UM MILHÃO DE VISITAS! UEBA!

Oops! Perdi a hora! Eu queria colocar este post no ar antes do meu bloguinho chegar à marca histórica de um milhão de visitas, mas não deu. (Quer dizer, na verdade eu devia estar trabalhando, mas estava era entretida com a fabulosa história de Serra e sua bolinha de papel. Tô rindo sem parar desde ontem. É só eu visualizar a cena passada no SBT da bolinha de papel pipocando na cabeça do Mr.Burns, que eu desando a rir sozinha). Mas, enfim, como Serra e a bolinha logo irão embora pra sempre e meu bloguinho (talvez) ficará por mais um tempo, melhor falar dele.

Comecei o blog em janeiro de 2008, quando não devia, pois estava em Detroit ocupadíssima, fazendo o doutorado-sanduíche. O Escreva Lola Escreva tem sido uma experiência fantástica pra mim. Antes dele eu escrevia uma coluna de cinema prum site, e até hoje tenho uma coluna sobre o que eu quiser (chamada Cartas da Lola) no jornal catarinense A Notícia. Porém, o feedback que recebia do site era zero, e do jornal não passa muito de dois emails por semana. E aí eu notei que no primeiro mês de blog eu já tinha recebido mais comentários que em oito anos de site e dez de jornal... somados! Claro que fiquei muito feliz, porque todo mundo que escreve quer ser lido, e porque é uma maravilha poder trocar ideias. O blog me ajudou a registrar meus pensamentos, meus gostos, minhas leituras, meus filmes, meus diálogos com o maridão, a pensar melhor meu feminismo, e a conhecer gente muito parecida comigo. Antes do bloguinho, eu mal sabia que existia algo chamado blogosfera. Eu só lia um ou outro blog americano sobre finanças pessoais e fat acceptance (que também é um tópico feminista, aceitação do corpo). E, de um dia pro outro, percebi que havia um universo inteiro na minha frente, cheio de pessoas inteligentes, divertidas, que escrevem bem, e que têm tanta vontade de conversar como eu (o “como eu” se aplica apenas à última oração). Não preciso nem dizer que minha tese sofreu... Mas lembro até hoje dos assuntos inimagináveis que encontrei para enrolar durante a minha tese de mestrado, em 2004, muito antes de sonhar em ter blog. Num mês, por exemplo, eu li todos os blogs pro-ana e aprendi tudo que não queria sobre anorexia e bulimia, apesar de não ter nenhuma relação pessoal com o assunto. Era só pra não escrever a minha tese mesmo! Duas amigas lindas com quem eu trocava emails gigantescos na época podem comprovar.
Então é muito melhor estar fazendo algo produtivo, como um blog (e, agora, um twitter), do que ficar lendo besteira na internet (com todo respeito às anoréxicas e bulímicas, mas eram blogs deprês, cheios de fotos de modelos esqueléticas que elas chamam de thinspiration). O problema é que no momento estou trabalhando demais, demais mesmo, ridiculamente muito, e nem sei como não paro com o blog, pelo menos por um tempinho (até dezembro, quando termina o semestre). Mas aí eu penso que, se não estivesse fazendo o blog, encontraria outra forma de procrastinar. Então vou de blog mesmo.
Meu blog tem crescido muito, e chegou ao primeiro milhão de visitas antes que eu esperava (em dezembro, por aí. E mãe, visitas não são pessoas! Tem muita gente que acessa o blog várias vezes por dia, e ninguém mais do que eu. Ainda não aprendi direito o que configura uma visita. Acho que precisa ter meia hora da última visita para que conte como nova visita. Alguém confirma? Só pra constar, o blog está com 1.740.000 page views). Como a tabela do SiteMeter indica (e eu gosto muito do SiteMeter – pra quem não tem contador de visitas, instale, é grátis! Mas cuidado, que vicia) fiquei nas 35 mil visitas por mês durante bastante tempo, cerca de um ano. Eu tinha a impressão que era um número bom, e que não são muitos blogs que têm isso, mas eu pensava: esse é o limite pro meu blog? E eu dizia pra mim mesma: é, é sim, contente-se, um blog que fala contra o senso comum vai sempre ter menos visitas que blogs que repetem as asneiras que ouvimos diariamente. Pensava que um blog machista sempre teria mais visitas que um blog feminista. Só que não foi exatamente assim. Em março meu blog passou das 41 mil visitas e ficou lá por uns meses, até julho (o mês mais acessado tinha sido novembro do ano passado, com 46 mil, mas isso porque falei de várias notícias que saíram na mídia, o que atraiu muito paraquedista do Google Search). E então, em agosto, as visitas aumentaram muito, antes até de eu ir pro Encontro de Blogueiros Progressistas e pro debate da MTV (aguentar o mala do Lobão não me trouxe nenhum benefício, pra falar a verdade). Foram 53 mil em agosto. E aí, quando entrei no Twitter (algo que a Cynthia vinha insistindo havia meses, e ela tinha razão), esse número alto se consolidou, e subiu mais ainda. Não dá pra negar que o Twitter hoje é o maior divulgador de um blog, disparado, e quem quiser aumentar o número de visitas pro seu blog DEVE usar a ferramenta. Em setembro eu tive 60 mil visitas, um salto enorme. E este mês deve bater todos os recordes, passando das 70 mil visitas (e das 115 mil page views). Como ainda não tenho grande experiência na blogosfera, não sei até que ponto esse número é bom ou ruim. Então eu comparo com alguns blogs que deixam o SiteMeter aberto (o meu também deixa. Pra quê esconder?). E não é que eu vejo que, mês passado, meu blog ultrapassou o número de visitas de um blog popular, machista, estúpido de um blogueiro idem? Eu nunca pensei que isso fosse acontecer! Lógico que, em época de eleição, todo blog que escreve sobre política recebe mais visitas que o normal. E eu tenho escrito muito sobre política, sempre com um viés feminista. Provavelmente meu bloguinho não continuará com as 70 mil visitas/mês depois das eleições. Mas só de chegar a esse patamar e desbancar um blog machista já terá valido a pena! E o que me dá um prazer enorme é conhecer tanta gente boa como vocês. Sinto falta de visitar (e comentar) os blogs que gosto, mas este ano meu tempo foi tomado pelo trabalho. Já gasto muuuuito mais horas que devia no blog. E agora no Twitter, que é um paraíso pra enroladores. Falo por experiência própria.
Como estava dizendo num email coletivo pra um grupo feminista que acabamos de formar (já tem mais de cem membros! Você pode apply for membership aqui), eu não me considero porta-voz de feminismo algum, e meu blog é, em larga escala, muito pessoal. Não sou muito fã de blogagens coletivas. Não gosto de me sentir obrigada a escrever sobre algum assunto, ainda mais vendo que muita gente já falou tudo o que eu gostaria de dizer (esse sentimento se acentua nas blogagens coletivas). E sei que às vezes escrevo coisas que desagradam a outras feministas. Mas realmente não quero perder essa liberdade de poder escrever o que eu quiser, sem luvas de pelica, no meu próprio blog. Ah, e sou sempre irônica, e frequentemente mal compreendida. Mas meu jeito de colaborar com o feminismo é sendo eu mesma, sendo feminista como sempre fui, desde criancinha, porque sei que meu estilo atrai gente jovem. E organizando concursos de blogueiras, e abrindo espaço para guest posts (toda semana), e tentando divulgar outros blogs/posts o máximo possível.
E tem o pessoal que vem aqui apenas pelas crônicas de cinema. Esses devem estar desistindo! Tô numa dívida imensa com vocês. Mas é que, pelo trabalho excessivo, não tenho saído, muito menos ido ao cinema. O último filme que fui ver (e adorei, e vi duas vezes) foi A Origem. Os novos filmes que chegam não estão me entusiasmando muito. Mas quero voltar a ir ao cinema uma vez por semana, pelo menos, e escrever sobre os filmes, porque geralmente é o momento em que sou mais descontraída.
Política agora, com as eleições, realmente tá dominando todos os meus pensamentos. Mas depois, pouco a pouco, o blog voltará a sua programação normal. Eu sempre, no mínimo uma vez por semana, tentava escrever sobre política. Digo política partidária, porque feminismo e luta pelos direitos de minorias também são assuntos políticos. Em 2008, quando comecei o blog, escrevi um monte sobre a campanha americana. Depois, ao voltar pro Brasil, falei sobre as eleições municipais. E também, eu raramente escrevo sobre política. O que mais faço é crítica à mídia tradicional. Eu falo do enfoque que um veículo dá a uma notícia específica, mais que sobre a notícia em si, não sei se vocês perceberam.
Bom, não quero me alongar muito, porque este post já tá quilométrico e tenho quilos de trabalho pro mês passado (sem brincadeira) me esperando. Só queria agradecer. Sem vocês, eu não teria um décimo da energia que tenho pra blogar. Sem o entusiasmo de vocês, os comentários inteligentes e divertidos (mesmo alguns que discordam são inteligentes), as sugestões de pauta, e os elogios, inclusive, eu enrolaria, e arranjaria desculpas pra não atualizar o blog diariamente. Mas vocês me mantêm na linha. Pro desespero do meu trabalho profissional, é claro. Obrigada, pessoas simpáticas!Outras comemorações: as primeiras mil visitas em fev 08, dez mil (abril 08), quinze mil (maio 08) - ô mulher chata pra comemorar todo mês!, 25 mil (junho 08), 50 mil (agosto 08), cem mil (nov 08), duzentas mil (março 09), e meio milhão, faz um ano (nov 09).