quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

GUEST POST: SIM, SOU ALGUÉM E SOU FELIZ SEM DEUS

- Johnny, já chequei três vezes: não há ateus embaixo da cama!

Apesar de eu não ser
uma ateia militante (combato os preconceitos que inúmeras religiões ajudam a perpetuar, mas não tento fazer com que ninguém abandone sua religião), nunca estive no armário. Sou uma ateia assumida, e isso já tem décadas. Sinto-me ofendida quando ouço que ateus não têm morais, valores, ou ética. Portanto, me encho de orgulho de publicar um guest post como este do Robson, do blog Consciência, que já colaborou demais com este bloguinho ao escrever outros três posts condenando o uso genérico da palavra homem para se referir ao ser humano, e outro post (um dos campeões de comentários) sobre ateofobia. Obrigada por mais este post, Robson. Concordo com tudo, com exceção dos seus gostos pessoais (você gosta de hobbits!).

Sou alguém e sou feliz sem (um) Deus. Sou ético e tenho bom coração sem ele. É o que sou. Sou aquilo que tan
tos religiosos juram que não existe: alguém que descrê em Deus, respeita os irmãos de senciência e leva uma vida agradável –- não a mais agradável possível, com que eu sonho diariamente, mas me sinto bem confortado com o que tenho ao meu alcance hoje, livre de grandes problemas.
Religiosos ateofóbicos dizem que ninguém pode ser feliz nem bondoso sem o Deus deles. Dizem que ninguém que não crê em Deus pode viver uma vida boa, saudável e moralmente reta. Para eles eu sou alguém que não existe. Porque sou feliz e bondoso sem um Deus para me guiar e moralizar.
Não me sinto superior de forma alguma, mas eu sinceramente posso sentir uma ponta de pena daqueles que dizem coisas do tipo “Sem Deus eu não sou ninguém”, “Sem Deus eu não sei viver”, “Sem Deus eu não sou nada!”, “Sem Deus minha vida não tem sentido!”. Porque isso revela um tanto de pequenez, submissão humilhante e autoestima deficiente viciada na religião. E também porque há no planeta centenas de milhões de pessoas -– talvez passem do bilhão -– que, a despeito da crença auto-humilhante e negacionista de tantos crentes, são algo/alguém, sabem viver e têm uma vida provida de sentido sem uma entidade superior que chamem de Deus.
Tenho família e amigos fiéis e sou financeiramente razoável (nem pobre nem abastado). E, claro, sou cheio de amor para dar. Amor a tod@s –- mulheres (em todos os sentidos), homens (fraternidade, amizade, respeito e apreço), animais não humanos (carinho, amizade e respeito ético) e Natureza silvestre (devoção, carinho, comunhão espiritual e profundo respeito não só como mantenedora da vida, mas também como portadora de um sentido intrínseco que eu gostaria de desvendar).
Gosto de computador, de internet, dos meus blogs, dos meus artigos, do Twitter, de alguns “blogs sujos”, de alguns blogs de humor, das tirinhas de memes, do Trollface, do FFFFFUUUUU-, de games de estratégia, de praia, de viajar, de florestas, do céu estrelado da noite, de contato com a Natureza, de animais não humanos (o que se reflete também em meus hábitos de consumo), de Coldplay, de synthpop, de new wave anos 80, de rock pernambucano, do antigo movimento Rock Brasil, de sair com amigos, de paquerar, de amar, de visitar livrarias, de sucos de maracujá e acerola, de comida vegana, de revisão e correção de textos, de livros, de sociologia, da esquerda política, de feminismo, de abolicionismo animal, de antimilitarismo, de ambientalismo, de teoria socioambiental, de Educação Ambiental, de História à Annales, de ler sobre religiões politeístas e orientais, de literatura ateísta, de O Senhor dos Anéis, de Star Wars, de Matrix, de Smallville, de Beavis & Butt-head, de Cavaleiros do Zodíaco, de Dragon Ball Z, do anime Yu-Gi-Oh, de Capitão Planeta, dos Simpsons, de Chaves, de Chapolin, de rir com gols contra… Sou um ser humano íntegro, com emoções, gostos, interesses, necessidades, anseios, sonhos, tudo o que um ser humano normal tem.
Sou, estou, sinto, gosto, amo, detesto, sofro, protejo, luto, rio, choro, regozijo, trabalho, contemplo, medito, conquisto, fracasso, venço, perco, supero… Sem Deus. Sem Javé, sem Cristo, sem Allah, sem Zeus, sem Xangô, sem Shiva, sem Odin, sem Amaterasu, sem a Deusa e o Deus, sem Ísis, sem Dagda, sem Marduk, sem Baal, sem Ngai, sem Quetzalcoatl, sem Inti, sem Aton, sem nenhuma deidade.
Sou um dessas centenas de milhões de seres humanos que sabem que sentido da vida, ética, bondade e alegria de viver independem de religião e crença. Não preciso de deus nenhum, tampouco de recompensas e punições como o céu e o inferno cristãos, para me dizer o que é certo e errado e que devo ser submisso a uma divindade altamente contraditória para ser feliz. E isso, a despeito da intolerante crença de tantos, não me tira o conceito de moral -– pelo contrário, modéstia à parte, minha consciência ético-moral respeita e zela por muito mais seres vivos do que a média da população religiosa respeita (ou diz respeitar), ainda que isso não seja regra no ateísmo.
Por mais que suas igrejas e a Bíblia neguem isso aos cristãos pouco tolerantes, há ateus boníssimos e cristãos perversos e criminosos –- da mesma forma que há também cristãos boníssimos e ateus perversos e criminosos. Ao contrário do que os Datenas da vida vociferam, não ter Deus no coração não me leva a cometer nenhuma violência, crueldade, crime ou transgressão legal, ao mesmo tempo em que “amar a Deus sobre todas as coisas” não impede que tantos padres abusem de crianças, inúmeros pastores extorquam seus “cordeiros” e muitos fanáticos assassinem e destruam “em nome de Deus”.
Não vou me arrogar como um exemplo de pessoa moral e reta, tenho defeitos e vícios (nenhum, porém, que comprometa minha saúde) como qualquer ser humano, mas minha vida e personalidade me são bastantes para derrubar diversos odiosos mitos morais que envolvem o ateísmo.
Como o de que Deus seria necessário para dizer o que é certo e errado: especialmente porque muito do que a tal moral bíblica diz como certo os Direitos Humanos e também os Direitos Animais, ambos de cunho essencialmente secular, consideram eticamente censurável –- guerras, genocídios, sacrifícios animais, estupros, machismo, homofobia, intolerância religiosa, ódio, extorsão com pretextos religiosos etc. E porque mesmo a grande maioria dos ditames morais que os cristãos obedecem hoje não são bíblicos, mas sim laicos -– em outras palavras, mesmo para os próprios crentes a Lei de Deus na prática não prevalece mais sobre a Lei dos Humanos (“dos homens” não, por favor).
E o de que o ateísmo teria sido responsável pela malignidade dos Stalins, Pol Pots e Milosevics da vida: além desse mito ser uma generalização extremamente preconceituosa e ignorar que, ao contrário das religiões, o ateísmo, não sendo nenhum sistema organizado de crenças mas sim a ausência dele, não determina qualquer orientação moral, ele ignora a existência dos assassinos cristãos que até apelaram ao seu Deus para justificar seus crimes, como Hernán Cortés, Francisco Pizarro, Adolf Hitler, Tomás de Torquemada, George W. Bush, Teodósio e inúmeros papas das Idades Média e Moderna.
Sou algo e alguém, sou feliz e moralmente reto e minha vida tem todo um sentido sem Deus, e não tenho vergonha nenhuma de dizer isso, pelo contrário. Faço questão de fazê-lo -– aliás, sou obrigado a isso, ainda mais neste país em que infelizmente a não amoralidade ateísta não é considerada algo óbvio. E sou mais satisfeito ainda por poder dizer que sou oposto aos religiosos intolerantes e teocêntricos no que tange a ser livre daquela submissão e autoestima viciada que condiciona todo o sentido da vida, a felicidade e a própria qualidade de ser algo ou alguém a um Deus específico.
É para mostrar que ateus também são gente como qualquer cristão, como qualquer religioso, que escrevi este texto. Para mostrar que todos os seres humanos são moralmente iguais, são igualmente humanos, são igualmente sencientes, são igualmente vivos, são igualmente seres com ou sem Deus. E não é a ausência dele que nos faz deixar de ser tudo aquilo que somos em essência.
Se você ainda acredita que sem Deus é impossível ser alguém e viver, conheça a nós ateus. Conviva conosco. Busque nos entender. Abandone seus preconceitos. Aceite-nos como somos. Aceite os irreligiosos que somos.

169 comentários:

Anônimo disse...

Excelente post. To cansado de ouvir de religiosos (que fazem todo tipo de coisa errada) que eu sou do mal só porque nao acredito no seu amigo imaginário.

Carol M disse...

Simplesmente maravilhoso Robson, algo que eu adoraria ter escrito. Até pq tb adoro Hobbits! Nada de preconceito com eles viu Lolinha.

Tutosdedesenho disse...

Hobbits são adoráveis, pô! No LOTRO eles são bonitinhos (:

Do post, tenho nada a complementar. Não conheço muitos ateus e alguns são desagradáveis (um é machista assumido), mas não que eu queira generalizar. Adoraria poder conhecer mais pessoas incríveis como o Robson.

Flávio Brito™ disse...

o ateísmo não determina qualquer orientação moral?
É PIADA NÉ?

Kalinda disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lívia Pinheiro disse...

Que merda viver numa época em que um texto desses é necessário (de tão óbvio que deveria ser)...

Samilla Fonseca disse...

A compreensão das pessoas em torno dos Ateus é extremamente limitada. Muitas pessoas chegam até mim e falam: Mas como assim você não acredita em Deus? como você pode viver sem acreditar em nada? - e eu respondo: Quem disse que eu não acredito em nada? Eu acredito em muitas coisas. Eu acredito em mim. Eu só não acredito em Deus.

O post é excelente, e é claro que eu vou divulgar! =)

Kalinda disse...

Parabéns ao Robson e parabéns à Lola!

Me identifiquei bastante com o guest post. Nasci numa família de pessoas religiosas, que não vêem sentido na vida sem Deus. Desde minha infância, eu me sentia "estranha" com relação à fé desenfreada no poder divino para curar doenças e resolver todos os problemas. Questionava a igreja, a bíblia e suas regras e, o mais rápido que pude (com uns nove anos de idade), parei de ir à igreja e abandonei a religião. Depois de muitas brigas com minha mãe e minha avó, vários argumentos (um deles foi que eu tinha mais respeito e amor pela minha família do que alguns adolescentes religiosos que ambas conheciam) e muito tempo, passamos a respeitar a crença de umas e a descrença de outra. Entretanto, até agora (nos meus vinte e muitos anos, hehe), alguns familiares me olham com pena pela "minha existência sem Deus" e outros insistem para eu "voltar à igreja e reencontrar minha fé perdida" (como reencontrar uma coisa que nunca se encontrou? enfim...).

Este guest post reuniu muitas coisas que eu penso e modos como eu ajo e, principalmente, debate um tema polêmico, capaz de gerar uma série de preconceitos, que podem ser combatidos com informação e conhecimento (como todo o preconceito).

Anônimo disse...

acredito nos ensinamentos de Sócrates e outros tantos filósofos... sei que Confúcio pregou a submissão feminina... aprecio a Literatura Bíblica (particularmente o Velho Testamento) como aprecio a Literatura Universal e textos bíblicos fazem parte.

gosto de ler sobre a vida de sant@s pra buscar compreender como é possível a capacidade pra tamanhos sacrifícios em nome de quem já morreu na cruz, já fez o sacrifício maior... então pra que mais sacrifícios, mais sofrimentos opcionais? mesmo pq Jesus disse que não queria sacrifícios e sim compaixão pelo semelhante.

meus dois escritores preferidos (se é que posso resumir a dois apenas...) eram ateus: Émile Zola (francês) e Graciliano Ramos (brasileiro, alagoano) e temos G.G. Márquez.

as prisões não estão abarrotadas de ateus e sim de cristãos das mais variadas denominações... ignoram que em Gênesis cap. 4 verso 7 Deus disse que a tentação e o pecado sempre baterão à nossa porta, porém cada um está no controle das suas decisões pessoais... peca quem quer, infringe a lei quem quer e me parece que --de modo geral-- ateus têm a mente mais clara pra tomar as melhores decisões.

a propósito, nessa pequena passagem biblica citada acima, John Steinbeck se inspirou pra escrever a maravilhosa obra literária "A Leste do Éden" cujo filme no Brasil o título é "Vidas Amargas"... li o livro, vi o filme... recomendo ambos a ateus e a crentes num deus.

Flávio Brito™ disse...

"...que todos os seres humanos são moralmente iguais..."

outra piada...
Nessa eu ri D+

Juba disse...

Você pode ter uma vida reta e boa sem deus, com deus, por deus ou apesar de deus...

Pessoalmente, a existência de uma inteligência superior - bem distante da versão bíblica de Deus - me ajuda a pôr sentido em uma porção de coisas, assim como a idéia de múltiplas encarnações. Para mim, isso ajuda sim a vida a ter sentido. Para outros, não. Cada um na sua. Alguns de meus melhores amigos são ateus, outros cristãos de diferentes denominações, outros budistas...

O que chateia é quando qualquer dos lados, crentes ou ateus, começa a se sentir superior ao outro, aqui nos comments. Não dá, né gente?

Mauricio disse...

Um texto desses vai ser necessário sempre, Lívia. O obscurantismo não é apenas uma chaga do passaso, mas um movimento cíclico. Volta e meia, ele retorna. E com força.
Pena que um texto desses jamais chegará às massas. E mesmo que chegasse, duvido que as tais massas se dariam ao trabalho de lê-lo, quiça se teriam condições de entendê-lo e refletir sobre ele.
Só não entendi a bronca do Flávio Brito. Que eu saiba, o ateísmo não orienta moralmente ninguém, até porque, não é um movimento organizado que exija de seus "membros" o cumprimento de regras de conduta. Isso é terreno de organizações como as Igrejas, com seus livrinhos de regras e punições, sob comando de órgãos centrais reguladores.

Rafael disse...

Excelente o texto, Robson!

Eu me considero uma pessoa bastante religiosa, porque frequento uma igreja e busco constantemente viver o que eu chamo de "experiências" de Deus... Mas pendo para o agnosticismo, porque a própria existência de Deus é algo sobre que me questiono todos os dias...

Esse argumento, o de que não se é moral nem feliz sem Deus, é um dos mais falhos que a religião já inventou - e infelizmente um dos mais repetidos. Pra mim, ele surge de um desejo do religioso de se colocar como superior ao ateu... No fundo, muitos religiosos não conseguem viver sem Deus porque têm medo do que isso significa, e não conseguem aceitar que os ateus lidem com a situação sem incômodo.

Penso que os religiosos que dizem esses tipos de coisa têm muito menos "Deus no coração" do que afirmam ter. A própria Bíblia está cheia de trechos que dizem que é de Deus quem tem amor, quem não se envolve em mentiras, não é desonesto, é paciente com os outros etc. Se pensarmos assim, alguns ateus que eu conheço e você mesmo, Robson, estão mais cheios de Deus no coração do que um desses padres hipócritas, que condena a vida alheia nas missas, mas na sacristia abusa de meninos...

Eduardo Marques disse...

Eu acho que eu vivo numa bolha, pois achava que essas coisas eram mais aceitas, mas é incrível como no país do carnaval existe uma multidão enorme de gente intolerante para com ateus.

Robson Fernando de Souza disse...

Valeu, Lolinha, pela apreciação do texto e por tê-lo publicado =D

E que pena que vc não gosta dos hobbits (são bravos lutadores, e pelo menos nos filmes eles não são feios) :P

E valeu também a tod@s que gostaram do texto =)

Li disse...

Sinceramente, estou muito assustada com a histeria coletiva que algumas religiões têm causado nos últimos anos. Tenho visto isso na minha família, em salas de aula de diversas cidades. Alunos chegam a reclamar com a diretoria se o professor disser algo que não comungue com a religião deles. Particularmente eu nem sou ateia, sou espírita, mas ouço ofensas semelhantes. Me parece que determinados grupos super religiosos, católicos e evangélicos buscam tomar absolutamente todos os espaços, como se buscassem fundar um mundo só deles, e o espaço do outro, o respeito a forma de ser do outro, não tem espaço nisso.

EdFurtado disse...

Não dá pra entender esse preconceito contra ateus. Como o autor colocou, a única característica compartilhada entre os ateus é a de não serem "espiritualizados".
Vale lembrar que alguns ateus militantes transformaram seu ateísmo em religião, propagando a Verdade pela internet para salvar a humanidade, o que mostra que são tão humanos quanto qualquer evangélico fanático.
*Antes que se enfureçam dizendo que eu fui preconceituoso, vejam que eu tive o cuidado de dizer que são alguns ateus militantes, e não todos os ateus e nem todos os ateus militantes.

Serge Renine disse...

O ateismo não é errado, é só mais uma ignorãncia humana, assim como a crença nas diversas religiões.

Bruno de Andrade Rodrigues disse...

Um testemunho sincero e humano!
Parabéns!

Anônimo disse...

"O ateismo não é errado, é só mais uma ignorãncia humana, assim como a crença nas diversas religiões"

Pq, é óbvio, só o Deísmo é a resposta, não?

Anônimo disse...

"o ateísmo não determina qualquer orientação moral?
É PIADA NÉ?"

Realmente, é foda racionalizar a coisa. Ateísmo não é só não-acreditar em deuses. Isso fica óbvio até mesmo, usando um exemplo bem extremo, o cientificismo ateu americano, a repulsa à filosofia, etc e etc.

Adan disse...

Excelente post. Entendo bem o que um ateu passa, escutar coisas que não preciso. Mas não vou mudar o que eu acredito (ou deixo de acreditar) porque falam de mim. Seu texto foi muito belo escrito.

Anônimo disse...

Parabéns, excelente texto (=

Letícia M. disse...

Respeito a posição do Robson, embora não concorde...

Penso mais ou menos como a Juliana...

Gosto de acreditar que nunca estou sozinha... sempre tenho alguém zelando por mim... Gosto de acreditar que ainda vou reencontrar meu marido em inúmeras outras vidas... Gosto do conforto que me dá quando, no momento de desespero, eu me apego ao meu Deus...

Pra mim, é fundamental acreditar...

Mas viva as diferenças \o/

Cacau Monfre disse...

Parabéns pelo blog, um duplo parabéns pelo post, adorei. Não sou ateia mas não gosto do "vc não é ngm se não se juntar a minha religião" Que é o quer dizer quando dizem q vc num é nada sem deus.

Victor disse...

parabéns pelo post. também tenho umas coisas a dizer em meu blog: www.mundo-ateu.blogspot.com

Bruno S disse...

É engraçado como algumas pessoas ainda se chocam com a possibilidade alguém não ter fé.

Trabalhei num lugar em que estava rodeado de pessoas bastante religiosas - católicas e protestantes, que realmente não compreendiam como o cara que sentava ao seu lado todo dia não tinha uma fé.

Anônimo disse...

maior fanatismo do que o brasileiro tem pelo seu time de futebol como corintianos, entre outros? o fanatismo está em todas as crenças e no Brasil futebol e carnaval viraram crenças... esse fanatismo é o mesmo das religiões e dos partidos políticos em ambos os lados --i.e. os que condenam o fanatismo religioso e político tb são fanátic@os no que creem ou no que dizem não crer... basta ler o deboche aqui em alguns comentários qdo alguém discorda de outrem... passar mensagem pro leitor entender nas entrelinhas é um risco e por vezes um recurso pobre, pois existe o livre arbítrio tb na interpretação de texto... não é que a pessoa não soube interpretar o que leu e sim a pessoa não interpretou segundo a vontade do autor... oras, escreva às claras então... considere que por aqui passa gente estrangeira que está usando os textos da Lola pra aprender português e tb brasileir@a que saiu do Brasil há década e o português como já que deixou de ser sua primeira língua (não é meu caso, mas existe que li na caixa de comments aqui).

não sou de nenhuma religião, mas sei apreciar a literatura de todas... sim, apreciar e "saber apreciar" não são exatamente o mesmo... meu interesse é entender pq as pessoas pensam como pensam e pq creem no que creem e como creem... mas daí a ser indelicada com o pensamento alheio que difere do meu é coisa beeeeemmmm diferente... faço arruaça somente se uma terceira pessoa estiver sendo prejudicada pelo pensamento e comportamento antagonista ao meu... fora essa circunst%ancia, acho legal ouvir opinião contrária à minha qdo a pessoa que argumenta comigo o sabe fazer sem sarcasmo e sem apelar pra ofensas pessoais ou pra sentimentos inferiores.

uma coisa é certa: crer em algo inatingível é uma característica humana e crer que será capaz de atingir o inatingível tb o é... nenhum país comunista conseguiu erradicar a fé de seu povo em Deus... a cortina de ferro caiu e os crentes voltaram às igrejas... mas isso é conversa pra outro post, um post "O homem cria seu próprio deus" e daí alguém vai implicar de cara com a palavra 'homem' do título do suposto post... è la nave và...

Annah disse...

http://1.bp.blogspot.com/-trNcRsgdapY/Tv4yh9SF7lI/AAAAAAAAiIU/I_iV318nDNw/s1600/1%2Ba%2B2%2Bat%2Bimagine%2Bum%2Bmundo%2Bsem%2Bateismo%2Borganizado%2Bfalacia%2Bgrande.jpg -> Não parece tão ruim.
Mil vezes prefiro qualquer um desses do que qualquer presidente ocidental.

Anônimo disse...

Lola, fui lá no blog do Robson e vi um vídeo dele sobre a Lei da Palmada... o vídeo está bom pra quem sabe do assunto e está por dentro; porém eu não sei nada além do que ouvi no vídeo (dirigido a quem está por dentro do assunto) e estou interessada em saber a opinião de mães e pais que particularmente frequentam o "Escreva Lola Escreva".

Você se incomodaria em publicar um post sobre o assunto? Pode ser post seu ou outro guest post do Robson. Obrigada a vc e ao Robson.

Anônimo disse...

Mas, falando sério, se vocês são, sei lá cristão, e é uma das bases entender que sua religião é A verdade, que ela é correta e que há base para isso (creio que as Escrituras são a base cristã). Por que vocês "tolerariam" o outro? Eu digo num sentido até mesmo mais sutil da coisa, por que deixariam de fazer pregação pública ou combate público a outra religião?

A "tolerância" à outras religiões pela religiões que dizem A verdade e etc, não é, no fim das contas, deixar de levar a sério a própria crença, se baseando numa verdade anterior a ela (como o direito de acreditar no que quiser sem sofrer represálias)?

Anônimo disse...

Nada no mundo como a hipocrisia.
Parece que o texto, embora queira buscar respeito e afastar o preconceito, é, ele mesmo, cheio de preconceitos.. Submissão, humilhação, auto estima deficiente?
Não me parece que essas palavras não estejam carregadas de preconceito em relação às pessoas que creem em Deus, e que encontram em Deus um sentido de vida.
Para pedir respeito, deve-se respeitar.
Superada essa questão, gostaria de saber para o ateu qual o sentido da vida. Porque estamos aqui? Porque fomos criados? quando morremos, pra onde vamos? Porque pessoas sao doentes e outras não? P
Não é um questionamento, apenas uma dúvida..

Anônimo disse...

oopsss... voltei ao video do Robson e dei com vários outros videos que me esclareceram o assunto... de qq forma, eu gostaria de saber a opinião aqui no seu blog.

Anônimo disse...

Sou ateu, vou responder:

Superada essa questão, gostaria de saber para o ateu qual o sentido da vida.

Porque estamos aqui? R: Aqui aonde? Na terra? Na existência? Já parou pra pensar que a própria pergunta já carrega uma dose de religião? Digo, a própria pergunta já remete a uma resposta ética e de cunho religioso, a negação da pergunta se transforma num blá blá blá científico ou em ignorância.

Porque fomos criados? R: Fomos criados?

quando morremos, pra onde vamos? R: Pra terra.

Porque pessoas sao doentes e outras não? R: Por que a doença se instala no corpo de uma e de outras não.

Anônimo disse...

"Não é um questionamento, apenas uma dúvida.."

Qual a diferença?

Anônimo disse...

Cabanadeinverno,

Então tudo que eu acredito fielmente, eu devo impor ao outro? O outro só serve e só presta se acreditar nas mesmas coisas que eu?
Eu acredito em Deus e sou de direita. Devo viver minha vida tentando convencer os outros que esse é o melhor caminho?
Esse é o meu caminho, o caminho que eu escolhi. E isso não desnatura as minhas crenças.
Querer impor o outro ou julgá-lo pior porque não acredita nas mesmas coisas que eu vai de encontro às minhas próprias crenças. O respeito e a tolerância só as reforçam, ao invés de enfraquecê-las, como você sugeriu...

Anônimo disse...

Cabana de inverno,

Desculpe, não me fiz entender. Quis dizer que não estava de plano contestando, minhas perguntas decorrem apenas de curiosidade que nasceu com a leitura do texto. Ou seja, nas perguntas, não tinha nenhum julgamento por trás.

Sobre as suas respostas, perguntar o por quê estamos aqui não tem fundo religioso nenhum. O que é o homem, qual sua utilidade, como existimos? São dúvidas que não impõe nenhuma questão religiosa para responder. Eu mesma creio muito em Deus e não tenho resposta para algumas dessas perguntas.
Dentre outras, porque uma pessoas nasce numa familia rica, outra numa pobre? É sorte? Acaso?

Anônimo disse...

"Então tudo que eu acredito fielmente, eu devo impor ao outro? O outro só serve e só presta se acreditar nas mesmas coisas que eu?"

A questão não é a simples imposição. A pergunta é de uma perspectiva onde não há a verdade absoluta (religiosa, por exemplo).

Mas, vejamos, se o que você acredita é verdade, por que vc não pode simplesmente defendê-lo e combater as outras crenças?

A questão não é de vc bater de porta em porta "impondo" a religião, mas de, simplesmente, acreditar nela completamente, ao ponto de, por exemplo, agir conforme.

Oras, não está escrito na bíblia que o sujeito precisa reproduzir a crença no cristianismo? Então, por que não fazê-lo?

A resposta óbvia do cidadão médio (sem ser pejorativo), é que isso seria anti-ético, pois cada um tem o direito de acreditar no que quer.

Aí vem a minha pergunta, esse "cada tem o direito de acreditar no que quiser" não é uma regra anterior a religião? Se sim, desta maneira, a religião não estaria sendo uma casca do sujeito, mas, quando a situaçao fica desconfortável, ele apela para a ''lei universal''??

Rafael disse...

@cabanadeinverno A relação entre os diversos tipos de cristianismo e os textos bíblicos não é simples e unívoca. Existem, sim, os grupos fundamentalistas que acreditam que cada vírgula da Bíblia traduz uma verdade e um preceito a ser seguido. Mas existem outros. A própria Igreja Católica não tem como fontes apenas os textos bíblicos, mas também a tradição da igreja, os exegetas, a patrística etc.

O Rubem Alves, antigo professor da Unicamp, por exemplo, já foi pastor protestante e num dos muitos textos em que comenta a religião, faz uma crítica àqueles que, segundo ele, "idolatram a Bíblia", colocando o apego aos textos (em geral ao seu sentido literal) em um lugar superior ao próprio bom-senso.

Penso que a Bíblia não pode ser desconsiderada por alguém que se diz cristão, no sentido de que compila muitos dos primeiros textos que se escreveram no mundo sobre a figura de Jesus Cristo; por outro lado, a nossa relação com o sagrado passa por outros elementos, como a experiência humana, as experiências que nos levam ou não a pensar em uma presença como a de Deus, a nossa razão, os nossos valores etc.

Pessoalmente, eu penso que descrever alguém como cristão independe da religião dessa pessoa. Há pessoas que se intitulam cristãs que, por suas atitudes, não o são; por outro lado, há ateus cujas atitudes coincidem com muitas correntes da ética cristã. É nesse sentido que, mesmo participando de uma igreja específica, acredito na tolerância: dá pra encontrar posturas de vida éticas, que o cristianismo em geral valoriza, em todas as religiões, e mesmo na ausência delas.

Anônimo disse...

"O que é o homem, qual sua utilidade, como existimos?"

Homem? R: Construção social em cima do sujeito, a premissa básica é ter um pênis.

Utilidade? R: Tem que ser útil? Pq?

Como existimos? R: Bom, temos que absorver energia o bastante para não morrermos de inanição. Esse é o aspecto positivo, os aspectos negativos envolvem evitar doenças e etc e etc.

"Dentre outras, porque uma pessoas nasce numa familia rica, outra numa pobre? É sorte? Acaso?"

Hum, essa pergunta é interessante. Ela já parte do pressuposto da "pessoa", do sujeito. Quem nasce numa família rica, não nasce pronto - é só mais um ser humano.

Agora, novamente, tem certeza que essas pergunta não tem um pressuposto religioso?

Annah disse...

"sem Odin" - Pecado METAL. como assim, sem Odin? Quem abençoará o metal nosso de cada dia? ;)
-
Adorei o post, quando comecei a me indentificar como atéia sempre fazia esse tipo de questionamento, porque é muito comum que as pessoas falem como se ateus fossem incompletos e infelizes.
Só acho uma pena que comunidades grandes de ateus, por exemplo o r/atheism do reddit, são extremamente reaças e misóginas. Até o Dawkins, de quem eu gostava - apesar dele ter contribuído para psico-evo - deu uma bola fora um tempo atrás.
Em geral, sou muito fã do Carl Sagan. Acho que todo ateu deveria assistir "Cosmos". É uma série inspiradora e linda.

Anônimo disse...

"Penso que a Bíblia não pode ser desconsiderada por alguém que se diz cristão, no sentido de que compila muitos dos primeiros textos que se escreveram no mundo sobre a figura de Jesus Cristo; por outro lado, a nossa relação com o sagrado passa por outros elementos, como a experiência humana, as experiências que nos levam ou não a pensar em uma presença como a de Deus, a nossa razão, os nossos valores etc. "

Cara, a relação que eu fiz com a bíblia foi meramente ilustrativa. Pegue os dogmas, por exemplo, qualquer coisa que dê base para a crença.

Agora, você afirmar que existem os cristão "mornos". Eu digo, não seriam esses cristãos, aqueles que não levam sua religião a sério. Eu não duvido que eles existam, não disse que naõ existem e, minha pergunta só tem sentido pela existência deles.

Rafael disse...

@cabanadeinverno O que eu disse é em resposta àquele seu comentário lá atrás, não estou por dentro da discussão entre você e a Tita.

O que eu defendo é que ser religioso e frequentar uma igreja católica ou evangélica não significa necessariamente deixar de questionar, deixar de ter dúvidas e deixar de tolerar. Levar a sério a própria religião e a própria crença (ou vontade de crer) não significa se tornar fanático, esquecer o bom-senso e assumir, por exemplo, todos os trechos e preceitos da Bíblia como verdadeiros, como um código de moral.

Anônimo disse...

Reproduzir a crença no cristianismo não significa viver para convencer os outros ou pregar a religião. Cada um pode reproduzir da maneira que encontrar. Assim, os pais podem passar pros filhos, bem como num grupo de amigos pode-se reproduzir essa crença.. (explicando, convidando, orientando).

Agir conforme a religião que cada um acredita, é o ideal. Mas ainda somos humanos e, como tais, não somos perfeitos. Assim como quem é de esquerda não necessariamente vive conforme o que prega. Como quem é de direita não o faz.

Tudo que busca extremos é negativo. Tanto a religião, quanto a falta dela.
Não leve a extremos a questão da reprodução, se não, terá que acreditar que nós cristão devemos perseguir aqueles que não o são..

Quanto aos preceitos morais, concordo plenamente com o autor. Eles não decorrem (exclusivamente) da crença em Deus. Elas decorrem da consciência e de muitos outros fatores.

Anônimo disse...

Rafael,

"não significa se tornar fanático, esquecer o bom-senso e assumir, por exemplo, todos os trechos e preceitos da Bíblia como verdadeiros, como um código de moral."

É exatamente aí! E quem disse quem são os fanáticos? Quem é o muçulmanos fanático? Aquele que destruiu os Budas?

Anônimo disse...

"Agir conforme a religião que cada um acredita, é o ideal. Mas ainda somos humanos e, como tais, não somos perfeitos. Assim como quem é de esquerda não necessariamente vive conforme o que prega. Como quem é de direita não o faz. "

???

O fato de não conseguirmos alcançar determinadas metas não significa que não tentamos. Se vc, conscientemente, não age conforme determinados pressupostos (tipo, vamos ver, se você é de esquerda e, de repente, vota no Serra, por que ele é o melhor para o Brasil), então, automaticamente, você não é de esquerda.

Anônimo disse...

Meu deus do céu, como eu odeio errar nos singulares e nos plurais.

Anônimo disse...

Mais uma vez: Não há fundo religioso nas minhas perguntas.
Desde que o mundo é mundo, o homem questiona essas coisas. Talvez a ausência de respostas conduza à religião. Mas há pessoas que tem outras respostas que não as religiosas (tanto que não fazem parte de nenhuma religião). Por isso eu perguntei. Como isso é encarado pelo ateu. Só e tào somente só.
Ao contrário do que me parece que você está tentando fazer, não estou diminuindo aquilo e aqueles que discordo, no caso, ateísmo/ateus. Respeito, embora não comungue do mesmo pensamento. E gosto de conhecer coisas que desconheço. Por isso as perguntas.

Anônimo disse...

Eu não creio que vc esteja desmerecendo o ateísmo e etc. Mas é inegável que determinadas perguntas só tem sentido concreto para determinadas religiões.

Anônimo disse...

Você está partindo do pressuposto que nenhum cristão busca reproduzir o cristianismo. Você está partindo do pressuposto absurdo que nenhum busca agir conforme a religião.

Eu posso falar por mim. Eu busco. Aliás hoje mesmo, é dia de reunião na minha casa, onde discutimos sobre a religião.

Honestamente, não sei onde vc quer chegar. Mas me parece que quer desmerecer a crença alheia, o que é lamentável.

Anônimo disse...

A pergunta não tem sentido pela religião. Pelo menos, no meu caso. A religião passou a ter sentido, porque não encontrei outras respostas. Foi ai que me encontrei no espiritismo.
E não foi o espiritismo que me trouxe essas questões.

Anônimo disse...

"Você está partindo do pressuposto que nenhum cristão busca reproduzir o cristianismo. Você está partindo do pressuposto absurdo que nenhum busca agir conforme a religião."

Mas até que ponto? Até onde isso é valido?

A gente vê que é até o limite do outro. Creio que você pode colocar os direitos humanos universais como exemplo.

O limite da ação da crença/doutrina/não-crença são, em uma aspecto, os direitos humanos. Então os direitos humanos são o pressupostos da crença/doutrina/qualquercoisa? Digo, ela se submete aos direitos humanos?

Rafael disse...

@cabanadeinverno

Só agora vi seu comentário anterior, vou responder aos dois últimos.

Então, eu não acho que esses sejam os cristãos mornos, eu acho que são na verdade os mais sérios. Não dá pra pegar um cara como o Rubem Alves, que foi pastor por vários anos, estudioso da teologia e da filosofia, intelectual sério, sempre discutindo a religião etc. e chamar o cara de "morno" na sua relação com a religião cristã. Ele tem uma crença crítica, nada ingênua, que foge da figura tradicional do crente, de fato, mas ele é mais sério que muita gente por aí.

Não acho que não ser fundamentalista significa não ter uma relação profunda e séria com a religiosidade... É isso que eu quis dizer.

Quando eu usei o termo "fanático" (não sei se é o mais preciso...), estava me referindo às posturas religiosas fundamentalistas - que eu entendo como aquelas em que as pessoas, amparadas na fé que professam, impõem-se sobre o outro, cometendo diversos tipos de violência.

Matar em nome da fé, qualquer que seja, é fundamentalismo. Ir contra os direitos dos homossexuais também. O que eu quis dizer, acho, é que é possível viver experiências religiosas sérias sem incorrer nesse tipo de atitude. Eu penso que dá sim.

Anônimo disse...

O que você está questionando é cada cristão em si. Não a religião como um todo. E isso eu só posso responder por mim, como já fiz acima..
Você está construindo conclusões que não necessariamente fazem sentido. Direitos humanos são olimite e o pressuposto da mesma coisa?

Na minha opinião, são coisas que não estão necessariamente relacionadas como você colocou.
Não consigo ver onde os direitos humanos entram na discussão da religião (especificamente no contexto em que a dicussão caminhou).



A forma que você coloca parece levar a uma conclusão que o verdadeiro religioso é aquele que aceita cegamente tudo o que pregado pela religião. E não comungo dessa idéia. Até porque, muito do que é a religião, foi criado por homens. E, como tais, falíveis e não imunes a questionamentos.

Rafael, concordo com as suas colocações. Muito claras e objetivas. Também penso dessa forma. A religião não me torna cega.

Anônimo disse...

Outra coisa -

Essa própria concepção de fé "cega" e "crítica". Ela já não demonstra essa tendência em, antes mesmo de ser religioso/qualquercoisa, você precisa respeitar determinados pressupostos universais e objetivos?

Isso já não faz da própria doutrinha/crença-qualquercoisa, numa expressão da idiossincrasia, puramente subjetiva?

Anônimo disse...

Tita: Porque estamos aqui?
Lisa: Essa é uma pergunta que se arrasta por milênios e por mais que os intelectuais e os religiosos e os cientistas busquem respostas, ninguém chegou a um ponto final. Então o sensato me parece pensarmos que estamos aqui pra viver a vida... viver a vida pode ser algo subjetivo, mas sejamos prátic@s.

Tita: Por que fomos criados?
Lisa: Por que e para que tb. Tanto a pergunta qto a resposta se encaixam com "quem veio primeiro o ovo ou a galinha"?

Tita: Quando morremos, pra onde vamos?
Lisa: É, que vamos pra terra vc já sabe; porém vc indaga se existe algo além da vida aqui na terra... como reencarnação ou como céu e inferno e afins religiosos. 100% ninguém sabe e quem diz saber não é 100% levado a sério.

Tita: Por que pessoas são doentes e outras não?
Lisa: Pelo mesmo motivo que umas nascem pobres e outras nascem ricas... umas são baixas e outras não... uma têm olhos claros e outras não... há pessoas que adquirem doenças pelo estilo de vida que levam, outras por motivos genéticos, outras por acidentes que muitas vezes têm a ver com o estilo de vida e outros casos a gente fica sem entender e outras gentes dizem entender pq creem em algo que lhes traz lenitivo e esperança.

Dizem que a vida é como uma circunferência que mais cedo ou mais tarde, o círculo se fecha e a gente entende o que não entendia... o que não entendeu. Vou te dar um exemplo fresquinho na minha mente, pois tem a ver com que estou lendo diariamente 5 capítulos bíblicos, começando por Gênesis. Leio duas vezes ao dia: de manhã em inglês e antes de dormir em espanhol pra entender as divergentes interpretações que dão aos mesmos textos.

Cheguei a qdo Sara oferece (ao seu marido Abrão) sua escrava egípcia para que seja gerado um filho por Abrão (Sara era estéril, mas o Deus Javé ou Jeová lhe havia prometido um filho... Sara e Abrão batiam nos 80 anos). Sara duvidou da palavra de Javé e teve a ideia de um filho de Abrão com Hagai, a escrava egípcia. Não era esse o plano de Javé... encurtando a estória (sim estória e não história) nasceu um filho que deu origem aos muçulmanos, mas milênios antes disso, o povo de Abrão foi escravo dos egípcios.

Terá o povo de Abrão sido escravizado no Egipto pq Abrão teve um filho com uma mulher egipcia, alterando os planos de Javé e este --em todo seu poder e glória-- esperou séculos pra punir a desobediência de Sara e aquiescimento de Abrão?

Provavelmente Allan Kardec (que fôra católico praticante) se tornou espírita ou espirista ou espiritualista endossaria minha suposição. Os evangélicos, se raciocinassem nos textos bíblicos, poderiam dizer que sim, que Javé castigou os hebreus... è la nave và... há coisas das quais não temos certeza e se alguém diz ter certeza não levamos a sério... sejamos tolerantes e justos... eduquemo-nos e sejamos cordiais uns para com os outros.

Leila Silva disse...

Acho que eu venho todo dia a este blog para não me sentir um ET. Muito muito bom.
Eu sou professora de francês, outro dia estava lendo a redação de uma aluna e ela escreveu algo assim, tinha conhecido a namorada de um amiga francês, a moça era muito legal e tudo, mas não tinha religião e que ela (a aluna) realmente não gostava das pessoas que não acreditavam em Deus. Eu fico de boca aberta, embora seja muito comum. Muitas pessoas não entendem mesmo que se pode ter ética, aprender o certo e o errado sem precisar acreditar em um deus qualquer (evidentemente de preferência cristão na nossa sociedade). Entendo que algumas pessoas precisem deste apoio, que alguns nem consigam viver sem isso, entendendo e tento respeitar apesar de sentir o desrespeito todos os dias à minha 'falta de fé'. Eu disse 'tento' respeitar porque nem sempre consigo, sendo mulher acho mais difícil ainda pelo desprezo que a maioria das religiões têm pela mulher.
Vou lá visitar seu site, Robson. Parabéns pelo delicioso texto.

Anônimo disse...

"Matar em nome da fé, qualquer que seja, é fundamentalismo. Ir contra os direitos dos homossexuais também."

Destruir Budas também?

aiaiai disse...

É isso, Robson. Posso assinar?

lola aronovich disse...

Que bom ver que a discussão está indo muito bem aqui, sem trollagem. Continuem assim, por favor!


LisAna, não entendi muito bem. Você quer posts meus sobre a Lei da Palmada? Sobre a lei em si não há muita coisa (talvez este), mas contra bater em criança, há vários: Bater em criança mostra caráter, Larissa morta pelos pais, Guest post: Apanhar dos pais, Educar é não recorrer à violência, Dois em um:Violência contra a criança, etc.

Blanca disse...

Palmas, Robson. =)

Rafael disse...

cabanadeinverno,

Eu não tô totalmente por dentro da história da destruição dos Budas, mas pelo que o Google me contou, eu considero que sim, também é um ato de fundamentalismo.

Não entendi muito bem as suas outras colocações, e não sei se eu estou conseguindo me expressar. Eu não quis descrever as coisas em termos "fé cega" e "fé crítica" (não sei, talvez de fato tenha parecido isso), estou falando em formas de se relacionar com o sentimento do sagrado, que, se a memória não me falha, é estudado atualmente inclusive por ateus.

Isso implica sim colocar a religião num nível mais individual, relacionado à forma como cada um lida com suas próprias experiências religiosas pessoais, ou com a ausência delas.

Em cima disso é que estou defendendo que é possível se relacionar de maneira séria com o que propõem certos sistemas de crenças religiosas sem desrespeitar os Direitos Humanos.

Quanto à universalidade dos Direitos Humanos, dos princípios éticos etc., aí acho que a discussão fica realmente cabeluda e pessoalmente tenho muitas dúvidas, já que às vezes tudo me parece culturalmente construído, ao mesmo tempo em que às vezes é difícil não aceitar algumas coisas universais. Deu pra entender?

E se não foi de nada disso que você falou, desculpa se falei bobagem, ok?

Daní Montper disse...

Minha família é católica, fui batizada na igreja, e o próprio padre foi meu padrinho. Meu aniversário é em 7 de dezembro, mas até meus 14/15 anos minha mãe e avó diziam que era dia 8 porque é dia de uma santa. Quando na época de primeira comunhão, as freiras me deixavam do lado de fora das aulas brincando porque eu era muito questionadora e atrapalhava as aulas - mas ainda assim fiz a primeira comunhão, mesmo não achando algo importante. Na adolescência decidi que não ia mais à igreja com minha mãe, avó e ti@s porque não via sentindo algum naquilo e também porque não gostava do ambiente - claro que tentaram me obrigar, mas não conseguiram a não ser passar vergonha até que desistiram. Minha avó era uma daquelas senhoras que chamamos de "papa-hóstia" ou "carolas".

Mas ainda assim me vejo como agnóstica porque para mim tanto faz se existe ou não um deus etc, isso nunca foi questão para poder formar meu caráter, e não vislumbro o dos outros por esse viés tão pouco, para mim é apenas indiferente, é o tipo de coisa que não faço questão de discutir sobre no meu dia a dia, porém, quando o tema toca o meu direito de ir e vir, aí sim tenho que debater com fundamentalistas que não compreendem a importância da laicidade, inclusive para que eles mesmos possam exercer suas crenças - por mais que elas possam ser absurdas para mim, defendo o direito de que cada um tenha a crença que quiser - desde que não seja ofensiva para os demais e nem que a ditem como moral a ser seguida.

Enfim, para mim é algo como "quer acreditar em deus ou em anões? ok, faça e seja feliz sem interferir na vida dos demais por causa disso".

Excelente post, Robson.

Anônimo disse...

Sou ateu. Mas acredito que uma falha do ateísmo é a falta de uma releitura séria dos dogmas morais das religiões.

Acredito eu que muitos desses dogmas não são achismos, mas que entraram na religião afim de convencer massas não-educadas.

Existem muitos conceitos morais relevantes no cristianismo e budismo que merecem ser explorados sob uma ótica laica.

Vanessa Bencz disse...

Sou ateísta com orgulho :) mas sem ser militante.
http://garotadistraida.wordpress.com

Anônimo disse...

É um ótimo post. Me considero mais agnóstica do que ateista, mas de qualquer forma, ainda tenho que esconder isso da minha família. Não me sinto segura ainda para aguentar o que prevejo que venha se começar a falar o que realmente penso dentro de casa. Religião sempre foi uma das prioridades da minha família (apesar de uma das coisas que talvez tenha contribuído para me irritar com as religiões é a guerra religiosa interna entre parentes - mas tem vários outros fatores). Apesar de me desvencilhar de várias coisas com um "jeitinho", quando se começa a falar de religião eu fico quieta, saio da sala de fininho, dou uma escapada. Mas não é fácil. E o triste é constatar o quanto isso me afasta da minha própria família. Eu não me sinto confortável em pedir ajudar ou fazer qualquer desabafo com a minha mãe, porque sei que ela vai apenas me dizer para ir na igreja, que as coisas dão errado na minha vida pq não vou na igreja, etc, etc. É muito difícil.

Madamekoh disse...

Isso foi tudo o que eu precisava ler num dia como hoje. Obrigada!!

Jéssica disse...

Tita, sou atéia e gostaria de responder as perguntas que você fez no início. Mas adianto que minhas respostas são um tanto simplórias, porque não achei relevante obter respostas complexas.

"Porque estamos aqui? Porque fomos criados?"
Para mim, viemos do caos e voltaremos ao caos. Entendo caos como uma série de acontecimentos, sem objetivo, que simplesmente ocorrem. Exemplo: Big Bang, surgimento e destruição de planetas, catástrofes naturais, nascimentos, mortes, etc...
Então é um resposta simples para mim: Surgimos por acaso, e vamos desaparecer por acaso.

"Quando morremos, pra onde vamos?"
Para terra servir de alimento para as plantas e animais. Sendo que as únicas cosias que restarão de nós serão as influências positivas e negativas que tivemos no mundo.

"Porque pessoas sao doentes e outras não?"
Genética, estilo de vida, sorte... Eu, pelo menos, não vejo nada de misterioso nisso.

Luna disse...

Só um comentário inútil: eu nunca vi religioso falar de Pol Pot e Milosevic. Eles só sabem falar de Stalin mimimi Fidel mimimi Hitler. E não adianta dizer que Hitler era cristão, acreditam piamente de que Hitler era ateu.

O preconceito é absurdo. A parte mais irônica é que os religiosos que mais me aceitaram como atéia, sem problema nenhum, sem o "como é possível", sem uma única frase de "jesus te ama" são justamente aqueles que realmente vão à igreja e tudo o mais.

E os que mais me criticam são justamente os que mais descumprem as normas da religião que tanto venera.

Hipocrisia é praticamente pré-requisito dessa galera preconceituosa em relação aos ateus (geral é pré-requisito pra qualquer galera preconceituosa, mas como o texto é sobre ateísmo...)

Jéssica disse...

E gostaria de aproveitar para fazer um pequeno desabafo...

Já conheci inúmeros ateus que se achavam seres especiais e superiores por causa disso, especialmente homens. E estes mesmos ateus que são arrogantes, também possuem muitos preconceitos machistas e homofóbicos, cujas bases são religiosas.

Então eu me pergunto: Por que você se acha superior por não ter uma religião, se é tão afetado pelas idéias delas quanto qualquer religioso?

Isso me irrita, já ouvi de um ateu machista certa vez: "Eu sou ateu! Não preciso conhecer as religiões!".

(Obs.: A maioria dos ateus que conheci não eram assim. Destaco que todos os ateus desse tipo eram homens (geralmente brancos e heteros) porque me parece que eles eram "orgulhosos" de pertencer a alguma minoria, como se gostassem do preconceito que sentiam nas poucas vezes que se diziam ateus)

Luna disse...

Eu, como atéia desde doze anos, NÃO acho que tem conduta moral embutida. Ateísmo é a descrença em divindades, pronto, acabou.

Não entendo essa galera que fica querendo forçar a barra, querendo dizer que ateísmo também é isso e aquilo. Não é.

Se ateísmo significasse humanismo, não teria ateu misógino, nem racista, nem estúpido. Mas tem.

Ateísmo é só não acreditar em deuses. Logo, ateísmo não determina qualquer orientação moral.

Então sempre tem uma parcela de religioso que acha esses ateus babaquinhas e aproveita pra generalizar o grupo todo, porque, claro, nós temos um livro de dogmas tal como eles.

Um grupo que não deve ser generalizado é ateu, porque basicamente é uma única característica em comum entre eu, Stalin, Lola, Dawkins e tantas outras pessoas rs.

Anônimo disse...

Lola você viu? O grupo sanctu está fazendo ameaças de morte para Monique Evans pela internet, inclusive ameaçando estuprar a neta dela =/

Sei que a fonte é bizarra mas a notícia me chamou atenção: http://www.meiahora.ig.com.br/noticias/monique-evans-recebe-ameacas-de-morte-pela-internet_4795.html

Anônimo disse...

"Oras, não está escrito na bíblia que o sujeito precisa reproduzir a crença no cristianismo? Então, por que não fazê-lo?" --cabanadeinverno 14:05

Vale a pena esclarecer que isso está escrito no Novo Testamento, parte da Bíblia. Afirmar que na Bíblia está escrito que "o sujeito precisa reproduzir a crença no cristianismo" viola a crença judaica e a crença muçulmana, ambas provenientes da Bíblia, porém não sob o ponto de vista cristão.

Anônimo disse...

entre "fazer um questionamento e expressar uma dúvida" há sim diferença... quem questiona não tem dúvida, apenas quer debater o assunto com quem pensa de modo diferente... pode ser debater de civilmente ou debater rodando a baiana...

Sara disse...

Eu gostaria que houvesse um deus de justiça a quem se pudesse clamar, mas infelizmente não ha.
Creio mais é que não foi deus quem criou o homem e sim o contrário.
Pelo menos não os deuses a quem fui apresentada.

Anônimo disse...

"Meu aniversário é em 7 de dezembro, mas até meus 14/15 anos minha mãe e avó diziam que era dia 8 porque é dia de uma santa. --Dani Montper." 16:07

bem, dia 7 tb é dia de uma santa ou de um santo que dá no mesmo, basta botr no nome no feminino... com toda certeza o Vaticano criou 365 santos pra ter santo diariamente... se aumentar o número de santos, o jeito é cassar os direitos de outros santos, como foi feito com São Jorge... afinal todo santo tem direito a um dia especial e aumentar os dias do ano em prol da santidade humana não creio que aconteça.

Anônimo disse...

"E não adianta dizer que Hitler era cristão, acreditam piamente de que Hitler era ateu." --Luna 17:04

ateu ou não, pra espalhar o ódio contra os judeus e eliminar os judeus, Hitler se inspirou/justificou num texto do cristão Lutero Martinho que comparou os judeus à mais vil sujeira... o texto ainda existe.

Anônimo disse...

Obrigada, Lola, sobre "palmadas" e compactuo com vc que hoje os comentários estão deliciosamente invejáveis, não somente pela ausência de trolls como tb pela ausência de gente sabida dada a rebater sarcasticamente a torto e a direito qdo algum comentário não lhes agrada.

Raphael 16:18
Existem sim pessoas cultas, dadas a pesquisas, que tb creem em Deus e não podemos nos fazer de tolos negando isso. E... quer creiam ou não em Deus, sem estudar Gênesis (Velho Testamento), digo estudar e não ler apenas... somente estudando Gênesis podemos entender a rivalidade entre judeus e muçulmanos e por "entender" não me refiro a ser partidário de um ou de outro e nem contra os dois lados... por entender me refiro a adquirir conhecimento histórico, conhecimento sólido, pois mesmo que tudo não passe de estória, ainda assim é a história de um povo e em parte de outro povo tb.

Pra entender pq a leitura da Bíblia é proibida na China (ser proibido não significa que ninguém lê a Bíblia na China), bem pra entender o cuidado do governo chinês com ref. à leitura bíblica, é preciso tomar conhecimento de uma rebelião ocorrida no século 19 que dizimou milhares de vidas por conta de um chinês catequetizado e que se acreditava irmão de Jesus Cristo... por conta disso muito sangue foi derramado em solo chinês... não me lembro ao certo o nome da rebelião, mas é um nome ligado ao cristianismo... a uma ideia apocalíptica.

E pra finalizar, apenas pra dar continuidade a um assunto que abordei aqui algum tempo atrás e causou grande polêmica, quero dizer que aquela senhora obesa mórbida que precisou de 6 homens pra levantá-la do chão qdo0 de uma queda no quarto e colocá-la na cama, continuou com idas seguidas ao hospital e, diante do tremendo trabalho pra tirá-la da cama de casa e colocá-la na ambulância, os médicos decidiram mantê-la no hospital a partir do dia seguinte ao Natal. Ela morreu hoje às 13:10, na UTI do Hospital UniMed em Araçatuba, SP. Era minha mãe. Passou a vida fazendo promessa pra Sto. Antonio dos Pobres consertar os problemas familiares... nada foi consertado, mas a ilusão lhe servia de lenitivo.. vez ou outra alguma coincidência batia com o pedido e o santo levava o mérito.

Meu irmão, ateu e até mesmo dado a fazer piadas sobre JC (meu irmão objeto de quase todas as novenas da nossa mãe), retornou do hospital ontem, qdo pensou que seria submetido à cirurgia de uma hérnia abdominal (2a. cirurgia) e foi-lhe recusada pois precisa emagrecer um bocado.


Assim que, --sejamos ateus ou sejamos crentes, sejamos crentes nessa ou naquela religião-- há fatos da vida que, por mais que tenhamos debatido sobre eles, seja lá contra ou a favor, esses fatos nos igualam de alguma maneira, em algum ponto das nossas vidas. Sei que alguns de vcs se sentirão impelid@s a expressar os pêsames. Por favor, não o façam. Bastam-me suas intenções e suas vibrações positivas, sinceramente falando.

ps - não o façam OU não o faça? estou perdida na concordância!

Rayara disse...

Adorei o texto!

Sou católica praticante, mas questiono sim muitas coisas da Bíblia. Até porque sabemos que a Igreja já foi uma instituição extremamente corrupta e muitas coisas foram alteradas, omitidas e acrescentadas...

Para mim, acreditar em alguma coisa dá sim mais sentido à minha vida. Nada contra ateus, apesar de não me identificar nem um pouco com essa opção, apenas respeito, assim como peço que respeitem a minha opção e não venham chamar o meu Deus de "amigo imaginário". Isso é sim pejorativo e irônico.

Assim como acho igualmente irritante qualquer tipo de fundamentalista ou religiosos que tentam te converter a todo custo.

A religião ou a falta dela não determina caráter de ninguém, como foi perfeitamente provado no post, mas pode dar um sentido positivo a mais na vida de quem tem uma, quando se é dosada e aliada com o discernimento.

Cora disse...

Tita, peguei o bonde andando, mas não resisto a responder suas questões sob o meu ponto de vista.

Pra mim, a vida surgiu naturalmente em nosso planeta, pois uma série de condições estavam presentes e a combinação dessas condições fez surgir, primeiro, estruturas capazes de auto replicação a partir de materiais presentes no meio. Depois, estruturas q poderiam já ser chamadas de seres vivos. Se as condições fossem outras, talvez nunca tivessem surgido essas estruturas e este planeta seria tão desabitado qto nossos vizinhos.

A vida é um continuum, estamos tds ligados uns aos outros. Assim, estamos aqui pq uma série de eventos sucederam-se criando condições para nossa existência como espécie e como indivíduos. Se minha mãe não tivesse se mudado pra ajudar minha tia após um parto difícil, não teria conhecido meu pai e eu não teria nascido.

Não acho q a forma como vejo isso torne a vida menos especial. Acho, na verdade, incrível o tanto de coisas q precisaram acontecer para q a matéria a partir da qual sou formada se organizasse dessa forma, me dando uma identidade. Acho realmente incrível! Não acho necessário nenhum evento fantástico pra tornar td incrível.

Acho q a segunda pergunta, pq fomos criados, está respondida tb.

Qdo morremos, os materiais q fazem parte de nosso organismo serão reciclados tomando parte de outros seres vivos. Como disse, a vida é um continuum. O carbono q ingeri no almoço e q foi incorporado numa molécula de proteína q formará uma célula do meu corpo, fazia parte de outro ser vivo. Isso não é fantástico?

As pessoas são doentes ou não pq temos organismos diferentes em q ocorrem coisas diferentes. Claro q essa questão é bem mais complexa, pois tem a ver tb com condições de vida, nutrição, ambiente, hábitos etc.

Mas, em princípio, não tenho nada contra pessoas q acreditam em deus. Meu problema é com as religiões, as instituições religiosas, pois tds, de certa forma são intolerantes e acham q seus dogmas e suas regras devem ser seguidos por tds, inclusive por aqueles q não professam sua fé.

Observamos isso em nosso país, em relação às questões LGBTTT e interrupção voluntária de gravidez.

Loja Moeggall disse...

Ser feliz sem Deus é muito fácil: É SÓ NÃO QUESTIONAR e aceitar o dogma de que mundo e o universo dualistas são REAIS. Vale para religiosos que tb aceitam o mundo e o universo dualistas como REAIS E COMO VONTADE DE DEUS.

Aline disse...

Lola, adorei o guest post. EU penso exatamente assim. Inclusive, escrevi um post para o meu blog e vou postar semana que vem sobre a minha visão de Deus. Eu sou católica de batismo. Não sou atéia por que eu acredito em Deus. Não em Javé, em Cristo, em Odin, Zeus ou qualquer nome por ai. Acredito que exista algo além de nós. Mas não acredito nesse Deus mau que algumas religiões pregam.
Conheço ateus muito melhores que muitos religiosos.
Flávio, ser ateu quer dizer que você não acredita em Deus e só. Muitos ateus seguem preceitos que religiosos também seguem. Conheço ateus que são contra o aborto e religiosos que são a favor. Ser ateu não é o mesmo que seguir uma religião.
O que eu vejo de pessoas que creem em Deus cometerem atrocidades, muitas vezes em nome desse Deus, que dá medo. Eu adorei a última temporada de Dexter, nela tem os assassinos do apocalipse que matam um monte de gente para conseguir que o apocalipse comece.
Eu acho desnecessário dizer que você discorda de alguém que é ateu se você é religioso. É claro que você discorda,pelo menos em um ponto: a existência de Deus!
Ai tem uns e outros que dizem que ser ateu é se aliar ao demônio. Filhinho, se eu não acredito em um Deus, por que você acha que eu acredito no diabo? Sabia que as seitas satânicas, elas acreditam em Deus? Só preferem cultuar o demônio...
A biblia é um livro de horrores, guerras, estupros, morte, enganação, traição etc.
Querer impor uma crença ou uma não crença a alguém é por si um ato errado. As pessoas devem crer naquilo que quiserem e pronto.
Eu, Aline, trago uma carga religiosa muito grande, alguns preceitos cristãos sim, mas eu filtro muita coisa e acredito naquilo que eu quero acreditar e no que eu acho certo acreditar e tenho meus motivos para não desacreditar totalmente. Tentar desconstruir uma crença só nos coloca no mesmo saco de religiosos extremistas que acham que todos devem acreditar no mesmo que eles.

Patrícia disse...

Oi Lola, tenho 16 anos e adorei esse guest post.
Não faz muito tempo que me descobri ateia. Pensando bem... há um ano atrás eu nem sabia que isso existia. Ateus não são muito populares, né? Eu não conheço nenhum pessoalmente.
Hoje me considero ateia, mas não fico contando pro mundo essa minha condição, apenas meus melhores amigos sabem... Talvez por medo da discriminação.
Uma vez comentei com a minha mãe que pra mim Deus não existia e ela explodiu de nervosismo, perguntando pra mim "Quem existe pra você? O diabo?" O que eu achei uma grande ofensa. Mas me calei. Minha mãe é muito religiosa, não vai a igreja sempre, mas realmente acredita em soluções religiosas. Sou batizada, já fiz até catequese, já me confessei e tive uma primeira comunhão. Depois disso pisei na igreja pouquíssimas vezes... Ano passado me recusei a fazer a tal Crisma. Mesmo que eu ainda acreditasse em Deus, me recuso a pisar numa igreja de forma obrigatória.
Hoje me mantenho calada sobre "quem eu sou", mas sou bastante ativa, lendo na internet e tenho uma mente bem mais aberta da vida, do mundo. Sou mais feliz assim.

Sabe, eu ainda uso aquelas expressões tipo "graças a deus", "deus me livre"... Mas é do costume católico.

Denise disse...

E nao esqueçamos dos agnósticos... Estes são discriminados tantos pelos ateus como pelos religiosos...
Se um religioso descobre que você é agnóstico, imediatamente pensa que é ateu e não tem santo que o explique. Se um ateu descobre que você é agnóstico imediatamente te chamam de ateu dentro do armário, ou até de covarde pois não quer assumir o ateísmo. Dose...

Anônimo disse...

A todos que responderam minhas perguntas segundo seus pontos de vista, agradeço imensamente.
Era isso mesmo que eu queria saber. Qual era a visão das pessoas que não acreditam em Deus.
Mais uma vez quero esclarecer, que minhas perguntas não eram questionamentos (obrigada a pessoa que fez a diferença entre pergunta e questionamento - era isso o que eu achava que era). Realmente, gostaria de saber o "outro lado da moeda".
No mais, viva a diferença. É bom demais viver num país livre onde as pessoas podem dar suas opiniões divergente das opiniões de outras pessoas.
Isso engradece o debate e nos ensina a respeitar as opiniões dos demais.

andylemes disse...

Falou tudo que eu gostaria de falar as pessoas sobre o ateísmo! Adorei!

Anônimo disse...

Rayara,
Tão simples e, ainda assim, conseguem complicar tanto! Compactuo com você.

Anônimo disse...

". . . Se as condições fossem outras, talvez nunca tivessem surgido essas estruturas. . . " --Cora 18:38

E não te intriga como e por qual autoridade surgiram essas condições específicas, ausentes em outros planetas?

Anônimo disse...

"Sabia que as seitas satânicas, elas acreditam em Deus? Só preferem cultuar o demônio...
A biblia é um livro de horrores, guerras, estupros, morte, enganação, traição etc." --Aline 20:42

Seria ianteressante se buscassem o significado da palavra demônio entre os gregos... era anjo.

A Bíblia é um livro que mostra o caráter humano tal qual é hoje e tal qual sempre foi, assim como Shakespeare representa o caráter humano em todas as suas peças num empate com relatos bíblicos sobre a natureza humana, particularmente do Velho Testamento.

Anônimo disse...

Patrícia 20:48
Sugiro a leitura de "Memórias de uma filha bem comportada", de Simone de Beauvoir... feminista francesa ateia bem resolvida com a vida, com as letras, com as artes, com a bissexualidade, consigo mesma... apesar de rejeitada pela mãe, qdo ainda adolescente, ela confessou pra mãe que era ateia, a mãe católica praticante etc. etc.

Daniela Rodrigues disse...

Ótimo texto. Como atéia, me sinto representada por ele.

E, para as pessoas que acham que o antigo testamento da bíblia apenas e tão somente retrata a "natureza humana", violenta e gananciosa por princípio, recomendo fortemente a leitura de The Western Illusion of Human Nature, do antropólogo norte-americano Marshall David Sahlins (desculpem, não sei se há tradução para o português. procurei rapidamente no google e não encontrei, em todo caso). Coisas incríveis podem ocorrer na mente das pessoas com um pouquinho de antropologia...

Anônimo disse...

"E, para as pessoas que acham que o antigo testamento da bíblia apenas e tão somente retrata a "natureza humana", . . ." --Daniela Rodrigues 23:26

O Antigo Testamento retrata a natureza humana (entre outras coisas) e não "apenas e tão somente" retrata a natureza humana. Shakespeare retrata a natureza humana tb e não retrata "apenas e tão somente" a natureza humana... mas apesar dos "acessórios" tudo que o homem pratica expressa a natureza humana... tudo o que o homem pratica e tudo o que a mulher pratica... A expressão da natureza humana está por trás de tudo o que o ser human@ espalha seja lá às claras ou seja lá às escondidas.

Não sei de livro de Marshall David Sahlins que tenha sido traduzido pro português, porém há artigo que pode ser lido no link abaixo.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93131997000100002&lng=en&nrm=iso

Daniela Rodrigues disse...

LisAnaHD disse...

"O Antigo Testamento retrata a natureza humana (entre outras coisas) e não "apenas e tão somente" retrata a natureza humana. Shakespeare retrata a natureza humana tb e não retrata "apenas e tão somente" a natureza humana... mas apesar dos "acessórios" tudo que o homem pratica expressa a natureza humana... tudo o que o homem pratica e tudo o que a mulher pratica... A expressão da natureza humana está por trás de tudo o que o ser human@ espalha seja lá às claras ou seja lá às escondidas.

Não sei de livro de Marshall David Sahlins que tenha sido traduzido pro português, porém há artigo que pode ser lido no link abaixo.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93131997000100002&lng=en&nrm=iso".

Aham... Você entendeu tudinho.

Quanto ao link, gostei. ;)

Anônimo disse...

E tendo vc transcrito integralmente meu comentário... todinho e tudinho... mostra que vc apreciou meu entendimento... rs...

Daniela Rodrigues disse...

Debaaais da conta. Isso merecia ser reproduzido.

Sem mais palavras. Bravo!

Christine Spark disse...

Já acompanho seu blog há um tempo, mas é a primeira vez que faço um comentário. Este post, mesmo não tendo sido escrito por você, chamou-me bastante atenção.

Considero-me uma pessoa sem religião, porém, creio em Deus. No entanto, a minha fé ainda é abalada pois sou cética, muito ciência e minha razão não consegue tomar isso como verdade.

Sinto a necessidade de crer em algo superior e talvez por isso, e só por isso, eu acredite em Deus. Sentir que há Alguém tomando conta de nós, dá-nos força para seguir em frente em momentos difíceis, é como aquela luz no fim do túnel, a esperança de que tudo vai dar certo.

Tenho profundo respeito por aqueles que não acreditam, mas prefiro descrer nas ideias ateístas.

Loja Moeggall disse...

Christine Spark, vc vê necessidade de crer em algo superior porque VOCÊ é superior, e todos nós tb. Embora tenhamos a impressão que somos ou temos um corpo inserido num mundo material, intuimos que NÃO SOMOS esse corpo e não estamos exatamente onde querem nos fazer crer que estamos.

Bjs

Anônimo disse...

Daniela, eu sou mulher e o correto seria vc dizer: Brava!

Raysa disse...

Lola e leitores, vocês viram essa notícia?? http://colunas.revistaepoca.globo.com/mulher7por7/2011/12/30/uma-vida-pela-outra/

É interessante ver os comentários, julgando sem pensar como um ato de amor materno, coragem, etc, comumente ligados a Deus e opinião anti-aborto, sem pensar nas implicações. Vale um post

Anônimo disse...

Christine, comentário assim como o seu me toca e me faz crer num mundo melhor... num lado melhor do ser humano. Obrigada.

Anônimo disse...

Raysa, uma vez já é suficiente... pra que TRÊS? Pai, Filho, Espírito Santo?

Jamie Barteldes disse...

Post maravilhoso, como disse a Carol, é o tipo de coisa que eu gostaria de ter escrito.

Anônimo disse...

eita blogue lascado di bão este Escreva Lola Escreva... seguindo o link da Jamie Barteldes dei com um blog de culinária e de cara vejo como que a Mona Lisa... eu a tenho sobre a lareira até que eu decida ou não se a TV vai pralá... eu sei eu sei o que muitos pensam disso, but please don't say a thing, have mercy... lol...

As Receitas da Tia Gio
Comer bem é um dos prazeres que eu não dispenso por nada deste mundo... Vou tentar ensinar-vos o pouco que sei e conto aprender imenso com vocês...
http://receitasdagio.blogspot.com/

Falco disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Falco disse...

Uma das maiores verdades ditas aqui foi aquela vinda de Luna.
Generalizam os ateus.
Os mais ignorantes têm os ateus por maus, infelizes etc. Outros vêem os ateus como esquerdistas, liberais etc.
Ateu é quem não acredita em divindades e ponto. Conheço ateu que tem medo de alma.
Eu mesmo sou inclassificável. Meus amigos esquerdistas me têm por conservador, facista, de extrema direita. Os de direita me acham esquerdista.
Tenho posições que desagradam a ambos os grupos. Sou ateu, capitalista, materialista, a favor da presença do Estado na economia e devidas prestações sociais (contra o neoliberalismo) a favor do casamento gay, adoção gay (posição ainda não muito consolidada), "bichafóbico" (tenho pavor, detesto mesmo, gays afetados, bichas ensandecidas, travestis e afins), a favor da regulamentação da produção e distribuição das drogas recreativas mais leves (apenas as extremamnte nocivas ficariam de fora, tais como crack e heroína), penso que bandido bom é bandido morto, acho que os fins justificam os meios, sou radicalmente contra maus tratos aos animais (inclusive os tenho no mesmo patamar ou acima dos homens) e por aí vou. Muitas daqui me chamariam de machista. Inclusive não concordo com muita bobagem já dita por Lola. Recentemente xinguei muito por ter botado no mesmo saco Eike Batista, Narcisa Tamborideguy e Valdirene (do programa sobre Ricas.
Tem ateu pra todo gosto.

Anônimo disse...

É isso aí Falco, nem todo comunista é ateu... pelo menos nem todo cidadão forçado a viver em sociedade comunista é ateu... conheci cuban@s nascid@s e criad@s bajo Fidelito que continuaram sendo cristãos... houve quem conseguisse fugir e houve quem continuasse sob o regime que não dá opção pro cidadão ir e vir... é como Javé no Velho Testamento - se não faz o que o Poderoso quer manda determina, o castigo cai sobre a cabeça e o corpo todo...

Sim, acho Fidel Castro inteligentíssimo e sortudo, aprecio sua desenvoltura e simpatia nas entrevistas a jornalistas american@s... apreciaria seus discursos não fôra o qto ele grita e o qto ele se estende até mesmo por horas a fio.

Li Che Guevara, li carta dele redigida às filhas, li carta dele redigida à mulher (Celia) e vi vídeos com Che no filme. Sobretudo, ainda hoje me condoo por Camilo Cienfuegos. José Martí está entre meus cubanos prediletos.

Falco disse...

"gostaria de saber para o ateu qual o sentido da vida. Porque estamos aqui? Porque fomos criados? quando morremos, pra onde vamos? Porque pessoas sao doentes e outras não?"


Alguns responderam, mas o ponto principal é que o crente quer saber a razão, o sentido, o porquê, o objetivo de existirmos.
Rápido e seco: nenhum! Chegamos aqui pelo acaso, isso já foi bem explicado.
Não há um motivo, razão, sentido, objetivo, nada do tipo.
O sentido nós que devemos definir. Para mim é razoavelmente simples: viver como melhor lhe aprouver, desde que isso não afete os outros e a natureza.
Quando morremos viramos um pedaço de carne morta que irá apodrecer. Servirá de adubo. Simples assim.

Agora pergunto eu: você percebe que a sua fé (e a da maioria dos crentes que postaram aqui) é sustentada em razão dessas perguntas? Ela existe para satisfazer uma necessidade de transpor a morte e justificar a existência? Que você acredita porque precisa vencer a morte, precisa continuar a vida em algum outro plano, se recusa a perder para sempre as pessoas que lhe são caras?
Alguém aí em cima praticamente disse isso, só que com outras palavras: eu acredito porque é mais fácil viver assim!
Ora, claro que é! É muito fácil viver acreditando que não há um fim. Que há um ser provedor de tudo. Que há um ser onipotente pra ajudar quando é preciso. Tenho inveja de quem acredita nisso. Infelizmente eu tomei a pílula azul e não vivo mais na matrix.

Raysa disse...

LisAnaHD Foi sem querer, haha. Perdão. Já apaguei.

Caroline disse...

É tudo tão complexo. Mais uma vez o blog fazendo eu pensar em coisas q nunca pensei antes.

Eu sou espírita, acredito em Deus, não sou homofóbica, não sou machista, não sou fanática e não levo ao pé da letra tudo que está na Bíblia. Não sou carola, não vivo dentro de uma igreja e não acho que quem é ateu é alguém ruim.

A impressão que me dá é que, por eu ter uma religião e acreditar em Deus, eu deveria ser totalmente diferente do que eu sou. Uma das piores coisas que tem é a generalização. Pegam todo mundo e coloca no mesmo saco e sacode, como se todo mundo que fosse ateu é ruim e todo mundo que tivesse religião fosse fanático. É isso que me incomoda.

E concordei com tudo que o Rafael disse.

E adorei o post. Parabéns!!

Anônimo disse...

rs... tudo bem, Raysa... acontece.

Falco, deixe de ser intolerante e intransigente, filho de Deus... um deus. Mesmo pq no que vc crê (e afirma ser assim ou assado como se vc fosse o dono da verdade) não passa da sua crença de um descrente... rs... vc crê no que o cristão não crê... vc não crê no que o cristão crê... (digo cristão mas pode ser outra fé religiosa)... vc crê que Deus não existe... outro crê que Deus existe...

Sejamos tolerantes e tenhamos simpatia entre nós mesmos... eu e @ outr@... vc e @ outr@... seja um ateu bacana, capaz de se fazer gostar ao menos por ser tolerante para com os crentes que não compactuam com sua descrença... rs...

ficou confuso meu texto? é pq crença e descrença se cruzam e se confundem.

Falco disse...

Ficou. Mas não sou político e não preciso que gostem de mim.
Interajo com poucas pessoas. O suficiente para viver.
Sou intolerante, intransigente e, pior, preconceituoso: tenho preconceito com o ser humano.
Não gosto de gente.

Falco disse...

E respondi que era assim ou assado porque a pergunta realizada foi: "gostaria de saber para o ateu qual o sentido da vida".
Então entende-se que aquela é a minha opinião. São as minhas verdades.

Loja Moeggall disse...

Falco, ainda hoje eu perguntava a meu marido, que é físico, por que a Terra foi agraciada com uma camada generosa de oxigênio, e que por causa disso podemos existir enquanto corpos materiais enquanto outros planetas não tiveram a mesma 'sorte' ou 'casualidade'.

Engraçado que nunca havia me ocorrido essa dúvida. Aprendemos as camadas gasosas da Terra ainda no Fundamental, mas não me lembro de terem ensinado por que existe a troposfera, com O2, vapor dágua, exatamente o que precisamos para viver e respirar. Meu marido então me disse que se acreditava que as árvores eram as responsáveis pelo 02 que respiramos, mas que depois se chegou a conclusão que estas consomem o oxigênio que fabricam e que o verdadeiro responsável pela formação da troposfera são as algas marinhas que produzem o oxigênio no fundo do mar e este vem para a superfície da Terra e fica presa pela gravidade. Disse também que esse conhecimento é razoavelmente recente.

Então, grosso modo, podemos dizer que a razão por que as algas existem é para nos proporcionar uma camada de 02 para que todos os seres viventes possam respirar e assim existir. Se as algas fossem racionais que nem nós, elas também perguntariam qual a razão, o objetivo, o sentido de sua existência e você responderia, rápido e seco: nenhum.

Falco disse...

Então eu posso dizer que o sentido da humanidade existir é de acabar com o mundo em que vive, consequentemente com a própria humanidade.

Todo ser vivo tem uma função dentro da natureza. Acredito que não foi esse o jaez do questionamento feito.

Falco disse...

Bom, eu tenho o defeito (ou a falta de paciência) de ler apressadamente e passar por cima de muitos posts.
Acabei fazendo uma pergunta ao camarada que já tinha deixado a resposta:

"Desde que o mundo é mundo, o homem questiona essas coisas. Talvez a ausência de respostas conduza à religião."

"A pergunta não tem sentido pela religião. Pelo menos, no meu caso. A religião passou a ter sentido, porque não encontrei outras respostas. Foi ai que me encontrei no espiritismo."

Então, fazendo aqui uma dedução, porque tenho uma mãe espírita fanática e em razão disso tenho um conhecimento mínimo do ponto de vista do espiritismo, imagino que o companheiro aí comunga da idéia de que o sentido de existirmos é a evolução epiritual. Progredir espiritualmente a fim de evoluir e atingir algum plano ideal ou algo que o valha, mediante nossas ações no plano físico. Grosseiramente é algo mais ou menos assim?

Agora eu pergunto: qual o sentido que há em um ser perfeito, onisciente, onipresente e onipotente realizar essa criação? Tédio?
Deus estava cansado da sua solidão eterna e resolveu criar uma espécie de RPG?
E se ele é onisciente e onipresente, no momento da criação ele já conhecia o ápice da evolução da sua criação. Ele precisa assistir o processo evolutivo?

Elisabeth disse...

A crença em Deus é algo que deve ser vivido e sentido, jamais imposto por outros. Ser uma boa pessoa, de caráter, com bons princípios independe da fé. Eu creio em Deus e respeito os que não creem. As pessoas não são iguais e devem ter liberdade para acreditar no que quiserem, desde que não interfiram no direito alheio.
É uma pena que as pessoas ainda queiram dominar o que o outro pensa, sente e vive.
Bjks, Lola!

Anônimo disse...

Falco,

Sobre sua pergunta:
Sou espírita, talvez não fanática como sua mãe, mas com muita convicção.
Tenho dificuldades de aceitar coisas que simplesmente não tem explicação.
A doutrina espírita explica muito mais do que você pode imaginar. Sugiro que, se lhe interesar, analise o Livro dos Espíritos (não para se converter, mas a título de esclarecimento acerca da minha religião. Eu, por exemplo, gosto de ler coisas que nao conheço, ainda que nao comungue com os entendimentos...)
O espiritismo é ciencia, filosofia e religião.

Enfim.. o por quê Deus criou o homem: essa é uma pergunta que eu sempre me faço. Mesmo com toda a base espírita que tenho adquirido nos últimos anos, infelizmente, ainda não sei essa resposta. Mas isso, tão somente, não me faz acreditar menos em Deus. Nesse aspecto aceito que ainda talvez não seja o momento evolutivo do ser humano para que essa resposta seja revelada.
Eu aceito minha religião com essa dúvida que fica, porque muitas outras delas me foram sanadas.
Além disso, eu não posso descrer de Deus. Sinto sua presença. Sinto manifestações espirituais. E não posso duvidar do que eu já vi.
Há sim (na minha opinião) um Deus. Que nos guia e que nos rege. Que nos dá livre arbítrio. Meu Deus não é mau, não é vingador. Ele nos dá oportunidades de melhoramento. Eu creio em Deus e sou muito grata por isso.
O sentido da vida tenho com base nos ensinamentos da fé espírita, e isso não me faz uma pessoa de "auto-estima deficiente" ou outros adjetivos utilizados pelo autor do texto.
Respeito e sempre respeitei aquelas pessoas que não acreditam em Deus. Ser crente ou ateu não é vergonha. Todos devem ser respeitados.

_vr disse...

Sou cristã e entendi e respeito o posicionamento dele.
Concordo que é possível ser feliz sem Deus.
Só preciso comentar que a moral bíblica jamais considerou certo o estupro. Francamente.

Tem várias questoezinhas teológicas com relação ao texto que poderiam ser discutidas, mas passo.

Aos ateus que quiserem se informar sobre o outro lado da moeda e ter uma visão lúcida e racional sobre o cristianismo, recomendo Cristianismo Puro e Simples do C. S. Lewis.

Paulo Paes disse...

Muito bom texto. Particularmente, acredito em Deus, e também sou feliz (hehehehe), mas acho que esta é mais uma opção, como tantas outras.
Achar que quem acredita em Deus é mais ético que os outros, é descrer na capacidade de hipocrisia do ser humano, e esquecer dos grande ladrões que estão por aí (todos eles crentes no poder supremo, descaradamente).

Falco disse...

Eu vinha tratando a Tita por o Tita. Não sei de onde tirei isso. Rss. Perdão. Você acredita mesmo no livre arbítrio? Também acredita num criador onisciente e o onipresente? Não percebe que há uma incompatibilidade nisso? O criador com essas características já conhece todos os passos da criatura antes mesmo dela pisar no mundo. Não há alternativas perante um criador que de tudo sabe e atemporal. Isso me parece óbvio demais até para ser explicado.

Leila Silva disse...

A discussão continua interessante nos comentários, mas tinha (Claro!) que aparecer gente propondo que o autor se informasse, que lesse esse e aquele livro cristão, etc e tal. Eu digo o seguinte, a grande maioria dos ateus que conheço sabe mais, já leu mais livros sobre religião do que a maioria dos religiosos. Pelo menos no meu universo isso é verdade. Eu tenho uma amiga que é doutora em literatura e estudou um autor que foi vítima da inquisião, conhece a bíblia MUITO melhor do que os 3 irmãos dela que viraram evangélicos (uma é pastora) mas eles ainda olham para a biblioteca dela e duvidam do conhecimento dela. O irmão dela um dia olhou e disse 'é, não adianta nada ter esse montão de livros aqui se não tiver a bíblia', ela pegou a bíblia e disse, 'mas eu tenho, e tenho tb o Alcorão, a Torah....'.
Eu acho de uma chatice quando as pessoas começam a querer 'converter' ateus, que nos tratam como se fôssemos desinformados. Os religiosos já têm todo o respaldo da sociedade, isso num país que é (é?)laico, podem ficar tranquilos, não é uma meia dúzia de ateus (se bem que tem aumentado o número) que vai mudar essa realidade.
Bom dia a todos.

Falco disse...

E minha dúvida não é a razão de ter criado o homem, é de ter criado o universo. Ele é perfeito e nada lhe pode ser acrescentado.

Anônimo disse...

Só pra acrescentar mais um pouco à tudo que eu havia deixado nos comentários anteriores:

Acreditar pelo conforto que a crença nos dá e, por consequência, remeter essa crença a pura individualidade, não é só cinismo?

É olhar pro céu e falar "Você finge que existe e eu finjo que acredito".

Daniela Rodrigues disse...

Eita, sempre achei que trolls fossem como anjos, sem sexo definido... E eis que um deles cobra, num ato surpreendente, seu direito à identidade sexolinguística! Será que estão se tornando feministas por imersão? Bravo, troll!

Falco disse...

Essas últimas postagens foram feitas pelo ipod, mas como é um saco digitar por lá, acabaram saindo bem resumidas e resolvi vir ao PC completar o raciocínio.

Tata: "Tenho dificuldades de aceitar coisas que simplesmente não tem explicação."

Não sei é como você consegue aceitar deus e o espiritismo. São inexplicáveis, e as poucas explicações são insustentáveis.

Sinceramente, não vou me dar o luxo de investir tempo nesse tipo de leitura. O simples fato de espíritas estudiosos do tema não me responderem questões básicas de modo satistório já elide qualquer curiosidade sobre o que esse livro tem a me dizer.

A mais elementar de todas é sobre a razão da criação. Por que uma entidade perfeita, atemporal, onipotente, onisciente e onipresente resolveu criar? Como você já adiantou que não há resposta, podemos pular essa, mas por mim o assunto já morre aqui.

A outra é analisar o criador pelo único traço tangível que ele nos deixou: a criação. Crer que um criador perfeito é responsável por, me desculpem, essa bosta, não me parece plausível. Quem olha esse planetinha e enxerga uma criação perfeita deve viver num estado de alucinação. Desconsidere, por enquanto, o fator homem, a pior coisa que pisa no planeta. Deixe a humanidade para depois.

Alguém que vive sob o efeito de substâncias alucinógenas pode até dizer que o mundo seria perfeito sem o homem. Só um louco, alguém desprovido de razão para vomitar uma bobagem dessas. A natureza é um caos selvagem e cruel. Só um psicopata para desenvolver um sistema onde criaturas para não morrerem de inanição têm que matar outro ser vivente. Isso quando a coisa é mais suave. Outras presas não têm a mesma sorte e são consumidas vivas. Posso narrar aqui casos que parecem tirados de uma obra ficcional de terror, mas acontecem diariamente na natureza. Não venha alguém me dizer que são bestas irracionais sob pena de ter que mandar tomar no centro do rabo. Não entra na minha cabeça uma entidade tão sublime quanto o deus que vocês inventaram ser o responsável por isso.

Agora o ápice da criação. A criatura favorita do criador. Acho que não preciso enumerar as desgraças que a humanidade já fez e continua fazendo. Aí vem o problema do livre arbítrio, que é o lugar seguro onde o deus de vocês se esconde. Como já falei, não há livre arbítrio perante um criador atemporal, onisciente e onipresente. Deus não é um programador que desenvolveu uma inteligência artificial e não sabe que merda pode dar. No momento da criação, há bilhões de anos, ele já tinha ciência de tudo o que aconteceria até hoje e até o sempre. Não há caminhos alternativos diante de um criador assim. Vocês escolhem: ou há livre arbítrio, ou há um criador atemporal, onisciente e onipresente. Os dois são incompossíveis. Se o livre arbítrio é o responsável por todas as desgraças que a humanidade promoveu, é forçoso reconhecer que o criador sofreu uma limitação temporal e intelectual no momento da gênese.

Vamos engolir esse pequeno detalhe e analisar outra questão: o agressor escolheu, graças ao livre arbítrio, ser agressor. E a vítima? Quem escolhe morrer de fome? Nascer cego, com câncer, AIDS etc, etc, etc? Espiritismo: é o caminho da evolução. São espíritos atrasados, com dívidas de experiências passadas, passando pelo processo evolutivo. Sério que seu deus não é vingativo? Em que medida isso pode ser considerado justo? Que senso de justiça divino é esse?
-Ah, esse aqui foi um nazista, vai voltar encarnado na África, na forma de uma criança miserável e aidética.
-Esse outro foi um assassino. Manda voltar na forma de uma garota no Afeganistão, que vai ser estuprada pelo tio e em seguida condenada ao apedrejamento pelo crime(?).

Isso é sério? Depois chamam um defensor da pena de morte de sádico e desumano.
E ainda volto ao ponto inicial: por que cacete deus precisa assistir esse circo de horrores? Por que não nos fez evoluídos de uma vez? Qual o sentido disso tudo?

Falco disse...

Não sei se é o mesmo vídeo que já assisti em um documentário, mas se não for, é algo bem parecido;

Resumindo: um grupo de orcas sai em caçada de uma baleia e sua cria. Como não podem vencer a mãe pela força, a caçada dura até a exaustão das vítimas, quando então o filhote é devorado vivo, aos olhos da mãe.

Bonito, né? Foi deus quem fez.

.youtube.com/watch?v=DYeKUpZ35Lo&feature=fvsr

Elvis disse...

Adorei o post ^^

Eu fui criado em família católica (não praticante), mas fiz catequese e tal, só que nunca fez lá muito sentido pra mim mesmo e com o tempo eu fui vendo que era ateu mesmo e pronto, mas ficava de boa, nunca gostei de discutir religião porque na maioria das vezes não leva a nada.
Depois de uns anos, não sei como minha mãe percebe essas coisas, ninguém aqui em casa nunca demonstrou muita fé religiosa, nem mesmo ela, pelo contrário, foi a primeira pessoa que eu vi questionar a veracidade da bíblia, quando uma tia minha, testemunha de jeová, vinha aqui e falava que tava escrito isso e aquilo na bíblia, minha mãe dizia que a bíblia foi escrita por homens kkk, e podia ter muita coisa manipulada nela (pasmem! minha mãe não acredita muito na bíblia, mas acredita cegamente em deus, do jeito dela). Pois bem, eis que um dia, minha mãe começou a me questionar se eu rezava, se eu agradecia a deus, eu só dizia que não e deixava quieto. Mas ela insistia tanto que uma hora virei e falei "eu não vou rezar porque eu não acredito em deus" (claro que em nenhum momento eu pronunciei palavras tão abomináveis como ateu ou ateísmo), aí ela ficou louca, gritou, brigou, só faltou bater, disse que eu tava falando aquilo pra provocar ela, aí foi contar pro meu pai e ele disse "deixa o menino" (eu: ufa!), aí eles começaram a discutir religião entre eles, e meu pai disse que tinha um amigo que era budista (eu acho) e que não acreditava em deus e que tudo bem e tal, e minha mãe "mas ele tá dizendo que não acredita em nada!!", meu pai "mas aí é ATEU!" (e fez uma cara de horror como se eu tivesse matado alguém), aí fui pro meu quarto, cada um ficou no seu canto e não se falou mais no assunto, claro que sempre que passava alguma coisa ruim no jornal, minha mãe não perdia a oportunidade de dizer que o criminoso não tinha deus no coração e bla bla.
Muuuito tempo depois disso, eu e minha mãe finalmente conversamos de forma mais civilizada, aí eu disse que eu me sentia sofrendo muito preconceito da parte dela e tal, ela disse não acreditar em deus é satânico, eu garanti que também não acredito em diabo, no final das contas ela ficou mais "conformada" e acho que um pouco triste por ver como vinha me tratando, mas é complicado, acho que talvez ela nunca entenda rsrs.

Cora disse...

Falco, pq há necessidade do universo ter sido criado? E ainda, com uma (ou por uma) intenção? Pq criação pressupõe intenção. E se as coisas forem assim, pura e simplesmente? Se imaginarmos q o universo sempre existiu (com modificações, expansões, contrações... e td mais q a física propuser como explicação)?

Cora disse...

LisAnaHD, a vida como a conhecemos depende de certas condições para acontecer. Falando bem simplesmente, de água líquida, certa amplitude de temperatura e da presença de certos materiais no meio, como carbono e nitrogênio. Existindo condições, por q não? Pq é necessária a intenção de uma autoridade? É essa a questão religiosa, muito ligada à natureza humana. Procuramos intenção em td e pra td. Pq algo q é muito anterior ao surgimento da humanidade precisa de intenção pra ter acontecido? Após o aparecimento das primeiras estruturas estáveis, capazes de auto-replicação, a história da vida age sobre aquilo q já existe, mais ou menos como nossa história, nossos artefatos, q são construídos a partir de modificações de situações e artefatos q já existiam.

Pra mim é muito claro q deidades são invenções humanas, como a roda e o computador. Principalmente o deus cristão, criador do homem à sua imagem e semelhança. Quer coisa mais humana q um deus semelhante ao humano?

Não acho mesmo q precisamos de deidades pra regular comportamentos. A vida q deve ter sentido é a de cada um, não A vida. Como disse, acho fantástico imaginar q, se o planeta fosse um tiquinho mais pra lá ou pra cá, um tanto menor (portanto, com força de gravidade insuficiente pra segurar uma camada de gás) e muito provavelmente não existiria vida como a conhecemos aqui e hoje.

O q vemos do planeta, da vida e do universo é um retrato, uma espécie de fotografia q captura um momento em função de nossa curta existência como espécie e como indivíduo. Uma fotografia q nos mostra um pequeníssimo momento da história do planeta, da vida e do universo.

A história da vida me intriga, sem dúvida. Como td ser humano, tb sou curiosa e gostaria de ser capaz de explicar os eventos q aconteceram para q o planeta ficasse do jeito q está hoje. Mas não preciso de autoridade e nem de intenção pra isso. Acho q td pode ter acontecido naturalmente.

Falco disse...

Cora, tem certeza de que leu todos os meus posts?

Cora disse...

Falco, tem duas coisas q fazemos rotineiramente e q, acredito, deveríamos abandonar.

1. Explicar e/ou justificar comportamentos humanos usando qq outra espécie com o comportamento q mais combina com aquele q desejamos explicar/justificar.

2. Julgar comportamentos de qq espécie segundo preceitos éticos puramente humanos.

O mundo natural nos parece absurdo, não? Mas a vida depende de outra vida. Principalmente a dos animais. Organismos autotróficos podem se dar ao luxo de serem quase (veja bem, quase) independentes de outros seres vivos. Mas, os animais não. Assim, estratégias de alimentação podem nos parecer cruéis mesmo. Não assisti ao vídeo, mas digo q, se o ponto de vista fosse o das orcas, vc torceria por elas. O tom dos documentários, as histórias q criamos, o fato de darmos nomes aos animais, td isso de certa forma humaniza, e passamos a nos identificar com as dificuldades destes em encontrar alimento e criar os filhotes. Predador e presa estão com a mesma dificuldade: encontrar alimento, abrigo, água e garantir a sobrevivência dos filhotes.

Achamos animais mais ‘importantes’ do q plantas pq somos animais tb. Rola uma identificação. Mas, do ponto de vista da vida pura e simplesmente, os organismos são semelhantes, sujeitos à pressões seletivas, atacados por parasitas e predadores q podem ser bastante ‘cruéis’ tb.

Mas, falando em ‘horrores’ do mundo natural, nada parece mais ‘cruel’ q os parasitas. As estratégias desses organismos podem ser ‘horripilantes’ e ‘cruéis’ (não gosto mesmo desses termos qdo usados em relação a qq ser vivo q não seja um primata humano).

Como disse em outro comentário, pra mim deus é claramente uma invenção humana. E o espiritismo uma tentativa de ‘melhorar’ essa invenção humana tão difícil de ser compreendida.

E, as religiões, absurdas, sem dúvida. Muito contraditórias e intolerantes. Respeito pessoas e, portanto, respeito tb aquelas q crêem em deus. Mas, não nutro respeito nenhum por religiões, suas instituições e seus dogmas.

Falco disse...

Cora, acho que vc não me acompanhou desde o começo.
Eu nem li esse seu último post inteiro, mas deu pra perceber que está equivocada sobre o que penso.
Eu sou ateu e pelo pouco que li, concordo com tudo o que disse.
Quis mostrar que a natureza não é compatível com a idéia de ter sido criada, ainda mais por um criador perfeito e onipotente.

Cora disse...

Falco, não li tds mesmo, não. Foi mal. Mas, em essência, não discordo de vc. Apenas comentei algo q estava escrito. Fica valendo para outros comentaristas.

Cora disse...

Falco, em relação ao comentário maior, novamente não discordo de vc. Pontuei aquelas duas questões pra deixar claro um hábito q, acredito, deveríamos abandonar. O resto td foi mais no sentido de complementar. Não precisa ficar na defensiva. Talvez não devesse ter citado seu nome. Lerei tds os comentários pra confirmar, mas posso dizer q concordamos em muitas coisas. Apenas a forma como dizemos as coisas é (um pouco) diferente.

Carol M disse...

Eu já estava pensando em responder, mas a Cora chegou antes.

Não lembro mais quem disse que as algas liberam O2 para que os outros serem possam respirar. Na boa, não coloquem pirlimpimpim no que não entendem.

Organismos fotossintetizantes liberam O2 formado nos seus processos metabólicos de produção de açúcares pq o O2 acumulado iria oxidar as estruturas celulares internas. O2 é um excreta! Tanto quanto os derivados de nitrogênio que nós expelimos na urina. Nós expelimos pq aquilo acumulado iria fazer mal.

Eu respeito muito a crença de cada um, mas não peguem fatos biológicos simples e transformem em mágica, é um ofensa com aqueles que estudam essas coisas.

Falco disse...

O ponto que quis mostrar é que um criador perfeito e onipotente teria feito algo muito melhor.
Quem pode tudo não faria uma desgraça dessas. Você me parece bióloga ou algo do tipo e deve saber melhor que eu que um animal é capaz de sofrer.
Esse cenário não se coaduna com a hipótese de ter sido criado por esse arquiteto aí.

Anônimo disse...

Daniela Rodrigues disse... 6 de janeiro de 2012 10:33
"Eita, sempre achei que trolls fossem como anjos, sem sexo definido... E eis que um deles cobra, num ato surpreendente, seu direito à identidade sexolinguística! Será que estão se tornando feministas por imersão? Bravo, troll!"

OK, Dani. Truce... Peace... Shalom... Inshalá... Inshaká... vc escreveu bonito, bonito mesmo, e o único pecadillo foi o uso do termo troll, mas vou deshapralá... Adonai é mais... e Zeus passou a ser desacreditado.

Cora disse...

Falco, entendi seu ponto de vista. Quis apenas complementar, como disse antes. Pra mim tb é difícil entender esse arquiteto e, mais ainda, a necessidade dele. Admito q não elaborei muito bem o comentário. Foi a pressa.

Como disse q provavelmente concordávamos, acho importante esclarecer mais um pouco. De tds as suas posições, discordo do bandido bom é bandido morto, não acho q os fins justificam os meios e eike não é muito diferente de narcisa (apenas difere o brinquedo de cada um, ambos são extremamente vaidosos e egocêntricos).

E acredito q o capitalismo deva ser substituído por um sistema menos opressor, depredador do ambiente e concentrador de riqueza e poder. Isso não significa q esse sistema já exista ou q já tenha existido (ou sido experimentado).

Não tenho ‘fé’ nenhuma na humanidade. Sempre digo q, pra mim, a espécie humana é uma experiência q não deu certo. Milhares de anos de civilizações humanas e estamos com as mesmas questões pra resolver. Não sei se isso pode ser uma concordância com seu ponto de vista sobre a humanidade.

Mas, apesar disso, procuro desenvolver minha tolerância e refrear meus preconceitos. Não tenho problema nenhum com homossexuais de qq tipo. Cada um sabe de si. Não gosto de ninguém controlando meu comportamento ou meu modo de vestir. Então, procuro não fazer o mesmo com outros. Condeno (e combato) apenas comportamentos intolerantes, violentos, agressivos, q segregam.

Provavelmente há muitos outros pontos de vista divergentes entre nós, mas acho q basta como esclarecimento, não?

_vr disse...

Leila Silva,

Não propus a leitura ao autor, necessariamente, nem quis insinuar que ele ou qualquer ateu é desinformado. Nem quis converter ninguém. É só uma sugestão de leitura, CASO HAJA interesse. Ok? Pelo fato de achar o livro interessante mesmo.

A propósito, também acho altamente preconceituoso deduzir que se sou cristã automaticamente sou ignorante.

Ótima discussão, gente.

Anônimo disse...

di-minuta,
obrigada por abordar C. S. Lewis... não devemos deixar passar a oportunidade de lermos algo bem escrito, quer concordemos ou não com o autor... geralmente quem sai espicaçando a torto e a direito é pq tem a visão limitada e a cabeça feita através de leitura acadêmica ou de leitura defendida por acadêmicos que proliferam nas universidades brasileiras fazendo a cabeça dos estudantes, que acabam se achando o máximo pq o profe que endeusam falou isso e aquilo... acredita nisso e naquilo... too bad...

Loja Moeggall disse...

Carol, obrigada pela sua explicação. Sei que fui bastante superficial. Só coloquei esse fato como uma ilustração às avessas do que o Falco falou, quer dizer, que não há sentido, objetivo, razão para nossa existência, rs. Pensar desta forma é atentar contra a razão, inclusive científica.

Falco, suas indagações são muito pertinentes, agora que vc aponta as incongruências da histórinha da criação e os argumentos usuais para essa perplexidade em que nos encontramos.

Loja Moeggall disse...

Cora, essas condições que tornaram estruturas capazes de se auto replicarem naturalmente e mais, de se auto moldarem, auto sofisticarem, auto modificarem (evoluírem, se quiser), digamos, se AUTO CRIAREM, não são vistas hoje em dia, nem reproduzidas em laboratório. Custa-me crer que essas condiçoes desapareceram, visto que a vida -- seja lá o que for -- segue exuberante no planeta.

Bjs

Branca disse...

Então, levo meses vivendo com uma família muitíssimo católica. Missa todo domingo (alguns membros vão todo dia), orações antes de dormir, cruxifixos, etc, etc.

E preciso admitir que muito preconceitos contra os crentes foram derrubados, alem de entender um pouco mais.

Os ateus não entendem que ser crente de verdade é ter Deus como o centro da vida - mas não como única coisa da vida. É ter essa força misteriosa da fé e viver guiado por ela, seguindo seus preceitos e sendo ativo nesse sentido.

Claro que há religiosos (principalmente cristãos, bastante fechados pra outras culturas) que são absolutamente fechados e se colocam como vítimas de uma crescente desevangelização. Mas isso eu tenho de comparar com gente que é obcecada com objetivos políticos ou de entretenimento. Não vejo diferença nesse ponto. Todos dizem que, se você não segue/gosta daquilo que sigo/gosto, você está perdido. E isso é ma droga em todos os sentidos.

Quanto ao lance do padres pedófilos eu diria: devagar com andor. A maioria dos casos remete à década de 60 e 70, quando não se falava de sexo, principalmente de escândalos do gênero. Continuam? Sim, senhor, continuam, porque sacerdote é uma posição de poder e onde há poder há corrupção. Mas também empresários, professores e pais fazem o mesmo. Não é pela profissão. E a grande maioria dos padres, pais, professores e empresários não faria uma coisa dessas.

O que eu noto nesta família, principalmente nos membros mais jovens, é a consciência da fé pessoal mas igual consciência da escolha alheia. Que não acreditar em nada não significa que certa pessoa é má, e sequer que estará perdida; Deus trabalha em caminhos misteriosos. E se uma pessoa é ateia e boa, bem: o principal mandamento de Jesus é amar a Deus e amar ao próximo como se fosse a si mesmo, porque isso é igual que amar a Jesus.

u.u

Carol M disse...

Então Eu, acho que não é necessária uma intenção determinada para algo acontecer. Coisas acontecem e têm consequencias, e essas consequencias se acumulam no ambiente, formando causas para que outras coisas aconteçam.

Claro que nosso planeta continua tendo condições para manter vida como nós a entendemos, mas as condições de hj são completamente diferentes daquelas que proporcionaram o surgimento da vida (entendendo por isso o surgimento de estruturas capazes de se auto replicar e se replicar em seres diferentes dos originais a partir da combinação de material genético).

A vida que se mantém hj é muito diferente da vida que surgiu naquelas condições, por isso que locais extremos, como fontes sulfuricas submarinas sao estudadas, por serem mais semelhantes àquelas condições remotas e ajudarem a entender como foi o processo.

Anônimo disse...

Falco,

Mais uma vez, viva a diversidade. Mas o desrespeito é lamentável. Em momento nenhum de qualquer dos meus posts eu ataquei o ateísmo, dizendo que não tem fundamento, ou insultando seus adeptos.
Veja que agradeci a todos que responderam minhas perguntas e não fiquei questionando isso ou aquilo. É questão de cada um acreditar no que acha razoável. Ponto!
Por outro lado, você já disse que meu Deus é piscopata, por exemplo. Um grande desrespeito. Viva com aquilo que acredita e eu respeito. E respeite aquilo que os outros acreditam. Isso é elementar!
Poderia sim, passar horas do meu dia explicando suas indagações (com exceção àquela que é minha grande dúvida e já dividi aqui com todos vocês). Mas parece que você não tem interesse nas explicações, mas tão somente interesse em diminuí-las e desconsiderá-las. Até mesmo porque já disse que não tem nenhum interesse em conhecer as explicações dadas pela minha religião, ao dispensar o conhecimento do Livro dos Espíritos.
Por isso, como meu tempo é bem curto (tenho muito trabalho a fazer em um tempo absurdamente curto), vou ficando por aqui. Não vejo nenhuma utilidade prática, uma vez que você não está aberto ao debate, embora pareça pronto para o embate.

raquel disse...

http://www.facebook.com/photo.php?fbid=350843641599094&set=a.100107853339342.16.100000203820003&type=1&ref=nf acabei de ver isso aqui no facebook e sintetiza o caso

raquel disse...

http://www.facebook.com/photo.php?fbid=350843641599094&set=a.100107853339342.16.100000203820003&type=1&ref=nf acabei de ver isso aqui no facebook e sintetiza o caso

Falco disse...

Cora, nem precisava esclarecer. Eu imaginei que divergiria desses pontos. Por isso falei ali que há ateus para todos os gostos.
Sobre a humanidade, sim, acho que concordamos plenamente.

Tita, há muitos anos que não discuto com um crente sobre religião, principalmente porque é difícil separar o meu desrespeito pelo seu deus. Eu não acredito nele, e se acreditasse o detestaria. Respeito os crentes dessa forma: evitando o assunto, porque não consigo respeitar o deus deles. Como esse deus é amado acima de todas as coisas, faço idéia de como eles, os crentes, se sentem quando escutam as minhas agressões. Para mim, estou xingando e detestando uma entidade ficcional. É como dizer que papai noel é um imbecil fdp. Para o crente, é como ter o seu pai xingado de imbecil fdp.

Eu acho que a idéia de livre arbítrio e evolução espiritual é bisonha diante desse deus, de um criador tão poderoso. Esse processo pelo qual passamos com o fito de evoluirmos é desnecessário tanto quanto a criação. Se a criação, que como você mesma diz, é (ainda) inexplicável, com maior razão é a evolução, com o agravante de ser cruel. O criador que pode tudo poderia ter realizado uma obra perfeita e acabada no lugar de uma obra inicialmente involuída onde o processo evolutivo é desnecessariamente rigoroso e bárbaro. Ter criado é inexplicável. Ter criado o que criou, pior ainda.

Se você garantir que esse livro tem respostas diferentes das que já diminuí e desconsiderei, posso até pensar em ler, mas penso que essas respostas já me foram dadas por estudiosos desse livro.

E eu juro que tento respeitar você, só não consigo respeitar o seu deus, o que no fim, infelizmente, acaba sendo percebido como um desrespeito à pessoa do crente.

Loja Moeggall disse...

Falco, qualquer dia desses a verdade vai bater à sua porta. :))

Falco disse...

Espero que ele venha pessoalmente me explicar a besteira que fez e o que fumou no momento em que resolveu criar!
kkkkkkkkkkk

Loja Moeggall disse...

Ou DEScriar, né? porque criação isso aqui é que não é e vc já percebeu...rsrs

Falco disse...

Se ele vier DEScriar, vai passar a gozar de um pouco do meu respeito. =P

Lady Sybylla disse...

Ótimo post. Disse tudo o que eu sempre quis dizer aos outros que pensam que não se pode ter valores éticos e moral sem religião.

Não digo para não perder meu tempo, pois a maioria tem um tapa-ouvido invisível e não respeitam sua fala. Te julgam uma coitada.

Abraço!

Alex disse...

Não tenho nada contra os ateus. O que me incomoda em alguns é enxergarem uma linha evolutiva no politeísmo-monoteísmo-ateísmo, como se eles estivessem na vanguarda da evolução sobre o assunto, a que um dia toda a humanidade, quando se esclarecer e abandonar o pensamento mágico, como eles já o fizeram, tão brilhantes e emancipados que são, um dia se renderá. Nem todas as pessoas que acreditam em Deus são intelectualmente simplórias. E nem todas têm a autoestima combalida e acreditam em Deus por submissão e temor. Eu mesmo estou longe de acreditar naquele Deus que Michelangelo retratou tão belamente na Capela Sistina, a que a humanidade teria sido feita à imagem e semelhança. O Deus que premia e que pune. Somos os responsáveis por nossa felicidade e por nossa infelicidade. Temos livre-arbítrio e, como toda ação gera uma reação, sofremos as consequências dos nossos atos. Agradam-me muito mais as representações orientais do divino, por não serem antropomórficas. E não é verdade que não há proselitismo entre os ateus e que o ateísmo não forma um sistema organizado de crenças. Hoje já é possível perceber uma sistematização do pensamento ateu e iniciativas para divulgá-lo, com o intuito de formar "rebanhos". Acho lamentável qualquer ação no sentido de generalizar crenças e terrível o esforço dos fundamentalistas religiosos pra institucionalizar as regras que entendem corretas para suas vidas, transformando-as em constituições e códigos civis; é uma grande violência tentar impor suas crenças a toda uma sociedade, um olvido à dignidade da pessoa humana e à diversidade que ela abarca. O transcendente não se esgota nos estudos e interpretações que a história, a sociologia, a antropologia, a psicologia, as religiões tradicionais o próprio ateísmo possam fazer sobre o assunto. Acredito que o ateísmo seja apenas um capítulo no amadurecimento do tema, e que um dia chegaremos a uma síntese entre o presente, representado pelo ateísmo, e o passado, representado pelas religiões tradicionais e seus equívocos, muitos deles ainda em vigor, lamentavelmente. Existem arestas a ser aparadas em ambas as teses. O desenvolvimento das próprias ciências contribuirá para que se demonstrem os equívocos de ambos os lados, sem que haja uma débâcle do transcendente e do numinoso. Acho que no futuro chegaremos a uma síntese de tudo isso. Mas os ateus estão certos em lutar por sua reserva de consciência e por sua liberdade de expressão. Faz parte da democracia que as minorias também tenham voz e vez, pra que ela não degenere numa ditadura da maioria. Gosto muito dessa passagem de uma entrevista que Luiz Felipe Pondé deu a uma revista non grata:
"Por que o senhor deixou de ser ateu?
Comecei a achar o ateísmo aborrecido,
do ponto de vista filosófico. A hipótese
do Deus bíblico, na qual estamos ligados
a um enredo e um drama morais muito
maiores do que o átomo, me atraiu. Sou
basicamente pessimista, cético, descrente,
quase na fronteira da melancolia.
Mas tenho sorte sem merecê-Ia. Percebo
uma certa beleza, uma certa misericórdia
no mundo, que não consigo deduzir a
partir dos seres humanos, tampouco de
mim mesmo. Tenho a clara sensação de
que às vezes acontecem milagres. Só encontro
isso na tradição teológica".

Loja Moeggall disse...

Falco, boas notícias: Deus NÃO criou esse mundo. Na verdade, não há nada lá fora.

:))

Anônimo disse...

Se um Deus fez esse mundo, eu não queria ser esse Deus. A miséria de semelhante obra despedaçar-me-ia o coração. --Schopenhauer

"Nem todas as pessoas que acreditam em Deus são intelectualmente simplórias." --Alex

concordo com vc... durante muito tempo a ideia era de que ateus eram pessoas rudes, embrutecidas... depois veio a ideia de que ateus são pessoas cultas e até mesmo sofisticadas intelectualmente... hoje entendo que existe um bocado de gente ateia intelectualmente simplória... assim, em termos de crer nisso ou naquilo, em descrer disso ou daquilo, o intelecto do crente e o do não-crente empata... e ao pó retornaremos.

LoLa, muito bom o tema abordado, bons comentários tb. Não é por nada que --não queiram uns ou deixem de querer outros-- seu blogue bomba bonito!

Priscilla Franco disse...

Pois eu sou religiosa. E isso significa estar, entre as pessoas do meu convívio, em uma minoria. Já fui, inclusive, sincretista, quando em dúvida sobre qual religião me completava. Passeei pelo espiritismo, frequentei igrejas evangélicas e flertei com o esoterismo. Mas sempre tive a certeza dentro de mim que existia algo além da minha compreensão, que só poderia ser divino. Cheguei ao catolicismo já na vida adulta, por influência do meu noivo, e abracei essa religião com a consciência exata do que eu estava fazendo. Já sabia do que isso me limitaria e me permitiria. Conhecer a filosofia do catolicismo, seus valores familiares, me fez decidir que era exatamente o que eu queria para a minha vida. Por isso me aborrece tanto quando sou tratada como uma alienada por meus amigos ateus. Fico triste quando eles constatam que sou inteligente, apesar de teísta. Não consigo entender como uma coisa exclua a outra.

Gostaria que as pessoas entendessem que não ignoro que coisas muito ruins foram feitas em nome do catolicismo. Mesmo assim mantenho a convicção de que isso não desmerece sua filosofia, não o fere na essência. A base do cristianismo é o amor a Deus e ao próximo. Isso significa que, ao contrário do que muitos pensam, as missas não são feitas de pregação contra gays, mulheres e ateus. Essa é uma distorção horrível da doutrina, cometida por uma minoria radical e, infelizmente, barulhenta. Na Igreja ouvimos que Jesus, em um ato extremo de bondade, deu a outra face. Existe forma mais sublime de negar a violência?

Então, que fique claro de uma vez por todas: ser católica não faz de mim uma pessoa que discrimina. Antes de ser religiosa sou alguém que entende e respeita as escolhas individuais. Falo de bom grado sobre Deus para quem me pergunta, ou para meus amigos quando percebo que eles precisam de uma orientação. Mas faço isso sempre com carinho, disposta até mesmo a ouvir uma opinião contrária, e nunca os repreendendo por suas atitudes. Não escondo a minha religião, mas não a uso como bandeira para nada, nem classifico as pessoas como melhores ou piores por compartilharem desta minha condição.

Então, respondendo à postagem do Robson, eu preciso sim de Deus para viver. E esta necessidade completa e dá sentido a minha vida. E é assim por uma questão de escolha. A vida do cristão não se resume a pecado e penitência. Nos momentos difíceis nós temos a fé, nos de alegria a gratidão, nos momentos de perda temos a certeza da compensação. É magnífico viver na incompletude, quando a parte que nos falta vem de alguém onipresente e capaz de todo amor do mundo.

Não duvido, Robson, da sua felicidade, nem dos seus valores, sua moral ou da sua ética. Mas da mesma maneira não gosto de ser rotulada como uma pessoa teleguiada, ingênua, sem poder de decisão sobre a própria vida. No meu mundo perfeito todos teríamos liberdade para crer, não crer e para ser o que quiséssemos, livres dos julgamentos alheios.

Anônimo disse...

Falco,

Como você mesmo reconhece que não é capaz de respeitar, ainda que obliquamente, a crença das demais pessoas, sugiro que continue evitando o assunto.
Nesse contexto, não entendo o por quê de seus questionamentos, senão o de convencer os demais que estão errados. Em momento nenhum aqui nesse fórum tentei convencer que ateus estão perdidos e que devem encontrar Deus. Somente fiz perguntas para conhecer o outro lado e expus meus pensamentos, sempre questionados (e não perguntados, com o intuito de conhecer o meu lado...).
Não penso que esse tenha sido o intuito do post do Robson, mas tão somente de falar sobre o respeito às não crenças alheias. E em razão disso, digo mais uma vez: quem pede respeito, deve também respeitar os que lhe são diferentes.
E, como respeito aqueles que descreem de Deus, penso que estou no meu direito de exigir que aqueles que não creem, me respeitem.
É examente como você disse, para mim, é como se você estivesse agredindo meu pai.

Eu não posso garantir, por óbvio, que as respostas dadas pelo Espiritismo te bastem. Posso garantir, no entanto, que elas me bastam.

Tendo curiosidade sobre o tema, leia o Livro dos Espíritos ou pergunte a quem entende. Não tendo, abstenha-se,para não agredir aqueles que creem em Deus e no espiritismo ou demais crenças.

Nesse último post seu, senti um tom mais ameno, felizmente! =)

Loja Moeggall disse...

Priscilla Franco, só um lembrete: quando as coisas não derem certo na vida conjugal, familiar, criação de filhos, objetivo máximo do rationale católico, saiba que as mesmas pessoas que lhe ensinaram a santidade do casamento, a fidelidade, a proibição de qq contraceptivo (vai treinando o método billings e se prepare prá ter uma filharada ou praticar a abstinência mesmo) a acolhida de filhos para a eternidade, vão recomendar AJUDA PROFISSIONAL, quer dizer, psicólogos, terapeutas de casais, sexólogos, médicos e por fim advogados.

Felicidades,

Eu

Priscilla Franco disse...

"Eu",

Se aluma coisa não der certo "na vida conjugal, familiar, criação de filhos", ou se pelo contrário, der tudo certo, vou ter a certeza de que são as consequências de uma decisão que tomei, consciente do que estava fazendo.

Essa sua postagem exemplifica o tipo de pensamento que me faz acreditar que a única diferença entre fundamentalistas religiosos e ateus militantes é filosófica.

No final das contas é complicado entender que as pessoas podem ser felizes sem medir a vida pela mesma régua que a nossa.

Anônimo disse...

Gostei bastante do post mas discordo desta parte:
"“Sem Deus eu não sou ninguém”, “Sem Deus eu não sei viver”, “Sem Deus eu não sou nada!”, “Sem Deus minha vida não tem sentido!”. Porque isso revela um tanto de pequenez, submissão humilhante e autoestima deficiente viciada na religião."
Se alguém diz isso não merece a pancada de comentários "submissão" "pequenez" e blá, blá, blá só porque o Robson não consegue entender uma vida em que Deus ou a religião seja o centro. Isso é fazer EXATAMENTE o mesmo que alguns cristãos e outros religiosos fazem e que o dono do post prega contra. Agora se alguém que diz crer em Deus fala algo do tipo “Sem Deus não somos ninguém”, “Sem Deus não vivemos”, “Sem Deus não somos nada!”, “Sem Deus nossa vida não tem sentido!” referindo-se a todos os humanos do planeta... aí é diferente, aí merece ouvir um "a sua vida não faz sentido sem Deus". Geralmente não ligo para essas frases, e quando alguém diz pra mim que a vida dela não faz sentido sem Deus eu apenas respondo: "Que bom!" e realmente não ligo pra se a pessoa tem pena de mim por eu ser atéia. A verdade é que pouco tenho que conviver com esse tipo de coisa pois eu decido com quem convivo.

Loja Moeggall disse...

Pelo contrário, Priscilla, eu realmente quero que vc seja feliz, mas não se adquire felicidade deixando-se controlar por quem ou pelo que não garanta essa felicidade mesmo fazendo tudo certinho. Pense, pense muito, olhe em volta, antes de tomar uma decisão, principalmente baseada em dogmas que realmente não funcionem.

Bjs

Anônimo disse...

Que complicação qdo o assunto é Deus...

Deus que tá lá sabe-se onde... ou por toeas as partes... enfim até mesmo e provavelmente sossegado após a trabalheira que teve ao concretizar sua obra universal...

e depois ainda acabar com a humanidade com exceção de oito pessoas e muitos pares de animais (destruir a terra com a tal chuvarada) pq queria 'refazer' a natureza humana e tudo por ficar no dito pelo não dito !!!

enfim, falar sobre câncer, mesmo após o besteirol que Huguito Chavezito disse (possível já concretizada cura para esse mal, mas não que HC estivesse acusando ninguém... apenas para fazer seu povo refletir...) ainda assim a seriedade do assunto câncer gera menos polêmica do que falar sobre Deus...

invisível, mas onipresente e onisciente e onipotente tirando o sossego de meio-mundo qdo ELE é posto em chequemate... mate!

Loja Moeggall disse...

"Peço perdão porque afligi muitos pais de família com filhos e filhas homossexuais, em vez de os ajudar a descobrir que essa era uma riqueza que Deus concedia a esse lar para lhes permitir ser casa de amor, de tolerância e de respeito pelas diversidades. Peço perdão porque lhes recomendei que levassem os filhos a terapias psicológicas para que se fizessem «homens» e «mulheres» de verdade."

Pe. Raúl Lugo Rodríguez
México

http://www.diversidadecatolica.com.br/bibliografia_detalhes.php?id=62

Shishiu disse...

Religião em si é maléfica. Historicamente isso se comprova.
Para aqueles que a buscam - ou a fé - em busca de consolo - ui! - eu só posso lamentar, já que é um falso consolo e aqueles que o dão são igualmente falsos. Eu não nego que a fé tenha um efeito analgésico, mas é de bom tom alertar contra, já que não passa de um placebo.
Acho que foi Hawking que disse: "Deus é pra quem tem medo de escuro." Concordo plenamente. A vida é dura, curta e só tem essa. É assim que é. O resto são probabilidades desprezíveis. Você pode até escolher acreditar nelas, mas é uma escolha, sinto dizer, burra.

Recomendo dois ensaios para os que queiram se desgarrar do ser perfeito e se voltar à carne. O primeiro se chama Crítica da filosofia do direito de Hegel, de Karl Marx, e o segundo O futuro de uma ilusão, de Freud.

Tudo é fé disse...

Pode-se ser uma pessoa boa sem Deus?Depende o que é bondade para a pessoa em questão, como ela é definida sem um padrão, uma base?
Eu fiquei interessada no post do cuteatheist, que está cansado de alguns religiosos o "tratarem" como uma pessoa má, mas ele mesmo não está cansada de ter conclusões generalizadas e sem embasamento, ou seja, baseada apenas no achismo dele.
Cá entre nós, respeito todos merecem e devem ter com os outros, mas hipocrisia é burrice.

Tudo é fé disse...

Este post é exemplo de inteligencia de alguns ateus mal informados "Você pode até escolher acreditar nelas, mas é uma escolha, sinto dizer, burra."
Para afirmar que algo é uma escolha burra ou não, no minimo deve-se ter provas disso. Cadê elas?

Anônimo disse...

http://cdn.memegenerator.net/instances/400x/11395024.jpg


^ Assim que são 90% dos ateus "assumidos" que eu conheço.

Não sou religiosa. Mas respeito é bom e todo mundo gosta. Seu ateu não é ser mais inteligente que ninguém.

bebejou disse...

adorei, todo mundo se identifica um pouco com o que vc escreveu, sou mais um que pensa assim amigo, vc não está sozinho disso vc pode ter certeza.