sábado, 19 de outubro de 2013

GUEST POST: SER VOCÊ MESMA INCOMODA MUITO

Gabriela mora no Rio, é professora de inglês, e tem um blog sobre Educação, Turismo, Política, Cinema e Literatura. Ela conta aqui como superou o bullying que sofreu. 

Já faz um tempo que venho pensando em escrever um guest post para este blog, mas me faltava uma ideia. Foi então que, após ler o texto sobre bullying e cinema, surgiu a inspiração: por que não falar sobre a minha experiência como vítima de bullying? Falar sobre isso sempre foi algo muito complicado, pois as pessoas que me conheceram após a esses acontecimentos custam a acreditar que eles tenham mesmo ocorrido, dado meu jeito destemido e irônico de debater e encarar certas coisas. Lá na frente, vocês saberão por que eu me tornei assim! Mas antes, vamos a um longo flashback.
Nasci em 1984. Sou filha de pais maravilhosos e muito diferentes da maioria dos pais da minha época e, até mesmo, de hoje em dia. Minha mãe infelizmente se foi há 12 anos, vítima de câncer, mas me deixou ensinamentos maravilhosos, tais como: estudar, ser independente, não permitir ser agredida, respeitar as diferenças. Já meu pai é meu tudo: é amigo, é confidente, parceiro, está comigo nos bons e maus momentos! É um pai que sempre “pôs a mão na massa”, isto é, trocava minhas fraldas, me dava banho, ajudava com os deveres de casa e, até hoje, lava, passa e cozinha, enfim, aquilo que todo pai deveria ser, se não fosse a educação machista que tantos recebem.
Aprendi a ler com 4 anos e também a calcular. Minha mãe começou a desconfiar de que, talvez, eu pudesse ter uma inteligência acima de média, devido à minha facilidade em aprender. Mais tarde,quando eu tinha 9 anos, participei de um concurso de redação promovido pela Prefeitura do RJ, em homenagem aos 380 anos do meu bairro. Ganhei esse concurso e muita gente achou que eu não tivesse capacidade de escrever a redação vencedora, devido à minha pouca idade. Foi então que minha mãe, que era professora, me levou a um psicólogo e a uma junta de pedagogos e, então, constatou-se que eu era, de fato, uma criança com altas habilidades (vulgarmente conhecida como superdotada). Mas só comecei a me dar conta do que isto significava quando eu tinha por volta de 10, 11 anos, e ingressei na 5ª série (atual 6º ano).
A Gabriela daquela época era enorme para a pouca idade, calçava 38 e não tinha nenhuma vaidade: eu agia e me vestia como uma criança! Meus pais eram contra a erotização infantil. No entanto, as meninas da minha escola já se maquiavam, pintavam unhas e cabelos e algumas já tinham até namorado. Eu, apesar de muito inteligente e de ser a melhor aluna da turma, brincava de boneca, de carrinho (sim, meus pais eram feministas!), soltava pipa, brincava de bolinha de gude, de pião e de casinha também! E foi aí que o bullying entrou na minha vida e ficou até os meus 17 anos: a Gabriela aqui era o moleque, o menino, a desleixada, feiosa, além de nerd, cabeção, CDF etc. 
Lembrando aqui que a palavra bullying nem era usada nessa época. Falavam que era zoação de criança! As meninas me zoavam muito e, então, eu comecei a me aproximar mais dos meninos. Foi aí que eu comecei a ser chamada de sapatão. Vocês não têm ideia do quanto eu sofria com isso! Chegava em casa e chorava. Meus pais sempre me diziam que tudo não passava de inveja, pois eu me destacava muito nas notas e sempre fui extrovertida (nunca fui tímida, como a maioria das vítimas de bullying).
Um belo dia houve uma exposição do pintor francês Claude Monet no Museu Nacional de Belas Artes, aqui no Rio. Minha professora de artes nos levou até lá. Nessa época, eu estudava piano clássico (vim de uma família de músicos). Lá no museu tinha um piano (tem até hoje), e perguntei ao segurança se eu poderia tocá-lo. Ele permitiu, mas ficou lá me olhando, todo desconfiado. Eu toquei “Georgia on my mind” e os colegas ficaram lá, me olhando, com cara de bobocas! Devem ter pensado: “Como essa garota tão ridícula, feiosa, e nerd toca tão bem...” Foi aí que comecei a acreditar que o bullying é movido pela inveja que o agressor sente da vítima.
Com 14 anos, fui aprovada em um concurso para uma concorrida escola técnica estadual e fui cursar Turismo. Achei que ali meu tormento iria acabar devido ao fato de que se tratava de uma escola, digamos, mais selecionada! Ledo engano! Aos poucos os colegas foram percebendo que eu era inteligente e com um jeito mais “menina-moleca” (eu ainda não tinha cedido às vaidades femininas, portanto nada de maquiagem, esmalte nem tinta no cabelo!). Ah, pra quê?! Eu era chamada de dragão. Fizeram um concurso para escolher a menina mais feia da turma e eu ganhei. Fiquei arrasada; afinal, eu tinha apenas 14 anos! 
Como eu me sentia muito deslocada na escola (achava que os meninxs da minha idade eram muito idiotas), comecei a fazer amizade com alunos do curso técnico em Publicidade; alguns deles são meus amigos até hoje. Passei a me sentir mais forte, mais segura de mim e até cheguei a arrumar meu primeiro namorado, que também era zoado por ser muito inteligente. Nós escrevíamos poemas e contos juntos. Foi um momento pra lá de especial na minha vida! Nessa época, eu já estudava inglês e queria estudar mais idiomas!
No entanto, as zoações não paravam! Comecei a usar aparelho dentário e, por isso, minha fala ficou levemente prejudicada. O pessoal me zoava, me colocava os piores apelidos. Às vezes, eu ficava distraída no recreio, vinham correndo e gritavam coisas horríveis nos meus ouvidos. Decidi que tinha que dar um basta!
Muita gente queria fazer trabalho comigo pra tirar boa nota. No 3º ano, umas patricinhas me pediram para pôr os nomes delas em um trabalho de Sociologia. Deixei no ar. No dia da entrega do trabalho, elas viram que eu não fiz e disseram que iriam me pegar na Quinta da Boa Vista (hoje um belo parque do Rio), que fica ao lado da escola. Fui lá e, quando começaram a gritar comigo, as empurrei no lago. Não me arrependo de nada! Lavei a minha alma naquele dia! Podem até me criticar, mas eu precisava ter feito aquilo! Daí pra frente, mudei muito!
Logo após a esse fato, concluí o Ensino Médio e, em seguida, minha mãe faleceu. Mantive-me forte, com a ajuda de Deus, do meu pai e de amigos e passei no vestibular para Letras, na UERJ. No primeiro dia de aula, pasmem: já sofri bullying, pois acharam que eu fosse lésbica. Ninguém queria fazer amizade comigo, em uma turma majoritariamente feminina! Só quando me viram com um homem, que logo depois se transformou em meu namorado, é que se aproximaram. Mas aí eu é que não quis papo. Todas as vezes em que começavam a me zoar por eu tirar notas boas, eu já debochava! Foi assim que passei a me defender.
Hoje, com 29 anos, eu me amo: sou uma mulher linda, inteligente, bem-sucedida, solteira, feliz, que adora ler, escrever, viajar, dançar, cantar. Que fala inglês, espanhol, e começou a estudar francês no ano passado!
Lembro-me de que sempre quando eu chorava, após voltar da escola, meu pai me dizia que o tempo iria mostrar como eu superaria isso, que esse tipo de agressão partia de pessoas invejosas e que qualquer um poderia ser vítima e por qualquer motivo: ser bonito, ser magro, ser gordo, ser alto, ser baixo, ser deficiente, ser diferente, ser incomum, ser homossexual, SER VOCÊ! Como professora, sempre digo isso aos meus alunos: SER VOCÊ MESMO INCOMODA MUITO! É por isso que muitos jovens começam a fumar, a beber, mesmo sem gostarem dessas coisas. Fazem isso para serem aceitos.
Para mim, ter sido vítima de bullying me deixou mais forte, mas não significa que isso valerá para todos. Infelizmente, muitos jovens se matam e até matam colegas. No entanto, fico muito feliz e aliviada em ver que a sociedade está dando mais atenção a esse tipo de agressão. Estamos, aos poucos, deixando de pensar que tudo isso é apenas brincadeira de criança! O bullying pode deixar traumas.
Espero ter podido ajudar alguém, de alguma forma.

46 comentários:

Larissa Petra disse...

Ainda me irrita muito ver que tem gente que diz que o bullying é uma escola da vida, e que ensina a ser gente, que o bullying é bom, na boa desde quando uma pessoa que humilha a outra está pensando no bem dela? Tipo, nossa essa pessoa é tão (feia, gorda, tímida, negra, deficiente) vou humilhá-la constantemente para ela (embelezar, emagrecer, aparecer, embranquecer, se curar) enfim...uma enorme hipocrisia. Afinal de contas, é bem mais fácil dizer que o bullying é brincadeira de criança, do que ver as marcas que ele deixa, ver que isso é muito grave.
E para a menina do post, parabéns pela força que ela teve ao lidar com tantos anos de bullying.

Jéssica disse...

História da minha vida, eu também era uma garota com altas habilidades, moleque e extrovertida. Sofri praticamente a mesma coisa no bullying, e também fiquei mais forte quando finalmente encarei alguns dos bullies. Fico feliz que tanto eu como você estamos muito bem hoje em dia, e um pouco triste já que aparentemente toda "garota-moleque" sofre bullying por ser assim...

Beatriz Correa disse...

Um pequeno comentário meio que irrelevante:

Estudamos na mesma escola!! :D

Me formei em 2006, em Turismo tbm e, apesar de não ter sofrido o bullying que vc sofreu, conheci muita gente que sofreu na minha roda de amigos (aliás, eu só andava com os excluídos e rejeitados da escola, provavelmente sofri bullying tbm, mas tava tão entretida com as novas experiências que eu nem liguei xD)
Minha melhor amiga, que conheci lá tbm, sofreu muito bullying, pelas mesmas razões que vc, e se tornou a mulher mais forte que eu conheço.
Ela se formou recentemente em Letras na UFRJ (russo *--*), fala inglês e espanhol fluentemente, é linda (dentro E fora dos padrões) e é muito mais bem-sucedida que todas as nossas colegas de turismo juntas xD

Fico feliz por vc ter um final(?) feliz, assim como ela tbm teve o dela ^^

Anônimo disse...

Tenho vários pontos em comum com vc, Gabriela : sofri bullying desde o primário ate o ultimo dia de faculdade.
Tocava piano clássico desde criança, e era conhecida como fria, chata,CDF, dentuça ( vc foi poupada dos óculos fundo de garrafa que eu usava ) nao sei se alguém me chamava de sapatão ou achava que eu era, mas eu nao arrumava namorando entao talvez ja devam ter pensando isso sim.
Meu relato sobre bullying : acesse meu blog na postagem de 16 de setembro de 2012. Nao gosto de fazer propaganda dos meus posts, mas este eu faço questão de sempre postar aqui quando o assunto e bullying, pois pode ajudar muita gente,quanto mais gente eu ajudar, melhor,;))
Beijos !!! Parabéns pela superação,

Anônimo disse...

Perdão , onde escrevi " fria" quis dizer " feia"

Anônimo disse...

bela historia!

e pra ser mais inteligente do que ja é, precisa tirar essa coisa de "deus" da sua vida.

feminismo e "deus" nao combinam. principalmente o deus masculino, castrador, punitivo, que culpa a mulher por tudo.

Larissa Petra disse...

Camila Pereira, olha vc é ateia e eu também sou exigo respeito a minha escolha, mas também respeito quem decide acreditar, afinal eu detesto fanáticos religiosos, logo detesto fanáticos ateus que acham que todos devem ser ateus

Gabriela Barbosa disse...

Camila Pereira:

Não vou tirar Deus da minha vida! Cada um com a sua crença!

Gabriela Barbosa disse...

Larissa Petra:

Tenho amigos ateus,umbandistas,candomblecistas,kardecistas,judeus...e nos damos bem! Concordo com você!

Gabriela Barbosa disse...

Beatriz Correa:

Eu fui meio que cobaia da escola: fui da primeira turma,assim que foi inaugurada!

Abraços!

Gabriela Barbosa disse...

Lola!

Só gostaria de falar um pouco da Quinta da Boa Vista para aqueles que não conhecem o Rio! Lá era a residência oficial da Família Imperial. Atualmente,é o maior parque da cidade,onde funciona também o Rio Zoo,o Museu da Fauna e da Flora e o Museu Nacional,justamente no palacete onde residia a Família Imperial.

Ele se localiza no bairro de São Cristovão,conhecido por ser o "bairro imperial"! No mesmo bairro,fica o Centro de Tradições Nordestinas Luiz Gonzaga! A estação de trem e a de metrô ficam em frente à Quinta!

Beijos a todxs!

Gabriela Barbosa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mari disse...

As pessoas enchem o saco dos outros por dois motivos, na minha opinião: Inveja e querer ser aceito (e/ou temido) pela turma.

De qualquer forma, ambos são coisa de gente imbecil.

Patty Kirsche disse...

E hoje em dia tem gente dizendo que bullying é invenção "de rico", porque antigamente não acontecia e blá, blá, blá... Sempre aconteceu, só que não era entendido como bullying. A negação do bullying é a mesma negação da discriminação contra minorias.

Falando sobre negação de discriminação,não dá pra acreditar no mimimi dos caras na votação da PLC 5555-2013, que tornará a divulgação de imagens íntimas da mulher como um ato de violência doméstica, enquadrado pela Lei Maria da Penha: http://www.votenaweb.com.br/projetos/plc-5555-2013?utm_source=Votenaweb2013&utm_campaign=ce5e6895de-Fotos_ntimas_na_internet10_17_2013&utm_medium=email&utm_term=0_60ba0d546d-ce5e6895de-67454065&ct=t%28Fotos_ntimas_na_internet10_17_2013%29&mc_cid=ce5e6895de&mc_eid=9abc445d30#_=

Joyce Lemos disse...

Que lindo ver o texto da Gabi aqui no blog!
Ela foi minha caloura na UERJ e é minha amiga até hj.
Parabéns, Gabi, por ser hj essa mulher linda e guerreira a despeito de tudo que esses bullies invejosos já te fizeram.

Anônimo disse...

nao sou ateia fanatica. e nao respeito religiao nenhuma. e tambem nao tenho nenhuma simpatia por gente religiosa.


camila pereira

Sara disse...

Gabriela conheço alguém muito especial pra mim que tem uma história muito semelhante a sua, até a idade é parecida, fico muito feliz em saber que assim como ela vc esta dando uma bela volta por cima, e soube tirar de algo tão ruim como o bullyng um motivo para se superar e seguir em frente.

Anônimo disse...

O pior são as pessoas que escrevem no Facebook : " antigamente todo mundo zoava todo mundo , isso era coisa normal de criança , nao existia bullying"

Gabriela Barbosa disse...

Joyce,
Obrigada pelo carinho e feliz aniversário!

Sara,

Obrigada pela força!

Anônimo disse...

Minha história foi bem parecida, e até hoje muita gente me discrimina por eu me expressar com opiniões contrárias às da maioria.

Desconfio até de ex namorados que tinham ciúmes de certas habilidades que eu tinha e eles não. Às vezes ter qualidades mais afasta do que agrada.

Gabriela Barbosa disse...

Joyce,
Obrigada pelo carinho e feliz aniversário!

Sara,
Obrigada pela força!

Camila,

Quem planta o ódio e a intolerância só colhe coisas ruins! Reflita! Você nem mesmo me conhece,mas pelo discurso,deve ser uma pessoa muito triste! Pena de você!

Anônimo disse...

gabriela, obrigada pela dica. acho que nem vou dormir essa noite.

mas vou continuar lendo a lola.

estude um pouco mais de historia pra ver realmente quem é que planta odio e intolerancia.

nunca matei nem agredi ninguem. por outro lado, as religioes e os tais deuses....

Anônima disse...

Eu também vivi isso. Tenho memôria fotográfica aprendi a ler com três anos. Nunca fiquei reprovada. Passei em três concursos e vestibular. Mas apelidos tipo ET, CÊREBRO, DICIONÁRIO me intimidavam. Sou gêmea idêntica e me chamavam também de clone. Para piorar fui violentada e sofre muito. Mas to superando. Nunca retribuí ignorancia sempre fui educada. Mas realmente não é bom. Intrigas, inveja maltratam muito. Força.

Gabriela Barbosa disse...

Camila,
E ter antipatia por pessoas religiosas,sem nem mesmo conhecê-las? Não seria um tipo de agressão,de intolerância?!
Pra alguém que defende que a mulher deve ter liberdade para ser quem ela quiser,você está me saindo quase uma nazista!

Gabriela Barbosa disse...

Camila,
Podexá,que vou passar a noite inteira estudando História (minha matéria favorita!). Valeu,baby!

Bru Holmes disse...

"Eu era chamada de dragão. Fizeram um concurso para escolher a menina mais feia da turma e eu ganhei."

Neste trecho, parece que você me descreveu! Eu também já fui eleita a mais feia da turma, e me chamavam de coisas do tipo ( estas palavras estilo dragão, canhão, etc.)

De fato, bullying deixa traumas SIM. Muita gente diz que é besteira da nossa parte, que somos fracas,etc...Mas na minha opinião, só sendo muito forte pra passar por isso...dói demais...

Bru Holmes disse...

"Eu era chamada de dragão. Fizeram um concurso para escolher a menina mais feia da turma e eu ganhei."

Neste trecho, parece que você me descreveu! Eu também já fui eleita a mais feia da turma, e me chamavam de coisas do tipo ( estas palavras estilo dragão, canhão, etc.)

De fato, bullying deixa traumas SIM. Muita gente diz que é besteira da nossa parte, que somos fracas,etc...Mas na minha opinião, só sendo muito forte pra passar por isso...dói demais...

Erres Errantes disse...

Eu adoro este blog, sobretudo os posts assinados pela Lola, mas o que me enche o saco são esses posts estilo "classe média sofre". Ai, a menininha sofria porque era confundida com lésbica! E daí? Eu tbm era confundida com lésbica e nunca achei que isso era motivo de sofrimento, pelo contrário, eu até me divertia.
Nego procura é sarna pra se coçar. Quero ver é se virar sofrendo bullying de verdade, ou seja: hostilizações sérias, beirando ameaças de morte. Quero ver é nego se virar tendo que lidar com isso, por toda a vida.

Erres Errantes disse...

Querid@s, vocês sabem o que é sofrer bullying na escola e não ter o mínimo apoio de seus pais? Pior, vocês sabem o que é sofrer bullying na escola e seu pai ainda virar pra sua cara e dizer que você mereceu sofrer toda a humilhação por que passou? Não, não sabem.

MrDissidiaFan disse...

Também sofri bullying por ser autista, mas hoje tou bem.

Jéssica disse...

@Erres

Sei, e com certeza muitas outras pessoas também sabem, já que o mundo não gira ao seu redor.

Novas Descobertas disse...

É muito bom ter superado o bullyng, isso pode ser uma lição de vida, mas não é disso que a sociedade precisa, a sociedade precisa parar com isso, principalmente os adultos que são os maiores incentivadores desse tipo de coisa, fala-se muito nas crianças que mexem com outras por serem diferentes, ou melhor serem aquilo que elas não podem ser, mas os primeiros que apartam e discriminam pessoas são os adultos.

Aninha disse...

Sempre que leio uma história de bullying relembro da minha adolescência.

Também ganhei um concurso de menina mais feia da escola!

Anônimo disse...

gabriela, veja bem, eu deixei minha opiniao nos comentarios sem agredir ninguem.

nas poucas mensagens que vc deixou, disse que eu planto "o ódio e a intolerância", que devo "ser uma pessoa muito triste! Pena de você!", ja me chamou de nazista.

varios pré-julgamentos, e alguns bem pesados, e vem me falar em deus, tolerancia, bla bla bla?

reveja seus conceitos, garota. pelo jeito deus nao esta fazendo muito efeito.

Erres Errantes disse...

Jéssica, e quando foi mesmo que eu disse que o mundo gira ao meu redor? Antes de querer repreender alguém, pense antes de escrever merda.

Feminista capitalista disse...

''a Gabriela aqui era o moleque, o menino, a desleixada, feiosa, além de nerd, cabeção, CDF etc.''


PUTZ,aí está toda a merda fedida de uma sociedade fútil,superficial e de papéis de genêro.

A garota era praticamente um gênio, se destacava lindamente em várias coisas e mesmo assim o que as pessoas ao redor conseguiam se preocupar era com a aparência dela,que não era a mais adequada de acordo com o patriarcado.

¬¬

Feminista capitalista disse...

''Quero ver é se virar sofrendo bullying de verdade, ou seja: hostilizações sérias''


OI?

E hostilizações que poderiam minar a auto-estima da garota gravemente e até mesmo criar problemas de auto-imagem que poderiam ser permanentes, podendo inclusive induzir a depressão não são hostilizações sérias?

Jura?

Falar dos outros é fácil,viver a vida alheia e se colocar no lugar do outro é que difícil.


Sinto muito,mas ''classe média sofre'' foi o seu comentário, só porque ela não morreu,nem faz drama, nem apanhou é puro ''mimimi de riquinha''?
Me poupe!

Anônimo disse...

Num post tão bacana, que deve estar ajudando muita gente,fico pasma de ver tantos comentários agressivos e intolerantes,...

Mais um post onde esse tipo de comentário deve estar desistimulando muita gente a postar,pois imagina o receio de postar sua opinião e levar pedrada,

Sem contar que TODO sofrimento e legítimo, e nao interessa se vem de classe media, rica, pobre, se foi físico ou emocional.Não vamos minimizar ou desqualificar o sofrimento do outro e entrar numa competição " quem sofreu mais , quem sofreu menos" ne!!!
Em vez de unir forças ,com todos os tipos de sofrimentos e lutarmos para acabar com TODOS eles, mais fácil desqualificar o outro e entrar nessa rixinha,..
Por essas e outras que o mundo ta perdido e que nao vejo como o bullying possa acabar tão cedo...
Beijos ,e animo para quem quer desabafar,ser ajudado ou nos ajudar nessa luta !:))

MCarolina disse...

Pois é. Vai ter concurso do pior bullying agora?

Anônimo disse...

Só acho estranho a pessoa ser tão maravilhosa e sofrer bullying em vários contextos diferentes...para mim algo não bate nessa história.

Anônimo disse...

Pena que não tive tempo para comentar esse belo guest post antes. Muito bonito o seu relato, me identifiquei bastante. Não acho que você tenha sofrido pouco. Seu relato incomoda quem não superou o bullying porque ele é leve. Não é carregado de rancor, mágoa e revanchismo como muitos depoimentos.
Assim como você eu também tenho altas habilidades, mas eu só fui descobrir depois de adulto. Ter consciência disso me ajudou e continua ajudando a superar vários traumas causados pelo bullying.
Nossa sociedade se vende como meritocrática, mas ataca sem dó aqueles que se destacam em qualquer área,tanto pra mais quanto pra menos. Qualquer um que não se conforme com a norma, com a média, é potencial vítima de bullying. Na verdade, o que a sociedade valoriza é a mediocridade.
Não é surpresa que entre os superdotados as mulheres sejam as que mais sofrem. As características típicas da superdotação, como a curiosidade, a precocidade e a intensidade são vistas como tipicamente masculinas. Não é esperado que uma mulher se porte desta maneira.

Erres Errantes disse...

Feminista capitalista

Me recuso a entabular qualquer debate com uma pessoa que usa um nick desse.





Feminista capitalista disse...

Por que 'Erres errantes' é um nick tipo assim.... FABULOSO né?

¬¬

E não é questão de debate nenhum, apenas constatei em meu comentário que o seu palpite sobre o assunto foi lamentável e desnecessário,além de nada empático.

Nem precisa responder,porque minha opinião não mudará nem 0,1%.

Carol Antunes disse...

Gabi, só pelo seu relato já virei sua fã. Fiquei pasma quando vc disse que sofreu bullying na faculdade. Incrível o nível de infantilidade dessas pessoas. Você é um grande exemplo.

Gabriela Barbosa disse...

Bom...obrigada pelo carinho de todxs vocês! Sintam-se à vontade para visitarem meu blog também!

Beijos a todos!

J. disse...

Me vi nessa história. Sofri bullying na época de escola (em 3 escolas que estudei) e sofri na faculdade. Fui excluída, ridicularizada e fazem muita fofoca por eu ser diferente, fugir do comum. Me sinto mal, tento (e tentei muito!) me encaixar em padrões, mesmo sabendo que, no fundo, nunca vou conseguir ser igual às outras. E quando acho que consigo me sinto uma farsa.
Não vejo a hora de terminar a faculdade para terminar com isso e sair para o mundo, o qual vi o quanto é grande e o quanto deve ser explorado pela gente.
Ótimo post, primeira vez que comento aqui. Ler este blog tem me ajudado a abrir a mente.