Eu nem ia falar do caso envolvendo uma escola particular de SP e a estagiária Ester, mas um leitor me enviou um email revoltado com uma coluna que leu, e pediu a minha reação. Então, ao caso, que até já saiu no Jornal Nacional, noticiário-chefe de uma emissora cujo diretor de jornalismo jura que Não Somos Racistas (este é o título de seu livro, e ele não é irônico). Ester, negra (e, se me permite a opinião irrelevante, belíssima), 19 anos, estudante de pedagogia, foi contratada no começo de novembro para ser estagiária de marketing no Colégio Anhembi Morumbi. Ela ficava ao lado da recepção, e uma de suas funções era mostrar a escola aos pais de alunos interessados. Logo que chegou, passou a receber recados da diretora para prender o cabelo e não circular pelos corredores. Finalmente, a diretora a chamou para uma reunião onde, segundo Ester, lhe foi dito: “'Como você pode representar o colégio com esse cabelo crespo? O padrão daqui é cabelo liso'". A diretora também lhe disse que iria arranjar umas camisetas para que Ester cobrisse os quadris.
Abalada com a "reprimenda", Ester primeiro foi chorar no banheiro. Depois, corajosa, foi a uma delegacia denunciar o racismo praticado contra ela. Fez um boletim de ocorrência de acordo com a Lei Estadual nº 14.187/10, que prevê punição a "todo ato discriminatório por motivo de raça ou cor praticado no Estado por qualquer pessoa, jurídica ou física".
A escola lançou nota se defendendo e, mais uma vez, metendo o pé pelas mãos. Um trecho diz: “o colégio zela pela sua imagem e, ao pregar a 'boa aparência', se refere ao uso de uniformes e cabelo preso". “Boa aparência”, qualquer pessoa honesta que trabalha com Recursos Humanos pode confirmar, é um código usado para excluir candidatas ao emprego (não costuma ser aplicado pra homens) que estejam fora do padrão de beleza (gordas, moças com necessidades especiais, e, principalmente, negras). Historicamente, toda vez que se lia “Contrata-se recepcionista com boa aparência”, o subtexto era “Negras não precisam comparecer”. Isso só começou a mudar justamente quando o racismo virou crime.
Na matéria do JN, uma representante da escola (não a diretora, que não quis dar entrevistas) disse que houve um ruído na comunicação, e que todos os funcionários devem usar cabelo liso e uniforme. Estranho ela adotar o masculino aqui, porque duvido que a escola tenha muitos funcionários homens de cabelo comprido. E depois que ela mesma estava com o cabelo solto. Mas seu cabelo é loiro e liso, então imagino que tudo bem.
De lá pra cá, Ester foi tirada da recepção da escola e colocada pra trabalhar num arquivo, carimbando carteiras de alunos. Parece óbvio que o Anhembi Morumbi não vai despedi-la enquanto o assunto estiver na mídia.
Bom, a revolta do leitor que me escreveu nem era tanto com o caso em si, mas com a coluna de André Forastieri para o R7. André gosta de polemizar. Eu não costumo lê-lo, mas já fiquei indignada uma vez, quando ele disse que não via problema algum em comer carne de cachorro. O título de seu texto sobre o caso de Ester já resume o que ele pensa: “Nem injustiça, nem racismo: o mundo é assim”.
André diz, que, “de longe”, não vê racismo na atitude da escola. E dá alguns exemplos de como funcionários devem se vestir de acordo com o lugar que trabalham. E ter o tipo físico adequado também (“gordeta” não pode trabalhar em academia, segundo ele). Então não é racismo, determina André, porque é assim que as coisas funcionam, e Ester, como estagiária, está aprendendo uma grande lição ao ser informada disso (porque, suponho, ela não sabia que o mundo era racista). Pergunta e responde André: “É chato para Ester? Certamente. É raro? Claro que não. [O que é raro? Não fica claro!]. É injusto? Bem, quem trabalha representa a empresa onde trabalha”.
Por incrível que pareça, para André, a exigência de usar terno e gravata para advogados se equivale a ter que alisar o cabelo se a funcinonária (qualquer uma, em qualquer empresa?) for negra. Dá na mesma trocar de roupa, e empestar os cachos de tóxicos para se enquadrar a um padrão de beleza que prega que só cabelo liso é bonito? Tudo igual.
Vou ser radical aqui: falar mal do cabelo de um negro (e, mais ainda, de uma negra, já que no nosso mundo “boa aparência” importa muito mais para mulheres que para homens, já que mulheres são avaliadas quase que exclusivamente pela aparência) é racismo. Sempre. Porque ter cabelo crespo é um dos traços principais (junto com quadris grandes pras negras) dos negros. Aliás, poucas vezes esse tipo de cabelo é chamado de cabelo crespo. Temos outro nome pra isso: cabelo ruim. Como pergunta este excente curta, “O que o cabelo fez pra ser chamado de ruim?”. Pois é, quem determina que o cabelo de toda uma raça é ruim? Baseado em quais critérios? E temos que aceitar essa avaliação baseado no “o mundo é assim, é assim que as coisas são”?
Se aceitássemos que o mundo funciona assim, fazer o quê?, não teríamos tido mudança alguma. Imagina as mulheres do século 19 não se rebeleram contra o fato de não poderem votar porque “é assim que as coisas são”. Imagina os gays acharem que tudo bem homossexualidade ser vista como doença tratável à base de eletrochoques porque “é assim que as coisas são”. Imagina os negros e demais abolicionistas na época da escravidão, negando que o mundo seja injusto ou que haja racismo porque, afinal, “é assim que as coisas são”. É chato para escravos negros? Certamente. É raro? Claro que não. É injusto? Bem, quem é escravo representa o dono pra quem trabalha.
Felizmente, não é André quem tem que decidir se a escola foi racista. Quem decide que foi vítima de racismo é quem sofre a discriminação. Não ele ou eu, que somos brancos. Quer dizer, quem denuncia o crime (e, pra denunciá-lo, é preciso que quem o sofreu considere que houve um) é a vítima. Depois quem decide se de fato houve crime é um sistema cheio de homens brancos e héteros, totalmente neutros e imparciais, lógico.
Como polemista, André se considera um questionador. Uma dica: quem questiona nunca deveria dizer em tom conformista que “o mundo é assim”. Só os conservadores se conformam em viver num mundo preconceituoso. O mundo não tem que ser assim. E, se depender de gente que questiona e luta, não vai ser.
P.S.: E por falar em luta: terça-feira, dia 13, às 14 horas, haverá um protesto em frente ao colégio. Chama-se "Solte o cabelo! Prendam os racistas!". Participe, mesmo que você seja branc@.
Abalada com a "reprimenda", Ester primeiro foi chorar no banheiro. Depois, corajosa, foi a uma delegacia denunciar o racismo praticado contra ela. Fez um boletim de ocorrência de acordo com a Lei Estadual nº 14.187/10, que prevê punição a "todo ato discriminatório por motivo de raça ou cor praticado no Estado por qualquer pessoa, jurídica ou física".
A escola lançou nota se defendendo e, mais uma vez, metendo o pé pelas mãos. Um trecho diz: “o colégio zela pela sua imagem e, ao pregar a 'boa aparência', se refere ao uso de uniformes e cabelo preso". “Boa aparência”, qualquer pessoa honesta que trabalha com Recursos Humanos pode confirmar, é um código usado para excluir candidatas ao emprego (não costuma ser aplicado pra homens) que estejam fora do padrão de beleza (gordas, moças com necessidades especiais, e, principalmente, negras). Historicamente, toda vez que se lia “Contrata-se recepcionista com boa aparência”, o subtexto era “Negras não precisam comparecer”. Isso só começou a mudar justamente quando o racismo virou crime.
Na matéria do JN, uma representante da escola (não a diretora, que não quis dar entrevistas) disse que houve um ruído na comunicação, e que todos os funcionários devem usar cabelo liso e uniforme. Estranho ela adotar o masculino aqui, porque duvido que a escola tenha muitos funcionários homens de cabelo comprido. E depois que ela mesma estava com o cabelo solto. Mas seu cabelo é loiro e liso, então imagino que tudo bem.
De lá pra cá, Ester foi tirada da recepção da escola e colocada pra trabalhar num arquivo, carimbando carteiras de alunos. Parece óbvio que o Anhembi Morumbi não vai despedi-la enquanto o assunto estiver na mídia.
Bom, a revolta do leitor que me escreveu nem era tanto com o caso em si, mas com a coluna de André Forastieri para o R7. André gosta de polemizar. Eu não costumo lê-lo, mas já fiquei indignada uma vez, quando ele disse que não via problema algum em comer carne de cachorro. O título de seu texto sobre o caso de Ester já resume o que ele pensa: “Nem injustiça, nem racismo: o mundo é assim”.
André diz, que, “de longe”, não vê racismo na atitude da escola. E dá alguns exemplos de como funcionários devem se vestir de acordo com o lugar que trabalham. E ter o tipo físico adequado também (“gordeta” não pode trabalhar em academia, segundo ele). Então não é racismo, determina André, porque é assim que as coisas funcionam, e Ester, como estagiária, está aprendendo uma grande lição ao ser informada disso (porque, suponho, ela não sabia que o mundo era racista). Pergunta e responde André: “É chato para Ester? Certamente. É raro? Claro que não. [O que é raro? Não fica claro!]. É injusto? Bem, quem trabalha representa a empresa onde trabalha”.
Por incrível que pareça, para André, a exigência de usar terno e gravata para advogados se equivale a ter que alisar o cabelo se a funcinonária (qualquer uma, em qualquer empresa?) for negra. Dá na mesma trocar de roupa, e empestar os cachos de tóxicos para se enquadrar a um padrão de beleza que prega que só cabelo liso é bonito? Tudo igual.
Vou ser radical aqui: falar mal do cabelo de um negro (e, mais ainda, de uma negra, já que no nosso mundo “boa aparência” importa muito mais para mulheres que para homens, já que mulheres são avaliadas quase que exclusivamente pela aparência) é racismo. Sempre. Porque ter cabelo crespo é um dos traços principais (junto com quadris grandes pras negras) dos negros. Aliás, poucas vezes esse tipo de cabelo é chamado de cabelo crespo. Temos outro nome pra isso: cabelo ruim. Como pergunta este excente curta, “O que o cabelo fez pra ser chamado de ruim?”. Pois é, quem determina que o cabelo de toda uma raça é ruim? Baseado em quais critérios? E temos que aceitar essa avaliação baseado no “o mundo é assim, é assim que as coisas são”?
Se aceitássemos que o mundo funciona assim, fazer o quê?, não teríamos tido mudança alguma. Imagina as mulheres do século 19 não se rebeleram contra o fato de não poderem votar porque “é assim que as coisas são”. Imagina os gays acharem que tudo bem homossexualidade ser vista como doença tratável à base de eletrochoques porque “é assim que as coisas são”. Imagina os negros e demais abolicionistas na época da escravidão, negando que o mundo seja injusto ou que haja racismo porque, afinal, “é assim que as coisas são”. É chato para escravos negros? Certamente. É raro? Claro que não. É injusto? Bem, quem é escravo representa o dono pra quem trabalha.
Felizmente, não é André quem tem que decidir se a escola foi racista. Quem decide que foi vítima de racismo é quem sofre a discriminação. Não ele ou eu, que somos brancos. Quer dizer, quem denuncia o crime (e, pra denunciá-lo, é preciso que quem o sofreu considere que houve um) é a vítima. Depois quem decide se de fato houve crime é um sistema cheio de homens brancos e héteros, totalmente neutros e imparciais, lógico.
Como polemista, André se considera um questionador. Uma dica: quem questiona nunca deveria dizer em tom conformista que “o mundo é assim”. Só os conservadores se conformam em viver num mundo preconceituoso. O mundo não tem que ser assim. E, se depender de gente que questiona e luta, não vai ser.
P.S.: E por falar em luta: terça-feira, dia 13, às 14 horas, haverá um protesto em frente ao colégio. Chama-se "Solte o cabelo! Prendam os racistas!". Participe, mesmo que você seja branc@.
225 comentários:
«Mais antigas ‹Antigas 201 – 225 de 225Lisa.
Desculpe, mas percebe quedesde o começo vc insiste na ideia de que a Ester vai ser chamada para algum evento comercial
Ja falou de novela, de comercial, ja comparou com a Geise...
Oq não explicou foi:
1- pq vc se preocupa tanto com isso?
2- no que isso afeta a questão do ato racista?
vc parece estar seguindo a ideia de que ela ja faz isso para aparecer, e que se ela tiver algum lucro, a denuncia perde a legitimidade.
Se importa em explicar?
O maior problema das pessoas é acreditar que todos agiriam como ela. Não é porque alguns mentiriam, se fariam de vítima e se aproveitariam da situação sambando ou numa novela, que a garota pode ser acusada disso.
O tal de Forastieri deve estar se achando O Questionar, O Provocador, O Polêmico, mas todo mundo está vendo o que ele é na verdade, (uma pessoa nem um pouco inteligente, para não dizer outra coisa).
Primeiro: Terno, gravata, uniforme podem ser exigidos em uma empresa para representá-la porque isso é funcional, deve servir para identificação do cliente ou para impessoalidade, ou até mesmo para que a empresa (indo mais a fundo) demonstre certa imparcialidade para abranger a maior variedade de clientes possível (já que o colunista só pensa em dinheiro e é escravo do mercado de trabalho, ele poderia considerar isso, né?). Passa muito longe o fato de exigir esconder características de raça.
Já que o colunista defende (aliás, o mercado de trabalho ele não questiona) que o funcionário deve representar a empresa, então podemos afirmar que a R7, Record, onde ele publicou essa coluna tão rasinha, está representada por ideias racistas. Ah, mas ele está falando só de aparência, né?
são tantos absurdos que ouvimos, lemos...essa caixa de comentários por exemplo, hoje está recheada de absurdos, dá até uma preguiça de debater, eu sinceramente acreditei que esse post teria unanimidade...mas, pra mim foi racismo sim, e dos graves...
Ramon, eu não disse que a escola exigiu cabelo liso. Tem um comentário meu aqui no post para a Lola inclusive apontando isso, pois na reportagem quem falou "liso" foi a Ester e o repórter (e não a representante) falou "prender o cabelo".
Só ao final do processo é que vamos saber a "verdade", o que vai ser muito difícil de provar no caso de ter acontecido mesmo o comentário discriminatório, mas enfim.... Isso não nos impede de discutir o assunto, pois como você mesmo vem pontuando, tudo isso está embutido numa "lógica" de mercado, não são "naturais". Do contrário, negros ainda seriam escravos, mulheres não votariam e por aí vai.
De qualquer forma, aqui no Brasil a maioria tem horror a cabelo "duro" e, pela textura que lhe é própria, este tipo de cabelo nunca vai ficar com uma aparência que agrade ao "mercado" (entenda-se: pessoas racistas), jamais vai atender às necessidades de um emprego que vise representar a imagem da maioria das mepresas, por mais "arrumadinho" que esteja. Tal qual acontece com a cor da pele, afinal num país onde a maior parte da população tem pele escura, negro não é o padrão. A lógica de mercado reflete muito bem isto.
-
Parece que tem outra liana comentando...
Ramon, eu não acredito, de fato, que você considere que não há nenhum mal nisso. Até entendo que algumas pessoas apelem para justificativas das mais absurdas, mas dizer que é aceitável e normal a conduta da diretora eu já acho exagerado demais. Racismo é racismo, não tem o que enfeitar não. Já que muit@s querem colocar em xeque a posição de Ester, então podemos fazer o inverso também, né? Por que a diretora não quis se pronunciar? Não tem nada de errado nisso? Quem cala consente, é? E por que raios que as pessoas tem que estar de cabelos presos numa escola??? @s alun@s podem morrer sufocad@s com os cabelos do povo na boca, é isso? E se ela tivesse cabelos lisos, pediriam para prender também ou não teria problema levar as medeixas livres, leves e soltas? Se vocês lerem a nota do colégio, é tanta argumentação a favor do não-preconceito da escola que parece mais uma propaganda do colégio. E ainda vão contratar uma consultora especializada em diversidade. Porque, né? Deve ser muito difícil tratar os diferentes de forma equivalente (tratar os desiguais de forma igual na medida das suas desigualdades, né isso?). É triste ver que chegamos ao ponto de justificar racismo como "exigência trabalhista".
[num to dizendo? nêga não sossega enquanto não domina a página de comentários inteira. e ficam "brigando/concordando" entre elas (parece mesmo q é a mesma pessoa postando pra marcar território). to sendo obrigada a ler os comentários que nem eu fazia com os trolls, antes da lola começar a deleta-los: leio o nome e pulo para o próximo. aff, q coisa cansativa. se toquem. fundem o próprio blog femino-racista-de-botique de vcs.]
voltei por causa do comentário do ramon, q me parece uma pessoa razoável e genuinamente interessada (não estava me referindo a ele, como todos devem ter percebido): ramon, desde quando cabelo solto é má aparência? desde quando é preciso boa aparência pra ser porteira de creche? e mesmo se ela fosse uma blaster executiva "fechadora de contratos", qual o problema em deixar o pixaim solto?
no tempo do brasil colonial, até dá pra entender... as pessoas pegavam piolho! daí andar com o cabelo preso (de preferência envolto em um pano) era essencial, significava higiene. mas hoje em dia isso não ocorre mais.
e outra: pq será q isso praticamente só ocorre com o cabelo crespo, hein? pq o cabelo liso passa uma imagem de limpeza e organização e o crespo não? hmmm...
obvio q o cliente q vê a pessoa com perfil X e a considera desleixada (deixando de "fechar contratos", como vc sugere) só o faz pq existe toda uma mentalidade corporativa nesse sentido, as pessoas estão acostumadas com esse mundo pasteurizado de loiras magras de terninho e salto alto. e é essa mentalidade q deve ser mudada, o coletivo, não o individual (o individual muda junto, pq né? se o cliente chega lá na empresa X, q ele sempre confiou, e tem uma negona de cabelo crespo, ele n vai confiar? vamos supor q ele saia de lá e encontre uma gorda de sandália crocs na segunda empresa, Y, e aí? vai chegar uma hora q ele vai ficar sem o contrato ou vai deixar de ser otário e julgar a empresa pelo gosto sexual dele. oq é melhor: ficar sem o contrato, q é do meu interesse, ou deixar de ser babaca? hmmm...)
é justamente isso q eu falei ali em cima, a empresa tem q parar de se meter na vida pessoal do empregado, pq o empregado n pertence a ela, o corpo do empregado n pertence a ela e um cabelo solto ou uma barba não afeta o comportamento profissional em nada.
em tempo, vou declarar meu amor à liana, mais uma vez, por se auto-citar aahahaha da-lhe, liana! [2]
"E também não saímos do útero com carro, com diploma, com computador. Não entendi a comparação entre nascer (nú) e exigências feitas no ambiente de trabalho. Até onde eu sei são situações distintas."
e da-lhe denise-da-foto-do-dedinho-amarrado tb!
ahahahah Ana Alice, se alguém começar a pedir que usemos gel pra controlar os fios rebeldes, eu juro que viro hippie e vou ser feliz! :P
ana_alice :)
Pois é, cada coisa que a gente lê que eu só consigo usar uma boa dose de sarcasmo às vezes. Vai entrar na minha lista de coisas a realizar para 2012 (se o mundo não acabar realmente) ser menos debochada na internet. rs
Lord, quem citou Gisele B. naun fui eu... foi um rapaz que tem iPhone ou algo que o valha... eu nem celular tenho, nunca tive. Naun me ocorreu nenhum paralelo entre Ester e Gisele B.
No Brasil, toda vez que uma moza atrativa e que pertence a minoria aparece em algum assunto polemico 1-2-3 ela estah recebendo convites pra o que tenho me referido. E qdo digo minoria naun me referi somente a ser negra... a mulher brasileira pode ser loira linda e ser minoria em um determinado contexto.
Lord, eu naun me preocupo tanto e nem me preocupo nem um pouco; ao contrario sou realista. Minha abordagem sobre o que trato aqui neste comentario naun eh uma critica a Ester e sim a como funciona o sistema. E eu espero sim que Ester tenha algum lucro, isso sem a melhor duvida!!! Que ela tenha lucro financeiro e que ela prossiga com os estudos e naun pare ateh fazer doutorado e que passe a ser uma voz forte, um porta estandarte para os negros brasileiros ateh mesmo dentro do senado.
1-2-3 e Ester vai ser convidada pra ser garota propaganda pralgum xampu ou pralguma marca de cerveja... e tb pra desfilar em alguma escola de samba no Carnaval 2012...
_________
prefiro que desfile no carnaval do que seja garota propaganda de shampoos milagrosos baixa cabelo, dome seus cachos, ou melhor, USE SHAMPOO ULTRA LISS... SUA CHEFE VAI ADORAR!!!
um dia eu fui numa entrevista para recepcionar um banco de investimentos e tinha uma mulher lá de cabelo solto saia curta e decote...
era uma dinamica de grupo.
lá pelas tantas a entrevistadora vira para essa mulher e fala: isso não é roupa para se usar aqui. sugiro que volte outro dia....
nossa, super constrangedor, ok, ela não estava vestida de acordo, mas a entrevistadora não tinha o direito de humilha-la dessa forma na frente de todo mundo. chamasse ela em particular e falasse ou nem falasse nada, sei lá.
"Professor, eu naun vou fazer feijoada pra branco; vou ser juiza pra lhe prender." -- " No Paranah sou uma Negra Rainha e na Bahia sou vassala." --Luislinda Valouis, juiza e desembargadora
http://unegroparana.blogspot.com/
Lola e todo o pessoal que comenta aqui, vejam o video apresentando entrevista com Ronnie Von.
O nome dela eh LUISLINDA VALOIS. Atualmente eh juiza e estah concorrendo ao cargo de desembargadora a ser definido depois de amanhan, dia 14. Se Ester estiver passando aqui pelo blog, naun deixe de ver o video!
O Brasil é um país engraçado...
10% da pirâmide ditam as regras para 70% obedecerem enquanto 20% sonham em "entrar" para o topo.
Esse "mecanismo" de escalada social
têm provocado essas aberrações comportamentais,impregnadas de vaidade,orgulho e arrogância.
A coisa vem de longe,quando os portuguêses pisaram por aqui,botando banca mas devendo até a alma para os inglêses e morrendo de mêdo dos Fancêses e suas afiadas guilhotinas...hehehe
Donde hay educación,
no hay distinción de clases.
Confucio
O caso de Ester, o texto do Sr. André Forastieri e todo esse bafafá aqui só mostra q existe sim racismo nesse país e q muita gente nem sabe o q é racismo.
Qualquer tipo de intolerância é sinal de incompetência e principalmente INFELICIDADE.
Simples!
Belezas de Kianda
Basta as pessoas irem no www.youtube.com e darem uma busca em - Chico Buarque racismo - tah lah um video do Chico dizendo que a filha dele e o marido (Carlinhos Brown) tiveram de vender o apto. no Rio por conta da discriminazao e agora qdo a familia vem da Bahia pro Rio fica hospedada na casa da Marieta....
Não acho que foi racismo. Claro, eles foram nojentos com ela, mas não quer dizer que foi por causa da cor dela. É preconceito contra cabelos cacheados mesmo. Minha esposa tem cachos e não passa um dia sem que alguém sugira que eles ficariam mais bonitos lisos. Dizem que cachos é infantil, não transparece seriedade. Todo mundo persegue: a mãe dela, a amiga, a colega de trabalho. É quase um assédio moral.
Mas fico chocado como as pessoas hoje criminalizam todas as condutas. Outro dia, uma colega disse que o professor agia de forma arbitrária e idiota na correção das provas, e ele ameaçou processa-la por desacato a funcionário público. Isso porque ela falou de forma educada!
Não digo que a moça não deva buscar a lei se sofreu assédio moral no trabalho, mas discordo que foi racismo. Assim, parece que lá está cheio de brancas balançando seus cachos e implicaram com ela por ser negra. Mas, no local ninguém tem os cabelos cacheados.
A coisa chegou num nível que se numa discussão um cara xingar outro de idiota, e o ofendido for negro, vão dizer que foi racismo!
Pedro
Com certeza não foi só por conta do cabelo crespo que ela levou punição na faculdade onde trabalha(va). Mas sim, toda a união cabelo crespo + ser negra + não amarrar o cabelo = Oh meu Deus, temos uma pessoa que é historicamente pobre em nossa faculdade de ricos mimados!!
A questão da coisa é não só pelo cabelo, mas por aquilo que ele representa. Não importa se a moça é rica ou pobre, mas, negros ainda sofrem preconceitos por tudo que você possa imaginar depois da abolição da escravatura e a alocação para as favelas. Ser negro é ser pobre, não importa a renda, e ser negro com cabelo crespo à mostra é demonstrar essa pobreza, essa inferioridade, sem ter a vergonha supostamente necessária [principalmente numa faculdade ultra-cara como a anhembi morumbi].
O que a aconteceu foi a repressão pelo "atrevimento" de gostar de ser o que se é (e o julgamento categórico do negro=pobre e do pobre=ruim].
e o que deu o protesto marcado pro dia 13, terza-feira na porta do colegio onde Ester trabalha/va?
Lisa
ele aconteceu
http://migre.me/79I7K
Esse cara é um grande babaca. Fora todo o absurdo do texto, ele diz algo de passagem que me chamou bastante atenção:"Cirurgiões plásticos no mundo todo faturam forte CORRIGINDO narizes, peitos, bundas e tudo mais de mulheres de todas as cores".
Corrigindo? Por que? Porque essas mulheres nasceram com a bunda errada, com o peito errado, com o nariz errado... com o cabelo errado. Era isso que a diretora estava fazendo. Corrigindo Ester, que além de estar errada de sustentar esse cabelo, não tinha o "simancol" de tentar "corrigi-lo".
Esse é o grande problema do machismo e do preconceito enrustido. A o agressor não está errado, está apenas "corrigindo" o mundo e as pessoas à sua volta. E quem melhor do que uma loira de cabelo liso pra dizer o que é certo ou errado no corpo dos outros, não?
Veja bem...
Eu sou mestiça, quando criança tinha cabelo liso. Na adolescência ele enrolou, ouvi dizer que isso acontece pois é quando a "verdade identidade" do cabelo se mostra. E aí eu comecei a alisar, fazer escova, detonei o cabelo tentando deixar ele BOM. E ele só ficou ruim.
Então, comecei a cuidar, hidratar e deixar ele cacheado. Hoje ele é volumoso (alguns dizem, armado), e sabe que eu recebo inúmeros elogios por conta disso... É diferente do comum...
Mas mesmo assim, mesmo eu amando meu cabelo e usando ele do jeito q eu quiser, em uma aula de Comunicação Corporativa após uma apresentação de trabalho, tive que ouvir do professor idiota que eu devia ter ido com o cabelo preso, para ficar mais "apresentável".
Postar um comentário