Pessoas queridas do Ceará, nesta terça-feira, dia 27 de setembro, às 18:45h, acontecerá o evento "Golpe 16: A resistência e o futuro da democracia".
O evento será na Adufc (Av. da Universidade, 2346, Benfica, Fortaleza) e incluirá uma mesa redonda sobre a conjuntura política do país e um protesto contra o golpe, com a presença de três professoras da UFC -- eu e as aguerridas Alba Pinho de Carvalho (Ciências Sociais) e Irenísia Oliveira (Literatura). Com a ajuda da Adufc, vamos trazer de SP o Renato Rovai, jornalista e editor da Fórum.
Depois da mesa-redonda haverá um coquetel e o lançamento do livro Golpe 16, organizado por Renato. O livro tem 224 páginas e 23 artigos com diferentes enfoques escritos por nomes ilustres da blogosfera de esquerda, como Adriana Delorenzo, Altamiro Borges, Beatriz Barbosa, Conceição Oliveira, Cynara Menezes, Dennis de Oliveira, Eduardo Guimarães, Fernando Brito, Gilberto Maringoni, Glauco Faria, Ivana Bentes, Luiz Carlos Azenha, Marco Aurélio Weissheimer, Miguel do Rosário, Paulo Henrique Amorim, Paulo Nogueira, Paulo Salvador, Renata Mielli, Rodrigo Vianna, Sérgio Amadeu da Silveira, Tarso Cabral Violin, e eu.
Além disso, traz um prefácio do Lula e uma entrevista exclusiva que Dilma deu a Maíra Streit e Renato em agosto.
Modéstia à parte, meu artigo ficou muito bom. Eu o reli e gostei! Agora arranjei um tempinho e comecei a ler alguns artigos. Eles estão excelentes. Como eu já disse, tenho muito orgulho de fazer parte do livro. Destaco alguns trechos.
Em algumas páginas, Rovai, o organizador do livro, dá um ótimo apanhado da nossa história recente. "Mesmo ganhando pela esquerda, Dilma definiu seu governo da reeleição [em 2014] olhando mais para a direita. Na posse da presidenta Dilma, no dia 1o de janeiro de 2015, já era claro o descontentamento de setores do PT e da esquerda com os rumos que o seu segundo governo tomara. [...] O golpe não é, o golpe vai sendo. Nem aconteceu num único dia e muito menos por conta de erros ou acertos de uma ou outra pessoa".
Cynara Menezes, do Socialista Morena, trata da perseguição a Dilma como uma "caça às bruxas" e faz uma comparação instigante: lembra o que era dito a e sobre FHC no auge da sua impopularidade, em 1999, e o que era dito a e sobre Dilma no auge da sua. O machismo domina, a gente sabe. "Qual a diferença entre um presidente impopular e uma presidenta impopular? Nenhuma, a não ser o fato de que, em se tratando de uma mulher, os ataques se concentram literalmente abaixo da linha de cintura. O 'fator machismo' do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff ainda será objeto de estudos, mas só um misógino como os que a perseguem não consegue enxergar a influência do preconceito de gênero no ódio em torno dela".
"Fugiu-se -- aliás foge-se há muitos anos -- da polêmica e da disputa, aceitando a ideia de que o Brasil poderia ser 'o país de todos', o que não foi, não é e não será, no horizonte visível, porque nem mesmo as equações de 'ganha-ganha' as elites brasileiras aceitaram, seja na economia, seja numa prosaica passagem pelos aeroportos" (Fernando Brito, do Tijolaço).
"Está claro que sem comunicação democrática não é possível haver democracia. E, por outro lado, é evidente que sem democracia não há espaço para a existência de uma comunicação democrática. Por isso, quando são atacados os pilares de um Estado Democrático de Direito, uma das primeiras vítimas é a liberdade de expressão" (Renata Mielli, jornalista e Coordenadora Geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação).
"No Brasil, na mídia tradicional, criou-se uma versão dos fatos que ignora a realidade. Independentemente de provas, eles já escolheram um criminoso e depois ficam só atrás do crime. Mas eles hoje já não falam sozinhos. A democracia que construímos a duras penas no Brasil permitiu que uma rede de veículos independentes, de blogueiros, de midialivristas e mesmo de ativistas digitais, professores, cidadãos, fizesse o contraponto informativo. E isso é uma coisa que incomoda aqueles que sempre tiveram o privilégio de falar sozinhos" (Luis Inácio Lula da Silva, no prefácio do livro).
"Apesar da verba dos anúncios institucionais e das empresas estatais na mídia alternativa equivaler a apenas 0,6% do orçamento da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, os golpistas confirmaram que temem as suas críticas e denúncias, que não toleram o contraponto. Por outro lado, eles mostraram sua enorme gratidão à imprensa hegemônica, que foi a principal protagonista do 'golpe dos corruptos', criando o clima para desestabilizar o país, para estimular o ódio fascista na sociedade e para viabilizar o impeachment ilegal da presidenta Dilma" (Miro Borges)
"Acredito que há um centro nesse golpe. Diante da crise, e não estou falando dessa crise, mas da que começa lá em 2008, há sempre um conflito, que surge em todos os países: quem vai perder mais ou quem vai ganhar menos. É a visão do governo interino e provisório, de um lado, caracterizado pela figura do pato [da Fiesp]. O pato é gravíssimo. É uma visão de um segmento da elite econômica do Brasil que acha que quem paga o pato é só a população brasileira. E isso se expressa em algumas medidas propostas pelo governo ilegítimo" (Dilma Rousseff, em entrevista dada em agosto para Maíra Streit e Renato Rovai).
E tem muito, muito mais. Portanto, se você não é de Fortaleza e quer adquirir o livro, ele está sendo vendido em vários lugares na internet, e também nas livrarias. Agora, se você quiser um livro com dedicatória minha (que deve ser a maior dedicatória já escrita na história da humanidade), basta depositar R$ 43 (equivalente aos 35 do livro, mais o preço do envelope e do envio registrado pelo correio) numa das minhas duas contas (em nome de Dolores): Banco do Brasil, agência 3653-6, conta 32853-7, ou Santander, agência 3508, conta 010772760.
Depois me mande um email (lolaescreva@gmail.com) com alguns dados sobre você, pra que eu possa me inspirar e escrever uma dedicatória mais pessoal. E o endereço (com CEP) pra onde eu devo mandar o livro. Dica: você pode dar o livro de presente. Eu escrevo uma dedicatória pra pessoa, é só me falar um pouco sobre ela. E se você é do Ceará ou perto, venha pro nosso evento na terça. Aliás, eu peço que, se você for comprar o livro, já traga os R$ 35 certinhos, porque os bancos estão em greve e eu tenho exatamente sete notas de R$ 5, cinco de R$ 10, e dez de R$ 20. Tenho medo de não ter troco suficiente. E se você quiser vir só pra ver a mesa redonda, não tem problema. Mas venha!
12 comentários:
Nós vamos! Será um sucesso, pode ter certeza. E vou compar uns livros para amigos. Pode tirar foto com você?
Claro que pode tirar foto! Vá mesmo. Aí vcs conhecem o Silvinho, vulgo maridão, e minha mãe. Acho que eles vão.
Sucesso para você e para o livro amanhã!
Complicado 'debater' 'democracia' levando só um lado da moeda, fica algo bem alienador, mas enfim, vou dar um pulo lá
Mídia alternativa que recebia dinheiro do governo petista?
Eliane, não creio que seja um debate só com um lado da moeda. Como está no texto, a fragmentação da esquerda e a aproximação com a direita já deu indícios claros de como o golpe se configuraria. Ademais, somos bombardeados com todo o tipo de propaganda pró-golpe classificando-o como um processo legítimo, justo e democrático. Quem está por fora da blogosfera da esquerda não está a par de outras nuances.
Anon, eu não recebia nem recebo um centavo de governo algum. Mas o "governo petista" que anunciava em alguns blogs progressistas anunciava incomparavelmente mais na velha mídia (Veja, Globo etc). Como o Miro apontou, o que ia para a mídia alternativa era 0,6% do orçamento destinado à propaganda. Vc já falou "grande mídia que recebia dinheiro do governo petista"?
Lola, eu fiz a transferência e lhe mandei um email, não esqueça do meu exemplar ;)
"Mídia alternativa que recebia dinheiro do governo petista?"
Provas?
"Provas?"
Para que provas, se ele tem convicção?
Pode deixar, Patrick querido, não esqueci. Já mandei seu livro na sexta. Espero que vc goste da dedicatória.
Meu marido quase me matou, de madrugada. Me deu tapas socos pontapés, pegou a minga cabeça e girou de un lado e do outro e me enforcou. So parou, quando pensou q eu tinga desmaiado ou morrido.tudo isso avontexey e meu filho de 12 anos estaca dormindo no quarto ao lado.nao sei o q fazer, pois ele ameaça diEndo se eu contar mata a minha família . To pensando em me mudar p oytro estado, para q ele bso bos encontre. Rke vive assistindi programas q falam sobre agressão à mulher, cidade alerta. Acho q eke e doente . So estou comentando aqui, p alguem saber q se ele me matar ou mandar alguen fazer isso, a polícia saiba quem procurar. A unica solucao q vejo p mr manter viva é me esconder dele.
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