sábado, 24 de maio de 2014

GUEST POST: COMO O FEMINISMO ME AJUDOU A ACEITAR MINHA VIRGINDADE

A N. me mandou a sua história:

Quando li as incertezas da M. no seu blog, lembrei de mim e de como o feminismo e sua liberdade me ajudaram a me aceitar, a aceitar a minha história. Não sei se as minhas palavras irão ajudar alguém, mas espero que sim.
Eu nunca fui a mais bonita, era sempre a mais baixinha, a engraçada. Até hoje é assim. Não sou nenhum padrão de beleza, sou apenas eu. No colegial, quando os hormônios estão à flor da pele, eu não conquistava ninguém. Os meninos zoavam na escola e eu respondia na mesma moeda. Era sempre a irmãzinha dos meninos. Na primeira faculdade que fiz, a mesma coisa. Na segunda, sendo um pouco mais velha, cheguei a ter alguns paqueras, mas nada que fosse sério ou duradouro.
Pois bem, hoje, tenho 27 anos e costumo dizer que sigo quebrando recordes. Nunca namorei e sou virgem. Ser virgem não é uma consequência de nunca ter namorado. Não sou conservadora. Não julgo as mulheres que transam no primeiro encontro ou com aquele cara que estão ficando. 
Somos livres para transar com quem quisermos e na hora que quisermos. Não é mesmo? Falando assim, parece hipócrita da minha parte ser virgem. Mas é aí que entra o meu feminismo, aquele que moldei diante de tudo que li sobre o assunto -- inclusive o Lola Escreva Lola.
Acredito que a liberdade sexual é ampla e isso abrange não só as pessoas que transam e transam mesmo, sem pudores e conservadorismo. Abrange também as pessoas que, com suas razões, optam a casarem virgens e aquelas pessoas como eu, que ainda não encontraram o momento para isso.
Não, eu não acredito em príncipe encantado. Tive uma quase experiência sexual (fizemos tudo, menos aquilo que diria ao mundo "ei, ela não é mais virgem") com um cara por quem eu era muito apaixonada, mas na hora ele... ele broxou, estava mais nervoso que eu! Fiquei anos tentando pensar no que eu deveria ter feito para que ele não tivesse broxado. Mas, oi? A culpa foi minha? Claro que não. Eu não vou me culpar por isso. Não mais.
Quero perder minha virgindade? Quero. Quero muito, é óbvio. Sou humana e tenho vontades. Muitas vontades, não nego. Mas, se antes as pessoas valorizavam a virgindade, hoje, sendo virgem, eu vejo que existe o contrário. 
Quando eu era adolescente e não ficava com ninguém na escola, achava um absurdo quando minha revista Capricho chegava e vinha encarte pra gente anotar os ficantes, dar nota. Eu me sentia obrigada a ficar com os caras e me cobrava a cada vez que via minhas amigas ficando e eu ali sempre de boa, sozinha. Sempre tentava entender o que de tão errado havia comigo. 
As pessoas parecem pensar que quem não faz sexo é babaca, não tem atitude, não existe. E eu paro e penso que estou longe de ser uma pessoa babaca, tenho atitude e muitas opiniões e eu existo, existo muito. Curto bastante a minha vida e não é pele dentro de mim que diz ou não o que eu sou. Ouso dizer que eu prefiro ser virgem do que ter um namorado que não me respeita, do que ter opiniões conservadoras e preconceituosas. Na minha mente não existe puritanismo, por mais paradoxal que isso pareça.
Já chorei muito. Chorei por amor, chorei porque quando eu encontrava alguém que alimentava a minha esperança de que finalmente "eu viraria mulher", simplesmente não rolava; chorei porque me sentia diferente, porque minhas primas jovenzinhas não são mais virgens, chorei porque toda vez que saio com amigas, inevitavelmente, fala-se sobre homens e sexo, chorei por simplesmente não aceitar a minha história.
Hoje, muitas piscinas de lágrimas depois, posso dizer que nunca estive tão bem comigo e com minha virgindade. Ela não é um segredo, mas também não é um livro aberto. Eu não tenho vergonha, não mais. Mas não acho que levantar a bandeira vai ser saudável, depois de tudo o que enfrentei sozinha. É difícil nadar contra a corrente neste mundo que valoriza tanto determinadas ações. E eu tô sempre indo contra as coisas ditas normais, não é só em relação ao sexo.
Deixar de ser virgem não vai me fazer mulher. Quero até rir dessa frase que escrevi! Sou virgem, sou mulher e sou livre. Sinto-me muito mais livre do que algumas amigas que namoram, são casadas, transam, mas são presas a conceitos conservadores. Não aceitam a liberdade alheia de as mulheres transarem com quem bem quiserem e também não aceitam a liberdade de quem não transa.
Hoje, com o feminismo, me sinto livre por ser virgem. Ninguém nunca me forçou a perder a virgindade apenas para ter assunto com as amigas. A minha história é assim e eu me orgulho de poder contar. Eu vou perder a virgindade, sei que estou mais do que pronta pra isso. Mas vai ser do meu jeito, com quem eu escolher e sem pressão. Se vai ser bom, ruim ou engraçado, só a experiência dirá. E vai ser mais um capítulo da MINHA história.

55 comentários:

Anônimo disse...

Eu vou falar uma coisa pouco simpática, mas vou falar mesmo assim.

Rola um preconceito com a pessoa que tem quase trinta anos e é virgem Pq vc fica pensando o que tem de errado com essa pessoa que com essa idade ainda não teve um relacionamento 'normal'.

Mesma coisa encontrar alguém com essa idade que nunca teve amigos ou nunca trabalhou. Vc logo se pergunta se ela não é uma pessoa meio problemática, se tem dificuldade em se relacionar com os outros, se se cada especial demais e etc.

Como eu disse não é bonito isso, é um pensamento meio preconceituoso, pq vc pressupõe que existe algo de errado com aquela pessoa.

Claro que ela pode ser uma pessoa só meio azarada que não teve a oportunidade de arrumar um parceiro legal por quem ela se atraísse. Mas como é uma coisa muito fora da curva, causa um estranhamento.

Alice

Mariane disse...

É isso! Ter um, vários, ou nenhum parceiro. Quem decide somos nós!

Pamela Moreli Benoni disse...

Isso aí N.
Sua vida, suas escolhas, suas regras.
Abraço.

Anônimo disse...

A gente tende a padronizar tudo: a idade certa para "perder a virgindade" (odeio esse termo), a idade certa para casar, para arrumar emprego, o jeito "certo" de se vestir, o cabelo "bom, arrumado, bonito", o corpo "ideal". Sei que extrapolei um pouco, saindo do assunto mas...eu me pergunto, quem é problemático? A pessoa que foge desses padrões ou uma sociedade que cria e mantém esses padrões e que os utiliza justamente esses para marginalizar quem não os segue. É incrível a capacidade que a maior parte das pessoas têm em se sentir fiscais da vida alheia, seja em que aspecto for...Ser fiscal da vida alheia, fazer questão que as pessoas sigam certos comportamentos, como se fossem obra de determinismos biológicos é que me assusta!!!
Pôxa, será que é tão difícil de entender o proverbio "viva e deixe viver!"?

A N.me pareceu muito madura para tomar a posição que ELA acha melhor para a vida que É DELA.

Marcelle

Anônimo disse...

Sou quase uma balzaquiana, nunca namorei e nem quero e nunca me senti mal com isso. Sou mais livre do que essas loucas que pegam qualquer lixo da rua só pra não ficarem sós.

Suh disse...

Amei o texto, pq além de libertar mesmo as mulheres, até mesmo as que super transam o tempo todo(e as que as vezes nem sabem se fazem pq elas mesmas querem), mostra q o feminismo é pra todas. E qualquer mulher é livre pq independente de qualquer escolha ela merece a liberdade.

Anônimo disse...

todo mundo pode pensar o que quiser menos ser conversador pq é preconceito kkkkkkkkkkk ta serto!

Anônimo disse...

Pelamordedeus, sexo se faz porque se está com vontade, e não porque "está na idade". É igualzinho com filhos, não só é praticamente obrigação ter, como tem idade pra ter. Não vejo nada de estranho na história dela, vamos parar com essa palhaçada de "ser virgem"? O que isso quer dizer?????? N., fica tranqüila. Eu acho que se ficasse viúva passaria anos e anos sem transar, e não digo isso por questão de luto, mas porque meu companheiro é muito especial e eu não conseguiria ter um relacionamento de menor qualidade afetiva só para fazer sexo (não curto sexo sem envolvimento. Aprendi aqui no Lola que sou demissexual). Não entendo porque alguém tem o direito de ser "seletivo" depois de já ter transado, e antes, não tem!

Anônimo disse...

Eu tenho 33 anos e nunca tive um relacionamento serio. So uns ficantes e sim, transei com vários deles, mas parece que os homens somem depois de alguns encontros ou so me procuram quando querem sexo. Estou indo a sessões de terapia e o psicólogo me garantiu que nao ha nada de errado comigo. Mas fico pensando porque todo mundo ja teve um namoro serio menos eu. Fiquei muito deprimida depois que um rapaz com quem sai por alguns meses e por quem estava completamente apaixonada desapareceu. Ele nao atendia mais aos meus telefonemas e agora descobri que ele se casou com uma mulher que ha conhecia ha apenas um mes.

Dani disse...

Moça, claro que não existe nada de errado com você ser virgem, e que bom que vc também não faz julgamentos com o que os outros fazem com seus corpos. Eu fiquei pensando na parte que vc disse que já quase perdeu a virgindade com um carinha, já que fez "todo o resto" com ele... acho interessante pensar o quanto a gente ainda se prende a uma visão tão simplista sobre o que é sexo, mas gente, sexo não é só pênis na vagina!! todo o "resto", a troca de caricias, o prazer dado e recebido ainda que sem penetração tb é sexo na minha visão!! Claro que eu entendo o que vc quer dizer, mas virgindade não se resume a hímem rompido...
Mas enfim, que bom que vc está desencanada e tranquila com vc mesma, isso é o que importa! ;)

Anônimo disse...

Lolinha, vc viu alguma coisa sobre o último atirador a fazer merda nos EUA?

http://www.salon.com/2014/05/24/alleged_santa_barbara_shooter_i%E2%80%99ll_take_great_pleasure_in_slaughtering_all_of_you/

Resumindo: quis matar todo mundo porque não pegava ninguém. Não, não to inventando, o infeliz é quem disse isso. E que visava matar mulheres. Observe que no transcript o discurso dele é completamente "masculinista" (eu me recuso a chamar machista de qualquer eufemismo idiota). Qualquer semelhança com o massacre ocorrido no Brasil NÃO é mera coincidência.

Anônimo disse...

Eu demorei um tempão pra perder a virgindade também, 28 anos, que no caso nem foi só a do rompimento do hímen mas de tudo mesmo, do foreplay todo. No meu caso, cresci em uma família extremamente católica na região noroeste do Paraná, uma colônia um tanto isolada, fui ter televisão com 24 anos de idade quando saí de lá e me mudei para uma cidade maior, sozinha e praticamente execrada pela família. Meu pai mesmo morreu sem falar comigo, a "desonra" da família. Então cresci sem educação sexual nenhuma, na escola da colônia simplesmente não se tocava em tais assuntos, muito mal e porcamente explicavam aquela coisa bem biológica de reprodução mas as professoras, que eram da colônia também, já ememdavam um "primeiro case, depois faça" sem o menor ressentimento. Eu sequer sabia me masturbar.

Na "cidade grande" eu era um bicho assustado pra tudo, minha vida era casa-trabalho, não saía pra barzinhos, não fazia amigos, continuava "isolada" da mesma forma que cresci. Eu mal conseguia falar com outros homens, a língua travava, meu corpo travava, tudo travava.

Até que um belo dia conheci um rapaz que também vinha de colônia de imigrantes e entendia minhas inúmeras necessidades, que também eram as dele. Começamos um namoro bem tímido, quase infantil, de ir tomar sorvete na pracinha e só pra ter um beijo foram dois meses. Um ano depois tive a minha primeira experiência sexual com ele, que não foi grande coisa porque eram dois inexperientes mas com o tempo a gente foi se ajustando. Casamos e nosso filho mais velho completa 18 anos mês que vem.

Lembro que no meu primeiro orgasmo eu entrei em pânico porque achei que ia morrer! Que horror, não precisa ser assim. Mas foi comigo. Espero que cada vez menos gente tenha que passar por essas coisas, até porque sexo é ou deveria ser uma coisa tão natural com comer e dormir, ninguém faz drama com isso, porque com sexo se faz? Só por religião mesmo. E ainda dizem que é uma coisa boa... hoje sou ateia, graças a Deus.

Jane C. disse...

O importante é estar feliz com sua escolha. Se não aconteceu e você agora está bem resolvida com isso, está bem.Ninguém tem nada a ver com sua virgindade-nem mesmo a pessoa com quem você porventura venha a perdê-la.

Rose disse...

O importante é sentir-se bem. Com ou sem hímen, com ou sem homem, apenas sentir-se bem.

Anônimo disse...

Quem não gosta, ou pra quem ainda não rolou, respeito. Mas sexo é, sim, uma coisa muito importante na vida de todos e todas, homem ou mulher. Sexo é muito bom e saudável. E quem ainda tem vida e saúde pra isso, deve aproveitar.

Dan disse...

Até que enfim um post sobre isso. Faço das palavras dela as minhas, mas não sou tão bem resolvida assim. O legal é que quando finalmente acontecer, vou continuar mal resolvida, porque nós supervalorizamos o sexo de uma forma assustadora, tanto que algumas opiniões não foram lá muito compreensivas e ninguém se incomodou. Quando o post é sobre preconceito contra mulher que transa muito, ninguém tem dificuldade de compreender. De qualquer forma, viva a liberdade. De transar muito, mais ou menos, pouco ou não transar.

Jessicá disse...

Anon das 17:12 adorei o "hoje sou ateia graças a deus" ahaha
Outro dia estava assistindo uma reportagem sobre o que chamamos aqui na França de "gens du voyage", os "ciganos". Vivem entre si e praticam antes do casamento a cerimônia do lenço na qual uma "picadora" (matriarca idosa e respeitada) averigua se a moça ainda é pura. E as meninas, de 17 ou 18 anos acham isso tudo normal e ficam felizes em honrar seus pais quando são aprovadas na tal cerimônia. Acho bonito povos que conhecem suas raizes e respeitam sua cultura, mas fiquei sem saber o que pensar a respeito disso. Pra tudo tem limite né...

Dan disse...

Postei a mesma coisa duas vezes, achei que a primeira não tinha ido!

Anônimo disse...

Essa história de virgindade é altamente heteronormativa.

Quando se fala "Oh! Fulanx é virgem!! (Que anormal! Que azarento!)" se pressupõe que fulanx é hetero, logo, nunca teve relação sexual com alguém do sexo oposto.

Mas será que esses "policiais da vida alheia" desejam que essa/esse tal "virgem" se satisfaça sexualmente, inclusive se para isso a pessoa desejar alguém do mesmo sexo?!

A crítica alheia à virgindade de pessoas que não a "perderam" na "idade certa" me parece uma questão intimamente ligada ao machismo e à homofobia.

Anônimo disse...

Olha o que esse macu assassino aprontou. Procura no facebook o video dele falando que matou pq ele era virgem e nenhuma mulher quis dar pra ele. entao todos pagariam.
http://jezebel.com/5906648/the-angry-underground-world-of-failed-pickup-artists

Anônimo disse...

Eu tenho 23 anos e também sou virgem.Pra mim é legal saber que isso acontece com outras pessoas também, que a gente não é tão estranho assim como costumam nos julgar.

Anônimo disse...

"Essa história de virgindade é altamente heteronormativa. "

Pra caramba. Então mulher só transa com homem e por transa, considera-se a penetração completa do pênis na vagina? Que coisa mais antiga heim.... vamos atualizar isso aí! 2014 meu povo!

Anônimo disse...

Olha o que esse macu assassino aprontou. Procura no facebook o video dele falando que matou pq ele era virgem e nenhuma mulher quis dar pra ele. entao todos pagariam.

Agora os EUA têm seu próprio Massacre do Realengo. Mas não gente, machismo não existe viu! Invenção dessas feminazis malditas que querem acabar com o direito natural do homem de ser um assassino estuprador em potencial e cuzão na potência máxima! Masculinismo é uma coisa totalmente legítima dos zómi oprimidu, tadinhos. Quantas pessoas o feminismo matou até hoje heim? Zero? Menos-um? E a misoginia? Semana passada matou seis mulheres nos EUA...

Anônimo disse...

"Olha o que esse macu assassino aprontou. Procura no facebook o video dele falando que matou pq ele era virgem e nenhuma mulher quis dar pra ele. entao todos pagariam.
http://jezebel.com/5906648/the-angry-underground-world-of-failed-pickup-artists"

Muito bom o artigo e pra quem tiver o inglês em dia, recomendo fortemente ler os comentários. Especialmente os que dizem respeito às "táticas" dos PUAs, tais como negging (não sei o nome em português, mas consiste em você rebaixar uma pessoa fazendo de conta que é um elogio, p,ex: "você é tão bonita de rosto", "salto alto é bom pra gente baixinha como você", "esse cabelo é megahair?", fingir que não guardou seu nome durante a conversa - eles perguntam várias vezes pra fingir que você não é tão importante assim e nem ele tão desesperado a ponto de gastar dinheiro e comprar dúzias de livros e gastar 42 horas semanais em fóruns só pra "pegar mulher", entre outras coisas), que sem dúvida é o estratagema mais fácil de reconhecer e desarmar esses "artistas" (lembrando que palhaço também é artista).

Engraçado é o cidadão usar disso e depois ficar se perguntando pq não consegue ninguém nem pra uma noite só.

Anônimo disse...

Eu era virgem até os 27 e, ao contrário de vc, não lidava nada bem com isso. Ficava doida pra me livrar disso, achava que tinha algo de muito errado comigo, pq sempre fui muito sexual, mas sozinha. Com homen, toda vez que chegava perto de acontecer alguma coisa, eu corria. Me masturbava, tinha altas fatasias, queria um monte de coisa que não conseguia pôr em prática. E não fazia ideia do motivo.
No fim das contas, descobri que o "errado" era minha orientação sexual. Eu nunca tinha me questionado, gostava de homem, ponto. Pouco depois de ter me descoberto lésbica me livrei do que me prendia e tive minha primeira relação sexual.

Ah, gente. "Perder a virgindade" é uma expressão tão babaca, não é? Tem mil modos de se referir a isso. Vamos dar preferência às alternativas! rs

Eu disse...

Eu perdi a minha virgindade tarde em comparação com as minhas amigas, aos 24 anos, rolou naturalmente com um ficante que depois foi vir a ser meu primeiro namorado. Nao tenho nenhuma boa lembrança dele pois era super machista e possessivo. Orgasmos? So descobri aos 30 anos... Sozinha depois de ler sobre orgasmo e masturbacao feminina, nem sabia onde e para que servia o clitoris.... Na escola a educação sexual tb foi de "casar e reproduzir-se" (moro em cidade grande).
Ate entao eu sempre me senti um bicho estranho. Pensava que algo estava errado comigo,
Bom, desde o meu ultimo namorado, há mais ou menos 6 anos atras, eu nunca mais transei, nao porque nao goste de sexo, eu adorava sexo (depois que descobri o orgasmo) , eu ainda adoro orgasmos, tenho meus brinquedos... Mas transar transar.... Ta difícil...... E acho que é uma coisa errada comigo sim. Tenho muito medo que me machuquem porque me machucaram muito, entao eu pus na balança: "vale a pena?" Definitivamente meu corpo diz que nao. Ele diz: "vc tem orgasmos múltiplos, intensos, que vc mesma os provoca.... Se vc sair com um cara e ele nao for um cara legal vc vai sofrer muito" e nao acho o cara que vale a pena.
Logicamente ninguém sabe se sou celibata ou nao, eu nao falo da minha vida pessoal a ninguém. No trabalho as vezes minto que sai com amigos e aí fica por conta da imaginação. (Tampouco tenho muitos amigos, pois a grande maioria esta casado com filhos pequenos,) enfim. C'est la vie

Anônimo disse...

Eu também sou virgem, tenho 30 anos. Obrigada por esse post, M e Lola!
Na adolescência, eu era gorda, feia e arredia. Nenhum carinha cogitava ficar comigo, eu era motivo de piada. Durante a faculdade, eu ainda era bem gorda, mas já não ligava mais para isso. Estava acostumada a ser sozinha e nunca ser amada. Eu coloquei na cabeça que não era possível um homem se interessar por mim, então, nunca me abria para eles. Pensava: sou gorda e mal arrumada, nunca irão olhar pra mim. Quando tinha uns 23 anos, emagreci e comecei a me arrumar. Virei uma "mulher" de verdade. A mulher padrão social. Aquela que nos obrigam a ser nessa sociedade horrorosa. Daí comecei a chamar a atenção dos homens. Mas nunca consegui transar com eles. Eu até me apaixonei de verdade e dormi com ele, mas não passou de carícias e beijos. Hoje, não tenho problemas em ser virgem. O que me aflige é o que a sociedade pensa sobre mulheres virgens aos 30 anos. Tenho pavor de ir ao ginecologista, pois já vi relatos de mulheres que foram zoadas por médicos por que eram virgens. E fico pensando no constrangimento que vou passar quando disser para o meu futuro namorado que sou virgem. Acho que a minha preocupação é mais externa do que interna. Não me importo em ser virgem. Não é uma grande questão em minha vida. Certamente, devo ter algum problema, mas não ligo. Minha auto estima é baixíssima, como é possível perceber pelo meu relato. Mas também não me importo. Estou bem como estou e tenho certeza que vou fazer sexo, eventualmente, algum dia. Pra mim, a idade não é a questão, mas sim o prazer. A única coisa que me incomoda, internamente, em ser virgem, é que ainda não senti prazer sexual estimulado por outra pessoa. E só.

Sara disse...

https://br.noticias.yahoo.com/cineasta-suspeita-filho-22-anos-seja-autor-tiroteio-223717173.html

mais um mascu revoltado achando q o mundo lhe deve algo, e claro levando a tragédia a pessoas q não tinham nada a ver com seus problemas individuais.

Anônimo disse...

Lola, um homem matou mulheres porque não conseguia transar. É praticamente um Natal para as feministas!!! É hora de extrair o máximo possível desse episódio. Vamos lá!!!

lola aronovich disse...

"Natal para as feministas". Mascu, ao contrário de vcs, a maior parte das feministas não comemora quando pessoas são assassinadas. Mas vcs bem que podiam discutir nos seus fóruns como a misoginia de Rodger Elliot, um mascu, um cara que falava igualzinho a mascus (começando por separar os homens entre alfas e betas), matou sete pessoas.
Vou escrever um post sobre Rodger e outros mascus que mataram pessoas (Wellington e o massacre de Realengo, anyone?). Pra amanhã.

Anônimo disse...

Eu tambem " perdi a virgindade " um pouco " tarde " : aos 24 anos , com meu primeiro namorado.
Nao foi ruim, mas tambem nao foi bom.Foi mecânico , sem graça,xoxo.
Passei uns meses achando que sexo nao era tudo aquilo que diziam, nao.
Mas eu tinha muito prazer comigo mesma, desde os 20 anos, entao nao ligava muito.
Nesse meio tempo, terminei esse namoro e uns 6 meses depois arrumei outro namorado.Com esse, tive prazer nas relações sexuais, mas dai ele começou a brigar comigo e a me destratar.parei de ter prazer com ele, e levei mais de um ano de relacionamento sem ter tudo orgasmo.
Muitos anos se passaram, e somente aos 33 anos, conheci um homem que entendeu a mulher que sou e que me deu prazer de verdade,nao e um namoro sério.estou com ele ate hoje., ha 7 anos,
Eu amo o corpo dele, o cheiro ,a pele dele.
Nunca senti isso antes com outro.
Eu entendo a pressão que as mulheres passam. Aos 24 anos minhas colegas da faculdade debochavam de quem " ainda " era virgem, e eu so contava pra minha melhor amiga, pras outras fazia cara de paisagem e mudava de assunto,
Eu tive a minha primeira experiência bem sem graça, com um namorado de quem eu nao gostava tanto assim,se pudesse escolher e voltar lá atras nao teria sido com ele.
Entao, pra autora do post e pra quem mais está nessa situação , nao se martirize. Quando tiver que acontecer e ser bom,vai ser.como foi comigo, e com uma pessoa com quem eu jamais esperei que rolaria tudo isso.
Beijos,

Rebecca Souza disse...

Nossa este foi um dos textos mais libretadores e empoderadores que já li.Acho lindo quado vejo diferentes tipos de feminismo sendo revelados e nos trazendo aquele velho sentimento de que o feminismo é plural.
Jessica A,querida,eu sou de etnia cigana,e bem o que posso te dizer é que não,isso,não é da nossa cultura.
A questão da virgindade só foi uma presença marcante entre ciganos,depois que amiria ,forçadamente de converteu ao catolicismo,o lençol sujo de sangue,e a picadora,são caracteristicas unicamente de ciganos cristãos.
Antes,dessa conversão forçada,em nosso povo havia a figura da Rom daí,uma mulher que explicava sobre sexo abertamente,e que tinha o direito de ter filhos com todos os homens do acampamento,ah,detalhe,se ele não fosse ´´bom de cama´´,ela espalhava para s outras mulheres que ele não seria um bom marido.
A igreja chegou,queimou nossos DEuses,nossas rom daí se transformaram em bruxas servas do demonio,e o patriarcado selou as vozes daquelas que a ele se converteram.
Quer mais um exemplo?Ontem era dia de Santa Sara Kali,e com certeza o documentario passou,pq nessa época um monte de cigano vai pro sul da França,pois bem,antes de existir Santa Sara,aquele lugar era local de culto de uma Deusa Negra Maritima,e os ciganos iam pra lá,pra dormir em seu ùtero simbolico(a caverna),hoje virou uma coisa de cristão.Muito triste.E como vc já deve ter percebido,vindo da França,com sua grande xenofobia contra ciganos,não me admire que o documentario exalte justamente algo que possa parecer bizarro pros gadjes(não ciganos)

Anônimo disse...

As mulheres lésbicas que desde pequenas se aceitam e sabem que têm atração por meninas sempre serão virgens de homem. Os homens gays que desde pequenos aceitam sua atração por meninos também serão virgens de mulher. Heterossexuais sempre serão virgens de pessoas do mesmo gênero. Viva a diversidade! Xô homofobia!!!! Chega de homofobia!!!

Anônimo disse...

eles perguntam várias vezes pra fingir que você não é tão importante assim e nem ele tão desesperado a ponto de gastar dinheiro e comprar dúzias de livros e gastar 42 horas semanais em fóruns só pra "pegar mulher", entre outras coisas), que sem dúvida é o estratagema mais fácil de reconhecer e desarmar esses "artistas" (lembrando que palhaço também é artista).

Olha, eu ri demais da parte grifada, eu vou lembrar disso na próxima vez que mais um babaca usar dessas "técnicas" comigo. Geralmente só viro as costas e deixo o mascu xingando. Recomendo a todas a leitura do "The Game (...)" e do "Rules (...)", super fáceis de achar pra baixar na internet, para detectarem o modo de ação e verem que até pra ser um imbecil completo hj em dia inventaram uma técnica.

Anônimo disse...

Tenho 22 anos e nunca namorei e o povo já fica perguntando como que nunca namorei blá blá blá. Vários casos mas nenhum namoro, infelizmente não por escolha minha.

Anônimo disse...

Eu sou homem, e perdi minha virgindade aos 19 anos em um bordel. Eu não estava pronto na hora, foi horrível e até hoje me pergunto se foi a opção correta. Na época eu estava doido pra perder a virgindade, afinal, TODOS os meus amigos já tinham perdido beeeeem antes, aos 14, 15 anos.
A pressão social sobre um homem virgem é brutal. Entre os homens, a maioria das capacidades de um está diretamente relacionada com sua capacidade/experiência sexual. Por exemplo, se um homem age com imaturidade, ou comete um erro típico de alguém sem experiência, seja esse erra em qualquer área, o termo comum que é usado é "cabaço", como se a imaturidade/inexperiência fosse causada por nunca ter comido uma buceta.
As vezes eu penso como teria sido minha primeira vez com a pessoa certa, no meu tempo, com a minha mente e meu corpo em sintonia pra esse momento especial, sem ter sido por causa do que os outros iriam achar de mim por ainda ser cabaço.

Anônimo disse...

Tenho 25 anos e sou virgem, mas não porque quero. Também sou homem-cis-hétero-gordo-feio-pobre-depressivo. Vivo pensando que é culpa minha (às vezes o lado socialmente condicionado* da minha mente tenta por a culpa nas mulheres, mas aí o lado pró-feminismo não deixa). Não sei o que fazer. :( (* Pelo machismo cultural. Por mais que esteja "reformatando" tais conceitos - e agradeço muito às feministas por isso -, não é um processo imediato.)

Sara disse...

É assustador como alguns homens lidam com sua virgindade, vide o caso desse filho do diretor de cinema q aos 22 anos resolveu matar um monte de garotas pq era virgem ainda.
E mais triste ainda é ver q tem quem justifique uma atitude monstruosa dessas.
É bem obvio q esse garoto é mais uma OBRA desses sites misóginos mascus, q pelo jeito empesteiam a internet.

Anônimo disse...

"É bem obvio q esse garoto é mais uma OBRA desses sites misóginos mascus, q pelo jeito empesteiam a internet."

Discordo. Ele já era um imbecil, que por encontrar outros imbecis como ele e morar em um país com controle zero sobre armas, onde a NRA e o Men's Rights andam de mãos dadas e onde a "liberdade de expressão" sempre é invocada quando alguém quer falar merdas gigantescas e sair ileso (nesse ponto é como aqui), criou força para fazer o que fez. Ele não é filho dos PUAs, é irmão de ninhada.

Nathália S. disse...

Muito bonito quando as pessoas começam a se aceitar como são e param de se importar tanto com a opinião alheia, é um empoderamento incrível para qualquer pessoa.
Me chamou a atenção a parte em que você disse que já fez de tudo, só não foi penetrada e, por isso, ainda é virgem. Entendo onde você quer chegar, mas esse pensamento é um reflexo da nossa sociedade machista, de que a mulher só é mulher se for penetrada. E daí? Muitas lésbicas nunca tiveram envolvimento com homens e nem por isso são virgens, é como se a sociedade quisesse agredir essas pessoas.

Isabela disse...

Obrigada, Lola, por dar espaço para esse assunto. Gosto muito de seu blog, e posso dizer que foi um dos principais responsáveis para que eu me abrisse para o feminismo. Leio-o com frequência mas raramente comento. Mas, desta vez, gostaria de compartilhar aqui minha história, que é muito parecida com a da M.

Eu tenho 32 anos e não sou mais virgem, mas só fui perder minha virgindade aos 29 anos.
Nunca fui uma menina considerada feia, só muito acanhada e "enfeiada": usava óculos grandões, aparelho, me vestia mal... então passei desapercebida praticamente por toda a adolescência. Com o tempo, fui até ficando mais vaidosa, e alguns rapazes até se aproximavam de mim nas festas mas mesmo assim não ficava com ninguém. Pode parecer estranho, mas só fui beijar pela 1a vez aos 21 anos, e com um carinha que eu gostava. Eu detestava a ideia de beijar um cara que eu mal tinha conhecido em uma festa, e até fiz uma ou duas vezes mais tarde para "ver como era", mas nunca aderi a isso,pois nunca gostei. Seria uma violência que eu estaria cometendo comigo. Minhas amigas diziam que eu era exigente demais, mas eu só queria ficar com alguém pelo qual eu me sentisse suficientemente atraída para rolar algo a mais, coisa que, por certa timidez e talvez por um pouco de azar, nunca acontecia. Não procurava nenhum modelo de beleza, nem um príncipe encantado. Só comecei a sair e conhecer mais pessoas bacanas a partir dos 27 ou 28 anos, e foi aí que conheci meu 1° (e único até agora) namorado. O namoro só durou 6 meses, mas valeu a pena, foi no momento certo, pois foi com alguém bacana, que me entendia e que eu curtia, alguém com quem eu me sentia à vontade. E engraçado que, depois dele, fiquei com vários outros caras e transei com eles numa boa, sem neuras. Tudo acontecia naturalmente, parece que eu "me abri" para o mundo.
Às vezes fico pensando quanto tempo eu perdi sem fazer uma coisa tão boa como o sexo, mas se eu tivesse sucumbido às pressões, talvez não teria sido bom. Não me arrependo de ter esperado o momento certo!
É uma pena que muitos enxerguem uma mulher virgem (e homem também) com mais de 20 anos como alguém estranho. Mas poxa, tem que ter idade pra tudo, agora? Algumas pessoas estranhavam, porque eu "não tinha nada de errado" (eu sempre fui considerada bonita, e tive uma aparência considerada dentro dos padrões). Mas ninguém percebe que não é uma obrigação fazer sexo logo, e que, mesmo que você o queira, é uma questão de opção de momento certo!

Tamires disse...

Sensacional esse post!

Anônimo disse...

Escrevi ontem no telefone, mas não sei se foi enviado.. se for o caso, desculpe a repetição.

Jessica, que falou dos ciganos, entendo que você queira respeitar a c ultura dos outros, mas acho que temos que parar de respeitar certas culturas quando elas oprimem as pessoas. teste de virgindade oprime sim! Pois dá valor as mulheres somente se elas forem virgens.
Tem uma frase que gosto muito, mas não sei quem disse: "quando homens são oprimidos, é uma tragédia. Quando mulheres são oprimidas, é a tradição".

Se for para respeitar esse tipo de tradição que trata a mulher como se fosse uma vagina com patas, sou uma não-repeitadora-da-cultura-alheia.

Imagine, se ainda não pudessemos votar porque 'é a tradição"? E meninas que tem o clitoris arrancado porque "é a tradição"?

Culturas diferents, ok. Subjugar, humilhar, proibir e limitar ( sempre as mumheres!) em nome de uma tradição, sem chance.

PS: autora do post, vc é uma fofa! Tudo de bom pra você

Lia38

Sara disse...

LIA 38

onde eu assino por favor ????

Unknown disse...

Alguém falou aí que virgindade não é só himen... bom, se eu for considerar esse parâmetro, não tenho nem idéia de quando perdi a virgindade, pois comecei a "treinar" ainda criança, com meninos e meninas... eu era muito saliente kkk

Outra coisa que me chamou muito a atenção é a quantidade de mulheres que começou a se masturbar somente depois dos 20 anos, isso pra mim é tão chocante! Pois eu sei que na maioria dos casos tem a ver com uma educação repressora, baseada em preceitos religiosos. Esse tipo de coisa me faz ver o quanto o feminismo é libertador, para quem quer transar ou não, mas, principalmente, para que as mulheres tenham livre acesso aos seus corpos, lembrando que os homens são incentivados a brincar com o "bigulim" desde cedo.
Amei o post!

lola aronovich disse...

Sarinha querida, vc viu que uma foto sua com a Kalynka na Marcha das Vadias SP saiu na UOL? Eu coloquei lá no meu Twitter, vai lá ver.

Rebecca Souza disse...

LIa 38,acho que vc não leu meu comentario,meu povo não trata mulheres como ´´vaginas com patas´´,acreditar em documentarios de lugares que são claramente cigaofobicos como a França,é um perigo.
Antes de se tornar derespeitadora da cultura alheia,tente se assegurar que realmente é verdade o que se fala da cultura alheia.Só para seu conhecimento,no Brasil,a primeira pessoa cigana a ter um nivel superior foi uma mulher,chamada Miriam Stanesco,todos os assentos de orgãos do governo para povos ciganos,estão ocupados por mulheres,eu sou uma mulher cigana,de 28 anos,bisexual,feminista e trabalho na Onu,justamente com direitos sexuais e reprodutivos .Este ritual da picadora,é relegado hoje,apenas as classes bem mais pobres de ciganos,e estamos lutando para muda-lo.
Por favor,se informe,antes de vim ofender o que vc não conhece

Jessicá disse...

Rebecca, muito obrigada pelo comentario que vc postou em resposta ao meu, muito pouco sei sobre os ciganos no Brasil, afinal de contas nunca morei ai.
Bom, à respeito da reportagem so falei das picadoras porque tinha a ver com o guest post. Mas foi uma reportagem de duas horas e achei bem completa, pena que so fica em streaming no canal por uma semana senão te mandava o link. Como vc diz, a xenofobia ao encontro dos ciganos (chamados de Roms) aqui é bem forte. Então desde o inicio a reporter (voz off) fazia a distinção entre os Roms "atuais" que chegaram aqui a partir do final do séc. XX e são marginalizados, e os ciganos mais "primitivos", estabelecidos na França ha muito tempo e integrados à sociedade francesa. Foi sobre eles a reportagem. Disseram que tinham varias correntes ; germânica, italiana e espanhola entre outras. Focaram sobretudo na espanhola (que era a que tinha o ritual do lenço se não me engano) e na italiana. Na verdade não enfatizaram tanto esse ponto (como disse falei disso para vincular com o guest post)e mostraram muitas coisas boas sobre a comunidade cigana. A grandeza e riqueza das festas, o companheirismo, a ajuda mutua, a organização interna... Mostraram um povo alegre e fiquei com muita vontade de conhecer mais de perto.
Por outro lado, também deixaram clara a distribuição dos papeis de gênero, casamentos entre pessoas bem jovens, a mulher em casa, o homem no trabalho. Mas, assim como falaram das picadoras, falaram que nas outras "correntes" (desculpe o termo inexato) ciganas, acontecia o "rapto" que é quando os dois jovens fogem juntos simbolicamente para anunciar aos pais que vão casar. E os pais se encarregam de organizar a cerimônia até a volta dos dois. Enfim, mostraram também o exemplo de mulheres que decidiram se libertar, uma delas era cantora e foi casada com um homem que ficou ciumento ao ver seu sucesso. Ela decidiu divorciar e ir embora para fazer o que gosta, embora tenha sido extremamente mal vista pela sua comunidade. Hoje ela é uma mulher reconhecida e respeitada. Ela também falou das tradições "religiosas", dos segredos que se mantinham vivos apesar da religião cristã à qual, como vc falou,os ciganos foram convertidos. E é verdade que a reportagem acabou com imagens da romaria de Sainte Sara la Noire do ano passado.
O comentario ficou um pouco longo, e é por isso que no primeiro não falei de tudo isso, mas quis te contar, para vc não pensar que a França quer dar uma visão pejorativa dos ciganos (pelo menos não dos """ciganos franceses"""). O programa que faz reportagens quinzenais chama-se Zone Interdite, algo como Area Proibida, e eu acho até bem critico e questionador. Isso não impede que nas eleições europeias que aconteceram esse domingo, o Front Nacional (partido de extrema direita) tenha ganho com 24% dos votos (57% de abstenção)mas vou parar por aqui.
Desculpa o offtopic total Lola. Gostei muito da troca Rebecca !

Anônimo disse...

"Quero perder minha virgindade? Quero. Quero muito, é óbvio. Sou humana e tenho vontades. Muitas vontades, não nego."

A N. adorei seu post. Tem um tempinho q leio a Lola (Alias, grande beijo Lola, seu blog me faz tão bem), e nunca havia comentado mas hoje tive uma necessidade imensa rsrs, tamanha foi a identificação com sua historia. Tenho 23 anos e venho repensando sobre a definição de virgindade, pra ser mais exata do que seja a minha experiência sexual. É incrível como a gente se questiona do pq que ainda não rolou já que existe tanta vontade e desejo para que a relação aconteça. No seu caso eu penso que já aconteceu pq houve envolvimento consensual e com tesão neste dia q vc conta "fizemos tudo, menos aquilo que diria ao mundo "ei, ela não é mais virgem". A gente não pode simplificar o sexo a penetração vaginal com rompimento de hímen. Assim como não podemos definir família como o estatuto da família quer. Falo isso, pq parece que queremos encaixar as infinitas possibilidades de experiências que temos há uma lógica estreita de conceito que não há espaço para dilatação.Sejamos livres para escolher o que é significativo em nossas vidas.

Grande beijo!
Taís

Sara disse...

Oi Lola
Não teve como não ver, varias pessoas viram e me avisaram, saiu uma entrevista minha com a Ka tb, no IG, só q sai tão feia na foto q nem vou divulgar rrrssss, brincadeirinha Lola, mas o problema é q publicaram meu nome completo, achei meio invasivo.
Tive q sair mais cedo da marcha, por causa de outros compromissos, mas fiquei muito chateada, pois não sei se vc ficou sabendo, mas uma garota foi agredida por um covarde machista, q se escondeu dentro de uma academia, o caso só se tornou público no fim da marcha, e umas 150 garotas voltaram na porta da academia p fazer um merecido escracho, e foram agredidas por policiais, q em vez de prenderem o agressor ( q ficou rindo delas) prenderam foi um dos rapazes q estavam acompanhando a marcha em apoio.
Como disse a CAROL PATROCINIO, foi um tapa na cara de todas as mulheres q estavam lá justamente lutando por menos violência machista.

Anônimo disse...

"Meio azarada" pra mim é namorar ou ser casada com um troglodita, machista. Ser dona de si, independente não precisar de homem (nem pra transar, nem pra casar, nem pra ser sustentada) não tem nada de azar (na minha visão é sorte mesmo!).

Anônimo disse...

lola,tenho 12 anos e amo seu blog sou mt diferente das outras pessoas da minha idade , sou vegetariana e quero ser protetora animal vc é incrivel

Anônimo disse...

Rebecca, eu falei POR ACASO QUE NAO RESPEITO OS CIGANOS????? Falei? Não, não falei.

O que disse é que não respeito mesmo tradições que não respeitam as mulheres. não falei da cultura cigana, nem de nenhuma outra particularmente. O meu comentario foi para não defendermos atitudes machistas com a desculpa que é tradição. Não conheço nada sobre os ciganos para falar alguma coisa. Mas nesse caso, das picadoras de virgens por exemplo, pode até não ser uma coisa cigana, mas ta aí uma tradição que não conta com a minha ajuda para protege-la, seja essa tradição cigana, francesa ou paraguaia.

Ou você defende arrancar clitoris por causa de tradição? Eh isso que esto falando. Não contem comigo para defender tradições machistas.

Lia38

Anônimo disse...

N. parabéns pelo seu post, ele foi inspirador.
Muito obrigada por compartilhar sua experiência em um mundo tão preconceituoso e limitado, onde infelizmente, vemos absurdos como ginecologistas broncos e pouco profissionais zoando a paciente por ela ser virgem.
Seja muito feliz, você merece!!!

anna disse...

Lola que interessante... tenho 34 e nunca namorei mas já fiquei (claro!), perdi a virgindade com 17 anos mas posso contar nos dedos qtas vezes transei. E isso nunca me incomodou mas as pessoas se incomodam. Curioso né? Sou feliz assim e quem se incomoda por eu não ter namorado são os outros...
E pelos comentários tem mais gente que nunca namorou ou que perdeu a virgindade "tarde". Quer dizer que tem muitas mais pessoas como eu por ai? Interessante saber disso. Parece-me que muitas devem viver de aparência porque a gente não encontra fácil esses depoimentos, revelações por aí. Seria bom que os tabus caíssem e cada um pudesse ser respeitado por suas escolhas.

PS: ACHO que se vc mudar o modo dos comentários do blog pra "incorporado" vc pode responder o comentario da pessoa sem precisar colocar um @fulando 20 comentários depois. #dica