terça-feira, 11 de junho de 2013

GUEST POST: EU ENGRAVIDO, EU DECIDO

C., que tem hoje 25 anos, me enviou este relato comovente. Só queria lembrar o óbvio: que a experiência dela não é representativa da de todas as mulheres. Tem quem aborte sem sentir culpa
Por enquanto, posso publicar relatos como este sem ir presa. Mas, se o Estatuto do Nascituro for aprovado, veja só que belezura é o artigo 28, que ameaça com detenção de 6 meses a um ano quem fizer "apologia ao aborto". Alguma dúvida que os conservadores veem qualquer texto que não condene ferozmente o aborto como apologia ao aborto? 
Toda semana eu já recebo ameaças de que serei presa por defender a legalização do aborto. A aprovação do Estatuto será o sonho molhado de muitos reaças.
Isso que eu nunca fiz um aborto, até porque nunca engravidei. Mas a C., assim como milhões de mulheres, teve uma experiência bem diferente. 

Passei a quarta-feira com uma notícia entalada na garganta. No momento, gostaria, ou melhor, tenho a necessidade de falar sobre ela: o chamado Estatuto do nascituro. Quando li pela primeira vez sobre ele, não achei que era algo possível de ser aprovado, parecia-me mais invenção de algum fanático religioso, notícia sensacionalista mesmo. Queria acreditar que era um desses projetos que servem pra chamar a atenção da mídia, angariar votos nas próximas eleições, mas que jamais sairiam do papel. Pelo visto eu estava enganada.
Nunca fui do tipo que briga, protesta, assume causas, pelo menos não publicamente. Isso tem mudado com o tempo, com as experiências e com o amadurecimento. 
Fiz um aborto quanto tinha 17 anos. Eu não pude escolher. A decisão não foi minha. Eu estava tão assustada, afinal, era meu primeiro namorado, estava me formando no terceiro colegial, tinha acabado de voltar da minha viagem de formatura. Gravidez era coisa de aula de Biologia, que só acontecia com a vizinha, com a prima distante, não comigo. 
O sinal de positivo no teste de farmácia parecia cena de filme: por alguns segundos a gente se pergunta se está mesmo vivendo tudo aquilo. Estava. Foi tudo muito rápido. A mãe do meu namorado e a minha mãe decidiram tudo: no dia seguinte eu já estava tomando a primeira dose de remédios que até hoje não sei quais são. O pai do meu namorado era médico, chefe de um dos maiores hospitais da minha cidade, foi fácil conseguir os comprimidos. 
O problema é que eles não funcionaram. Tive um pequeno sangramento, alguma cólica, mas não abortei. Levaram-me então pra fazer uma ultrassonografia, com outro médico amigo da família. Assim que ele encostou o aparelho em mim disse que eu estava grávida. E eu só pensava, mas como? Eu não tomei os remédios? Não ia ficar tudo bem? Como vou contar pro meu pai? 
Com 17 anos todas as situações parecem situações sem saída. 
O médico então pediu pra que eu tirasse a roupa, iria fazer um ultrassom transvaginal pra ver se o feto tinha batimentos cardíacos. Eu estava com seis semanas. 
De tudo, esse é o momento que ficou marcado em mim -- eu no banheiro do consultório, tirando a roupa e pensando: que não tenha batimentos cardíacos, que não tenha batimentos cardíacos. A decepção e o medo são maiores do que tudo. Desejar que aquilo dentro de mim estivesse morto é o pior sentimento do mundo. 
Tomei uma segunda dose do remédio que me fez abortar. E nunca ninguém me perguntou se era aquilo mesmo que eu queria fazer. Eu sei, meu medo era tanto que ainda que me perguntassem eu teria dito que sim, que eu queria abortar, não podia ter um filho com 17 anos. 
Quando um Estatuto como esse é aprovado, eu me sinto mais uma vez como se não tivesse direito de escolha, como se meu corpo e minhas decisões não me pertencessem. Sinto-me julgada, um monstro que desejou a morte de outro ser. Mas eu não sou assim. 
Seria andar em círculos dizer que o Estado é laico e que a descriminalização do aborto é questão de saúde pública. Tanta gente já disse isso e de modo muito melhor. 
Eu só queria que as pessoas conseguissem entender que jamais um aborto será algo agradável: carregaremos conosco a cicatriz. Eu ainda me vejo desejando não ouvir o coração bater, e ainda dói. Tenho medo de nunca conseguir ser mãe, de não ter a capacidade de um amor tão grande, já que fui tão covarde na primeira vez. 
Palavras como covardia, culpa, morte ficam gravadas em nós, como estigmas de uma sociedade ainda tão presa a dogmas religiosos. Se esse deus deu aos homens o livre arbítrio, por que então as pessoas que usam esse mesmo deus como argumento querem tirar esse direito de mim? Acredito que é preciso libertar a discussão sobre o aborto, livrá-la de clichês tão ultrapassados.  
Somos tantas, e tantas de nós ainda morrem por não terem acesso a um procedimento seguro. 
Não deixarei. Não deixemos. 
O Estatuto do Nascituro fere o nosso direito de escolha. Ele fechará a discussão sobre o aborto, discussão esta tão importante. 
Minha gravidez é em primeira pessoa: eu engravido. A decisão sobre ter ou não o filho jamais deve ser tomada em terceira pessoa: a mulher não abortará. Não! Se o corpo é meu, se as dores sou eu que sinto, se as cicatrizes sou eu que carrego, então sou eu que devo decidir. 
Eu não pude escolher, mas quero lutar pelo direito à escolha de tantas outras mulheres como eu. 

107 comentários:

Anônimo disse...

Situação difícil a da autora... Aos 17 anos ainda não conseguimos bancar nossas escolhas sozinhas, ja que, via de regra, dependemos financeiramente dos pais. Mas a tendência natural é o sentimento de culpa... Conheço varias pessoas que abortaram na adolescência e passavam a acompanhar o crescimento de outras crianças que teriam a mesma idade da que não nasceu com olhos nostálgicos... Prevenir sempre será melhor que remediar, até para que a culpa não se torne mais um peso para a mulher...

Anônimo disse...

Se alguém chegar em mim e perguntar se deve abortar ou não, eu diria que não, mas isso é apenas uma opinião pessoal e não vou sair aos quatro ventos impondo que não abortem.
A mulher deve ter autonomia se quer abortar ou não, seja anencéfalo, fruto de estupro ou questões financeiras ELA é quem deve ter autonomia de abortar, a minha religiosidade está no meu coração e não nos úteros alheios.
Esse estatuto do nascituro é um dos maiores absurdos que já vi em toda a minha vida, algumas pessoas acham que é porque isso vai diminuir os abortos e bla bla bla.
PORRA!! Ninguém pensa fora da caixinha? Os únicos que vão se submeter a isso são as pessoas mais pobres, pois quem tem condições financeiras poderá fazer isso com toda a discrição e sem ninguém saber igual ocorre atualmente.
O engraçado que os mesmos reaças que são contra o bolsa família, falam do bolsa crack sem sequer saber do que se tratam aplaudem o bolsa estupro.

Raven Deschain disse...

Eu tb engravidei com 17. Tive a chance de abortars não o fiz. Meu pirralho tá com cinco anos e é um amor. Hoje em diaeu abortaria. E sem nenhum traço de culpa.


Torço para que vc consiga superar essese sentimentos, e pode ter certeza, que quando vc quiser ter um filho, vc vai amá-lo sim.

Anônimo disse...

Eh tao complicado discutir aborto porque as regras nao sao as mesmas para todas as pessoas. No relato da C, a familia dela tinha influencia e conhecia medicos que poderiam ajudar a terminar a gravidez. Eu conheco varios medicos que ja ajudaram mulheres a abortarem. Meus primos medicos vivem dizendo que se precisar eh soh avisar, eles sao diretores de um hospital. Tenho duas amigas que viajaram aos EUA para abortar, uma inclusive ficou na minha casa quando eu morava la. A questao eh mais profunda porque a mulher que tiver conhecimento, dinheiro e acesso continuara abortando se quiser. Ja a pobre fica presa as leis.
Maria Lia.

Anônimo disse...

Livre arbitrio existe mas isso n significa q a gente pode passar por cima dos outros para conseguir o que quer.
Ninguem tem direito de tirar a vida de outro ser humano.

Por isso que eu uso pilula e camisinha,n vejo muita gente fazendo isso,n se previnem direito.

patricia. disse...

Lola, que guest post maravilhoso!

Eu não consigo entender o porque de a religião ser um fator decisivo nessas decisões, se o estado é laico, e essa decisão é algo deveria caber à mulher, não a um homem que nunca vai conhecer a sensação de ter 17 anos e um teste de gravidez positivo.

E C, eu não acho que você foi covarde. Seguir adiante com um aborto exige coragem, viver com as cicatrizes exige mais coragem ainda.
Imagino o quanto deve ter sido difícil, e acho maravilhoso você querer que outras mulheres tenham o direito de escolha que você não teve.


Lais disse...

Acho que a lola deve ter uns 40 e poucos anos e ate hj n engravidou.
Como é que fica essa ladainha de quem é a favor de aborto,que os metodos contraceptivos sempre falham e que todo mundo se previne muito bem?

Hj tenho 35 anos e ate agora nada de gravidez,esse argumento n convence,pq vcs n marcham pelo direito de se fazer laqueadura a hora q a mulher quiser?
N entendo como uma pessoa usa só pilula,ela impede doenças tb?
E ainda tem a cara de pau de por a culpa da própria irresponsabilidade em metodos contraceptivos que nem usam direito.

Leandro disse...

"Palavras como covardia, culpa, morte ficam gravadas em nós, como estigmas de uma sociedade ainda tão presa a dogmas religiosos."

- Não é um "dogma religioso". Isso é uma constatação científica e empírica. Desde os primeiros estudos de embriologia no século XIX já se sabe que vida começa na concepção. Longe de ser apenas uma "bolha de carne" ou um acessório sem vida dentro de uma mulher, ou um "conjunto de células" ou uma simples forma de vida análoga a uma bactéria ou a uma fruta em crescimento, ou a uma vaca, aquilo que está dentro do útero é um ser humano em desenvolvimento.

O argumento de que a mulher tem a liberdade de fazer o que quiser com seu próprio corpo, parece correto, certo? Tal argumento convenientemente ignora o fato de que dentro da mãe jaz uma entidade que é completamente distinta dela.

É de se pensar como exatamente esse arranjo é libertário e pró-liberdade. Ao dar às mães o direito aprovado pelo estado de terminar uma gravidez está-se ignorando os direitos e interesses das outras partes envolvidas na questão. Primeiro, há uma anulação completa da vida de um ser humano em desenvolvimento, em meio a evidências cada vez mais conclusivas de que aquilo que está no útero é de fato uma vida. Mas como este ser humano foi concebido em um momento inoportuno, azar o dele. Ele simplesmente não tem direitos. Segundo, essa medida anula completamente o poder de decisão do homem na questão (ainda que reconhecidamente a maioria dos homens que engravidam essas mulheres nada mais são do que "doadores de esperma", por assim dizer, mas esse nem sempre é o caso).

Então, o aborto é um crime tão horrendo e covarde quanto o infanticídio e a pedofilia. Pois acaba com a vida de um ser humano indefeso.

Maeve disse...

Criada em um lar evangélico, foi muito difícil pra mim me desapegar de muitos dos conceitos que adquiri. Aborto era uma deles. Mas hoje quando penso sobre o assunto e leio textos como esse, é tudo tão ÓBVIO. Como é que ainda tem gente que consegue querer lutar contra algo que não fará diferença nenhuma na vida deles? Se você não quer abortar, não aborte. Simples. E seja muito feliz. Mas não impeça decisões que não lhe diz respeito.

Tudo isso é muito simples pra mim agora. Mas imagine como foi há alguns meses quando meu pai me ligou pedindo que eu conversasse com a secretária que trabalha lá de casa porque ela queria fazer um aborto. Eu, morando nos Estados Unidos, fui pedida pelo meu pai, pra me meter na vida dela. Sem a menor cerimonia. Tentei até argumentar, mas quando me vi, ela já estava com o celular na mão. Perguntei dos outros filhos dela e se ela estava bem. Ela me disse que não e me contou sobre a ideia do aborto. Dei a ela a única coisa que eu tinha no momento: sensatez. "Tome a sua decisão. Ela é sua, de mais ninguém"

Ela nunca abortou. Já estava com 6 meses quando tivemos aquela conversa. Não sei o houve dentro da cabeça dela, mas uma coisa eu guardo comigo: independente da decisão que ela tomou, a decisão foi dela. Só dela.

Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Anônimo disse...

E o que é "menos pior": um ser humano em desenvolvimento, que não sente, não tem consciência ou uma mulher morrer?
É uma questão de saúde pública: muitas mulheres, inclusive mães e principalmente as pobres morrem em abortos inseguros.

Elaine Telles disse...

A única coisa que me pergunto é: por que é tão importante para os "pŕo-vida" que haja nascimentos? Do que essa gente tem medo? Por que eles não lutam com tanta ênfase por orfanatos, hospitais, asilos, onde há vidas que precisam ser defendidas? Há gente deitada no chão de hospitais, há filas absurdas para iniciar o tratamento de câncer, gente sem acesso a informação, tendo negados direitos básicos de vida? Fico pensando como o mundo seria diferente se essas pessoas pusessem tanta energia em defender pessoas que já estão aí, vivas, precisando de ajuda, incluindo bebês e crianças que morrem por coisas banais. Teríamos um mundo cheio de amor, de gente se ajudando. O que se vê, no entanto, é ódio, desejo de vingança e punição para os assuntos que os pró-vida cuidam com tanto rancor.

Anônimo disse...

Adoro ver comentários lúcidos e simples como o do Leandro.

Nessas disputas inflamadas entre as duas partes, cheias de xingamentos e inverdades, é bom ver alguém realmente pensando.

Concordo em número gênero e grau.

Raven Deschain disse...

Leandro, o "poder de decisão do homem", no caso do post, foi prosseguir com o aborto. Dos pais (homens) e do namorado, não li que em algum momento eles disseram que não queriam. No meu caso "esse poder de decisão masculino e soberano", foi me entre os remédios na mão e dizer: Faça antes do fim de semana. Muito lindo seu discurso, mas na vida real, não procede. E além do mais, qual a parte de "a gravidez é minha, a decisão sobre o aborto também" você não entendeu?

Maria Fernanda Lamim disse...

Entendo o sentimento dela. eu sou a favor da descriminalizaçao mas tb me sentiria pessima se precisasse fazer um aborto. de qq forma, a opçao e de cada uma-EU engravido,EU decido.
e aos que dizem que "abortar e matar um ser indefeso", eu digo o seguinte: muito pior e ser filho de uma mae que nao queria te ter. sou professora ha. 16 anos e digo: uns 30% das maes dos meus alunos jamais deveria ter tido filhos. pra exercer esse papel tao importante da maneira que fazem,era melhor nao fazer. e isso nao tem a ver com classe social,como muitos pensam; tem a ver com desejo mesmo de ser mae,responsabilidade e dedicaçao.

Anônimo disse...

"E o que é "menos pior": um ser humano em desenvolvimento, que não sente, não tem consciência ou uma mulher morrer?
É uma questão de saúde pública: muitas mulheres, inclusive mães e principalmente as pobres morrem em abortos inseguros."

- E quem mandou elas abortar? Bem feito! É o que merecem por querer matar um ser humano. É a mesma coisa que um bandido tentar matar outro pessoal e o bandido acabar morrendo. Bem feito!

Anônimo disse...

o corpo é da mulher, ela decide! o resto é emocionalismo puro criada pelas religiòes, todas!

Nunca vi a turma contra a saúde e a independência da mulher levantando sua voz contra as guerras, contra a OTAN/EUA!

Também nunca vi estas mesmas vozes responsabilizando os machinhos pela gravidez. Portanto se resume em criminalização da mulher, MACHISMO!

Anônimo disse...

@Leandro
A vida começa antes da concepção, então pare de se masturbar,viu?

lola aronovich disse...

A maior parte dos comentários do quilate do anon das 14:10 eu deleto, mas gosto de deixar alguns. Algumas pessoas não acreditam quando eu falo da desumanidade e da crueldade dos "pró-vida" (termo mais irônico EVER). Comentários assim provam que, se os reaças pudessem escolher, eles não só criminalizariam ainda mais as mulheres, mas também exigiriam pena de morte para quem aborta. Três anos de cadeia é pouco pra quem aborta, segundo os reaças. Tem mais é que pagar com a vida. Sério mesmo, eu gostaria de ver uma pesquisa entre os pró-vida com uma só pergunta: "Qual pena vc acha adequada para a mulher que aborta?". Pró-vida pensa que quem aborta é sempre a desconhecida, a outra, a vagabunda que faz muito sexo sem se precaver. Não sabem o perfil da mulher que aborta, que em média é casada, católica, já com algum filho pra criar. Vamos matar essas mulheres, né? E aí dar o filho que fica órfão pros reaças criarem, já que eles se preocupam tanto com a criança!

Anônimo disse...

Por falar em laqueadura, eis uma boa causa. para as abortistas eugenistas chamarem por "Bolsonaro Presidente.

patricia. disse...

Então, o aborto é um crime tão horrendo e covarde quanto o infanticídio e a pedofilia. Pois acaba com a vida de um ser humano indefeso.

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Desculpa, mas um amontoado de células mal pode ser chamado se ser humano. Posso soar fria, mas é simplesmente hipócrita pró-vidas defenderem o bem estar de alguém que ainda nem nasceu e ignorarem os milhares de mulheres que morrem em procedimentos sem a menor em segurança.
Esse argumento de que a partir da concepção já é vida não funciona comigo, faz um tempinho que deixei de acreditar em cegonha,Papai Noel e historinhas para boi dormir,tipo essa que você contou.

Eu por exemplo, faço tratamento com anti depressivo e não posso tomar anticoncepcional, nem comprimido, nem injeção, nem adesivo, nem nada, porque eu sinto uma sensação horrível. Não quero me submeter a uma cirurgia para ligação de trompas, porque pretendo ter filhos um dia e porque cirurgia, por mais simples que seja, ainda gera desconforto e oferece certo risco.
Meu namorado usa camisinha,mas acidentes acontecem, a camisinha pode estourar e pílula do dia seguinte não é que nem paracetamol que você pode tomar todo dia...

Então, caso engravidasse agora, não sei te dizer se faria um aborto ou não, mas com toda certeza gostaria de ter a opção.

Anônimo disse...

Lola, muda lá: "eu nunca fiz um aborto até porque nunca engravidei"... eheahea ficou engraçado. Redundante.

Gostei do post. Não tenta se santificar pelas escolhas que faz, mas também não fica se culpando e martirizando.

Carol NLG disse...

Anônimo das 14:10 disse:

E quem mandou elas abortar? Bem feito! É o que merecem por querer matar um ser humano. É a mesma coisa que um bandido tentar matar outro pessoal e o bandido acabar morrendo. Bem feito!

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Ahhh, tá! Contra a morte do feto, então? A mulher, esse ser cruel e traiçoeiro que teve a audácia de , choque, TRANSAR, essa sim deve pagar com a vida. Ninguém se importa com a vida dela, ela já transou (se não, não estaria grávida). O fetinho, sim, aquele montinho de células sem sistema nervoso central, esse é importante. Esse não pode morrer.

É, faz sentido (sqn)

Alice disse...

Eu honestamente não acredito que esse remorso e sentimento de culpa sejam meramente "instituições sociais".

Eu já li muito depoimento de mulheres que abortaram e, honestamente, nenhum ou quase nenhum deixou de citar a devastação emocional dessa escolha.

Banalizar o ato como a Lola faz ao se referir ao feto como "amontoado de células" e "aborto espontâneo acontece em 25% dos casos", não vai fazer com que nossa consciência seja completamente calada. Existe algo de inato nela.

Talvez muitas outras mulheres optem pelo mesmo caminho por lerem tanto que um feto dentro de você é realmente algo sem importância. Mas a experiência tem mostrado que não é exatamente assim.

Espero sinceramente que a autora do post possa se perdoar e seguir em frente.

Carol NLG disse...

Lola, sempre acho graça da mesma coisa: pró-vida do feto. Da mulher, bobagem!

Afinal, essas vagabundas que querem tomar anticoncepcional toda vez que transam merecem morrer. E nada de ensinar educação sexual nas escolas não! Não é assim que a Igreja manda, e na bíblia não fala nada sobre ensinar.

lais disse...

ah então é melhor abortar do que fazer a operação,qual o problema de ter que ficar internado? as pessoas fazem plásticas direto por motivos futéis,mas para se operar para evitar filho e aborto n pode?

mas é assim mesmo,mas quem quiser fazer laqueadura antes dos 25 e n tiver filhos,n pode.

será q a maioria das pessoas tem alergia a contraceptivo?

quanto a mulher ser obrigada a conviver com estuprador tb acho bizarro,e tb tem o filho,o que uma porcaria dessas pode passar de bom para a criança? nada.

Leandro disse...

Comparar masturbaçao com aborto, só mostra o quão patético são os argumentos dos abortistas.

A vida inicia na concepção, ou seja, quando o óvulo é fecundado.

Um óvulo, por si só, não é nada, vai ser sempre um óvulo, uma célula. O mesmo vale para o espermatozóide. Já o óvulo fecundado já é um ser humano nos estágios iniciais de sua vida e de seu desenvolvimento. Logo, masturbação não tem nada a ver com aborto.

Anônimo disse...

Talvez se houvesse um diálogo mais objetivo e menos apaixonado entre "pró-vidas' e "pró-escolhas", tivéssemos uma opção melhor de estatuto do nascituro pra aprovar, que condenassem estuprador e médico de clínica abortiva clandestina a cadeia, e não as mulheres.

Como não há diálogo, vai vencer quem tiver mais força política... tantos os fetos quanto as mulheres vão sair perdendo nessa...

Anônimo disse...
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Leandro disse...

Paríacia, há várias evidências científicas de que um feto não é só um "amontoado de células". O feto é sim um ser humano em formação. Desde o século XIX, com os estudos e observações de Karl Ernst von Baer, em 1827, já se sabe disso. Devido ao aumento da sensibilidade do microscópio permitindo visualizar o óvulo e o espermatozóide, constatou-se que a nossa origem está na concepção.

bruno disse...

lola se vc e outras abortistas se preocupassem realmente com vidas,fariam marchas pela saude,educação decente mas vcs só sabem é marchar pelo direito de ceifar a vida alheia.

pq uma pessoa q mata outra tem que ir presa e mulher q aborta n, se o crime é o mesmo?ah claro mulheres são fodonas e podem fazer o que quiserem com os outros,pq apesar de vcs ficarem com discursinho furado de que ao abortar estão fazendo algo com o corpo de vcs,quem morre é o feto,vcs voltam bem vivas para casa.

para vcs parece que abortar se iguala a ir no medico arrancar uma verruga,o feto n é nada demais,é só um parasita que precisa ser eliminado.

o mundo piora cada vez mais,da vergonha saber que exista marcha da maconha,pelo direito de ser viciado,daqui a pouco pedofilos e outras aberrações vão estar reivindicado seus "direitos".

A.A disse...

Vi gente ai falando que anticoncepcional não falha. Bem, falha sim.
Quando eu fu estuprada eu tomava anticoncepcional. Tomei pilula do dia seguinte.

2 meses depois eu tive um aborto espontâneo, por que não parei de tomar a pilula: Eu só pensei, se eu ficar grávida, será de um monstro, então pouco me importo.
Quando cheguei ao hospital, ainda tive que ouvir sermão da médica, dos enfermeiros, como se eu tivesse culpa. Eu nem sabia que estava grávida, eu rezava todos os dias para não estar. Eu menstruei regularmente. Rezei para que se eu estivesse grávida, que eu abortasse, que nascesse morto, que desaparecesse.
Como eu ia contar para as pessoas que eu estava grávida, se não tinha contato pra ninguém que havia sido estuprada. Meu namorado morava em outra cidade, nós SEMPRE usamos camisinha e fazia mais ou menos 3 meses que eu não o via quando fui estuprada e só o veria dali 2 meses.(Abortei 2 dias antes de encontrar com ele).
Foi a pior coisa da minha vida.
Dói, muito.
É cansativo, fisicamente e mentalmente.
Eu sempre fui católica, me senti tão monstro quanto o estuprador por desejar a morte daquele ser...
Dos muitos que me atenderam, um deles me apoiou, me deu suporte, conversou comigo, me fez entender que o que eu sentia era normal, que eu não deveria me culpar. Foi quem me ajudou deixar um pouco disso para trás. Inclusive me ajudou em muito mais que isso.
Eu nunca penso nisso, nunca penso sobre aquele monte de células. Só voltei a pensar agora, com esses estatuto. Eu, com 18 anos recém-feitos, estuprada a 2 meses, sofrendo com um aborto espontâneo e com esse conflito e essa culpa católica, poderia passar por uma investigação criminal, e ficaria com uma ficha criminal por "aborto culposo" já que, eu não tinha tomado todos os cuidados com o "nascituro". Inclusive, tinha tomado pilula do dia seguinte(que não fez efeito), que dizem que não é abortiva.
Eu não quero ter filho. Quero um dia, quando me sentir madura para isso, adotar uma criança, mas nunca quero carregar um zigoto, um feito, uma criança, um nascituro, dentro de mim.
Algumas pessoas acham que sou anormal por não querer esse "dom", essa "dádiva", esse "milagre". Algumas pessoas acham que isso é por enquanto.
Não. Naquela época eu já sabia que não queria ficar grávida, que queria adotar, é uma decisão que tomei na adolescência e nada mudou em 15 anos.
Hoje, não tenho mais essa culpa. Não sou mais tão católica(apesar de não ter conseguido me livrar de todas as crenças).
Se eu ficasse grávida hoje, pensaria em aborto sim. Uso anticoncepcional E camisinha, mas sei que os métodos são MUITO falhos.
Minha irmã nasceu, mesmo minha mãe usando DIU e camisinha e anticoncepcional. Ela diz que era a "vontade de Deus", e que minha irmã tem uma missão e blá blá blá. Eu não acredito nisso. Amo minha irmã, mas ela foi sim, uma falha em vários contraceptivos.

Anônimo disse...
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bruno disse...

e outra conversa fiada,adoram berrar por ai,que o problema todo é que ninguém quer que mulher transe,caiam na real,vcs podem dar o quanto quiserem,o problema é transar sem se precaver e depois descontar no feto,.

o foco é o feto ,por mais que neguem é uma vida,valhe tanto quanto a de qualquer um e depois q nascemos ainda somos um amontoado de celulas.

Anônimo disse...

Pra mim não importa se o aborto é correto ou não, se o feto sente ou não.
Nos países onde o aborto é legalizado, menos mulheres morrem.
Nos países onde o aborto é legalizado, os centros governamentais aconselham e guiam as mulheres que precisam de ajuda - muitas delas até mesmo desistem do aborto depois de conversar com quem as entende e entende seu poder de escolha.

Ou seja, o aborto legal, por mais que pareça estranho, salva mais vidas. De mulheres E de fetos.

E eu, mesmo com minhas crenças religiosas, talvez justamente por elas, me interesso por um mundo onde menos gente sofra e menos gente morra. E ponto.
O que eu faria se engravidasse não interessa.

Marussia de Andrade Guedes disse...

Lola:
Haverá marcha mundial da mulher em Fortaleza? Haverá manifestação contra o estatuto do nacituro aqui ? Quais dias, horas e locais?

Sara disse...

C. sua vida vai seguir em frente, espero q seja feliz, o aborto é qse sempre uma decisão muito difícil de se tomar, talvez por causa da educação religiosa q a maior perte de nós recebeu.
Aos 17 anos tb presenciei uma situação terrível, uma amiga criada em uma família muito tradicional e católica, eram portugueses, isso nos anos 70, engravidou de um namoradinho da mesma idade q ela, 17.
Quando ela me procurou desesperada pedindo minha ajuda, eu tentei aconselha-la a falar com seus pais, mas tive q concordar com ela, q a situação em q ela estava era totalmente inadmissível para eles, pra começar eles nem permitiam q ela namorasse, eram muito severos, não tenho ideia do q teriam feito com ela se soubessem.
O namorado adolescente sumiu, não a procurou mais, ela estava totalmente só, com um problema que ela não tinha a menor possibilidade de resolver e suportar.
Eu tive q ajuda-la a sair dessa situação, e juntei todas as minhas economias, eu já trabalhava em um banco, e dei a ela, para q fizesse o aborto.
Ela disse aos pais q estava gripada, e ficou de cama alguns dias, eu ia visita-la sempre, e nos abraçávamos e chorávamos muito.
Os pais dela nunca descobriraram, todo o tormento q a filha passou.
Varias vezes ela chorava , e pensava na criança q poderia ter nascido, mas nunca se arrependeu do q fez, pq sabia q não havia condições dessa criança vir ao mundo.
Hje, já não somos tão próximas como naquela época, mas ela esta casada e tem dois filhos perfeitos.
Mas nunca mais falamos sobre esse assunto.

Mariane disse...

Tive a impressão que o anônimo de 13:55 é o próprio defendido.

Anônimo disse...

Nenhuma mulher deixa de abortar só porque é proibido. E a grande maioria delas recebe apoio (ou pior pressão) dos seus namorados (homens que contribuíram para a gravidez!)outras vezes pais e como está no post sogros, para realizar o aborto. Mas não, a culpa é somente da mulher por querer abortar...
A lei anti-aborto protege a vida de quem?? de quem não está vivo, só se for. Na verdade se trata de um verdadeiro atentado à vida das mulheres, que fazem seus abortos de forma insegura.
O que mais me deixa chateada é essa culpabilização esterna da mulher, cansa! Quanta hipocrisia desses pró-vida!! Dizer que a mulher merece morrer porque quis matar um ser humano?? Hã??? Como assim?? Qual é a coerência disso?

Lola você tem razão, é muito desumano por aí, mas não é difícil verificar não, desde a popularização das redes sociais e a institucionalização dos discursos de ódio como simples liberdade de expressão, a coisa ficou muito visível. É assustador!
O jeito é não se calar e lutar. Você viu o que está acontecendo na Turquia?? E na Rússia?? Dá medo de ver, e pensar que vamos por caminhos parecidos.

Bjos, Su

Anônimo disse...

Vida não é igual a ser humano. Se for assim, vamos parar de matar animais, fungos, bactérias, plantas - todos os seres vivos, todas as vidas que tiramos todos os dias sem a menor sem cerimônia. O feto é um ser vivo, sim, mas não um ser humano.

M disse...

Particularmente eu não acho que o tal Estatuto do Nascituro tenha qualquer chance de ser aprovado na Camâra e muito menos no Senado.Até agora ele passou por uma comissão apenas... O que não deixa de ser absurdo.

Anônimo disse...

"Art. 26 Referir-se ao nascituro com palavras ou
expressões manifestamente depreciativas:
Pena – Detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses e multa."

hein????

Anônimo disse...

Não critico ninguém que decide fazer um aborto. Tanto por ser uma decisão pessoal, que não diz respeito a ninguém quanto por fazer parte dessa vida de gravidez na adolescencia. Nunca fiquei grávida, tenho 18 anos, namoro, uso anticoncepicional, presevartivo e se necessário até pilula do dia seguinte.
Tenho três amigas que já ficaram gravidas: Uma está enfrentando o ex que a humilhou de todas as formas pra ele pagar uma misera pensão de 400 reais(?), atrasada a dois meses.
Outra ficou gravida de gêmeos, se casou por aparência, apesar do amor, e hoje vive infeliz, pois o marido é mais velho e nada o impede de viver a sua vida.
A terceira perdeu com dois meses e hoje continua sua vida, e nem está mais com o namorado.

E eu... eu sou filha de uma mãe que ficou grávida aos 17 anos. Resolveu me ter, casou e está casada até hoje. Minha infância foi com meus avôs, pra falar a verdade eu fui criada por eles, que foram os verdadeiros pais, apenas não geraram. Meus pais enquanto morava com eles (isso até uns 6 anos, mas mesmo assim quase não ficava em casa) se preocupavam mais em curtir, viajar, sair, enfim coisas de adolescente e jovens. Tinham bons empregos e boas familias, poderiam ter adiquirido seus bens, mas não prefiriam ter carro e gastar a toa. Morei com meus avós até os 12 anos, desde ai até hj moro com eles, agora que estão começando a comprar casa, ter uma vida estável e etc. E eu que preciso principalmente de um apoio financeiro nesse momento de faculdade, estudo em outra cidade etc, não posso nem contar com eles, pois novamente a preferência é de quem? Deles!

Então, sinceramente? Não quero generalizar, mas aposto que muitos podem ter passado pelo que passei, e o principal fator negativo de gravidez indesejada é o financeiro.
Antes abortar que prejudicar várias pessoas.

Bia disse...

E a situaçao das mulheres que abortarem "naturalmente" por algum problema de saude?! Elas tb terao que responder criminalmente por isso?? Isto e um absurdo!! O Estado nao deve intervir nos direitos das mulheres. Cabe a ela decidir se deve abortar ou nao, no minimo com a opiniao do companheiro, mas a decisao final e dela!

Raven Deschain disse...

Lais, pare de achar que filho é punição, amiga. Mesmo que a pessoa tenha simplesmente transado, engravidado e queira abortar, ela deve poder, se quiser. Pare com esse pensamento de 'ah, meteu, engravidou, se fodeu'. Tenha mais empatia por outras mulheres e pare de se meterno brioco alheio.

Renata disse...

Pelo visto os "pró-vida" acham que a mulher deve pagar com a vida caso decida abortar...

Ham.. e onde entra o cara que engravidou a moça?

a) Ele não fez nada, não é culpa dele
b) Ele foi enganado pelas feminazi abortista
c) Ele foi conivente, portanto merece a morte

E aí, qual das opções acima?

Dora disse...

Legal o post, não consegui ler os comentários ainda, por isso não sei se serei repetitiva.
Primeiro gostaria de dizer que sinto muito pela sua experiência e sofrimento. E concordo integralmente com o absurdo o estatuto do nascituro. No entanto, como a própria Lola colocou no início, aborto pode ser vivido sem culpa. Eu nunca abortei, mas conheço pessoas que vivem numa boa com isso. Por isso, não acredito que “Eu só queria que as pessoas conseguissem entender que jamais um aborto será algo agradável:” não acho que se aplique a todas as pessoas.
Por que digo isso? Pois todos nossos sentimentos são bastante condicionados pelos valores que a sociedade impõe. Como vc mesma disse “covardia, culpa, morte ficam gravadas em nós, “, mas esta culpa só ficará gravada se, no caso o aborto, for colocado na sociedade como algo que é pecado, como se estivéssemos matando um ser humano integral. Entende? Você só se sente culpada porque em nossa atual sociedade católica e patriarcal (digo atual pois nem sempre o catolicismo condenou o aborto, olha só!) temos valores que dominantes em que não podemos, nós mulheres escolher, nosso destino. No Japão o aborto é permitido, e lá tem outra cultura que molda a sociedade, acredite, as meninas abortam sem tal sentimento de culpa (culpa muito cristã por sinal). Por isso, a culpa não é algo universal à mulher que fez aborto, mas sim condicionado ao que nos foi ensinado. Se entendermos que o zigoto é um ser humano em potencial, não integral, e que nós como mulheres temos o direito de tal aborto, quando introjetarmos esta subjetividade e valor acredito que esta culpa desaparecerá.
Só um exemplo de como sentimentos são baseados em valores da sociedade: hoje em dia o animal passou a ser mais valorizado, mais bem tratado, por isso acredito que a maioria das pessoas repugna quem mata ou maltrata um cachorro, por exemplo e se vc matar um cão sem querer irá se sentir culpada certo? Mas imagina que 100, 200, 500 anos atrás tal sentimento ao matar um animal não era o mesmo, correto? Esta valorização do animal mudou, os seres humanos passaram a sentir carinho e com isso deriva sentimentos.
Não digo que vc tem que tentar mudar drasticamente o que pensa, mas só digo isso para vc não se sentir culpada demais e acreditar que isso é algo irreversível e imutável.
bjos

Anônimo disse...

Sou pró-escolha, mas antes de mais nada vamos fundamentar melhor até para nos municiarmos mais no debate. A proposta do Estatuto do Nascituro sofreu modificações em 2010 em relação àquele de 2007 ( o que contém vááários absurdos). O novo texto foi enxugado e têm bem menos insanidades. Por exemplo, o artigo que criminalizaria a "apologia" ao aborto foi excluído, bem como a prioridade de assistência ao nascituro e recém-nascido fruto de estupro em relação aos demais e também foram retirados os artigos que estipulavam explicitamente as penas para quem incorrer em aborto culposo, inclusive a título de experimentação genética. Este novo texto está disponível aqui http://brasilsemaborto.wordpress.com/2010/06/11/o-verdadeiro-texto-do-estatuto-do-nascituro-aprovado-na-cssf/, até dias atrás também estava no site da câmara, mas não sei porque ficou indisponível. Mas não nos enganemos e enfraqueçamos a resistência porque o novo Estatuto parece mais brando. Ele ainda tem diversas armadilhas que atrasam ainda mais a luta pelo direito de escolha e vão rumo à criminalização do aborto, e, no meu ponto de vista, a principal delas é considerar que o embrião/feto tem os mesmos direitos constitucionais que pessoas nascidas.

Anônimo disse...

"- Não é um "dogma religioso". Isso é uma constatação científica e empírica. Desde os primeiros estudos de embriologia no século XIX já se sabe que vida começa na concepção. Longe de ser apenas uma "bolha de carne" ou um acessório sem vida dentro de uma mulher, ou um "conjunto de células" ou uma simples forma de vida análoga a uma bactéria ou a uma fruta em crescimento, ou a uma vaca, aquilo que está dentro do útero é um ser humano em desenvolvimento

Como bióloga, deixe-me corrigir este trecho.
O amontoado de células não é um ser humano em desenvolvimento. É um conjunto de células com potencial de desenvolver um ser humano.

Mirella disse...

Alice,


Há mulheres e mulheres. Há quem sente culpa e há quem não sente. Existe quem sente alívio.
A devastação emocional tem muitas origens, e achar que a culpa é apenas um sentimento inato é ignorar o meio e a sociedade em que vivemos. A devastação emocional não pode ser apartada da carga hormonal que o corpo experiencia durante e depois da gravidez. A depressão pós-parto tem uma das suas razões justamente aí. E uma mulher que teve uma gravidez sem problemas, desejada, então não teria motivos para desenvolver depressão.
É importante levar em consideração que a culpa que algumas mulheres sentem vem de como a sociedade trata mulheres que abortam e da carga moral que atribuem a isso. As pessoas projetam seus valores particulares naquela mulher que vive uma situação que deveria dizer respeito a ela e ao corpo dela. Porém, se nem a gravidez como um todo é vista como particular da gestante, por que com o aborto seria diferente? Quantas grávidas não relatam pessoas que não são suas íntimas passando a mão em sua barriga? É uma coisa muito invasiva e, ainda assim, vista como natural. Porque o corpo da mulher é visto como público e sujeito a todo e qualquer julgamento. Nem na hora do parto a mulher é tratada com dignidade e é vítima de violência obstétrica, tendo de ouvir barbaridades enquanto sente dor, medo, ou sendo submetida a procedimentos médicos sem explicação ou necessidade. Veja como meu raciocínio se estendeu a diversos cenários de "mulher grávida" e perceba as constantes situações de violência e opressão às quais as mulheres são submetidas. Será que dá para considerar inato um sentimento enquanto temos uma sociedade que trata assim todas as mulheres? Nenhuma mulher grávida está a salvo.
- se quer abortar, é uma assassina. que pessoa consegue não se sentir culpada com esse julgamento? Há algumas semanas, na novela das nove houve uma "defesa pró-vida" nojenta da personagem do Antonio Fagundes.
- se seguir com a gravidez, tem de aguentar a opinião de todos, ao toque de estranhos e ter opinião ou sentimento desconsiderados porque "são os hormônios", ao mesmo tempo em que, numa situação de alta ou queda hormonal que resulte num quadro psicológico alterado, será vista com "frescura".
- na hora do parto, com dor e medo, tem de ouvir desde "na hora tava bom, agora aguenta" até sofrer uma episiotomia desnecessária e violenta. vai sentir vergonha, culpa, constrangimento.
- depois de nascida a criança, tem de ser "mulher" para o marido, "mãe" para a criança, "dona" para a casa, e ainda talvez trabalhe fora de casa. Se não tiver energia para tudo isso, não tiver apoio do companheiro e desenvolver uma depressão pós-parto, é vista como desnaturada, sente culpa, remorso.


Peço desculpas, pois vou deixar meu comentário sem conclusão, por enquanto. A vida não-virtual me chama, mas volto.

Anônimo disse...

Lola, dá uma olhada nesse artigo: http://thinkolga.com/2013/06/07/sou-fruto-de-estupro-e-a-favor-do-aborto/

E a quem se interessar tb!
Sobre uma mulher que conta sobre a relação dela com a mae, e o entendimendo do pq do tratamento frio da propria mãe c/ ela, ela foi fruto de um estupro e se posiciona a favor do aborto.
Texto fantástico, alguns comentarios deploráveis!!
Bjs

Unknown disse...

Lola, o que acha dessa objeção?

''Um mau argumento usado pelos defensores da legalização do aborto é o argumento feminista de que o corpo é das mulheres, pelo que as mulheres é que sabem o que hão-de fazer com ele. Este argumento limita-se a fugir à questão porque as feministas nunca chegam a dizer nada acerca do estatuto moral do feto — nunca dizem se o feto tem, ou não, o direito à vida. Esta é uma falha grave pela seguinte razão: Se o argumento das feministas fosse, simplesmente, o de que "o corpo é da mulher, a mulher é que sabe o que há-de fazer com ele", então isso implicaria que seria moralmente permissível abortar até no nono mês. Afinal, no nono mês a criança ainda está no ventre da mãe. As feministas podem agora aceitar esta conclusão, ou rejeitá-la. Imaginemos que a aceitam. Nesse caso, ficam com a dificuldade de explicar porque é que não podemos matar uma crianca recém-nascida. Afinal, podíamos matá-la dois minutos antes, mas agora já não? Isso parece extremamente arbitrário. Imaginemos agora que as feministas rejeitam a conclusão de que é moralmente permissível abortar no nono mês. Nesse caso, terão de nos dizer a partir de que altura é que o feto, ainda na barriga da mãe, começa a ter o direito à vida.''

http://criticanarede.com/aborto1.html

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Engravidei depois de 5 anos de namoro (ele foi o meu primeiro namorado) e ele queria que eu fosse em uma vizinha aborteira. Sou a favor do aborto, mas não fui;

Pq não fui? Pq era um quarto na casa da vizinha com materiais precários e eu tive medo de morrer.

E o namorado que me amava?? Foi embora pq não queria ter filhos. Detalhe, já fazíamos sexo há 4 anos,sempre de camisinha, ele comprava (então nem teve aquela de dizer q eu furei a camisinha de propósito).

Tive a criança, ele registrou e sumiu, paga pensão e não visita, crio a minha filha sozinha enquanto ele vive normalmente.
Já que aborto é crime, o homem que abandona um filho também deveria ser processado e preso. Não fiz um aborto pq não era seguro.






Mirella disse...

Aluizio,

O limite de três meses é usado considerando a formação do sistema nervoso central. O argumento é que, antes do desenvolvimento do SNC, não há atividade cerebral, logo, não há vida. É a mesma base argumentativa da doação de órgãos e morte cerebral: ainda que o corpo esteja "vivo", sem atividade cerebral não há vida, e é neste estágio que a doação de órgãos é permitida.

Anônimo disse...

Olha abordo é crime e deve ser sim legalizada. Que nem essa moça de 17 anos ta bom ela ñ teve escolha pq ela não sabia o que era, mas essas meninas sem noção que na hora do vamo vê é bom é gostozo agr na hora de assumi da até medo a por favor tem que cria vergonha na cara..
E Deus deu sim o livre arbitrio mas tbm disse nos 10 mandamentos NÃO MATARÁS e você fazendo um aborto você esta tirando uma vida,uma vida que não tem culpa de nada..
Agr vocês que não tem o que faze e fica falando ai que EU ENGRAVIDO,EU DECIDO a me polpe dessa ignorancia...

Bárbara disse...

Anônimo das 20:22,

Resumindo o que você disse: aborto, a retirada de "uma vida, uma vida que não tem culpa de nada" pode ser feito se a mulher não achar sexo "gostoso" e somente se outra pessoa decidir por ela?

NM disse...

Leandro, isso que você disse não é verdade.

Esse consenso científico que você falou não existe. Se existisse, essa questão JAMAIS teria se arrastado até aqui. Mas como a gente bem sabe, se arrasta até hoje.

Não sei se foi falta de reflexão ou má-intenção, mas cara, se existisse consenso e ele fosse o momento da concepção, você não acha que os "pró-vida" já iam ter calado a boca dos "pró-escolha" há tempos?

Se você realmente acha que esse consenso existe, me passa uns links, por favor.

Leandro disse...

Dizer que o fruto da concepção não é uma vida humana, mas um “amontoado de células”, como dizem as apologistas do aborto, já mostra a falta de respeito pela vida humana. Vocês não entendem o básico do básico de embriologia e reprodução humana. Pra começar, querem dissociar completamente o sexo de sua funçao biológica de reproduzir. O que já é um grande erro.

O afirmado pela Embriologia Humana é exatamente o contrário, que a vida humana tem seu início na concepção. As citações abaixo, em tradução livre, são retiradas de livros que são referência na área de Embriologia Humana:

"O desenvolvimento humano é um processo contínuo que se inicia quando um ovócito (óvulo) de uma fêmea é fecundado por um espermatozóide de um macho. (Embriologia Clinica, p. 2)

"Zigoto. Esta célula resulta da união do ovocito ao espermatozóide durante a fecundação. Um zigoto ou embrião é o início de um novo ser humano. (Embriologia Clinica, p. 2)

"Embrião (Gr embryon). O ser humano em desenvolvimento durante os estágios iniciais. (Embriologia Clinica, p. 2)

"A fertilização é uma etapa importante, pois, sob condições normais, um novo e distinto organismo humano é assim formado" - Ronan O'Rahilly e Fabiola Muller Human Embryology & Teratology (New York: Wiley-Liss, 1994)

Entao taí. Não é um "dogma religioso". É EMBRIOLOGIA CLÍNICA. Ou seja, a ciência, representada aqui pela Embriologia Humana, já sabe muito bem quando uma nova vida é iniciada: na concepção, na fertilização, que nada mais é que o encontro entre os gametas masculino e feminino. É neste exato ponto que a ciência pode dizer que há a formação de um novo ser humano. Não há dúvida quanto a isto

Anônimo disse...

Não é um comentário super construtivo mas eu queria agradecer o relato porque passei e senti as mesmíssimas coisas. Chorei muito lendo esse post e ele ajudou a me libertar um pouquinho mais.

Lívia Pinheiro disse...

Um zigoto, uma blástula, uma mórula, uma nêurula, um embrião e um feto (humanos) são sim humanos em desenvolvimento. Isto é embriologia básica. O problema está na sandice de achar que uma única célula merece a mesma proteção jurídica que qualquer ser humano formado (ou a preferência no direito de viver, se o estrupício é contra o direito ao aborto mesmo em caso de risco para a gestante).

Lica disse...

Mirella,

A questão da atividade cerebral comparada a doação de órgãos não se aplica ao aborto pelo fato de que a pessoa em morte cerebral, com cuidados médicos, não se recuperará. No entanto, um feto sem atividade cerebral, com os devidos cuidados se desenvolverá até uma vida saudável.

Te pergunto... se o médico dissesse pra você: seu irmão está em morte cerebral, mas se mantivermos ele nos aparelhos, em algumas semanas ele tem grandes chances de se recuperar, você quer que desligue os aparelhos pra que doemos os órgãos dele?

Se você ama seu irmão, imagino que dirá que não, e caso alguém o faça, você não considerará um assassinato?

Unknown disse...

Olá,

Anonimo de 11 de junho de 2013 14:10,


"E quem mandou elas abortar? Bem feito! É o que merecem por querer matar um ser humano. É a mesma coisa que um bandido tentar matar outro pessoal e o bandido acabar morrendo. Bem feito!"


Tu sabes a diferença de um SER HUMANO e um aglomerado de células indiferenciadas?
Pelo visto não...

o "feto" q os 'pró vida' chamam é um aglomerado de células em fase de diferenciação, e q nem uma colega,bióloga, disse: com POTENCIAL de se tornar um ser humano, se gerar uma vida (SER HUMANO).

Portanto, quem é a favor do aborto não quer matar NENHUM SER HUMANO, quer, aliás, salvar a vida de várias mulheres, q morrem em decorrência de aborto clandestino.





Unknown disse...

Mirella, é falso que não há vida nesse período por você descrito. Pode-se argumentar, no entanto, que não há vida moralmente relevante.

Por fim, acho que seu comentário não responde a objeção ao argumento da propriedade do próprio corpo.

Anônimo disse...

Primeiro: acho ridículo pessoas que nunca vão engravidar (homens) querendo dar uma de entendido no assunto de aborto.

Segundo: Pessoa vem aqui falar que a mulher não usa proteção e depois vai fazer aborto é no mínimo ignorante, já que existe estudo que aponta que a maioria das mulheres que aborta usa, sim, algum método contraceptivo.

Terceiro: Você só entende a dimensão da questão do aborto quando você precisa tomar essa decisão.
Eu sempre defendi que o aborto deveria ser permitido, mas sempre seguido de "eu pessoalmente jamais faria um aborto". Até que tive uma suspeita de gravidez aos 17 anos. Tive um curto relacionamento que acabou porque o cara era extremamente imaturo. Eu não tinha apoio nem dos meus pais e nem dele - que chegou dizer que era de outro. Eu não pensei duas vezes. Eu nao tinha dinheiro pra comprar o Cytotec, mas cheguei a falar com um amigo que conhecia meios de conseguir coisas. Acabei procurando na internet sobre formas naturais de fazer aborto porque eu sei que, de fato, as mulheres fazem aborto desde o início dos tempos. Tomei vários tipos de chás (arruda, losna, cravo e tantos outros que já não me lembro) até que "desceu". Eu, sinceramente não sei se aquilo foi um aborto ou menstruação porque eu nunca confirmei a gravidez. Eu só suspeito que tive um aborto porque a intensidade do dangramento e as cólicas foram um pouco (um POUCO) mais fortes. Eu disse pro meu ex que tinha sido só um susto, mas até hoje não tenho certeza. E não me arrependo. Não penso nisso quando vejo crianças de até nove anos (idade que meu "filho" teria), não penso nisso quando as pessoas me perguntam se tenho ou quero ter filhos. Tenho minha consciencia tranquila de que jamais eu colocaria no mundo alguem pra sofrer. E se hoje eu engravidasse, acho que a decisão seria tão fácil quando foi da outra vez.

E tem mais: recentemente eu fui a ginecologista e mecionei o fato de que nao quero filhos. Ela nao disse nada pra contrariar, mas quando eu falei sobre contraceptivos ela disse que a camisinha é suficiente e não me recomendaria anticoncepcional NENHUM por causa de um problema que tive no fígado no começo do ano. Ela não me ofereceu nenhuma outra opção e eu não me sinto segura só com camisinha até porque várias amigas minhas engravidaram com camisinha.
Além disso, eu perguntei, embora a UNIMED cubra a colocação do DIU, ela (e vários outros médicos) só fazem o procedimento particular. Eu uso camisinha sempre, mas nunca fico tranquila. Eu até já pensei em fazer uma laqueadura, mas pelas histórias que ouço dá até um desânimo de tentar fazer. Meu sonho é descobrir que não posso ter filhos.

Lívia Pinheiro disse...

O indivíduo acredita piamente em um Deus com poderes ilimitados que nos deu o livre arbítrio para sofrermos eternamente no inferno caso o usemos de um jeito que Ele não goste.

Sou só eu que tenho dificuldade de entender qual é a necessidade de uma reles ovelha tomar para si a punição que cabe ao Todo Poderoso? No mínimo é de uma audácia que certamente provocará a ira de uma personalidade tão desequilibrada como a desse deus. E no máximo... bem, não seria isso um ato falho de punição terrena mesmo, para o caso desse deus aí não existir? Blasfêmia?

Anônimo disse...

Nossa, minha experiêcia foi quase igual à da C.!!! Fiquei chocada com a semelhança, só que comigo foi um pouco pior pois precisei tomar o tal remédio 3 vezes (vi aquele coração batendo duas vezes),e sem assistência médica. Foi traumático ser manipulada por todos cheia de medos e sem poder tentar me informar, conversar, já que não podia contar pra ninguém... Hoje também luto pelo direito de escolha da mulher. Achei perfeita a colocação dela de que quem sofre a dor e carrega a cicatriz é que deve decidir!! Às ruas mais uma vez!!!

Anônimo disse...

De um lado existe um embrião, ainda sem sistema nervoso, sem cérebro, incapaz de sentir dor e ter qualquer nível de consciência, um feto que depende integralmente da mulher, para se alimentar, para evacuar, para crescer, respirar, praticamente um anexo do corpo feminino, não muito diferente de um parasita (não me levem a mal, mas a gravidez nem sempre é algo confortável para a mulher que sofre de enjoos, anemia, dor muscular, retenção de líquido...)

A complexidade da vida desse ser vivo, que futuramente será jogado em um orfanato, não é muito diferente da vida de um inseto.

Afinal, o que nos faz humanos, o que nos diferencia dos outros animais é um cérebro desenvolvido e complexo, coisa um feto de 12 semanas ainda não possui.

Do outro lado existe uma mulher totalmente desenvolvida que vive uma gravidez indesejada, que é capaz de sentir todas as dores recorrentes dessa situação,tanto físicas quanto psíquicas.

Entre o direito a vida de um feto sem cérebro e o direito de autonomia sobre o próprio corpo de um ser humano completo, eu fico com a segunda opção.

Li S. Nascimento disse...

Fico imaginando como teria se desenvolvido a história a partir da psicanálise se Freud tivesse escolhido outro mito ocidentalmente muito mais famoso e influente que o de Édipo...

Imagina se ele tivesse analisado o mito de Adão e Eva. A necessidade de narrar que a primeira mulher veio do homem, da primeira cesariana feito pelo próprio deus!

Sob a perspectiva dessa mitologia, não importa que por toda a história da humanidade nós, seres humanos, tenhamos testemunhado que apenas mulheres tem o poder de gerar e conceber novas vidas, já que a primeiríssima mulher teria vindo do homem... Quer inveja maior do útero que essa? Toda essa necessidade de tentar assumir o poder sobre o corpo da mulher no decorrer da história, de tentar controlar sua sexualidade, teriam respostas bem interessantes a partir dessa análise.

Somos deusas gaias. Temos um potencial realmente magnífico e ele pertence a nós, mulheres. Porque se trata do nosso corpo. Simples assim. E continuaremos com esse poder, por mais que se inventem leis, punições, moralidades...

Não se trata de matar um ser humano indefeso... Porque embriões não são seres humanos. Clínicas fertilizadoras não são casas de terror que congelam seres humanos vivos... Cientistas de células-tronco não são doutores terroristas e sádicos que espetam, mutilam e fazem experiências terríveis com seres humanos indefesos expostos à torturas.

As células de seu corpo também não são você. Você não é o seu pulmão, o seu estômago ou o seu tão amado pênis, tão pouco células capilares podem te substituir como indivíduo... Embora em cada uma delas exista o seu código singular genético. Mas, se te clonarem algum dia. Aquele clone será você ou outro indivíduo?

Estou grávida de quase 8 meses de uma gravidez não planejada, mas, que passou a ser muito desejada! Diante de uma escolha livre, individual e ponderada - pq sim, tenho recursos financeiros para realizar um aborto seguro.

Estou plenamente feliz com a minha escolha e sou a favor da legalização do aborto - ressalvadas algumas questões que não caberiam nesse breve comentário - em fase embrionária, até a 12ª semana, porque concordo que se trata de uma vida humana em potencial. Quanto mais próxima do nascimento, mais humano é aquele ser que se desenvolve. Não é o caso da fase embrionária. Fase essa em que ocorre a maioria dos abortos espontâneos, diga-se de passagem, sem a pessoa em muitos casos sequer saber que esteve grávida.

Anônimo disse...

A ciência estima que em algumas décadas homens poderão ficar grávidos, os fetos crescerão dentro da cavidade abdominal masculina.

Quando isso ocorrer, os obcecados por fetos terão seus problemas resolvidos, olha que legal.

Aí eu não duvido que, coincidentemente, pela evolução social, claro, o aborto seja legalizado.

Unknown disse...

Lola,
O texto lei tem data de 2007.
Está valendo? Entrou em vigor? Teve alguma alteração? Li sobre o Estatuto novo (ao menos uma cópia que vi na Internet) e não encontrei tal citação, mas tudo é meio estranho nessa seara...
Obrigado,
Marco

Anônimo disse...

http://noticias.r7.com/internacional/fotos/mulheres-reproduzem-frases-ditas-por-homens-que-as-estupraram-14052013#!/foto/5

Olha esse link, Lola.

Anônimo disse...

é claro que o aborto de um feto de 8 meses não é a mesma coisa que um de 3 meses. mirella falou tudo. é vida assim que há a concepção? claro, como a alface é vida. a vaca é vida, a galinha é vida. a questão é onde, ética e filosoficamente, começa o caráter humano do feto (obviamente a religião TEM QUE sair desse debate, porque os critérios religiosos são arbitrários). e claro que não há consenso, porque 'humanidade' não é um atributo que se desenvolve de um segundo a outro, ou de um dia pro outro, não é tão simples como a definição de vida. e muitos estudiosos (preocupados com o estatuto moral do feto, sem ter nada a ver com o feminismo) entraram nesse debate e chegaram à conclusão que a mirella colocou - se aceitamos que alguém com morte cerebral possa doar órgãos, e isso já é padrão, não tem sentido achar que um ser vivo sem sistema nervoso central possa ser comparado a um recém nascido.

ass: mariana

Elisa Grec disse...

Não li os comentarios, porque vou direto ao ponto: embora eu seja contra o aborto, excetuando-se as previsões legais - acho que todos têm o direito demlutar pelo que acreditam.

Porém, Lola, "causar" divulgando informações incorretas para ter mais argumentos não acho certo. Esse artigo 28 que vc cita não esta no texto aprovado.

Bem como o texto aprovado continua prevendo as exceções legais paea o aborto - estupro, risco de vida para a mãe e feto anencefalo.

A luta de vocês, e os argumentos, seria mais respeitável se nao fossem usados argumentos inveridicos para causar comoção.

Se alguém ja disse isso, ainda assim acho válido reforçar.

Anônimo disse...

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2013/06/1293216-anticoncepcionais-causam-23-mortes-no-canada-mostram-documentos.shtml

Anônimo disse...

Oi Lola

Sinto calafrios qdo penso nessa lei do Nascituro, é desumana!
E aguardo o post sobre a laqueadura, hora mto propícia.

Obrigada mais uma vez!

Bjs

Feminista capitalista disse...

''- E quem mandou elas abortar? Bem feito! É o que merecem por querer matar um ser humano. É a mesma coisa que um bandido tentar matar outro pessoal e o bandido acabar morrendo. Bem feito!''


Pff, e alguém precisa mandar?

A vida é delas, a decisão é delas tbm,se o bebê no fundo é nada mais que um parasita que precisa do corpo e das energias da mãe pra se formar e vir a ser um humano como os outros (lembrando que juridicamente a vida começa só a partir da nossa data de NASCIMENTO) então deve sim,caber a ela, e mais ninguém a escolha por carregar essa gravidez até o final.


visto que 'sem mamãe' = sem bebê nenhum,nem agora,nem depois.

E contra isso, os misóginos que querem por que querem mandar no corpo da mulher não podem arguemntar!

Feminista capitalista disse...

O que eu não me conformo é com a hipocrisia total dos seres do sexo masculino.
Eles vêm até aqui,quase em unanimidade dizer que são super contra o aborto.

MENTIRA DESCARADA.

Eles são contra só até a página 2, porque na hora que alguma namoradinha engravida sem querer,e o filho é deles; sendo que a gravidez é também indesejada por parte deles, eles passam a ser a favor do aborto na hora.

Não do aborto das outras é claro,MAS do aborto da namorada deles, visto que tbm não querem a criança,porque ela implica muitas responsabilidades.

AI SIM eles agradecem muito, de existirem inúmeras técnicas abortivas, pq né,aí o deles tbm tá na reta.


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É claro, que se eles estiverem solteiros,sem compromisso,só transando de camisinha, aí eles se dizem contra né,porque não se vêem em situação de risco iminente e se trata exclusivamente das 'outras' ,as 'vadias', como o patriarcado adora rotular.


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E mesmo os homens que se dizem contra um eventual aborto de uma namorada, não esqueçam do teatro masculino.

Pra eles é muito mais fácil se dizer contra, pois ser pai,nessa sociedade machista não implica em todas as mudanças e responsabilidades que implica ser mãe; não tem o mesmo peso.
ALÉM do fato de que eles nunca terão de lidar com a possibilidade de um bebê totalmente indesejado crescendo dentro deles, nem de ter que passar por um parto traumático,desumano,dolorido, essa possibilidade não aflige nenhum deles.


POR ISSO É UMA TREMENDA HIPOCRISIA HOMENS VIREM ATÉ AQUI SE POSICIONAR CONTRA O ABORTO, É MUITO FÁCIL E COMODO.

Becx disse...

Eu tomava pílula, mas nunca no mesmo horário. Sempre esquecia e passavam 5, 6 horas. Por conta disso, usava camisinha. Na verdade nem contava para mau namorado que tomava a pílula, que era para não ter discussão sobre a tal. Uma vez a camisinha rompeu. Achei que nada iria acontecer pois estava na pílula. Engravidei... as mulheres da minha família são muito férteis. Tem uma facilidade enorme para engravidar. Agora me fale mais como as pessoas culpam a irresponsabilidade ,nos contraceptivos.

Raven Deschain disse...

Concordo contigo Capitalista. O babaca que quis que eu abortasse é lindamente evangélico, olha que legal e radicalmente contra o aborto, mas na hora que doeu no dele, rapidinho, em tempo recorde, "achou os remédios". Bacanudo ele neh?

Becx disse...

Onde vc viu xingamentos? Ou inverdades no post? Pelo que lí,uma menina relata a sua história e oque sentiu. O que vc chama de inverdades nada mais é que a sua opinião no assunto. ..

Anônimo disse...

Anónimo 22:08 vc nao é a única mulher nessa situação. Eu tampouco posso usar pílulas (estou provando com a minha medica varias mas todas elas me dão problemas de colesterol, circulação, uma quase me deu uma embolia....portanto estamos desistindo do método) outros métodos (parches, injeções, anéis, etc, que aqui vc escuta principalmente homens dizendo "mas tem taasaasannnnnto método anticoncepcional) bom esses taaaaannnntttoooos métodos sao igualzinhos a pílula so que a forma de aplicação é diferente.

Nao é que com camisinha pode engravidar, acontece que as vezes pode acontecer algum que outro acidente. Eu tive mais de uma vez acidente com camisinha (sempre uso) e recorri a pílula do dia seguinte que é tao perigosa pra mim como as pílulas convencionais, mas nao posso de jeito nenhum ter filhos pois num passado fiz uma operação cardíaca e tevo tomar medicinas que deformam o feto. E se nao tomo essas medicinas posso eu mesma ter uma embolia e morrer. Por isso tb esse estatuto me pega de jeito porque se engravido, morro. Ou ponho no mundo uma criança com serias deformações, coisa que acho uma tremenda maldade, com o violento que é o Brasil, e além do mais por uma criança que nunca poderá valer-se por si mesma? Ou optar por eu morrer ou como mínimo ter uma embolia grave que me deixe paralisada?

DIU é complicado, os medicos nao querem te colocar e muitas vezes nem explicam, mas tampouco é 100% e laqueatura tenho visto e estou me informando mas é uma operação meio forte para mim,

Eu morro de medo sempre que tenho relações, acho que sou vou gostar de sexo quando estiver na menopausa ou bem se namoro com alguém que fez a vasectomia,

Eu escrevi tudo isso como anônima porque sao coisas muito intimas que nao gostaria que se revelasse o meu Nick habitual,

Um abraço.

Anônimo disse...

Eu trocaria pela frase "Eu me PREVINO, eu decido". Você vai me desculpar, mas esse mimimi "eu não tive escolha, eu era muito nova" não me convence. Ninguém que seja capaz de chegar a esse blog desconhece as noções mais elementares de como se prevenir contra uma gravidez indesejada.

Lari Gambaro disse...

Guest post excelente! Temos que defender o direito das mulheres em decidir pelo próprio corpo, em escolher.
O Estado Democrático deve proteger a democracia, nossa constituição laica tem a obrigação de proteger a diversidade, seja ela de ideias, crenças, opções, estilos de vida. Proteger a discussão, o direito à discussão é também uma forma de engrandecer nossa democracia, perpetuá-la. E esse Estatuto absurdo fere exatamente esse direito (além de vários outros) tentando impor crenças de grupos, que se enxergam no direito de fazê-lo, a toda a população.
Lamentável

Anônimo disse...

O que eu me pergunto é: estao falando que esse estatuto que proibe aborto em todos os casos ja foi modificado e sim que se permite aborto nos 3 casos ja previstos por lei (feto anencefalo, risco de vida da mae e estupro) entao, por que demonios estao fazendo esse estatuto?

Anônimo disse...

Notícia 'nova' sobre anticoncepcionais:

http://br.noticias.yahoo.com/p%C3%ADlulas-anticoncepcionais-causaram-23-mortes-canad%C3%A1-afirmam-autoridades-153731150.html

E agora, Maria?!

Aliceee disse...

Deu uma preguiça...

Pffffffffff

Felipe disse...

Os pro-vida só são contra o aborto até que a namorada ou a filha engravide. É sempre assim. Na maioria das vezes a pressão por abortar vem do namorado e da família, dificilmente a mulher toma essa decisão sozinha. Hipocrisia pura!

Anônimo disse...

Esta é pros que acham que mulher vive de mimimi (SQN):

http://euescolhifornicar.com/post/52734409382#disqus_thread

Pena que eles não vão ler...

Claramc disse...

Prezado Leandro,

Essa é a sua frase: "Tal argumento convenientemente ignora o fato de que dentro da mãe jaz uma entidade que é completamente distinta dela."

E essa é a minha resposta: Tão "distinto" que não consegue sobreviver fora do útero.

Claramc disse...

E aos "pró-vida" que defendem que aquele amontoado de células, embrião, feto, sei lá qual o nome correto, seja uma VIDA a ser preservada...

Parem de tomar antibiótico quando tiverem uma infecção, pois estão assassinando milhares de bactérias (coitadas, elas também são VIDA!). Inclusive bactérias boazinhas, tá? Você mata TODAS ELAS. Bando de assassinos!

Afffff, me poupem!

Claramc disse...

"Já que aborto é crime, o homem que abandona um filho também deveria ser processado e preso."

Taí, abortar um filho no ventre é crime, mas abortar um filho vivo (porque o pai que abandona, registra e some, para mim está abortando aquele ser) é possível.

Se os homens tem direito a decidir, porque as mulheres também não podem ter?

Anônimo disse...

Talvez se houvesse um diálogo mais objetivo e menos apaixonado entre "pró-vidas' e "pró-escolhas", tivéssemos uma opção melhor de estatuto do nascituro pra aprovar, que condenassem estuprador e médico de clínica abortiva clandestina a cadeia, e não as mulheres.

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ô senhor... estuprador é indiciado independentemente de o estupro ter acarretado em gravidez ou não.

Anônimo disse...

gente, eu sou a favor de descriminalizarmos o aborto (com limite de três meses ou menos para a interrupção).

Mas alguns argumentos de quem pensa igual a mim não colam:

1) "não quer abortar não aborta, cada um cuida da sua vida". - bom. isso pode justificar muita coisa. "não quer cometer um homicídio não cometa, eu sou a favor oras", já pensou? EU SEI que a vida de uma pessoa adulta deve ter mais valor do que a de um feto (e os nossos legisladores também pensam assim, tanto que a pena para um homicídio é muito maior do que para um aborto). MAS o fato é que as pessoas não pensam assim. Elas não relativizam isso. Vida é vida desde a concepção (e pra mim, o feto é uma vida, mas seu direito fundamental pode ser relativizado, como todos os outros, inclusive os nossos - esse é meu argumento jurídico).

2) "Métodos contraceptivos falham". Sim. É vdd. Falham mesmo. Mas a maioria das pessoas - não todas - não o utilizam direito, quando usam. Isso é fato. Menos abortos seriam necessários se as pessoas se cuidassem mais, mas reconheço que a culpa não é do casal apenas, é também da família, do estado, de todo esse conservadorismo que torna o sexo um assunto tabu.


Enfim, também acho que a luta pelo direito a fazer laqueadura quando bem entender é algo nobre e importante demais para deixarmos de lado.

Mirella disse...

Cansei dessa discussão metafísica.

Mulher vai fazer o aborto se quiser.
Mesmo se tiver que morrer para isso.
E não há NADA que alguém possa fazer a respeito. Gaste você a saliva que for.
Temos uma lei que prende mulheres que abortam, e nem assim o aborto diminui. Jura que DÓI pensar nisso?
A lei atual só MATA.
Quem é contra-escolha defende que a mulher morra por querer abortar.

Criminalizar o aborto não reduz o número de abortos.
Legaliza não aumenta o número de abortos.
Aborto criminalizado resulta em morte de mulheres.
Aborto descriminalizado resulta na vida de mulheres.

Quem é contra-escolha defende a morte de mulheres, porque não há alteração nenhuma na quantidade de abortos.
Cansei da metafísica.

http://topics.nytimes.com/top/reference/timestopics/organizations/w/world_health_organization/index.html?inline=nyt-org

Anônimo disse...

"Parem de tomar antibiótico quando tiverem uma infecção, pois estão assassinando milhares de bactérias (coitadas, elas também são VIDA!). Inclusive bactérias boazinhas, tá? Você mata TODAS ELAS. Bando de assassinos!"

Que comentário mais ignorante! Eu adoro o blog, mas é realmente difícil ler esse tipo de comparação entre um feto em desenvolvimento e bactérias infecciosas.

Anônimo disse...

Claramc disse...
"Já que aborto é crime, o homem que abandona um filho também deveria ser processado e preso."

Taí, abortar um filho no ventre é crime, mas abortar um filho vivo (porque o pai que abandona, registra e some, para mim está abortando aquele ser) é possível.

Se os homens tem direito a decidir, porque as mulheres também não podem ter?

12 de junho de 2013 11:14

Pois é, gostaria muito de ver um post falando dos pais que fazem o filho e SOMEM no mundo. Gostaria mais ainda de ver comentários dos homens.

Ana Carolina disse...

Mariana, respondendo.

1) Mesmo que vc considere o feto uma vida desde a concepção, tem um argumento do qual gosto muito: o que é preferível, perder uma vida ou duas? Porque com abortos legais ou ilegais, uma vida, nesse argumento, é perdida sempre, mas na ilegalidade são DUAS, pois a mulher morre também. Aborto legal poupa as milhares de vidas perdidas por ano em procedimentos inseguros - e uma mulher deve ser punida com a morte pelo ato de abortar? Pros """pró-vida""" sim.

2) Sim, educação sexual é importante, importantíssima, mas métodos contraceptivos FALHAM MESMO DENTRO DO USO CORRETO. Não é uma pílula tomada errada ou uma camisinha mal colocada: a taxa da pílula, por exemplo, para uso correto, é de 0,3%. Três mulheres em mil que a tomam regularmente podem engravidar. O DIU também tem uma taxa bem alta de falha, minha mãe mesma ficou grávida do meu irmão com DIU. Fora as interações medicamentosas: se você não perguntar, médico quase nenhum avisa que antibióticos, por exemplo, cortam efeitos dos anticoncepcionais - e você vai lá, acha que tá protegida, tomando na hora certa, no dia certo do ciclo e não está. Ou alguns antidepressivos. Ou seja: mesmo no uso corretíssimo ainda existe a possibilidade de falhas e se for conversar por aí, vai descobrir que muita gente engravidou dessa forma, com todas as precauções corretas.

Unknown disse...

George Carlin: "Esses conservadores são uma coisa... Eles fazem tudo pelos embriões! Mas depois que você nasceu, você que se vire! Pró-vidas são obcecados pelos fetos, desde a concepção até o nascimento, nove meses depois. Depois disso, eles nem querem saber do feto! Nada! Nada de neo-natal, creches, escolas, merenda escolar, bolsa família, porra nenhuma. Se você não nasceu ainda, tá tudo bem. Se for criança, está fodido".

Sem mais a relatar.

Renata disse...

Mirella, seu comentário de 13:16 é ótimo!!

Anônimo disse...

Quando comecei a ler sobre o estatuto do nascituro tentei estabelecer um parâmetro, para o homem, em relação a violência que esse estatuto representa para a mulher. E formulei a seguinte proposta:

Proponho que para evitar aborto em casos de gravidez não desejada, gravidez resultado de estupro, e também para o controle de natalidade, TODOS os homem passem por um procedimento de vasectomia antes da puberdade. Uma vez que a vasectomia é um processo relativamente simples e não causa problemas em relação ao desempenho sexual. Assim, homens e mulheres poderiam ter relações sexuais sem medo de terem um filho (o que não eliminaria o uso de preservativos, pois eles evitam a transmissão de DST. No caso de estupro esse seria uma preocupação a nenos para a vítima que já está sofrendo o bastante. Aí, vocês questionariam: e os filhos? Bom o casal que se sente maduro, com condições de ter e criar um filho procuraria O SUS para realizar o procedimento de fertilização.
Se o homem se negasse, ou não fizesse a vasectomia ele sofreria um processo penal e poderia ser detido pagaria multa...

Essa é minha proposta, acho até que é mais eficiente para evitar o aborto que o estatuto do nascituro, Pois se não há gravidez indesejada, não há embrião, nem feto, não há aborto.

É claro que sei que isso é (quase)o mesmo tipo de violência que as mulheres sofrem, mas gostaria de saber se os homens estariam dispostos a acatar uma resolução destas sem contestar para que pequenas futuras vidas humanas não não viessem a ser mortas? Se você, homem, diria não, o corpo é meu e eu decido se faço ou não essa vasectomia, e o estado a igreja ou qualquer outra pessoa não pode dizer o que eu devo fazer com o meu corpo. Você agora entende quando uma mulher fala que o corpo é meu quem decide o que acontece nele sou eu. Se você acha que as mulheres estão erradas querem decidir sobre o que acontece no seu corpo, bom tenho um apoiador para o meu projeto de vasectomia compulsória.

Taise

Anônimo disse...

A questão do aborto é para que as mulheres tenham liberdade de escolha e, mais importante, não corram risco de morte. Mas ainda é um processo invasivo e com risco de gerar depressões e outros problemas.
Uma necessidade, de menor urgência porém ainda importante, é de disponibilizar anticoncepcionais de qualidade e a preço de custo; educação sexual obrigatória, compreensiva e livre de preconceitos religiosos/culturais; e mais do que isso: propaganda sobre a questão em grande quantidade. Isso não só diminuiria o número de abortos, como possibilita que a mulher tenha ainda mais poder de escolha sobre seus direitos reprodutivos. A questão é que uma mulher deveria poder escolher se quer ter um filho, e ter apenas quando sentir que tem condições mentais, físicas, financerias para isso sem precisar passar por processos (tanto médicos quanto sociais) que possam cicatrizá-la psicológicamente.

Anônimo disse...

Pois é, gostaria muito de ver um post falando dos pais que fazem o filho e SOMEM no mundo. Gostaria mais ainda de ver comentários dos homens.

Cara anônima,

os homens dirão que a culpa é da mulher que escolheu o homem errado. A culpa é sempre da mulher. TOdo comportamento masculino passível de crítica é de inteira responsabilidade feminina. O homem é um ser teleguiado, isento de qualquer responsabilidade pelas cagadas que faz.

Feminista capitalista disse...

Pois e RavenClaw, infelizmente sua história não me surpreende, porque pra maioria das mulheres e exatamente assim que acontece, o homem, namorado, querendo decidir se elas vão ou não fazer o aborto, como de a decisão pertencesse a eles.
Fico muito feliz que você tenha mantido a gravidez e tenha tido o seu filho, visto que essa decisão cabe e sempre caberá muito mais a você, que e quem tem que carregar o bebe por 9 meses dentro de você, do que a qualquer homem.

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Outro grande exemplo da hipocrisia masculina e o caso do Alexandre Frota, vi anos atras uma reportagem em que ele brincava com uma criança na praia, que era filho dele, só que ele afirmava o seguinte:
Que ele pagava a pensão, visitava a criança de vez em quando, reconhecia, e gostava de brincar com o garoto as vezes e fazer-lhe comphania, mas... Não o considerava um filho, isso mesmo, pra ele o garoto não era filho, não o enxergava assim, pois não era essa a relação que ele tinha com o garoto.

Ate hoje nunca vi ele ser apedrejado, ou julgado por conta disso, todo mundo acha normal, mas e se uma mulher dissesse o mesmo? Quantas tijoladas receberia da sociedade?
Quando as mulheres vão ter essa escolha?

Quando uma mulher vai poder ter o bebe, entrega-lo para o homem e sua a família e dizer :
"Toma, eu juro que pago a pensão e venho visitar."

Nunca ne?
Por isso que eu reafirmo, homem contra o aborto e hipócrita.

Andrea disse...

Tem algumas pessoas dizendo que o homem que faz o filho e desaparece deveria ser punido também, que deveria ser crime. Bom, É CRIME, abandono material e abandono moral, com penas relativamente altas. fazer a justiça funcionar é que é outra história