quinta-feira, 21 de setembro de 2017

FOI A DIREITA QUE CRIOU O POLITICAMENTE CORRETO

Publico hoje uma entrevista que dei a um grande jornal em junho. Como o jornal não utilizou a entrevista, e como ela levou um tempinho pra responder, e como ficou bacana, talvez vocês queiram lê-la.

Pergunta: Você concorda com o termo “politicamente correto” (PC)? O que é ser politicamente correto?
É mais fácil falar sobre o que é ser politicamente incorreto: é um eufemismo para ser abertamente preconceituoso. Politicamente incorreto virou sinônimo de “Senta que vamos voltar no tempo e defender os discursos mais retrógrados possíveis”. Quando leio que um livro, filme, peça, humor, autor, qualquer coisa, é politicamente incorreto, já sei que vou ouvir opiniões machistas, racistas e homofóbicas, seguidas por um revisionismo histórico que coloca o homem branco hétero como o verdadeiro alvo de preconceito e discriminação através dos tempos. Nunca falha.
Não conheço muita gente que se assuma politicamente correta, pois o termo é usado para acusar, insultar. O “politicamente” já é bastante suspeito, faz parecer que a pessoa está tentando ser correta, mesmo sem sê-lo, ou seja, está sendo falsa. Já os politicamente incorretos batem no peito e se vangloriam da sua incorreção com grande orgulho. Eles pintam a si mesmos como revolucionários transgressores e pintam os politicamente corretos como carolas moralistas, o que é uma enorme ironia.
Quando surgiu? Houve alguma transformação no seu significado desde então?
A expressão como vem sendo usada hoje tem cerca de um quarto de século. Nos anos 1960, o termo já era utilizado por pessoas de esquerda, na maior parte das vezes ironicamente, contra exageros dogmáticos dos próprios movimentos. Foram os think tanks da direita americana que se apropriaram da expressão no início dos anos 90 para condenar o fervor com que as universidades tratavam certas lutas. A direita passou a chamar ativistas de intolerantes, os “novos fascistas", e adotou o termo “pc” como um projeto da esquerda para controlar corações e mentes -- algo que precisava ser urgentemente combatido. 
O divertido, além das teorias da conspiração, é que, para a direita, só um lado é político, só um lado é ideológico. Ideologia e doutrinação nunca é o que eles fazem, é o que fazem contra eles. Podemos traçar um paralelo entre a criação do termo “politicamente correto” com a mais recente “ideologia de gênero”, também uma “ideologia” criada pela direita para vilanizar toda uma linha de pensamento e área de pesquisa que visa desconstruir e questionar questões de gênero. A direita tem a mania de transformar problematizações em conspirações, questionamentos em censura.
Ele é real? Está presente nos dias de hoje? Em que situações?
Não gosto do termo “pc” porque ele é sempre pejorativo, foi criado para ser pejorativo. Mas existe na esquerda a preocupação de pensar a linguagem para que ela seja mais inclusiva, para que ela deixe de ofender grupos historicamente oprimidos. A linguagem é uma construção social em constante mudança. Termos são incorporados, abandonados, modificados, todo santo dia. A gente tem força e poder para mudar a forma como nos comunicamos. A gente pode deixar de usar um tipo de vocábulo porque ele é ofensivo a um grupo, só que isso exige reflexão, criatividade, e esforço. 
Se eu posso, através da escolha das minhas palavras, impedir que um grupo continue sendo marginalizado, eu vou tentar tomar mais cuidado. Por exemplo, faz apenas alguns anos que aprendi que o correto é dizer “homossexualidade”, e não “homossexualismo”, porque o sufixo -ismo neste caso pode remeter à doença, e porque não dizemos “heterossexualismo”, e sim “heterossexualidade”. Patinei nas primeiras vezes, mas aprendi. 
Outro exemplo é que podemos usar insultos “politicamente corretos” contra mulheres, usando ofensas unissex, digamos, e não aquelas que se referem a sua sexualidade (vagaba, piranha, vaca, galinha, vadia, mal comida etc) ou a sua aparência (mocreia, dragão, baranga). Afinal, “piranho” e “barango” não existem, são termos que só existem para ofender mulheres. Não estou subtraindo da língua a necessidade de ofender (que é real). Mas podemos escolher melhor os insultos para que eles não sejam machistas e homofóbicos. Não é fácil, porque tantos dos nossos palavrões são machistas ou capacitistas (chamar alguém de “retardado”, por exemplo), mas é possível.
Virou moda dizer que parte dos ataques a questões sociais sensíveis surgiu como reação à “ditadura do PC”: esse discurso se sustenta?
Claro que não. Não existe “ditadura do PC”. Existe o que a direita vê como uma conspiração dos “globalistas” ou dos “multiculturalistas” ou dos “marxistas culturais” em censurar o pensamento preconceituoso que os próprios conservadores veem como de direita. As pessoas sempre foram preconceituosas, e continuam sendo. 
Não há reação nenhuma nisso, muito menos transgressão. Os conservadores só deram um nome mais bonito para os seus preconceitos, “politicamente incorreto”. Mas o humor que fazem é idêntico ao que seus tataravôs faziam. Não tem nada de moderno. Como diz Laerte em um de seus muitos quadrinhos geniais, o politicamente incorreto é o consolo do prisioneiro. Quem está enclausurado nos seus preconceitos nunca será verdadeiramente livre. Reação é deixar de ser preconceituoso.
Trump é tido por muitos como politicamente incorreto. Temos algo parecido no Brasil? Qual é o perigo de se posicionar assim? O que seria um exemplo de discurso PC?
Num debate presidencial, Trump disse que o grande problema dos EUA era o politicamente correto. E disse depois que sua vitória foi uma reação contra os excessos do politicamente correto. Aqui no Brasil temos Jair Bolsonaro, o “nosso” Trump, que sempre xinga grupos historicamente oprimidos e ativistas que lutam por esses grupos. O perigo desse discurso é espalhar ignorância. Bolsonaro disse numa entrevista à atriz e ativista LGBT Ellen Page, por exemplo, que o número de gays havia aumentado no mundo (o que já é uma mentira) e que o motivo era que mais mulheres trabalhavam fora de casa, e assim não tinham tempo de educar corretamente os filhos. Quer dizer, essa besteira repercute internacionalmente, é vergonhoso. 
Já há estudos que mostram que só ter candidatos “politicamente incorretos” (ou abertamente preconceituosos), ainda que eles não ganhem (e Bolsonaro nunca será presidente, pode anotar), já aumenta o bullying nas escolas e a hostilidade na internet. Um seguidor dessas criaturas reacionárias observa atentamente seus ídolos e conclui que, se um candidato a presidente pode elogiar um torturador ou dizer para uma mulher que ela “não merece ser estuprada” (como se alguém merecesse), então ele, um mero anônimo nas redes sociais, também pode.
O discurso politicamente correto está presente também nas redes sociais? De que forma?
Não acho que esteja presente, mas muita gente hoje pensa um pouco antes de falar, para não repetir velhos preconceitos. É um aprendizado. Você aprende que deve dizer “a travesti”, não “o travesti”, e nunca “traveco”. Não é preciso ser exatamente um gênio para não chamar uma feminista de feminazi. Mas outras coisas são mais sutis e demandam reflexão. Tipo: chamar uma mulher de “histérica”. Se você sabe que essa expressão sempre foi designada para atacar mulheres, se você sabe que a palavra vem de “hister”, que significa útero, se você sabe que mulheres através dos tempos foram/são desqualificadas por serem vistas como irracionais e descontroladas, talvez você aposente o termo. Talvez não. É uma escolha, não uma imposição.
Ser politicamente correto aprimora ou empobrece a qualidade do seu discurso?
Pensar antes de falar pode ser estressante e difícil, mas aprimora o nosso discurso. Repetir preconceitos milenares sem pensar é que é empobrecedor. O mundo seria mesmo tão horrível, como juram alguns conservadores que acham que o politicamente correto está indo longe demais, se não pudéssemos mais chamar uma gorda de baleia, um gay de viado, um negro de macaco? Quer dizer, poder, pode, mas você pode ser chamado de babaca se usar esses termos cotidianamente na sua linguagem. 
Como ativista, já ouvi inúmeras vezes de quem se opõe ao meu ativismo que o politicamente correto é a pior praga da humanidade. Não é a fome, a guerra, a violência, a cultura do estupro (que eles sequer acham que existe) -- terrível mesmo é o politicamente correto. Mas devo dizer que nos últimos anos o termo “politicamente correto” tem caído em desuso, a meu ver. 
Hoje os que se opõem a quem combate preconceitos nos chamam pejorativamente de SJW, ou Social Justice Warrior (guerreiro da justiça social). E, novamente, para esses conservadores, o problema não é o machismo, o racismo ou a homofobia. O problema é quem luta contra o machismo, o racismo, a homofobia. Eles parecem crer que, se a gente não falasse mais em racismo, ele simplesmente desapareceria, como num passe de mágica.

39 comentários:

Rafael disse...

Justiceiro social é um termo que vem crescendo, assim como desqualificar opiniões divergentes como "toddynho".

Mas vejam bem, ao se afastar das discussões sobre direitos humanos e seus temas conexos a direita deu um tiro no pé. Rachou completamente.

Anônimo disse...

Isso implicaria também, em não se utilizar o termo "mascu"?

Anônimo disse...

mascu é só uma abreviação para masculinista, até onde sei. e acho uma palavra perfeitamente cunhada.
Lola, quando li ali no meio que vc falou do bolsonaro, me correu um frio na espinha. lembrei que ontem vi uma reportagem que colocava ele muito bem posicionado nas pesquisas, em segundo e até primeiro lugar em alguns cenários. acredito que ele nunca vai se eleger, mas essa situação de visibilidade e aprovação dele me dá calafrios.

titia disse...

A única vez que eu ouço falarem em 'politicamente correto' é justamente quando algum machista cuzão quer defender/justificar/ser aplaudido pela própria escrotice. Isso pra mim já diz tudo.

Anônimo disse...

Não acho que Trump ou Bolsonaro ou qualquer um que faça ofensas politicamento incorretas, deve ser poupado do seu próprio veneno.
Mas pessoas que não são politicamente incorretas, ainda que cometam alguns deslizes mas sabem que devem evoluir como ser humano, devem ser tratadas com respeito. Trump não é um senhor idoso. É um velhote decrépito gagá.

Anônimo disse...

Os opressores se passam por vítimas para continuarem oprimindo.
Politicamente correto no focinho da Direita é sempre bom.

Anônimo disse...

O conteúdo desta entrevista é muito necessário, e ela deveria ter sido publicada no jornal de grande circulação que a fez, mas talvez não tenha sido exatamente porque desfaz um embaraçamento de conceitos fomentado pela própria grande mídia, com uma função cultural de controle bem clara.

Eu me lembro que, quando criança, a expressão 'politicamente correto' se referia aos resultados por vezes risíveis das contorções feitas na linguagem para expulsar de dentro dela o preconceito - mas essa constatação não era vista como motivo para deixar de trabalhar a linguagem, ao contrário, era um incentivo para trabalhá-la melhor, desentranhando dela o preconceito de maneira mais natural.

Realmente, foi a partir dos anos 90 que a expressão 'politicamente correto' foi capturada por uma maré perversa, que quer desvirtuar o que começou como trabalho linguístico ético, fazendo-o soar como suposto autoritarismo a engessar uma suposta liberdade de expressão, que na verdade não é nem liberdade, é assujeitamento, e não é expressão, é repetição de fórmulas linguísticas de assujeitamento.

É muito importante que as pessoas, em geral, na sociedade, fora de coletivos, nichos e grupos, tenham acesso ao esclarecimento sobre o que realmente são essas expressões: 'politicamente correto' e 'politicamente incorreto' - pois é essa massa que é o alvo dessa ação de desvirtuamento, não só linguístico como cultural, o que é muito pior e mais eficiente para atingir o objetivo de controle por meio da cultura. Como uma das ações para combater esse movimento, esta entrevista deve ser espalhada e compartilhada por todos que entrarem em contato com ela, em vários meios de comunicação, repetidamente, até alcançar a superfície do mainstream.

Anônimo disse...

As pessoas que usam linguagem com preconceitos embutidos, mas estão em processo de retirar os preconceitos de si mesmas, podem simplesmente fazer um esforço extra com a linguagem. Nem é um esforço tão grande assim, é mais um desconforto passageiro com a perda de fluência, aquelas brecadas a cada vez que se percebe que se está a ponto de falar uma besteira, seguidas de um momento breve de pensamento (não dói nada) e escolha de outro caminho linguístico. Com o tempo e a prática, falar sem preconceitos torna-se tão natural quanto existir sem preconceitos. Uma nova fluência é ganha, uma nova fluência ética.

Já um Trump ou um Bostonaro eu gostaria de ver submetidos ao tratamento 'politicamente incorreto', como experimento antropológico e social mesmo. Gostaria de ver como eles reagiriam, sendo os fracos-reativos que são, ao serem alvejados com fofices do tipo 'velho broxa', 'peruquento', 'bicha enrustida', 'corno', bicho-fraco, bicho-bosta, rejeitado, expulso, etc... os xingamentos mais efetivos nem são os palavrões mais escabrosos, mas muitas vezes apenas palavras comuns, mas que atingem os bichos bem no alvo da alma, que expõem para eles mesmos bem aquilo que eles são, e sabem que são. Hummm... Pensando assim, quem sabe nem precisaríamos ser 'politicamente incorretos' para afetar esses escrotos com tamanha força ética a ponto de desestabilizá-los completamente? É só começar... tem que ser em bando, atacar e aí manter o ataque - se o bicho der uma recuada, atacar mais; se o bicho virar crumbles, continuar esmigalhando; se o bicho virar farinha-de-rôsca, nem pensar em parar. Que tal?

Anônimo disse...

O toddynho não é um termo ofensivo, é um termo descritivo. Descreve aqueles bichinhos, há muito passados dos 18 anos, bichinhos-bichoquinhos sustentados pela mamãe, que ainda lava suas cuecas. Vagabundos ressentidos sustentatinhos pelo papai, que ainda compra toddynho pra eles. Classes-média criados por classes-média, ou seja, criados por assalariados, meros empregados que negam ser trabalhadores por narcisismo e nojo. O engraçado é que, como efeito colateral de manter essa máscara, esses assalariados têm de se sujeitar a sustentar um adulto vagabundo, que se recusa a se tornar também um assalariado sob a desculpa de 'querer fazer só o que gosta' como bom 'millenial' que é. Um tipo desses é prejudicial não só à familinha dele, para quem estamos pouco-nos-lixando, como também, e principalmente, para a sociedade, pois é um veneno social que se espalha e contamina. E precisamos acabar com esse envenenamento perverso e fascista.

Assim, quanto nós chamamos um toddynho de toddynho, nós não queremos ofendê-lo, não. Nós queremos apenas arrancar dele as suas entranhas podres, puxá-las pelo seu rabo e esfregá-las na cara dele. É só isso. O efeito que se espera dessa ação não é mera ofensinha do bichinho, imagina!, é um efeito mais psicossomático mesmo, mais incapacitante, mais permanentemente incapacitante e socialmente relevante.

Anônimo disse...

O conservadorismo e a nova contracultura Lola, admita.

lauda disse...

Como assim? Sem ironia. Queria entender sua fala.

Unknown disse...

Concordo q pessoas não podem ter passe livre pra escrotices e xingamentos, mas eu posso ter uma opinião q não lhe agrade, qual o problema disso? Eu tenho que considerar com tudo que a esquerda diz é o certo?

Por vezes o politicamente correto ultrapassa o limite da imbecilidade, qrem até mudar a gramatica pra ser gênero neutro, excluir palavras por supostamente serem racistas como "denegrir". Tem também as vitimas da sociedade q só falta ter que pedir desculpas pro bandido por ele me assaltar, fora a divida histórica, q por ser branco, tenho q pagar pelo meu privilegio e por algo do passado q não fiz.

Felizmente as pessoas ainda questionam essas bizarrices.

J.M. disse...

"Isso implicaria também, em não se utilizar o termo 'mascu'?"

---> Claro que sim, mascu é um termo muito "fofo" para se referir a vermes como vocês. Perdão aos pobres vermes pela infeliz comparação.

Anônimo disse...

Falsa simetria detectada!!

Anônimo disse...

Relaxa, a popularidade dele não passa disso é ele até cai com a campanha valendo e ele começar a dar rajadas de tiros nos pés falando os absurdos q ele fala de como coisas normais. O brasileiro no geral é conservador, mas não é fascista. A grande maioria das pessoas não vai acolher esse discurso de extrema direita machista, lgbtfóbico, racista, capitalista tacanho etc e tal.

Unknown disse...

Excelente btexto, Lola!! Concordo do início ao fim!

Anônimo disse...

O pior é que a maré está virando mesmo. Ser de direita está tomando ares de rebeldia. E os esquerdistas começam ser visto como repressores, caretas...

Anônimo disse...

"Bolsonaro nunca vai ser eleito"

=> Da mesma pessoa que garantiu que não ia ter golpe.

Anônimo disse...

"Você aprende que deve dizer “a travesti”, não “o travesti”,"


Travesti é a pessoa que se apresenta como alguém do sexo oposto sem que isso fique restrito a uma performance artística e o termo contempla pessoas do sexo masculino ou feminino. É correto dizer "o travesti" porém, por redesignação linguística, essa é uma convenção recentemente imposta. Esse aliás é um excelente exemplo da aplicação prática do politicamente correto.

Anônimo disse...

Lola, 17:00, 17:48, 18:23: obrigados! Expressando otimamente as reflexões necessárias.

Melhor ainda que homossexualidade, homoafetividade (ou ambas, com "e" no meio) -- isso ajuda a afastar a noção (dos sem noção) de que ser gay é por promiscuidade e somente uma questão de desejo, físico.

A travesti, quando se posta como mulher, o travesti, quando se mostra como homem.

Experiência parecida com a da Lola: até ler a melhor expressão, eu não havia percebido como é contrário ao respeito que todos merecem e ao esclarecimento geral dizer "opção sexual". Se orientação sexual fosse "opção", pouca gente escolheria ter o desejo e a afetividade dirigidos ao mesmo gênero, para com isso sofrer todo tipo de discriminação, de não autoaceitação, de violências de todo tipo. Além disso, dizer "opção" reforça a noção (descrita acima, equivocada) de que alguém escolhe relacionar-se afetiva e sexualmente com o mesmo gênero ou com ambos por questões de promiscuidade ou aumento de número de parceiros (no caso da bissexualidade).

Anônimo disse...

Acho que a questão dos dos esquerdistas começarem a ser visto como repressores e caretas tem muito a ver com o tom agressivo e pesado de muitas manifestações.

Me parece um erro estratégico grave, que está jogando contra e pesando a balança a favor da direita.

Mas não adianta avisar, eu já cansei.

Cara Valentina disse...

A maioria dos "só vou trabalhar com o que gosto" são faficheiros e tilelês, e não conservadores.

Rafael disse...

Anonimo(a,x) a expressão "toddynho" pode ser usada por gente que pensa como vc, mas não concorda com um ou outro aspecto do seu pensamento, o qual seria puro, elevado, de categoria superior e não coisa de criança, pueril, etc.

Então a pesso pode pensar 90% a mesma coisa, mas aquele 10% faz dela uma pessoa imatura.

Anônimo disse...

Só discordo e não entendo essa de que puta é um termo pejorativo. Normalmente quem pensa assim são os babacas machistas. As mulheres que eles chamam de "putas" ou são prostitutas de fato ou alguma mulher de quem provavelmente eles não gostam ou com quem não conseguiram transar. Enquanto feminista acho ruim que nós estigmatizemos tanto o termo. Muitas prostitutas não são prostitutas por escolha e outras são prostitutas porque querem. O que questiono é: vale a penas as feministas serem preconceituosas com o termo da mesma forma que esse bando machistas babacas é?
E outra, se ser puta é gostar de sexo eu também sou uma com orgulho.

Anônimo disse...

Tá na cara que essa Cara Burrentina é um troll do sexo masculino. E tem aquela tara inexplicável da direita pela vida dos esquerdistas. ô Cara Burrentina vai transar e para de ficar expiando a vida dos esquerdistas
A maioria dos "só vou trabalhar com o que gosto" são pessoas que tem dinheiro para fazer isso. Ou são até mesmo pessoas pobres quando há quem possa bancá-los até que alcancem esse objetivo. Não tem nada a ver com ser faficheiro, tilelê, direita ou esquerda. Mas uma coisa é certa: alguns conservadores dão um enorme valor ao dinheiro. Preferem fazer algo que odeiam, mas que paga bem, do que fazer algo que gosta, mas que paga mal. No entanto, a maioria dos conservadores sempre fazem o que gostam de fazer. É que eles normalmente gostam do que é muito lucrativo e que tenha status. Será que a teoria da fixação anal de S. Freud explica esse gosto dos conservadores pelo dinheiro e o gosto em controlar e observar a vida dos outros, especialmente a vida dos esquerdistas?

Anônimo disse...

Anon 00:20. Você tem razão quando diz que há um tom agressivo em certas manifestações da esquerda. Mas o que a entrevista da Lola quis dizer é que não há nenhuma ameça real nisto, tal qual a direita pinta. O politicamente incorreto é exatamente isso: um termo para camuflar a vontade de vomitar preconceitos impunemente. A direita nem sequer consegue ter um pouco de originalidade: tomou um termo já criado pela esquerda.

Anônimo disse...

Anon 00:20. Não há de fato repressão alguma. Nenhuma ditadura realmente e chamar a esquerda de careta, kkkkkkkkkkkkkkkkkk, faz-me rir, é puro revisionismo. A direita é especialista em criar espantalhos. Mesmo que não houvesse nenhuma agressividade nas manifestações, a direita ainda inventaria algum espantalho. Na época dos hippies qual era o espantalho? eles diziam que os hippies iriam destruir a família, os bons costumes, a moral, o país. Tudo isso continua existindo até o presente, mas com novas configurações. A direita precisa é de um psiquiatra pra controlar suas crises de ansiedade.

Anônimo disse...

Um toddynho fazendo mimimi... Mimimi, mimimi, mimimi... Mimimeia mais... :D

Anônimo disse...

Isso chama-se cultura, é o que nos molda, é o ar que respiramos - e, se deixarmos a direita moldar o ar, deixaremos ela moldar o mundo! Temos de parar de ser reativos, fracos, impotentes, reclamões, apenas vendo o que acontece, até mesmo descrevendo em detalhes o que acontece, com erudição, nas academias, mas... sem fazer nada! Sem se contrapor de verdade, sem ganhar território, só perdendo, perdendo mais e mais territórios de expressão no mundo, e territórios de subjetividades, todo dia.

Precisamos IMEDIATAMENTE deixar de nos achar superiores a quem achamos que é tolo, e achar que só isso basta, que ser 'moralmente' superior já é resistir - Não é! É ilusão, sobre o outro e sobre si mesmo, que, se é narcisista, não é superior em nada, é só mais um encouraçado.

TEMOS de ir pra LUTA de VERDADE - AGIR - EM MASSA, também sendo AGENTES de CRIAÇÃO DE CULTURA, virando o jogo e, não só isso, pois isso ainda é reatividade - mas jogando um novo jogo, criando novas regras - se queremos uma sociedade realmente justa, saudável, diversa, temos de: parar de ter medo de transformar nosso desejo em ação. Parar de falar em círculos dentro de grupos fechados, coletivos, ativismos, bolhas - parar de falar em forma de jargões importados dos EEUU e sua neoliberal falsa-esquerda ou em jargões herdados da velha esquerda - APRENDAM A FALAR - E APRENDAM A AGIR - Alcancem as PESSOAS, quaisquer pessoas, furem as bolhas, falem com TODOS, naquilo que realmente importa, afeta e MOVE.

Criem a nova cultura e criarão as novas pessoas. E isso é rápido de fazer, e é necessário que seja feito rápido - mas não é para fracos, para arrogantes, para narcisistas, para medrosos, para moles. A luta acontece na zona de batalha, não na zona de conforto. AO TRABALHO!

Anônimo disse...

Tratar esse povo com seu próprio veneno é inútil: aprenderam a tratar os outros desse jeito por terem sido tratados desse jeito E terem tomado a decisão de se unir a quem bate pra não apanhar junto. Covardia disfarçada.
E mesmo que estejam destroçados, não vão admitir. A inteligência emocional só permite a expressão de emoções básicas. Todo o resto é enterrado em sexo (frequentemente solitário) e drogas (porque hipocrisia define). E o pior, se orgulham disso.
Eu nasci num lar assim. Aprendi também por essa cartilha e já perdi amigos e amigas por minha causa, por ter aprendido e aceitado essas lições mesquinhas. Uma mulher me amou e me ama, teve paciência e me ensinou, me mostrou o que eu estava reproduzindo. E ainda reproduzo. Hoje aprendi com outra mulher a origem da palavra histeria. Só hoje.
Eu sou nerd, desde quando isso era motivo de vergonha nos círculos sociais. Hoje eu tenho vergonha dessa palavra, do que se tornou, de como pessoas que eram humilhadas a cada oportunidade fazem o que fazem hoje. A maioria homens que, como eu, aprenderam que quem está batendo não está apanhando. Covardia.
Os ídolos da escola são esses bostas aí, Trump e seu genérico brasileiro. Que vergonha que dá tanta gente nesse país que se espelha neles.

Anônimo disse...

Atoooro tio achando que os "millenials" são responsáveis pelas mazelas da sociedade :3 Fala mais!

titia disse...

14:01 sim é um troll antigo do blog que assinava como loup garou. Ele sumiu por um tempo - deve ter ficado de castigo, sem computador - e quando voltou passou a assinar Cara Valentina, talvez achando que fosse enganar alguém.

17:47 a geração dos pais dele ouviu a mesma coisa dos avós, e a geração dele ouviu isso dos pais. Agora estão fazendo o mesmo com a geração posterior, imagino que por inveja das oportunidades, liberdades e avanços tecnológicos que eles não tiveram na época deles. Enfim, ficou velho; de espírito.

Anônimo disse...

Titia, o fim desse caso emblemático talvez pode trazer à luz a psicologia misógina subjacente em homens que se feminizam e tentam suplantar, silenciar, apagar mulheres; homens que buscam eliminar mulheres e tomam para si a posição que era ocupada por mulheres ou que eles pensam serem "de mulher", adotando comportamentos tidos como "femininos" e caracterizando-se como "mulher", seja apenas por satisfação pessoal ou também na maioria das vezes por fetiche: https://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/ex-medico-farah-jorge-farah-andava-vestido-de-mulher-antes-de-morrer-dizem-vizinhos.ghtml

lola aronovich disse...

Não acredito que vc realmente acredite nessa besteira que escreveu, anon das 10:56. Vc tá dizendo que mulheres trans querem acabar com as mulheres... virando mulher?! Essa foi muito boa! E toda essa conclusão brilhante baseada em UM caso!

Anônimo disse...

Quem falou em "mulher trans", Lola? Você que está criando conclusões "brilhantes" e colocando palavras que não existem na fala de outra pessoa que não disse absolutamente nada referente ao que você concluiu, essa sua conclusão é só sua, toda sua. Nessa fala faz-se referência a homens misóginos, a assassinos de mulheres que, antes, após ou em decorrência de eliminarem suas vítimas, assumem para si características consideradas femininas, usam roupas associadas às mulheres e transformam partes do próprio corpo para aparentarem serem do sexo feminino. Você sabe muito bem que esse caso não é o único e muito menos é apenas um caso isolado, mas que é sim emblemático para que as pessoas, especialmente as feministas, busquem se aprofundar neste tema.

Anônimo disse...

Lola, você está querendo dizer que esse senhor, ex-médico, assassino e esquartejador de mulher, Farah Jorge Farah, agora morto em decorrência de ter cometido suicídio para não ser levado à prisão, era mulher?

lola aronovich disse...

Ah bom, se vc está desmentindo toda a estupidez que vc disse, quem sou eu pra discordar? Só não sei por que publicar seus comentários, troll.

Anônimo disse...

Não. Millenials são estúpidos demais para serem responsáveis por qualquer coisa

Anônimo disse...

Uma das maiores manifestações de misoginia e, com certeza, a manifestação de misoginia mais entranhada, seja na estrutura social e cultural, tanto quanto na estrutura microcelular de cada subjetividade, é assumir que textos bem escritos, com potência literária e de pensamento, tenham sido escritos por homens. Somos nós, mulheres, mesmo, que escrevemos - somos nós, mulheres verdadeiramente livres da subjugação do gênero, sem migalhas do que seria 'ser feminino' em nós, em nosso pensamento, em nosso corpo, em nossa estrutura, entranhada apenas com a vida. Não, nós não nos tornamos mulheres - nós somos puro devir mulher.