quarta-feira, 27 de agosto de 2008

EROTISMO NO CINEMA. SEM TIRAR A ROUPA


(se o vídeo for desabilitado, clique aqui).

Sei que a maior parte de vocês não estava viva em 1955 (eu não estava viva! Nem o maridão, que é jurássico, estava vivo!). Mas me digam se esta não é uma das cenas mais sensuais da história do cinema. É de Picnic (que no Brasil recebeu o título de Férias de Amor). A trama, tida como ousada na época (pensa só, mais de meio século atrás), é sobre uma jovem, prometida a um rapaz, que vê sua vida sacudir quando chega à cidade um amigo antigo e meio vagabundo do seu namorado. Toda a vila sente a influência do forasteiro, que é feito por ninguém menos que William Holden (de Crepúsculo dos Deuses), um dos astros mais másculos de Hollywood. Ele tava um tanto velhinho pro papel (tinha 37 anos e, na minha opinião, até parecia mais; era pro personagem ter uns vinte e poucos), mas ninguém notou. A moça era a Kim Novak (de um dos melhores Hitchcocks, Um Corpo que Cai).

E não entendo direito o porquê, mas este filme sempre me faz lembrar de um clássico que envelheceu com muito mais dignidade, Bonnie & Clyde, Uma Rajada de Balas (de doze anos depois). Um filme que também é sexy, apesar da impotência do personagem-título intepretado pelo Warren Beatty. Deve ser porque ambos começam com uma moça bonita e entediada numa cidadezinha no meio do nada, cuja rotina se rompe quando surge um carinha sem destino. Ou talvez porque os dois filmes têm lindas loiras (Kim, Faye Dunaway) e dois astros no auge da sua beleza?

Pouca gente hoje deve incluir Picnic entre os grandes filmes da década de 50, ao contrário de Bonnie & Clyde, que sempre tá presente no topo dos filmes mais influentes dos anos 60. No entanto, toda vez que elegem cenas sensuais do cinema, lembram da dança de Picnic. Acho que vi o filme na minha adolescência, antes de ver qualquer lista, e na hora pensei: quando crescer, quero ter um William Holden só pra mim. Fiquei com o maridão, praticamente um irmão gêmeo do William (hoje amanheci boazinha).

O trailer de Picnicaqui, infelizmente com a voz totalmente fora de sincronia. E a Marina escreveu sobre Picnic aqui.

28 comentários:

Giovanni Gouveia disse...

Eita, filmão made in 50's é uma viagem.
Coincidentemente recebi um PPS com fotos de Cyd Charisse em plena forma. Interessa?

L. Archilla disse...

essa sutileza do cinema antigo é demais... prova que o que seduz não é peito, bunda, coxa, mas a atitude. o homem não é um pedaço de carne!

Mica disse...

Nunca nem tinha ouvido falar desse tal de Picnic...mas o poster parece aquelas capas de Sabrina, Bianca (mas daqueles volumes históricos e não histórias nos dias atuais). Fiquei curiosa agora. Será que ainda tem nas locadoras??
Lembro quando assisti Bonnie & Clyde e fiquei apaixonada pelo Warren Betty (é assim o nome?), mas não tanto quanto me apaixonei pelo Alain Delon como Tom Ripley em O Sol Por Testemunha (acho que foi o único filme que vi com ele).

Hey! A mãe me falou que vc foi lá ontem. Ela a achou linda! E super simpática. As palavras dela foram 'que amor de pessoa! Tão querida...' ^_^.
Espero que goste das séries. Depois me diz o que achou.

lola aronovich disse...

Não, Gio, não manda fotos da Cyd Charisse não. Já vi muitas! Quando que ela NÃO esteve em plena forma? Ela era linda, pernões e tal, mas o que eu admirava mesmo nela era como ela dançava. Eu queria ser Fred Astaire, Gene Kelly, Cyd Charisse, Ginger Rogers, tudo num só pacote!


Tem razão, Lauren. Essa sutileza faz falta, eu acho. Quantas vezes um simples olhar é muito mais erótico que nudez e sexo explícito?

Anônimo disse...

LÔLAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
ai que coisa mais
LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA estas cenas deste filme!!!
Sua sensibilidade hoje está
à flor!

Sabe o que pensei?
Ah! fiquei encabulada...

Abraço aqui do litoral sul.
Fatima.
P.S.: adorei saber que seu
marido é gêmeo com o artista.
Voce é poderosa Lolaaaaaaaaaaaaaaa!
Ah! eu tinha 3 aninhos quando
Pic Nic foi lançado

lola aronovich disse...

Ai, obrigada, Mica! Eu também achei a sua mãe uma simpatia. Pede desculpas pra ela por passar tão rápido. É que eu tinha uma aula de inglês pra dar em seguida (perto do Angeloni, sabe, no quartel?), e nunca tinha andado do centro até lá, e não sabia quanto tempo ia levar (é rápido e tranquilo – só que os carros não respeitam faixa de pedestre e as calçadas estão uma droga).
Obrigada pelos dvds. Ontem vi um episódio do Diary of a Secret Call Girl e detestei. Muito trash. Além do mais, eu não entendia bastante do que a protagonista dizia! Os outros eu entendia (apesar do sotaque britânico), mas essa atriz tem um jeito estranho de falar. Essa série eu acho que não vou ver mais, não.
Aí vi o primeiro episódio de Life on Mars. Muito legal! Gostei sim. Mas me diga, é em preto e branco? Porque é assim que sai no meu dvd. E vc não disse que tinha legendas? Mas enfim, adorei a cena em que um dos detetives dos anos 70 derruba um pouco de comida em cima das evidências, e ainda esfrega tudo. Demais! Essa série faz todo sentido se a gente pensa do CSI!
Vou ver mais, e depois te falo. Mas no momento estou viciada mesmo em In Treatment. Amando de paixão!

Mica disse...

É tudo colorido, tudo tem legenda, mas...é arquivo em avi, então, talvez seja melhor assistir no computador. (a legenda vem em arquivo separado, tem que selecionar)
Ah, não desiste de Secret Diary of a Call Girl no primeiro episódio. São só 8 e todos de 20 minutos.
A pronúncia da Billie é estranha, né? Eu também tenho alguns problemas com ela (mas sou apaixonada pelo ator que faz o melhor amigo dela).

Suzana Elvas disse...

Oi, Lola;

"Life on Mars" é cor, viu? E não disse que você ia amar?

"Picnic" não está na minha lista de filmes favoritos. Deve ser porque nunca fui muito com os corn... ops! com a cara do William Holden - jamais achei que ele fosse "bonitão".

Enfim... Para mim, as cenas mais eróticas e sensuais de todos os tempos são:

* O striptease de "Gilda" - onde ela só tira uma luva mas você tem a nítida impressão que o vestido vai sair voando a qualquer momento - e, quando você termina de assistir, fica com a sensação de que ela fez um striptease de verdade.

* "Moça com brinco de pérola", como Colin Firth e Scarlett Johansson - esta cena e esta outra são maravilhosas.

* Anna e o rei (refilmagem de "O rei e eu), com Jodie Foster e Chow Yun Fat. Não achei a cena que eu mais gosto, quando os dois se despedem. Aquele foi o beijo não dado mais sensual e apaixonado que eu já vi no cinema.

* E a mais antológica de todas: Cary Grant e Grace Kelly em "Ladrão de casaca". Os dois fazendo um piquenique e ela, com a cara mais doce do mundo, servindo frango a ele (que está com cara de estar pra lá do ponto de bala): "Quer peito ou coxa?"

Suzana Elvas disse...

Lola, pode me fazer um favor?

Escolha um ano, entre 1950 e 1999. Somente um.
Bjs

Sandro Barbosa disse...

Picnic é um filme muito legal. Vi várias vezes nas madrugadas da Globo, no século passado.
A cena de dança é sensacional.
Lola, vc conhece um filme da antiga, chamado "Imitação da Vida"(acho que a atriz principal se chamava Claudete Colbert). É uma das maiores fontes produtoras de lágrimas do cinema americano.Se não viu, veja. É uma daqueles filmes que fazem vc achar que o mundo não é tão feio e triste assim.

Suzana Elvas disse...

Uia, "Imitação da vida" - pegou pesado no baú naftalinoso, hein? :o)

Eu vi as duas versões: com a Claudette Colbert e com a Lana Turner (canastra como sempre). É um vale de lágrimas sem fim.

lola aronovich disse...

Su, eu não disse que tava AMANDO Life on Mars. Amando mesmo, só In Treatment. Mas vou tentar ver Life a cores. Vamos ver como eles seguram a bola nos próximos episódios.
É, eu não acho o William Holden nenhuma maravilha de homem, não. Mas eu o acho muito sexy, sim. Charmosão. E ótimo ator (o primeiro filme que eu vi dele deve ter sido Rede de Intrigas. Ele já tava velho, e mesmo assim eu o achei sexy).
O striptease de Gilda realmente é bárbaro. Sem dúvida uma das cenas mais sensuais da história do cinema. (e aí é um grande elogio à Uma Cilada pra Roger Rabitt, pra Amy Irving e pra Kathleen Turner, que elas tenham feito a Jessica Rabitt assim tão Gilda! A cena da Jessica cantando tb é muito sexy, e sempre me lembra Gilda).
Eu gostei de Moça com Brinco de Pérola, adoro o Colin (mas não cabeludo), só que não achei o filme sexy.
Eu não vi essa refilmagem com a Jodie Foster. Nessa vc foi totalmente original: nunca tinha ouvido que esse filme é marcante em alguma coisa.
Bom, qualquer coisa com o Cary Grant é sexy! Ah, como eu gosto desse cara! Eu tenho Ladrão de Casaca em dvd aqui em casa. Vou dar uma conferida na cena.
Quer que eu escolha um ano? Qualquer um? Bom, que tal 1967, o ano em que nasci?

lola aronovich disse...

Mica, esqueci de falar: é, a capa é muito parecida com as Biancas da vida. Mas na época era o padrão das capas (que hoje também seguem um padrão – eu não consigo distinguir uma da outra!).
Tá bom, Miquinha, vou dar mais UMA chance ao Diary. E vou tentar ver no computador pra ver o que essa tal de Billie quer da vida.


Sbcarmo, eu também vi Picnic várias vezes na madrugada da Globo. E eu sempre ficava pra ver a cena da dança. Olha, que coincidência incrível vcs (Sbcarmo e Su) terem falado de Imitação da Vida! Eu nunca tinha visto o filme, mas sabia que era um clássico. Aí aproveitei que a Netflix tinha (quase) tudo, e peguei enquanto estava nos EUA. Eu vi o mais clássico mesmo, aquele com a Lana Turner (que é canastrona e tal, mas tá super bem). Adorei o filme. E fiz várias anotações. Há muitos filme que eu vi/revi nos EUA e que estou louca pra comentar. Tá tudo na minha lista. Aguardem. E desnecessário dizer que eu chorei aquele vale de lágrimas que vcs comentam.

lola aronovich disse...

Ai meu Deus, esqueci de te responder, Fátima! Mil desculpas! Minha sensibilidade “hoje” está a flor? Nem te conto que este post tá prontinho na minha caixa do blogger há MESES! Aí eu ficava adiando, sempre achava que tinha algo mais urgente pra postar... Mas esse veio a calhar hoje. É, na realidade eu gostaria de dizer que o maridão é praticamente irmão gêmeo do Cary Grant. Mas o William Holden passa! Vc tinha 3 aninhos quando Picnic foi lançado? Então vc só viu o filme muuuuuito depois, na década de 60 ou até 70, né? Abração!

Suzana Elvas disse...

Vai lá checar o seu e-mail, flor.
Bjs

Mica disse...

Por falar em filme velho, uma coisa que sempre me tira do sério é nos filmes e seriados americanos, TODA vez que alguém está assistindo TV é algum filme antigo, em preto e branco. Como se todo mundo (inclusive adolescentes) só assistissem clássicos. Cara, até eu que gosto de filmes fico me ensampando para assistir esses filmes (mesmo querendo assistir).

Eu deveria assistir esses filmes quando passa nos canais da tv a cabo, mas na hora H eu nunca vejo. Acho que só me resta locar mesmo um dia.

Liris Tribuzzi disse...

"Fiquei com o maridão, praticamente um irmão gêmeo do William"


Lola, divide?

Anônimo disse...

não conhecia o filme, mas a cena aí em cima... ai, ai... adoro homens que dançam! Deu até vontade de fazer um piquenique :-)

Anônimo disse...

Lola eu já havia inclusive
"riscado seu nome do meu caderno"
mas enfim... voce lembrou que aqui
nesta distante península ao sul
do Brasil, mora uma senhora de cabelos brancos que le suas matérias.
ANRÂÂÂ!!! Voce tem mil posts legais
escondidinhos na manga é?
Sua danadinha pois eu gostei tambem deste aí de cima.
Quanto a filmes confesso que não vi muita coisa embora uma época eu pegava na locadora e copiava em 2 vídeos em casa, tudo que amava, inclusive e sobretudo, os desenhos pra filhota.
Lola há um filme que gostei muito
(é do Scolla?) creio que o nome é:
"Feios, sujos e malvados".
Gosto do cinema europeu e dos jovens curto Almodóvar.
Abraçalhão da Fatima.

Anônimo disse...

Esse Picnic eu não vi,mas eu vi Bonnie e Clyde(que inexplicavelmente passou no SBT),e adorei!é realmente um ótimo filme.

lola aronovich disse...

É isso mesmo que acontece, Mica? Bom, de série de TV vc entende MUITO mais do que eu. Vai ver que passam filme antigo pra não pagar direitos autorais? Ou nada a ver?
Ah, Mica, francamente, vc devia mesmo ver esses filmes. Não todos, óbvio, mas muitos clássicos valem a pena ser vistos.


Li, tá assanhada, hein, mocinha? O que que vc ia fazer com um velhinho decrépito como o maridão? Chamá-lo de bisa? Jogar australiana com ele?


Eu também adoro homens que dançam, Cynthia! São um charme. E aí fica cheio de rapaz homofóbico achando homens que dançam “suspeitos”. Se eles soubessem o sucesso que esses caras fazem com as mulheres...

lola aronovich disse...

Pois é, Fá, sempre que começo a enrolar trato de escrever um post, e vou guardando. Na realidade eu fico pensando: “Pronto! Já tenho material pro blog pra duas semanas! Vou ficar duas semanas só trabalhando na tese”. Desnecessário dizer que não funciona...
Ah, eu vi Feios, Sujos e Malvados, mas faz tempo. Não lembro de muita coisa. Eu amo Almodóvar. Abração!


Princesa, uau, Bonnie & Clyde passou no SBT?! Ah, lembrei que o SBT passou alguns clássicos na madrugada. Eu e o maridão tentávamos ver, gravar, e aí descobríamos que era só pra SP. Pelo menos em SC não chegava. Era só anunciado! Filmão Bonnie & Clyde, né?

Anônimo disse...

Sobre homens que dançam:
a)Todas as mulheres adoram, por conseguinte, eu ADORO.
b)Os homfóbicos OU:
morrem de inveja
OU:
Morrem de inveja e medo de se sentirem encantados.
c)Os gays AMAM homens que dançam.
d) Homens que dançam sejam hetero
ou homo são M A R A V I L H O S O S
e) Homens hetero que dançam são
são... são... são...
o MÁ X I M O !!!
Fatima.

Anônimo disse...

Pô, eu também nem era nascida aí, mas adoro, adoro filmões antigos!

Semana passada a GNT reapresentou pela milésima vez a minisérie biográfica da Audrey (com a insossa da Jennifer Love alguma coisa) e meu deu uma enorme saudade dos clássicões. Lá fui eu desenterrar meus filminhos, mas, com a mudança enterrei tudo de novo e ainda não montei a terceira estante para os DVD's.

Ainda chego lá!

E nada de cinema até agora!!!

Anônimo disse...

E pensar que essa coisa de mulher prometida para um homem ainda existe sabia? Na calábria esses acordos matrimoniais acontecem quando os filhos ainda estão entrando na adolescencia. E mulher tem que ser dona de casa, não pode ter profissão. Se trai o marido é morta. Mas se o marido a trai isso é uma coisa normal que ela tem aceitar. Inacreditável não é?

Anônimo disse...

Arrepiei vendo o jeito com que ele segura a mao dela, enquanto danca... Eu nao sei dancar, Marido tb nao, pena que ele nem tenta, ainda que pra me agradar...
Obrigada pelo trechinho, achei beeeem legal!

Mica disse...

Eu estou lendo no trabalho e até agora não consegui ver vídeo algum :-(

Anônimo disse...

aaaaaaaaaaafff
Primeiro: homem que dança eh o que há...
Segundo: pegar na mão com esse filme passa a ser algo absolutamente contrário ao usual _ é um dos detalhes mais legais.