Vi no Twitter toda a mobilização referente ao metrô em Higienópolis. Eu não ia nem falar a respeito, pois não é um assunto que me interessa muito, até que vi a foto publicada na Folha (que reproduzo acima). Gente, aquela foi a minha rua. Eu morei lá durante uma década. Toda a minha juventude se passou na R. Sergipe com Av. Angélica.
Pra quem tá boiando, devo explicações: o governo de SP ia construir uma estação de metrô bem nessa rua, bem na altura do Pão de Açúcar. Um grupo de moradores de Higienópolis protestou, disse que uma estação lá era desnecessária, que traria camelôs, que já havia quatro estações beirando o bairro, e pediu pra que a nova fosse feita no Pacaembu. O governo topou (há divergências se essa mudança ocorreu por causa dessas pressões ou se por motivos técnicos). Uma reportagem da Folha entrevistou algumas pessoas no bairro, entre elas uma psicóloga que, contrária ao metrô, disse que uma estação na Angélica atrairia “gente diferenciada” (mendigos, viciados etc). Foi o mote pro pessoal no Twitter reclamar dos moradores de Higienópolis. A maior parte dos protestos foi bem-humorada (campanha do tipo vamos trocar os nomes das ruas do bairro — várias com estados nordestinos, como R. Bahia, R. Maranhão, R. Alagoas etc — para R. Londres, R. Paris, R. Genebra etc), mas alguns partiram pra ignorância do anti-semitismo. Aí não pode, né? No Facebook começou a se organizar um churrasco a favor da estação do metrô. Houve 50 mil adesões. Não gostei muito dos termos, algo como “mulatas besuntadas de óleo são bem-vindas” (olha o machismo aí, gente!) e a promessa de “carne de gato e cachorro”. A manifestação aconteceu ontem, não teve muita gente (umas 600 pessoas em frente ao Shopping Higienópolis), mas o pessoal parecia estar animado. E a direita toda da internet ficou histérica contra os manifestantes (falar mal de rico é instigar luta de classes, ohhhh!), então alguma coisa eles devem ter feito certo.
Claro que sou a favor da construção de um metrô na Angélica e em qualquer outro lugar. É preciso investir pesado no transporte público, ou senão vai chegar uma hora em que ficará inviável se locomover. Quanto mais metrô, quanto mais corredores exclusivos de ônibus, quanto mais ciclovias, quanto mais trens, melhor. Em SP e em todas as cidades (inclusive na minha querida Fortaleza, onde um metrô vem sendo construído há mais de uma década. Parece que até a Copa, sai. E uma das estações será pertinho de casa, yay!).
Agora com licença, e perdoem meu egoísmo: o que me interessa nessa história toda é que eu morei lá! E ver uma foto da minha rua atiçou minhas memórias. Até fico chocada com o pouco que me lembro. Triste isso. Mas foi assim: em 1971, minha família, toda argentina, se mudou de Buenos Aires pro Rio. Moramos seis anos lá. Eu era criança, não tinha nem 4 anos quando cheguei ao Brasil. Daí fomos pra SP em 77. Primeiro alugamos um apê na R. Manoel da Nóbrega, 1088 (por uma incrível coincidência, a casa que comprei ao me mudar pra Joinville, dezesseis anos depois, foi uma número 1088). Ficava pertinho do Ibirapuera e da Brigadeiro Luis Antonio. Eu adorava aquele prédio. Fiz amigos lá pra vida toda. A gente jogava futebol num pátio atrás do salão de festas (todo fim de semana um vidro era quebrado por uma bolada). A gente invadia o quartel em frente. A gente brincava de esconde-esconde na garagem. A gente, essa turminha de crianças e adolescentes que eu liderava (eu era mandona), comprava quase todo domingo um frango assado e um pote de 2 litros de sorvete e devorava tudo ali. Ninguém se preocupava em engordar. Tempos felizes aqueles.Uns dois ou três anos depois, meus pais alugaram outro apê, este na Rua Sergipe, 605. O prédio era muito melhor que o da Manoel da Nóbrega. Tinha quatro quartos — eu não precisava mais dividir um com minha irmã bagunceira. Tinha cinco banheiros, se bem que não sei pra que servia tanto banheiro, já que eu, meus dois irmãos e meu pai só tomávamos banho em um, no do quarto da minha irmã. Só minha mãe tomava banho em outro. Do apê eu me lembro muitíssimo bem. Do prédio, bem menos. Sei que tinha piscina embaixo (acho que foi isso que fez meu pai optar por aquele prédio. Meu pai adorava torrar ao sol. Sem passar bronzeador. Mais tarde ele teve câncer de pele). Havia um playground muito do chinfrim. Mas o principal é que não tinha muita gente pra brincar naquele playground. Éramos dos mais jovens do prédio. Os poucos adolescentes eram um tanto antipáticos, esnobes. Nunca conseguimos fazer amizade.
Não estou reclamando da minha juventude pra lá de privilegiada! Era bom morar em Higienópolis, assim como tinha sido bom morar perto da Brigadeiro. Ficava perto de tudo. Quer dizer, menos da nossa escola, a Chapel, uma escola americana que ficava (fica ainda) na Chácara Flora. Era longe pacas. O ônibus (fretado) passava em frente ao prédio pra nos pegar às 6:30. A aula começava às 8, e a gente sempre chegava em cima da hora (e isso que estou falando do trânsito do início dos anos 80; não quero nem pensar como deve ser cruzar a cidade hoje). As aulas iam até às 15 horas, mas pelo menos umas duas vezes por semana eu ficava pra atividades extras, até às 16:30. Depois desse horário, perdendo o ônibus da escola, só pegando ônibus normal (o que eu fazia algumas vezes).
Meu pai, que odiava dirigir, não tinha carro. A gente alugava a nossa vaga na garagem (não sei se tínhamos direito a uma ou duas; hoje, sei que prédio com quatro quartos não têm menos de três vagas por apartamento). Ele ia andando pro trabalho na Brigadeiro com a Paulista, sempre de terno e gravata. Até metade da década ele trabalhava como diretor de marketing da Denison Propaganda, até então uma das maiores agências do país, e ganhava bem (quanto, nem ideia, porque pais não falam sobre dinheiro com os filhos). Só que aí ele saiu, abriu sua própria empresa de pesquisa de mercado (um escritório na Pamplona), e os rendimentos oscilaram. Às vezes ele pegava táxi, às vezes ônibus, mas quase sempre ia andando mesmo. Ele conhecia todos os taxistas da região (e podem escrever: é bem mais barato andar de táxi do que ter carro).
Como eu passava doze horas por dia na escola, ou indo e voltando dela, só me lembro mais da minha vida em Higienópolis depois que terminei o segundo grau. Primeiro que exigi ganhar como presente de aniversário de 18 anos um cachorrinho (não tínhamos um bicho desde que saímos do Rio, e eu sentia muita falta), o Piteco, Pity pros íntimos. Eu o levava pra passear pelo bairro, e aí sim tive mais contato com outras pessoas e seus cães (tem muito cachorro em Higienópolis). A gente só falava de animais. Eu notava que o pessoal era conservador quando o tema da conversa mudava. Percebi que ninguém votou na Erundina pra prefeita, e muito menos no Lula pra presidente em 89 (mas não foi só Higienópolis que elegeu Collor. Foi SP inteira). Às vezes eu passava em frente ao prédio na R. Maranhão onde o FHC vivia (vive ainda, né?). Não era um prédio super luxuoso nem nada. Não sei, mas nos anos 80, apesar de ser um bairro com habitantes de alta renda, Higienópolis não era luxuoso. Não sei como é hoje, faz um tempão que não volto lá. Por exemplo, a Praça Villaboim ainda não tinha sido tomada por um monte de restaurantes caríssimos. Só tinha a Bacco's, do outro lado da praça. O Pão de Açúcar sempre esteve na esquina da minha rua, e sempre foi caro. Imagino que meu pai torrou uma fortuna lá.
Depois fui cursar propaganda na FAAP. No começo eu ia e voltava andando até lá, lógico, descendo a ladeira arrebatadora da R. Alagoas. Pouco mais tarde fui trabalhar em Moema, e aí eu chegava sempre atrasada na faculdade. Li que hoje a FAAP comporta estudantes com o maior PIB do país, mas naquele período, sei não. Meus colegas eram bem classe média, do tipo que ia tomar café na padaria Barcelona. Lembro que uma das vezes em que a faculdade aumentou o preço das mensalidades, fizemos uma paralisação, gritando “Fun-da-ção / Não visa lucro não!”.
Do que mais me lembro? De duas locadoras de vídeo lá perto. De um clube, o Hobby, mais pra frente na Angélica, do qual fomos filiados por um tempinho (aos 14 anos, eu me apaixonei por um salva-vidas). Na Praça Buenos Aires eu ia pouco. Quando passei a frequentar o Clube de Xadrez, na Rua Araújo, perto do Copan, dava pra ir e voltar a pé à noite, apesar de todas as boates de sexo explícito no caminho. Ah, lembro de uma vez em que a cidade tinha parado por causa de uma greve geral de ônibus, que eu voltei andando, da Consolação descendo a Angélica, e em plena avenida uma senhora de rua não foi com a minha cara, quebrou uma garrafa e veio pra cima de mim (ou seja, mesmo sem metrô, já havia “gente diferenciada” em Higienópolis). Eu saí correndo, com ela gritando atrás de mim, me perserguindo pela Angélica. Outra vez, fui atacada à noite, quase na frente do meu prédio, por um tarado. Uma das minhas histórias de horror.
No final de 1990, por aí, nos mudamos pro centro. Bem na Av. São Luís. Foi minha morada preferida em SP, pertinho de tudo mesmo. Eu ia ao cinema várias vezes por semana, andando, à noite (meio perigoso, mas valia o sacrifício). Havia montes de ônibus pra tudo quanto era canto da cidade. A estação da República ficava ao lado. Por pressão minha, meu pai acabou tirando uma carteira que lhe dava direito a transporte público de graça (ele já tinha mais de 65 anos). Muito a contragosto, ele começou a pegar metrô pra ir trabalhar na Pamplona... e adorou! Ele nunca se sentiu tão cidadão como quando andou de metrô.
O maridão brinca até hoje que foi enganado. Quando ele me conheceu, eu morava em Higienópolis, e ele, em Osasco (que pra minha mãe era a sucursal do inferno na Terra). Poucos meses depois eu me mudei pro centro. E logo em seguida o então namoradão teve de emprestar dinheiro pro meu papi...
P.S.: E hoje é aniversário da Mamacita. Feliz aniversário, mãe, pra você que também viveu uma década em Higienópolis, e deve ter lembranças totalmente diferentes das minhas.
Claro que sou a favor da construção de um metrô na Angélica e em qualquer outro lugar. É preciso investir pesado no transporte público, ou senão vai chegar uma hora em que ficará inviável se locomover. Quanto mais metrô, quanto mais corredores exclusivos de ônibus, quanto mais ciclovias, quanto mais trens, melhor. Em SP e em todas as cidades (inclusive na minha querida Fortaleza, onde um metrô vem sendo construído há mais de uma década. Parece que até a Copa, sai. E uma das estações será pertinho de casa, yay!).
Agora com licença, e perdoem meu egoísmo: o que me interessa nessa história toda é que eu morei lá! E ver uma foto da minha rua atiçou minhas memórias. Até fico chocada com o pouco que me lembro. Triste isso. Mas foi assim: em 1971, minha família, toda argentina, se mudou de Buenos Aires pro Rio. Moramos seis anos lá. Eu era criança, não tinha nem 4 anos quando cheguei ao Brasil. Daí fomos pra SP em 77. Primeiro alugamos um apê na R. Manoel da Nóbrega, 1088 (por uma incrível coincidência, a casa que comprei ao me mudar pra Joinville, dezesseis anos depois, foi uma número 1088). Ficava pertinho do Ibirapuera e da Brigadeiro Luis Antonio. Eu adorava aquele prédio. Fiz amigos lá pra vida toda. A gente jogava futebol num pátio atrás do salão de festas (todo fim de semana um vidro era quebrado por uma bolada). A gente invadia o quartel em frente. A gente brincava de esconde-esconde na garagem. A gente, essa turminha de crianças e adolescentes que eu liderava (eu era mandona), comprava quase todo domingo um frango assado e um pote de 2 litros de sorvete e devorava tudo ali. Ninguém se preocupava em engordar. Tempos felizes aqueles.Uns dois ou três anos depois, meus pais alugaram outro apê, este na Rua Sergipe, 605. O prédio era muito melhor que o da Manoel da Nóbrega. Tinha quatro quartos — eu não precisava mais dividir um com minha irmã bagunceira. Tinha cinco banheiros, se bem que não sei pra que servia tanto banheiro, já que eu, meus dois irmãos e meu pai só tomávamos banho em um, no do quarto da minha irmã. Só minha mãe tomava banho em outro. Do apê eu me lembro muitíssimo bem. Do prédio, bem menos. Sei que tinha piscina embaixo (acho que foi isso que fez meu pai optar por aquele prédio. Meu pai adorava torrar ao sol. Sem passar bronzeador. Mais tarde ele teve câncer de pele). Havia um playground muito do chinfrim. Mas o principal é que não tinha muita gente pra brincar naquele playground. Éramos dos mais jovens do prédio. Os poucos adolescentes eram um tanto antipáticos, esnobes. Nunca conseguimos fazer amizade.
Não estou reclamando da minha juventude pra lá de privilegiada! Era bom morar em Higienópolis, assim como tinha sido bom morar perto da Brigadeiro. Ficava perto de tudo. Quer dizer, menos da nossa escola, a Chapel, uma escola americana que ficava (fica ainda) na Chácara Flora. Era longe pacas. O ônibus (fretado) passava em frente ao prédio pra nos pegar às 6:30. A aula começava às 8, e a gente sempre chegava em cima da hora (e isso que estou falando do trânsito do início dos anos 80; não quero nem pensar como deve ser cruzar a cidade hoje). As aulas iam até às 15 horas, mas pelo menos umas duas vezes por semana eu ficava pra atividades extras, até às 16:30. Depois desse horário, perdendo o ônibus da escola, só pegando ônibus normal (o que eu fazia algumas vezes).
Meu pai, que odiava dirigir, não tinha carro. A gente alugava a nossa vaga na garagem (não sei se tínhamos direito a uma ou duas; hoje, sei que prédio com quatro quartos não têm menos de três vagas por apartamento). Ele ia andando pro trabalho na Brigadeiro com a Paulista, sempre de terno e gravata. Até metade da década ele trabalhava como diretor de marketing da Denison Propaganda, até então uma das maiores agências do país, e ganhava bem (quanto, nem ideia, porque pais não falam sobre dinheiro com os filhos). Só que aí ele saiu, abriu sua própria empresa de pesquisa de mercado (um escritório na Pamplona), e os rendimentos oscilaram. Às vezes ele pegava táxi, às vezes ônibus, mas quase sempre ia andando mesmo. Ele conhecia todos os taxistas da região (e podem escrever: é bem mais barato andar de táxi do que ter carro).
Como eu passava doze horas por dia na escola, ou indo e voltando dela, só me lembro mais da minha vida em Higienópolis depois que terminei o segundo grau. Primeiro que exigi ganhar como presente de aniversário de 18 anos um cachorrinho (não tínhamos um bicho desde que saímos do Rio, e eu sentia muita falta), o Piteco, Pity pros íntimos. Eu o levava pra passear pelo bairro, e aí sim tive mais contato com outras pessoas e seus cães (tem muito cachorro em Higienópolis). A gente só falava de animais. Eu notava que o pessoal era conservador quando o tema da conversa mudava. Percebi que ninguém votou na Erundina pra prefeita, e muito menos no Lula pra presidente em 89 (mas não foi só Higienópolis que elegeu Collor. Foi SP inteira). Às vezes eu passava em frente ao prédio na R. Maranhão onde o FHC vivia (vive ainda, né?). Não era um prédio super luxuoso nem nada. Não sei, mas nos anos 80, apesar de ser um bairro com habitantes de alta renda, Higienópolis não era luxuoso. Não sei como é hoje, faz um tempão que não volto lá. Por exemplo, a Praça Villaboim ainda não tinha sido tomada por um monte de restaurantes caríssimos. Só tinha a Bacco's, do outro lado da praça. O Pão de Açúcar sempre esteve na esquina da minha rua, e sempre foi caro. Imagino que meu pai torrou uma fortuna lá.
Depois fui cursar propaganda na FAAP. No começo eu ia e voltava andando até lá, lógico, descendo a ladeira arrebatadora da R. Alagoas. Pouco mais tarde fui trabalhar em Moema, e aí eu chegava sempre atrasada na faculdade. Li que hoje a FAAP comporta estudantes com o maior PIB do país, mas naquele período, sei não. Meus colegas eram bem classe média, do tipo que ia tomar café na padaria Barcelona. Lembro que uma das vezes em que a faculdade aumentou o preço das mensalidades, fizemos uma paralisação, gritando “Fun-da-ção / Não visa lucro não!”.
Do que mais me lembro? De duas locadoras de vídeo lá perto. De um clube, o Hobby, mais pra frente na Angélica, do qual fomos filiados por um tempinho (aos 14 anos, eu me apaixonei por um salva-vidas). Na Praça Buenos Aires eu ia pouco. Quando passei a frequentar o Clube de Xadrez, na Rua Araújo, perto do Copan, dava pra ir e voltar a pé à noite, apesar de todas as boates de sexo explícito no caminho. Ah, lembro de uma vez em que a cidade tinha parado por causa de uma greve geral de ônibus, que eu voltei andando, da Consolação descendo a Angélica, e em plena avenida uma senhora de rua não foi com a minha cara, quebrou uma garrafa e veio pra cima de mim (ou seja, mesmo sem metrô, já havia “gente diferenciada” em Higienópolis). Eu saí correndo, com ela gritando atrás de mim, me perserguindo pela Angélica. Outra vez, fui atacada à noite, quase na frente do meu prédio, por um tarado. Uma das minhas histórias de horror.
No final de 1990, por aí, nos mudamos pro centro. Bem na Av. São Luís. Foi minha morada preferida em SP, pertinho de tudo mesmo. Eu ia ao cinema várias vezes por semana, andando, à noite (meio perigoso, mas valia o sacrifício). Havia montes de ônibus pra tudo quanto era canto da cidade. A estação da República ficava ao lado. Por pressão minha, meu pai acabou tirando uma carteira que lhe dava direito a transporte público de graça (ele já tinha mais de 65 anos). Muito a contragosto, ele começou a pegar metrô pra ir trabalhar na Pamplona... e adorou! Ele nunca se sentiu tão cidadão como quando andou de metrô.
O maridão brinca até hoje que foi enganado. Quando ele me conheceu, eu morava em Higienópolis, e ele, em Osasco (que pra minha mãe era a sucursal do inferno na Terra). Poucos meses depois eu me mudei pro centro. E logo em seguida o então namoradão teve de emprestar dinheiro pro meu papi...
P.S.: E hoje é aniversário da Mamacita. Feliz aniversário, mãe, pra você que também viveu uma década em Higienópolis, e deve ter lembranças totalmente diferentes das minhas.
é preciso investir pesado no transporte público, ou senão vai chegar uma hora em que ficará inviável se locomover.
ResponderExcluirconcordo plenamente. morei em sampa 4 anos, jardins, conheço um pouquinho de higienópolis. tbem acho que fazer manifestação machista e anti - semitista não tá com nada. mas o povo que mora lá dizer que ' não quer pobre perto por causa do metrô', é ignorância demais pro meu gosto. então, que andem de limusine, com chofer, 3 hs parados no congestionamento... se é isso que querem??/ adorei seu post. bjs.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMamacita, Parabéns!!!
ResponderExcluirVc é uma daquela... ESPECIAL, nasceu no mês de maio.(Como eu, claro!!ahahahah)
Tudo de melhor pra vc!!!
Muitos beijos e sinta-se abrçada com carinho de uma desconhecida.
....beijos Lolinha.
Oi Lola,
ResponderExcluirAquelas pessoas que não querem a estação de metrô na Angélica por medo das "pessoas diferenciadas" na verdade não querem que a "tradição" do bairro seja perturbada pela realidade da maior parte da população. Eles não querem a estação porque eles não precisam, eles têm carros, e suas empregadas e porteiros, que andem, é exercicío, faz bem para a saúde, é neles que eles estão pensando. Elitismo descarado, sem disfarce. Transporte público é para pobre, logo Higienópolis não precisa. Metrô chique é o de NY, ranei!
Nem só de judeus é feito Higienópolis (FHC passa longe de Jacó), nem todos os que não querem a estação são judeus e os judeus que não a querem, não a querem por serem judeus, mas por compartilharem os mesmos preconceitos da classe média brasileira, o problema não é de origem, credo, etnia, mas de classe. A maior parte dos habitantes do Leblon não são de origem judaica e eles não têm e não querem uma estação de metrô lá, tanto não querem que ela nem é cogitada.
Eu sou judeu e acho ridícula a postura de alguns judeus-classe médiapreconceituosaelitistabrasileira. Luciano huck, Rafinha Bastos e outros me matam de vergonha. O Sobel roubando gravatas não me envergonhou tanto, aliás, acho que nem me envergonhou, quanto as declarações do Huck quando ele foi assaltado e do Rafinha Bastos estes dias na revista.
Se eu morasswe em São Paulo, pegaria meu kipá e iria de ônibus até a Angélica participar do churrascão e acho que todos os higienopolistas que são contra os que não querem a estação deveriam ter ido também.
Machista e anti-semitista??????
ResponderExcluirHein?
Dê feliz aniversário para a sua mãe, Lola. :)
ResponderExcluirLa Mamacita disse,
ResponderExcluirMuito obrigada, Alba. Um beijo.
Lola, muito obrigada, adorei a foto com a Mariantonia. De Higienópolis eu tenho boas recordações, sim. Ano passado eu passei na Praça Buenos Aires, fui no Alfama o meu supermercadinho, a tomar café em copo. Tá igual. Você tem razão, na São Luís a três quarteirões do Municipal si que era vida. Amei. Nelly, La Mamacita
Adorei o post, Lola. Esperei algo mais politico, mas enfim. Legal ouvir histórias antigas de gente que a gente gosta. :)
ResponderExcluirAcho que essa da morena banhada em óleo (é isso? Algo assim, né?) é uma alfinetada. Porque a tal da psicóloga deve falar isso num tom pejorativo, sabe?
La mamacita faz aniversário no mesmo dia que meus pais fazem aniversário de casamento... Feliz cumpleaños querida amiga
ResponderExcluirApesar dos erros da "convocação", o churrasquinho de gente diferenciada foi muito bom, pelo que vi de fotos e transmissão do terra. "Ei vizinho, vem comer churrasquinho..."
Acho que dependesse de alguns em Higienópolis, Alphaville, Leblon, Gávea, Mangabeiras, Apipucos ou Meireles o apartheid era aprovado fácil fácil no Brasil, mas a "gente diferenciada", felizmente, é maioria, e maioria vale numa sociedade democrática!
Giovanni, crio que você está por fora da situação do metro da Gávea. Ninguém está lutando para que não tenha metro ali, muito pelo contrário, a briga dos moradores é para que seja sim construída a estação na gávea (uma na praça, perto do jockey e outra na puc, onde vários ônibus fazem ponto final) segundo o plano antigo do metro. O novo, que els querem fazer para as Olimpíadas, ligaria a estação de Ipanema ao do Leblon e depois para a Barra... isso é um erro sim! Eles querem simplesmente prolongar a linha que já existe, e não construir uma nova que seja interligada. Imagina só: uma linha só que vai de Pavuna até a Barra! Só iria piorar a situação que já está ruim. A linha do rio não suporta o número de trens, já cansei de pegar metro que simplesmente PAROU no meio da linha por causa de CONGESTIONAMENTO. O certo seria eles criarem novas linhas que se interliguem com a antiga (que repito: já é grande DEMAIS, já sofre problemas) e não aumentar (esticar até não dar mais, né) a antiga só porque precisa fazer tudos as pressas para as olimpíadas. A situação precisa ser estudada.
ResponderExcluirDá até para entender essa oposição por parte dos moradores de Higienópolis... É um bairro que existe numa realidade toda diferente da maioria das demais regiões da cidade.
ResponderExcluirEmbora eu tenha crescido na Vila Madalena, onde o "elitismo" não chega nem perto de ser tão forte (e onde já existe um metrô), sempre gostei de Higienópolis, por considerar um lugar extremamente calmo, aparentemente seguro e agradável.
Mas é claro que esse comportamento ridículo de alguns moradores é condenável e vergonhoso...
Ai.. q nostalgico.. As vezes tenho vontade de chorar pelas lembrancas dos outros...
ResponderExcluirLola, se me permite, quero dar um título a este cometário: "Responsabilidade".
ResponderExcluirTítulo dado, dois toques:
Primeiro deles, não é primeira vez que você escreve "eu nem ia falar a respeito", mas falou.
Segundo deles: o que é mesmo que você estava dizendo... sobre a questão da estação do metrô em Eugenópolis... desculpe, Higienópolis?...
P.S.: mais de um milhão e quinhentas mil visitas, mais de mil e qinhentos seguidores... cuidado com o que você deseja...
Não entendi, Marcello. É, várias vezes eu digo que não ia falar a respeito, ou que não queria falar a respeito, ou que o assunto não me interessa muito, e acabo falando no assunto. Eu sou sincera, ué. Tem assuntos que me interessam muito, e outros, muito menos. Alguns que me interessam pouco eu acabo comentando por pressão de leitor@s, mas não foi o caso deste. Eu deixo claro que meu principal interesse no metrô de Higienópolis (que fica em SP, cidade da qual saí em 93; acho normal que Fortaleza, por exemplo, me interesse mais atualmente que SP; e sinto-me mais próxima hoje também de SC que de SP) é porque a estação seria bem na esquina da rua onde morei. Se fosse em outra rua, é bem provável que eu não escreveria nada a respeito. Não preciso escrever sobre tudo que acontece, né?
ResponderExcluirAcho que minha opinião sobre o metrô de Higienópolis está clara: deve haver uma estação ali, como, aliás, no máximo de lugares possíveis, porque o trânsito de SP é caótico. A única saída é transporte público. Gostei da manifestação, mas também tenho minhas críticas. Houve machismo e principalmente anti-semitismo, o que é inaceitável. Não comentar isso, pra mim, seria irresponsável. Não é por que eu apoio um movimento que não posso apontar falhas, certo?
E realmente não entendi seu P.S. Como assim, “cuidado com o que você deseja”? O que eu desejo? E cuidado por que? Eu hein, quase parece uma ameaça! Qual seria minha “responsabilidade” em falar de Higienópolis, ou da manifestação da “gente diferenciada”?
Lola, acho uma delícia esses seus relatos! Lamento que sempre venha alguém aqui pra pautar o seu blog...
ResponderExcluirBeijos!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirDesculpa Letícia mas há um parágrafo separando a discussão sobre o metrô em higienópolis, e o que escrevi sobre higienópolis, alphaville, gávea, apipucos...
ResponderExcluirNão me referia ao metrô, mas à mentalidade de alguns (note que eu não generalizo) moradores desses bairros chamados de "elite".
Li um poste bem bacana sobre o assunto, mas não lembro onde u.u
ResponderExcluirApesar de achar o humor do cartaz da gente diferenciada genial, não gostei do mulatas bensuntadas.
As marcas desse tipo de violência são eternas. Minha tia foi estuprada e 2 ex-namoradas conseguiram fugir. Porém, uma delas tem sérias dificuldades para andar, pois teve que pular a janela do apartamento do agressor. Sou contra as campanhas da ONG Peta explorando o corpo feminino (e masculino em alguns casos). Amei o post, Lola! Vou divulgá-lo!
ResponderExcluirO interessante deste fato é que se descobriu alguns entraves insuspeitos para um plano de mobilidade urbana.
ResponderExcluirTambém gostei do tom de humor que os protestantes desenvolveram em torno do mote #gentediferenciada ainda que tenha aparecido alguns preconceitos.
Nossa, que monte disparates um sujeito pode escrever na alta madrugada sob o efeito de alguns litros de chope!
ResponderExcluirPor favor, não leve tão a sério.
Eu li a postagem e me incomodou, naquele momento, o fato de vc dizer que "nem ia escrever" mas escreveu - bobagem minha.
Bem como, naquele momento também, a postagem não me pareceu conclusiva - mas daí até eu me dar ao direito de comentar daquele modo agressivo, vai uma distância.
Portanto, repito: não leve tão a sério. E claro, aceite meu pedido de desculpas.
P.S. quanto ao "cuidado com o que deseja..." é um velho provérbio chinês, que como você sabe, conclui-se "você pode conseguir"; eu me referia à quantidade de visitas e seguidores do seu blog, o que denota certa responsabilidade (ou não, cada um avalia isso do modo que aprouver)
P.P.S.: não me custa apagar aquele comentário (por causa do despropósito e da deselegância dele), mas deixo essa decisão por sua conta.
Lamento muito o transtorno, e te cumprimento com todo meu respeito e admiração.
Cresci em Higienopolis tambe,, e morarei la a partir de Agosto depois de uns bons anos, quase decada, longe.
ResponderExcluirA favor tambem do metro.
Bjx
Roy
Tranquilo, Marcello! É por isso que eu não bebo... (não, não é por isso não: é só que eu odeio o gosto de álcool, e também só gosto mesmo de água).
ResponderExcluirPrefiro que vc deixe o comentário, porque como eu respondi mesmo... Abração e tudo bem!
Buk's on the table, acho que o seu comentário veio parar no post errado! Deveria ser no de cima.
E cadê o Blogger que AINDA não me devolveu o guest post da Ana e mais uns cem comentários?!
Só uma coisa, Lola: os comentários anti-semitas foram ABSOLUTAMENTE minoritários, na avalanche de manifestações virtuais contra o elitismo de PARTE da população de Higienópolis.
ResponderExcluirMoro no Rio, mas acompanhei o churrascão ao vivo, com gente tuitando e postando fotos. Foi pacífico, divertido, bem-humorado, não teve nada, nadinha de anti-semitismo.
Foram mais de mil pessoas. Certamente teria mais gente, se o cara que lançou a ideia no Facebook não tivesse cancelado depois, assustado com mais de 50 mil adesões.
Acho que foi a maior manifestação, no Brasil, convocada pelas redes sociais. É de se pensar.
Ufa, fico aliviado, Lola.
ResponderExcluirTem gente que padece do que pode ser chamado de "alta sugestionabilidade etíclica", algo assim meio dr. jekyll / mr. hide", rs (o que não me exime, absolutamente, de qualquer responsabilidade - preciso, sim, é tomar mais cuidado).
Que delícia de post, Lola! Lembranças lindamente costuradas...
ResponderExcluirBiju,
Olhar