Ser cão é padecer no paraíso. Já ser mãe... Eu, que nunca li o bestseller Marley e Eu, não estava gostando muito do filme até seu terço final. Quando ele chegou na velhice do cão, acabou com todas as minhas defesas. Comecei a chorar copiosamente. Quer dizer, eu e o resto do cinema. Só se ouviam soluços e chuif chuif vindos de todas as direções. Ao meu lado, eu via o maridão discretamente passando suas mãos num lado do rosto e do outro, como se estivesse sendo incomodado por uma mosca. Quando as luzes se acenderam, e eu não conseguia conter o dilúvio, o maridão-que-finge-ser-durão me abraçou durante uns cinco minutos e me emprestou um lenço. Aí eu aproveitei que estava no shopping e fui comer um calzone e as pessoas olhavam e apontavam pra mim com cara de “Tadinha! Deve ter morrido alguém muito querido na família dela”. Não acho que uma só alma possa ter saído de olho seco do cinema. Sabe a nossa enquete dos filmes que mais fazem chorar? Marley seria um forte concorrente. É a história de um casal de jornalistas muito loiro, o Owen Wilson e a Jennifer Aniston, que antes de terem filhos decidem comprar um cãozinho. E aí entra um labrador bege/amarelo, Marley (feito por uns 22 atores caninos diferentes - e, realmente, muitas vezes, de uma tomada pra outra, não parece ser o mesmo). Eu amo labradores, mas os pretos e marrons. E hoje em dia estou impaciente com cães de raça. Acho que todo mundo deveria adotar um vira-lata, isso sim. Mas, enfim, o Owen interpreta John, o único jornalista na face da Terra que prefere ser repórter a colunista. O cara dá nos nervos, porque nunca está satisfeito com o que tem. Mas é uma comédia sem maldade, a menos que a gente leve em consideração a sacanagem com a Kathleen Turner. Ela faz uma treinadora de cães (dá pra ver no trailer). Não basta ela estar vestida e penteada da pior forma possível. Marley ainda a ataca e Owen diz que o cabelo dela lembra um poodle. Por que uma estrela como a Kathleen (Corpos Ardentes, Guerra dos Roses) topa um papel desses? O filme vai caminhando bobamente. Não gostei de várias piadinhas. Tipo, precisa de um close do cocô? E o excesso de merchandising é de doer. Não só da ração de cão, mas até da maquininha que faz a ultrassonografia! Sim, porque Jen engravida. E aqui adorei os comentários de alguns espectadores americanos revoltados com a classificação pra maiores de dez anos do filme (PG, nos EUA). Um casal levou as filhas de 8 e 11 anos e saiu no meio porque - como pode?! - teriam que explicar pras meninas o que significa castração canina, o que os pombinhos do filme querem dizer com “fazer um bebê”, e porque eles nadam nus na piscina. Temas adultos demais pra mentes inocentes que deveriam crer nas flores e abelhinhas até os vinte anos de idade! Essa é a espécie de direitista-cristão americano que é contra o casamento gay porque não quer tocar nesse assunto desagradável com suas crianças. Meus sais. O pior é que o filme é bem moralista e conservador, e não tem nada que possa ofender a família tradicional. Mas ele podia ser ainda mais retrógrado. Li que inventaram o personagem do melhor e único amigo de John, um jornalista mulherengo, pra explicar a insatisfação do protagonista. Já vimos N filmes em que o contraponto ao protagonista se dá mal. Ou seja, o coadjuvante solteirão é punido pra mostrar pra gente (e pro protagonista) que a vida casal/filhos/casa foi a escolha certa. Em Marley isso não acontece. Ponto pro filme. O amigo paquerador continua igual, feliz, sem o mínimo remorso. E não é nem de longe a principal preocupação da trama, já que o foco está em John e seu cão, mas o filme mostra, de leve, o que significa ter filhos na vida de uma mulher. Jennifer, que era uma jornalista mais bem paga e talentosa que John, decide largar seu trabalho, porque quando está em casa só pensa no jornal, e quando está no jornal só pensa na casa. E ela não quer ver seus filhos apenas algumas poucas horas por dia. Mas a decisão é dela, pelo menos, e ela só a comunica ao marido. Além do mais, Jennifer não cai de páraquedas no paraíso após essa decisão. A vida é dura, ela vive exausta e, numa hora, ela conta a John que não se reconhece mais. Que tudo que a fazia ser a pessoa que ela era antes não existe mais, mas que ela não se arrepende. Acho um sentimento bastante realista, pelo que ouço das minhas amigas com filhos. Claro que o filme não dedica um minuto ao trabalho de Jen antes d'ela ter filhos, então a transição não parece ser tão doída. Mas só o fato dessa discussão aparecer já é um avanço num filme-família. O tempo vai passando e a gente nota as crianças crescendo, a crise de 40 anos de John, e Marley envelhecendo. E aí minha garganta apertou porque vi que o filme iria englobar a vida toda do cão, inclusive sua morte. E a meia hora final não tem nada de cômica. Pra mim, a parte que me matou mesmo foi quando Marley, que sempre foi de correr e puxar a coleira, anda devagarzinho, quase parando, ao lado de seu “dono” (quem é dono de quem?). Eu senti muito isso com o meu cachorrinho Hamlet, morto no ano passado, com quase 16 anos. Ele era minúsculo, do tamanho de um gato, nada parecido com os cinquenta quilos do Marley, mas ele também me puxava quando íamos passear. Foram uns quatorze anos intensos de cachorrinho me puxando, querendo ir mais e mais rápido, até que, de repente, seu ritmo desacelerou. E ficou cada vez mais devagar. Até que era eu puxando o cão, ou falando pra ele “já estamos chegando”, como ocorre no filme. É tão triste. E ainda assim, mesmo com o Hamlet com dificuldade de locomoção, surdo e quase cego da catarata, até o fim de sua vida ele adorava sair pra passear. No fundo, todo mundo que tem um bicho de estimação (cão, gato, peixinho dourado, hamster - passarinho não conta, que nem deveria estar em gaiola) vai se identificar com Marley. Acho esses filmes válidos e educativos. Ninguém sequer cogita bater no cachorrão, apesar d'ele ser uma criatura problemática (meus vizinhos podiam aprender). Mostram que quem adota um bichinho o adota pra toda a vida. Essa gente que quando se cansa de seu cachorro o larga no meio de uma estrada (como esses miseráveis conseguem dormir à noite?) precisam ver Marley. Tem um momento em que a esposa, estressada, quer o cão fora de casa. Quer que encontrem um outro lar pra ele. Isso dura algumas horas, até que ela se acalma e percebe que Marley já tem uma casa. É assim que tem que ser.
Sexta de manhã chegou pra mim, via sedex, um presente maravilhoso vindo de Belo Horizonte. Minha querida leitora Babs mandou vários bombons de chocolate que ela mesma fez. Olhem que lindo tudo, e mirem-se no exemplo! Ela também enviou um lindo cartão que dizia: “Lola, sua escrita inspira e alegra meus dias. Desejo a você e sua família um 2009 maravilhoso e cheio de textos no blog! Beijos, Bab's. P.S.: Mamacita merece chocolate...”. Sobre a última parte, há divergências. Mas o espírito natalino tomou conta de mim e já dei cinco (5!) bombons pra minha mãe e dois (2) pro maridão - que acharam deliciosos. Na minha opinião, é um desperdício gastar chocolate com gente assim, que nem aprecia a iguaria direito e prefere jaca (tá, esse é o maridão. Mas minha mãe tampouco é grande fã de chocolate). Outros presentes de natal que os leitores me mandaram: a Chris enviou um cartão desejando um 2009 com muita “harmonia, inspiração para o blog, gargalhadas, lambidas das gatas, cheirinho de chuva, música de caixinha de música, carinho, saúde, sucesso e todas as coisas que aquecem o coração”. Só faltou o chocolate!O Vitor ainda não mandou, mas vai mandar um cd com alguns filmes oscarizáveis que ele downloaded. Ah, gente, eu não gosto de pirataria, mas boa parte desses filmes nunca vai chegar a Joinville. Em fevereiro eu costumo ir a Curitiba pegar logo duas ou três sessões imperdíveis, mas não sei como será em 2009, tendo que terminar a tese, com pouco dinheiro... E imaginem se eu me mudar de cidade e ir parar logo no meio do mato (Acre, Tocantins, Rondônia - onde tiver concurso eu vou)! E se lá não tiver cinema? Ver filmes pela internet tem toda a pinta de se tornar a minha realidade. O Claudemir me mandou um cd antecipado de natal há mais de um mês. Como vocês acham que eu vi Queime Depois de Ler? Só o trailer aterrisou aqui! Então, no cd tinha Amargo Pesadelo (que o Clau esqueceu de gravar o terço final, grrrr), Violência Gratuita (foto), versão austríaca (mas sem legendas, aí fica difícil), Peggy Sue e Repulsão, dois filmes que eu tô louca pra rever (por algum motivo, esses dois não tocam no dvd, só no computador). Ah, e também o documentário mais recente do Michael Moore, Slacker Uprising, que o diretor disponibilizou na internet. Pois é, fiquei decepcionada com o filme. Eu adoro o Michael, vocês sabem, mas não entendi a razão de ser deste documentário. Parece um exercício de megalomania, mostrando montes de palestras que ele deu na campanha presidencial de 2004. Cansa ver alguém ser tão aplaudido - ainda que seja o Michael, que pra mim merece todos os aplausos. Falta edição ao documentário. A gente não precisa ver todas as músicas que todos os artistas tocaram nos comícios, precisa? Enfim, o doc é bem fraquinho, e acho que só tem interesse pra própria equipe do Michael, pra guardar de recordação, não pra população em geral. Mesmo assim, super obrigada pelo cd, Clau! (desconfio que ele só me envie presentinhos porque quer que eu o deixe participar do meu bolão do Oscar novamente. É que ele cometeu a enorme desfeita de ganhar ano passado!). Quanto ao restante de vocês, eu perdôo, porque foi o primeiro natal do blog e tal. Mas espero que pro segundo o carteiro tenha que bater cartão aqui em casa. E ainda bem que tem o meu aniversário no meio do ano pra vocês se redimirem. Não, sério, eu já fico muito feliz com as visitas das quietinhas(os) e com todos os comentários das comentaristas. Mas receber chocolate e filminhos pelo correio me alegra um monte, não vou negar. Ah, e enquanto a páscoa (não podemos esquecer esta data especial), meu aniversário ou o próximo natal não chegam, vocês podem ir fazendo o favor de votar em mim pro prêmio Spoiler. É só clicar aqui e aqui e encontrar meu nominho. Pelo menos assim vocês não ficam com a consciência muito pesada. Não precisam agradecer.Ok, sério mesmo, agora. Eu adoraria ter algum talento manual, fazer coisas bonitas e mandar um presentinho pra cada uma(um) de vocês, juro. Como não tenho, vocês têm que ficar com minhas simples palavras: obrigada por tudo. Fazer um blog pra vocês me deu um novo ânimo pra escrever.
Segunda passada, no post em que respondi ao Dedalus, ele e um outro rapaz sentiram-se injustamente acusados pelo post e pelos muitos comentários. E, perdoem-me, mas falaram muita besteira também. Tentaram justificar o estupro apelando pra vantagens genéticas, explicando que funcionou com Genghis Khan, que os golfinhos também estupram, que é pra espalhar a sementinha... Várias leitoras responderam, principalmente a Marjorie, que rebateu todos os argumentos com muita sensibilidade e paciência (muito mais do que eu). Já mais pro final, apareceu o Canis (Antônio), com uma visão rara para um homem: Olá Lola, Li o último post e pensei até em escrever minha história de como eu me tornei um homem não machista (de verdade mesmo). Foi uma longa e dura jornada de deconstrução e reconstrução. Não vou fazer isso, prefiro comentar outras coisas. Faz muito tempo que eu entendo, ou tento entender, como se sente uma mulher, talvez por ter convivido muito com muitas delas. Não sou cabeleireiro nem maquiador nem gay; sou homem, professor e heterossexual, mas as circunstâncias me levaram a viver rodeado de mulheres. Todas as mulheres têm medo dos homens. É normal. A maioria delas tem pais violentos, irmãos violentos, namorados violentos, primos, avôs, tios etc, violentos. Todas as mulheres são inferiorizadas e sofrem por isso, é natural, são tão capazes mas nunca recebem reconhecimento. Toda mulher já sofreu algum tipo de abuso por parte de um homem, familiar, amigo ou desconhecido, e a maioria ficou calada, ou, se falou, foi culpada pelo próprio abuso. Homens batem, estupram, humilham e vivem como se fosse normal isso tudo. Quando em um dos comentários alguém falou que se sentia ofendido por ser tido como um suspeito potencial de estuprador, digo que não deveria ficar ofendido, mas envergonhado, porque para todas as mulheres, qualquer homem pode ser um violentador (até seus mais próximos são de alguma forma). Não está escrito “estuprador” em nenhuma testa, da mesma forma que não há marca que identifique um assaltante. Assim como muitos homens devem achar que qualquer rapaz vestido de "mano" é um assaltante em potencial, as mulheres olham para um homem sozinho numa rua escura e temem que ele seja um estuprador - a sensação é a mesma. Essa comparação é apenas para aproximar como se sente uma mulher em relação a isso. Pena que, no caso da mulher, não é puro preconceito. Mulheres são sempre vítimas, raramente são algozes, e quando são, têm seus motivos. Ora, por favor, nada do que é dito aqui é mentira! O mundo é assim mesmo! Homens batem e mulheres apanham. A discussão não é se todos os homens são violentos, se todos batem, se todos estupram, o que é fato é que a instituição homem/macho/machista é violenta, da mesma forma que todo rico é explorador. O problema não é pessoal, é geral. Ficar dizendo “eu não sou assim” ou “eu não faço isso” não vai mudar nada. Ser homem é ser privilegiado e ponto. Romper com isso é o mais sensato a se fazer, não tirar o corpo fora e ficar achando que só os outros têm problemas. É preciso subir o nível da discussão. Obrigada, Antônio. Eu concordo principalmente com a parte de subir o nível da discussão. A Má cantou a lebre: quando se diz “não são todos os homens, eu não sou assim” mata-se a discussão. Porque o foco não é esse. Se dizemos que “homens estupram mulheres”, há três coisas nessa frase - homens, estupro, mulheres. No momento em que se diz “eu não faço isso”, o sujeito está jogando pra escanteio duas das coisas da frase (estupro, mulheres), e falando só de si, que é homem. Fica uma discussão falocêntrica. A julgar pelo silêncio, parece que o consenso entre os homens é que está tudo bem. O mundo está equilibrado, não há mais desigualdade entre os sexos ou raças, e essas feministas só sabem criar uma guerra entre os sexos, porque odeiam os homens, não porque há alguma coisa errada no mundo, porque não há. Com essa atitude de recusa em enxergar a realidade, muitos homens parecem uma criança que, para não ver ou ouvir, fecha os olhos, tampa as orelhas, e começa a gritar “la la la la”. Vamos ver se concordamos em algumas coisas, pelo menos. Primeiro ponto: mulheres são estupradas. De acordo? Precisamos discutir esse dado também? O estupro de mulheres (e crianças) acontece muito, demais, em todo o mundo. A cada dois ou três minutos (dependendo das estatísticas), uma mulher é estuprada. Segundo ponto: as mulheres não são estupradas por outras mulheres, ou por Genghis Khan, ou por golfinhos, mas por homens. Ok? Terceiro ponto: os homens que estupram não são os psicopatas sem rosto que arrastam uma mulher prum beco à noite. Não são os monstros que povoam nossa imaginação que estupram. Esses bodes expiatórios representam apenas entre 10% e 20% dos estupradores. A maior parte dos estupradores é conhecida da vítima. São homens normais, que têm namorada, esposa, mãe, irmã, filha, amiga, mas que vivem numa sociedade que prega que um homem tem direito sobre uma mulher. Uma sociedade que diz que o homem, por oferecer sua tão-valiosa companhia, merece transar com a mulher, quer ela queira, quer não. Que um homem, depois de excitado, não tem como se controlar e refletir que “talvez ela não esteja a fim”. Vivemos numa sociedade em que os homens tantas vezes nem consideram “transar à força” um estupro. Mas é. São sinônimos.Então, o que fazer? Como mudar essa sociedade? Gostaria de saber se é um consenso, pelo menos, que queremos mudar a sociedade. Todos de acordo que uma situação dessas é péssima para as mulheres, que vivem com medo e/ou trauma do estupro, e para os homens, que são vistos como possíveis estupradores pelas mulheres? De nada adianta dizer que as mulheres são injustas por pensarem assim. Ao invés de querer modificar as vítimas, que tal mudar a mente dos agressores?Pensem: como seria um mundo sem estupro? Como seria o relacionamento entre homens e mulheres se a ameaça do estupro desaparecesse? Num mundo com igualdade entre os sexos, o estupro teria como existir?
Maridão e eu na casinha da minha mãe (segundo andar, porque é um sobradinho). Minha mãe tirou duas fotos, e a outra ficou melhor, mas o energúmeno que atende pelo nome de Silvinho decidiu fazer sinalzinho de chifre na outra (clique para ampliar). Porque ele acha que ainda tem quinze anos (desculpem, meus jovens leitores. Sei que vocês não fazem isso desde os sete). A gente já não tem muitas fotos juntos, e ele ainda faz gracinhas! Por que, ó Deus, por que? Mas ignorem a cara de maroto do velhinho adolescente e reparem como a casa da minha mãe é colorida. Todos os quadros são obra dela. Tem um bege aí atrás que eu acho que é só a tela, por enquanto.Eu, minha mãe, e nossa ceia de natal: uma bela torta de frango. Daqui parece pequena, mas vai três quilos de coxas e sobrecoxas, que peito de frango não tem gosto de nada. Oh my God, reparem nas minhas olheiras! É a falta de luz que me faz parecer com alguém bem olheirudo da Família Addams. Mas não vamos perder o foco. Concentrem-se na torta de frango.Minha mãe segura o bolo de chocolate. Foram momentos de tensão, já que ela se penalizou muito pelo bolo ter saído errado, torto, caído de um lado, e ela queria "corrigi-lo" (cortando? Jogando fora um pedaço da superfície?). Tive que fazer um longo discurso sobre aprender a ver beleza em tudo, inclusive nas coisas menos lisinhas e fora do padrão. Não funcionou. Então eu disse que o bolo estava parecido com um monte que o protagonista prepara em Contatos Imediatos do Terceiro Grau. Ela quis saber: "E o que acontece depois que ele constrói a montanha?". Respondi: "Os alienígenas chegam, mas esse não é o ponto". Ela não ficou convencida do valor simbólico do bolo. Como último recurso, aproveitei que o magnífico bolo de chocolate estava repousando na minha geladeira e interrompi o acesso a ela. Bolo de chocolate "deformado" e absolutamente delicioso. Minha mãe prefere chamar de Sacher Torte, porque é uma receita austríaca. Mas deturpada. Ao invés de recheio de damasco (quem precisa de fruta quando há uma abundância de chocolate no pedaço?), há um quilo e cem gramas de chocolate meio-amargo, Cointreau e creme de leite. Basicamente isso. Quer dizer, quem precisa de algo mais na vida? Ah sim, notem o lindo arranjo de flores ao fundo. Entre garrafas que não deveriam estar lá. Bolo na mesa e gatinho Cal à espreita. Não sei porquê, já que ele nem gosta de chocolate. Em geral gatos, ao contrário de cães, não dão a mínima pra chocolate. Falta-lhes alguma glândula degustativa (tá, inventei isso agora) que reconheça açúcar. Mas eles são sociáveis, e sentem que não pode haver uma grande expectativa (cortar o bolo) sem que estejam presentes. Também gostam de marcar as coisas importantes com seus pêlos, mesmo as coisas que não pretendam comer. Antes de sentar-se aí, Calvin achou de bom tom afiar as unhas num dos quadros da minha mãe. Uma fofura. Machos são tão bobinhos, né?
- Vou trocar um pelo outro e ver se acerto. Joguinho pra vocês que gostam de cinema tanto quanto eu. Peguei os taglines (meio que slogans) que vem na capa ou poster de cada filme, e os separei da obra. Cabe a vocês adivinharem qual tagline pertence a qual filme. São vinte no total. Usem suas cabecinhas, que dá pra descobrir até os slogans dos filmes que vocês não viram, embora todos sejam bem famosos. Esta relação é só referente a produções americanas dos anos 80 (e a tradução é minha, desculpem. É provável que quem traduziu o tagline pro português na época escolheu palavras melhores, mas tentem encontrar os posters em português... Impossível!). Exemplo. O tagline é “The first scream was for help. The second is for justice” (“O primeiro grito foi por ajuda. O segundo foi por justiça”). E o filme é... Acusados (aquele em que a Jodie Foster é estuprada num bar, e leva todo mundo à justiça). Então, vamulá. Primeiro, claro, tentem adivinhar o slogan sem ver as opções. Alguns são fáceis. Depois, vejam se facilita sabendo as opções. De lambuja, vocês praticam seu inglês. Mais tarde eu coloco aqui os resultados. E aí, conhecem todos os filmes?Os taglines: 1) At the end of the universe lies the beginning of vengeance (No fim do universo está o começo da vingança)2) A tale of murder, lust, greed, revenge, and seafood (Uma história de assassinato, luxúria, cobiça, vingança, e frutos do mar) 3) Be Afraid. Be very afraid (Tenha medo. Tenha muito medo)4) Can two friends sleep together and still love each other in the morning? (Podem dois amigos dormir juntos e ainda se amar pela manhã?)5) Crime is a disease. Meet the cure. (Crime é uma doença. Conheça a cura)6) Does for rock and roll what The Sound of Music did for hills (Faz pelo rock'n roll o que A Noviça Rebelde fez pelos vales)7) Don't get him wet, keep him out of bright light, and never feed him after midnight (Não o molhe, mantenha-o longe da luz forte, e nunca o alimente depois da meia-noite)8) Harry Angel is searching for the truth... Pray he doesn't find it (Harry Angel está procurando a verdade. Reze para que ele não a encontre)9) He is afraid. He is alone. He is three million light years from home (Ele está com medo. Ele está sozinho. Ele está a três milhões de anos-luz de casa)10) He's the only kid ever to get into trouble before he was born (Ele é o único garoto a se meter em encrenca antes de nascer) 11) It's a strange world (É um mundo estranho)12) It's the story of a man, a woman, and a rabbit in a triangle of trouble (É a história de um homem, uma mulher, e um coelho num triângulo de encrenca)13) Man has made his match... now it's his problem (O homem criou seu equivalente... agora o problema é dele)14) Part man. Part machine. All cop (Parte homem. Parte máquina. 100% policial)15) The Adventure Continues... (A Aventura Continua...)16) The Biggest Mother of Them All! (A Maior Mãe de Todas!)17) The creators of Jaws and Star Wars now bring you the ultimate hero in the ultimate adventure (Os criadores de Tubarão e Guerra nas Estrelas trazem o herói definitivo na aventura definitiva)18) The first casualty of war is innocence (A primeira vítima da guerra é a inocência)19) They're here... (Eles estão aqui...)20) Who you gonna call? (Quem você vai chamar?)Os filmes, em ordem alfabética:Blade Runner, O Caçador de AndróidesOs Caçadores da Arca PerdidaOs Caça-FantasmasUma Cilada para Roger RabbitCoração SatânicoDe Volta para o FuturoET, o ExtraterrestreGremlinsHarry e Sally, Feitos Um para o OutroO Império Contra-AtacaJornada nas Estrelas II: A Ira de Khan Mamãezinha QueridaA MoscaUm Peixe Chamado WandaPlatoonPoltergeistRobocopStallone CobraThis is Spinal TapVeludo Azul