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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

TRINTA COISINHAS SOBRE A MINHA PESSOINHA, REDUX

Cinco anos e meio atrás eu escrevi um post (acho que posts desse tipo estavam na moda) chamado "Trinta coisinhas sobre a minha pessoinha". 
Não continha nada de novo pra quem costumava ler o bloguinho, mas, pra quem tava chegando, era um bom índice.
Decidi redigir um outro post desses, porque muita coisa mudou de 2009 pra cá. Se você quiser contar algumas coisas sobre você nos comentários, fique à vontade

- Nasci em Buenos Aires, vim pro Brasil com menos de 4 anos de idade, em 1971. Sou naturalizada brasileira.
- Morei, com a minha família, 6 anos no Rio de Janeiro, 16 anos em SP (toda a minha adolescência), 15 anos em Santa Catarina (Joinville e Florianópolis), um ano em Detroit, Michigan. Desde janeiro de 2010, moro em Fortaleza.
- Nunca mais quero sair do Nordeste, adoro esta região. Mas talvez, algum dia, quando eu me aposentar, vá viver numa capital nordestina menor (João Pessoa, Aracaju, Natal, por aí). 
- Sou professora-adjunta do Departamento de Letras Estrangeiras na Universidade Federal do Ceará (UFC). Dou aula não apenas de Literatura em Língua Inglesa, minha área, mas também de inglês, história da língua inglesa, produção textual, etc. 
- Todo semestre ofereço um curso de extensão, aberto à comunidade, analisando gênero na literatura e no cinema. Se você mora em Fortaleza, pode vir! (e se quiser vir de longe, pode também).
- Viajo bastante pelo país, pra participar de palestras, debates, bancas etc. É só me chamar que eu vou. Dependendo da minha agenda, claro.
- Este bloguinho existe desde janeiro de 2008. Vai fazer sete anos, uma eternidade na internet, ainda mais se considerarmos que ele é atualizado todo dia. 
- Comecei o blog enquanto estava em Detroit, fazendo doutorado-sanduíche. Eu só queria um espaço para poder falar o que eu quisesse. Ele não foi feito necessariamente pra ser um blog feminista, mas, como eu sempre fui feminista, isso acabou transparecendo de um jeito mais forte.
- Estou com o mesmo homem lindo, Silvio, desde agosto de 1990. 24 anos juntos, da última vez que contei.
- Não temos filhos, nunca quisemos ter filhos, e fomos muito bem sucedidos em conseguir não engravidar.
- Sou viciada em chocolate, mas diminuindo, quase parando, o que deve estar afetando a indústria. Eu não compraria ações da Nestlé, se fosse você.
- Não acho que conseguirei virar vegetariana durante esta vida. Gosto muito de carne.
- Mas tenho grande admiração por quem é vegetariano, vegano, e por quem milita pelos direitos dos animais
- Amo de paixão cachorros e gatos. Igualmente. Sinto muita falta de cachorro, mas eles certamente dão mais trabalho.
- Não considero humanos superiores a outros animais, mas, num ponto, sou especista. Não vejo a maior parte dos insetos como bichos muito legais.
Mãe, gatinha, maridão
- Eu pretendo me aposentar daqui a 8 anos, pouco depois de completar 55 anos. Não sei se será possível, e nem se é o que eu quero. Trabalho desde os 18 anos, não me imagino ficar parada.
- Aqui em casa vivemos eu, Silvio, minha mãe, e os gatos Calvin e Isabel.
- Isabel é uma gatinha linda e jovem e geralmente feliz, mas sempre doentinha. Ela tem Aids felina.
- Em Joinville eu e o maridão íamos ao cinema uma vez por semana, religiosamente. Isso que lá, na época, só tinha seis salas. Aqui há um monte, mas não temos mais tempo.
- Sou ateia. Com 13 anos eu queria ser freira, depois recuperei a consciência. Ahn, pros que insistem que sou judia, perceberam a parte do "quis ser freira"? Não sou judia.
- Preciso ficar mais saudável. Até os 45 fui super saudável, do tipo de nunca perder um dia de trabalho. Mas, com a idade, tem vindo alguns problemas, como esteatose (gordura no fígado), alta taxa de glicose, e ovários enormes, que ainda não sabemos o que é. 
- Detesto joias. Não uso nada, só um relógio. Aliás, quebrou. Mas preciso ter um relógio sem falta.
- Não sou nem nunca fui ambiciosa.
- Votei na Dilma e votarei nela no segundo turno. Espero que ela ganhe. Se o PSDB voltar, será um retrocesso gigantesco. 
- Recebo muitas ofensas e ameaças de morte, estupro e (pasmem) desmembramento. Já estou acostumada. O carinho que recebo é felizmente muito maior.
Maridão em NY em 2008
- Eu e o maridão somos economicamente responsáveis e sem muita criatividade pra gastar. Ok, somos pão-duros miseráveis mesmo. Isso quer dizer que guardamos muito mais do que gastamos e nunca temos problemas financeiros.
- Ultimamente temos visto muitas séries. Já gostei mais de Modern Family e Mad Men. A Sete Palmos segue sendo a melhor de todos os tempos, pra mim. 
- Good Wife também é ótima. Falando nisso, um episódio recente teve a participação especial da ícone feminista Gloria Steinem. 
Alicia Florrick (Juliana Marguiles, que deve ser a mulher mais linda da TV americana) a vê, diz "Oh my God", e Gloria responde: "Ah, não, mas obrigada. Sou Gloria Steinem". Depois Alicia ainda imagina Gloria falando com ela, sempre num tom bem humorado. A grande Gloria está com 80 anos.
- O que Good Wife tem a ver comigo? Nada, exceto que só passei a ver a série, que nunca tinha ouvido falar, por recomendação de várias leitoras. O maridão rapidamente vidrou na série. Eu demorei mais um pouco.
- Eu queria muito ter feriados e finais de semana. Ouvi falar que essas coisas existem.

domingo, 29 de março de 2009

TRINTA COISINHAS SOBRE A MINHA PESSOINHA

Eu e maridão há 15 anos na Rua das Palmeiras, em Joinville

Acho que escrevi a maior parte dos tópicos abaixo no comentário de um post da Denise. Eles são incrivelmente repetitivos pra quem aparece aqui constantemente, mas pras recém-chegadas(os) podem ser um tiquinho útil. Parece até um índice do que já falei de mim aqui no bloguinho.
1-Estou sem tempo nenhum. Preciso escrever e defender a minha tese de doutorado em literatura em língua inglesa até junho, julho no máximo.
2-Nasci em Buenos Aires. Vim pro Brasil com menos de 4 anos. Morei no Rio 6 anos, em SP 16, e há 15 vivo em Joinville (e também Floripa). Ano passado voltei de um ano em Detroit – EUA, onde cursava doutorado-sanduíche. Somando tudo, deve dar a minha idade, 41 anos.
3-Não sei pra onde irei ou o que farei quando terminar o doutorado. Eu quero muito morar numa capital nordestina. Sendo professora de inglês, o único meio de ganhar um ótimo salário é virar professora universitária. Mas não sei se consigo. Nunca prestei concurso.
4-Na realidade, se eu pudesse não fazer mais nada além de escrever meu bloguinho, eu faria isso mesmo, nada. Estou adorando fazer o blog.
5-Sou colaboradora de um grande jornal catarinense, A Notícia, há onze anos. De 2000 até 2007, escrevi prum site também. Mas não havia comentários dos leitores. Com o blog, isso mudou.
6-Adoro escrever, escrevo desde que fui alfabetizada. Quando morava em SP, fui redatora publicitária durante uns sete anos. Gosto mais de escrever em português que em inglês. Minha tese está sendo escrita em inglês.
7-Estou junto com meu marido há 18 anos e meio. Ele é professor de xadrez, e nos conhecemos jogando xadrez, num torneio em SP. Estamos casados no papel há um ano e meio, mas essa data é insignificante pra gente. Comemoramos o dia em que nos conhecemos.
8-Adoro xadrez, e gostaria de jogar melhor. Já ganhei um pouquinho de dinheiro jogando e competi bastante. Pena que comecei tarde.
9-Meu gosto musical é mais ou menos restrito a Chico Buarque e Beatles.
10-Eu e o maridão não temos nem vamos ter filhos. Nunca fez parte dos nossos planos, e ainda bem que ambos concordamos.
11-Sou atéia. Já fui muito católica. Aos 13 anos queria ser freira. Minha fase religiosa durou um ano. Nos outros 41 anos da minha vida, não tive religião.
12-Sou feminista desde os 8 anos de idade. Assim, declaradamente feminista. Quando fui católica o feminismo interferiu. Eu pensava: por que Deus é Pai, Ele, Senhor, tudo no masculino? Esse negócio de Adão e Eva é pra ser entendido literalmente? Quer dizer que Adão foi criado à semelhança de Deus, e Eva veio depois, da sua costela, pra lhe fazer companhia? Hmmm.... E por que só os padres podem rezar missa? Afinal, só porque eu queria ser freira não queria dizer que eu não ia ter ambição. Se era pra ser freira, eu queria ser logo Papa. E mulher não pode ser papa, né?
13-Sou de esquerda, sempre fui. Com orgulho. Participei das Diretas Já quando era adolescente. Fiz campanha pro Lula (de graça) em 89. Vesti preto quando o Collor ganhou. Participei das passeatas pró-impeachment (foto).
14-Amo votar. Só comecei a votar em 98, quando finalmente me naturalizei brasileira.
15-A única vez que fiz campanha pra alguém não do PT foi em 1985 - pro FHC, pra prefeito de SP. É que naquela época não havia segundo turno, então era ele ou o Jânio Quadros. De qualquer modo, me arrependo. Foi também a única vez, coincidentemente, que recebi alguma coisa pra fazer campanha (lanche, camiseta).
16-Amo animais de paixão. Tenho dois gatos, Calvin e Blanche. Meu cãozinho Hamlet morreu em dezembro de 2007, de velhinho. Agora quero outro. Tem muita mulher que se derrete ao ver bebês. Comigo não funciona. Eu me derreto ao ver bichinhos.
17-Minha maior alegria nos EUA foi o relacionamento com os esquilos.
18-Sou pão-dura, digo,” economicamente responsável”, e anti-consumista. Difícil eu gastar. Sempre gastei menos que ganhei.
19-Roupa pra mim tem que ser confortável. Não uso salto. Não uso maquiagem. Mas uso alguns creminhos à noite, antes de dormir. Duvido da eficácia desses creminhos. Usá-los é a única concessão que faço a minha femininidade. Nunca na vida pintei as unhas. Não tenho orelha furada. Nunca usei jóia nenhuma, só relógio (bem simples). Tenho orgulho disso.
20-Na juventude fui muito namoradeira. Nunca tinha ficado com nenhum rapaz por mais de um mês, antes de conhecer o maridão.
21-Nunca tive o menor interesse físico por mulheres.
22-Sou totalmente a favor de direitos iguais pra gays, lésbicas, bissexuais, travestis, etc. Odeio todos os preconceitos.
23-E já me contradizendo: infelizmente, tenho um pouquinho de preconceito contra crentes e pessoas muito religiosas de modo geral. Tento lutar contra esse preconceito.
24-Meu lema é “viva e deixe viver”.
25-Detesto barulho. Meus vizinhos barulhentos que ouviam música alta, apesar de todos os protestos da rua inteira, foram o maior problema da minha vida durante vários anos. Fizemos abaixo-assinado, levamos à justiça, pedimos educadamente, brigamos. Não funcionou. Eles me ameaçaram de morte. Agora sossegaram.
26-Adoro Olimpíadas e Copa do Mundo. Só por isso, os anos pares costumam ser ainda melhores que os ímpares.
27-No resto do tempo não vejo futebol. Mas, em época de Copa, vejo tudo. Até Irã x Argélia.
28- Amo cinema e tento ir toda semana. Não é fácil. Nem quando morei nos EUA era fácil. Ainda assim, vi uns cem filmes no cinema durante meu ano americano.
29-Adoro ler. Tudo, até bula de remédio. E leio durante as refeições.
30-Chega! Já tá longo demais. E isso deve estar pra lá de redundante pra qualquer um(a) que lê o meu blog. Eu não escondo nada. Não tenho segredos. E adoro viver.
Agora é com vocês. Que tal escreverem algumas coisinhas sobre a sua vida? Não precisa ser trinta. Pode ser cinco, dez, o que vocês quiserem.

domingo, 21 de setembro de 2008

POR QUE ME CHAMO DOLORES

A Naomi do Batata Transgênica quis saber a origem do nome de cada um, e eu fui responder e me empolguei. Portanto, decidi transformar num post aqui mesmo. Quase ninguém sabe, e não espalhe, por favor, mas eu sou argentina naturalizada brasileira. Espero que a frequência deste bloguinho não caia muito após esta surpreendente revelação (mas, rapidamente, é assim: vim pro Brasil com quatro aninhos, morei no Rio até meus dez, depois em SP durante 16 anos, e estou em SC desde 93, com uma rápida passagem pelos EUA). Continuando, quando nasci em Buenos Aires, meus pais, argentinos, já haviam decidido que eu me chamaria Lola, por causa de um poema do Garcia Lorca chamado La Lola (que diz: “Tiene verdes los ojos / y violeta la voz”. A voz eu não tenho muita certeza, mas meus olhos são verdes, pelo menos). Ok. Só que, segundo o que me contam, chegando lá no cartório disseram pra eles que Lola não podia, porque era nome espanhol (foi numa das ditaduras argentinas), e porque era apelido de Dolores. E meus pais, não muito inteligentes, ao invés de adotarem um plano B (que acho que seria Gloria ou algo assim), decidiram oficialmente me nomear Dolores e informalmente me chamar de Lola. Isso não é legal! Logo, meu nome oficial é Dolores, mas sempre que alguém diz Dolores, eu olho em volta e tenho que me controlar pra não perguntar: "Quem? Onde? Quando?". Futuros pais, não repitam o erro. Pode causar dupla identidade. A única vantagem é que, sempre que o telefone toca aqui em casa e pedem pra falar com a Dolores, eu sei que é telemarketing.
Mas podia ser pior. Minha irmã se chama Consuelo, que é um nome bastante comum em países de língua espanhola, mas no Brasil o apelido é Consu, e ela passou a infância e adolescência toda ouvindo um infame "Põe na Consul". No entanto, acho que até ela pode agradecer aos céus. A segunda opção dos meus pais pra ela era Santiago (que pode ser pra menino e menina na Argentina). Convenhamos, você já conheceu alguma menina chamada Santiago? Ai, sem falar que este é também o nome do meu troll de estimação.
Enfim, depois que eu revelei todos os meus segredos sujos (como minha origem argentina e meu nome real ser praticamente um "Das Dores", ou "Das Dô", dependendo da pronúncia), acho que o mínimo que você pode fazer é desvendar por que se chama como se chama. Talvez até role uma ação coletiva contra nossos pais.