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domingo, 29 de janeiro de 2012

NOSSAS FÉRIAS PELO NORDESTE

Segunda cidade em que paramos: Touros, RN

Vou escrever uns posts sobre minhas breves férias pelo Nordeste e publicá-los no domingo porque ninguém lê blog no domingo mesmo, e porque é um jeito de lembrar. Eu só lembro das férias no sul do Sul porque escrevi várias crônicas sobre elas. Mas, desta vez, temos fotos!
O princípio é sempre o mesmo: pegar o carro e sair por aí sem destino. Só que pode haver problemas. Talvez não haja vaga em pousada se você chegar numa cidade badalada numa sexta ou sábado de janeiro. E reservar quarto vai contra a ideia da viagem, pois você não tem certeza de quanto tempo ficará em cada lugar, nem onde ficará. Se bem que nada contra tecer um trajeto básico.Mais uma foto de Touros. Mas falta pra chegar lá

Eu e o maridão saímos de Fortaleza no dia 10 (voltamos no dia 23), e já de cara houve um conflito. Era pra pegar a CE040, e o maridão se enganou e pegou a BR116. Ele jura que eu surtei: “Ahhhh! Pensei que pelo menos você soubesse o caminho pra sair de Fortaleza!”. Mas eu nego de pés juntos, claro.
Ah sim, antes de começar, preciso dizer que não dirigi desta vez. Não dirijo desde que cheguei a Fortaleza, dois anos atrás. Primeiro porque raramente preciso (vou andando pra faculdade), e depois que o trânsito parece muito mais maluco aqui que em Joinville (o pessoal buzina por qualquer coisa, entra na frente etc). Mas acho que a gente não se esquece de como dirigir. E dirigir na estrada é muito mais tranquilo que numa cidade engarrafada. Porém, como nesta viagem preferimos não ir muito longe (só de Fortaleza a João Pessoa, que dá uns 700 km), e andar apenas uns 150, 250 km por dia, o maridão dirigiu o tempo todo. Com uma valiosa co-piloto com um mapa na mão, óbvio!Nossa primeira parada foi Canoa Quebrada, que nenhum de nós conhecia (e é o segundo maior destino turístico do Ceará, só perde pra capital). Já era tarde, umas duas horas, e fomos comer num restaurante que servia pizza no almoço. Eu tinha anotado o nome de três pousadas que pareciam menos caras.
Ai meu deus, outro adendo: tínhamos comprado o Guia Quatro Rodas (R$ 30, vem com mapa) e fiquei muito decepcionada. O guia traz um olhar, sei lá como dizer isso, sãopaulocêntrico. Praticamente só contempla pessoas saindo de SP. Tem muitas cidades que nem aparecem no mapa (no mapa! Não estou nem dizendo de não aparecer no guia), e os hotéis, pousadas e restaurantes comentados são os mais caros, sempre.
Eu tinha visto no guia, antes de sair de Fortaleza, as pousadas menos caras indicadas pelo guia (entre 100 e 120 reais a diária pro casal). E perguntamos no restaurante em que comemos a localização de uma ou outra dessas pousadas. Mas o pessoal que trabalha no restaurante recomendou uma outra, e lá fomos nós. Estava mais escondida, mais longe da praia. Custava R$ 80. A pousada é linda, linda. Não lembro o nome completo, era alguma coisa “do Suíço”, já que os donos são um suiço e uma baiana (que não estavam lá). A pousada está à venda. O preço? 500 mil reais. É pequena, são só cinco quartos, mas tudo muito bem ajeitado. Há uma mini-cozinha com pia e geladeira (não frigobar) em cada quarto. E foi o único lugar em que ficamos que teve o cuidado de telar todas as janelas e frestas. O quarto era ótimo, com teto altíssimo. Só não entendemos um barbante pendurado em cima da cama. Minha hipótese é que algum dia aquele barbante fora um fio de luz. Ok, hipótese fraquinha, mas quer ouvir a do maridão? Segundo ele, era uma forca à la Um Sonho de Liberdade (lembra que os ex-presidiários velhinhos se enforcavam? Minha hipótese não é melhor?). Nosso quarto em Canoa. Não dá pra ver o barbante direito

Acabamos ficando dois dias em Canoa, graças à pousada. Devo confessar que gostamos mais da piscina da pousada que do mar da praia de Canoa. Foi o pior mar da nossa viagem. Não que tivesse ondas de afogar Lolinhas (não chegava a tanto), nem que não fosse limpo. Apenas era meio distante de onde estávamos e não tão atraente. Mas Canoa tem ótima infraestrutura. A rua principal, a Broadway, é cheia de restaurantes e lojinhas, e me lembrou a Rua das Pedras, em Búzios. Acabamos não vendo a famosa falésia com o símbolo de Canoa, e nem andamos de bugue (não pareceu confortável). Ficamos mais na pousada mesmo. E, se dependesse do maridão, teríamos ficado as duas semanas restantes lá. Sério mesmo, ele queria que a viagem parasse por ali (também pesou na sua vontade o fato de na pousada haver uma árvore com mangas maduras). Meu coração balançou, mas eu insisti em prosseguir. Um dos argumentos foi que, até então, a pousada era só nossa, mas no dia seguinte chegariam dois casais suíços com crianças. O maridão aceitou minha lógica e seguimos viagem.Adeus, bela pousada em Canoa Quebrada, CE

Só que o terceiro dia foi o pior da nossa jornada. É assim: as estradas estão ótimas, e o Ceará é bem sinalizado. Só que, entrando no Rio Grande do Norte, cadê as placas? Nossa intenção era ir pra Macau. Não conseguimos chegar lá por falta de sinalização. Aí pensamos: ok, Galinhos (que é super recomendada). Nada. A gente se perdeu legal naquele dia, fizemos um percurso enorme pela 406 (clique aqui pra ver o trajeto, a linha azul é a ida, a verde é a volta), e já estávamos quase desistindo e indo direto pra Natal, quando finalmente, numa cidade maior (porque, assim como no Sul, há quilômetros sem fim sem nenhum vilarejo, posto de gasolina, nada.Linha azul mostra como nos perdemos de Canoa Quebrada a Touros

A paisagem é lin
da, tem muitos rios. Mas tem que tomar cuidado com os animais na pista. Nunca vi tanto cabrito na vida –- eles são fofinhos!), João Câmara, perguntamos num posto como chegar a Touros. Se não tivéssemos perguntado, nunca chegaríamos lá, porque não havia uma única placa indicando. E, mesmo com a explicação dos frentistas, tivemos dúvidas. Porque pega-se um trecho bem longo de terra. Foi o dia em que o maridão mais dirigiu, tadinho. Chegamos a Touros com o sol indo embora.
A cidade é bonita, mas não parece ter muita coisa (apesar de ser a que tem a melhor infraestrutura do litoral norte do RN). E a minha dúvida é legítima: como que alguém chega lá? Só perguntando pra frentista? Não, acho que os turistas vêm da direção de Natal pro litoral norte, de baixo pra cima (do oeste pro leste devemos ter sido os primeiros, verdadeiros desbravadores).Eu em árvore de Touros. Pausa pra fazer piadinhas com galhos

Até porque perto de Touros fica São Miguel do Gostoso, que o guia aponta como “a nova queridinha do litoral potiguar”. Com esse nome convidativo, até eu! Depois vi num folheto turístico sobre o RN a origem do nome. Muito tempo atrás, os mascates passavam por lá e tratavam com um homem que tinha uma risada gostosa. Logo começaram a se referir ao local como “do gostoso”. Décadas depois, em plebiscito, a população quis incluir o nome da padroeira da cidade, São Miguel. Aí ficou São Miguel do Gostoso, esse sincretismo tão brasileiro que deve provocar arrepios no papa.
Mas não foi desta vez que fomos a Gostoso. Touros é bem maior, e ainda assim é um vilarejo de pescadores. Dizem que o Brasil foi “descoberto” pelos portugueses em Touros, em 1501. Tem um marco disso, mas fica em Natal. Em Touros tem uma cópia (parece piada).Vista da frente da pousada para o mar, em Touros, RN

Ficamos numa pousada em frente ao mar, por 90 reais a diária. A pousada era bonita, mas os quartos, não. Sabe aquele cuidado da pousada de Canoas em telar as janelas? Na de Touros não tinha disso. Havia uma janela que não dava pra fechar no banheiro e todas as formigas aladas grandonas da região vieram se hospedar no nosso quarto (mesmo mantendo a porta do banheiro fechada). Casal conhecido deste blog se beija em Touros

A manhã seguinte foi muito bem aproveitada em Touros. Passamos um tempão no mar (eu mais que o maridão, que saiu um momento pra fotografar... pedras), mais um tempão na piscina, arrumamos tudo e partimos pra Natal. Este post já está longo demais. Domingo que vem eu chego lá. Praia de Touros (com a maré alta) em frente à pousada.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

IT WAS 20 YEARS AGO TODAY

Eu e maridão, aeroporto de Buenos Aires, alta madrugada.

Oi, gente! Como não tive tempo de escrever a crítica de A Origem (espero que pra sexta dê), e como hoje é uma data muito especial, e qualquer data especial merece Beatles, eu deixei o título do post em inglês mesmo. Vocês sabem: é do Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, até hoje considerado o melhor álbum da história (veja o desenho totalmente psicodélico aqui). E não preciso nem dizer que essa obra-prima foi lançada na mesma semana em que nasci, em junho de 1967. Coincidência, ou eu fui uma inspiração divina pro grupo? Hein? Hein?
Falando sério agora, vocês podem estar pensando: que data especial é essa? Desembucha logo, Lolinha! Então, hoje é aniversário de 20 anos da minha união com o maridão! A gente se conheceu no dia 11 de agosto de 1990, no Clube de Xadrez de SP. Fomos jogar um torneio e nos emparceiraram na primeira rodada. E aí passamos o resto do final de semana conversando entre uma rodada e outra. E, quando o torneio terminou, fomos ao cinema. Ou melhor, tentamos ir ao cinema (o maridão diz que era pra ver Suzie e os Baker Boys; disso eu não lembro), mas não encontramos a sala na rua Augusta. Daí fomos comer bolinhas de provolone a milanesa (não sei porquê, mas disso eu lembro muito bem!) num barzinho perto da USP. E mais ou menos começamos a namorar, aos trancos e barrancos.
Os primeiros três anos do nosso relacionamento foram difíceis. Nenhum de nós tinha estado num namoro sério, e foi complicado aprender a compartilhar, a ceder. A gente brigava bastante, e não tinha certeza se queria mesmo ficar junto. Tanto que, quando meu amado papi morreu e eu decidi ir morar em Joinville, o maridão não foi comigo. Quer dizer, foi. A gente (eu, meu cãozinho Hamlet, e meu gato Freud) foi no carro dele, um Chevette velhinho, vermelho. Mas ele só ficou uma semana, e voltou pra SP. Depois foi me visitar outras vezes, e a cada vez que ia, mais tempo ficava, ia deixando umas roupas, sabe como é. Até que, sem muito planejamento, ele conseguiu um emprego numa escola de Joinville pra dar aula de xadrez. E pronto. Passamos a morar sob o mesmo teto, no início de 1994. Casar mesmo, de papel passado e tal, só três anos atrás. Pra que a gente não precisasse se separar durante o meu ano de doutorado-sanduíche em Detroit, era mais fácil legalizar a situação do que provar que vivíamos juntos.
E agora estamos aqui, morando em Fortaleza, na casinha nova e muito confortável. E continuamos felizes. Acho que vamos comer comida chinesa hoje pra comemorar. Se bem que a gente comprou comida chinesa semana passada... duas vezes.
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Mudando de assunto: fui convidada pra participar do 1o Encontro de Blogueiros Progressistas! Chequei os dias, vi que o evento cai num final de semana (se caísse durante as aulas, sem chance), e acho que vai dar pra ir, sim! Fico muito feliz com o convite. Vamos ver o que eu apronto por lá (eu conto pra vocês, claro). Alguém que me lê vai? A gente pode se encontrar em SP! Será entre os dias 20 e 22 de agosto.
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Ontem no final da tarde o Censo passou por aqui. Foi o questionário curto que tivemos que responder, que não é tão emocionante. Pediram número de moradores, nome e data de nascimento de cada um, de que cor cada um se declarava, se sabíamos ler e escrever (estranho não perguntarem nossa escolaridade), renda de cada um, número de banheiros, não muito mais do que isso. Pelo menos não quiseram mais saber quem é o “chefe de família”. Quando perguntaram quem toma as decisões na casa, eu e o maridão dissemos que nós dois, mas depois o entrevistador insistiu em saber quem é “a pessoa responsável pela casa”. Ou foi pela família que ele perguntou? Ele virou pro maridão e, simpático, questionou: “É o senhor, então?”. O maridão disse que era eu. Eu disse que éramos os dois, mas o rapaz só quis um nome, e ficou sendo eu (e tem o Calvin, também). Foi tudo bem rápido, desta vez com maquininha, e a “pessoa responsável” tem que assinar na tela da maquininha. Minha assinatura saiu horrenda. O questionário completo é muito mais divertido. Alguém aí já respondeu?

segunda-feira, 12 de julho de 2010

LOLINHA MANJA TUDO DE FUTEBOL

O que mais ouvi de reclamações nesta Copa foi contra as vuvuzelas, que são uma praga do inferno, sem dúvida, mas ainda não entendi como elas são diferentes de cornetas adotadas mundialmente (não importa, gostaria que todas as formas de barulho morressem). Em segundo lugar no hit parade de críticas vinha a bola, que até nome tem: Jabulani. Pra mim não há dúvida que a grande falha do goleiro inglês naquele gol dos EUA foi causada pela bola. A pobre alma inocentou a Jabulani, mas todos os outros goleiros disseram a mesma coisa – a bola é péssima. Então perguntei pro maridão por que mudaram a bola. Por que não podia ser a mesma de sempre?
Ele: “Porque precisa ser um lançamento, pra vender mais”.
Eu: “Mas nesse caso não podiam ter feito a mesma bola, só um pouquinho diferente?”
Ele: “Como?”
Eu: “Ah, não sei, igual, mas num outro formato?”
Ele: “Como o quê, quadrado?”
Eu: “Design! Eu quis dizer num outro design!”

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

MEIO CRI-CRÍTICA DE TRAILER: AVATAR E O MARIDÃO

Veja o trailer aqui, se quiser.

Fomos ver Bastardos Inglórios pela terceira vez em menos de duas semanas. Mas, quando eu estava lá, na fila (minúscula) da bilheteria (felizmente, eu não pago cinema, já que, pelo menos aqui em Joinville, tenho uma carteirinha de crítica, com direito a acompanhante. Mas preciso pegar ingressos de qualquer jeito), lembrei que teria de ver os mesmos trailers pela terceira vez seguida. E um dos trailers eu não gostei nem um pouco, que é o de Avatar, o novo filme do James Cameron. Sei que a expectativa é grande—afinal, é sua volta à direção após doze anos, desde Titanic—, e que muita gente espera algo fabuloso relacionado à internet e novas tecnologias, e lógico que vou ver o filme, mas o trailer não me inspirou nenhuma vontade. E já vimos o mesmo trailer umas sete vezes, no mínimo, no cinema. Eu já não aguento mais (dou nota 2, em 5, pro trailer). Então falei pro maridão na fila:
“Ih! Quando passarem o trailer de Avatar, você vai ter que me beijar. Eu não quero ver aquilo de novo! Prepare-se pra quase três minutos de beijos ininterruptos”.
Acho que uma mocinha ouviu o que eu disse e pensou que os dois velhinhos devem ter um relacionamento muito intenso. Felizmente, ela não viu o maridão revirando os olhos e fazendo careta.
Mas o cinema tinha mudado todos os trailers. E quando vi que não iam passar Avatar, falei pro maridão: “Se safou, hein? Eles não vão passar o trailer. Agora você não tem que me beijar. Faça o favor de dizer 'Droga! Droga! Droga!'”.
Ele: “Droga! Droga! Droga! [Pausa] ...eu gostava do trailer de Avatar!”

terça-feira, 11 de agosto de 2009

RECADINHOS

Hoje é aniversário de conhecimento meu e do maridão. Aniversário de casamento a gente nem comemora, porque não é importante pra gente e a gente só se casou porque foi obrigada (porque é mil vezes mais fácil mostrar um papel do que provar que você mora junto com uma pessoa faz um tempão. E eu queria que ele fosse junto comigo pra Detroit durante meu doutorado-sanduíche. Aí casamos no papel. Faz dois anos). O que a gente comemora é o dia em que se conheceu, que foi praticamente quando começamos a namorar. E isso foi em 11 de agosto de 1990 (já descrevi toda a história sórdida aqui). Ou seja, meu deus, dezenove anos juntos! Será que a gente chega aos vinte? E, chegando, ganha o quê? Um bolo de chocolate, pelo menos. Dos enormes. Mãe, espero que você esteja lendo e tomando nota. Torta de frango também é bem-vinda. AHÁ! Só lembrei agora, depois de ler os comentários, e escrevi lá, mas vou compartilhar com vocês aqui. Quando o maridão tava no torneio em SP, uns dez dias atrás, ele conversou com um amigo que é dono do site HumorTadela. E o carinha, que me conhece não sei daonde, disse que o maridão levou "a menina mais bonita do xadrez de SP pro Sul". Lógico que eu e o maridão achamos a declaração uma gracinha, mas ela prova como as pessoas são equivocadas. Primeiro: fui eu que trouxe o maridão, então o menino mais bonito do xadrez de SP, aqui pro Sul. Segundo: como assim, "a menina mais bonita do xadrez de SP"? Só de SP? Só do xadrez? Minha beleza nunca foi assim tão reduzida!
Mas na minha cabeça não tem lugar pra absolutamente mais nada no momento fora o concurso. É terça que vem. Só posso dizer que na terça que vem que vem (daqui a duas semanas) eu serei uma pessoa mais feliz. Passando ou não passando, eu não precisarei mais tentar guardar datas, nomes, movimentos, características, termos técnicos etc etc de quinze pontos na minha cabecinha modelo 386. Não cabe mais nada. Eu fui tentar pagar um jantarzinho com cartão de crédito e esqueci a minha senha. É assim que tá o negócio, a que nível cheguei.
As chances de passar no concurso realmente são parcas. Só tenho uma chance, na realidade. Seguinte: na prova escrita, serão sorteados três pontos. Um deles obrigatoriamente de Literatura, um deles de Linguística, e um terceiro que pode ser tanto de um como de outro. Minha chance é que sejam sorteados dois pontinhos de Literatura. Quaisquer dois entre os oito possíveis, nem escolho mais. Pode cair Movimento Literário Irlandês, o que for, que qualquer pontinho de Literatura é mais interessante que os de Linguística. Então, se sortearem dois pontos de Literatura, e um de Linguística, e eu for muito bem nos de Lit, quem sabe os julgadores sintam que minha prova, como um todo, foi passável. E aí vem a outra prova, a didática, a oral. E aí, obviamente, tem que ser sorteado um ponto de Literatura. Mas olha, passando pra segunda prova, eu já fico hiper contente. É isso: se eu tiver essa sorte toda, tenho chances. Se eu pegar dois pontos de Linguística na primeira prova, não passo pra segunda fase. Simples assim.
Há outros fatores também. Até agora, dos quinze pontos, só preparei oito. Preciso correr pra bolar os outros sete. E “preparar” significa apenas ter anotações e um esqueminha. Mas depois ainda preciso decorar cada esquema, porque na prova escrita não vão dar tempo pra gente rever as anotações. E preciso estar minimamente inspirada no dia. O pior é que é a prova escrita será às oito da manhã. Eu funciono muito melhor depois do almoço, à tarde. De manhã sou meio zumbi.
Eu ia tirar uma foto do meu banheiro pra mostrar pra vocês. Coloquei numa parede cinco folhas, com o resumo de cinco dos quinze pontos, pra que eu pudesse olhar praquilo toda vez que eu fosse fazer xixi (e eu faço muito xixi, porque bebo uns oito litros de água por dia). Mas não deu, o banheiro deve ser úmido, ou o durex é antigo. Só sei que as folhas não ficaram grudadas na parede, como eu queria. Estão em cima da mesa, e eu as levo pra passear comigo. Ridículo. Isso não é vida.
Minhas amiguinhas de Fortaleza: na quarta, dia 19, eu já estarei mais tranquila, e vou querer conhecê-las. Precisamos marcar um lugar. Alguma dica? (a partir desta data, ficarei num hotel próximo à praia de Meireles).
E o vocês me dizem sobre o concurso mais legal, o de blogueiras? Por enquanto, recebi pouquíssimas inscrições. Vamulá, gente! O tema é maternidade. Enviem sugestões de posts sobre este tema. E um selinho, por favor? Mas não vou ter tempo de ver isso esta semana. Vou ter que deixar pra quando voltar de Fortaleza.
O bloguinho continua totalmente normal, com posts todos os dias, pré-agendados. Não precisam sumir. E, claro, assim que eu tiver notícias do concurso, eu escrevo aqui. Só sei que quero minha vida antiga de volta!

sábado, 6 de junho de 2009

DOMÍNIO NO DOMINÓ

Pra comemorar meu aniversário (alguém comemora fazer 42 anos?!), nada como relembrar quando o maridão era bem-humorado e me tratava como uma rainha, como você pode ver pela crônica abaixo.

Nos fins de semana, eu e o maridão jogamos dominó. O jogo tem 28 pedras, né? É pedras que se fala? Bom, infelizmente o maridão comprou o jogo numa loja de 1,99, se bem que ele jura que não, que pagou uma fortuna – algo como 3,99. Ele é um pão-duro miserável, não sei se já contei pra você, paciente leitor. Das 28 pedras do joguinho barato, pelo menos cinco são marcadas. Às vezes, dependendo do ângulo da luz, eu reconheço umas sete pedras. O maridão, no entanto, não reconhece mais que duas. Três, quando ele está inspirado. Isso me dá uma certa vantagem que me faz ganhar quase todas as partidas. Ah! Não fui eu que marquei as pedras. Elas já vieram assim. Pedi pra ele comprar outro jogo mais limpo, até recomendei um feito de chocolate de uma doceria, mas ele acha que não duraria muito perto de mim. Injustiça!
Pra descontrair, converso com ele no meio dos jogos. Não que ele preste atenção. Tivemos este diálogo durante a última partida:
Eu: – Sabe como o apelido do Fantasma é “o espírito que anda”? Meu nome também tem um significado. É...
Ele (interrompendo): – O espírito de porco?
– Não, amor.
– O espírito de porco que anda?
– Errou feio. É...
– O espírito de anta?
– Não, anjo. Deixa eu falar.
– É “Lola, o espírito. Que anta!”?
– Não, não. É “Lola, a que sabe jogar".
Ignoro todas as provocações dele, já que ele é um péssimo perdedor, e eu sou dotada de grande superioridade moral e intelectual. Ele só fica bravo quando, no fim de uma rodada de partidas, peço pra ele cantar um hino em louvor ao meu talento. Já compus vários hinos, um pra cada vitória, mas o maridão insiste em não guardar nenhum. Um dos meus favoritos parodia a música do Queen (ou dos Queens, como diz minha mãe) e vai nessas linhas: "I am the champion / You are the champignon". Outra é: "Lolinha, Lolinha, jogar bem assim é pecado!", no que o maridão sempre acrescenta: "Eu acho que fui roubado". Pelo menos rima.

sábado, 23 de maio de 2009

DIÁLOGOS RASTEIROS

A crônica abaixo é antiga, deve ter uns sete anos. Pra mais. Eu fico até nostálgica ao ler essas coisas, porque me lembram de uma época em que o maridão era engraçado e me fazia rir. Sério, agora ele não é mais. Não é chato quando a pessoa perde logo a característica que fez você se apaixonar por ela em primeiro lugar? E tem como o humor voltar? Porque se for uma fase, tá durando muuuuuito tempo. (Ih, e sobre a piadinha da geladeira, acabei de descobrir que já a contei duas vezes antes! Finge que não viu).

Reúno aqui alguns pedacinhos de diálogos entre o maridão e eu. São frases curtas e insuficientes pra dar uma crônica inteira, por mais que eu me esforce na enrolação. Devo dizer que o maridão nunca se lembra de nada do que falou. Aliás, eu tampouco me lembraria, se não anotasse algumas palavras. Quando as leio pra ele, ele diz "não era eu" ou "deve ter sido outro".
Uma amostra. No supermercado, olhando a prateleira de biscoitos, ele pergunta:
– Qual a diferença entre cream-cracker e água e sal?
– Acho que são iguais.
– Então aqui tem o Tostines.
– Não! Não! Este é redondo!
– Vou chamar um guarda.
Às vezes ele é cruel. Gosta de ver o preço do que deixa de comprar pra saber quanto está poupando. É uma lógica esdrúxula, concordo. Nessas horas insanas, ele diz asneiras como: "Vamos ver o preço dos chocolates. Oba! Hoje vai ser um dia bom! Por que a gente não deixa de comprar logo dois? Aí economizamos seis reais!". Eu geralmente bato nele, em especial quando ele brinca com coisas sagradas como chocolate.
Daí iniciei esta conversa uma semana antes da minha formatura:
– Você vai se lembrar que sábado é minha formatura [do curso de Pedagogia]? Será que você poderia vestir algo que não estivesse sujo?
– Vou procurar.
– E nem rasgado?
– Olha, se você não quer que eu vá, é só falar.
Essa eu já devo ter contado, mas acho tão fofinha que contarei de novo.
Eu: – O elefante é o maior mamífero terrestre?
Ele: – É.
– Maior que eu?
– Você é mamífero?
Ainda na linha Discovery Channel, enquanto víamos os ossos da Lucy, a mulher mais antiga do mundo.
Eu: – A Lucy é uma australopiteca?
Ele: – Não. Pelo lugar de origem, ela é mais uma africopiteca.
– A Lucy tem quatro milhões de anos? Ela é mais velha que a gente?
– Vamos ver. Eu sou de 1957...
Teve um dia que eu tava olhando um catálogo e quis saber:
– Você gostaria de ter uma geladeira duplex que filtra água e pica gelo na porta?
– Acho que já temos problemas demais nesta casa.
É tudo verdade. Se você duvida, eu alugo o maridão por uma semana.