Colocar policiais na escolas não vai adiantar nada, nós estados unidos acontece da mesma forma...
BULLYING NÃO CRIA ASSASSINOS NEO NAZISTAS! BULLYING NÃO CRIA ASSASSINOS NEO NAZISTAS!

Anônimo disse...

hablou

Anônimo disse...

Oi Lola, cadê você? Tanto tempo sem postar nada... está tudo bem?

avasconsil disse...

Eu não sabia que esses atentados nas escolas têm a ver com o neonazismo. O atentado em Columbine aconteceu no dia 20 de abril, data do aniversário de Hitler. Fiz a associação enquanto revia uma entrevista da Adriana Dias ao Intercept. Ela disse que no mês de abril os grupos neonazistas comemoram o aniversário de Hitler... Por causa dessa informação procurei pela data no Google, tanto a do aniversário do anticristo, como a do atentado em Columbine, e constatei que o dia é o mesmo (eu lembrava que o atentado em Columbine tinha ocorrido em abril, mas não lembrava o dia). É nessa entrevista que ela fala que pelo menos desde 2004 o não-reeleito se correspondia com grupos virtuais neonazistas. Um deles tinha até um banner com a foto da criatura vestida com a farda do exército, que levava ao site dele de deputado quando se clicava nele. Outra coisa que ela diz é que há uma linguagem cifrada usada pelos neonazistas. Números como 18 e 88, por exemplo, são apologias a Hitler. Como "a" é a primeira letra no alfabeto e "h" a oitava, 18 pra eles quer dizer Adolf Hitler, e 88 heil Hitler... Tem um bar aqui perto de casa, o 88 Bier, que eu tinha vontade de conhecer. Mas depois de relembrar essas coisas com o vídeo da Adriana Dias desisti. Não sei se esse bar é ou não neonazista, mas, pelo sim pelo não, é um lugar aonde não irei. Vocês que estão frequentando escolas e universidades, principalmente públicas, tenham um cuidado especial no dia 20 de abril - é o dia do aniversário de Hitler e do atentado em Columbine. É uma data especial pra os neonazistas... Coisas macabras podem acontecer.

avasconsil disse...

Escolas tentam evitar pânico diante de boatos e se dividem sobre cancelar aulas nesta quinta

Expectativa de abstenção por medo de ataques faz colégios adiarem provas, mas muitos mantêm programação normal e buscam tranquilizar pais

Bruno Lucca
Laura Mattos
Thiago Amâncio

SÃO PAULO e WASHINGTON
Escolas e redes de ensino do país têm reagido de diferentes formas a boatos e mensagens de ameaças que circulam nas redes sociais e anunciam supostos ataques para esta quinta (20). Enquanto algumas alteram a programação e até suspendem aulas para tranquilizar pais e alunos, outras mantêm suas atividades e reforçam comunicação sobre medidas de segurança.

Secretarias de Educação negam qualquer possibilidade de ocorrência e lamentam disseminação de conteúdos falsos na internet, mas algumas instituições optaram pelo cancelamento de aulas e de provas e emitem comunicados sobre o tema para aplacar a onda de pânico que começou após dois recentes atentados em São Paulo e em Santa Catarina e se intensificou nesta semana.

O motivo da maior apreensão nessa data é a lembrança de dois eventos: o massacre de Columbine, que resultou na morte de 15 pessoas nos Estados Unidos em 1999, e o aniversário do ditador nazista Adolf Hitler. A preocupação é com o chamado efeito contágio, quando informação sobre um ataque pode incentivar planos similares.

[...] .

https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/04/escolas-tentam-evitar-panico-diante-de-boatos-e-se-dividem-sobre-cancelar-aulas-nesta-quinta.shtml

Anônimo disse...

Não são algoritmos que radicalizam alguém, é a própria realidade da pessoa que faz isso. Algoritmos só recomendam conteúdos similares com o que a pessoa quer ver.