Outras coisinhas sobre o instigante Violência Gratuita que não couberam na crítica (aproveite porque agora sim o filme estreou nos cinemas):
- O Violência de 2008 é realmente uma refilmagem cena a cena do de 1997. Deve ser até legal fazer um jogo dos sete erros entre o original e o remake.
- É curioso que a Naomi Watts (que tá virando a rainha dos remakes, com King Kong, O Chamado e – pasmem! - Os Pássaros, programado pra 2009) não tenha apenas estrelado o filme, mas também entrado como produtora. O papel dela e do Tim Roth são quase genéricos. Eles estão bem, lógico, só que de maneira alguma será com eles que a gente associará o filme. Será com o Michael Pitt (de Paixão Proibida), que tá excelente. Esses vilões educados vestidos de mímicos (ou tenistas?), com roupas brancas e luvas, são os piores.
- Por sinal, os psicopatas não carregam armas. O que eles usam é improvisado, encontrado na casa invadida. Tacos de golfe, facas, rifles. Fico imaginando o que eles usariam se entrassem na minha casa, onde não tem nada disso. Faquinha de janta? Eu não colocaria muita fé nessas facas de passar manteiga. Acho que eles acabariam se cansando e jogariam
ovos na gente.
- Típico! No recinto tá acontecendo a maior violência, ameaça de estupro, sentimento de impotência, e um dos personagens fala pros malvadões não usarem linguagem chula perto de uma criança. E, no meio de grande tensão, o que você mais quer é que alguém desligue aquela maldita televisão (só Poltergeist é tão claramente anti-TV como Violência).
- A trilha sonora (ou a ausência dela) do filme é muito importante. A música clássica no começo, dentro do carro, é abruptamente interrompida por um heavy metal bem pauleira. No resto do tempo é tudo música que só ouvimos porque os personagens a ouvem também. Um carinha até põe um CD antes de perseguir alguém.
- Acho que a família não tem consideração com seu cão de estimação. Às vezes me pergunto por que as pessoas têm um cachorro, se não vão lhe dar o mínimo de atenção.
- Teve uma hora em que tudo que consegui pensar é que, se me mandassem ficar só em trajes íntimos, de jeito nenhum que minha calcinha estaria tão branquinha-recém-saída-da-máquina como a da Naomi. Mas há bem pouco glamour. Até seu sutiã não combina! Não é uma lingerie sexy. Aliás, não há absolutamente nada de sexy em Violência.
Mesmo que o remake americano não chegue a sua cidade (a distribuição é pra lá de restrita, embora tenha se ampliado um pouco), veja o original austríaco em dvd, ou na internet. Vale muito a pena.