E o sol se põe em Icaraí do Amontada, Ceará

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Lolinha na pequena piscina da pousada em Luis Correia, Piauí |
Desta vez o maridão e eu pegamos nosso Uno Mille e fomos pro Oeste do Ceará. Essas viagens indo de carro até cidades próximas são muito bacanas, e já fizemos várias vezes quando vivíamos no Sul (íamos de Joinville até Buenos Aires e Montevidéu, parando pelo caminho, lógico). E fizemos uma também em 2012, indo na direção leste, de Fortaleza até João Pessoa, que na época ainda não conhecíamos. Essas mais antigas a gente fez no módulo "sem destino" -- a gente sabia onde queria chegar, mas não onde ia parar no trajeto.
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Silvinho (vulgo maridão) abençoado por um raio de sol em Macapá, PI |
Desta vez não. Foi tudo planejadinho, todas as pousadas reservadas com antecedência. Fizemos assim porque não estamos ficando mais jovens, porque eu não estou dirigindo mais (teria que renovar minha carteira, que venceu em 2011; não tenho vontade), porque eu não queria que o maridão dirigisse mais de 3 ou 4 horas por dia, e porque talvez seja mais barato reservar quarto antes, com promoções, do que chegar numa cidade que você não conhece e ter que encontrar um lugar (na nossa viagem de 2012, ao chegarmos em Natal, por exemplo, a cidade tava lotada).
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Por do sol em Camocim, Ceará |
O plano era conhecer lugares que ainda não conhecíamos, parar em Jeri, que amamos, e ir até o Piauí. E deu tudo certo. Foram quinze dias super lindos e agradáveis.
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Por do sol em Jeri, CE |
A primeira parada foi Lagoinha. Ficamos num hotel muito bom (o melhor café da manhã de toda a viagem foi lá) em frente à praia. Vários guias vieram oferecer seus serviços. A gente sabe que tá velhinha quando todos te oferecem passeio de buggy "sem emoção".
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Hotel em Lagoinha em frente ao mar |
Aproveitamos mais a piscina que o mar. Tinha restaurante no hotel, era bom (e caro). Na segunda noite pedimos uma pizza com a recepcionista do hotel, que recomendou uma pizzaria excelente. Demos a ela uma gorjeta de R$ 15 por isso.
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Lolinha na piscina do hotel em Lagoinha |
Segunda parada: Itarema. Não é um lugar muito famoso, então eu não imaginava encontrar nenhum paraíso. A entrada na cidade foi assustadora -- havia uma casa alugada com som tão alto que conseguia incomodar a todos.
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Em frente à praia em Itarema |
Mas o hotel era bom (foi a piscina que o Silvinho mais gostou em toda a viagem), e tinha uma ótima pizzaria e churrascaria bem em frente. Fomos à praia mas não tivemos vontade de entrar na água (era bonito, mas não tínhamos tanto tempo).
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Casal romântico em Itarema |
Ah sim, é que ainda não falei: toda essa viagem foi durante a Copa do Mundo. E havia jogos que a gente queria ver.
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Por do sol em Lagoinha |
Terceira parada foi Jeri, a linda e maravilhosa e badalada e cara Jericoacoara. Não tem jeito: um dos maiores atrativos de Jeri pra gente é a sorveteria que fica na praça central. A Gelato Grano deve ser a melhor do nordeste (vai abrir uma em Fortaleza, ueba!).
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Filhote de iguana andando alegremente em Jeri |
Ficamos na pousada Papaya de novo, sempre ótima (mas a maior parte das pousadas em Jeri é, a concorrência é enorme). Tudo é mais caro que em outros lugares, mas encontramos o restaurante Sapão, com uma pizza incrível por 30 e poucos reais.
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Por do sol em Jeri |
Perdemos nossa visita às lagoas desta vez. Tínhamos acertado com um guia (R$ 100) que nos levaria no nosso carro pra Lagoa Azul e a do Paraíso (o complexo turístico lá agora está cobrando R$ 20 por pessoa só pra entrar, o que acho um absurdo), mas era dia de jogo do Brasil, o guia se esqueceu da gente depois do jogo, e o maridão não tava cheio de energia pra ir.
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Preparativos para o por do sol em Camocim |
Já sei o que faremos da próxima vez que formos pra Jeri: vamos ficar uma ou duas noites em alguma pousada mais próxima das lagoas, aí aproveitaremos as lagoas, e outras noites na vila de Jeri mesmo (certeza que é tudo caro de qualquer jeito).
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Praia de Macapá, PI |
E no dia seguinte chegamos ao Piauí, depois de uma estrada esburacada. Se nas estradas cearenses há placas por todo o canto, no Piauí há uma grande ausência de sinalização, o que faz falta. Mas chegamos ao menor litoral do Brasil (66 km, só conhecíamos Teresina), que é maravilhoso. Primeiro ficamos em Luis Correia, na Praia do Macapá, um deslumbre (e vazia, só tinha a gente). Foi o meu mar preferido em toda a viagem.
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Lolinha festejando a praia de Macapá só pra ela |
Mas o lugar não tem muita infraestrutura. Ainda bem que fizeram jantar pra gente toda noite na pousada!
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Aquele pontinho sou eu em Ponta do Anel, Luis Correia |
Fomos muito bem tratados, mas... foi aí que começaram nossos problemas com sapos na viagem. Em Jeri havia um sapo na escada bloqueando o meu caminho, e tive de pedir pra alguém negociar com ele pra que eu pudesse passar. Mas não foi no nosso quarto. Já em Macapá... Pensa em abrir o vaso sanitário e dar de cara com um sapinho! Ok, tenho certeza que foi traumático pra ele também, tadinho. Mas pra mim foi mais!
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Lolinha desenhando hieróglifos com o pé nas areias de Macapá |
Pensávamos que nossos problemas com sapos estavam terminados ao chegar no próximo ponto da nossa viagem, perto de Atalaia, também no Piauí, pois parecia uma pousada mais urbana, menos rústica, digamos. Mas eis que, depois de ver a derrota do Brasil pra Bélgica no quarto, abro a porta do banheiro e a primeira coisa que vejo é uma pererequinha na parede. E outras apareceram.
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Silvinho em Ponta do Anel, Luis Correia |
O dono da pousada nos mudou de quarto, mas... no outro banheiro tinha pererecas também (pelo menos o banheiro era maior). Numa noite tinha quatro na parede do banheiro. Isso não foi nada legal. No final eu acabei tomando banho com uma perereca minúscula me olhando. Mas não é o que eu quero pra minha vida, com todo o respeito aos sapinhos!
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No passeio de barco pela Delta do Parnaíba |
Lá fizemos o passeio de barco pelo Delta do Parnaíba, que vale muito a pena! São quase cinco horas de passeio, com frutas, almoço e caranguejada (que dispensamos) inclusos, por R$ 70 por pessoa. Pegamos o barco do EcoAdventure no Porto dos Tatus, que pareceu ser menos barulhento do que os outros (estou falando da música).
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"Homem-lama" mostra caranguejo que acabou de pegar |
Todos os passeios parecem incluir um "homem-lama", que demonstra como pegar caranguejos e distinguir o macho da fêmea (e, como a caça da fêmea é proibida, tem que denunciar se alguém te servir uma caranguejada de fêmeas). Ele nos contou que a maior parte dos caranguejos caçados vai pro restaurante Chico do Caranguejo, em Fortaleza.
Além dos caranguejos, não vimos muitos outros animais no percurso. O maridão queria muito fotografar um jacaré. Sem sorte. Vimos um pica-pau! Mas é um luxo poder nadar no mar do Maranhão de um lado e no rio do Piauí em outro. Tudo na mesma praia!
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Lolinha no mar do Maranhão |
Depois de cinco dias no Piauí, voltamos ao Ceará. Começava o nosso trajeto de volta pra casa. Então paramos em Camocim. E gente, por que é que o pessoal não fala que Camocim é linda de morrer? Olhem o cartão postal da cidade.
Camocim é fantástica. Ficamos num belo hotel com chalés, em frente à praia. Acho que as melhores fotos de por de sol que o maridão tirou foram de lá.
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Por do sol em Camocim |
Que lugar! Decidimos que, na nossa próxima viagem ao Oeste de Fortaleza, iremos até Camocim (sem o Piauí). Daí vai dar pra ficar mais tempo em cada local. E Camocim, que não é assim tããão longe de Jeri, passou a ser obrigatória.
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Rindo em Camocim |
Depois eu vi que Camocim é muito grande, quase tanto quanto a cidade de SP, em quilômetros quadrados (1158). Tão grande que 10% do litoral cearense é Camocim!
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Por do sol em Icaraí do Amaontada |
Em seguida, fomos a um lugar que prometia muito (e cumpriu): Icaraí da Amontada. A pousada era bonita, também em frente à praia, uma praia que me lembrou a Praia dos Ossos, em Búzios, da minha juventude. Tinha vista praqueles moinhos de vento (energia eólica), o que não é bom, mas creio que não atrapalhou tanto assim.
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Icaraí do Amontada |
Deixa eu ver se consigo recriar um diálogo que eu e o maridão tivemos dentro do mar. Havia quatro turistas perto da gente, também no mar, e de repente só havia três. "Não eram quatro pessoas?", o maridão perguntou. Uma tinha mergulhado e logo reapareceu. Eu disse: "Se eu ficasse submersa e desaparecesse, o que você iria fazer?" E ele: "Bom, dizem que se deve aguardar 24 horas antes de reportar o desaparecimento de alguém". Ele levou alguns beliscões românticos.
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Casal velhinho rindo em Amontada |
A pousada foi a única em que ficamos que não tinha TV no quarto. E então fomos a um bar para assistir França e Bélgica. Comemos deliciosos espetinhos. A cidade tem uma boa infraestrutura.
Apareceu uma pererequinha na parede do quarto, que o maridão conseguiu por pra fora colocando-a numa caixinha. Mas foi uma só em duas noites (mais tarde, quando Silvio contou a seus alunos nossos encontros imediatos com tantos sapinhos, ninguém fez cara de espanto).
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Indo para as dunas ver o por do sol em Jeri |
E por último, Paracuru, que já conhecíamos. Lá nos deram o maior quarto de toda a viagem, um quarto duplo. Paracuru tem um centro agitado com muitas opções de restaurantes, mas a praia que fomos não é a melhor do mundo.
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Na piscina em Lagoinha |
No total da viagem inteira, pagamos R$ 368 de gasolina, R$ 1.060 de comida (incluindo sorvetes), R$ 295 de tours e guias, e o mais caro, disparado, R$ 2.867 de pousadas e hotéis (para quinze noites, uma média de 191 por noite). Somando tudo, deu R$ 4.617. Certamente se fossemos a qualquer lugar de avião, gastaríamos bem mais.
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Este é de Camocim |
E aí, escolheu seu por do sol favorito?