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sábado, 12 de setembro de 2009

PASSEI E NÃO PASSEI FOME

Opa, não é pra confundir. Este texto tem uns seis anos, e é sobre a minha aprovação na seleção do mestrado. Nada a ver com o concurso de Fortaleza. Mas naquela época eu não sabia nadica de nada. Pensava que não teria bolsa, mas tive uma durante todo o mestrado. Era uma mixaria na ocasião, graças ao FHC, que não deu um só reajuste pela inflação durante seu governo (aliás, governos. Nos dois mandatos!). Era R$ 724, bem difícil de se manter em Floripa com isso. O Lula deu três aumentos, e hoje o valor é muito mais respeitável, R$ 1.200. Como o curso é ótimo, já meio que garante 8 bolsas aos primeiros colocados. Mas os outros podem dar algumas aulas de inglês no extracurricular e receberem o suficiente para se manter. Na minha turma, pelo que me lembro, foram 21 aprovados (5 de Literatura, 16 de Linguística), e oito conseguiram bolsa. Isso dá mais que um terço. Recomendo que vocês façam mestrado na UFSC!

FOME EM FLORIPA

Pois é, depois de todo aquele drama de "não vou passar", eu passei na seleção do mestrado de literatura. O chato do Oliver Stone já tinha até manifestado interesse em filmar uma trama conspiratória caso eu não passasse, mas passei, então vou perder esta boquinha. Claro que não passei bem colocada, muito pelo contrário: fiquei em oitavo. Sim, havia mais que oito lugares, mas esta não foi uma boa colocação, já que não ganho bolsa. E sem bolsa, estudando em horário integral, sem poder trabalhar, sem marido rico pra me sustentar, já vislumbro o meu destino: vou passar fome. Fome propriamente dita talvez não. Como disseram os críticos ao programa Fome Zero do Lulinha, se tem algo que não existe neste país de meu Deus é fome. Eu fiz os cálculos e concluí que, com minhas atuais reservas de massa corpórea, posso ficar até seis meses sem comer que não morrerei de desnutrição.
E também tem outra coisa. Morarei quatro dias por semana em Floripa, e decerto minha quitinete se transformará em ponto de encontro dos alunos bonitinhos da universidade, que me verão como mentora e musa espiritual. Ao visitarem minha humilde casinha, quiçá meus amiguinhos me trarão algo pra beliscar. Opa, o maridão não pode ler esta crônica ou ele não irá comprar mais chocolate pra abastecer meu lar em Joinville, e aí eu passarei fome nos três dias da semana restantes. Se eu parar de comer, vou emagrecer, e se eu emagrecer, como disse um sarcástico aluno adolescente meu, eu vou sumir.
Como se vê, o problema é financeiro. Estive pensando em alguns esquemas pra conseguir grana e sobreviver em Floripa. Se você tiver maiores sugestões, me escreva. Um plano é iniciar no pôquer boa parte do meu novo círculo de amizades, jogar por dinheiro e ganhar deles. Esta parece ser a forma mais honesta. Outra seria virar vovó de aluguel. Imagine só: um fofo quer impressionar a namorada, e me contrata como sua vó inteligente e bem-humorada. Ih, nada a ver, né? Já vi que a fome baterá à minha porta.

sábado, 29 de agosto de 2009

O QUE CAI NAS PROVAS DE SELEÇÃO

Ou melhor: o que caiu nas provas de seleção quando eu tentei o mestrado, em dezembro de 2002. Obviamente não é a mesma coisa todos os anos. Mas estude um pouco de teoria literária, e mais um pouco de Aquisição de Língua Estrangeira (que é interessante), talvez de Fonética (que não é interessante), e de Teorias de Leitura (coluna do meio), que dá pra passar.

MIL PALAVRAS


Extra! Extra! Lolinha conta tudo! Fiz as provas pra seleção do mestrado em Literatura de Língua Inglesa da UFSC no início de dezembro, e vou revelar o processo pra você, incauto leitor. Foi horrível. O primeiro exame era de literatura, e a gente pensava que eles dariam opções entre verso e prosa, e eu escolheria prosa correndo, claro, porque analisar poesia é meio complicado. Mas não. Era um tema só. Mostraram um soneto do Shakespeare e pediram pra gente interpretá-lo em mil palavras. Houve um momento traumático na sala quando os 36 candidatos viraram a folha na vã esperança de encontrar outra pergunta, mas nada. Se entender Shakespeare já é difícil, tente redigir mil palavras sobre um poeminha de 14 linhas. Pra você ter uma idéia, esta crônica maravilhosa, da qual o velho Shake certamente sentiria inveja, contém 335 palavras. Dá três crônicas, e ainda por cima tem de ter assunto?! Eu não tenho experiência nisso de escrever com um tema na cabeça.
O soneto era lindo (número 55, se alguém quiser arriscar), apesar da meia dúzia de expressões que eu nunca tinha visto mais gordas. O problema era o tamanho do texto exigido. Sem enrolação, minha interpretação caberia em algumas linhas. Logo... No primeiro parágrafo, taquei uma análise de como o soneto era sobre a memória que aqueles que nos amam têm de nós depois que morremos. No segundo, argumentei que os termos bélicos do poema poderiam levar à outra interpretação, que seria, ahn, sobre julgamento final. Certo, assumo que eu tava atirando pra todos os lados. No terceiro, repeti a hipótese do primeiro. Ainda muuuito distante das mil palavras, apelei pro meu 386 interno. Pensei em todos os filmes e livros que falavam de "memória" e mandei ver. Tenho até vergonha de dizer, mas escrevi sobre Hannibal Lecter, sobre "Amnésia", sobre Brás Cubas, sobre Borges – ih, até a Barbra Streisand cantando "Memories" entrou na jogada. Só me recuperei no último parágrafo, onde chutei que o tema era imortalidade. Não é que era?

PASSEI PRA IMORTALIDADE

Já contei pra você tudo sobre a horripilante prova de literatura na seleção pro mestrado. A outra prova, no mesmo dia, era sobre Lingüística Aplicada. Como enfrentei a situação? Fácil. No meu pânico pré-teste, no estilo "tudo que sei sobre Lingüística é que tem acento em um dos is e treminha no u", tratei de fazer um resumo sobre alguns tópicos e decorei o que escrevi. Não recomendo. Na hora de passar pro papel, fica mecânico. Tenho certeza que os examinadores, ao corrigir as provas, devem ter dito: "Ih, pronto! Essa daqui decorou um resumo!".
Quem passou nesses dois exames, e eu, por um desses milagres, passei, tinha mais um terceiro desafio – uma prova oral. Levava quinze minutos com a banca examinadora, que fazia perguntas sobre o pré-projeto e sobre as provas. Bom, os candidatos que saíam narravam histórias de horror. Imagina você lá, nervosérrimo, e o examinador diz, "Sua estrutura de parágrafos é péssima, a pior que já vi!". O que você responde? Tentarei melhorar da próxima vez? Ou que peçam pra você explicar a metodologia, e você trava? Comigo não aconteceu nada disso. Primeiro, quiseram que eu falasse sobre meu pré-projeto, e eu falei, bem superficialmente. Em seguida, um professor disse que meu ensaio sobre o soneto do Shakespeare tava bastante bom. Eu pensei em rebater com um "Você pirou?", mas me calei. Ele afirmou que eu havia escrito que o tema central era imortalidade. Não quis brigar com ele ou lembrá-lo que fiquei o texto inteiro tecendo coisas sobre memória, Hannibal Lecter, Barbra Streisand... Quem sou eu pra discutir com um doutor? Ele quis saber o que mais seria imortal no poema. Sempre calma, balbuciei alguma bobagem como "well, obviamente o amor é imortal". E ele: "Yes, mas o que mais?". Eu já estava caindo da cadeira quando chutei: "O poema! O próprio poema é imortal!". Ele ficou feliz, não fez mais perguntas, e minha entrevista logo se encerrou. Cá entre nós, acho que bastou eles verem meus olhos verdes pra me passar.

sábado, 22 de agosto de 2009

MESTRADO NA UFSC

Então. As etapas pra seleção de mestrado, pelo menos mestrado em Língua Inglesa na UFSC, são as seguintes: primeiro você escreve um pré-projeto, dentro de alguma linha de pesquisa da PGI (Pós-Graduação em Inglês), que pode ser em Literatura ou Linguística (vários campos dentro de cada uma dessas áreas). Este pré-projeto deve ser entregue até o final de outubro, com carta de recomendação e vários outros documentos. Eles mandam uma cartinha dizendo se o seu projeto foi ou não aceito (o assunto da crônica abaixo). No começo de dezembro acontecem duas provas escritas, uma em Literatura, outra em Linguística. É no mesmo dia e pode levar dicionário inglês-português, se quiser (é tudo em inglês; mais pra frente publicarei uma crônica sobre essas provas). Se você tirar no mínimo 7 em cada uma, passa pra prova oral, que é uma entrevista de uns dez, quinze minutos, onde você terá que responder perguntas de uma banca. As perguntas podem ser sobre seu projeto, sobre as provas escritas, ou mais pessoais, depende de cada banca. Em uma semana, dez dias, sai o resultado final, com as notas das três provas. Se você ficar entre os oito primeiros, tem boas chances de receber bolsa (atualmente no valor de R$ 1,200 mensais). Mas não vai poder trabalhar, nem morar em outro lugar que não seja Floripa. Bom, também não vai ter muito tempo pra qualquer outra coisa que não seja o mestrado. As aulas começam em março e, se tudo correr bem, em 22 meses você é mestre. E aí, quem se habilita? Eu totalmente recomendo o curso. Os editais dos concursos estão pedindo cada vez mais graduação e doutorado na mesma área, mas, pro mestrado, a gente ainda tem liberdade pra escolher o curso que mais nos apetece. Ok. A crônica abaixo é de novembro de 2002, quando eu ainda não sabia nada disso.

HOMOLOGADA É A MÃE!

No alto da minha ansiedade, recebi uma carta estranhésima. Dizia assim: "Prezado(a) Senhor(a): (eu). A Coordenadoria do Curso de Pós-Graduação em Letras/Inglês e Literatura Correspondente da UFSC informa que recebeu a sua inscrição para o exame de seleção, nível mestrado, e, salientamos que ela foi homologada (x) / não homologada ( )." Segue-se uma enorme lista de documentos e, no final, a frase: "Informamos, outrossim, que as datas dos exames de seleção também estão confirmadas".
Quando a li, não entendi nada. Ela significava que meus documentos estavam ok ou que eu havia passado pra próxima etapa? E que diabos é "homologada"? Tudo bem, com "homo" no meio tinha de ser coisa boa, mas... Comentei o assunto com várias pessoas, e cada uma tinha uma opinião divergente. Muitos dias depois, descobri que sim, a carta significa que a fase seguinte de aprovação (três provas!) espera impacientemente por mim.
Agora, algumas perguntas que não querem calar: por que eles não redigem uma carta mais clara? Por que usam termos consagrados da burocracia como "homologado" e "outrossim"? E, principalmente, por que eles não mandam uma cartinha colorida e festiva que corresponda às expectativas? Imagina, eu aqui, desesperada, aguardando uma resposta, e eles enviam um pedaço de papel frio e sem vida. Tenho sugestões de melhora. Pra começar, o tipo de letra. Não precisa ser sempre Times New Roman ou Arial corpo 12. Cadê a criatividade? Outra coisa: que tal desenhar umas florzinhas, uns coraçõezinhos nos "is" pra comemorar?
Claro que o essencial é a gente rasgar o envelope e encontrar um imenso "Parabéns, você conseguiu!" logo de cara. Acho que também é de bom tom eles mandarem uma bandinha junto. O carteiro entrega a carta e a bandinha toca músicas de carnaval. Rojões eu dispenso, os cães odeiam. Mas balões são ótimos, desde que não estourem. Serpentina e confete grudam no cabelo, então talvez não dêem certo. E eles não podem se esquecer do buffet de chocolate, lógico.

sábado, 8 de agosto de 2009

QUANDO EU NÃO IA PASSAR NO MESTRADO

Mas ainda vou fazer pós-doutorado em Tópicos Chocolatais.

Na época em que estudei um pouco pra fazer o concurso de seleção do mestrado em Literatura em Língua Inglesa, eu fiz muito drama. Admito. Eu tinha uma coluna de crônicas no jornal, e várias delas foram sobre o exame. Como agora vivencio outro drama (estudar pra passar no concurso pra professora universitária, meu primeiro concurso, glupt), e como sempre tem gente que pergunta sobre exames de seleção, e como recordar é viver, vou publicar alguns desses textos antigos aqui. Eles são fofinhos, e me dão a maior nostalgia (embora eu não tenha saudades do trema). Esses dois devem ser de setembro de 2002.

NÃO VOU PASSAR

Vou contar pra você, meu paciente leitor, uma preocupação que vem tomando meu tempo. Decidi tentar fazer mestrado. Quero deixar o "tentar" bem claro já que, no meu caso, querer não é poder. O mestrado que eu quero é em Literatura em Língua Inglesa, com linha de pesquisa em Literatura e Cinema. Parece ótimo pra mim, pois une três das minhas paixões: inglês, literatura e cinema. Depois eu faço doutorado em Chocolate e pós-doutorado (dizem que isso existe) em Diálogos Felinos e Caninos e me torno completamente especializada nas coisas que mais gosto.
Chegou a hora de estudar por prazer! Há apenas um pequeno porém me impedindo de fazer mestrado: uma prova de seleção. Uma só não, três! Graças a uma amiga, estou bem informada sobre os processos. Tem uma prova de Literatura, outra de Lingüística Aplicada, e uma outra oral. Isso se o pré-projeto for selecionado antes. Nas duas primeiras provas, a pessoa deve redigir umas cinco páginas manuscritas respondendo uma pergunta. Você não pode ver, mas estou tremendo enquanto escrevo essas linhas. Um tempão atrás fiz pós-graduação em inglês, mas tudo que me lembro sobre o assunto é que fiz pós-graduação em inglês. É uma vaga memória. E tudo que sei sobre Lingüística Aplicada é que tem um trema no u, e isso porque o computador o coloca automaticamente. Aliás, é um trema ou uma trema? E como se fala trema em inglês? Que horror. Estou confusa. Não vou passar.
Narro minhas agruras pros amigos e eles geralmente dizem: "Que bobagem, é claro que você vai passar!". Eles não compreendem que tirar nota sete num tópico onde só conheço o nome é meio difícil. Minha chefa até quis fazer uma aposta comigo – se eu passar, como ela acredita que vou, ela pára de discutir comigo. Se eu não passar, eu paro de discutir com ela. Ou era o contrário? Achei a aposta um tanto estranha, mas aceitei – chefe é chefe, afinal. Já o maridão ainda não registrou a que me refiro quando grito: "Não vou passar!". Ele acha que estou falando da roleta do ônibus.

NÃO VOU PASSAR 2, A MISSÃO

Oh, céus, parte 2. A bibliografia para as provas de mestrado em Literatura em Língua Inglesa tem oito livros e, aparentemente, eu devo lê-los até dezembro. Uma amiga me emprestou vários deles, e eles estão lá, em cima da mesa, olhando pra mim. Eu olho pra eles de vez em quando também; não pense que sou completamente negligente. Mas eu me conheço. Não há como eu ler tantas obras em tão pouco tempo. Se os livros ainda fossem cheios de paixão, luxúria, aventura, humor... Mas são teóricos. Nem desenhinhos têm.
Conversei com amigos que passaram no mestrado sobre seu preparo. Uma se dedicou durante oito meses (!); outro começou a ler os livros dois anos antes (!!), fez pós, cursou matérias, deu aulas em faculdades e, se tudo isso não fosse o suficiente pra arruinar minha auto-estima, ele ainda esnobou: disse que deu sorte porque, na prova, havia uma questão sobre fonologia, um de seus tópicos preferidos. O que me levou ao seguinte diálogo com o maridão:
- Imagina se cai pra mim uma pergunta sobre fonologia. Tudo que sei sobre o assunto vem do meu vasto conhecimento do latim, ou será grego?, que mostra que fono é áudio, e logia é estudo de, logo, fonologia é o estudo do áudio. Será? Isso não parece certo.
– Tem certeza que fono é áudio?
– Voz! Fono é voz, lógico!
– Começou bem...
– Então! Fono é voz, logia é estudo de, fonologia é estudo da voz. Pronto! Mas acho que isso não dá cinco páginas.
– Por que você não desenha umas figurinhas?
Já que crônica lolística também é cultura, fui confirmar essas informações num dicionário. Lamento comunicar que fono é som. Claro que o Aurelião pode estar errado. E também, som, áudio, voz, tá tudo interligado. Confesso que foi decepcionante notar que o dicionário insiste em me contradizer. Talvez isso signifique que eu não estou tão bem preparada assim pras provas.
P.S.: O maridão crê que a publicação desta crônica diminui consideravelmente minhas chances de aprovação no mestrado. O que ele quer dizer com isso?

segunda-feira, 28 de abril de 2008

POBRE PITEKO

Esta crônica eu escrevi um mês depois de começar meu mestrado, ou seja, em 2003. Reproduzo-a aqui porque a) ela elucida mais o caráter, ou falta de, do maridão; e b) tenho amigas cuja especialidade é Fonética, e senti uma vontade incontrolável de cutucá-las. Espero que quem não tenha nada a ver com a história também goste. Algum dia, se alguém perguntar nos comentários, eu conto como fui na prova.

SONS GUTURAIS

É um pouco decepcionante, confesso, entrar num mestrado de literatura e os primeiros pontos que eu aprendo são... sons guturais. Certamente deve haver coisas que eu odeie mais que Fonética. Por exemplo, detesto muito mais a guerra, a fome, a crueldade contra pessoas e animais, mas fonética ocupa um lugar de destaque na minha lista de Temas Abomináveis. O maridão, pra não perder o costume, aproveitou pra me esculhambar.

Ele: “Sei por que você tem aversão à Fonética. É porque você não está acostumada à última parte da palavra, ‘ética’ ”.

Eu: “A última parte da palavra é ‘nética’, sua metástase retardada!”.

Ele: “Aposto que você fala pras suas colegas: ‘E aí, estudou pra Fono?’".

A fonética adota uns símbolos extraterrestres que, pra mim, é tudo grego. Mas o pior é que vai ter prova. Quando a professora proferiu as arrepiantes palavras “sem consulta”, você precisava ver o pânico estampado nos rostos. Minha reação inicial foi me jogar pela janela, mas notei que esse ato impensado poderia causar a morte de um transeunte que tivesse o azar de passar embaixo, e mudei de idéia. Logo me conformei e vi que o único jeito de sobreviver à Fonética seria decorar umas tabelas. Agora tenho o final de semana inteiro pra memorizar o que aparenta ser a tabela periódica. Sabe aquela dos símbolos químicos? É parecida. Colei as tabelas no banheiro pra poder visualizá-las. O maridão olhou pras paredes do banheiro, olhou pro meu estado de nervos, e avisou, solidário: “Tchau, amor. Vou viajar. Volto no próximo fim de semana”. Depois de um ou dois tabefes carinhosos, ele acabou ficando. Mais tarde, ele perguntou se eu tinha certeza que as tabelas eram de Fonética mesmo, pois, pra ele, pareciam esquema de assalto a banco.

Com minha mente privilegiada, decorar tabelas não deve ser difícil. Tenho vários truques. Há umas tais de consoantes mudas: p, t, k, s, f. Como lembrar disso? Ué, eu coloquei vogais no meio e formei uma frase: “Piteko si fu”. E, pelo jeito, Piteko não será o único.