sábado, 31 de maio de 2014

FUNDAMENTALISTAS QUEREM MATAR O ABORTO LEGAL. GOVERNO DIZ: "FIQUEM À VONTADE"

É assim: a gente vive num país tão restritivo em matéria de aborto que tem que comemorar cada coisinha, por mais insignificante que pareça. 
Em 2012, quando o Supremo aprovou lei que possibilita aborto em caso de fetos anencéfalos, a gente teve que comemorar. Confesso que fiquei surpresa: eu nem sabia que uma mulher era obrigada a carregar em seu ventre durante nove meses um feto que não desenvolve o cérebro e, assim, ora nasce morto, ora morre poucas horas depois. É uma violência enorme submeter uma mulher a ter que parir um filho morto. Ainda mais porque é comum que todos no hospital corram ao quarto para ver aquela "aberração".
Em março do ano passado, comemoramos um fato inédito: o Conselho Federal de Medicina e 27 conselhos regionais, que representam 400 mil médicos em todo o país, se posicionaram a favor do aborto até a décima-segunda semana de gravidez. Dois terços dos médicos disseram defender "o caminho da autonomia da mulher". 
Diante da decisão dos médicos, o então ministro da saúde tratou de tranquilizar os fundamentalistas: "O governo federal, desde o começo, disse que não tomaria nenhuma medida no sentido de mudar a lei atual do aborto no Brasil". É triste: o PT apoia a legalização do aborto, está no seu estatuto, mas governa o país de acordo com o que seus aliados -- partidos nanicos que desafiam o Estado laico -- mandam.
Cartaz dos fundamentalistas
mostra como veem a mulher: como
encubadora
Em agosto, comemoramos Dilma enfim ter peitado os fundamentalistas, sancionado um projeto aprovado no Senado, que meramente regulamentava atendimento na rede pública às vítimas de violência sexual. Os fundamentalistas, pra variar, queriam que Dilma vetasse tudo, inclusive a pílula do dia seguinte. Viram a sanção presidencial como a legalização do aborto no Brasil.
Semana passada, comemoramos a portaria 415, que garantia verba para a realização de aborto no SUS nos casos previstos por lei, que são somente três -- gravidez em decorrência de estupro, risco de vida para a gestante, e fetos anencéfalos. A portaria mudava o nome de "curetagem" (algo que é realizado em outros procedimentos além do aborto) para "interrupção da gestação ou antecipação do parto". Esta mudança de nomenclatura, na prática, apenas possibilitaria obter estatísticas mais precisas. 
E a portaria fixava o preço de R$ 443,30 por cirurgia para os hospitais. Antes, era R$ 170, o que não cobria os custos, e (também) por isso vários se recusavam a realizar o aborto. Lembrando mais uma vez, pra quem ainda não entendeu: estamos falando de aborto nos casos previstos por lei! A portaria não "legalizava o aborto", ao contrário do que os fundamentalistas gritaram (de novo!). Apenas tentava garantir que a lei fosse cumprida e que, por exemplo, mulheres que engravidassem de um estupro pudessem abortar.
Porque, não sei se você sabe, mas realizar um aborto legal no Brasil é uma missão quase impossível. Primeiro que há apenas 65 hospitais -- num país de proporções continentais -- que oferecem este serviço. Segundo que boa sorte descobrir quais são esses hospitais, porque seus nomes são guardados a sete chaves, segundo o Ministério da Saúde, para proteger a equipe médica e as mulheres que recorrem a um aborto legal. Pô, legal o Ministério pensar na segurança das mulheres, né? E essas mulheres vão descobrir como onde devem ir? Porque esses hospitais não aparecem listados em nenhum lugar! 
Terceiro que, mesmo que uma mulher tire a sorte grande e descubra um desses 65 hospitais, ela pode chegar lá e dar de cara com um médico que alegue "objeção de consciência". E tudo bem, ele pode se recusar a realizar o aborto, mas o hospital em si não pode. O hospital deveria oferecer um outro médico que fizesse o que a lei permite. Ou melhor, garante.
Uma leitora, mãe de três filhos, relatou a peregrinação que fez no ano passado para ter direito ao aborto, pois corria risco de vida: "Fui ao Hospital da Mulher no RJ, munida com tudo e certa que iriam me ajudar! Mas não. Fui muito repreendida, disseram que aborto é crime e para eu desistir que lá jamais iria conseguir". Ela passou por vários outros hospitais, até recorrer a um aborto clandestino. Porque era isso: pagar ou morrer. Esta leitora, aliás, só tentou correr atrás de seus direitos porque leu o meu post sobre aborto legal. E acreditou que no Brasil existia aborto legal.
A Agência Pública fez uma completa e excelente reportagem sobre os inúmeros entraves do aborto legal no país. Um dos casos chocantes narrados é o de uma moça que foi estuprada em 2011 perto de sua antiga casa, em Recife. Envergonhada, sentindo-se culpada, como a maioria, não deu queixa. Duas semanas depois do estupro, fez um teste de farmácia e descobriu-se grávida, e procurou a Delegacia da Mulher. Lá o policial lhe deu um sermão: "Você deveria pensar duas vezes antes de vir aqui buscar um BO para tirar um filho. Ninguém vai registar nada ali se sua intenção é matar uma vida".
Detalhe: pela lei, não é preciso apresentar BO nem "comprovar" o estupro para realizar o aborto. Quer dizer, pelo menos na teoria. Na prática, como eu já falei, a mulher vai penar até para encontrar um hospital. 
Felizmente, a mulher deste caso morava na Alemanha. Voltou pra lá e realizou o aborto na rede pública. Porque seu país natal, o país onde foi estuprada e engravidou, não lhe concedia o direito a abortar. Mesmo que esse direito estivesse na lei desde 1940. 
O caso desta moça não é exceção. Segundo a Pública, cerca de 7% dos casos de estupro resultam em gravidez. Ainda que a legislação garanta a possibilidade de aborto, quase 70% dessas mulheres brasileiras que engravidaram de um estupro não puderam abortar. Então que lei que não é cumprida é essa? 
E as mulheres que correm risco de vida e não podem abortar, fazem o quê? Morrem? Tentam aborto por conta própria com misoprospol (em doses repetidas a cada 12 h em um ciclo de 48 h com três a cinco dias de intervalo, segundo orientação da Norma Técnica, e atenção, não é por via oral, é vaginal)? 
Mas onde elas vão conseguir o Cytotec, proibido no Brasil? Terão que confiar em contrabandistas. Uma situação surreal que expõe mulheres a uma situação de extrema vulnerabilidade, como mostra o filme romeno 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias.
Que fundamentalistas não têm a menor compaixão por mulheres, a gente sabe. Mas nem de crianças eles têm dó? Afinal, os obstáculos que proíbem mulheres adultas de abortarem legalmente são os mesmos que obrigam meninas a parir. A Pública calcula que 10% dos casos de estupro com penetração em garotas de até doze anos resultam em gestação.
E aí, você acha que uma menina de dez anos que foi estuprada deve ser forçada a ter um filho, mesmo sem ter a menor formação física e/ou psicológica para isso? 
Mesmo que ter o bebê a coloque em risco de vida? Mesmo que esse risco resulte na morte de duas crianças (ela, a mãe, e o bebê)? Bom, os dados apontam que 80% das meninas que engravidaram não fizeram aborto legal. Menos de 6% dessas meninas com menos de 12 anos que foram estupradas e engravidaram conseguiram abortar. Esses números não te fazem gritar de raiva não? Você realmente acha que uma menina deve ser forçada a ser mãe? Isso não te soa quase como uma segunda violência?
Lembra quando, em 2009, uma menina de nove anos e 1,30 m de altura ficou grávida de gêmeos após ter sido estuprada pelo padrasto? Saiu em toda a grande mídia na época. Os laudos atestavam que a menina não seria capaz de resistir à gravidez e muito menos a um parto de gêmeos. Ela morreria, e os bebês também. Mas, apesar da sua necessidade de aborto estar totalmente dentro da lei (ela fora estuprada e corria risco de vida), foi complicadíssimo fazer a operação. 
O arcebispo de Olinda e Recife fez um escândalo e tentou impedir o aborto a qualquer custo. Excomungou os médicos, as feministas que estavam dando apoio à menina, a mãe da menina, que só queria a filha viva. Só não excomungou a menina porque ela era menor de idade. Ah, sabe quem mais não foi excomungado? O padrasto estuprador. O arcebispo deixou claro, com todas as letras, que a igreja católica via -- vê -- o aborto como algo muito mais grave que um mero estupro. Afinal, estupros geram vidas, aleluia!
Finalmente a menina conseguiu abortar, e sobreviveu. Na ocasião, quase todo mundo ficou a favor do direito da menina de realizar um aborto, e contra o arcebispo. E então, o que mudou de 2009 pra cá? Retrocedemos? Ficamos ainda mais conservadores? Hoje haveria uma multidão de fundamentalistas apoiando o arcebispo e fazendo de tudo (e esse "tudo" inclui atos terroristas a clínicas, nos EUA -- pois é, "pró-vidas" matam médicos e mulheres) para que a menina não abortasse?
Anteontem, dia 29, o Ministério da Saúde revogou a portaria 415. Mais uma vez, o governo cedeu às pressões fundamentalistas. É vergonhoso, é de fazer corar. Que falta de coragem de um governo que não é capaz nem de cumprir leis que garantam o aborto legal! Por que um governo que deveria ser de esquerda obedece cegamente a um pessoal que gostaria de substituir a Constituição pela Bíblia? 
Ah, é pela "governabilidade"? Mas que governabilidade é essa que permite que o fundamentalismo religioso dê todas as cartas? Ah, é pra ganhar eleição e continuar no poder? Mas pra que ficar no poder, se é pra deixar que mulheres e meninas morram por não poderem realizar seu direito mais básico, que é o direito ao próprio corpo?
Nosso país está tão na vanguarda do atraso em relação ao aborto que precisamos lutar não para legalizar o aborto, mas para manter o aborto legal em três míseros casos (risco de vida, estupro, anencefalia fetal). Porque até esse direito previsto por lei os fundamentalistas querem tirar das mulheres. E contando com um governo como cúmplice.

68 comentários:

Anônimo disse...

Lola, acho que infelizmente é por questão eleitoral sim.
O PT tem como grande parte de seu eleitorado pessoas mais pobres. E pessoas mais pobres costumam ser mais religiosas, a falta de esperanças acaba fazendo com que sejam seduzidas mais facilmente pelos discursos de felicidade na vida após a morte ou de melhores condições se rezarem, pagarem o dízimo. Enfim, toda essa retórica religiosa que conhecemos...

Laurinha

Anônimo disse...

Funcionário público que se nega a cumprir suas obrigações é um criminoso. Esses médicos e policiais que impõem suas ideologias idiotas às vítimas(que deveriam ameaça-los de denúncia) devem ser punidos.

Anônimo disse...

É um assunto polêmico, eu mesma já ouvi histórias de mulheres que compram remédios pra abortar,
Tem umas que usam chá pra menstruação descer quando atrasa, chá de boldo,cravo,preto, e dizem que funciona !. Mas teve uma colega que usou até pílula do dia seguinte e mesmo assim engravidou. Se um dia acontecer de atrasar a menstruação eu vou tomar chá de cravo, mas o melhor mesmo é se prevenir, A mulher não aceitar fazer sexo sem camisinha pois ela sempre quem se dá mal, e o filho tem que ser uma benção pra nós, ser planejado é uma responsabilidade muito grande.

debora disse...

Eu fico pensando numa mulher que tem filho de estupro igual da novela, filho de uma coisa horrível que ocorre com a pessoa, a moça de em Família foi muito corajosa, eu não sei se teria essa coragem toda, pq toda vez olhar e lembrar do estupro, e ainda sim eu vejo os cristãos como Silas Malafaia falando que mesmo assim a mulher deve criar. E depois ela doar se não quiser, mas depois de 9 meses olhar pra cara do bebe que é seu filho e doar eu acho pior. Se bem que tem aquele filme juno que a moça ellen page faz isso, e passa na tv a cabo essas histórias, é um assunto muito complexo se trata de uma vida.

Anônimo disse...

A questão também não é só por a responsabilidade na mulher, o ator Caio Castro pediu pra ex abortar o filho e ela disse que não!.
Mas depois ela fez isso(vai saber o que ele falou),deve ser só pra não pagar pensão.
Tem muito homem que não quer nem saber ,e eu acho que isso é um problema dos pais. É muito fácil um homem falar que é contra mas também não participam não querem ajudar, existem muitos órfãos de pais vivos por aí. Isso é um problema mais profundo do que se pensa.

Igor Pedras disse...

Apesar do CFM se posicinar a favor do aborto, eu só conheco médicos e estudantes de medicina que abominam o aborto.

OFF-TOPIC:
http://nerderudito.blogspot.com.br/2014/05/sucker-punch-e-sobre-feminismo.html

@dddrocha disse...

Claro que a amarelada do governo é por questão eleitoral. Vai demorar até aparecer alguém capaz de peitar esses idiotas que atrasam os direitos mínimos não só das mulheres, mas de toda essa galera que não encaixa no perfil branco-hétero-homem.

Outra coisa, enquanto as pessoas poderiam estar discutindo sobre autonomia feminina, o que a gente vê é um bando de desinformado acusando feministas de defenderem o aborto em si. Olha, a preguiça de viver em sociedade tá demais.

Anônimo disse...

No casos dos anencéfalos, a criança nasce com os pais sabendo que ela vai morrer em casos muito raros a criança chega a um ano de vida. Isso sim é que horrível, não abortar.
Você tem um filho, cuida dele, todo mundo tem contato com a criança, mas a qualquer hora ela pode aparecer morta do colo de qualquer pessoa. Vai dizer que isso é a favor da vida??? Melhor tirar quando ainda é um punhado de células.

Anônimo disse...

"Que falta de coragem de um governo que não é capaz nem de cumprir leis que garantam o aborto legal"

Simples: a eleição está aí!!! Alguém tem alguma dúvida que o tema aborto vai ser usado, mais uma vez como joguete na mão dos políticos????

E a culpa não é só do PT ou dos políticos fundamentalista. Eu repito pela enésima vez - o Brasil é um dos piores países para as mulheres no ocidente. Se a lei foi revogada é por medo do povo não votar em "abortista matador de criancinhas".

O governo nada mais é que o reflexo do povo que o elege!!!


Jane Doe

Love Gótic disse...

Não foi por medo de ir para o inferno que mudaram de idéia. O governo mata gente todo dia nos hospitais como o caso daquela senhora que passou no fantástico. Dois aneurismas e ela morreu um dia após a filmagem. A questão do aborto é politicagem. Esses politicos de merda não fazem nada a favor da vida. Se a filha patricinha deles engravidar dum favelado eles são os primeiros a sugerir aborto. Não querem fazer nada que cause comossão ou discussão para não atrapalhar a contagem dos votos. Imaginem: OLHA LÁ O DEPUTADO A FAVOR DO ABORTO VOTA NELE NÃO IRMÃOS. Vaia para vocês. Aqui é uma bagunça. Nos EUA o que é dito cumpra-se ou vai em cana. Aqui é o vai e vem da casa da mãe Joana. Quem é contra aborto em caso de estupro é que sãoanencéfalos Já não basta o sexo forçado tem que exigir gravidez forçada. Duvido se vão atras do bandido para ele registrar, pagar pensão, plano de saúde para a mãe traumatizada. Quando, se for preso ele passa uns anos comendo e dormindo na cadeia e a mulher a vida toda sofrendo. Vão tomar no ()

Rose disse...

Vamos parar de eleger pastor

Marta Martins disse...

http://www.youtube.com/watch?v=OGjFajEFCVY
Campanha legal.

Rose disse...


A maioria dos médicos que alegam "objeção de consciência" não V~em problema em receber pra abortar, desde que seja bastante dinheiro.
Acho que devíamos parar de esperar que, com argumentos, o governo mude de atitude. Sabemos que o que conta mesmo no final são os votos (ainda que isso custe a vida de milhares de mulheres). Talvez seja a hora de radicalizarmos, pararmos de pedir a descriminalização do aborto não nos vai ser dada, temos que tomar na marra, esse direito. Não adianta usar o famosos argumento ~e se fosse sua filha, irmã, etc ~sabe-se que a maioria das mulheres (especialmente as meninas) são vítimas dos próprios parentes ou de alguém próximo. Talvez se todas as mulheres que abortaram assumissem publicamente isso, talvez se fizéssemos bastante barulho no MS, quem sabe se fizermos escracho nos comitês das bancadas evangélicas, se exigíssemos, com mais vigor, que os parlamentares revogassem essas leis machistas. O que me preocupa é que se hoje eles tiraram os hospitais para fazer o aborto legal, amanhã (mais próximo de outubro) seremos presas se não parirmos de estupradores.

Patty Kirsche disse...

Eu acho que a gente deveria fazer igual àquele pessoal da Suécia que criou uma religião na qual um dos princípios era fazer download de conteúdo pirata. Aproveitando a prerrogativa que religiões têm de fazer coisas fora da lei, eles ganharam na justiça o direito de distribuir conteúdo ilegal.

Anônimo disse...

Procurando uma notícia sobre uma adoção entrei num site religioso. Me deu nojo tudo que vi ali, nojo. Homofobia, objetificação da mulher, propagandas estúpidas contra aborto... me deu vontade de entrar lá e deixar bem claro o quanto eles me repugnaram, mas resolvi não perder tempo. Com esse tipo de imbecil você não discute porque não adianta, só manda tomar no rabo mesmo. Não surpreende nada que tenham feito isso, e muito menos que esse governo que só quer saber de se perpetuar no poder tenha cedido. Meu voto eles não tem.

Se eu conseguisse um médico que tirasse meu útero, eu levaria o órgão maldito pra casa, me filmaria jogando-o no lixo e mandaria pra todas as organizações religiosas do país, pra deixar BEM claro o que eu penso das ideias estúpidas deles. Talvez isso enfim ensinasse a esses cretinos que NÃO, eles não mandam no meu corpo nem no meu útero. Xô com essa tara deles pelo controle da vagina alheia. Ufa, esse desabafo me fez bem.

Sara disse...

É desanimador o quadro q esta se desenhando.
Não vejo possibilidades dessa bancada evangélica perder a força q tem.
E tudo que é baseado em religião, é sinônimo de grandes prejuízos para a mulher.
Não ha nada q possamos fazer contra toda essa ignorância, infelizmente.
Eu só penso q como feministas devíamos formar redes de apoio, para enfrentar esses retrocessos.
Ha bem pouco tempo uma amiga me procurou por ter ficado grávida e não desejar a gravidez, ela disse q mesmo tomando anticoncepcionais, por ter ingerido antibióticos, o contraceptivo falhou, nem sei dizer se isso é provável, mas foi o q ela alegou, e acredito nela.
Eu como feminista não pude ajuda-la, pq de fato não conheço nenhum lugar onde pudesse encaminha-la.
Até perguntei para alguns médicos conhecidos, mas percebi q ou são contra ou tem medo de se expor.
Essa mesma amiga disse q lhe contaram q sites p vender citotec, são armadilhas de gente inescrupulosas, para roubar as mulheres q nem podem dar queixa, visto q o aborto é proibido.
Portanto essa garota ficou totalmente refem de uma situação, achei o cúmulo do absurdo, pois ela tem boa formação é de classe média, calcule mulheres em situações piores tanto cultural como econômica.
Da muita raiva de ver tanta injustiça, procuro ir em todos os atos a favor do direito de abortar.
Mas vejo q a luta esta sendo em vão.

Anônimo disse...

http://abortoconpastillas.info

Organização argentina que orienta o uso do cytotec, que não é proibido lá.

Vontade de criar uma rede de contrabando de la para o brasil

Anônimo disse...

Permitir que essa descerebrada e atual "Geração Facebook" faça aborto é uma temeridade. Não tem neurônios para ir além do Facebook e Instagram, irão ter responsabilidade ao decidir "quando abortar"? Duvido.

Patty Kirsche disse...

Lola, no site Women on Waves, elas orientam a colocar o misoprostol debaixo da língua: http://www.womenonwaves.org/pt/page/702/how-to-do-an-abortion-with-pills

E sabe que o misoprostol existe no Brasil sob o nome fantasia Prostokos, mas o acesso é restrito a médicos?

Eu acho que a melhor forma de se legalizar o aborto seria se a indústria farmacêutica, convênios e hospitais percebessem possibilidades de lucro e decidissem fazer lobby junto ao governo. Duvido que se o aborto começasse a dar muito lucro para homens ele continuaria ilegal. Talvez nós devêssemos tentar por essa via.

Anônimo disse...

ela disse q mesmo tomando anticoncepcionais, por ter ingerido antibióticos, o contraceptivo falhou


camisinha para quê?

Anônimo disse...

Luciane dissse ...
Lola, acho um absurdo você colocar todas as pessoas que como eu somos contra o aborta em hipótese alguma na mesma panelinha de fundamentalistas, aliás, muitos de nós somos até ateus, apesar de sermos contra o aborto.
Faz tempo que pessoas homossexuais e feministas como eu estam deixando de querer de participar dos movimentos feministas e glbts por que estes se posicionam politicamente a apoiar a causa da descriminalização do aborto oficialmente na hora dos protestos. Como eu e meus amigos podemos participar assim? Nos sentimos desrespeitados e achamos que cada luta deve ser separada, ou seja, uma passeata ou protesto para os glbts, uma para quem é a favor da descriminalização do aborto, etc. Faz tempo que quero ir a Parada Gay, mas não posso já que ela apoia o aborto oficialmente.

Renata disse...

Gente..

"Em São Paulo, apesar da queda nos homicídios, houve aumento de 75,7% em estupros e de 29,5% em roubos de veículos entre 2009 e 2013."

"O Rio viu um crescimento de 199,6% em estupros de 2009 a 2013."

"Em Recife, quando vemos os dados absolutos de 2006 a 2011, houve aumento de 72% em roubos de veículos e 411% em estupros"

Título da matéria: Cidades-sede da Copa vivem epidemia de homicídios

Matéria completa: http://oglobo.globo.com/brasil/cidades-sede-da-copa-vivem-epidemia-de-homicidios-12676201

Anônimo disse...

As pessoas que usam religião para condenar o aborto são realmente limitadas
Eu quase tenho que desenhar para elas que por não ter religião seus dogmas não se aplic a minha vida
E depois tenho que fazer outro desenho pq eles dizem que vou para o inferno, e fica essa coisa cansativa


Ter uma gravidez indesejada é uma das piores situações possíveis, é realmente como uma pessoa postou acima, ficar refém.

Quando eu fiquei chorava todo dia e até considerei fazer uso do cytotec, mas uma amiga tinha usado e a experiência dela foi horrível, fora que na internet sempre tem alguém colocando todos os terrores possíveis.
Por sorte tive acesso a uma clinica, foi um alivio poder conversar com um médico e poder ter informação e também ter o minimo de ajuda (recebi o numero do médico que fez tudo para ligar para ele sempre que tivesse alguma duvida ou algo fora do normal acontecesse depois da operação)

É triste saber que a quantidade de mulheres que tem acesso a esse tipo de coisa são pouquíssimas, aborto deveria ser legal em qualquer situação, ficar de mimimi sobre vida alheia não é produtivo para ngm.

Mimis


Julia disse...

Anon 20:08, somos a favor da descriminalização. Assim, cada mulher poderia fazer sua escolha.
Quem é contra não vai ser obrigada a fazer.
Você na verdade é contra mulheres poderem escolher. Mas você pode mudar de ideia e assim ser bem recebida.

Anônimo disse...

E o que te faz pensar, anônimo miolo mole das 19:18, que se essa geração não tem "responsabilidade" para decidir quando abortar poderiam ser pais, hein? Me explique, vá. O que se passa nessa sua cabeça pra achar que pessoas que não tem responsabilidade pra saber quando abortar teriam responsabilidade pra ser pais? Que espécie de raciocínio torto é esse em que gente irresponsável não pode abortar mas pode ter nas mãos a educação e a vida de uma criança? Lógica nisso, cadê? Foi jogada pela janela, já que o importante pra vocês é punir as "vadias" por terem feito sexo. Pros pró-vida não importa que os pais dos filhos indesejados sejam péssimos pais desde que os filhos sirvam de punição pra quem ousou fazer sexo! Dane-se se as crianças estão crescendo sem estrutura, sem educação, sem comida, sem amor, o que importa é que ele sirva de punição pra "vadia"! Você e seu grupinho de chorões me dão nojo, viu?

Luciene, você pode ser contra o aborto. À vontade, é a sua opinião. Só que é completa e absolutamente injusto você querer IMPOR a sua opinião ao resto das mulheres no mundo. Quando você se diz contra o aborto isso tem que se limitar a você. Você pode nunca fazer um aborto, mas não pode querer que outras mulheres deixem de abortar porque você não acha certo. Por acaso você vai adotar a criança indesejada pra cuidar? Vai acordar de madrugada, largar estudo e/ou emprego, dar comida, pagar e levar pra escola, formar o caráter? Não, né? Você não vai ajudar em droga nenhuma, só vai ficar fazendo discurso e depois mandar a mãe e a criança se danarem. Você pode ser contra o aborto pra VOCÊ, NUNCA pros outros e pelos outros. Não tem direito sobre o corpo da outra. Entendeu? Simplesmente não tem esse direito.

Erres Errantes disse...

"partidos nanicos que desafiam o Estado laico"

Lola, infelizmente esses partidos que desafiam o Estado laico não têm nada de nanicos, especialmente o maior deles, o PSC, no qual estão se aglutinando os crentes mais oportunistas do Brasil. E esse partido vem crescendo de forma assustadora e preocupantes, impondo e chantageando o governo com suas propostas fundamentalistas.

Anônimo disse...

Uso de antibióticos, estar acima de um determinado peso, e varias outras coisas que li em um coletivo feminista mas não me recordo no momento , a maioria das meninas la não sabiam da metade dessas variáveis, so descobririam depois de engravidar mesmo :T

Bizzys disse...

Sara, o uso de antibióticos pode atrapalhar a eficácia dos anticoncepcionais, bem como uma série de outros fatores. Se a mulher passa mal por algum motivo e tem diarreia ou vômito, a eficácia do anticoncepcional também é comprometido. Só que, adivinha? Nenhum médico informa isso às mulheres. Eu mesma fiquei sabendo através de conversas com feministas, anos depois que comecei a tomar pílula. Aí quando a mulher engravida, a culpa é dela que "não tomou o remédio direito". ¬¬

Falando em culpar a mulher, está aí o exemplo do anônimo das 20:00. "camisinha pra quê?" Ora, se eu tomo um remédio, receitado por um médico, eu espero que ele cumpra seu propósito, ou nem esse direito eu tenho? Eu sei muito bem que anticoncepcional não é um método 100% eficaz, a camisinha também não é, mas existem inúmeros motivos para uma mulher escolher usar um e não o outro - em muitos casos, o homem EXIGE que a parceira tome pílula porque não acha camisinha "confortável". Depois ela que se ferre, né?

Aliás, fica a dica para a Lola ou alguma leitora que entenda do assunto para fazer um post sobre esses fatores que prejudicam o uso de anticoncepcional... Seria bom ver isso aqui, se for possível, o blog tem um alcance muito grande e pode ajudar muitas mulheres. :)

Maria disse...

Xs ginecologistas não explicam essas variáveis? Nunca tomei anticoncepcional por isso pergunto.

Anônimo disse...

Pois eu acho q está na hora de repensar o PT.
O esquerdismo (pelo menos aqui) se resume a covardes e ladrões, e quando eu digo ladrões não é só por meter a mão no dinheiro público, mas por apoiar quem o faz, o sr. José Dirceu por exemplo, foi expulso do partido? Não, ele foi exaltado como herói e perseguido político.

Não que a direita seja melhor, mas acho que apoiar o esquerdismo brasileiro não vai levar ninguém a lugar nenhum, o que vai acontecer é isso mesmo, eles vão se acovardar e ceder a pressões da direita, vão fazer de tudo pra continuar no poder e ganhar rios de dinheiro, nem q pra isso tenham q passar por cima de toda a sua ideologia e do povo.

Ana disse...

Ser contra a escolha é ser contra as mulheres.É ser a favor da morte de milhares de mulheres por ano. É cruel, injusto,perverso.
Não entendo como mulheres podem ser contra mulheres. Vocês se odeiam? Tem tão baixa auto estima assim? Odeiam suas mães, suas filhas, suas irmãs, suas amigas?

Danielle disse...

Eu sou a favor do aborto nesses três casos citados e quando é um acidente. Quando o cara usou camisinha, a moça tomou a pílula e mesmo assim surgiu um filho não desejado.

Nao dá pra entender que foi ACIDENTAL? Que eles se preveniram mas aconteceu? Digo isso porque eu engravidei quando tinha 23 anos e não consegui tirar aqui no Brasil. Eu e meu namorado [que também não queria ser pai] fomos para a Suécia e lá eu tirei. E quando achamos que era a hora, planejamos e aconteceu.

É claro que até hoje minha família nem fala comigo, mas isso não importa. Quando engravidei, eu não queria ser mãe. Não tinha vontade e não queria que filho fosse nada mais do que uma obrigação, um castigo.

Não acho que homens e mulheres deviam deixar de usar camisinha e tomar pílulas, porque nunca é demais se proteger e evitar uma gravidez indesejada.

Mas tem gente que precisa entender que acidentes acontecem. Por mais que você se proteja, pode acontecer. Não foi meu caso, mas o pai poderia simplesmente abandonar a mulher com um filho na barriga. E todo mundo só condena ela.

Raven Deschain disse...

Claro que pra ter um filho eles tem responsabilidade anon anta de 19 e 18. Seu argumento é mais pró aborto do que contra.

Unknown disse...

Sim, antibióticos reduzem a eficácia dos anticoncepcionais, vem até escrito na bula.

Letícia Penteado disse...

Lola, só textos fantásticos esta semana.
Eu fiz um aborto. Morava em Londres e, mesmo com meu salário de garçonete, fui capaz de bancar um aborto são, limpo, e com atendimento médico de qualidade. (meu relato a respeito: http://leticiapenteado.wordpress.com/sobre/abortando/)
Quando publiquei o meu relato, o fiz porque achei que ajudaria (trabalho de formiguinha) a desconstruir o estigma em torno da mulher que aborta. Porque queria acolher outras mulheres que abortaram. Porque eu sei o tabu que é abortar.
Daí, mulheres começaram a me contatar com seus relatos de aborto aqui, do Brasil, na clandestinidade a que foram obrigadas pelo moralismo hipócrita do nosso Estado pseudo-laico. E a realidade do meu privilégio me bateu na cara com uma pá.
Um aborto nunca é fácil. Mesmo quando é fácil, não é fácil. Porque ninguém sonha um dia abortar. Ninguém QUER abortar. Ninguém fica feliz de abortar. Se houvesse uma alternativa que não envolvesse gestar e parir e daí ou criar o filho ou entregá-lo à adoção, ela provavelmente seria escolhida.
Então por quê? Por quê o tratamento tem que ser desumano num momento que já de tamanha fragilidade? Por que se aproveitar do desespero de quem não tem alternativas, de quem não tem para onde correr, nem para quem reclamar do que lhe fazem? Por que criar um cenário em que isso acontece?
Tem que ter muita misoginia institucionalizada para criminalizar o aborto. E mais ainda para impedi-lo por debaixo do pano nas poucas hipóteses e que ele não é crime.
Esse realpolitik me enoja. Especialmente vindo de alguém de quem se esperava tão mais.

Luiza disse...

Eu engravidei aos 19. Foi um total acidente, a gente não planejou. Até cogitamos abortar, conversamos com algumas pessoas... Mas tivemos o bebê. Hoje ele tá aí, com cinco anos de idade, grandão e feliz... Mas esse foi o MEU CASO. Pra milhões de outras mulheres, a situação não é assim. Existem outras variáveis e muitas dificuldades. Por isso, sou, sim, a favor do aborto. Eu não fiz, mas compreendo perfeitamente que seja a melhor opção pra outras pessoas. Cada um tem a sua vida, seus planos, suas limitações, seus ideais... Como forçar todos a tomar a mesma decisão?! Como querer obrigar que tantas mulheres passem por uma gestação que não foi planejada?! E ainda: com tantos casos de abuso e negligência contra crianças, com tantas crianças crescendo em abrigos ou morando na rua, tem gente que ainda quer mais crianças nascendo?! Quem condena o aborto, com certeza, não conhece a realidade em que vivemos. Chega de imposições, chega de querer governar a vida alheia. As opções devem estar disponíveis para que cada um possa tomar a melhor decisão pra si.

Sara disse...

"Tem que ter muita misoginia institucionalizada para criminalizar o aborto. E mais ainda para impedi-lo por debaixo do pano nas poucas hipóteses e que ele não é crime".

Concordo plenamente Leticia Penteado, ainda mais pq jamais vi algum desses debeis mentais politicos religiosos propondo q se ache o pai do feto abortado para puni-lo, a punição é só para a mulher, porque isso????

donadio disse...

"Alguém tem alguma dúvida que o tema aborto vai ser usado, mais uma vez como joguete na mão dos políticos????"

Acho melhor, para o bem dos tucanos, que não seja. A não ser, lógico, que eles também queiram fazer um debate sobre os malefícios do uso da cocaína.

donadio disse...

"Nos EUA o que é dito cumpra-se ou vai em cana"

Nas imortais palavras de George Bush pai...

"Read my lips."

donadio disse...

"Permitir que essa descerebrada e atual "Geração Facebook" faça aborto é uma temeridade. Não tem neurônios para ir além do Facebook e Instagram, irão ter responsabilidade ao decidir "quando abortar"? Duvido."

Já ter e criar um filho é uma coisa facílima, que qualquer idiota da "geração facebook" pode fazer, entre uma curtida e uma marcação de foto.

vivian disse...

Anônimo das 19:18

E alguém que não sabe quando abortar tem a mínima responsabilidade para educar, proteger e amar uma criança?
Não percebe que ter um filho é muito pior na mão de gente irresponsável?

Você quer mesmo que um ser seja cobaia de maus tratos pague pela irresponsabilidade dessa Geração, como você alega?

Vergonha, é só pensar mais um pouco e ver o quanto tem de criança abusada e espancada! Será que esses pais estavam prontos para serem pais? Criança não educa adulto, e não merecem sofrer por que os pais "fizeram" filho, criança é gente, não é castigo!

Affff.

vivian disse...

Luciane, se você não apoia descriminalização do aborto, como se diz defensora da igualdade?

O que tem de igualdade em obrigar uma mulher estuprada a carregar um feto?
Sabe o tanto de energia que uma gravidez precisa? É comum que mulheres percam os dentes numa gravidez, por que o corpo "se livra" do que não é indispensável, para que o feto tenha tudo o que precisa! Tem que querer MUITO um filho pra essa energia despendida valer a pena! Minha mãe quase morreu no parto do meu irmão.

De feminista não me parece que você tem nada! Ser feminista não é só um nome, é uma posição política a favor da igualdade de gênero, se você é contra aborto em TODOS os casos, sinto dizer que você não é feminista.

Anônimo disse...

Pro povo do "tenha a criança, depois dê pra adoção", gostaria de ir além do óbvio (9 meses de gestação não é passeio no parque), e lembrar o povo aí de que o conselho tutelar tem como grande propósito manter a criança em contato com a família biológica. Se a mãe rejeita, eles passam a criança para a avó.
Se de fato a criança vai parar na adoção, até a burocracia ser vencida ela vai ter passado da idade de ser "querida" pelas famílias. E vida em abrigo do governo é uma merda, permita-me dizer. Viver sozinh@ e jogad@ sem ninguém te querer é muito cruel.

Não adianta, mandar criança pra adoção é inviável.

Nadia disse...

Esse fato fica claro que foi eleitoral. Muito triste.
E nas campanhas, os jornalistas costumam perguntar da posição do candidato quanto ao aborto. Ele se diz contra.
Mas todo mundo é contra. A questão é a legalização. O Haddad qnd era do ministério da saúde disse que se homem engravidasse, o aborto já teria sido legalizado há muito tempo.
Agora como prefeito, ele jamais reafirmaria isso. O negócio é que todos em sã consciência de gestão da saúde pública concordam com a LEGALIZAÇÃO. Mas os fundamentalistas (como vc bem disse) querem distorcer e dar a entender que estamos falando em BANALIZAR o aborto, que nunca será o caso.

Anônimo disse...

Nas próximas marchas das vadias, em vez de protestar nas portas das igrejas católicas, podiam protestar nas portas das igrejas evangélicas. Principalmente nas ligadas a partidos políticos.

Luiza Original disse...

"E alguém que não sabe quando abortar tem a mínima responsabilidade para educar, proteger e amar uma criança?
Não percebe que ter um filho é muito pior na mão de gente irresponsável?"

Não, Vivian, não percebem. São as mesmas pessoas que gozam quando veêm um pai ou uma mãe dando tapas na bunda do filho em público.

Bela Campoi disse...

Realmente, é bem desanimador... A legalização do aborto é a principal bandeira feminista no Brasil, ao meu ver. Quem não encarar essa luta, desculpe, mas não é digna de se dizer feminista, não... Acho que vou morrer e não verei essa conquista ser efetivada.
Lola, aquele dia em Maringá não pude ficar até o final do debate, pois ainda peguei a estrada de volta pra casa. Foi ótimo conhecê-la pessoalmente e uma honra ter ido te buscar no hotel... super beijo!

Anônimo disse...

Dizer que é contra o aborto é fácil, cuidar da criança junto com a mãe depois é que é difícil, né?
Duvido que todos os "pró-vida" deixariam a criança nascer para serem pais excelentes e participativos, duvido muito...
E o abandono do pai? Não conta como uma agressão à vida da criança também?

Laura disse...

Pelo jeito o povo aqui n sabe ler,na bula dos anticoncepcionais vem escrito que certos medicamentos atrapalham a eficácia.
Falam que se protegem bem mas nem usam camisinha! n sei em que mundo vcs vivem,aids,já ouviram falar?herpes?

Quando se envolve a vida de terceiros,não tem essa baboseira de "minha escolha",se fosse assim matar qualquer um n deveria ser crime,já que fulano escolheu e decidiu matar o vizinho,que seja!ele quis,então,está certo.

Anon 12:32,deveriam lutar para melhorar orfanatos,acelerar processo de adoção e facilitar que as mulheres doem.

Anônimo disse...

eu tambem acho ess estigmatização do aborto extremamente retrograda, mas como não me afeta em nada não estou nem ai.
outra coisa, Bolsonaro que é um dos deputados mais fundamentalistas do congresso tem um projeto que visa facilitar a laqueadura e a vasectomia e não consegue aprovar o mesmo

Julia disse...

Laura, mulheres não tem que gestar e parir se não quiserem. Se uma mulher quiser gestar e doar o bebê, este processo deveria ser facilitado, mas a questão da descriminalização do aborto continuaria pertinente.

Hugo disse...

O PT já me decepcionou demais, não voto mais neles. Do jeito que está, é mais um partido de centro-esquerda do que qualquer outra coisa... Prefiro os meus partidos nanicos, mas honestos.

Anônimo disse...

Sobre a diminuição da eficácia dos anticoncepcionais quando se toma antibióticos, ou quando se tem diarreia ou vômitos, isso vem bem explicado na bula, de forma bem clara. Lógico que nem todos leem bulas de remédio, e nem são obrigados a isso, a obrigação deveria ser do ginecologista de informar à mulher, mas não é nenhum mistério.

A bula também explica que eficácia da pílula não é 100%. Quando a mulher toma a pílula certinho, sem esquecer nenhuma vez, sempre no mesmo horário (algo muito importante, que os médicos também raramente explicam às pacientes), sem ter diarréia, vômitos, ou tomar nenhum medicamento que diminua a eficácia d pílula, a eficácia dela é de 99%. Ou seja, 1% das usuárias ficam grávidas mesmo fazendo tudo certinho! E quando tomam como a maioria das mulheres, sem tomar sempre no mesmo horário, por exemplo, a eficácia é de 95%. Segundo a bula da pílula que uso, o índice de falha durante o uso típico, é de cerca de 5,0% por ano (5 gestações a cada 100 mulheres por ano de uso).

Mas isso a maioria dos ginecologistas não fala!

Outro problema muito comum é mulheres obesas usando anticoncepcional na forma de adesivo. O adesivo anticoncepcional tem sua eficácia diminuída quando a mulher pesa mais de 90 kg (algo bastante comum). Mas raramente a mulher é informada disso pelos médicos, tem que ler a bula do medicamento para saber ou tem que adivinhar!

Por isso, o ideal mesmo e combinar mais de um método contraceptivo de alta eficácia. Pílula + camisinha é o ideal. Mas para as mulheres que ainda encontram dificuldade em fazer o parceiro usar a camisinha (uma realidade triste, infelizmente!), o jeito é tentar misturar pílula com DIU, diafragma, ou camisinha feminina.

Anônimo disse...

Laura não é a vida de 3° são células dentro do meu corpo que podem se tornar uma pessoa ou não, e isso de certa forma independe de mim, já que aborto espontâneo acontece

E ao contrario do meu vizinho, um feto transforma radicalmente o meu corpo e consequentemente a minha vida, um feto muda totalmente o conceito que a sociedade vê de mim, e principalmente meu vizinho não vai depender de mim para viver por aproximadamente 18 anos.

Tem gente que fala de um jeito como se nós achassemos que só o aborto vai resolver as coisas. Não!! A gnt sabe que precisa haver uma melhoria no sistema de saúde para que quem dependa do SUS tenha atendimento adequado e distribuição de remédios eficientes (ou vc acha que em todo SUS a camisinha e o anticoncepcional são de alta qualidade?), a gente sabe que precisa haver um alto investimento em educação sexual nas escolas, que a legislação para que a laqueadura e a vasectomia sejam mais acessíveis (a burocracia para se fazer laqueadura é imensa, fora o enorme tempo de espera, e ainda existem aquelas que são mal feitas), também sabemos que deve haver uma mudança radical no sistema adotivo para que seja facilitado.

Então a luta é para que o sistema todo melhore, só que mesmo com um sistema impecável ainda existem acidentes, ainda existem casos de pessoas que engravidam (sim pessoas, pq mulher não faz filho sozinha não é mesmo) e que não tem condições financeiras e/ou psicológicas de ter um filho, então essas pessoas deveriam ter o direito de escolher entre levar uma gestação adiante ou não.


Então eu não sei em que mundo vc vive, pq pra ter a ideia de que um feto se iguala a uma pessoa formada só ser de outro planeta msm


Mimis

Luh disse...

Laura, vc transa?

Sério mesmo, pergunta pra sua mãe se ela usa camisinha pra dormir com seu pai. Casados e namorados não costumam usar camisinha.

Laura disse...

Verdade,Luh, e isso é burrice,simples.

E sim,eu transo,mas só se for com camisinha e tomo pílula.

Luh disse...

Pela tua lógica seria impossível ter filho. Pois ter filho tem que transar sem camisinha.

E aí vc fica sujeito à AIDS? À herpes, não?

E vc mesma então é fruto de um ato de "burrice".

E vc imagina que os casados usam camisinha sempre menos quando vão ter filhos é isso?

Não conheço ninguém que faça isso.

Anônimo disse...

Não posso escolher abortar de modo seguro, não posso optar em fazer uma laqueadura, agora vão querer regular o ato sexual?? É isso mesmo? Se usa ou não a camisinha qualifica ou não para o direito ao aborto? Não acredito q estou lendo isso em uma page feminista. Um dos panos de fundo aqui é a responsabilização no sentido de se fazer escolhas e pode levar a cabo elas, mas não no sentido de culpa. Esse mimimi de "usa camisinha" é mais um artificio moralizador do sexo. Qdo eu tinha um longo relacionamento estável eu OPTAVA em não usar camisinha, e assumia os riscos disso, apavorada mas assumia, não pela culpa, mas pq eu queria. Se eu engravidasse, na lógica proposta por algumas aqui, p/ poder abortar, eu iria passar por um inquerito, "vc só pode abortar se moralizou o seu ato? Se se preveniu com camisinha?" Eu lembro de uma gineco q discutiu comigo q eu devia usar camisinha, eu rebatia q eu não usava pq estava em um relacionamento de 9 anos e me sentia confiante, mas ela, dentro do quadrado, começou um discurso moralizante e culpabilizador. Para com isso, gente. As pessoas escolhem, devem ter a opção de livre escolha, de dispor do seu corpo. Aff, muito moralismo p/ quem se diz tão progressista...
Ah! outra: é muito fácil colocar, sou a favor de regulamentar no item 1, 2 e 3 qdo se tem ou teve condições de se viajar para outros locais e/ou pagar por um procedimento seguro. E para quem não pode isso???? Coloquem-se uma pouco no lugar de outras mulheres, com menos recursos e acesso a informação que vcs. O acesso deve ser universal. Pronto, joguem pedras em mim.

Erres Errantes disse...

Eu sou casada e uso camisinha.
Todos deveriam usar camisinha sempre, sendo casados ou não. Lembrem-se que a maioria das mulheres que contraíram aids, pegaram de seus digníssimos maridos que não aguentaram sem dar umazinhas fora do casamento, e ainda trouxeram para casa uma doença fatal para contaminar a esposa.

Anônimo disse...

Ps: sou a anonima das 20h32. Esqueci de complementar q usei ao longo de muitos anos contraceptivos orais, injetáveis, DIU e adesivo. Por isso eu escolhia não usar o preservativo. Com medo mas escolhia e faria de novo.
A tal da gineco chegou a me dizer q eu não pudia transar pq não estava disposta a assumir uma gravidez caso acontecesse. Aff... Eu não tenho gineco até hj, sempre pulei de médico em medico, nunca respeitaram a minha escolha de não querer ter filhos mas de querer desfrutar do sexo.

Camila Gois disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
EneidaMelo disse...

Laura, você pode me dizer por que você acha que quando uma criança está dentro do útero de uma mulher ela vale mais do que depois que nasce? Porque é uma coisa que não consigo compreender.

Anônimo disse...

Há uma coisa sobre pílula que não está sendo dita e nem lembrada. Os riscos à saúde da mulher que hormônios trazem - aumento no nº de AVCs em mulheres jovens, embolias, tromboses, etc. E se conversarem com médicos e pesquisarem, verão que o nº de mulheres jovens que vem sofrendo desses problemas é bem grande - e não é divulgado. Como sei disso? Em dezembro passado minha irmã mais nova teve um AVC - e ela não tem NENHUM fator ou hábito de risco (nem mesmo genético, e foram feitos exames genéticos) e conversei muito com meu tio, médico, que acompanhou o caso dela... sabem qual o único fator criador de risco que ela tinha? Uso de anticoncepcionais hormonais durante muitos anos... e meu tio também afirmou que a quantidade de mulheres jovens tendo AVCs e correlatos é muito maior do que se pensa - e justamente esse o fator de risco.

Mas isso ninguém diz... foda-se a saúde da mulher né - ela que se vire pra não engravidar. E se engravidar, ela que se vire também.

E né, conheço gente que engravidou usando pílula, usando DIU e vejam só, até não usando nada. E sou a favor de que essas pessoas, até as que não usaram nada, possam escolher o que acham melhor para si. E, embora pareça radical para alguns, sou a favor de que homens simplesmente não possam sequer opinar sobre essa assunto - quem sofre todas as consequências, físicas e emocionais, de uma gravidez é a mulher; quem é punida, criminalizada é a mulher; quem é responsabilizada caso engravide é a mulher; quem pode - e muitas vezes faz - simplesmente abandonar e nem pensão querer dar é o homem... nada mais justo que homens sequer opinem sobre esse assunto se podem simplesmente fugir das próprias responsabilidades e se mulheres são tratadas como se se auto-fecundassem.

Letícia Penteado disse...

Obrigada, Anon das 15:11.
Muito conveniente a prevenção da gravidez ficar no colo da mulher.
Queria ver que homem tomaria uma pílula que causa desde dor de cabeça e inchaço até AVC, passando por perda de libido. Mas, né, a mulher que é burra de não tomar.
A mulher deveria se sentir mais à vontade para impor o uso da camisinha ao parceiro e nós, feministas estamos trabalhando nesse empoderamento todos os dias. Mas e até lá? Como faz?
E outra, camisinha fura, camisinha falha, pessoa vacila, não tira o pau do cara ainda ereto e a camisinha fica lá dentro, vazando, pessoa resolve que por estar menstruada não existe risco, ou enche a cara e faz merda, ou algo assim. Meu, não conheço uma pessoa que nunca deu umazinha sem camisinha (claro que deve ter, mas é minoria da minoria). Daí vai meter o dedo na cara da outra porque DEU SORTE? É muita hipocrisia.

Anônimo disse...

"Eu lembro de uma gineco q discutiu comigo q eu devia usar camisinha, eu rebatia q eu não usava pq estava em um relacionamento de 9 anos e me sentia confiante"

Desculpa a pergunta, mas estar num relacionamento longo diminui as chances de engravidar?

Ana Carolina disse...

Só para deixar esse link aqui:

http://oglobo.globo.com/brasil/dilma-defende-aborto-na-saude-publica-por-motivos-medicos-legais-12712379

Fiquei muito feliz - e aliviada - por ela TER TOMADO PARTIDO DAS MULHERES. Mas agora é ver se isso se converte em ganhos práticos.

Unknown disse...

Pra poder falar da Igreja (No caso de Dom Jose- Arcebispo de Olinda e Recife) é prescio conhecer suas legislações. 1- So foram excomungado os CATOLICOS BATIZADOS, pois essa é a pena em que a Igreja dar a SEUS FIEIS. 2- Na ironia "a garota so não foi excomungada popr que era de menor" neste caso ela não poderia ser excomungada porque ela não tinha a sã consciência dos ensinamentos da Igreja (condição na qual é necessário para a excomunhão) e a decisão foi tomada pelos pais e médicos que se disseram caolicos. 3- Esse sempre será o que a igreja ira cumprir ao final ela sempre ira defender os ensinamentos de cristo.
Por fim esse texto foi inteiramente elabora pela subjetividade e isso é imoral. PARA PODER FALAR DE ALGO É PRESCISO TER FUNDAMNETOS, SUBJETIVIDADE É INUTIL!

Anônimo disse...

Eu tive um AVC e sou hiperrensa não posso usar anriconcepcoes e engravidei pra mim ter a criança e tão arriscado quanto fazer um aborto, não acho q a mulher tem q ter uma criança so por causa da hipocrisia dos outros eu não quero essa criança e vou tentar um aborto, ai vc fala pq vc teve relação pq eu quis por e. Não quero a gravidez