Nos últimos dias surgiram duas listas com ranking de universidades: uma, brasileira, do MEC, que leva em conta principalmente o resultado no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e o ranking de cada instituição na pós-graduação.
A outra lista é espanhola, mas classifica 6 mil instituições internacionais, e usa na sua avaliação o número de acessos pela internet aos artigos publicados. As 21 primeiras universidades nesse ranking são americanas (MIT, Harvard, Stanford, Berkeley e Cornell, as top five). A USP aparece em 38o, a melhor colocada da América Latina, e a única brasileira entre as cem melhores. A segunda universidade brasileira é a Unicamp, em 115o, e a terceira, a minha querida UFSC (em 134o), onde tive o privilégio de cursar mestrado e doutorado. Nesse ranking ela fica bem na frente das outras brasileiras bem-colocadas, como a UFRS (152o), a UFRJ (196o), a Universidade de Brasília (204o), e a UFMG (241o).
Eu adoro essas listas com rankings, e a do MEC é mais interessante, porque a gente pode procurar o nome da instituição e ver o conceito recebido. Ou a gente pode ver por estado, ou só as privadas, ou só as estaduais. As estaduais, infelizmente, foram as que mais caíram na avaliação do MEC (mas muitas, como a Universidade Estadual de Maringá, onde pensei em prestar concurso, seguem muito bem). As particulares foram as que mais melhoraram, segundo essa lista. As federais continuam ótimas como sempre, embora apenas 21 (do total) das 2 mil instituições avaliadas receberam a nota máxima (5). Vale explicar que a USP e a Unicamp não estão na lista porque não realizaram o Enade. 884 instituições (ou 44% do total) ficaram com conceito 3, tido como satisfatório. As que receberam 1 e 2 têm que tomar cuidado nas próximas avaliações.
Bom, a melhor colocada nessa lista foi uma particular bem específica que eu nunca ouvi falar, a Escola Brasileira de Administração e de Empresas, do Rio, com 469 pontos, seguida pela ITA. A UFSC recebeu conceito 4 e 369 pontos, enquanto minha próxima universidade querida, a Universidade Federal do Ceará, ficou com 319 pontos (também conceito 4).
Aproveitei pra conferir o conceito de várias catarinenses que conheço. Por exemplo, a instituição onde cursei Pedagogia, a Associação Catarinense de Ensino, não está na lista, mas há uma tal de Guimbala (que é o nome do dono da ACE), que ficou com conceito 2, não sei se é a mesma. Todas as outras particulares em que estudei (FAAP, em SP, onde, em outro século, fiz metade do curso de Propaganda), Univille (onde fiz especialização em Inglês), e até a Uniasselvi (onde fiz um pedacinho do curso de Letras a distância), têm conceito 3.
Ao mesmo tempo que isso me deixa feliz, fico com um pouco de pé atrás com um ranking desses, que põe as particulares quase em condições de igualdade com as públicas. Quem é doutora, como eu, e mesmo quem é mestre—enfim, quem está nesse campo acadêmico—, sabe como é difícil as privadas contratarem doutores. Elas preferem contratar mestres por apenas um motivo: podem pagar menos. Não é raro ouvir relatos de doutores que precisam esconder sua titulação para conseguirem ser admitidos por uma particular. O maridão esteve em SP mês passado e falou com alguns amigos que são doutores e professores universitários em instituições particulares. Eles contaram que grandes universidades, como Mackenzie e Anhanguera, estão demitindo em massa os doutores e admitindo mestres, para conter despesas. Algo assim soa ilegal (não pode despedir alguém e contratar outra pessoa pro mesmo cargo por um salário menor, pode?), e seria absolutamente impensável numa universidade pública, seja federal ou estadual. Um dos problemas é que, numa empresa privada, o lucro está acima de tudo. O outro problema está na lei, que exige que um terço ou 33% do corpo docente numa instituição seja formado por mestres e doutores. Não parece um número baixo e defasado? Pra piorar, como a lei não especifica quanto por cento desse terço obrigatório precisa ser composto por doutores, ela permite que as particulares façam esse malabarismo. Afinal, se precisam contratar mestres ou doutores, pra quê pagar mais pra um doutor? (Acho que há casos em que pessoas sem titulação podem ser professores muito mais qualificados que doutores. Sei lá, o Lula não precisa de um diploma pra ser considerado PhD em Ciência Política, né? Mas certamente a maior parte das contratações de particulares por professores sem titulação não está interessada em experts, e sim em economia).
Quem é da área acadêmica vê muita coisa estranha. Por exemplo, numa particular aqui de Joinville, pra qual eu já havia enviado meu currículo duas vezes, contrataram um carinha formado na mesma instituição há dois anos. Ele não tem pós, mestrado, doutorado, nada, e tá lá dando aula. Em outra, quando ia haver avaliação de técnicos do MEC, era um alvoroço. Uma dos critérios de avaliação era o número de livros na biblioteca, então sabe o que a faculdade particular fazia? Trazia todos os livros que tinha na biblioteca das escolas (quase sempre o dono de faculdade tem escola e cursinho) e colocava lá na biblioteca da faculdade, temporariamente. Lindo!
Ainda que nas instituições públicas exista bastante panelinha (assim como nas particulares; adoro quando falam de nepotismo no serviço público e fingem que 90% das empresas privadas não são familiares), as contratações nas universidades públicas costumam ser mais transparentes. Na UFSC um mestre não é contratado há anos—tem que ter doutorado. Nesse concurso em que passei na Federal do Ceará, o primeiro edital só permitia a inscrição de doutores. Como eram 4 vagas e apenas um doutor se inscreveu (eu me inscrevi também, mas faltava uma semana pra minha defesa, e fui recusada), o edital foi reaberto, pedindo então titulação mínima de mestre pra vaga não mais de adjunto, mas de assistente. Se um dos três aprovados nesse último concurso não quiser a vaga, por qualquer motivo (tipo não querer morar em Fortaleza), um outro edital será aberto pedindo apenas especialização, para preencher essa vaga que falta. Mas notou a diferença? Simplesmente não tem como uma pessoa só com especialização ser admitida assim de cara, como acontece em tantas particulares. E nem vou entrar no principal diferencial entre as universidades públicas e privadas, que é o tempo disponível pra pesquisa.
Não gosto de falar mal das universidades particulares, porque elas cumprem o papel de chegar em cidades onde não há ensino superior público (se bem que isso mudou bastante no governo Lula, que fez questão de abrir vagas em cidades do interior, não mais só nas capitais). Mas, podendo escolher, não são apenas os alunos que preferem estudar em universidades públicas (e não só por elas serem gratuitas, já que muitos alunos vêm de classes mais altas, que poderiam pagar). Os professores também preferem lecionar em instituições públicas. Se esse quadro mudar um dia, eu passo a acreditar na grande melhora da qualidade das particulares.
Eu adoro essas listas com rankings, e a do MEC é mais interessante, porque a gente pode procurar o nome da instituição e ver o conceito recebido. Ou a gente pode ver por estado, ou só as privadas, ou só as estaduais. As estaduais, infelizmente, foram as que mais caíram na avaliação do MEC (mas muitas, como a Universidade Estadual de Maringá, onde pensei em prestar concurso, seguem muito bem). As particulares foram as que mais melhoraram, segundo essa lista. As federais continuam ótimas como sempre, embora apenas 21 (do total) das 2 mil instituições avaliadas receberam a nota máxima (5). Vale explicar que a USP e a Unicamp não estão na lista porque não realizaram o Enade. 884 instituições (ou 44% do total) ficaram com conceito 3, tido como satisfatório. As que receberam 1 e 2 têm que tomar cuidado nas próximas avaliações.
Bom, a melhor colocada nessa lista foi uma particular bem específica que eu nunca ouvi falar, a Escola Brasileira de Administração e de Empresas, do Rio, com 469 pontos, seguida pela ITA. A UFSC recebeu conceito 4 e 369 pontos, enquanto minha próxima universidade querida, a Universidade Federal do Ceará, ficou com 319 pontos (também conceito 4).
Aproveitei pra conferir o conceito de várias catarinenses que conheço. Por exemplo, a instituição onde cursei Pedagogia, a Associação Catarinense de Ensino, não está na lista, mas há uma tal de Guimbala (que é o nome do dono da ACE), que ficou com conceito 2, não sei se é a mesma. Todas as outras particulares em que estudei (FAAP, em SP, onde, em outro século, fiz metade do curso de Propaganda), Univille (onde fiz especialização em Inglês), e até a Uniasselvi (onde fiz um pedacinho do curso de Letras a distância), têm conceito 3.
Ao mesmo tempo que isso me deixa feliz, fico com um pouco de pé atrás com um ranking desses, que põe as particulares quase em condições de igualdade com as públicas. Quem é doutora, como eu, e mesmo quem é mestre—enfim, quem está nesse campo acadêmico—, sabe como é difícil as privadas contratarem doutores. Elas preferem contratar mestres por apenas um motivo: podem pagar menos. Não é raro ouvir relatos de doutores que precisam esconder sua titulação para conseguirem ser admitidos por uma particular. O maridão esteve em SP mês passado e falou com alguns amigos que são doutores e professores universitários em instituições particulares. Eles contaram que grandes universidades, como Mackenzie e Anhanguera, estão demitindo em massa os doutores e admitindo mestres, para conter despesas. Algo assim soa ilegal (não pode despedir alguém e contratar outra pessoa pro mesmo cargo por um salário menor, pode?), e seria absolutamente impensável numa universidade pública, seja federal ou estadual. Um dos problemas é que, numa empresa privada, o lucro está acima de tudo. O outro problema está na lei, que exige que um terço ou 33% do corpo docente numa instituição seja formado por mestres e doutores. Não parece um número baixo e defasado? Pra piorar, como a lei não especifica quanto por cento desse terço obrigatório precisa ser composto por doutores, ela permite que as particulares façam esse malabarismo. Afinal, se precisam contratar mestres ou doutores, pra quê pagar mais pra um doutor? (Acho que há casos em que pessoas sem titulação podem ser professores muito mais qualificados que doutores. Sei lá, o Lula não precisa de um diploma pra ser considerado PhD em Ciência Política, né? Mas certamente a maior parte das contratações de particulares por professores sem titulação não está interessada em experts, e sim em economia).
Quem é da área acadêmica vê muita coisa estranha. Por exemplo, numa particular aqui de Joinville, pra qual eu já havia enviado meu currículo duas vezes, contrataram um carinha formado na mesma instituição há dois anos. Ele não tem pós, mestrado, doutorado, nada, e tá lá dando aula. Em outra, quando ia haver avaliação de técnicos do MEC, era um alvoroço. Uma dos critérios de avaliação era o número de livros na biblioteca, então sabe o que a faculdade particular fazia? Trazia todos os livros que tinha na biblioteca das escolas (quase sempre o dono de faculdade tem escola e cursinho) e colocava lá na biblioteca da faculdade, temporariamente. Lindo!
Ainda que nas instituições públicas exista bastante panelinha (assim como nas particulares; adoro quando falam de nepotismo no serviço público e fingem que 90% das empresas privadas não são familiares), as contratações nas universidades públicas costumam ser mais transparentes. Na UFSC um mestre não é contratado há anos—tem que ter doutorado. Nesse concurso em que passei na Federal do Ceará, o primeiro edital só permitia a inscrição de doutores. Como eram 4 vagas e apenas um doutor se inscreveu (eu me inscrevi também, mas faltava uma semana pra minha defesa, e fui recusada), o edital foi reaberto, pedindo então titulação mínima de mestre pra vaga não mais de adjunto, mas de assistente. Se um dos três aprovados nesse último concurso não quiser a vaga, por qualquer motivo (tipo não querer morar em Fortaleza), um outro edital será aberto pedindo apenas especialização, para preencher essa vaga que falta. Mas notou a diferença? Simplesmente não tem como uma pessoa só com especialização ser admitida assim de cara, como acontece em tantas particulares. E nem vou entrar no principal diferencial entre as universidades públicas e privadas, que é o tempo disponível pra pesquisa.
Não gosto de falar mal das universidades particulares, porque elas cumprem o papel de chegar em cidades onde não há ensino superior público (se bem que isso mudou bastante no governo Lula, que fez questão de abrir vagas em cidades do interior, não mais só nas capitais). Mas, podendo escolher, não são apenas os alunos que preferem estudar em universidades públicas (e não só por elas serem gratuitas, já que muitos alunos vêm de classes mais altas, que poderiam pagar). Os professores também preferem lecionar em instituições públicas. Se esse quadro mudar um dia, eu passo a acreditar na grande melhora da qualidade das particulares.
"Minha" UFPE continuou como a melhor do N e NE... E minha outra escola, a Escola Técnica Federal de Pernambuco, que agora é o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia ficou em segundo no estado, à frente de universidades mais tradicionais como a Federal Rural e a Católica
ResponderExcluirSobre a discussão "pública x privada" aAcho que vai além. As particulares, via de regra são Escolões de reprodução de conhecimento, enquanto que as públicas são produtoras de conhecimento, e, segundo meus amigos que ensinam nestas instituições privadas, pra configurar a relação escravista só falta ausência de salário e uso da chibata...
Eu faço duas faculdades ao msm tempo, Belas Artes na UFRRJ, e Design na Unicarioca, e é sensivel a diferença entra a primeira q é federal, e a segunda, particular. Ambas tem bons professores, mas a carga horária, a quantidade de matérias, e os títulos dos professores são de níveis completamente diferentes.
ResponderExcluirAcho meio furado esse negócio de listinhas "the best of"...hehehe. Sei lá, não consigo acreditar muito nessas coisas.
ResponderExcluirNo que toca minha área de atuação, bibliotecas, sei de histórias de algumas universidades privadas. Esse uso das "bibliotecas volantes" para as avaliações é tão constante que as comissões de avaliação do MEC perguntam aos alunos se a biblioteca disponibiliza mesmo os livros que eles encontraram. Tinha também as que não emprestavam livros, talvez para não correr o risco de perdê-los. Os alunos tinham que ler os livros na biblioteca. Só passaram a emprestar por que o MEC conta isso na avaliação.
ResponderExcluirNos principais jornais que circulam hoje no RJ vem um encarte na primeira página da Universidade Anhanguera falando da avaliação que receberam do MEC. Não sei o que dizem, mas devem estar se justificando sobre o conceito que receberam. Um encarte desses deve ser caro. Não era melhor investir o que gastaram nos encartes em melhorar a educação da universidade?
Lola, esse texto é meio que reconfortante pra mim. Me formei em publicidade pela UFRJ, teoricamente uma das melhores do Brasil, mas só vejo gente da PUC e da ESPM sendo contratada pelas agências e empresas daqui. Passei bom tempo da minha vida universitária me questionando se não era melhor me sacrificar e pagar uma particular a ter passado no vestibular com méritos. As empresas, pelo menos nessa área, realmente não ligam a mínima pra isso...
ResponderExcluirSobre o ENADE, o boicote ao exame é meio que uma tradição dos alunos de comunicação social da UFRJ. Não sei se acredito em listas, porque na prática não é a universidade onde você estudou que vai te garantir um lugar no mercado, pelo menos em publicidade. Isso é bom por um lado, porque a coisa fica mais democrática, mas é frustrante pra mim e pra outras pessoas sem dinheiro pra uma PUC da vida.
A Mary W. também escreveu um texto super bom sobre esse tema. Em muitos pontos complementar ao seu texto. Porque ela fala da inclusão, ou seja, os alunos que entram nas Universidades particulares, em sua maior parte, são aqueles que não tem formação acadêmica para ingressarem nas universidades públicas.
ResponderExcluirEu, como professora de escola pública, ex-aluna da USP, senti e sinto na pele o que a Mary falou no texto dela. Eu era considerada inteligente na minha escola. E, quando cheguei na universidade, vi que não tinha um décimo do conhecimento que eles tinham.
Por exemplo, todo mundo já tinha fluência em inglês, ou seja, já chegavam lá num ponto bem distante do que o que eu estava - apesar do vestibular.
Não é complexo de patinho feio de minha parte, mas acompanhá-los em referências culturais foi barra duríssima.
E, claro, isso influenciou demais na minha auto-estima, enfim, filigranas.
Voltando ao assunto, não tem comparação entre uma instituição privada e uma pública, como a USP, por exemplo. Lá eu tive contato com pesquisa e muitas coisas que são imensuráveis, seguindo esses critérios de ranking.
Minha irmã, que estudou no Mackenzie, com bolsa hehe, sempre reclamava do clima de "escolinha". Por exemplo, professores que tinham dó dos alunos que trabalhavam e tals. Turma do fundão e conversinhas - tudo isso em uma Universidade bem conceituada.
A total impossibilidade da interdisciplinaridade era a maior reclamação dela.
Enfim, como em tantas coisas, precisamos melhorar e muito nessa questão acadêmica no Brasil.
Lola, a instituição que ficou em primeiro lugar é parte da bem conhecida FGV(Fundação Getúlio Vargas).
ResponderExcluirOps, na lista espanhola a nossa UF do Rio Grande do Norte está em 1º lugar no Nordeste e 11º do Brasil.
ResponderExcluirOps, esqueci de dizer que eu fui aluna de escola pública estadual em São Paulo :-P
ResponderExcluirÉ Lola, no que diz respeito a área de comunicação tenho uma filha formada em jornalismo e trabalhando, o que falou a Mariana é algo desestimulante e verdadeiro, que acontece muito aqui, vale muito quem indica.Ela batalhou muito... num conta só a competência e qual universidade vc cursou.
ResponderExcluir...talvez seja por ai...
Beijos pra essa pessoa querida.
ainda,...
ResponderExcluirbom final de semana,
beijos.
Eu entendo o que a Fabiana disse nos comentários dela. Eu estudei no Colégio Pedro II, uma escola federal que é uma das melhores do Rio e que tem gente de todo lugar da cidade. A maioria dos alunos da minha unidade (o colégio tinha 5 em 2003) é do subúrbio carioca como eu.
ResponderExcluirDaí fiz o vestibular, passei pro concorrido curso de comunicação social na UFRJ, mas comecei a me sentir péssima quando cheguei na faculdade e vi que grande parte dos meus colegas era da Zona Sul e se gabava, por exemplo, de falar francês fluente (eu tava terminando a cultura inglesa na época) e de ter morado por dois anos na Alemanha (eu nem tinha saído do Brasil), coisas básicas assim... Suficiente pra abalar minha auto-confiança.
Isso me abalou porque eu vi que não adiantava nada ter sido uma das melhores alunas de um ótimo colégio público e ter passado no vestibular; a concorrência com essa elite que domina as faculdades públicas é DESLEAL. Daí a gente vê essas aberrações, de alunos pobres ou de classe média baixa se matando de trabalhar pra pagar a faculdade particular e de riquinhos metidos a europeus estudando gratuitamente quando poderiam pagar com sobras.
Acho que o Brasil ainda tem que evoluir muito nisso, em garantir que todas as escolas tenham o mesmo nível de ensino para as faculdades públicas serem mais democráticas. Não adianta nada ter uma USP em top 38 das melhores do mundo enquanto ela e as outas continuarem com uma maioria de playboys que estão lá porque o papai rico pagou um curso pré-vestibular caríssimo e porque sabe ler Nietzsche em alemão. Verniz social não é sinônimo de inteligência
Ainda sobre a falta de consideração da formação universitária na minha área, a A. Almeida falou uma verdade: em comunicação, o que vale é o QI (quem indica), a networking. Então, se vc for um riquinho da UFRJ, pode ser um dos poucos gatos-pingados de faculdade pública nas agências e empresas aqui no Rio, porque você provavelmente conhece alguém "importante"... O que não é justo comigo e nem com o cara que se mata de trabalhar pra pagar uma particular menos famosa que PUC e ESPM. Mas eu ainda vou achar minha brecha, hehehe
ResponderExcluirMariana, o seu exemplo do Rio e SP não pode ser generalizado para o resto do país. Aqui no RN, universidade particular é sinônimo de mauricinho/patricinha que quer pagar pra passar. Estudante interessado, pobre ou rico, vai para uma das públicas.
ResponderExcluirPatrick, não quis generalizar. Aqui também tem muito playboy pagou-passou, mas as faculdades públicas têm MUITOS riquinhos e pseudointelectuais, gente da elite. Tem curso que você conta no dedo quem é suburbano e pobre, pelo simples fato de que a muitos pobres não têm educação pública de qualidade e nem dinheiro pra pagar um colégio particular melhor. Não basta ser interessado pra passar no vestibular, tem que ter uma boa base. Se fosse simples assim, se bastasse ser "interessado", não teriam inventado o sistema de cotas pra tentar corrigir certas injustiças.
ResponderExcluirA regra do MEC de obrigar as universidades a contratar mestres é interessante, porém pode não servir para todos os cursos... Faço Comunicação Social com Habilitação em Cinema numa universidade privada de São Paulo, e para algumas matérias (principalmente as práticas)às vezes conta mais experiência do professor mesmo. No caso de produção, fotografia, animação pode ser mais importante o professor ter feito filmes desempenhando essa função do que ter feito mestrado.
ResponderExcluirO boicote que os estudantes fazem ao Enade é suficiente pra não levar esse ranking tão a sério.
ResponderExcluirEu sou vestibulanda, por isso fiquei bem atenta as duas listas. Só vou prestar vestibular nas melhores universidades do meu curso que é Direito!
ResponderExcluirOi, minha pessoa querida.
ResponderExcluirLola, volto pra novamente concordar com a Mariana, a minha filha também estudava em escola do estado( onde precisa fazer concurso pra entrar, passou na Federal em 2º lugar , com 16 anos) e de repente na disso conta. Com um currículo extraordinário. Felizmente hj ela está bem e trabalhando, mais precisou ralar muito e ainda rala.
Universitário que boicota Enade está assinando atestado de burrice. Tem medo de enfrentar uma prova de nível nacional. Daí entrega a prova, quando faz, em branco e o nome da universidade vai pro fim da lista. E eles dizem que o ranking não merece consideração. E eles merecem? Pífios! Fiz a primeira prova do Enade, acho que foi em 98 e tirei ótima nota. Mas muitos de meus colegas, que nunca liam nada além dos conteúdos de provas (quando liam esses), entregaram a prova em branco. E o conceito da universidade foi baixo. Mas EU fui bem e me dei superbem profissionalmente. E sempre fui/vou à luta. Não espero pelos professores me dizerem tudo. Busco. Estudo. Investigo!
ResponderExcluirMárcia
Só respondendo rapidinho a alguns comentários (desculpa, gente!).
ResponderExcluirTeresa, não sabia que isso de levar livros de uma biblioteca pra outra por conta das avaliações fosse prática comum entre as particulares! Pensei que o que presenciamos fosse uma exceção. Como é que pode, né?
Mariana, sei do que vc está falando. Quando eu decidi que iria fazer Publicidade & Propaganda, em 1986, ninguém falava da USP nessa área. As melhores, pelo menos na época, eram consideradas a FAAP e a ESPM. Eu optei por uma das duas (FAAP), porque ambas tinham vestibular no meio do ano na mesma data! Tinha que optar por uma apenas. Os primeiros estágios que consegui não foram, de maneira alguma, por cursar a faculdade X ou Y. Foram simplesmente porque meu pai era da área, e ele tinha vários amigos donos de agências de propaganda. E TODOS os meus colegas estagiários estavam no mesmo barco: só entraram pelo QI. Só anos depois é que consegui um emprego como redatora publicitária sem precisar da ajuda do meu pai. Mas obviamente não era numa agência grande e badalada. Era numa minúscula. Óbvio. Ah sim, e a maior parte dos estágios era não-remunerado. É só pra quem pode ficar UM ANO num trabalho sem receber um centavo...
Fabiana, li o post da Mary W. Ela tem uma outra visão, a visão de quem é professsora numa particular. Eu, por enquanto, só posso falar como aluna de várias universidades particulares e de uma federal. Mas não sei se concordo tanto com isso do nível dos alunos variar tanto assim entre as particulares e as públicas, sabe? Porque não é “só aquele que não consegue entrar numa federal que estuda numa particular”. É muito mais amplo que isso. Por exemplo, em Joinville (e na enorme maioria das cidades brasileiras, e olha que Joinville é uma cidade média, com população de 500 mil habitantes) só existem universidades públicas nas áreas tecnológicas. Pra estudante de engenhearia, dá pra estudar numa pública. Mas quem quiser cursar Letras, Pedagogia, História, Sociologia, Direito, inclusive Medicina, etc etc, só numa particular. Ou largando a cidade e indo pra Floripa. Só agora vai abrir uma Federal aqui na cidade. Ou seja, se vc não teve a sorte de nascer numa cidade onde exista universidade pública, e se vc não tem dinheiro pra se mudar e se sustentar numa cidade dessas (que, convenhamos, em geral custa mais caro do que pagar uma particular), vc terá que estudar numa particular. Ponto. Então é realmente uma questão de necessidade, muito mais do que “os mais lerdinhos ficam nas particulares”.
ResponderExcluirAgora, concordo contigo sobre o desnível socio-econômico entre alunos de Federal. Mas depende muito do curso, né? Em Letras da UFSC é quase todo do mesmo nível, classe média. E, pra entrar, tem que falar bem inglês. Mas certamente, um aluno pobre fazendo Direito numa Federal vai encontrar gente com um padrão muito acima do dele. Gente que não precisa trabalhar, que fala inglês etc. E sim, isso é ruim pra autoestima, mas tem um monte de coisas que são ruins pra autoestima quando a gente é jovem. E, como disse o Patrick, há universidades particulares onde só estuda rico. Varia bastante de região pra região, e de cada área.
Francine, concordo, mas em todo lugar no mundo existe uma exigência mínima de mestres/doutores. E, por conta dessa exigência, cada vez mais as pessoas de uma área que desejam dar aula numa universidade estão fazendo mestrado/doutorado. Inclusive nas áreas artísticas. E o caso é que muitas das particulares que contratam uma pessoa apenas com graduação ao invés de um doutor fazem isso pra conter despesas. O carinha contratado geralmente não tem experiência na área. Ele só é mais barato.
ResponderExcluirMárcia, não há dúvida que o esforço do aluno é importantíssimo. Um aluno dedicado pode aprender muito numa faculdade ruim, e um aluno preguiçoso pode aprender quase nada, ou só o suficiente pra passar, numa universidade de primeira. Eu não peguei o Enade. Sou da turma do Provão, que também era boicotada direto. Ainda existe isso?
Sim, Lola, ainda existe isso. Aqui mesmo nos comentários alguém mencionou o assunto. Na verdade, o Enado começou com o nome de Provão.
ResponderExcluirMárcia
Desculpe! Enad.
ResponderExcluirLola, só a título de informação: infelizmente não é ilegal demitir alguém e contratar outro para mesma função com salário menor. Não existe vedação legal pq é direito potestativo do empregador contratar e demitir quem quiser. Basta pagar o que a lei determina.
ResponderExcluirLendo isso aaannnooss depois, digo que tenho uma história igual à da Fabiana, destaque na escola publica, quase fui jubilado estudando na USP. O fato de ter de trabalhar, e ter preferido melhorar meu Espanhol do que o Inglês na adolescência auxiliou para esse quase desastre. Depois disso fiz IC, sou concursado com outra função numa Federal, e vendo onde poderei fazer pós.
ResponderExcluirE quanto às particulares, conheço doutores que se deram mal nas fusões da Anhanguera, além dos perrengues de quem tenta financiamento para estudar na UNIP. Eles prorrogam o prazo ao máximo para que você acabe pagando uma parcela a eles, com o argumento da reposição posterior. E se o curso não tem em pública, como fica?