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quarta-feira, 27 de maio de 2009

CRÍTICA: UMA NOITE NO MUSEU 2 / Histérico revisionismo histórico

Prefiro ficar olhando pro busto do Teddy Roosevelt por duas horas.

Essas últimas semanas estão sendo terríveis de tão cheias, e nada indica que as próximas serão mais calmas. Paciência comigo! Continuo atualizando o bloguinho todo santo dia, mas responder comentários tá impossível. E não tenho tempo de escrever várias coisas que gostaria. Ai, ai. A gente não tá nem em junho e eu já tô pedindo férias!
Sexta fui ver Uma Noite no Museu 2. Mas acabei não anotando nenhuma linha sobre o filme, e como hoje é quarta, e a produção é totalmente descartável, esqueci tudinho. Sinceramente, eu já saí do cinema pensando “O que vou falar desta joça?!”. Certeza mesmo, só a de que odiei o troço. Eu já não tinha apreciado o primeiro, mas pelo menos havia um tiquinho de novidade em ver um museu tomando vida. A piadinha que mais gostei no original agora é a única que gostei na sequência: o esqueleto de dinossauro abanando a cauda, como se fosse um cachorrinho (ah, e é legal que uns três ou quatro atores do The Office façam pontinhas). Mas não tenho nenhum carinho pelo Ben Stiller (e acho que ele se leva mais a sério do que merece. Digo mais: tenho a impressão que na vida real ele seja igualzinho a seu personagem no horroroso Trovão Tropical, aquela comédia totalmente sem graça onde só o Tom Cruise e talvez o Robert Downey Jr. se salvam). E, pra ser franca, nem pelo Owen Wilson (admito que fiquei mais compadecida depois que ele tentou o suicídio e fez Marley e Eu).
Também detestei o revisionismo histórico da trama, igualmente presente no primeiro filmeco. Desta vez o presidente Teddy Roosevelt é jogado pra escanteio, e decidem elevar o General Custer pra enésima potência. Que um notório assassino de mulheres e crianças índias seja considerado um heroi é algo demais pra minha cabecinha. Sabe, seria como levantar estátua pro Borba Gato em São Paulo em homenagem à bravura dos bandeirantes. Quer dizer... Ahn, deixa pra lá. Melhor ficar no revisionismo histórico deles, não no nosso: Museu 2 é mais uma prova viva de como a história é sempre contada pelos vencedores. Há uma índia no filme e alguns poucos negros, mas eles não têm voz. Todas as decisões estratégicas são tomadas pelos homens brancos. Quer prova maior do privilégio masculino? Até um guarda de museu tem mais importância que os raríssimos personagens “históricos” negros e mulheres. A única exceção é a Amelia Earhart (feita com vigor pela Amy Adams), pioneira da aviação americana. Mas até ela parece estar lá só pra fazer par romântico com o protagonista. E é só impressão minha ou o avião que ela pilota é idêntico ao 14 Bis? (Eu adoro os museus da Smithsonian em Washington DC. Já falei sobre eles aqui, inclusive de como escondem o Santos Dumont numa ala perdida, como se fosse um pé de página na história da aviação, e dão galerias inteiras aos irmãos Wright). Anote quantas vezes durante o filme alguém fala “Nós americanos...” ou “A América é” ou algo do gênero. Museu 2 certamente não é pra gente do resto do mundo. É um produto nacional deles, made in America.
E, por favor, me lembre de anotar no meu caderninho pra nunca mais ver um filme com a assinatura do Shawn Levy. Opa, não, confundi o diretor com os realizadores de Professor Aloprado 2. O Shawn é novo e até agora só fez uns quatro filmes péssimos: Recém-Casados, o remake de Pantera Cor de Rosa com o Steve Martin, que já me fez fugir no trailer, Doze é Demais, que não preciso ver pra saber que é detestável, e agora este Museu 2. É um currículo respeitável, mas nada comparado aos merecedores do meu Troféu Cocô de Hamster Gigante.
Por falar em diretores odiados, aqui menciono a esnobada que o Von Trier recebeu do Festival de Cannes.