Uma leitora pediu pra eu comentar a reportagem da Época chamada “A Queda da Satisfação Feminina”, que começa falando que, 46 anos após o marco que foi a publicação de A Mística Feminina, da Betty Friedan, as mulheres nunca estiveram tão infelizes. Esse estudo que a revista menciona é conhecido. Ele aparece em todos os blogs misóginos que querem provar que feminismo é uma doença da era moderna, que feministas são feminazis que se aproveitam das mulheres, e que as fêmeas (só as jovens e bonitas, claro) estariam melhor servidas se ouvissem apenas os cafajestes que escrevem tais blogs. Na realidade, não dá pra entender bem o que esses blogs reacionários querem: que a mulher volte a ficar em casa, unicamente cuidando dos filhos? Ou que continue trabalhando, mas pare de reclamar? Ou só querem mesmo que as feministas morram?
Pra começo de conversa, duas coisinhas. A reportagem trata de uma mulher divorciada de 46 anos, que trabalha, cuida dos filhos, dorme pouco, e, aparentemente, é muito triste. Como aponta a matéria, a mulher “tem empregada apenas duas vezes por semana”. Ninguém entrevistou a empregada, certo? Não é a empregada o foco da reportagem. A empregada não tem essa escolha de poder ou não trabalhar. Não é uma opção pras mulheres pobres ficar em casa cuidando dos filhos. Nunca foi. E é essa, inclusive, uma grande crítica feita à Mística Feminina—que Friedan (e boa parte do feminismo) só fala às mulheres de classe média. É um movimento burguês, que não contempla todas as mulheres, porque, lógico, a luta de uma mulher negra que mora na favela não é a mesma de uma branca de classe média. A outra coisinha é que essa história de que as mulheres eram felizes nos anos 50, quando ficavam em casa, é pura balela. Foi justamente por isso que Friedan escreveu seu livro, que foi fruto de muita pesquisa. Não é que ela acordou um dia, viu a mulherada feliz a sua volta, e pensou: “Ueba! Vou estragar a vida delas dizendo que são infelizes e que devem mudar!”. Através de pesquisas, ela constatou que as mulheres estavam extremamente insatisfeitas com o fato de ficar em casa. Mas é difícil ver isso com os olhos de hoje. Mística deve ser visto no seu contexto histórico: as mulheres de classe média trabalharam durante a Segunda Guerra. E, com o fim da guerra, pra não ocuparem o mercado de trabalho que caberia aos homens, tiveram que voltar pra casa. Isso fez que muitas mulheres, que gostaram de trabalhar, se chateassem com a falta de perspectivas. A década de 50 vivenciou um enorme backlash, um retrocesso conservador em inúmeros sentidos. Foi a única vez no século 20 que o número de mulheres com curso superior despencou. Isso porque até a educação passou a ser vista como algo supérfluo pro sexo feminino. As mulheres que iam pra faculdade só iam pra arranjar marido. Os cursos “pra mulheres” não eram levados a sério. Havia matérias como culinária na faculdade, porque a única ambição da mulher era ser mãe e dona de casa. E, ainda assim, mesmo conseguindo “tudo” que queriam, elas não estavam felizes. Mas este é só um resuminho. Mística é um livro fascinante de mais de 400 páginas, cheio de exemplos e estatísticas, e dói que tanta gente fale mal dele sem nunca ter chegado perto. Dá pra lê-lo de graça, em português, aqui. É um excelente retrato da situação da mulher na década de 50. Ou pelo menos da mulher americana branca de classe média. E é um grande chega pra lá nas almas que apregoam besteiras como “a gente era feliz e não sabia”. Não éramos felizes, e sabíamos.
Mas o que eu gosto é que a reportagem, tal qual os reaças, culpa o feminismo por todos os males do mundo. Mulheres têm jornada dupla e tripla (a revista diz que não)? Culpa do feminismo. Mulheres precisam se manter jovens e belas por toda a vida? Culpa do feminismo. Ah pessoal, vai ler O Mito da Beleza, da Naomi Wolf (aqui, de graça)! Que explica direitinho que a ditadura da beleza veio como resposta ao movimento feminista. Entende? Não consequência do feminismo, mas resposta ao feminismo. O objetivo confesso da obsessão pelo corpo “perfeito” (extremamente magro e inatingível para 99% das mulheres) é vender produtos. Mas, pra que o capitalismo lucre, ele precisa fazer com que as mulheres acreditem que são horrendas. E que só ficarão belas se investirem muito tempo e dinheiro nisso. Aquilo de “só é feia quem quer”. Vejamos: não pode ser que a ditadura da beleza tenha mais responsabilidade pela frustração atual das mulheres que o fato d'elas trabalharem fora?
E nisso de trabalhar fora, o que eu vejo é o seguinte: aumentou demais a insatisfação com o trabalho. Tanto entre os homens quanto entre as mulheres. É cada vez mais raro ouvir gente que diz amar seu trabalho. Pelo contrário, o que se ouve é que, se a pessoa fosse rica, não trabalharia. Portanto, se perguntassem aos homens o mesmo que perguntam às mulheres (você trabalharia se não precisasse?), acho que a resposta não seria tão diferente. Além do mais, não sei quanto a vocês, mas muitas das minhas amigas de classe média param de trabalhar. Não tem feminismo algum batendo nelas com uma clava e mandando-as trabalhar. Elas param pra cuidar dos filhos ou pra estudar. Algumas voltam ao mercado de trabalho depois, outras não. Algumas gostam de ficar em casa, outras sentem que falta alguma coisa. Varia bastante. Mas o artigo entra em contradição ao mencionar que pela primeira vez em 22 anos o número de mulheres trabalhando fora caiu. Ué, se cada vez mais mulheres estão abdicando do trabalho para ficar em casa cuidando dos filhos, por que estão mais infelizes?
Mas o maior erro da matéria é abrir com uma personagem, Claudia, que culpa o feminismo por suas mazelas. Segundo ela, “A emancipação feminina é um contrato que tem de ser renegociado”. Mas sua vida seria melhor sem a emancipação feminina? Claudia tem três filhos de dois casamentos, e reclama que seus ex-maridos ajudam pouco. As pessoas se divorciavam em 1963, quando Mística foi lançado, mas num ritmo menor. Muitos reaças juram que o feminismo representa uma ameaça à família, já que antigamente as mulheres simplesmente aturavam um casamento infeliz, e hoje têm a opção de se separar. Isso é ruim? Claudia gostaria de estar casada com qual dos seus ex-maridos? Ou queria um novo marido? Ou queria que os dois ex-maridos a ajudassem mais? Ou queria não trabalhar? O que parece é que ela queria mesmo era não ter rugas, e nisso o feminismo não pode ajudar. Nem foi ele o causador das rugas. Aliás, o feminismo insiste pra que não se dê tanta atenção às rugas.
Que as mulheres são mais cobradas hoje em dia que 50 anos atrás, não há dúvida. Que essas cobranças causam um monte de frustrações, idem. Há pressão pra que a mulher trabalhe fora? Sim, há. Há pressão pra que tenhamos filhos? Ô, definitivamente. Mas até dá pra fechar os olhos pra essas cobranças. Mais difícil é ignorar a ditadura da beleza, que atinge a todas nós, gera infelicidades mil, e que surge quando somos meninas e nos acompanha até o túmulo. O feminismo pode ser o antídoto pra essa obsessão. Nunca sua causa.
Mas o que eu gosto é que a reportagem, tal qual os reaças, culpa o feminismo por todos os males do mundo. Mulheres têm jornada dupla e tripla (a revista diz que não)? Culpa do feminismo. Mulheres precisam se manter jovens e belas por toda a vida? Culpa do feminismo. Ah pessoal, vai ler O Mito da Beleza, da Naomi Wolf (aqui, de graça)! Que explica direitinho que a ditadura da beleza veio como resposta ao movimento feminista. Entende? Não consequência do feminismo, mas resposta ao feminismo. O objetivo confesso da obsessão pelo corpo “perfeito” (extremamente magro e inatingível para 99% das mulheres) é vender produtos. Mas, pra que o capitalismo lucre, ele precisa fazer com que as mulheres acreditem que são horrendas. E que só ficarão belas se investirem muito tempo e dinheiro nisso. Aquilo de “só é feia quem quer”. Vejamos: não pode ser que a ditadura da beleza tenha mais responsabilidade pela frustração atual das mulheres que o fato d'elas trabalharem fora?
E nisso de trabalhar fora, o que eu vejo é o seguinte: aumentou demais a insatisfação com o trabalho. Tanto entre os homens quanto entre as mulheres. É cada vez mais raro ouvir gente que diz amar seu trabalho. Pelo contrário, o que se ouve é que, se a pessoa fosse rica, não trabalharia. Portanto, se perguntassem aos homens o mesmo que perguntam às mulheres (você trabalharia se não precisasse?), acho que a resposta não seria tão diferente. Além do mais, não sei quanto a vocês, mas muitas das minhas amigas de classe média param de trabalhar. Não tem feminismo algum batendo nelas com uma clava e mandando-as trabalhar. Elas param pra cuidar dos filhos ou pra estudar. Algumas voltam ao mercado de trabalho depois, outras não. Algumas gostam de ficar em casa, outras sentem que falta alguma coisa. Varia bastante. Mas o artigo entra em contradição ao mencionar que pela primeira vez em 22 anos o número de mulheres trabalhando fora caiu. Ué, se cada vez mais mulheres estão abdicando do trabalho para ficar em casa cuidando dos filhos, por que estão mais infelizes?
Mas o maior erro da matéria é abrir com uma personagem, Claudia, que culpa o feminismo por suas mazelas. Segundo ela, “A emancipação feminina é um contrato que tem de ser renegociado”. Mas sua vida seria melhor sem a emancipação feminina? Claudia tem três filhos de dois casamentos, e reclama que seus ex-maridos ajudam pouco. As pessoas se divorciavam em 1963, quando Mística foi lançado, mas num ritmo menor. Muitos reaças juram que o feminismo representa uma ameaça à família, já que antigamente as mulheres simplesmente aturavam um casamento infeliz, e hoje têm a opção de se separar. Isso é ruim? Claudia gostaria de estar casada com qual dos seus ex-maridos? Ou queria um novo marido? Ou queria que os dois ex-maridos a ajudassem mais? Ou queria não trabalhar? O que parece é que ela queria mesmo era não ter rugas, e nisso o feminismo não pode ajudar. Nem foi ele o causador das rugas. Aliás, o feminismo insiste pra que não se dê tanta atenção às rugas.
Que as mulheres são mais cobradas hoje em dia que 50 anos atrás, não há dúvida. Que essas cobranças causam um monte de frustrações, idem. Há pressão pra que a mulher trabalhe fora? Sim, há. Há pressão pra que tenhamos filhos? Ô, definitivamente. Mas até dá pra fechar os olhos pra essas cobranças. Mais difícil é ignorar a ditadura da beleza, que atinge a todas nós, gera infelicidades mil, e que surge quando somos meninas e nos acompanha até o túmulo. O feminismo pode ser o antídoto pra essa obsessão. Nunca sua causa.
Bom dia Lola!
ResponderExcluirOlha, sou de uma geração bem recente mas que anda sofrendo a beça com toda essa pressão em torno das mulheres. Na verdade, acredito que todo ser humano, seja ele homem, mulher, criança, idoso, jovem, está sofrendo uma enorme pressão em viver nesse nosso mundinho de exigências e normas pré estabelecidas, mas que nem por isso devem ser estritamente seguidas.
Para não pirar, prefiro pensar da seguinte forma: como PESSOA o que eu espero para minha vida? Respeito, dignidade, amor e envolvimento com tudo o que faço e com aqueles que me cercam. Fácil falar, né? Mas se as pessoas conseguissem ter sempre isso como base, o resto ficaria mais claro. Concordo plenamente com vc a respeito da ditadura da beleza e acredito piamente que sim, é mais uma forma de consumirmos tudo aquilo que não precisamos.
Não sou grande conhecedora do movimento feminista, mas cresci e fui educada por uma mãe que sempre trabalhou fora, sempre foi independente e nem por isso está infeliz ou não criou os filhos como deveria.
Eu sigo pelo mesmo caminho. Tenho meu conflitos, vá lá, mas quem não tem? Depende de como lidamos com isso tudo.
Vou parar, senão não será mais um mero comentário, ehehe
bjos
Concordo com a Claudinha... hoje, todos sofrem mais pressão, seja homem, mulher, criança ou qualquer minoria. É pressão de todo lado.
ResponderExcluirQuanto a ser "mais infeliz", fico imaginando se não é um reflexo do nosso estilo de vida, somos bombardeados 100% do tempo com coisas que deveríamos desejar, sejam materiais ou não, e que muitas vezes, são impossíveis de alcançar. Só isso já causa uma enorme frustração, que vira infelicidade. Li a reportagem e pra mim é completamente equivocada.
Claro que o feminismo é culpado!
ResponderExcluirCulpado de afrontar a ordem até então vigente de que mulher deveria ficar em casa, "cuidando do lar", desde que fossem burguesas, ou pequeno burguesas, já que as mulheres das classes menos abastadas sempre tiveram que trabalhar fora, com preço da força de trabalho mais barato, embora tão eficiente quanto os homens, em alguns casos até mais eficiente. Sem falar que as mulheres trabalhadoras às vezes poderiam "suprir as necessidades fisiológicas" dos patrões, mediante a coação e assédio.
Culpado de afrontar a ordem natural das coisas em que o homem manda, a mulher, submissa, obedece.
Culpado de fazer as mulheres acreditarem que têm direitos, além dos afazeres domésticos.
Culpado de fazer as mulheres pensarem...
Impressionante que após 50 anos de conquistas, e mais de um século de luta das mulheres, ainda tem idiotas tratando do assunto, sem a menor sustentação científica, afirmando que o feminismo é contra as mulheres.
Queria ver o idiota que escreveu esse lixo sendo trucidado num debate com Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir, nunca mais escreveria nada na vida, talvez ficasse escondido o resto da vida embaixo da cama... ;)
Lola, é isso mesmo. Quando a gente vê esses comentários parece que a emancipação feminina é completa e irrestrita. Como você sempre ressalta nos seus textos, parece qeu a gente já vive num mundo perfeito, onde tudo funiona e todos são atendidos em suas necessidades.
ResponderExcluirClaudinha e Junior, concordo com vcs que todo mundo sofre pressão hoje em dia, mas de jeito nenhum isso é feito de forma igual. Os homens não sofrem tanta pressão para terem o cabelo perfeito, por exemplo. E a pressão que uma travesti sofre pára ser o que não é então tambérm é bem diferente da que pessoas heterossexuais "normais" sofrem. Acho errado a gente tentar fechar os olhos para essas relações desiguais, porque aí acabamos perpetuando essas opressões. Os que negam seus privilégios fingindo romanticamente que são iguais a todo mundo, e os que sofrem opressão tentam se conformar com ela. Eu sei que a gente às vezes precisa deixar passar muita coisa, mas francamente, depois que o bichinho lilás do feminismo me mordeu, é impossível para mim. Meu alarme vive ligado.
ResponderExcluirOlha a perola que uma mulher escreveu ontem nos comentários de outro blog:
ResponderExcluirEu trabalho muito, desde novinha, acho importante, mas acho que, se algum dia na vida achar que cabe ficar em casa educando meus (futuro e hipotéticos) filhos, com o suporte financeiro do meu marido, nãoteria porque ter vergonha. Minha mãe é dona-de-casa e meu pai sempre deixou claro que ela é tão responsável pelo sucesso dele quanto ele mesmo, nunca a diminui por isso."
Achei muito bacana o pai dela por ser assim, como direi, tão legal com a mãe dela, né? Ele até reconhece, vejam que homem bacana.
Puxa!!!
E como se matéria em si ainda não fosse ruim, o editor-executivo da Época ainda consegue "add insult to injury", nessa coluna aqui:
ResponderExcluirhttp://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI99712-15230,00.html
Um trechinho, só para aguçar o paladar:
"É claro que a culpa pela infelicidade feminina não é dos homens. Nas últimas décadas as mulheres puderem fazer escolhas. Elas decidiram com quem e como gostariam de viver."
Quer dizer: se alguém é culpada, somos nós mesmas. Nós que resolvemos escolher, ao invés de permitir que os homens, tão magnanimamente, escolhessem por nós. Tá aí a prova, nós somos infelizes, não poderíamos ter saído por aí fazendo escolhas.
Mas os homens, não, esses podem ser livres:
"Ainda é arriscado para as mulheres viver com a liberdade dos homens. O custo dos erros e dos azares não é o mesmo. E, ao longo do tempo, vai se tornando mais alto para as mulheres. Esse é o tema de Houllebecq. Homens não engravidam e raramente ficam com os filhos. Homens viajam mais leve pela vida e pelo mundo do trabalho. Homens (ainda) não dependem tão fundamentalmente da juventude e da beleza. Usufruem mais do mundo e por mais tempo. Estão mais bem aparelhados para viver o cada-um-pra-si do planeta egoísmo."
E a brilhante conclusão do rapaz:
"Na segunda, talvez a gente descubra que as mulheres – as mães dos nossos filhos – precisam de um grau adicional de proteção social, de lealdade afetiva e de celebração nas suas funções tradicionais."
"Proteção social". Daí para considerar mulher como relativamente incapaz, como era em ordenamentos jurídicos anteriores, vai só um pulinho. Afinal, coitadinhas, o que seria de nós sem a proteção dos homens, esses que são felizes, livres, e sabem escolher?
Obrigada Lola por comentar a materia!Você a clareou muito bem,eu não estava entendendo onde a máteria queria chegar com todos aqueles argumentos contra o feminismo.A única culpa do movimento é de tentar ajudar as mulheres.
ResponderExcluirLolíssima Linda!
ResponderExcluirAcompanho seu blog a zilhões de anos - relax darling, Jurássica aqui sou eu =)
Caraca! Só comentando o link que a Deborah deixou...
ARGH!!!
"Funções Tradicionais"!
Não consigo nem encontrar palavras para descrever o que estou pensado!
"Funções Tradicionais": deve ser algo do tipo ao fato de a mulher parir e carregar a prole?!?!?
O homem viaja mais leve pela vida - acho que o "colega" esqueceu de acrescentar o livre e solto!
SIM! LIVRE LEVE E SOLTO!
Não sofre pressão alguma para se enquadrar no padrões aberracioanais construídos para dominar necessariamente a mulher.
"Funções Tradicionais"???
Sim, o homem não só escolhe para si como também escolhe aquilo que a mulher pode ou não pode - querem exemplo mais emblemático do que a legalização do aborto??? É sempre o homem - seja em gênero ou no modo pensamento - que determina o que a mulher pode e deve fazer. Cabresto para Corpo e Alma.
A mulher não é livre para exercer sua individualidade, sua alma e seu corpo se tronam reféns de um sistema axiológico cujos valores nada mais visam senão o cárcere.
A mulher não é livre: antes deve se subjugar ao que o homem espera e quer: satisfação plena dos apetites desse homem. Afinal, essa deve ser a única FUNÇÃO TRADICIONAL da qual a ala anti-feminista deve estar falando.
Bom,
ResponderExcluirespero que o texto do editor da epoca seja visto como uma pá de cal no tal pensamento "as mulheres são livres para escolher viver como quiserem, inclusive para voltarem ao papel de rainha do lar".
A gente ainda tem muito o que lutar antes de achar que já é livre.
Oi, Lola!
ResponderExcluirAdorei o post! Tão engraçado, às vezes começo a ler um post seu e penso "mas isso é assim por causa daquilo, vou comentar" e logo em seguida vc fala o mesmo, aí termino sem comentar nada. Eu tenho horror a essas estatísticas de gente que não sabe fazer estatística, é bem o que vc falou, não são apenas as mulheres que estão mais infelizes, os homens tb. É uma época de crises, de cartéis, de pressão enorme pelo consumo que desvirtua completamente nossas prioridades... E é tão cansativo nadar contra a maré...
Bjs,
Anália
É claro que o feminismo é o antídoto para tudo isso! A ditadura da beleza é, sem dúvida, uma tremenda estratégia pra derrubar as mulheres. Solução? Feminismo!
ResponderExcluirNão gosto quando o pessoal quer falar como "pessoa" e tenta colocar todo mundo no saco da igualdade, em uma grande massa de pessoas com iguais oportunidades e poder de escolha. Infelizmente, não é dessa forma que as coisas funcionam, e as mulheres têm SIM motivos particulares à sua condição de gênero para estarem infelizes.
Lola, por um tempo, pensei que a insatisfação fosse característica de nossa época, uma consequência rigorosa de tantas oportunidades e demandas, mas, sei lá, de uns tempos para cá, encontro esses mesmos questionamentos em diferentes autores, de diferentes momentos, de diferentes nações e, apesar das peculiaridades, tudo parece tão perto, tão nosso também.
ResponderExcluirA reflexão da matéria é válida, a falha é cogitar se a culpa é do feminismo, se ele é anti-natural. É ignorância culpar o feminismo por algo que é oriundo do machismo.
ResponderExcluirA mulher "está infeliz" porque ela é muito cobrada, isso a matéria mesmo coloca! E nada disso tem a ver com o feminismo. Pelo contrário, o feminismo quer que a mulher tenha liberdade de escolha, de verdade. O que ainda não acontece plenamente.
As mulheres se sentem as únicas responsáveis pela casa e pelos filhos, responsabilidades que ainda NÃO SÃO realmente divididas igualmente. Poderia dizer até que muitos homens são egoístas, muitos só pensam com a cabeça de baixo e nos próprios desejos e vontades. E a única responsabilidade que eles sentem é no sentido de serem bem sucedidos.
O que leva a outra responsabilidade que as mulheres tomam para si e que é cobrada delas, a manutenção do casamento, a manutenção de um macho do lado. Mais uma cobrança, que leva à outra, a de se manter jovem, bela, magra e sexy.
Enfim, tudo isso ainda não é o suficiente para causar frustração? Mas as pessoas preferem culpar o feminismo do que o status quo.
Lembrei que foi na Época que a Maria Mariana disse aquele monte de asneiras intituladas "Deus quer o homem no leme" (No Leme, não quer em Boa Viagem (PE) ou Copacabana (RJ)?). De início eu diria que é a linha editorial da revista.
ResponderExcluirMas lendo a reportagem não acho que ela defende que o feminismo é culpado da infelicidade das mulheres. Mostra que a mulher quer ser a melhor em tudo: quer ser supermãe, super dona de casa, a melhor das esposas, profissional eficiente, ter uma vida sexual maravilhosa e pra concluir estar nos padrões de juventude e beleza. Querer ter tudo isso ao mesmo tempo e em exagero é que pode causar a infelicidade.
A Claudia da reportagem, por que ela simplesmente não pede ajuda? Os dois filhos mais velhos são adolescentes, não podiam dar uma mão indo ao supermercado e ajudando a cuidar do irmão diabético? Ou ela é dessas mães que não veem que eles já estão crescidinhos e na hora de assumir responsabilidades? O pai do caçula não pode comparecer mais pra ajudar o filho doente? Lembra aquele comercial "Não basta ser pai, tem que participar". Finalizando, concordo com você, mesmo se ela fosse exclusivamente dona de casa seria infeliz pois o seu problema é sobrecarga de funções.
Assim como a história da Claudia, cada caso é um caso, não dá pra generalizar culpando o feminismo pela infelicidade das mulheres.
não li a matéria.
ResponderExcluirestou evitando a fadiga.
Teresa, também achei isso. A reflexão da matéria é bem válida, mas acabou entrando num viés meio anti-feminista no final, quando pergunta "Será que os conservadores, que sempre atacaram o feminismo
ResponderExcluircomo antinatural, teriam razão?" Antinatural? Oferece liberdade de escolha para as mulheres é antinatural? Já disse que odeio conservadores? Enfim. Mas no final a reportagem termina bem.
"Equilibrar papéis sociais e expectativas parece ser a chave para que as mulheres possam retornar ao caminho da felicidade. Para isso, no entanto, é preciso aceitar a imperfeição. Da vida e da condição humana."
Não acho que a matéria se posiciona contra o feminismo (apesar de ter esses questionamento), mas que propõe uma reflexão sobre o tema.
E antes de acusar a autora do texto de anti-feminista é bom ler o que ela escreveu no Mulher 7x7:
ResponderExcluirhttp://colunas.epoca.globo.com/mulher7por7
"Mesmo achando bastante estranha essa ideia da infelicidade (e não me sentindo assim de forma alguma), tenho a sensdação de que pode se tratar mesmo da semente de uma revolução silenciosa, como diz a Time. Alguma coisa está fora da ordem. Isso não significa que tenhamos que esvaziar nossas gavetas do trabalho e passar a ficar em casa com as crianças. Mas certamente há algo a ser debatido e, talvez, modificado. Talvez não seja algo em bloco, mas um ajuste individual, de cada uma. A ideia de que o que é melhor para cada mulher é sabido apenas por ela e deve ser seguido sem medo dos padrões, obrigações e expectativas de quem está em volta e da sociedade. A certeza de que não há fórmulas para a vida e nem rigidez para o que vem a ser ”uma grande mulher”.
Você concorda?"
Eu li essa reportagem, mas acho que preciso reler...
ResponderExcluirPara mim, o ponto principal é que as mulheres acumularam tarefas. Não há apenas empregos de destaque, carreiras impressionantes, conquista de direitos; há ainda a casa, o marido e os filhos. Houve uma soma, não uma substituição. E acho que o que causa essa tristeza é o excesso de tarefas, o cansaço.
Eu entendo que o problema maior é que a vida dos homens não tenha mudado na mesma proporção. Nem todas as mulheres que trabalham fora tem companheiros que ajudem-nas em casa.
Acho que o problema é que, em muitos casos, essa evolução aconteceu numa única mão. Acredito que a tristeza diminuiria se as responsabilidades fossem (ao menos) divididas.
Concordo com a galera aí de cima: a pressão é geral, todo mundo tá sendo exigido demais e se frustrando demais, seja no trabalho ou na vida pessoal. Não precisa ser mulher pra isso. E outra: duvido que algum homem de hoje (a não ser q seja muito rico) aceite sustentar a esposinha honesta e devotada. Nunca! hahaha Mocinhas tb tem q ir a luta pra ajudar a pagar as contas. Não q isto tenha a ver com feminismo ("oh, que lindo, as mulheres lutaram e conseguiram o direito de trabalhar"). Isso tem a ver com sobrevivência. O mundo não comporta mais esse ideal do homem provedor-mulher do lar.
ResponderExcluirOutra coisa legal (esta sim, efeito do feminismo) é a possibilidade cada vez maior de uma mulher não querer ser mãe, ou não querer ser esposa, ou não querer os dois, ou querer os dois. É por essas e outras q eu dou vivas ao feminismo.
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ResponderExcluirTenho acompanhado seu blog já faz um tempo, acho que vc escreve muito bem, de forma direta, simples e sobre fatos polêmicos e complexos. mas sempre colocando muito bem sua opinião. Quase sempre concordo com vc, mas acho que nunca parei pra responder, e sei que quem bloga gosta de resposta.
ResponderExcluirO que acho mais interessante é a sua capacidade de pensar como as pessoas que são diferentes de você e enxergá-las e colocá-las no seu texto, como fez agora ao pontuar que essas revistas femininas e as pesquisas sempre focam na mulher branca de classe média, porque negras e domésticas não existem, né? pouco importa se estão ou não felizes.
Quanto ao texto assino embaixo. se tivesse que fazer um sobre o mesmo tema sairia muito parecido, embora não tão bom. beijos
Oi Lolinha,
ResponderExcluirMe lembrei do filme 'Sorriso de Monalisa', na parte que você disse que as mulheres iam pra faculdade pra arrumar marido.
Eu não sei até que ponto vai o meu feminismo, sinceramente. Sei que não concordo em absoluto com a diminuição da mulher. Meu irmão está ficando machista como meu pai, eu peço à ele pra me ajudar com a louça, e ele diz que não vai porque é coisa de mulher, ai eu argumento falando que ele tem de saber fazer, pra ser independente, sabe o que ele me responde?- Que ele não vai fazer, porque ele vai ter uma mulher que faça por ele. Eu fico vermelha de tanta raiva. Meu pai a mesma coisa, esses dias ele disse que mulher pra ele tem de saber fazer as coisas dentro de casa, porque afinal ele é homem, e não sabe, ele se vira, mas não sabe, e ainda comentou que terminou um relacionamento porque a mulher não sabia fazer comida.
A pior parte da longa sessão de tortura dos comentários machistas e pré-conceituosos, foi ele falar que viu duas moças, bonitas, bem arrumadas, num bairro 'nobre', tomando cerveja e fumando na calçada, que isso era coisa de homem. Que as mulheres não souberam reinvindicar os seus direitos e que acabaram ficando masculinizadas, que as mulheres não querem mais saber de formar familia. [Faça uma enquete, e veja quantos homens querem apenas 'namorar', quem dirá 'casar'.] E começaram a criticar as mulheres que são casadas trabalham,estudam e tem filho. Ai eu não aguentei, e falei na frente dos amigos dele que o que ele tava falando não tinha nexo, que eu bebo na calçada, e que não tem nada a ver... e que era justamente o que eu ia fazer depois da faculdade, eu tinha aula no dia. 1º Lei anti-fumo, logo pessoas que fumam e bebem, vão preferir a calçada, e isso não tem nada a ver se é homem ou mulher. 2º Muitas e muitas e muitas vezes não tem lugar pra sentar, dependendo do barzinho. Na faculdade mesmo, é impossivel. E meu pai só critica mulher que trabalha, estuda e tem filho, porque a mãe do meu irmão, fazia tudo isso, e meu pai queria morrer, porque ele queria que minha madrasta ficasse sob o dominio dele e não que ela ficasse 'inteligente', e independente... tanto é que ela saiu de casa depois de formada, e de provar pra ela mesma que ela não precisava dele. E isso matou ele. Enfim...
Mesmo se eu não precisasse eu trabalharia, porque eu detesto ficar no ócio, sim, estou sem emprego fixo, trabalho só de finais de semana e feriados, mas trabalho, no minimo 10hrs a cada dia trabalhado. E durante a semana, eu não consigo ficar em casa. E se estou em casa estou 'trabalhando' em casa, fazendo as tarefas domésticas. E não suporto a idéia de depender de ninguém, muito menos de marido, esposa, namorado, mãe, pai e etc... Acho que quem quer essa 'boa vida', é porque é uma puta desocupada, sangue-suga, que não sabe se virar sozinha, e vamos combinar, Lola, tem mulher que é assim. Que não tá nem aí, mesmo, e quer arrumar um homem rico, e ficar sugando ele, enquanto ela passeia. '¬¬ Assista novela 10 minutos e veja os exemplos que a mídia nos traz.
Lola, obrigada pelo comentário. É um assunto bem delicado, mas assim, como você mesma disse, eu já sou 'adulta'. Eu entendo que meus pais não são super-heróis, e que não posso exigir das pessoas uma maturidade que elas não tenham. O que eu posso fazer é aprender com os erros, não repeti-los e perdoá-los por isso. Eles são tão passiveis de eero quanto eu. ;]
Beijão!
Olá, Lola.
ResponderExcluir1º Adorei, esses fãs que a chama de Lolíssima,
Rodamos, rodamos e voltamos ao ponto principal p r e c o n c e i t o, é demasiadamente terrível.
Olha só Lola, casei aos dezenove anos, tive dois filhos, me formei, atuo na área desde 1993, vivo intensamente todas essas funções de mãe, mulher, dona de casa, profissional,... até concordo que durante um bom tempo na minha vida, estive meio sobrecarregada com toda a responsabilidade da família, (financeira e emocional), nessa minha loucura de vida nunca faltei a um único evento dos meus filhos e família. Digo com certeza que se eu não tivesse isso tudo, não estaria completa. Tudo num está melhor hj, porque a casa esta meio vazia ( a famosa síndrome do ninho vazio), os filhos estão fora. Apenas eu e o marido e uma bela e manhosa cadela. Ainda que a saudade sufoque um pouco,... vê meus filhos realizados e felizes no que querem,...é tudo de muito , muito bom. Faz muito bem!
É isso, beijos, Lolíssima
Oi Lolinha
ResponderExcluirTodo mundo anda descontente!O mundo exige cada vez mais de todos, sejam homens ou mulheres
Mas creio q o descontentamento das mulheres seja maior porque além de ter q ser boas e exemplares mães, ótimas profissionais, temos que ser DESLUMBRANTES como as capas de revista. Essa cobrança entristece qualquer mulher.
Ihh, a discussão dá pano pra manga. Nós mulheres privilegiadas da classe média podemos deixar de trabalhar para cuidar integralmente de nossos rebentos (aliás, TEMOS que ter filhos, como vc bem colocou). Classe média não morre de fome, geralmente o marido trabalha também e a família tem como ajudar! Porém, a negra pobre da favela tem que sair de casa as 5h da manhã e voltar as 20h, cuidado da casa dos outros, deixando os filhos de lado, não tendo sua própria moradia digna (alugueis atrasados, invasões, etc).
Então fica fácil uma Maria Mariana da vida dizer q a mãe deve ficar em casa, bla bla bla whiskas sachet. Porque ela não está do outro lado. Aliás, li que ela tem empregadas na casa dela. Oi? rs
Nossa, dá para viajar nesse assunto, mostrando todas as faces de nossa sociedade, o porque as coisas são assim. Ainda tem o avatar religioso da mulher sofredora, da heroína pura, uma coisa meio virgem maria.
Dá pano pra manga.
Abraços!
Já tem uma previsão sobre quando vc começa lá na UFCE?
Oi Lola! Sou leitora do blog há um tempinho já, e essa semana mesmo estava lendo a coluna do editor da Època: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI99712-15230,00.html
ResponderExcluirAcho sinceramente que há mulheres e mulheres. Gente feliz em casa, e gente feliz vivendo de maneira independente. Sei de muitas meninas de 30 anos, que por mais que nasceram depois da revolução feminista, sejam independentes e etc.., ainda carregam valores referentes a "felicidade" que são do século retrasado: a "felicidade só acontece quando encontramos um homem".
Ainda acho que é preciso mais tempo para as coisas mudarem, pois leva- se gerações e gerações para se transformar um comportamento padrão, é necessário muita educação e igualdade de oportunidades.
Creio eu que, enquanto existir filmes na Tv, revistas, e peças de publicidade reproduzido mulheres como objetos e dependentes (emocionalmente) do homem, podem-se fazer mil pesquisas que todas elas vão mostrar que mulheres são infelizes mesmo.
Afinal, o ideal de sociedade ainda é o mesmo que duzentos anos atrás!
Oi, Lola!
ResponderExcluirEu acho que um dos grandes desafios do feminismo hoje, por incrível que pareça, é se fazer conhecer pelas pessoas. Conheço um monte de gente inteligente e informada que acha que "as feministas querem ser iguais aos homens" ou que "o feminismo é tão ruim quanto o machismo". Que ser chamada/o de feminista é palavrão.
Uma matéria dessas não ajuda muito. Fala do feminismo e não explica o que ele é. E ainda lista as críticas que lhe fazem.
Ando conseguindo adeptos do feminismo da maneira mais simples possível: explicando o que ele quer e como funciona (e dizendo para as pessoas lerem o seu blogue). Dá certo que é uma beleza!
Beijos!
Cara Lola Aronovich
ResponderExcluirPeço-lhe que nunca esmoreça diante de backlashs.
Pois, como já deves estar a perceber está havendo um gigantesco backlash nos blogs e sites do Google e Yahoo, principalmente. Embora os ataques não se restrinjam apenas aos dois citados.
No Brasil, estes atos baixos encontram terreno propício, uma vez que apenas de 1998 em diante, é que começamos a ver alguns poucos progressos do Feminismo. E como a estrutura social brasileira ainda é bastante arraigada no machismo/patriarquismo, naturalmente resolveram principalmente neste 2009, reagirem com TRUCULÊNCIA COSTUMAZ contra Feministas e correlacionados.
Lamentávelmente, vemos entre outras baixarias contra as Mulheres no Youtube, vídeos que inscitam a luta corporal e verbal entre Mulheres, como um GOLPE SUJO para DIVIDI-LAS, no intento de DISTRAÍ-LAS quanto a possível UNIÃO CONSCIENTIZADORA.
MULHERES: NÃO PERCAM TEMPO COM ESTA LAIA OU MATILHA.
PROSSIGAMOS NA LUTA GRADUAL SEM ALTERAÇÕES. VAMOS DEIXAR ESTES CÃES LATIREM. ESTÃO DESESPERADOS.
e falando em feminismo, Lola vc viu isso: http://www.botecosujo.com/2009/10/polanskis-do-abc.html ?
ResponderExcluira interntet as vezes me faz perder a fé na humanidade...
Lola, eu tenho pensado demais nisso este ano. Diminuí radicalmente o ritmo de trabalho, saí do emprego antigo, mudei de profissão, ganhando mal, trabalhando menos, e mais feliz.
ResponderExcluirE o que me incomoda não é trabalhar ou não trabalhar, cuidar da casa ou não cuidar da casa. É as pessoas não terem escolha! Ou se comportarem como se não tivessem. Foi o feminismo que nos deu direito à escolha, então é uma estupidez criticá-lo.
Muita gente me critica pelo meu novo estilo de vida, outros me invejam. Eu alerto que toda escolha tem consequência (como não ter tv a cabo pq não sobra grana! rs), mas tô feliz. Meu marido não acha ruim, me incentiva a escrever meu livro (escritor que não publicou nada ainda é trabalhador sem salário), e sempre dividimos as tarefas em casa, desde o princípio do casamento.
Talvez seja isso que falte ainda no movimento feminista (que ainda está em movimento). A mulher teve acesso ao mundo masculino, mas o homem que acessa sem preconceito o mundo feminino é uma minoria. Minhas antigas colegas de trabalho falavam mal dos maridos que não ajudavam em casa. Mas o meu marido tb não fazia essas coisas na casa da mãe dele. Mas passou a fazer depois que casamos (ele cozinha, lava louça, estende roupa, faz todas as coisas que eu faço, conforme cada um está disponível). Todas morriam de inveja de mim, mas não enxergavam que, ao criticarem um arroz mal-feito ou uma roupa mal dobrada não permitiam que seu homem aprendesse algo novo e o alijavam da tarefa doméstica, programando-o pro resto da vida a acreditar que não sabe fazer essas coisas de casa.
Eu não gosto é do patrulhamento. Precisando trabalhar, trabalhe. Não precisa? Não quer tampouco? Não trabalhe. Mas seja responsável por suas escolhas.
O que matou o feminismo é a arrogância. A mulher passou a crer que é naturalmente melhor que o homem e se contradiz querendo igualdade.
ResponderExcluirFalta amor, não aquele amor passional, que a mídia usa para manipular, mas o amor ágape. O amor fundamentado no respeito.
Não busquemos inimigos externos. O seu maior inimigo é você mesmo. Enquanto o feminismo sustentar a existência do mito do inexistente "machismo", ainda haverá conflito.
Os reacionários o são por serem inseguros e fracos e não por serem machistas.
abraços
Foi uma boa crítica à reportagem e uma devida desconstrução argumentativa, mas penso que as estatísticas em si não foram devidamente abordadas. A questão é, se é verdade essa queda na felicidade feminina, E SOBRETUDO AUMENTO NA MASCULINA, e sendo inegável sua intersecção com as conquistas femininas, temod que saber o quanto o feminismo ou outros fatores podem ser responsáveis por tal estado de infelicidade. A mim penso que a melhor explicação está na Hipergamia.
ResponderExcluirMas de qualquer modo, pendo que isso é apenas um período normal de adaptação. O feminismo é muito recente historicamente, e ainda vivemos uma acomodação, um processo em andamento, passando de um modelo que vigorou por tantos séculos, para um outro, ainda desconhecido. É natural que demoremos a nos orientar.
Só saberemos se houve mesmo um erro do feminismo ou de qualquer outro movimento, numa futuro trans geracional.
Marcus Valerio XR
www.xr.pro.br
Ando cada dia mais reclusa, porque não dou conta das pessoas me inquirindo sobre meu emprego, meus estudos, meu relacionamento amoroso. Vai tudo bem, obrigada, mas nunca vai bem na visão do outro. Acho que preciso mudar de vizinhança. Encontrar pessoas com as quais o diálogo seja mais limpo e construtivo, porque me sinto isolada, ilhada, mas minha vontade é dialogar, construir, melhorar esse mundo. Pena que me falte tanta paciência para debater com quem não compartilha da maioria dos meus valores. E sigo nessa militância virtual de sofá. ;)
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