quinta-feira, 28 de junho de 2018

MULHERES TRANS E MULHERES CIS SÃO DIFERENTES, E TUDO BEM

Fico feliz que um leitor antigo e querido, Flávio Moreira, que é tradutor profissional, esteja bem! Ele volta à ativa me enviando um texto publicado recentemente na revista americana LGBT The Advocate, traduzido por ele.
O excelente artigo (que busca o diálogo entre grupos que vivem brigando e, na minha opinião, deveriam parar de brigar) é de Jessie Earl, produtora multimídia para a revista The Advocate. Peço que o leiam de braços abertos.

Mulheres trans e cis têm experiências de feminilidade diferentes –- como as feministas Radicais adoram apontar -- mas isso não torna a experiência de nenhum dos dois grupos menos válida.
A simples menção a TERFs, ou “transgender- exclusionary radical feminists” (feministas radicais transgênero- excludentes) para qualquer mulher trans fará com que você seja recebida com uma reação visceral instantânea. 
Mulheres trans, como eu mesma, temos lutado tanto para sermos vistas como mulheres, que as TERFs representam muito daquilo que odiamos e, mais importante, tememos. As TERFs nos excluem de muitas conversas feministas das quais achamos que merecemos e precisamos participar como parte de nossa segurança e do avanço de nossos direitos e daqueles de todas as mulheres. 
Muitas feministas radicais consi-
deram o termo TERF um insulto
Eu mesma já ouvi várias vezes que o meu desejo de ser ouvida em espaços feministas é fruto do meu “privilégio masculino” de tomar mais espaço do que os daquelas socializadas como mulheres. Muitas mulheres trans rejeitam as convicções das TERFs instantaneamente porque elas se colocam diretamente em conflito com muito daquilo que lutamos para representar.
No entanto, minhas recentes conversas com TERFs autodeclaradas têm-me feito reexaminar minhas próprias convicções sobre o que significa ser uma mulher trans e ser uma mulher. Apesar de que, certamente, eu jamais venha a considerar aceitável a raiva, o sarcasmo e o ódio que algumas TERFs têm pela comunidade trans, meus diálogos mais equilibrados me levaram a uma conclusão: mulheres trans e mulheres cis são diferentes, e não há nada de errado nisso.
Muitas feministas veem o termo
TERF como apenas uma definição,
não um insulto
Que fique claro que não estou dizendo que eu não sou uma mulher ou que concordo com TERFs. O que estou dizendo é que há muitos aspectos de uma “típica” feminilidade cis que eu e outras mulheres trans jamais iremos vivenciar. Nunca vou menstruar. Nunca precisarei me preocupar com o acesso a mecanismos de controle de natalidade ou a aborto, ou com médicos que entendem o corpo de uma mulher cis. Eu não fui socializada desde o nascimento como uma mulher para ocupar o menor espaço possível, ter aparência bonita, aceitar ser tratada como fetiche por homens. Todas essas e muitas outras coisas jamais farão parte da minha experiência de feminilidade trans.
Certamente, eu gostaria que fizessem. Lembro quando eu e meus colegas de escola estávamos passando pela puberdade e eu sentia uma inveja enorme das minhas colegas mulheres por sua experiência. Eu queria menstruar. Eu queria ir a uma loja de lingerie com minha mãe. Eu queria saber como era estar grávida. No entanto, nunca soube e jamais saberei o que é passar por tudo isso, tanto as coisas boas quanto as ruins.
Essa é a crítica mais frequentemente lançada contra as trans pelas TERFs. Que somos apenas homens que fetichizaram a feminilidade a ponto de desejar vivenciá-la. Que deliramos na tentativa de obter o impossível e, ao fazê-lo, forçamos nossa “masculinidade” em espaços que não são nossos e controlamos a conversa. “Acreditar que eu sou um helicóptero não me torna um helicóptero, nem jamais poderei ser um helicóptero” é uma frase comum que ouço por aí. Por mais que eu queira sentar aqui e rechaçar esse argumento, não posso fazer isso completamente, porque existe uma semente de verdade nele.
Eu nunca vou ser uma mulher cis. Mas, isso quer dizer que eu não sou uma mulher?
Por certo, havia um elemento de exaltação à feminilidade nos meus primeiros anos. É uma visão que, tristemente, é quase impossível de evitar na posição de quem foi socializada como menino na sociedade americana. Desde a narrativa dominante em livros, filmes, programas de TV, religião, política e muito mais, foi dado às mulheres qualidades mágicas e mistificadoras porque essas instituições foram criadas por homens. Não ajuda que as meninas sejam separadas dos meninos de tantas formas desde a mais tenra idade, até nas cores de que podemos gostar.
Assim, quando descobri minha identidade transgênero, claro que o fato de que eu havia sido ensinada a exaltar a feminilidade estava interligada com a minha nascente constatação de que eu sou uma mulher. Minha única experiência externa com a feminilidade até aquele ponto tinha sido o que a sociedade patriarcal havia me ensinado enquanto pessoa identificada como sendo do gênero masculino.
Nem todas as mulheres
têm vagina
No entanto, havia algo mais em minha compreensão de ser transgênero do que simplesmente uma reverência supersticiosa de feminilidade. Eu me sentia errada. Meu corpo era um estranho para mim. A maneira como me diziam que eu deveria me expressar não parecia natural, mas forçada e horripilante. Eu me sentia como se não estivesse sendo vista ou compreendida mesmo pelas pessoas que mais me amavam. Eu sentia que minha alma estava escondida, encoberta pela escuridão e tudo o que eu queria fazer era romper aquela escuridão e mostrar ao mundo quem eu realmente era; saber que quando minha mãe e meu pai me olhavam com amor, eles o faziam amando-me integralmente, não apenas uma parte de mim. Eu era uma mulher e só o que eu queria desesperadamente era que eles me vissem como tal.
Não foram vestidos, ser desejada por homens ou querer ficar grávida que motivaram a me assumir como trans. Foi um sentimento intenso e interminável de que a maneira como eu era vista era errada e como eu queria — não, necessitava — ser vista como mulher. Conforme eu fazia a minha transição, o assombro que eu tinha diante do conceito de feminilidade, de que mulheres eram seres sobrenaturais e não humanos, desapareceu. E, no entanto, minha conexão com minha própria feminilidade interior só cresceu.
Esta é uma experiência de feminilidade que nenhuma mulher cis terá: a necessidade de lutar para simplesmente ser vista como uma mulher. E há muitas outras experiências que são exclusivas de mulheres trans que mulheres cis jamais irão viver. Elas nunca terão que lutar para conseguir hormônios [Nota da Lola: nem na menopausa?]. Elas nunca terão que se assumir mulheres. Elas nunca serão fetichizadas por homens que procuram mulheres trans para transar. Elas nunca terão que se preocupar em ter negado o direito à saúde básica por serem trans ou se preocupar em ter médicos que compreendam o corpo da mulher trans. Elas não foram socializadas desde o nascimento para serem duronas e nunca mostrar fraqueza — nem têm que confrontar a incorporação dessas socializações em sua feminilidade.
Mulheres enfrentam problemas
diferentes de acordo com sua raça:
negras, asiáticas, latinas
[Nota da Lola: e as mulheres cis negras? Talvez aqui esteja meu principal pé atrás com o argumento feminista radical de que "mulheres trans foram socializadas de forma diferente das mulheres cis". Não é possível falar de uma experiência única de socialização para todas as mulheres cis, nem para todas as mulheres trans. Nossas vivências variam. Claro que há pontos em comum, mas minha socialização como menina cis branca de classe média na Argentina teve grandes diferenças com a de uma menina cis negra e pobre numa favela brasileira]
Todas essas coisas e muitas mais não farão parte jamais da experiência de feminilidade cis.
E, no entanto, é uma experiência de feminilidade tão válida quanto qualquer outra.
Minha transição não foi um caminho cujo destino final era a feminilidade. Todo o caminho em si foi uma jornada no interior da feminilidade.
Este, talvez, seja o ponto nevrálgico que forma, fundamentalmente, a diferença de credo que eu tenho com as TERFs. Elas acreditam que o que eu descrevi como experiência de uma mulher trans não seja uma parte válida de feminilidade. Que é só porque eu sou um homem tentando me forçar a ser mulher que experimento essas questões. No entanto, isso pressupõe que essa experiência foi uma escolha. Enquanto certamente foi minha escolha me assumir, não foi minha escolha ter esses sentimentos. Eu era o que eu era e eu sou o que eu sou — eu sou uma mulher. O fato de que eu tenha tido que lutar para ser vista como uma mulher não invalida esse fato básico.
A comediante
Tig Notaro
Como eu sei disso? Eu sei porque, no fim, não há somente um caminho verdadeiro ou um teste decisivo para determinar o que significa ser mulher. Uma mulher branca nunca vai ter a mesma experiência de uma mulher negra. Uma mulher nascida na pobreza nunca irá saber como é ter uma infância na classe alta. Uma mulher heterossexual não sabe o que uma mulher bissexual ou lésbica sente. Uma mulher cis nascida infértil não saberá o que é estar grávida, nem uma mulher cis fértil saberá como é ser infértil. Uma mulher que seja vista como superfeminina não saberá como é para uma mulher ser constantemente confundida com um homem, como uma das minhas comediantes favoritas, Tig Notaro, já falou em seu show de stand-up. Entretanto, nunca questionamos a validade de qualquer dessas diferentes experiências de feminilidade. Ou, pelo menos, não deveríamos. Então por que é tão difícil acreditar que as experiências de feminilidade trans e cis, embora diferentes, não sejam irreconciliáveis dentro da ideia do que é ser mulher?
Qual é a solução perfeita de feminilidade? Qual é o árbitro perfeito da feminilidade, a deusa das mulheres, a Hera de nosso tempo? A feminilidade é conquistada ou está dentro de nós?
Se é conquistada, quem outorga o título? Muitas TERFs com quem discuto definem sua feminilidade pela opressão que enfrentam. Elas encaram batalhas na saúde reprodutiva, no direito ao aborto, e no assédio sexual. A negação de direitos e a presença de assédio são coisas terríveis que precisam ser combatidas. No entanto, definir a si mesma pela sua opressão apenas concede poder àqueles que te machucam. E muitas mulheres trans encaram lutas similares por pagamento igualitário e saúde reprodutiva, e contra o assédio sexual. Muitos países europeus ainda exigem que as pessoas trans sejam esterilizadas para serem legalmente reconhecidas. As experiências podem ser diferentes, mas ainda assim são similares de muitas maneiras.
Além disso, temos muitas lutas em comum enquanto mulheres cis e trans. Ambas temos que lutar por pagamento igualitário, pelo fim da violência contra todos os tipos de mulher, e pela representação na mídia tanto na frente quanto atrás das câmeras. Embora sejamos diferentes, podemos lutar juntas pelas mesmas causas, porque também somos iguais.
Se a feminilidade está dentro de nós desde nosso nascimento, por que é tão difícil assumir que alguém que nasce com os cromossomos XY também pode ter feminilidade dentro de si desde o nascimento? Que embora possamos ser diferentes enquanto mulheres trans e mulheres cis, também partilhamos de algo? Independente das batalhas que temos que enfrentar, tanto mulheres cis quanto trans dividem a mesma alma.
Talvez não exista um caminho verdadeiro que prove isso a qualquer um que simplesmente não queira acreditar nisso. É por isso que, tristemente, cada conversa que tenho com uma TERF eventualmente esbarra em um muro de diferenças de credo fundamentais que não podem ser reconciliadas.
Jessie Earl, autora do texto original
Não sou uma mulher cis, e nunca vou ter a experiência de uma mulher cis. Mulheres cis não são mulheres trans e nunca terão uma experiência trans. Porém, apesar das diferentes batalhas que enfrentamos, alegrias que sentimos e jornada que perfazemos, partilhamos muito. Nossas diferenças não deveriam nos dividir, mas nos tornar mais fortes juntas. Precisamos lembrar também que fora de nossas lutas, dividimos algo muito mais importante. Algo que não é diluído, mas, ao contrário, fortalecido pelo reconhecimento da diversidade de experiências dentro de sua definição. Essa coisa extraordinária chamada feminilidade.

226 comentários:

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betoquintas disse...

Ainda os anônimos insistem em repercutir velhos preconceitos e exigir fontes sem fornecer qualquer uma para suas convicções esdrúxulas.

exemplo 1: "ng vai segregar intersexual, sua mula, quem é q tá falando isso?"
você e seus amigos trolls, ao insistirem que pessoas intersexuais são "apenas 1%". então el@s não são humanos? existem outras pessoas com índices semelhantes [ruivos, gêmeos, anões], você e sua gente vão negar-lhes a humanidade?

exemplo 2:"Não adianta usar o intersexualismo, pq essa condição é um defeito (os trans são defeitos?) e uma exceção RARÍSSIMA (não chega a 1% da população) q só determina a regra de q o sexo humano é BINÁRIO."
vejam o exemplo 1. ao contrário de você, anônimo, eu PESQUISEI sobre o assunto, eu ESTUDEI. então vê se entende, anônimo: sexo é distinto de gênero. sexo é definido pelo conjunto de genótipos e fenótipos. gênero é uma construção social e cultural.

exemplo 3:"Nascer do sexo masculino (homem) ou feminino (mulher), intersexuais não são um sexo à parte, sua anta. Um intersexual pode ser um homem q nasceu com algum defeito genital ou uma mulher nascida com o mesmo problema; mas eles continuam sendo ou homem ou mulher."
isso é uma contradição em seu argumento, anônimo. se só existem dois gêneros, a pessoa que nasce intersexual está fora desse padrão estreito, o que nos leva à conclusão óbvia que existem mais de dois gêneros, grato por sua colaboração inconsciente.

momento de humor:"Se uma pessoa nasce com oito dedos, não significa q ela seja um aracnídeo, não faça inferências ridículas."
eu tive que me conter para não rir alto. os membros dos aracnídeos são dedos. esse é o nível do conhecimento biológico do anônimo.

exemplo 4:"Ninguém é um estereótipo perfeito de masculinidade ou feminilidade."
então porque você e os trolls insistem tanto em enquadrar o estereotipo do que é homem e mulher dentro de apenas dois espectros?


exemplo 5:"Mas enfim, que se auto-nomeiem como quiserem, só não é certo empurrar feminilidade como escolha das mulheres (justamente o que o termo "cis" sugere)."
eu sou a favor disso, que exista essa autonomia. mas até lá, a linguagem tem que acompanhar a necessidade. o termo cisgênero surgiu para tentar acalmar os ânimos dos grupos conservadores [geralmente ligados a alguma forma de cristianismo] e das pessoas que realmente acreditam que existam "apenas" dois gêneros.

exemplo 6:"ninguém quer falar sobre a destransição e os enormes problema de saúde que essas garotas enfrentam quando percebem que PODEM SER MULHERES E FAZER O QUE QUISEREM. Não é isso que deveríamos estar ensinando às garotas? Ao invés de incentivar a mutilar os seus corpos? Deveríamos estar nos preocupando com as próximas gerações de mulheres em vez de ficar servindo os interesses masculinos."
veja bem, anônimo, os reacionários, conservadores e trolls gostam de citar o caso de uma pessoa que passou por redesignação sexual, foi infeliz e cometeu suicídio.
esse é apenas um de muitos casos que existem na literatura médica, coisa que você e seus amigos trolls ignoram e não pesquisam. esse caso é exatamente o que pode acontecer se insistirmos em manter essa convenção de que só existem dois gêneros. existem casos de pessoas que receberam redesignação sexual assim que nasceram e depois que cresceram é que a medicina percebeu que havia incompatibilidade entre o gênero e o sexo, onde então há intervenção clínica para que a pessoa possa se reenquadrar em sua condição, o que tornou possível para que outras pessoas fizessem a mesma avaliação e pudessem se reenquadrar, que é o caso das pessoas transgênero. isso só está ficando mais visível e é isso que incomoda o pessoal que acredita que exista "apenas" dois gêneros.

conclusão: aceitem que existem diferenças, aceitem que existem outros gêneros, aceitem que existem outras formas de identidade, opção e preferência sexual.

Anônimo disse...

Todas essas imbecilidades desse roberto lixo já foram devidamente respondidas, mas a Lola apagou, que merda! Quem aguenta esse tédio mortal ambulante sempre voltando aqui pra repetir as mesmas baboseiras toda vez? Sem um pingo de paciência pra esse bosta...

Anônimo disse...

roberto, vc se faz de burro, não é possível

1º ng tá dizendo q intersexuais, ruivos, gêmeos ou o caralho a quatro "não são humanos" (pq são raros), sua mula

O Q ESTAMOS DIZENDO É Q INTERSEXUALIDADE É UMA CONDIÇÃO DEFEITUOSA E RARA DEMAIS PRA SER USADA POR TRANSATIVISTAS

2º . Gênero não EXISTE, pelo menos não materialmente falando, a sua premissa já cai por aí

. O sexo é a única coisa q importa - "gênero" não é relevante PRA NADA

. E se vc mesmo faz distinção entre sexo e gênero, vc não deveria acreditar em tran"sexuais"

3º Sua anta, SÓ EXISTEM DOIS SEXOS, quando eu falei q intersexuais são homens ou mulheres, eu estava me referindo ao SEXO deles, ao S-E-X-O

Repetindo pra ficar bem claro: S.E.X.O

4º vc não sabe o q é hipérbole? o exemplo q eu dei dos aracnídeos foi pra demonstrar o quão ridículo é o seu arjumento sobre intersexuais

Vc ao dizer q um cara com defeito genital é uma "mulher" ou um "terceiro sexo" (sic), se equivale à alguém dizer q uma pessoa com oito dedos é uma aranha, seu burro

5º A mulher citou um exemplo de uma pessoa q fez "redesignação sexual" já adulta, sem ter nenhum problema de intersexualismo, e o q vc entendeu?

"Q um médico trocou o sexo de um recém-nascido", vá a merda, né mascu

Repetindo: a ideologia transgênero faz com q as pessoas, sem terem nenhum problema clínico, acreditem serem de outro "gênero", e aí se submetem à terapias e cirurgias desnecessárias, comprometendo toda a saúde dessas pessoas, viu robertinho, isso foi o q a mulher escreveu e vc não entendeu

Não existe "gênero", quanto mais dois, três ou quatro

Existe o sexo, q é a única coisa q conta e importa, pra tudo

betoquintas disse...

Ah, esses anônimo... Fica fácil se esconder no anonimato.
Sim, anônimo, o que interessa é o sexo é a literatura médica indica que há mais de dois, senão NUNCA ocorreria o nascimento de pessoas intersexuais. O que você insiste em não entender é que essas categorias "homem" e "mulher" estão no espectro definido como padrão. A aceitação de que a intersexualidade faz parte da condição humana acaba com qualquer necessidade de "redesignação sexual". Até lá, pessoas tem todo o direito de pedir avaliação e redesignação sexual.
Momento de humor: o anônimo, nervoso por não ter argumento, agora diz que usou uma hiperbole. Em suma, além de pobre em conhecimento biologico, o anônimo é pobre em gramatica.

Anônimo disse...

como se um nome qualquer com a foto de um cornudo não fosse uma forma de anonimato também...

betoquintas disse...

"5º A mulher citou um exemplo de uma pessoa q fez "redesignação sexual" já adulta, sem ter nenhum problema de intersexualismo, e o q vc entendeu?

"Q um médico trocou o sexo de um recém-nascido", vá a merda, né mascu"

Na verdade não fez citação de exemplo. Marina citou os sintomas que a Sociedade de Pediatria considera como disforia de gênero. Eu estou citando um caso clinico que é usado por conservadores para refutar a noção de que existe um amplo espectro de sexos. Esse é o nexo da minha exposição: consiste na verdadeira "ideologia de gênero" afirmar que só existem dois gêneros porque só existem dois sexos. Grato por sua colaboração inconsciente.

betoquintas disse...

Esse é meu nome. Qual é o seu?

betoquintas disse...

Não... Não foram. Só na sua cabecinha inculta.

betoquintas disse...

Eu vou só deixar aqui...
http://colunas.revistaepoca.globo.com/mulher7por7/2009/07/22/ninguem-e-100-homem-ou-100-mulher-estamos-todos-no-meio/

Anônimo disse...

Trans não se vê mulher para se dizer humana, isso é mentira. No mundo que a gente vive homens são considerados humanos e mulheres são consideradas menos humanas, objetos pertencentes aos homens, máquinas sexuais e reprodutoras feitas para servir, serem fodidas, gerar, parir e criar crianças. Esses homens que se dizem mulheres não querem ser considerados humanos, pois isso eles já eram considerados, eles querem ser vistos como objetos "belos" para serem fodíveis, seja por causa de problemas mentais, seja porque consideram as características que eles reivindicam para si "coisas de mulher" ou por motivos sexuais fetichistas igualmente misóginos.

Feminismo é sobre as mulheres serem reconhecidas como seres humanos plenos, com toda autonomia, liberdade e direitos próprios. Feminismo não é a respeito de homens ou para homens e nunca será, por mais rebaixados que eles sejam ou por mais degradado, subordinado e submisso que seja o papel que eles adotem, o feminismo não é sobre eles.

Anônimo disse...

Pra começo de conversa:

Feminista não acredita que submissão, delicadeza, superficialidade, vaidade, embelezamento, cabelos longos, gostar de rosa, bonecas, maquiagem, bolsas, usar roupas apertadas que moldam o corpo, vestidos, batom, sapatos de salto alto, etc. sejam essencialmente femininas, "coisas de mulher", nem que dominância, assertividade, profundidade, objetividade, praticidade, ter cabelos curtos, usar roupas práticas, sapatos confortáveis, gostar de azul, carros, tecnologia, ciências, esportes, artes marciais, etc. sejam essencialmente masculinas, "coisas de homem".

Acreditar nisso é profundamente conservador, é machista, é patriarquista, não é nem nunca será feminista. Em hipótese nenhuma.

betoquintas disse...

Eu vou só deixar aqui...
https://anunnakiray.com/biological-sex/

Anônimo disse...

acabou de confirmar q é mesmo pobre de conhecimento em QUALQUER ASSUNTO

e eu não vou ler editorial transativista anticientífico e ideológico NENHUM

betoquintas disse...

E cadê as suas fontes, anônimo?

betoquintas disse...

Eu vou só deixar aqui...
http://azmina.com.br/reportagens/nao-e-so-o-genero-que-e-socialmente-construido-o-sexo-biologico-tambem/

Anônimo disse...

Gente que quer se iludir e se enganar deliberadamente vai continuar se iludindo em auto engano com qualquer coisa absurda que lhe dê algum respaldo ou muleta para seguir se iludindo e se enganando, mesmo que você refute totalmente e mostre todas as provas do contrário.

Anônimo disse...

Wikipedia? Que fonte confiável ein

Dani disse...

É isso aí!!! 👏👏👏.

Anônimo disse...

Os teóricos queer e demais generistas veem a íntima conexão entre sexo biológico e opressão e reagem desmantelando a noção de sexo biológico; feministas veem a íntima conexão entre sexo biológico e opressão e reagem desmantelando a opressão. Essa é a diferença fundamental entre liberais e radicais: um sacrifica a verdade para evitar confronto com o poder, a outra confronta o poder para evitar sacrificar a verdade.

Unknown disse...

As pessoas devem ser livres para mudarem seus corpos.Se uma pessoa que nasceu menino,se identifica com o corpo feminino,e deseja ter um fenótipo feminino,qual o problema disso?
Crianças não são burras como alguns imaginam,elas tem a percepção do próprio gênero desde cedo,alguns dizem a partir dos 3 anos.
E sim,eu estou partindo do princípio que a identidade de gênero é algo genético e formada durante a gestação.Existem estudos afirmando isso.
Agora se vc diz que transexualidade não existe,e é apenas construção social,isso não é ciência,é ideologia,é achismo seu.

Anônimo disse...

Um pequeno lembrete: ser mulher não é uma identidade, mas sim uma realidade material (de ser nascida fêmea), e se você precisar de uma palavra para descrever outro tipo de realidade, eu gentilmente sugiro que você use uma palavra que ainda não foi tomada e é de maior importância para um dos grupos mais oprimidos do mundo há milênios.

Nascer fêmea é uma experiência específica e se você não respeita isso você não respeita as mulheres.

Anônimo disse...

Se você não reconhece a realidade material do sexo biológico ou seu significado como um eixo de opressão, sua teoria política não pode incorporar nenhuma análise do patriarcado. A subordinação histórica e continuada das mulheres não surgiu porque alguns membros de nossa espécie optaram por se identificar com um papel social inferior (e seria um ato flagrante de culpar a vítima sugerir que surgiu assim). Ela surgiu como um meio pelo qual os machos podem dominar metade da espécie, as pessoas que são capazes de gestar crianças, e explorar seu trabalho sexual e reprodutivo. Não podemos entender o desenvolvimento histórico do patriarcado e a existência continuada de discriminação sexista e misoginia cultural, sem reconhecer a realidade da biologia feminina, e a existência de uma classe de pessoas biologicamente fêmeas.

- Rebecca Reilly-Cooper

Fonte original em inglês: https://rebeccarc.com/2015/04/25/what-i-believe-about-sex-and-gender-part-4/

Anônimo disse...

MULHER TRANS - 1ª PARTE

Lendo os comentários, percebo que a discussão gerada pelo texto, em vez de discutir seriamente políticas públicas que reconheçam o espaço que a mulher deveria ocupar no cenário político, social e privado e, também, que a transexualidade é uma realidade vivenciada por inúmeros indivíduos, sendo por isso matéria relevante em termos de direitos humanos, expõem uma visão medíocre de quem deve ser considerado como "homem" e "mulher", baseando-se na retórica biológica de "pênis" e "vagina" e refutando a experiência social de gênero que, tanto homens cis, trans, mulheres cis e trans vivenciam. Ou seja, se equiparam a fanáticos religiosos, cuja explicação mais fácil e conveniente, para defenderem sua bandeira, se baseiam no conceito biológico ou o famoso "Deus criou o homem e a mulher". Ou seja: acabam por desqualificar, também, como mulheres as cisgêneras lésbicas e os homens cisgêneros gays, pois, no âmbito da discussão acerca do machismo e patriarcado, lésbicas e gays também não são "mulheres" e "homens", respectivamente.

O ponto fundamental é entender que existe o sexo biológico - fato concreto, visível e palatável da natureza humana -, mas, também, a dimensão psicológica do ser humano, pois afinal somos dotados de uma inteligência de compreensão acima do que qualquer outro animal da classe dos mamíferos. Portanto, quando o discurso se resume à biologia do "macho" e "fêmea", estamos por nos desqualificar como seres humanos e, por conseguinte, todo tipo de ciência humana que aborda os fenômenos do que é ser "humano" (antropologia, sociologia, filosofia e psicologia).

Dissecar conceitos, ter uma abordagem crítica acerca de temas relevantes é natural e necessário ao debate. Construir conceitos, definir nomes àquilo que destoa de uma "verdade absoluta", construída em prol de uma moral ou conveniência também é necessário. Portanto, quando se propõe a abolição de expressões e papéis de gêneros ou o próprio gênero, quer se anarquizar a nossa própria dimensão humana. Quando se diz que um homem é "homem" ou uma mulher é "mulher", não se esqueçam que a construção, por acaso, remete-nos à percepção de que se tem um pênis ou vagina, respectivamente. Entretanto, ser "homem" ou "mulher" são identidades e condutas socialmente aprendidas, que variam com a moral, religião e época. Mulheres de outrora não gozavam de direitos que hoje tem. Homens de outrora, também mudaram em sua concepção do que "é conveniente ou não o homem expressar e ser". Portanto, estamos falando de identidade, de papéis e expressões de gênero. Poucas saberão o que isso significa. No final, só existem dois gêneros: Homem e Mulher. Não discutamos mais.

Anônimo disse...

MULHER TRANS - 2ª PARTE

Características primárias de sexo (pênis e vagina) para uns é irrelevante, para outros não. Por isso se recorre às cirurgias de redesignação sexual e isso é assunto que compete a cada um decidir. Já as características secundárias de sexo (músculos, barba, voz etc para homens e seios, quadris e gorduras para mulheres) é aquilo que é relevante a ser adquirido pela esmagadora maioria da população trans. Existem mulheres cis que não possuem atributos femininos (características sexuais secundárias) e que poderiam se passar por mulheres trans facilmente: "É travesti, mulher trans?", pensei eu. Não, não era.

Sendo assim, concluo, como a mulher trans que sou: ser mulher é um conceito muito maior do que ter uma vagina cis, um útero ou qualquer coisa que você, mulher cis, seja lésbica ou heterossexual, feminista e radical reclama pra si como uma bandeira, conceito ou condição que, de forma egoísta, parece que inventou. Tenho pesar das mulheres cis, dentro do conceito de feminismo radical, que nasceram sem útero, que não podem ter filhos ou então que possuem a síndrome de Rokitansky (mal-formação do canal vaginal ou inexistência do mesmo, que impossibilita a relação sexual por penetração), estas últimas, que equiparam-se à realidade de vivenciarem uma cirurgia igual à redesignação sexual de mulheres trans. Sendo assim, pelo discurso "ultra feminista", mulher com agênese vaginal não é mulher, pois não tem aparelho reprodutivo que satisfaça aos àrduos requisitos biológicos das mais radicais.

Saibam que da mesma forma que existem pais e mães, que são aqueles que verdadeiramente criam, educam, amam e dão norte aos seus filhos, independentemente de serem genitores biológicos, existem "paus" e "rachadas", que se quer poderiam se identificar no conceito de serem pais ou mães, porque são homens e mulheres, que apenas exercem sua prerrogativa biológica de "copularem", mas são desprendidos de qualquer senso ético. Parabéns à biologia! Necessária, mas por um puro aspecto biológico, que releva a densidade psicológica humana, não somos pais e mães, mas sim, mamíferos que apenas se repdroduzem.

Ou seja, tudo é questão de conceitos. Não se deve relevar o fator biológico, pois todos nós, indivíduos trans, estamos carecas de saber de onde viemos. Por isso, o discurso mais coerente da população trans é aquele que reconhece a sua matriz de nascimento, macho ou fêmea, pouco importa. A minha identidade de mulher, minha expressão e o meu papel, podem questionar, seja com biologia, medicina, metafísica, o que for. Isso ninguém me tira. E ter um pênis, pra mim, não é demérito mas sim uma constatação da minha condição, que me mantém lúcida e que me permite compreender a diversidade humana. Doa a quem doer, identifiquem da forma que quiser, "travesti, mulher trans, mulher", pouco importa, pois faz parte da minha dimensão. O importante é que hoje, exercendo no dia a dia a minha mulheridade transformo o meu espaço e me imponho, levantando a minha bandeira de mulher. Quando digo que sou trans - lembrem-se da passabilidade - levanto outra bandeira e assim me imponho como indivíduo - mulher, mulher trans, travesti, humana. E ponto final.

Anônimo disse...

sim. pq genero é construção social.
sexo é biologia.
discordando do q disse a moça acima, QUALQUER pessoa pode ter feminilidade dentro de si. Pode inclusive usar vestidos e maquiagens e fazer oq quiser, mas isso JAMAIS fará uma pessoa ser mulher. MULHER: uma femea adulta.
Agora performar feminilidade ou masculinidade? sim, qualquer um pode fazer.

Anônimo disse...

eu nao ligo, se amanha conheço uma mulher trans,e ela tem penis, e dai? sou mente aberta, se a gente de da bem, aceito ela normal.merecem respeito como eu e voce

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