Foi ontem a primeira Marcha das Vadias brasileira, realizada em SP. Pelas fotos e pela repercussão gerada, dá pra ver que foi um sucesso. Talvez não tenha tido o número esperado de participantes (6 mil haviam confirmado presença; a Polícia Militar contabilizou 300), mas foi a primeira, e é isso que conta. Fazia tempo que não se via tanta palavra de ordem a favor das mulheres numa manifestação. E essas palavras de ordem estamparam manchetes em todo o Brasil. Isso é muito positivo!
Já falei minha opinião a respeito da Marcha neste post, e também em duas entrevistas. Tenho um pouco de pé atrás com o nome, vadias, sluts, porque é sempre complicado reapropriar o significado de um termo (o único caso bem sucedido que conheço é queer, que o movimento LGBTTT conseguiu tirar do sentido pejorativo e até o adotou pra nomear toda uma linha de pesquisa, a de queer studies). Eu preferiria que termos como vadias, vagabundas, piranhas, galinhas, putas, vacas etc etc — enfim, todos esses nomes criados e amplamente usados para condenar a sexualidade feminina — desaparecessem do mapa.Mas o importante é que a Marcha em si deixa claro que a sexualidade de uma mulher é dela, não é pública, não é do homem ou da sociedade, e que deve ser respeitada. Respeitada de todas as formas, desde não ser julgada (sim, queremos a mesma liberdade sexual a que os homens têm direito) a não ser invadida, seja através de estupros, seja através de “passar a mão” (que, assim como as grosserias verbais na rua, funcionam como uma espécie de terrorismo sexual).
Sempre que mulheres reivindicam autonomia sobre seu corpo — para ter o direito de fazer um aborto, para poder continuar amamentando em público, para poder transar com quem escolher — a sociedade (os homens principalmente, mas também as mulheres acostumadas a serem controladas) se une para barrar esse direito básico.Por isso não me espanta que a reação à Marcha das Vadias, a julgar pelos comentários, seja a pior possível. Tem os comentários machistas de sempre avaliando o corpo das participantes, lembrando sobre quem manda e a quem pertencem aqueles corpos. E, lógico, chamando feministas de mal amadas, dizendo que “há tanta coisa importante contra o que se protestar” (escrevi sobre essas acusações clichê ontem; são sempre exatamente as mesmas, não importa o objetivo da manifestação! Se há mulher envolvida, haverá esses clichês bocós, típicos de quem não tem argumentos), que a louça tá se amontoando na pia... O que me preocupa mais são comentários como este, deixado na caixa do Bolsa de Mulher (por quem também fui entrevistada):
“Querem esfregar um suculento pedaço de carne na cara de um leão faminto e obrigá-lo a não mordê-la, fala sério, quer quase o impossível, manter o leão sob fortíssima repressão ao limite da explosão. O instinto de sobrevivência e o sexual são indomáveis, querer domá-los é guerra perdida como a guerra contras as drogas. A mulher quer a liberdade de andar seminua pelas ruas, provocante, insinuante, sensual e negar-se a todos os homens q a desejam exceto o q ela escolher, isto não lhe parece discriminação, preconceito e antidemocrático? Não apoio e nem quero justificar o estupro. Querem diminuir a incidência de estupros? Vistam-se e comportem-se como mulheres de respeito. [...] Assuma os riscos de provocar um dos maiores instintos masculinos, o sexual, dentre estes, muitos de mau caráter. Assuma sua parte da culpa”. Eu fui lembrada na Marcha! Obrigada, gente!
Pra quem não quer justificar o estupro, ele até que faz um belo serviço, né? Esse discurso incoerente é o mais comum. E é por isso que eu bato na mesma tecla: homens, estupro tem mais a ver com violência e poder que com sexo. Lembrar que homens estupram e que mulheres são estupradas não equivale a dizer que todos os homens estupram, nem que todas as vítimas sejam mulheres, nem que todas as mulheres são estupradas. Mas uma em cada três já sofreu alguma forma de abuso sexual (eu disse, e repito: toda mulher tem uma história de horror pra contar). E pensar que todos esses casos foram cometidos por psicopatas doentes é querer mascarar a realidade e continuar fingindo que os “homens de bem” não têm nada a ver com a história. Ou seja, é continuar lavando as mãos e dizendo que estupro é um problema das mulheres. É uma atitude cômoda e covarde. Se você, homem, se incomoda com o estupro, então mexa-se! Converse com seus amigos sobre o assunto. Discuta sobre o que vocês consideram estupro, sobre como vocês falam “Essa daí tá pedindo”, sobre o tão comum “O quê ela estava vestindo?”.
Duvido que o autor do comentário acima seja um psicopata, sequer um estuprador. Mas analise o discurso dele. Veja quantas mensagens que ouvimos e repetimos diariamente estão contidas em tão poucas linhas:Algumas das sempre poderosas blogueiras feministas juntas na Marcha.
1) Mulheres são reduzidas a um suculento pedaço de carne. É isso que somos? Só isso?
2) O “instinto” sexual masculino é incontrolável. Em outras palavras, o leitor diz que homens não podem se conter, e que querer contê-los é “guerra perdida”. Ele parte de uma ciência tosca, a psicologia evolucionista (e já tem três décadas que a mídia repete essa ladainha como se fosse verdade absoluta!), para dizer que a violência sexual é uma questão de sobreviência da espécie. Isso representa naturalizar a violência. Quando se naturaliza alguma coisa, caímos no “é assim que as coisas são”. Fica difícil combater. Essa é a função da ideologia dominante: naturalizar um discurso para que não percebamos que é um discurso e, assim, não podermos combatê-lo.
3) O leitor, ao mesmo tempo em que acha sensual ver mulheres “seminuas pelas ruas”, também condena essas mulheres. É o velho discurso moralista de que nós “devemos nos dar o respeito”. Se não nos respeitarmos, diz o discurso, então os homens tampouco precisam nos respeitar. Libera-se o estupro (as pessoas não costumam achar que prostituta não pode ser estuprada?).
4) O leitor lamenta que as mulheres possam escolher o parceiro sexual (ou os parceiros, ou as parceiras). Nesse discurso entra a negação da autonomia da mulher sobre seu corpo, e também a ideia 100% equivocada de que só homem gosta de sexo. O leitor se revolta não contra os estupros que as mulheres sofrem, mas contra o fato das mulheres não quererem fazer sexo com ele, e ele não poder pegá-las a força.
5) Ele termina jogando a culpa do estupro na mulher. Apesar de tudo que ele disse antes (o homem é indomável, é natural, é a lei da sobrevivência e do mais forte), quando uma mulher é estuprada, a culpa é dela. Ou pelo menos parte da culpa. Talvez um pedacinho minúsculo da culpa, segundo o leitor, caiba não ao homem, mas ao seu “instinto”. Azar. É instinto, é biológico, não há nada que se possa fazer. E aí, quantas vezes você e seus amigos (e também suas amigas, lógico) conversaram sobre sexo nesses termos? Melhor perguntar: quantas vezes hoje? Pense em esse tipo de discurso perpetua a violência contra a mulher. Então reflita: mulheres de todos os tipos e idades são estupradas (inclusive as feias, Rafinha). As roupas que vestem quando são estupradas variam enormemente. 80% dos estupros não seguem o roteiro lugar-comum de mulher sozinha numa rua escura à noite. Só 20% dos estupros são cometidos por estranhos. Os outros 80% são cometidos por conhecidos da vítima. Como a roupa que a vítima está usando tem alguma relevância nesses casos?
Sabe o que não muda nunca? O discurso. É o mesmo discurso, tão bem resumido pelo leitor acima. É isso que nós mulheres queremos combater, e que manifestações como a Marcha das Vadias expõem tão bem. Mas não vamos ganhar essa luta sozinhas. Precisamos de você, homem. Em vez de criticar as mulheres, as feministas e nossas causas, ponha-se no nosso lugar. Empatia -- essa é a palavra-chave.A Marcha acabou em frente ao clube de comédia de Rafinha e D. Gentili.
Sempre que mulheres reivindicam autonomia sobre seu corpo — para ter o direito de fazer um aborto, para poder continuar amamentando em público, para poder transar com quem escolher — a sociedade (os homens principalmente, mas também as mulheres acostumadas a serem controladas) se une para barrar esse direito básico.Por isso não me espanta que a reação à Marcha das Vadias, a julgar pelos comentários, seja a pior possível. Tem os comentários machistas de sempre avaliando o corpo das participantes, lembrando sobre quem manda e a quem pertencem aqueles corpos. E, lógico, chamando feministas de mal amadas, dizendo que “há tanta coisa importante contra o que se protestar” (escrevi sobre essas acusações clichê ontem; são sempre exatamente as mesmas, não importa o objetivo da manifestação! Se há mulher envolvida, haverá esses clichês bocós, típicos de quem não tem argumentos), que a louça tá se amontoando na pia... O que me preocupa mais são comentários como este, deixado na caixa do Bolsa de Mulher (por quem também fui entrevistada):
“Querem esfregar um suculento pedaço de carne na cara de um leão faminto e obrigá-lo a não mordê-la, fala sério, quer quase o impossível, manter o leão sob fortíssima repressão ao limite da explosão. O instinto de sobrevivência e o sexual são indomáveis, querer domá-los é guerra perdida como a guerra contras as drogas. A mulher quer a liberdade de andar seminua pelas ruas, provocante, insinuante, sensual e negar-se a todos os homens q a desejam exceto o q ela escolher, isto não lhe parece discriminação, preconceito e antidemocrático? Não apoio e nem quero justificar o estupro. Querem diminuir a incidência de estupros? Vistam-se e comportem-se como mulheres de respeito. [...] Assuma os riscos de provocar um dos maiores instintos masculinos, o sexual, dentre estes, muitos de mau caráter. Assuma sua parte da culpa”. Eu fui lembrada na Marcha! Obrigada, gente!
Pra quem não quer justificar o estupro, ele até que faz um belo serviço, né? Esse discurso incoerente é o mais comum. E é por isso que eu bato na mesma tecla: homens, estupro tem mais a ver com violência e poder que com sexo. Lembrar que homens estupram e que mulheres são estupradas não equivale a dizer que todos os homens estupram, nem que todas as vítimas sejam mulheres, nem que todas as mulheres são estupradas. Mas uma em cada três já sofreu alguma forma de abuso sexual (eu disse, e repito: toda mulher tem uma história de horror pra contar). E pensar que todos esses casos foram cometidos por psicopatas doentes é querer mascarar a realidade e continuar fingindo que os “homens de bem” não têm nada a ver com a história. Ou seja, é continuar lavando as mãos e dizendo que estupro é um problema das mulheres. É uma atitude cômoda e covarde. Se você, homem, se incomoda com o estupro, então mexa-se! Converse com seus amigos sobre o assunto. Discuta sobre o que vocês consideram estupro, sobre como vocês falam “Essa daí tá pedindo”, sobre o tão comum “O quê ela estava vestindo?”.
Duvido que o autor do comentário acima seja um psicopata, sequer um estuprador. Mas analise o discurso dele. Veja quantas mensagens que ouvimos e repetimos diariamente estão contidas em tão poucas linhas:Algumas das sempre poderosas blogueiras feministas juntas na Marcha.
1) Mulheres são reduzidas a um suculento pedaço de carne. É isso que somos? Só isso?
2) O “instinto” sexual masculino é incontrolável. Em outras palavras, o leitor diz que homens não podem se conter, e que querer contê-los é “guerra perdida”. Ele parte de uma ciência tosca, a psicologia evolucionista (e já tem três décadas que a mídia repete essa ladainha como se fosse verdade absoluta!), para dizer que a violência sexual é uma questão de sobreviência da espécie. Isso representa naturalizar a violência. Quando se naturaliza alguma coisa, caímos no “é assim que as coisas são”. Fica difícil combater. Essa é a função da ideologia dominante: naturalizar um discurso para que não percebamos que é um discurso e, assim, não podermos combatê-lo.
3) O leitor, ao mesmo tempo em que acha sensual ver mulheres “seminuas pelas ruas”, também condena essas mulheres. É o velho discurso moralista de que nós “devemos nos dar o respeito”. Se não nos respeitarmos, diz o discurso, então os homens tampouco precisam nos respeitar. Libera-se o estupro (as pessoas não costumam achar que prostituta não pode ser estuprada?).
4) O leitor lamenta que as mulheres possam escolher o parceiro sexual (ou os parceiros, ou as parceiras). Nesse discurso entra a negação da autonomia da mulher sobre seu corpo, e também a ideia 100% equivocada de que só homem gosta de sexo. O leitor se revolta não contra os estupros que as mulheres sofrem, mas contra o fato das mulheres não quererem fazer sexo com ele, e ele não poder pegá-las a força.
5) Ele termina jogando a culpa do estupro na mulher. Apesar de tudo que ele disse antes (o homem é indomável, é natural, é a lei da sobrevivência e do mais forte), quando uma mulher é estuprada, a culpa é dela. Ou pelo menos parte da culpa. Talvez um pedacinho minúsculo da culpa, segundo o leitor, caiba não ao homem, mas ao seu “instinto”. Azar. É instinto, é biológico, não há nada que se possa fazer. E aí, quantas vezes você e seus amigos (e também suas amigas, lógico) conversaram sobre sexo nesses termos? Melhor perguntar: quantas vezes hoje? Pense em esse tipo de discurso perpetua a violência contra a mulher. Então reflita: mulheres de todos os tipos e idades são estupradas (inclusive as feias, Rafinha). As roupas que vestem quando são estupradas variam enormemente. 80% dos estupros não seguem o roteiro lugar-comum de mulher sozinha numa rua escura à noite. Só 20% dos estupros são cometidos por estranhos. Os outros 80% são cometidos por conhecidos da vítima. Como a roupa que a vítima está usando tem alguma relevância nesses casos?
Sabe o que não muda nunca? O discurso. É o mesmo discurso, tão bem resumido pelo leitor acima. É isso que nós mulheres queremos combater, e que manifestações como a Marcha das Vadias expõem tão bem. Mas não vamos ganhar essa luta sozinhas. Precisamos de você, homem. Em vez de criticar as mulheres, as feministas e nossas causas, ponha-se no nosso lugar. Empatia -- essa é a palavra-chave.A Marcha acabou em frente ao clube de comédia de Rafinha e D. Gentili.
Lola,
ResponderExcluirvc acha mesmo que as mulheres usam o que querem, vestem o querem ou que a dominação masculina permite
Pergunto isso porque o feminismo radical afirma que a mulher se vestir dessa forma é atender aos apelos masculinos, já que estas roupas foram feitas para provocar o homem especialmente numa sociedade hipersensualizada como a brasileira cuja beleza da mulher é bastante valorizada, então se vestir dessa forma é se coadunar as exigências masculinas.
Só tenho esta dúvida em relação a isso.
Bem legal o post. Gostei muito (nem tenho o que falar, fui super contemplada!)
ResponderExcluirSó não gostei muito da parte "Mas não vamos ganhar essa luta sozinhas. Precisamos de você, homem". É claro que precisamos ganhar os homens para a luta e blablablá, mas é preciso pensar nas mulheres primeiro. As mulheres é que devem ser ganhas primeiro. Não podemos esquecer que existem muitas mulheres machistas, mas elas participam desse ciclo como vítimas, então: Precisamos de você, mulher.
Sei lá, esse negócio de aplaudir loucamente quando um homem fala algo "feminista" (entre aspas pq penso que existem machistas esclarecidos, e não homens feministas), ou falar "ó, nossa luta nunca irá pra frente sem vocês" parece que não coloca fé na própria luta, e fica "dependendo" dos homens. Ou é como se a gente fosse dar uma estrelinha de prêmio para cada cara que não falar asneira. É como se ficássemos felizes por finalmente termos sido "aceitas" pelos homens. Mas bem sabemos que as liberdades não são dadas, são tomadas. Um homem "feminista" não tá fazendo mais que a obrigação, ele não tem que ser ovacionado pelo que diz.
Esse tipo de comentário sobre as roupas de mulheres que foram estupradas me dá calafrios. Será que alguém supõe que as mulheres que usam a Burca não são estupradas também??
ResponderExcluiro lance da slutwalk, pelo menos pra mim, é o seguinte: a roupa que eu uso não tem nada a ver com levar cantada na rua, com estupro. isso vai acontecer até se eu tiver vestida da cabeça aos pés como uma freira ou uma muçulmana.
ResponderExcluirsó quero a garantia do meu direito de ir e vir e de mais ~50% da população humana. é demais?
É isso Lolinha, aos poucos vamos tentando reverter o backlash para recolocar a sociedade no caminho da igualdade iniciado nos anos 60/70. Perdemos muito tempo e vai ser difícil. Acho tb muito importante q os homens se reconheçam como vítimas dessa desigualdade. Eles têm alguns privilégios mas também pagam o preço ao vezes alto demais de ter que ser "macho".
ResponderExcluirpara reforçar a necessidade de lutar com garra, vejam essa matéria inacreditável e triste que li hoje:
http://t.co/fPz3BzZ
cansadas da violência dos maridos, as mulheres da malásia prometem obediência incondicional.
É um grande absurdo porque é irreal. A violência não acontece por elas não serem "obedientes", e sim por eles acharem que são donos delas e que elas lhes devem obediência.
Seria o mesmo que nós mulheres brasileiras abdicássemos de nos vestir com roupas sensuais. O estupro não ia acabar. Pelas estatísticas está mostrado q esse crime não tem absolutamente nada a ver com desejo sexual e sim com desejo de dominar.
vamos pensar rapaziada, antes que tenhamos q tomar atitudes como as das mulheres da Malásia
aiaiai, eu prefiro a atitude das mulheres da Índia, a Gulabi Gang. ;)
ResponderExcluirLane, não sou a Lola (OU SERÁ QUE SOU?), mas sua discussão que você levantou é importante.
ResponderExcluirComeço dizendo que eu acho que isso é verdade: O "empowerment" por ser sexy - Usar decotão, silicone, etc - é muitas vezes nada mais que uma busca por aprovação externa. É mais fácil se amar se os outros não te criticam, certo? É mais fácil se sentir poderosa, diva, se todo mundo te elogia, se todo mundo presta atenção em você. Isso é um fato. É possível não gostar de si mesmo com todos os elogios e gostar de si sem elogio externo algum, mas que é mais fácil, é.
Então, eu acho que é preciso que a mulher sabia e pense - Por que eu me sinto sexy com um decotão, com um batom, com um salto alto? Por que eu me sinto poderosa com uma saia curta? Será que se os outros pararem de olhar e elogiar, elas vão parar de se sentir sexy? São coagidas a usar roupas assim a se sentirem poderosas como consequência? Não tem outro jeito, por si, para se sentirem mais poderosas?
Digo isso porque eu sempre imaginei, por mim, a repercussão que teria de mulheres feministas fazendo coisas que o patriarcado empurra mas por razões diferentes. Por exemplo, ser levada pelo pai até o esposo no casamento. Receber o nome do esposo depois de casada. Depilar a perna. Depilar o sovaco. Fazer as sobrancelhas. Eu depilo o sovaco porque eu suo MUITO (muita informação pros leitores) e eu acho que com pêlo fica muito mais fedido. Não tenho problemas com roupas, porque só uso camiseta de manga, até no pior calor de 40ºC. Mas alguém vai pensar que é por causa do meu problema com glândulas sudoríparas? Eu não depilo a perna. Só quando vou encontrar com meu namorado, que infelizmente mora longe. Eu faço isso porque ele gosta de passar a mão na minha perna e diz que fica mais macia sem pêlo (Realmente, fica). Sei de toda a polêmica e motivos pro patriarcado quererem que mulheres depilem a perna, mas é exatamente o que eu faço, com razão ou sem razão.
Então, estou eu perpetuando uma noção machista porque de um jeito ou de outro eu faço o que o patriarcado quer? Porque ninguém na rua vai olhar pras minhas pernas depiladas e falar "ah, ela depila porque fica melhor pro toque, e não porque faz sem questionar" e sim "ela depila porque mulheres depilam". Lembro disso porque tinha uma amiga megafeminista que mantinha o cabelo longo e eu sempre mantive o meu curto. Eu perguntava por que ela não cortava e ela dizia que era porque ela gostava dele longo. Eu imaginava se isso não era perpetuar noções de gênero.
É muito complicado mesmo. Não sei como continuar escrevendo sem soar um asshole. Mas basicamente: Será que o conhecimento para si vale tanto quanto o que os outros podem conhecer olhando para você? Será que o impacto, o choque, ajuda? Ou atrapalha? Então mulheres deveriam sempre desafiar o gênero para "feministarem", do jeito que podem? Ou "podem" continuar fazendo o que o patriarcado diz, de um jeito ou de outro? Uma menina gorda e feminista, por exemplo, seria menos feminista se ela quisesse emagrecer para se sentir mais bonita e poderosa?
(Pra fechar com uma nota: Só impeço a monocelha de surgir, porque acho ORRÉVEU em qualquer pessoa. Fora isso, não gosto das minhas sobrancelhas arqueadas e finas, e dói PRA CARALHO tirar com pinça, e não tenho ovários o bastante pra tirar com cêra. Beleza andrógina, beibe ;D)
Maria Júlia, concordo 100%. Apesar de que tem homem que quer muito mérito por não ser asshole, acho que o que deve ser feito é tratar ele bem por ele não ser um completo babaca. Como se trata todos os seres humanos. Nivelar por baixo é escroto DEMAIS.
Lola, belíssimo post. Dá NERVOSO dessas pessoas que acham que homem é um bicho instintivo.
Eu particularmente acho que entre olhar pra uma mulher e estuprá-la tem um longo caminho. Um homem ESCOLHE estuprar uma mulher. Não tem essa de que ele faz tudo no instinto. Um homem tem muito tempo pra pensar se vai ou não fazer isso mesmo. Não tem desculpa.
SOCORR, MEUS POSTS SEMPRE SAEM GIGANTES.
ResponderExcluirContra o estupro?
ResponderExcluirSim!!
Contra a falta de respeito?
Sim!!
A favor das mulheres?
Sim!
Roupas escandalosas?
Ô falta de bom gosto.
Roupas muito curtas?
Gente, tá frio!
Mal gosto ao se vestir X Estupro?
Mito. Resposta impensada.
Mulher bem vestida é muito mais sensual.
Agora, vista-se a mulher bem ou mal, sempre vai haver quem critique. Que muito curto é sensual e é a mulher aceitando ser objeto. Pouco sensual é coisa de mulher insatisfeita. Irritadiça. Não há pra onde correr.
A marcha é necessária, a responsabilidade é de todos evitar esse tipo de monstruosidade.
Estive ontem na marcha e confesso que fui com muito receio de ser uma marcha liberalista, "pós-feminista", "pós-patriarcado", e fiquei muito surpresa e feliz com a forma como a marcha foi conduzida: denunciando a cultura de estupro, o machismo implícito no discurso e toda essa violência sexista.
ResponderExcluirPelas fotos este evento não deveria ter se chamado Marcha das Vadias e sim Marcha das Mocréias. Credo.
ResponderExcluirSandro, valiosa contribuição. Parabéns, capiau. Já teve seu minuto de atenção. =)
ResponderExcluirMaria Júlia, concordo com o que vc diz. Também acho um saco bater palmas pra um homem quando ele diz alguma coisa a favor das mulheres. Quer dizer, acho que a gente devia festejar TODAS e TODOS que defendem os direitos das minorias, mas às vezes canso de ver mulheres feministas babando porque um homem disse ou escreveu alguma coisa bacana (esquecendo-se das mulheres que dizem ou escrevem coisas bacanas). Bem isso de dar estrelinha mesmo. Claro que precisamos das mulheres nessa luta, e que muitas mulheres são machistas. Mas eu já vejo mulheres falando de estupro, até porque estupro é dispensado como tema importante por ser visto como “coisa de mulher”. E é raríssimo ver homem falando de estupro. Eu acho que nós mulheres, em geral, já empatizamos com outras mulheres. Pra gente é mais fácil entender uma mulher que foi estuprada, porque muitas de nós fomos tb, ou quase fomos. Já pros homens é mais difícil. A maior parte se espanta quando contamos nossas histórias de horror. É super comum algum leitor dizer que tem certeza absoluta que isso nunca aconteceu com a mulher, filha, ou mãe dele. Eles não sabem! E tem essa mentalidade de achar que quem estupra é só o psicopata na rua deserta à noite (é só ver os comentários no artigo da Folha, por exemplo. Quase todos os comentários cretinos são de leitores homens sem a menor noção). Não tem como ganhar uma luta se a gente conscientizar apenas as vítimas. Temos que conscientizar a todos, e isso inclui os agressores.
ResponderExcluirLane, acho que tod@s nós somos muito influenciad@s pelo lugar e pela época em que vivemos. Então, numa sociedade hipersensualizada, como vc diz, somos ensinadas a nos vestir de determinada forma. Somos ensinadas a um monte de coisa, e como nos vestir é uma delas. Não tenho certeza se esse jeito de vestir faz parte de uma dominação masculina.
O estupro é um dos problemas que nós mulheres temos em relação ao poder do homem sobre o nosso corpo. Não podemos nos vestir como queremos, não temos o direito de abortar, não podemos transar com quem escolhemos. Temos que abaixar a cabeça e dizer amém.
ResponderExcluirEu, não gosto de dizer que fui VITIMA de um estupro. Quando uso a palavra vitima, tenho medo de ter pena de mim mesma e estando onde estou, mesmo com tudo que passei não posso, não tenho o direito de sentir pena de mim mesma. Vejo muitas mulheres que foram estupradas por pessoas de confiança, amigos, parentes, padrastos, pais, tios, primos, irmãos. No meu caso, foi um colega de trabalho. A roupa que eu vestia? O mesmo uniforme TODOS OS DIAS.
A Culpa é minha então por que dei mole? A culpa é minha por ter me calado? A culpa é minha por que eu tenho um rosto delicado? Por que eu tinha um ar infantil?
A culpa é minha por sair de casa para trabalhar, enquanto lugar de mulher é na cozinha e no tanque? A culpa é minha?
Não se pode controlar o instinto sexual de um homem!
O que se pode dizer de um homem que ao ouvir a seguinte frase: "Por favor, eu não quero" começa a te bater, arrancar a sua roupa e fazer sexo com você a força, enquanto você pede pelo amor de Deus para parar? Isso é instinto? Por mais que o sexo seja instinto, machucar também é?
Te deixar sangrando é instinto?
Ser estuprada me fez pensar, por que Deus permite isso? Mas eu vi que, não importa o que Deus permite, quem faz isso é a sociedade, é uma cultura de poder masculino.
Se ele quisesse sexo, ele poderia ter me chamado para sair, tentado me conquistar. MAS ELE NUNCA PEDIU PARA SAIR COMIGO.
Se ele quisesse sexo e eu tivesse negado, ele poderia procurar outra(como a noiva dele na época).
Ou se a busca era por sexo, mesmo o sexo forçado, ele não precisaria ter me machucado o tanto que machucou.
Não era uma questão de sexo, era uma questão de: como ela pode dizer não para mim!
Beijos.
Menina
Olá para todas e todos!
ResponderExcluirNão sou um ativista explícito e muito menos esclarecido sobre as temáticas até então levantadas aqui. Concordo com boa parte dos posicionamentos de Lola e também sempre penso na forma como os homens poderiam defender causas feministas (ou como minha mãe prefere dizer femininas). Gostaria apenas de levantar uma questão que uma amiga minha sempre pontua: que as principais revoluções, inclusive as conquistas que a mulher obteve em nossa sociedade, não chegaram na periferia. Que muitas mulheres de baixa renda ainda passam por dificuldades inimaginaveis quanto a submissão aos homens, sejam seus pais ou maridos.
Minha questão é: o que você pensa sobre isso? Acredita em alguma maneira dessa movimentação toda, incluindo a "Marcha das Vadias", tocar a população feminina das periferias? Esse discurso é claro para elas? (Não estou pretendendo fazer distinção intelectual, mas apenas levantar a questão do acesso ao discurso que está sendo empregado)
Gostaria de levar a discussão por este caminho também!
Um abraço
"Acredite ou não, minha saia curta não tem NADA a ver com você"
ResponderExcluirGenial!
Adorei o cartaz com o #tasmeprocessa e #freelola
oi lola, eu estava lá e vc colocou a minha foto aqui (estou com o cartaz: violência e preconceito: chega de engolir, é hora de cuspir). Achei a sua análise perfeita e digo mais: no final, o Danilo Gentili apareceu por lá dizendo que o rafinha fala o que quer, ele fala o que quer e que as manifestantes devem falar o que quiserem. Que o Rafinha faz essa piada há ( ! ) 5 ou 6 anos e que ninguém nunca falou nada. E que o caráter dele não pode ser resumido em 140 caracteres. Mas oras, são 140 aqui, 140 ali, para milhares de seguidores que replicam o preconceito e a intolerância, são comentários em rede nacional em um programa de grande audiência. Pô, peraí! Até quando esse tipo de discurso e comportamento vai ser promovido? Tão ruim quanto à violência em si é essa forma de achar que é isso mesmo, que mulher tem "de se dar ao respeito" como vc, muito coerentemente colocou no seu texto. Agora, se tem um babaca falando uma merda dessas há 6 anos e ainda tem gente rindo disso, tá na hora dele melhorar o texto e passou da hora da gente questionar isso. Bêjo, querida!
ResponderExcluirEu vejo um lado positivo em tudo que ocorreu nestes últimos meses ( incluindo a ameaça que a Lola sofreu): há uma maior movimentação das pessoas ( muitas mulheres e alguns poucos homens, infelizmente!) no sentido de se manifestarem por conta dos seus direitos estarem sendo violados. As pessoas estão saindo da passividade, do lugar confortável. Maravilha!
ResponderExcluirMe faz ter mais esperança em nosso povo!
Olá Lola, tudo bom?
ResponderExcluirMeu nome é Lyra, sou jornalista de Campo Grande MS. Adoro seu blog!
Eu queria muito ter ido à essa marcha, e gostaria que tivesse tido uma aqui. E quando li seu post sobre todas as mulheres terem histórias de horror, percebi que você tem toda razão. Minha mãe tem, minha madrinha tem, eu tenho, minhas irmãs tem. O que fizemos para merecer isso, qual a nossa culpa? Enfim...
Também adoro o jeito como você desconstrói argumento babaca, reaça e machista, ponto a ponto, sem perder o foco.
E eu penso assim: estamos num momento da humanidade em que o homem inventou foguete, carro. Que ele sabe clonar pessoas. O homem sabe robótica, medicina avançada. Agora, esse mesmo homem vai falar de "instinto"? de selvageria, irracionalidade? é, porque quem segue os instintos animalescos como o cara descreveu no comentário (comparando homens a leões e mulheres a presas) só pode estar brincando com a minha cara.
A parte que mais gostei da Marcha das "Vadias" foi @s manifestantes terem enchido a porta do covil dos desumoristas aéticos com seus cartazes.
ResponderExcluirO que não nega, no entanto, que a marcha como um todo foi excelente. A versão brasileira, pelo que parece, superou a estadunidense no que se refere ao apelo feminista =)
Lyra:
ResponderExcluirE eu penso assim: estamos num momento da humanidade em que o homem inventou foguete, carro. Que ele sabe clonar pessoas. O homem sabe robótica, medicina avançada. Agora, esse mesmo homem vai falar de "instinto"? de selvageria, irracionalidade?
Acreditas que se pode usar sua colocação em quem defende o consumo de alimentos de origem animal argumentando com "leis" paleolíticas como a "do mais forte" e a "cadeia alimentar"?
Não e contraditório que o homem tão instintivo seja também um ser mais superior e inteligente?
ResponderExcluirPara o Luciano:
ResponderExcluirVocê pontuou bem sua fala! Eu também tenho o mesmo questionamento, sabe. Mas meu grande sonho e penso ser este um caminho mais pragmático para a igualdade de gênero: toda a classe média que consegue pagar escola privada para seus rebentos, deveria colocar os filhos na escola pública e, assim, se envolver com a luta pela educação de qualidade no Brasil. Através da educação é que iremos fazer com que a opressão, seja ela qual for, seja repudiada pela população. Muitas mulheres ( inclusive as escolarizadas) não têm consciência do que é ser feminista, qual a colaboração que o movimento feminista trouxe para tod@s n@s. Por falta de informação, por ainda seguirmos um currículo androcêntrico, sexista, por falta de um maior envolvimento das universidades públicas na sociedade (sair dos muros confortáveis da instituição. Sou cria de uma universidade pública, engajada em pesquisa. E sinto, assumo, vergonha da minha pesquisa não conseguir atingir aos mais leigos, aos que não têm acesso à educação.) é que as mulheres de classe desfavorecidas econômicamente estão esquecidas e ainda vivem sob a égide do assujeitamento.
Eu irei embora do país em um ano e nosso filho será educado em um país com mais igualdade de gênero, com mais igualdade social, mas meu sonho é ver meu Brasil com mais justiça social. E penso que a educação é o melhor meio para destruirmos muitos problemas complexos que nos indignamos no país.
Oi! Parabéns pelo seu blog, sem dúvidas possui conteúdo de alto nível. Fiz um link do seu post nos destaques do Boomb.com.br, dá um pulinho la para conferir. Continue enviando os links de seus posts!
ResponderExcluirSe fiz mal, entre em contato que retiro o link.
Abraços!
Quando eu vivia na Malásia eu me lembro de um ministro repetindo também essa ladainha de que as mulheres é que deviam se comportar, vestirem-se 'decentemente' poucos dias depois que ele disse essa besteira uma moça moçulmana de 20 e poucos anos foi estuprada por um motorista de ônibus e enforcada com o próprio véu.
ResponderExcluirComo sempre um bom post, Lola. Abraço e que tudo termine bem nessa história com o tal do Tas que eu mal sabia quem era, lendo aqui nos posts anteriores é que vim a descobrir que é o tal professor do programa infantil. Que pena que se transformou nisso.
Esse discurso não só está batido, como quem o profere são indivíduos com preguiça extrema de pensar. Não sei como eles conseguem levar a sério as próprias palavras que proferem.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirVamos fazer o seguinte: andaremos armadas com spray de pimenta, um cacetete e, em último caso, claro, uma peixeira. Assim, os homens serão obrigados a se comportarem bem. Que acham? Vamos domá-los, meninas! Quando não for possível, terão que ser capados mesmo. Que há de se fazer? É cada idiotice nesse mundo... Ah, que posso fazer? São meus instintos sanguinários...
ResponderExcluirQuando alguém argumenta que uma mulher foi estuprada porque estava com roupas provocantes, logo pergunto se um homem seria culpado de seu assalto por estar bem vestido...
ResponderExcluirSó quem já ficou com os punhos roxos e corpo dolorido sabe o que é a violência sexual...
Genial Lola, comecei a ler o blog há dois dias e estou adorando, eu mesma estou percebendo que deveria me revoltar ainda mais, porque muita coisa que levo na brincadeira, deveria levar a sério.Nunca sofri uma história de horror, claro, assim como toda mulher já passei por situações ofensivas de assédio sexual, mas nunca tentaram me forçar a algo, claro, sou um pouco paranóica, não pego carona com homens que mal conheço, pelo menos não sozinha, e evito muitas situações que poderiam se tornar perigosas se um elemento se revelasse mal intencionado, mas a minha, digamos paranoia, se mostra fundamentada pelas histórias de outras que passaram por situações de abuso ou tentativa de abuso sexual, o meu medo é fruto desse machismo contra o qual lutamos, nunca um rapaz terá medo de ser levado em casa por uma colega só porque mal a conhece, já nós, esses seres cuja finalidade é a reprodução, a cozinha e a satisfação de criaturas que acham que roupa curta é coisa de vadia sem respeito que tá quase pedindo para ser estuprada por um homem que, coitado, não consegue refrear seu instinto, temos que nos preocupar com coisas assim, afinal, quem mandou ir para faculdade, para o trabalho ou para uma festa, deviamos ficar em casa limpando o chão.
ResponderExcluirO sujeito que postou o horrível comentário no Bolsa de Mulher, além de ofender as mulheres, ofende também os homens, ao nivelá-los todos por baixo, ao considerar todos como "animais incotroláveis".
ResponderExcluirSe ele não consegue se controlar diante de uma mulher atraente, que vá se tratar, procure terapia, Sexólatras Anônimos, algo assim.
Mas que fale por si só, não em nome daqueles que não lhe deram procuração para tanto. Parece-me um tanto egocêntrico da parte dele julgar todos por si mesmo.
A fala desse sujeito é mais um motivo pelo qual a Marcha é necessária.
Lola! peço sua permissão pra publicar a matéria sobre a Marcha Feminista no meu blog: http://dononca.blogspot.com/
ResponderExcluirAcho seus textos fodas e quero compartilhar o pensamento!!!
Lindo!
Luize
A única coisa que ficou na minha cabeça pululando foi o comentário desse cidadão. Esse alface-considerá-lo leão seria um upgrade-deveria falar por ele mesmo. Coloca toda uma classe-homens racionais-como animais. Sim, por que eles existem, não são 100% dos homens que estupram. Fiquei imaginando leões-engenheiros, leões-dentistas, leões-encanadores etc etc
ResponderExcluirSó que essa criatura esqueceu 2 diferenças básicas:
1) leões não são racionais-ele, ao contrário, recebeu um cérebro ao nascer e não devia jogá-lo fora como está fazendo; 2) leões nas cidades vivem enjaulados. Se ele considera-se um leão ...
Mais um bom post, Lola!
O leão não tem nada a ver com esse sujeito. O leão é melhor que ele! Sinceramente, comparar animais não-humanos com esse tipo de gente é ofender os outros animais...
ResponderExcluirLola, também fiz dois post sobre a Marcha das Vadias... Um avisando sobre o evento e outro com fotos! Se puder dar uma olhada... é www.waissfouder.wordpress.com
ResponderExcluirEspero que curta!
;-)
Ai Ai... Ás v ezes um suspiro derruba muralhas.
ResponderExcluirescarceu-pre-datado.blogspot.com
Lola estive ontem na marcha, talvez n tenha ido um numero exagerado de gente, mas os que foram estavam bem concientes do porque estar ali, tinha muitos homens sim, todos muitos interessados nos discursos, alguns até me perguntaram sobre alguns temas, a policia na minha opinião foi muito correta e cortes com todos, talvez vc tenha visto as fotos, a que eu mais gostei, e até guardei no meu facebook foi a de um pai que carregava seu filho num sling, e o garotinho levava um pequeno cartaz escrito"quero um mundo sem machismo" é de chorar a emoção quando vi essa cena, espero que muitos outros garotinhos como este estejam sendo criados ou gerados por mães e pais concientes. Espero tambem que homens que se nivelam a animais selvagens, não andem soltos por ai, e sejam mesmo colocados em jaulas, ou de preferencia virem tapetes em alguma sala chic por ai. Obrigada mais uma vez, pois foi atravez do seu blog q ouvi falar desse movimento, eu e minha filha somos feministas, a participamos juntinhas dessa marcha, infelismente grande parte dos comentarios nos veiculos que noticiaram essa marcha demonstrou que nossa luta é muito grande, mas nós aqui não vamos desistir , quero me angajar cada vez mais nesse movimento, conto com vc pra continuar sendo nossa voz.
ResponderExcluirCheguei aqui por conta da polêmica com o Marcelo Tas e confesso: Me apaixonei por seus textos!
ResponderExcluirÉ maravilhoso perceber que tem gente que compartilha das mesmas idéias e sabe como expor seu ponto de vista de forma clara e direta.
PS: Linkei este post no meu perfil do facebook. Sem problemas né?
Beijo,
Suzana
A Suzana Matias disse o que eu já pensava, só não concordo muito com a parte "de forma direta" rsrsrs
ResponderExcluirPuxa, Lola!
ResponderExcluirAgora que vi a sua foto, a reconheci lá do CCE-Básico! Seu blog está muito bom, e todo o destaque que está tendo é bem merecido mesmo!
Primeiro quero dizer que essa justificativa do "instinto" é a mais canalha que tem, e a mais rebaixante para a espécie humana também! Imagine só... se fosse assim, então que na hora "H" apareça um troglodita com uma clava e dê uma porrada na cabeça do infeliz estuprador; enquanto os "MACHOS" brigam, menina pode fugir de fininho! Por que será que nunca aparece esse segundo troglodia providencial...?
Outra coisa, da que mais estou gostando, é que finalmente esses tartufos fraudulentos do CQC estão sendo desmascarados. Não têm compromisso nenhum com nada, esse "humor" deles não passa de um ramo dos negócios televisivos, eles fariam qualquer macaquice na tv, desde que alguém pagasse. Pensam o que? Se a band termina com o programa e vem um SBT da vida propondo qualquer outra porcaria por uma boa soma, acha que eles não topariam? Veja só o destino do Luiz Carlos Prattes: mal saiu da RBS e já está no SBT a esbravejar com a usual cusparada.
E depois os fãs tapados do CQC vêm dizer que você quer se promover às custas de uma pessoa famosa... jura! Quem é PROFISSIONAL nisso é o CQC. Estavam lá, muito bem com o título de defensores das minorias por causa do episódio BOZO(NARO), pagando de apoiadores da causa LGBTT... mas não demorou e o "Gentili" saiu com aquela piada sobre Auschwitz... eu vinha notando há tempos as piadas de argentino (xenofobia). Logo, vem essa da amamentação... agora vem esse "Tas" ("tax tolo, néow!") cheio de chorumelas aí, com essa de processo, tadinho né? E o outro cretino, que afirma que conta a "mesma piada há 6 anos!!!" Caraca, nem palhaço de circo provinciano faz o mesmo número por seis anos... e esse "humorista" chinfrim vem dizer que conta essa piada há tanto tempo!
"Ai, o caráter não se resume a 140 caracteres"... que se exploda! Se serviu para recriminar o Ed Motta e aquela torcedora do Flamengo, serve também para recriminar esses imbecis do CQC
O Blog está ótimo, LOLA! Eu mesmo não sou feminista e, como estudei teoria literária lá na ufsc, também sou contra muitas posições dele nesse campo. Mas mesmo discordando de algo, nada pode ser rejeitado em bloco, a não ser os absurdos.
Parabéns pelo blog, Lola!
Incrível! Assino embaixo da primeira à última linha! Descobri este blog por conta da polêmica com o CQC. Alguém da minha lista compartilhou uma postagem sua no facebook, eu li, e já estou aqui, leitora assídua e viciada. Ando meio em crise com o feminismo (ou melhor, com uma das formas de expressar a ideologia/atitude política feminista), e vir aqui me dá a certeza que vou continuar utilizando esta alcunha para me definir, ainda que eu não concorde com tudo que tod@s @s feminist@s dizem e fazem.
ResponderExcluirE, sim, eu acredito que o feminismo deve ser uma escolha também masculina. Assim como a minha pele é branca e eu estou atenta à discriminação racial, sou hetero e milito no Movimento LGBTT.
O machismo não é um problema apenas das mulheres até porque os homens (também os homens heterossexuais) estão pagando altos preços.
Olá Lola!
ResponderExcluirÉ a primeira vez que comento aqui no blog, e devo antes dizer que virei sua fã.
Acho ótimo ver movimentos como a SlutWalk ganhando força. Vamos torcer para que as próximas marchas ganhem mais adeptas, e que aconteça em mais cidades, porque eu também quero estar lá com meus cartazes!
O que me preocupa é que vai ser difícil desestabilizar o discurso conservador, porque quem o sustenta são pessoas muito ignorantes, muitas vezes, que não tiveram acesso à educação mesmo, são religiosos e até mulheres que vão defender até as últimas consequências seus valores "morais". A nossa luta por sermos reconhecidas como mulheres livres é muito linda aqui, entre a gente. Mas se a gente for olhar para o lado de fora, para essas pessoas, veremos que é um pensamento quase intransponível.
Minha grande dúvida é: será que os meus filhos ainda vão viver para ver uma sociedade mais justa com as mulheres?
Parabéns aos organizadores. Das últimas marchas que tem tido por aí, essa é a que apresenta um idealismo e um grau de politização mais explícito entre a coletividade que participa.
ResponderExcluirEu fuiiii! Foi linda a marcha, super pacífica, muita gente digerente, mulheres fortes, palavras fortes! Os comentários nos portai de notícia sãon de estremecer, nem leiam, só machinho de pipiu duro reclamando que "vadias destruíram a família", "elas que pedem pra serem estupradas" e etc, mas o show de horror é completo mesmo.
ResponderExcluirMas fiquei feliz com a repercussão, se estamos incomodando é pq está dando certo, porque ninguém chuta cachorro morto!
#tasmeprocessa
Lola, muito obrigado por ter falado sobre isso! Eu tinha até pedido um post sobre o assunto no sábado, não sei se vc chegou a ler o comentário...
ResponderExcluirConcordo com tudo, da primeira a ultima linha. Só queria levantar uma questão: Independente de ser possível ressignificar a palavra vadia ou não, não é bom que a marcha levante uma discussão sobre a função que o termo, e todas as suas variantes, tem na nossa sociedade? A função de controlar o comportamento da mulher, limitar sua liberdade, ameaçando com a pena de ser chamada de vadia. E a relação que esses termos tem com a violência sexual, já que a "pena mais leve" para a mulher que transgride certas regras de conduta é ser chamada de vadia, e a maior é ser estuprada.
Se a marcha se chamasse "marcha contra a cultura do estupro" o objetivo ficaria mais claro, mas deixaria de propor essa discussão.
Lola, já há alguns dias que silenciosamente leio seus posts!! MUITO OBRIGADO POR TUDO!!
ResponderExcluirSou homem, sou gay, sou seu fã!!
Lendo tudo o que você escreve, reacende em mim essa vontade de sair gritando pela rua com cartazes em favor da minorias... E vou fazer o máximo pra divulgar as suas (nossas) idéias mais e mais... Parabéns!!
Olá Lola, tudo bem?
ResponderExcluirVou te contar uma história de horror, minha (mas muito pequena perto de quem realmente sofreu).
Estava conversando com um amigo há muitos anos atrás que me contava sobre um caso em que um casal foi estuprado perto da nossa rua.
Pois bem, horrível isso. Fico extremamente chocada com essas coisas. Daí, que ele me diz bem assim: 'Nossa, deve ter sido muito pior pro homem né. Que humilhante.'
Peraí? Quer dizer então que só pq a outra vítima era mulher, foi bem menos pior? Que por sermos mulheres, estamos condicionadas a isso? Que o homem é o único que vai sofrer?
Falei muito com ele e acho que ele entendeu o recado, mas não muda de opinião e trata mulheres muito mal.
Até quando sabe?
Seu blog é maravilhoso, faz inclusive a gente resgatar nossa auto-estima, que muitas vezes é reprimida por certos comportamentos masculinos.
Beijos!!!!
Esse discurso machista que justifica o estupro me lembra do discurso da professora naquele filme Persépolis: "o véu é a nossa liberdade. Com ele mostramos que somos mulheres honradas e bla bla bla"... enfim. Eu acho esse tipo de discurso pejorativo até mesmo para o homem, pq coloca as coisas como se vivêssemos numa selva em que eles são os animais irracionais, incapazes de se conter perante qualquer mulher... nós sabemos que não é assim, né? Poxa. A sociedade evoluiu tanto... os Datenas da vida não ficam berrando por aí o tempo todo contra ladrões e traficantes, por exemplo? Se seguíssesmos essa mesma lógica do estupro, não poderíamos afirmar que um roubo não é um crime, por ser movido pelo "impulso inevitável" de se obter comida e tentar melhorar as condições de vida? Que um assassinato é tb uma necessidade básica do ser humano? Freud dizia que somos movidos por tanatos e eros (impulsos "assassinos" e sexuais), IGUALMENTE! Então, se isso vai virar a festa do caqui, vamos banalizar qualquer tipo de crime! \o/ Mas não, né? Só quando a vítima é de uma classe "inferior" interessa desculpar o criminoso...
ResponderExcluir"Menina", eu quase chorei aqui lendo o seu depoimento. Vc já escreveu um guest post, né? Poxa. Eu entendo que vcs não queiram sentir pena de si mesmas, mas eu não consigo não sentir. Tenho vontade de trazer todas mulheres que já sofreram violência pra minha casa, formarmos um comitê revolucionário juntas, regado a muito ódio e lágrimas. Rs. Nunca sofri nada, mas minha melhor amiga já... eu a vi largando a faculdade de medicina por não conseguir lidar com a situação (sim, um futuro médico foi quem a estuprou).
ResponderExcluirEu não consigo entender como um homem, qq homem, tem coragem de perguntar que roupa ela (ou vc, ou qq outra) estava usando, o que ela fez pra "merecer" isso... como é possível tamanha falta de empatia? Pq um homem é mais capaz de entender a dor de um mendigo, sendo rico, do que a de uma mulher? Não estou generalizando, mas a maioria é assim. O que fazer?
O problema do estupro, como foi levantado brilhantemente por Lola e por todos os demais comentários nada tem a ver com "apetite sexual masculino" e sim com o "exercer o poder sobre o outro". Estuprar uma pessoa nada mais é do que uma forma de roubar. O estuprador na realidade está roubando o direito da pessoa escolher exercer sua sexualidade ou não. De fato ele não lhe dá escolha.
ResponderExcluirO triste é que para os homens o fato de uma mulher da família ser violentada não é o mais agravante. Os homens "direitos" se sentem enraivecidos com o estuprador por ele ter de algum modo "roubado aquilo que lhe pertencia". Ou tomado sem seu consentimento.
Novamente, podemos enxergar a misoginia arraigada na cabeça do homem (notadamente latino americano, mas não somente este). O que importa na realidade não foi a violência em si, mas como e com quem ela aconteceu.
Mas o pior de tudo é simplesmente constatar como foi dito, que a maioria dos abusos são de pessoas próximas, em quem a "femea" confia. Digo femea, pois como vocês relataram, mulheres de todas as idades são violentadas. E a maioria delas crianças ainda.
Deveriam apresentar essa estatística para o idiota que escreveu aquele comentário. Talvez ele consiga justificar uma criança de seis anos ser estuprada porque estava vestida "de forma inadequada" e por isso assumiu as consequências.
A e a propósito, a maioria das crianças é violentada pelos próprios pais.
Fernando Henrique:
ResponderExcluirConcordo com tudo que você disse, menos que a misoginia é mais arraigada entre os latino-americanos. Infelizmente, acredito que esse tipo de pensamento ainda seja bastante generalizado, igualmente generalizado. Basta pegar um caso como o de Dominique Strauss-Kahn e ver que 57% da população francesa acredita que ele não fez nada do que é acusado (mesmo após novas denúncias de repórteres francesas que já o entrevistaram e sofreram o mesmo tipo de abuso), que é um coitado, que a mulher estava "se oferecendo", que foi tudo arquitetado contra ele. Isso que esse cara vai concorrer à presidência da França nas próximas eleições (tomara que não, por estar PRESO, de preferência). As repórteres, aliás, falaram que não vieram a público antes pq a denúncia seria abafada, por se tratar de uma figura política importante, e pq ninguém iria acreditar nelas, tornando a coisa culpa delas de alguma forma.
Acredito, na verdade, que existam formas diferentes de veicular o machismo e a misoginia. Na França, por exemplo (e digo isto pq já morei lá com minha família), nenhum homem vai virar pra você no meio da rua e gritar "gostosa!", mas isso, no fundo, não quer dizer nada, pq o machismo é muito mais velado e institucionalizado, sempre disfarçado por inúmeros argumentos de retórica, reflexões e filosofias. É perverso. E essa noção de "igualdade, liberdade e fraternidade" que eles vendem para o mundo não é, de maneira alguma, o que pregam. Basta ver que MUITAS mulheres lá não trabalham, as mulheres que trabalham continuam ganhando menos que homens exercendo a mesma função (o que é visto como perfeitamente natural) e as mulheres continuam abdicando de todos os seus sobrenomes de família quando se casam para adotar os do marido.
Sobre este caso, ainda tive que ouvir de um colega de trabalho (de 19 anos, pasmem, e estudante de Direito) que a repercussão era exagerada, pq afinal havia sido "apenas" uma tentativa de estupro e não o ato em si, o que não era tão grave. Mandei para aquele lugar sem dó nem piedade e tive que me controlar pra não partir mesmo para a violência... Eu é que não queria um advogado desses me defendendo! Triste é pensar que algum dia ele estará defendendo alguém com esse tipo de pensamento...
Adorei teu post, mas não acho que as vestes sejam um problema. O tal do livre arbítrio, inclusive na moda.
ResponderExcluirQuanto ao restante, o Chico (grande conhecedor de mulheres) já dizia: "Joga pedra na Geni! Joga bosta na Geni! Ela é feita pra apanhar! Ela é boa de cuspir..."
Ele falava de outra Geni, mas serve pra qualquer Geni...
beijos
Lola, mais uma vez compartilho seu post no facebook e twitter, discuto e bato o pé. Eu acredito que as discussões sejam extremamente importantes, mesmo que alguns trolls sequer saibam falar direito...enfim.
ResponderExcluirParabéns mais uma vez.
Uma amiga minha também fez um post sobre a Slut Walk, com um relato bem delicado, como você mesma disse, toda mulher tem uma história de terror pra contar, a dela ela teve a coragem de publicar: http://patriciasoares.wordpress.com/2011/06/06/slut-walk-pelo-direito-de-ser-mulher/
Grandes abraços e continue com suas letras e discussões. Você nos inspira.
Oi, Lola!
ResponderExcluirO acontecimento da Marcha agradou-me muito!
Lembrando que gde parte das mulheres que já foram estupradas não usavam roupas provocantes.
Eu mesma desisti de usar batom vermelho para sair sozinha, coisa que eu acho tão bonito, por causa de uns idiotas que passaram de carro berrando, no meio da rua. Se for pra passar vergonha ou sofrer qualquer tipo de humilhação, então é melhor privar-se de usar certas coisas.
Mesma coisa quando usamos roupas curtas em um dia de verão de mais de 35 graus: queriam que usássemos burka?? Acho que sim, né!
Nós sabemos que o machismo tem suas raízes no conservadorismo e este ainda é um sistema que ainda vigora fortemente na sociedade, excluindo homossexuais e demais pessoas cuja identidade foje aos padrões por esse modelo ultrapassado.
Complicado...
Ah, se vc não leu, LEIA: "Mulher negra, homem branco", de Gislene Aparecida dos Santos.
Beijo!
Acho muito engraçado esse negócio de comparar comportamento humano com animal. É claro que eu não sou louca de brincar com um pedaço de carne na frente de um leão, mas eu sempre aprendi que a diferença entre homens e animais estava na capacidade de raciocinar.
ResponderExcluirOu será que apenas mulheres são racionais, e os homens continuam tão irracionais e sujeitos ao instito animal como seus companheiros mamíferos?
O item 4 mata a pau: o cara lamenta a mulher ter direito de escolha!!!
ResponderExcluirE mal-amadas são as feministas, kkkkkk!!!
@Lane
ResponderExcluirEu acho que há fundamentos sim no que você disse, de que vestir-se de maneira provocativa, sensual seja um indício de acato às exigências masculinas.
PORÉM.... no contexto social em que estamos inseridos, a consciência feminina não interpreta isso (as roupas) apenas como atração para os homens; na verdade, achar-se bonita, e se sentir atraente nã tem mais nada de ver com homens: é uma questão de auto satisfação.
A aprovação pelo sexo oposto (e também pelo mesmo sexo, por inveja) é uma maneira de auto afirmação, uma "prova" de "superioridade".
Eu, particularmente, acho uma perda de tempo; eu não preciso me achar sexy para saber o meu valor, mas a luta por esse direito é válida. Não é porque uma mulher "precisa" ou aprecia saber que é atraente que ela deva ser violentada por isso. Não me incomodo com mulheres rotuladas vulgares, mas a impressão que tenho toda vez que vejo uma é de alguém com uma carência. Todos temos a liberdade de expressão, e ela se dá por meio da arte, da imprensa, do discurso & da roupa. Querem sair por aí exibindo suas qualidades físicas para satisfação pessoal? Ótimo! Ninguém deve ser estuprado por isso. Apenas se dá a chance de ser mal interpretado.
=D
Olá Lola!
ResponderExcluirAdoro o seu blog, acho vc uma feminista muito fodona, no bom sentido, claro hehehehe. Tenho me inspirado em você, na sua coragem, na sua eloquencia... sou assistente social, tenho 22 anos e também tenho um blog, que eu não escrevo com tanta frequencia como você. Se quiser acesse: oconcretojarachou.blogspot.com
Espero que goste.
PS: sou a menina vendada, com a faixa "Estupro é questão de poder". Fiquei super contente quando vi minha foto aqui.
Bjinhus
Lola, gosto do que você escreve, mas você não sabe direito o que é a psicologia evolucionista. O que você chama por esse nome (e no post sobre o assunto) é realmente um monte de balela. Mas não é ao que os cientistas geralmente se referem quando usam o termo.
ResponderExcluirApoio a liberdade.
ResponderExcluirA roupa que a mulher usa tem tudo a ver com os outros, mas isso não justifica nenhum ato de violência.
Ora, somos seres complexos, vivemos em sociedade. A roupa que usamos tem tudo a ver com os outros. Eu ando de terno e gravata todos os dias porque pareço alguém responsável para os outros. Os emos parecem emos, roqueiros parecem roqueiros, pagodeiros, mulheres de negócios, DJs, jogadores de basquete, etc. Chama-se programação neurolinguística (http://pt.wikipedia.org/wiki/Programa%C3%A7%C3%A3o_neurolingu%C3%ADstica).
Mais uma vez, repito, mesmo que isto tenha relação com os outros, além da própria mulher, é claro, não justifica nenhum ato de violência.
Quanto ao bife para o leão, é uma comparação idiota. Pensemos num show aonde o cara se acha o gostoso, balança a bunda pra todo mundo (rebolation). Pode outro ir lá e comer a bunda dele? Mas ele balançou o bife, ou melhor, o lombo... Mas é apelo sexual... Mas ele está provocando intencionalmente... Por óbvio que não pode!
Pra mim, sempre fica mais claro quando quem "balança o bife" é o homem.
Quem está errado é o agressor, não a vítima.
Então, a liberdade da mulher (tanto quanto a do homem) tem de ser em poder vestir o que quiser, dançar como quiser, até provocar. E NADA DISSO SERÁ JUSTIFICATIVA PARA VIOLÊNCIA.
LIBERDADE, SENHORAS E SENHORES.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQUE NOJO DESSA GENTE DO CQC. Não consigo me expressar direito de tanta raiva que estou sentindo. Se um deles fosse estuprado, ou tivesse uma mãe, uma irmã, uma amiga, ou uma esposa estuprada aposto quer não achariam graça nenhuma. é por essas e outras que a sociedade aceita que as mulheres sejam estupradas, na verdade elas que são culpadas!
ResponderExcluirLola, se passar por aqui, retire o mais rápido possível o comentário acima. Esse ser humano (acredito eu) foi vomitado por sua mãe, que deve se amaldiçoar todos os dias por ter parido merda.
ResponderExcluirSou a favor do aborto legalizado. O corpo é sim da mulher e ela decide o que faz com o próprio corpo. Mas o bebe não seu próprio corpo. Primeiro que o bebe não é só dela. É dela e do pai. Que deve ser ouvido. Um parente meu descobriu que tem um filho de 11 meses, a mulher escondeu que a criança não era do marido e escondeu do pai da criança que era dele. Esse meu parente já tinha vindo chorar pra mim anos antes que uma mulher que ele tava namorando até então tinha engravidado e abortou sem contar a ele. Ele desejava muito ter um filho e não foi ouvido. Gêmeos siameses é uma unica pessoa? Não! O BEBE PODE ESTAR LIGADO AO CORPO DA MULHER PODE ESTAR DENTRO DO CORPO DA MULHER MAS NÃO É O PRÓPRIO CORPO DA MULHER!!!! Sou a favor do aborto legalizado sim, mas nem eu nem a medicina nega que o bebe dentro da barriga da mãe tenha vida própria! Claro que a mulher pode abortar, e não é fácil ver um bebe saindo em pedaços de dentro de você- dedos, pés, braços... Mas não pode ser só uma questão de autonomia sobre o próprio corpo! Se lembra daquele pai que só descobriu seu filho 11 meses depois de ter nascido? Seu filho não o reconhece como pai ainda e não é do dia pra noite que vai considera-lo pai. Imagina se estivesse mais velho ainda. Qualquer mãe e pai pode imaginar a dor de seu próprio filho não reconhece-lo como pai(ou mãe). Feminismo é igualdade? Vamos debater aborto e alienação parental. Fica a dica Lola! ; )
ResponderExcluirGosto do seu estilo e admiro a repercussão do seu blog. Mas discordo da ênfase desse movimento todo. Defender-se de um suposto machismo (um comportamento que reproduz um padrão de preconceitos e injustiças) é uma coisa: outra é agir como se não tivesse responsabilidade nenhuma pelo modo como escolhe radicalizar ou moderar a exploração das vantagens do vestuário (ou da força física, ou dos atributos estéticos, etc). Isso vale para homens e mulheres - ninguém gosta moralismo, mas, francamente, não gostar de ser patrulhado não é um problema exclusivamente feminino. Tenho medo de que a palavra "machismo" esteja sendo usada em abuso por mulheres que astutamente se servem dela para reivindicar dos homens que baixem suas armas enquanto elas continuam com as suas em riste. Todo movimento corre o risco de abusos e corrupções: mas temo que o feminismo precisa urgente de uma CPI severa, uma cruzada contra a corrupção feita de seu alto escalão de intelectuais contra os usos equivocados de suas seguidoras, pois, de movimento intelectual inteligente (às vezes brilhante), tem se aproximado cada vez de um grupo de lobby (o que é um estágio abaixo da militância). E não digo isso no meu próprio interesse (sou homem). Deveria ser do interesse das próprias feministas limpar essa corrupção, se não quiserem perder seu crédito para o futuro. Abraços. Obrigado - reitero meu respeito pelo seu blog e pela sua corajosa exposição (vejo pelos comentários que sua ousadia atrai o que há de pior nos homens por aí).
ResponderExcluiradorei ver esse post sobre a marcha das vadias, tbm participei da marcha das vadias aki no meu estado!!
ResponderExcluirsó tem gente de elite aí pelo jeito
ResponderExcluira marcha das vadias da forma que esta sendo feita nao mudará nada, não no Brasil, de que adianta protestar sem a sociedade saber do que se trata, o nome mais confunde do que explica, ir pra rua tirar a roupa não valida movimento nenhum, a essencia dessa marcha que começou no canadá é válida mas e aqui? A marcha passa na frente de uma moradora masi pobre que apanha em casa mas ela nem sabe do que se trata, muito barulho por nada
o estupro começa quando ensinam os menininhos que tem que comer todo que dá mole
acho em vez de ensinar as menininhas a nao se vestirem de forma vulgar tambem deve se ensinar os menininhos a nao estuprar
mas onde esta isso nos argumentos?
frases de efeito não mudarão nada
cadê a liderança?
ja disse uma blogueira: O problema é que esqueceram de avisar à população do que está acontecendo e por que está acontecendo. Esses movimentos vivem dentro de uma bolha ou viraram festa e perderam a identidade, esta é a verdade.
Que coisa retardada o depoimento desse cara..
ResponderExcluirQuer dizer que nós provocamos os homens com nossas roupas e eles, tadinhos não se controlam, só fazem a obrigação de homem deles nos atacando...
Se um homem andar com uma bermuda curta eu duvido que alguma mulher vai forçá-lo a transar com ela, porque ela desesperadamente não controla seus instintos...ah, espera, eu esqueci que mulheres não têm direito a ter desejos na mentalidade desses caras...
Sexo parece estar associado a poder e não prazer, se fosse prazer não teria lógica forçar a pessoa a fazer sexo...
O respeito tem a ver com a roupa??quem disse?? é uma norma que a nossa sociedade pintudista colocou...