Espetacular! O Cloaca News desencavou uma reportagem de 1968 da revista Cruzeiro (a mais popular do país, na época), que fala sobre o CCC, Comando de Caça aos Comunistas. Por que essa reportagem voltou à tona hoje? Porque é nela que Boris Casoy, aquele que não tem muito apreço pelos pobres, é mencionado como membro do CCC.
E o que foi o CCC? Pra explicar isso é preciso voltar ao tempo, o que é ótimo, porque todo passado tem conexões com o presente, e porque ontem mesmo a gente tava falando do golpe de 1964 e da ditadura militar que comandou o Brasil com mão de chumbo entre 64 (intensificando mesmo a força a partir de 68) e 1985. Estávamos na Guerra Fria, e o Brasil, assim como todos os países pobres, era um peão na luta entre os EUA e a União Soviética. Os EUA viam toda a América Latina como seu quintal, e tinham muito medo que outros países seguissem Cuba e aderissem ao socialismo. Portanto, financiavam e treinavam militares para darem golpes e permanecer no poder em vários países, como Brasil, Argentina, Uruguai... Um dos casos mais famosos da intervenção americana foi no Chile, em 1973. Um presidente mais à esquerda, Salvador Allende, havia sido democraticamente eleito, pela primeira vez na história chilena. Os EUA derrubaram o governo, mataram Allende (e outros três mil “desaparecidos” políticos), e colocaram lá o general Pinochet (três ótimos filmes pra se entender essa história são Missing, Desaparecido: O Grande Mistério - cena aqui, filme inteiro aqui -, Machuca, e A História Oficial, sobre a ditadura argentina e a prática de bebês de ativistas políticos de esquerda mortos serem adotados por militares - cena tocante aqui, filme inteiro aqui). A história dos golpes militares na América do Sul é um tanto diferente da de Cuba. Cuba já era uma ditadura (de direita, com todo o apoio dos EUA) desde 1952 quando Fulgencio Batista foi deposto por um grupo de revolucionários liderados por Fidel Castro e Che Guevara (um trecho de O Poderoso Chefão 2 mostra bem como a Cuba pré-Fidel era um hotel-cassino dos americanos).
Já o Brasil, em 64, estava longe de ser uma ditadura. Quem estava no poder era João Goulart, o Jango, vice de Jânio Quadros, este um maluco total que havia renunciado em 61, poucos meses após ter sido eleito. Jango também tinha sido eleito, já que, na época, o vice era votado separadamente do candidato a presidente (Jânio e Jango nem eram do mesmo partido). Jango não era exatamente de esquerda, mas seu partido era trabalhista, e a proposta que ele tentava passar no Congresso contemplava uma presença mais forte do Estado na economia e a sempre tão temida reforma agrária. Enfim, no clima histérico da Guerra Fria, qualquer político que não se declarasse abertamente anticomunista era suspeito, e não tardou para que a mídia e a classe média rotulassem Jango de comuna. Por exemplo, este é um pedaço de um editorial da Folha de S. Paulo de 14 de março de 1964:
“Depois de longa preparação, foi realizado―sem maiores incidentes―o comício da Guanabara. Comício lamentável, se lembrarmos os ataques do presidente à constituição, que ele jurou defender [...] Resta saber se as Forças Armadas ficarão com o presidente, traindo a constituição, ou ficarão com sua tradição e defenderão as instituições e a pátria”.
Neutra e imparcial essa Folha instigando os militares a deporem Jango, não? Em 19 de março de 64, a classe média mais conservadora foi às ruas, num movimento chamado Marcha da Família com Deus pela Liberdade (o nome já diz tudo, né? E claro que essa “liberdade” deles era bem relativa). Na Praça da Sé foi rezada uma missa pela “salvação da democracia”. A Folha publicou no seu editorial do dia seguinte:
“O povo mesmo, não um ajuntamento suspeito e longamente preparado, reuniu-se ontem, espontaneamente, nas ruas desta cidade [SP], para exprimir seu sentimento e sua vontade. Foi uma dura lição para aqueles que necessitam de demorada propaganda, manipulação de cúpulas e tremendos dispositivos de força para concentrar massas humanas. E não se diga que a 'Marcha da Família' reuniu defensores de 'estruturas arcaicas'. Ao contrário, os manifestantes de ontem reconhecem a necessidade de reformas, mas sabem que elas podem e devem ser feitas dentro da ordem e da lei”.
Bom, o que você e eu entendemos como “dentro da ordem e da lei” provavelmente não engloba um golpe de estado, que foi o que aconteceu no dia 1o de abril de 64. O pessoal que participou da Marcha da Família e a mídia vibraram. A Folha (que ano passado tentou reescrever a história apelidando uma ditadura de 21 anos de “ditabranda”), esse jornal “de rabo preso com o leitor”, como diz seu slogan, obviamente apoiou o golpe, xingando Jango e Brizola, então governador do RS, de “traidores da Pátria”, e saudando o novo comandante, Marechal Castelo Branco, como “O Presidente de Todos”.
Mas, se o país estava infestado de comunistas, a começar pelo presidente deposto, onde andavam eles que deixaram que os militares tomassem o poder sem nem um ai? Se eles eram tantos e tão organizados, não deveria ter havido uma guerra civil? Ou talvez toda essa balela do “perigo vermelho” (uma ameaça pior que a Gripe Suína de poucos meses atrás) fosse apenas uma estratégia? O interessante é que a direita de hoje continua com o mesmo discurso. Querem derrubar o Lula por ele ameaçar acabar com a liberdade. Que ameaça à liberdade? Onde está a censura que tanto pregam? A direita golpista sempre usa o mesmo truque de acabar com a democracia para... salvar a democracia.
Aparentemente, os tais comunistas na década de 60 eram tantos quanto hoje: meia dúzia de gatos pingados. Mas identificá-los e acabar com eles (ué, cadê a liberdade de expressão?) era questão de honra para muitos reaças. Criar um inimigo comum para poder combatê-lo é um método infalível. Não importa se o inimigo é real ou imaginário. Um bando de pessoas com poucas afinidades vai formar um grupo antenadíssimo pra lutar pelo mesmo ideal: no caso, a erradicação de um comunismo que nunca chegou perto de existir de verdade no Brasil. Um bando de jovens, todos homens brancos, se uniu pra caçar comunistas. Como diz a reportagem do Cruzeiro, “são muitos, a organização é grande. Nos seus feitos estão os ataques aos artistas da Roda Viva e à USP. Todos são violentos. Alguns, covardes”.
O CCC apoiava a ditadura militar, dedando “atividades suspeitas”, e, muitas vezes, agindo com seus próprios punhos para espancar supostos comunistas, como o elenco do espetáculo Roda Viva e os estudantes da USP, no conflito da Rua Maria Antonia (ambos em 68). Também foram responsáveis por um atentado à bomba no Teatro Opinião e pelo sequestro e assassinato de um padre em Recife. Eles detestavam os padres “comunas”, que lutavam por direitos humanos e eram contra o regime militar.
Pelo que conta a reportagem, os membros do CCC seriam os pitboys de hoje. Andavam armados, gostavam de comprar briga, lutavam caratê, e não perdiam a chance de fazer justiça com as próprias mãos. Boris Casoy sempre negou que fez parte do CCC, mas não tem jeito, sua história está ligada com a ditadura: ele foi assessor de imprensa de vários ministros do regime. E sabe, é difícil gente assim mudar. Eu conheço bastante gente que foi de esquerda na juventude e depois se “endireitou”. Pode ser que até o final da minha vida eu também passe a defender a pena de morte e a chamar manifestantes de baderneiros. Deus queira que não. Mas o caminho inverso (gente de direita tornar-se de esquerda) é muito mais raro. Por isso que eu a-do-ro esse relato aqui de um carinha que se converteu. Leia e me diga se você não se identifica ou se não conhece muita gente que segue direitinho o repertório descrito.
Boris Casoy nunca mudou. Ele foi de direita e continua sendo. Logo, não é surpresa pra mim ouvi-lo desprezar os garis. Surpresa seria o contrário. É possível assistir dez minutinhos de noticiário apresentado por ele pra perceber que apito ele toca.
Ah, e isso é porque não existe mais direita e esquerda. Imagina se existisse... Quem acredita mesmo que com a queda do muro de Berlim esses conceitos de direita e esquerda acabaram, pode fazer um teste prático. Escolha alguém e pergunte o que ele acha da nossa ditadura militar de 1964 a 85. Se ele chamar o golpe de revolução, você pode parar por aí. O cara é de direita. Se ele crê nas propagandas do regime, do tipo “milagre econômico”, idem. Se ele vier com o argumento de que a ditadura foi necessária pra não permitir a implantação do comunismo, siga um pouquinho com a conversa, só pra ver onde termina. Quanto você quer apostar que esse sujeito não vai votar jamais na “terrorista comunista” Dilma? Mas, por favor, não diga assim na cara dura que ele é de direita. Ele pode se ofender.
Já o Brasil, em 64, estava longe de ser uma ditadura. Quem estava no poder era João Goulart, o Jango, vice de Jânio Quadros, este um maluco total que havia renunciado em 61, poucos meses após ter sido eleito. Jango também tinha sido eleito, já que, na época, o vice era votado separadamente do candidato a presidente (Jânio e Jango nem eram do mesmo partido). Jango não era exatamente de esquerda, mas seu partido era trabalhista, e a proposta que ele tentava passar no Congresso contemplava uma presença mais forte do Estado na economia e a sempre tão temida reforma agrária. Enfim, no clima histérico da Guerra Fria, qualquer político que não se declarasse abertamente anticomunista era suspeito, e não tardou para que a mídia e a classe média rotulassem Jango de comuna. Por exemplo, este é um pedaço de um editorial da Folha de S. Paulo de 14 de março de 1964:
“Depois de longa preparação, foi realizado―sem maiores incidentes―o comício da Guanabara. Comício lamentável, se lembrarmos os ataques do presidente à constituição, que ele jurou defender [...] Resta saber se as Forças Armadas ficarão com o presidente, traindo a constituição, ou ficarão com sua tradição e defenderão as instituições e a pátria”.
Neutra e imparcial essa Folha instigando os militares a deporem Jango, não? Em 19 de março de 64, a classe média mais conservadora foi às ruas, num movimento chamado Marcha da Família com Deus pela Liberdade (o nome já diz tudo, né? E claro que essa “liberdade” deles era bem relativa). Na Praça da Sé foi rezada uma missa pela “salvação da democracia”. A Folha publicou no seu editorial do dia seguinte:
“O povo mesmo, não um ajuntamento suspeito e longamente preparado, reuniu-se ontem, espontaneamente, nas ruas desta cidade [SP], para exprimir seu sentimento e sua vontade. Foi uma dura lição para aqueles que necessitam de demorada propaganda, manipulação de cúpulas e tremendos dispositivos de força para concentrar massas humanas. E não se diga que a 'Marcha da Família' reuniu defensores de 'estruturas arcaicas'. Ao contrário, os manifestantes de ontem reconhecem a necessidade de reformas, mas sabem que elas podem e devem ser feitas dentro da ordem e da lei”.
Bom, o que você e eu entendemos como “dentro da ordem e da lei” provavelmente não engloba um golpe de estado, que foi o que aconteceu no dia 1o de abril de 64. O pessoal que participou da Marcha da Família e a mídia vibraram. A Folha (que ano passado tentou reescrever a história apelidando uma ditadura de 21 anos de “ditabranda”), esse jornal “de rabo preso com o leitor”, como diz seu slogan, obviamente apoiou o golpe, xingando Jango e Brizola, então governador do RS, de “traidores da Pátria”, e saudando o novo comandante, Marechal Castelo Branco, como “O Presidente de Todos”.
Mas, se o país estava infestado de comunistas, a começar pelo presidente deposto, onde andavam eles que deixaram que os militares tomassem o poder sem nem um ai? Se eles eram tantos e tão organizados, não deveria ter havido uma guerra civil? Ou talvez toda essa balela do “perigo vermelho” (uma ameaça pior que a Gripe Suína de poucos meses atrás) fosse apenas uma estratégia? O interessante é que a direita de hoje continua com o mesmo discurso. Querem derrubar o Lula por ele ameaçar acabar com a liberdade. Que ameaça à liberdade? Onde está a censura que tanto pregam? A direita golpista sempre usa o mesmo truque de acabar com a democracia para... salvar a democracia.
Aparentemente, os tais comunistas na década de 60 eram tantos quanto hoje: meia dúzia de gatos pingados. Mas identificá-los e acabar com eles (ué, cadê a liberdade de expressão?) era questão de honra para muitos reaças. Criar um inimigo comum para poder combatê-lo é um método infalível. Não importa se o inimigo é real ou imaginário. Um bando de pessoas com poucas afinidades vai formar um grupo antenadíssimo pra lutar pelo mesmo ideal: no caso, a erradicação de um comunismo que nunca chegou perto de existir de verdade no Brasil. Um bando de jovens, todos homens brancos, se uniu pra caçar comunistas. Como diz a reportagem do Cruzeiro, “são muitos, a organização é grande. Nos seus feitos estão os ataques aos artistas da Roda Viva e à USP. Todos são violentos. Alguns, covardes”.
O CCC apoiava a ditadura militar, dedando “atividades suspeitas”, e, muitas vezes, agindo com seus próprios punhos para espancar supostos comunistas, como o elenco do espetáculo Roda Viva e os estudantes da USP, no conflito da Rua Maria Antonia (ambos em 68). Também foram responsáveis por um atentado à bomba no Teatro Opinião e pelo sequestro e assassinato de um padre em Recife. Eles detestavam os padres “comunas”, que lutavam por direitos humanos e eram contra o regime militar.
Pelo que conta a reportagem, os membros do CCC seriam os pitboys de hoje. Andavam armados, gostavam de comprar briga, lutavam caratê, e não perdiam a chance de fazer justiça com as próprias mãos. Boris Casoy sempre negou que fez parte do CCC, mas não tem jeito, sua história está ligada com a ditadura: ele foi assessor de imprensa de vários ministros do regime. E sabe, é difícil gente assim mudar. Eu conheço bastante gente que foi de esquerda na juventude e depois se “endireitou”. Pode ser que até o final da minha vida eu também passe a defender a pena de morte e a chamar manifestantes de baderneiros. Deus queira que não. Mas o caminho inverso (gente de direita tornar-se de esquerda) é muito mais raro. Por isso que eu a-do-ro esse relato aqui de um carinha que se converteu. Leia e me diga se você não se identifica ou se não conhece muita gente que segue direitinho o repertório descrito.
Boris Casoy nunca mudou. Ele foi de direita e continua sendo. Logo, não é surpresa pra mim ouvi-lo desprezar os garis. Surpresa seria o contrário. É possível assistir dez minutinhos de noticiário apresentado por ele pra perceber que apito ele toca.
Ah, e isso é porque não existe mais direita e esquerda. Imagina se existisse... Quem acredita mesmo que com a queda do muro de Berlim esses conceitos de direita e esquerda acabaram, pode fazer um teste prático. Escolha alguém e pergunte o que ele acha da nossa ditadura militar de 1964 a 85. Se ele chamar o golpe de revolução, você pode parar por aí. O cara é de direita. Se ele crê nas propagandas do regime, do tipo “milagre econômico”, idem. Se ele vier com o argumento de que a ditadura foi necessária pra não permitir a implantação do comunismo, siga um pouquinho com a conversa, só pra ver onde termina. Quanto você quer apostar que esse sujeito não vai votar jamais na “terrorista comunista” Dilma? Mas, por favor, não diga assim na cara dura que ele é de direita. Ele pode se ofender.
Clap, clap, clap!!!
ResponderExcluirA briga vai ser grande nessa eleição. Mas, o bom é que do nosso lado a gente só tem que mostrar a verdade. Os fatos estão do nosso lado e temos a internet, não dependemos mais dos manipuladores de fatos!!!
Lola , te acompanho todos os dias ,mas nunca comentei , mas vai la, ri muito com o "alienado convertido " que voce citou , puxa minha alma gemea! Pobre de nos aqueles que durante tanto tempo tinham como verdade absoluta a Veja, Folha e a Globo, como foi o meu caso ao longo de toda adolescencia.
ResponderExcluirObrigada por suas aulas de politica,olha que chique!, mostrando um outro lado da moeda, e quem sabe ajudando a "desalienar" muita gente.
Olha, eu sempre tive posicionamentos de esquerda, mas eles foram "abrandando" no tempo. Mas tenho certeza de que jamais vou defender a pena de morte nem chamar manifestantes de baderneiros. Nem vou achar que o governo Lula quer aplicar um golpe no país e acabar com a liberdade de expressão. Mas eu conheço pencas de gente que na época da faculdade eram "vermelhos" e hoje em dia lêem Diogo Mainardi e Reinaldo e chamam o Lula de sapo barbudo bêbado. Blergh. E olha que nem faz tanto tempo assim que fizemos faculdade: formei-me há dez anos. Enfim, viva o colorido do mundo e o poder de mudança do ser humano, mas acho que algumas pessoas exageram.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá Lola, dei uma olhadinha no blog que você colocou o "Tudo em cima", e após ler o post que você indicou li as criticas sobre Avatar. Bem... aconselho a você dar uma olhadinha nas criticas. Segundo o dono do blog o filme teria uma mensagem subliminar contraria ao que todos captaram, sem contar na infantilidade do mesmo em responder um post contra a sua critica. Espero que nos assuntos politicos ele seja tão coerente quanto mostrou ser no post que você indicou.
ResponderExcluirOi, Lola
ResponderExcluirótimo post, menina! Li a "trilogia" do André (Memórias de Um Alienado, hehehe) e, putz, morri de rir... lembrei da guerra que gerei na minha casa em 1989 que tinha até cartaz do Collor na parede da frente... nunca vou esquecer que na noite do único comício do Lula na cidade vizinha à minha, eu estava internada com infecção intestinal e não pude ir - e não aguentava o disfarçado alívio da minha mãe... tadinha. Zero rancores, depois ela até votou no Lula em 2002. Se redimiu, ;-)
Bom, a quem interessar possa, recomendo o livro Paula, da Izabel Allende, que, entre outras coisinhas, conta um pouco da tomada do poder no Chile. O ponto de vista dela é privilegiado(ela é sobrinha do presidente deposto e assassinado), o que me fez esperar até mais sobre isso no livro; mas o relato é excelente, apesar de breve, e o livro todo vale muito a pena.
Beijinhos,
Rita
p.s. Cadê você, menina, anda tão calada... a gente fica com sauades. :-)
Lola, eu fazia sites sobre rádios alternativas e pude sentir o reacionarismo que adeptos de rádios pseudo-vanguardistas como a Rádio Cidade (RJ) e 89 FM (SP) expressavam. Essas duas rádios, sob a capa da "cultura rock", promoviam um modelo de jovem direitista, reacionário, e a fúria que esses adeptos das duas rádios tiveram contra mim e minhas ideias é comparável ao reacionarismo dos jovens do CCC nos anos 60.
ResponderExcluirNuma página de recados da Rádio Cidade, há dez anos atrás, havia gente pregando o fechamento do Congresso Nacional para acabar a corrupção, uma postura tipicamente golpista.
Isso mostra que ser jovem não é necessariamente ser progressista, ter ideias avançadas. Nem a roupagem "radical" garante os ideais modernos. Pelo contrário, há muito reacionário cheio de tatuagens, falando um monte de palavrão, fazendo ironias.
Mas até o movimento punk teve que lidar com arremedos reacionários como os skinheads e os carecas. E mesmo os integrantes do CCC nos anos 60 se travestiam de beatniks, com suas costeletas e seu conjunto de paletós com blusões 'turtle-neck' (com gola longa que cobre o pescoço).
É como diz o saudoso Renato Russo, na letra de "A Dança": "Você é tão moderno / Se acha tão moderno / Mas é igual a seus pais / É só questão de idade / Passando dessa fase / Tanto fez e tanto faz / (...) / Você é tão esperto / Você está tão certo / Que você nunca vai errar / Mas a vida deixa marcas / Tenha cuidado / Se um dia você dançar".
Lamentável que Brizola tenha se exilado em 64, em vez de fazer uma segunda campanha da Legalidade. E depois uma terceira, uma quarta, quantas fossem necessárias até os militares se colocarem no seu lugar - de servirem à pátria, em vez de fazerem a pátria servir à vontade deles.
ResponderExcluirEu passei pelo serviço militar em 2004/2005, e pelo que vi muitos dos comandantes sentem saudades daquela época, e acham que seria melhor pro Brasil se ela voltasse. Deve ser por isso que tanta gente ficou ouriçada com o governo Lula e já começaram a pensar em outro golpe - parece que algumas coisas nunca mudam mesmo. Ainda bem que outras mudam, e hoje em dia ia ser muito mais difícil pra eles fazer aquilo de novo.
Pior foi ouvir algumas respostas de colegas, que disseram que realmente iam matar e torturar pessoas se recebessem ordens pra isso. Mas também teve muitos que disseram que não fariam isso nunca, e pelo nível de consciência e politização da maioria acho que, se acontecesse um novo golpe, as forças armadas teriam muitos problemas dentro de suas próprias fileiras.
Lola,
ResponderExcluirEu, quando estudante, trabalhava no centro de línguas da universidade e as 'professoras' já estabelecidas me diziam que eu logo ia mudar, assim que saísse daquela vida difícil que eu levava, que 'amadurecesse'...coisas estúpidas assim. Eu sentia que, em muitos sentidos, eu era bem mais madura que elas (um ou dois eles). Enfim, não mudei na essência (politicamente), me informei mais ainda, pude ver a vitória do PT (não vivia no Brasil, mas no dia da comemoração eu estava aqui, felizmente). Nunca acreditei em milagres e não esperava que este governo mudasse o Brasil do dia para a noite (aí seria sim uma revolução e parece que não estamos em tempos de revolução), por isso não faço parte da fila dos 'revoltados' com PT e continuarei votando no partido.
Eu não sei se acredito muito nessa história de gente que era de esquerda e que passa para a direita, acho que era gente meio perdida mesmo, que não analisava bem as coisas e que só precisava de uma desculpa para pular de lado. Essas desculpas a gente encontra aos montes.
Enfim, sempre bom o seu blog, só comento de vez em quando porque sou uma preguiçosa e porque às vezes não tenho tempo mesmo, começo a leitura, tenho que voltar para terminar...
Abraço
Lola,
ResponderExcluirSe você quer mesmo entender como e por que "eles" fazem o que fazem, de um modo como jamais alguém explicou, leia isto: "Curso Básico de Jornalismo Manipulativo - Estilo PIG":
http://www.divshare.com/download/10059501-151
Os princípios, as atitudes, as técnicas -- tudo afinal foi revelado.
Parabéns, Lola! E obrigada por linkar o André. Já estou ficando chata entre os meus amigos reacinhas forçando-os a ler o que não querem. Acabaram de me mandar cortar um dedo mindinho para seguir a corrente. E eu morro de rir, claro. Feliz Dilma 2010!
ResponderExcluirAiaiai, vai ser uma briga grande mesmo. Mas, certamente, com uns 35% da população brasileira já tendo acesso à internet, começa a mudar o jogo da manipulação de informação. Fica cada vez mais difícil pra grande mídia pautar o debate. E pensa só no desespero que deve dar nesses ex-formadores de opinião: se eles já perderam as duas últimas eleições, quando a internet ainda era irrisória no Brasil (principalmente em 2002, mas em 2006 não chegava a 20%, né?), imagina agora... Eles já não têm mais como espalhar as mentiras que quiserem. Vão ouvir respostas.
ResponderExcluirLiliana, ah, eu adoro aquele post. Ele pega praticamente TODOS os clichês que a gente ouve (ou repete) a vida toda, e condensa tudo num texto bem humorado, confessional, e muito coerente. Quantos não crescem achando que, se saiu na Veja ou deu na Globo, é porque é verdade absoluta? Mas isso está mudando... Que bom que vc gosta das minhas “aulas” de política. São mais as opiniões de uma aprendiz. Mas eu adoro política e semprefui politizada. Eu faria faculdade de Ciência Política numa boa.
Como tem, né, Tiago? Eu também conheço muita gente que se “endireita” (no mau sentido). Mas geralmente acontece mais tarde, com 40 ou 50 anos. Não sei, muitos dos desejos da esquerda são utópicos, e com o decorrer da vida a gente vai perdendo as ilusões, ficando mais cínica... Essa é a explicação mais light pra essa conversão. Outra é simplesmente que a gente vai adquirindo coisas, acumulando, e a propriedade privada e o individualismo passam a ser nossas maiores preocupações. E quem põe esses temas no topo vai rapidamente priorizar bandeiras como segurança e achar que bandido não merece direitos humanos. E o pior é que ex-convertido geralmente é o mais radical, e não tô falando só ex-esquerdista que vira direitista, mas também ex-fumante, ex-gordo, ex-gay (se é que isso existe)... Nossa, se eu virasse direitista eu seria muito mais insuportável do que já sou! Mas seus colegas de faculdade são precoces, hein?
ResponderExcluirRiffael, ontem de madrugada, quando estava escrevendo este post e acertando as ilustrações e os links, passei no blog do André Lux e li a crítica dele sobre Avatar. Pois é, achei bem confusa e nada a ver. Na realidade, não acompanho o blog dele, e não sei a opinião dele sobre muitos assuntos. Mas é besteira a gente querer concordar com tudo que alguém pensa ou escreve, não acha? Isso não existe. Na blogosfera, minha maior “alma gêmea” em matéria de opiniões é sem dúvida a Denise, do Síndrome de Estocolmo. Temos opiniões muito parecidas em, sei lá, 98% dos casos. Mas mesmo assim tem coisas que ela não concorda comigo nem eu com ela. E nem por isso eu vou deixar de recomendar o blog dela! Acho o post do André sobre sua conversão da direita pra esquerda excelente, mas não posso falar por todos os posts de sei lá quantos anos de blog que ele tem.
Ritinha, agora vc tem foto! Que legal! E incrível como sua aparência parece combinar com a sua personalidade. Claro, só estou julgando por uma fotinho, mas já dá pra ver nela doçura, empatia e senso de humor. Vc leu a “trilogia” do André? Tem mais outros textos como aquele? Eu só conheço aquele um que linkei, acho. Há há, imagino o choque que deve ter sido ir a comício daquele comuna baderneiro, vulgo sapo barbudo, numa cidadezinha... Eu tive a sorte de passar por esse período em SP, capital. Que acabou elegendo o Collor, lógico. Aliás, o Lula NUNCA ganhou em SP. E eu ia dizer no post que terem eleito o Jânio Quadros pra prefeito depois da barbeiragem que ele fez na sua breve presidência (tentativa de auto-golpe e tal) diz muito sobre o eleitor paulista... Mas os ânimos em 89 estavam acirradíssimos, eu lembro. Fiz muita campanha pro Lula. Distribuía panfletos que eu mesma fazia nas estações de trem... Ficava até altas horas debatendo na Praça Ramos, em frente ao Mappin... E de vez em quando eu e outros militantes íamos até os comitês do Collor (riquíssimos, cheios de material) e fingíamos ser “militantes” colloridos (esses eram todos pagos). Pegávamos toneladas de adesivos, posters, bandeiras, buttons, bonés, camisetas etc, etc, levámos pra longe e queimávamos tudo. Bons tempos aqueles. Eu tinha o quê, 21, 22 anos? Cheia de energia!
ResponderExcluirObrigada por recomendar o livro da Izabel Allende. Eu quero ler.
Ah, tô calada porque estou ocupadíssima, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Sinto falta de vir aqui comentar comentários!
Kylocyclo, puxa, que ótima observação que vc fez. Sabe que eu mais ou menos lembro da Rádio Cidade? Era da época em que eu ainda escutava rádio (FM), nos anos 80, final da minha adolescência. E eu lembro sim de uma vibe bem conservadora vindo dessas rádios. Não era nem uma coisa fácil de notar, porque eu só escutava por causa das músicas tocadas, não pelo que o radialista dizia. Mas nos poucos momentos sem música em que eu prestava atenção, eu via que a opinião deles era bem diferente da minha. Olha, se vc quiser escrever um guest post sobre isso, sobre esse reacionarismo, e sobre a sua experiência com rádios, sobre o conservadorismo dos jovens, be my guest, por favor.
Ah, isso de querer fechar o congresso é a coisa mais básica que existe. Mas isso não é só direitista que prega. Alienado também. Aí é que está: todo alienado é um direitista enrustido? Não tenho opinião formada sobre isso!
Adorei tudo que vc falou sobre ser jovem não significar ser progressista. Mas eu tenho a impressão, não sei, que na minha época (anos 80?) os jovenjs passavam por um período de idealismo. Era mais comum ser jovem e progressista do que hoje. Hoje parece que um monte de jovens pulam essa etapa, não acha?
Esse CCC era um terror mesmo. Sei de uma história deles: aqui no Rio de Janeiro, nessa época final dos anos 1960, eles invadiram e espancaram as moradoras de um pensionato feminino próximo da universidade onde eu estudei, que tinha e tem até hoje alunas de universidades públicas como hóspedes. E ainda quebraram o que podiam na casa. Pensaram que alunas de universidades públicas eram comunistas.
ResponderExcluirPor falar em mídia, anda rolando o que eu considero o argumento mais falacioso do mundo na grande mídia... Com o lance do Plano Nacional dos Direitos Humanos. Escrevi sobre isso aqui: http://politicasubstantivofeminino.blogspot.com/2010/01/da-liberdade-do-direito-do-que-e-humano.html
ResponderExcluiragradeço se quiserem visitar e comentar :)
Gaúcho, pois é, tanto Brizola como principalmente Jango, seu cunhado, foram rápidos demais em desistir. Mas a alternativa seria um princípio de guerra civil, em que eles provavelmente seriam derrotados. Pra mim, essa rapidez em aceitar o “destino” é parecida com o que aconteceu nos EUA em 2000, quando o Bush “ganhou” as eleições. É evidente que houve manipulação e fraude na contagem dos votos da Flórida, estado governado pelo irmão do Bush. Mas Al Gore desistiu rápido demais. Assumiu que havia sido derrotado muito antes do que devia, sem luta. Esse deve ter sido o maior golpe eleitoral que já aconteceu nos EUA, e não houve resistência.
ResponderExcluirSobre o serviço militar, sou contra. Sou pacifista, não tenho o menor carinho por exército de quaisquer tipo (com exceção daqueles pra levar medicamentos às pessoas ou “manter a paz”, o que já é suspeito. Mas acho incoerente que um exército seja responsável pela manutenção da paz. Deveria ter um outro nome). Também sou contra a hierarquia no sistema militar, e todos os estereótipos sobre masculinidade e heterossexualidade que essas instituições espalham. Conheci alguns militares, e eles são bem parecidos entre si. Podem até ser boa gente, mas são hiper conservadores, tradicionais, bélicos. A exceção foi meu tio, José Gay da Cunha, que foi tenente comunista, lutou ao lado do Prestes nos anos 30, foi exilado... Espero que nunca mais tenhamos um golpe militar no Brasil. Nesse sentido, parece que amadurecemos, sim. Mas lógico que vamos continuar ouvindo coisas como “Se a Dilma ganhar, os militares não vão deixar que ela assuma”. Ouvimos o mesmo discurso durante as cinco eleições em que o Lula concorreu.
Leila, legal ouvir isso, né? Que nossas convicções são fruto falta de maturidade, de excesso de paixão juvenil, sei lá... Eu acho que as pessoas amadurecem, mas não nessa questão de ficar conservadora com a idade. Ou senão eu continuo extremamente imatura... Se privilegiar o coletivo, ao invés do individual, se lutar contra os preconceitos é ser imatura, que seja... Mas eu conheço bastante gente que era bastante engajada politicamente, de esquerda, e que foi pra direita. Tem sim, pode acreditar. Eles passam a negar TUDO e mais um pouco do que costumavam dizer. E geralmente tornam-se mais radicais, mais anti-esquerda, que o carinha que foi de direita a vida toda.
Nossa, anônimo, obrigada, adorei o arquivo! Gente, leiam (com calma) isso daqui. É um curso inteirinho, coisa de um semestre de faculdade mesmo, sobre a manipulação da mídia. Está CHEIO de exemplos saborosos e atuais. Recomendo principalmente pra quem acha que a mídia é imparcial e pra quem quer provas de como a mídia é anti-PT e anti-esquerda em geral. Não dá pra ler de uma só vez, mas certamente é muito instrutivo. Aqui no bloguinho eu só dou algumas pinceladas sobre isso. Nesse arquivo tem muito mais (e pelamordedeus, aluno de Jornalismo TEM que ler isso).
ResponderExcluirAdélia, há há, isso, vamos cortar o dedo mindinho... Eu odeio receber corrente de email, e não mando nenhuma tb. Mas, se o pessoal fica mandando essas correntes anti-Lula, anti-PT, anti-Dilma, merece receber umas correntinha de volta...
Reproduzo abaixo um trecho de um livro de 2 historiadores bem mais respeitados do que eu ou você:
ResponderExcluir“Na medida em que Goulart preconizava as reformas de base e acercava-se de esquerdistas, crescia a apreensão sobre os rumos do país e, proporcionalmente, a pressão externa.
(...)
O Council of the Americas, liderado por David Rockfeller, contribuiu para a desestabilização do governo Goulart, com o conhecimento e a participação da CIA. Empresas norte-americanas, como a Hanna e a ITT, pressionaram o governo com o propósito de provocar o colapso econômico brasileiro, por meio da suspensão da ajuda para o balanço de pagamentos do Brasil. O embaixador dos EUA, Lincoln Gordon, mantinha contatos com o oposicionista Carlos Lacerda e empresários que conspiravam contra o seu governo.
Em meados de 1963, a CIA, partindo da constatação de que a maioria da população brasileira era nacionalista, com um componente de antiamericanismo, opinava que a cessação de toda a ajuda financeira ao Brasil poderia ser capitalizada internamente por Goulart (...) e, consequentemente, facilitaria a derivação para uma solução autoritária e ultranacionalista, hipótese em que os interesses privados norte-americanos estariam ameaçados. Daí a atuação da CIA na organização de grupos paramilitares e no fornecimento de armas, ponderando a hipótese de guerra civil.
Não existem provas quanto à participação do governo norte-americano nos acontecimentos que puseram fim ao mandato de Goulart, em março/abril de 1964. Mas não há dúvidas de que acompanhou todo o desenrolar da crise, que estava alinhado aos conspiradores e – o mais importante – que organizou uma força-tarefa para atuar nas águas brasileiras com a finalidade de dar apoio aos revoltosos, fornecendo-lhes armas, munições, combustíveis e lubrificantes, se necessário. Não se previa desembarque. A operação preventiva, chamada de Brother Sam, foi cancelada em 3 de abril de 1964 (...). Mesmo contando com a simpatia e eventual apoio dos EUA, o movimento que depôs Goulart FOI EXCLUSIVAMENTE BRASILEIRO.
Outro aspecto a salientar é a ajuda dos EUA a governos estaduais e a prefeituras no período imediatamente anterior a 31 de março. Além disso, houve, também, auxílio a projetos específicos, como às polícias e ao exército. (...). A ajuda econômica setorizada por critérios políticos, ao contribuir para um governador levar a efeito projetos de efeitos visuais, acentuava sua diferença em relação aos de tendência esquerdista. A ajuda econômica, assim, favoreceu forças opositoras a Goulart. A assistência econômica é um dos instrumentos mais importantes da política externa dos EUA. A influência destes sobre os acontecimentos políticos no Brasil no período de 1962-1964 exerceu-se, sobretudo, na manipulação da assistência econômica como instrumento de política externa. (...). Além dos aspectos materiais, não se pode perder de vista a influência ideológica anticomunista exercida pelos EUA por meio do treinamento de oficiais brasileiros. (...)
Se durante a gestão de Jânio Quadros a “Política Externa Independente” pode ser usada como instrumento de barganha diante dos EUA, o mesmo não ocorreu com João Goulart. O governo deste, ao ser visto pelos EUA como esquerdista e um caso perdido, ficou sem poder de barganha ante ao parceiro hegemônico que, ao invés de barganhar, passou a adotar medidas que contribuíram para sua queda. Não se pode também perder de vista que, após a crise dos mísseis de Cuba, em outubro de 1962, o abrandamento da bipolaridade retirou a possibilidade de se praticar um neutralismo tático eficiente.
Com referência ao golpe de 1964, A CONCLUSÃO É DE QUE OS EUA NÃO SE ENVOLVERAM DIRETAMENTE EM SUA ELABORAÇÃO, MAS DELE TINHAM CONHECIMENTO, BEM COMO ACOMPANHARAM COM ÓBVIO INTERESSE E SIMPATIA E ESTAVAM PREPARADOS PARA UM EVENTUAL APOIO AOS SUBLEVADOS CASO FOSSE NECESSÁRIO. ALÉM DISSO, ACOLHERAM O NOVO GOVERNO COM SATISFAÇÃO E INAUGURARAM COM ESTE UMA POLÍTICA DE APOIO E COLABORAÇÃO”.
Amado Luiz Cervo e Clodoaldo Bueno
Teresa, que horror. Mais uma prova que os membros do CCC eram covardes mesmo. Suponho que hoje eles se arrependam de ter feito parte de uma organização fascista dessas. Ou será que não?
ResponderExcluirMari, adorei a análise lá no seu blog sobre a reação da mídia ao Plano Nacional dos Direitos Humanos. Uma análise simplesmente perfeita para uma reação totalmente exagerada (e orquestrada, claro). Vão lá ver, pessoas!
Essa reprodução é pra dizer o seguinte:
ResponderExcluirEmbora eu discorde da parte extremamente lulista destes historiadores (que fica claríssima quando lê-se a análise que eles fazem do pós-Guerra Fria até hoje comparando nossos governos), numa coisa eu concordo com eles: as explicações para a manutenção de estruturas de dependência, ao longo de nossa história, devem ser procuradas em decisões de POLÍTICA INTERNA. Acho, assim como eles e tantos outros estudiosos que fundamentam suas conclusões em evidências históricas, documentos, etc, que é ridículo o que muitos de nós gostam de fazer. Nem na época da independência, nem agora, pode-se colocar a culpa no exterior. NÂO HOUVE, antes ou agora, CONLUIO ENTRE GRUPOS DE NAÇÕES DESENVOLVIDAS E NÓS, para formar um pacto de compromisso. São decisões INTERNAS que nos levaram a ser este país atrasado e desigual que somos hoje, e colocar a culpa nos EUA, Inglaterra ou em qualquer outro ente externo é retirar a responsabilidade da nossa própria sociedade e das elites no poder.
No mais, isso pode ser dito sobre nossos vizinhos da América do Sul também. DECISÕES INTERNAS. Colocar a culpa nos EUA ou em quem quer que seja é leviano. E tomar os EUA como “demônio” é tão leviano quanto eles falarem em “eixo do mal”, por exemplo. Posso escrever um livro sobre tudo que tenho a criticar dos EUA, assim como posso também escrever um livro sobre tudo que tenho a admirar (tanto por estudar isso, quanto por já ter lá vivido). E ao invés dessa postura esquerdista tupiniquim que gosta de colocar a culpa nos malvados, deveríamos ver o que, desde seu surgimento, eles fizeram de certo que os levam a ser o que são, e o que nós, internamente, fizemos de errado que nos levaram a ser este enorme circo que somos.
Desculpa Lola, mas você critica tanto a direita, que acaba sendo manipuladora também e esquecendo de ver os milhões de defeitos da nossa esquerda (se é que ela existe). Sua parcialidade a torna tão manipuladora, para quem lê seus textos e acredita 100% neles, quanto os manipuladores de direita que escrevem por aí. De qualquer forma, foi bom conhecer este seu blog... seu último post e as palhaçadas que li hoje na Folha de São Paulo me fizeram escrever este post aqui: http://lifeisdrag.blogspot.com/2010/01/totalitarismo-no-brasil.html (e isso porque eu não sou defensora do Lula, mas não dá pra achar bonito as pessoas querendo compara-lo ao Hitler né).
Ah, e mídia imparcial só existe na teoria, e quem acredita nisso é muito cego.
ResponderExcluirUm ótimo livro, mais do q este link q te passaram, pra entender alguns conceitos e formas de atuação da mídia é: MÍDIA, teoria e política, de Venício A. de Lima (link: http://www.efpa.com.br/telas/produtos/detalhes.asp?Id_Produto=75)
Aqui tem outros títulos q tb são interessantes: http://www2.fpa.org.br/portal/modules/news/article.php?storyid=5226
Olá, eu já tinha passado por aqui via Marina W. Não sei como foi, mas pintei aqui de novo. Não paro de ler, incrível e concordo muito com o que você escreve. Sou nova na blogosfera e aposto mesmo na força da internet pra desmascarar os reaças de plantão. Passa lá no Berlin direction: sua visita seria uma honra. Beijos, Lola...!
ResponderExcluirLola, você já leu um livro da Naomi Klein chamado "A doutrina do choque"?
ResponderExcluirEla fala um bocado da relação entre as ditaduras e a implementação do capitalismo nos moldes de Milton Friedman. Estou lendo esse livro agora e acho que você iria gostar bastante!
Obrigado pela citação ao meu artigo!
ResponderExcluirVou dar link do seu blog no meu.
Abrações
Lolinha,
ResponderExcluirolha só o que o nojento do noblat confessa ter feito. Um repórter da equipe dele ligou para o hotel onde a dilma está e, para conseguir falar com ela, passou um trote. Simplesmente assim. E o noblat ainda colocou isso no blog dele achando a coisa mais normal do mundo.Haja estomago!
A última vez que a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, apareceu em público foi no dia 22 de dezembro durante a solenidade de entrega em Brasília do Prêmio Direitos Humanos 2009.
Foi também quando inaugurou seu novo visual - cabelos curtinhos ao invés da peruca usada enquanto se submetia a sessões de quimioterapia para combater um câncer linfático
Dilma 2010 - mais magra e elegante - fará sua estréia na próxima segunda-feira de volta ao trabalho.
Ela está internada desde o final de dezembro no “Kurotel – Centro de Longevidade e SPA”, em Gramado, no Rio Grande do Sul.
Há pouco, o repórter deste blog, Severino Motta, falou com ela. Seu relato:
"Liguei na recepção do Kurotel e disse que precisava passar uma mensagem da ministra Erenice Guerra para a ministra Dilma Rousseff. O atendente falou "Ok" e transferiu a ligação. Dilma atendeu de imediato.
Eu - Ministra...
Dilma - Sim. Quem fala?
Eu - É Severino Motta, do Blog do Noblat. Estou ligando pois estamos preocupados com sua saúde. Gostaria de saber como a senhora está...
Dilma - Não faça isso. Não ligue dizendo que é urgente. Eu estou descansando. Que coisa... Não faça isso.
Eu - Sim ministra, mas só queria saber...
Dilma - Não faça isso. Até logo, viu?
A preocupação do blog com a saúde da ministra fazia sentido.
Candido Vaccarezza, líder do PT na Câmara dos Deputados, havia dito ao Globo que Dilma contraíra a gripe suína. E que por isso havia sumido. À Folha de S. Paulo, Vaccarezza não confirmou a gripe.
Os porta-vozes de Dilma e da presidência da República silenciaram a respeito.
Dilma está muito bem.
O Kurotel foi aberto em 1982. É o mais elegante, confortável e bem equipado spa do país.
Muita ideologia, pouca história, nenhum discernimento. Enquanto você continua a sua cruzada contra os malvados direitistas, não vê como são bacanas os esquerdistas que andam ao seu lado. Senso crítico não tem lado, como pensam alguns dos seus seguidores.
ResponderExcluirPensa Lola Pensa...
Luciano
Eu havia lido o post do Cloaca News quando ele resgatou essa matéria sobre o CCC (o Casoy não podia ter escolhido hora melhor para abrir suas asinhas elitistas), e devo parabenizá-la pela sua excelente abordagem ao contexto histórico desse nefasto período do nosso país!
ResponderExcluirDevo admitir que apesar de ser uma amante de história, e ter sido sempre uma aplicada estudante nessa disciplina, a respeito de quase tudo da história brasileira sou uma completa ignorante, pois nunca fui muito além do pão com ovo ensinado nas escolas, além de nunca ter me interessado pelas verdades da nossa história. Esse "desprezo" por coisas em matéria de Brasil que nutri durante toda a minha adolescência acredito hoje ser reflexo de uma quase bem sucedida doutrinação que as mais conservadoras instituições empreendem para garantir que... bem, tudo continue "conservado". Mas graças à internet, que há de mudar o cenário das próximas eleições, e a posts como os seus, eu posso ver a luz! Agora muita coisa faz sentido... rsrs
Passei longe de ser contemporânea da ditadura, pois sou uma fedelha que fui recepcionada nesse mundo pela inflação exorbitante e pelo Sarney arregaçando o país. Mas me assusto quando o meu pai, diante de alguma notícia sobre assassinatos, tragédias, assaltos, juventude perdida, etc, diz que seria melhor se estivéssemos em uma ditadura, que não estaria essa bagunça e talz. Eu não sei nem o que responder, é absurdo DEMAIS. Até porque ele não é nenhum extrema direita, sempre teve uma vida humilde sem muitos privilégios, sempre trabalhando para algum patrão na iniciativa privada.
Sei lá, mas talvez isso seja o mesmo pensamento de outros brasileiros, trabalhadores, que chegam em casa depois de passar o dia servindo de vassalos aos interesses de uma classe cheia de privilégios, vão assistir o jornal nacional e aí ficam com medo, com insegurança, quando aqueles respeitáveis jornalistas anunciam sobre um tal programa de direitos humanos que pretende tirar o direito à propriedade, acabar com a liberdade de expressão, o horror, o horror! E aí essa gente simples, sem acesso a outro tipo de informação que não a da imprensa golpista, fica com medo também, lutou tanto para conseguir as coisas... como se pudesse compartilhar do mesmo medo da Regina Duarte (nas campanhas eleitorais, e até pouco tempo atrás repetiu o mesmo bordão)
E aí, mesmo ficando indignadas com o preconceito do Casoy, muita gente não consegue ligar os fatos... Resgatar o passado... Não é o brasileiro que sofre de falta de memória... São as instituições detentoras do poder que garantem que a gente não tenha acesso ao passado (por que nos meus livros didáticos nada disso estava escrito se aconteceu??), assim como os militares que são contra o PNDH que quer acabar com a anistia... Claro que são contra, querem continuar nomeando ruas e pontes com os nomes dos carniceiros que mataram e torturaram em um período que os reaças querem ou apagar da história do Brasil ou reescrever para parecer uma gloriosa revolução.
Adorei o link do Curso Básico de Jornalismo Manipulativo, comecei a ler e encaminhei para os amigos estudantes de jornalsimo! ;D
Vou tentar acompanhar essa discussão, está muito interessante. Beijos Lola!
PS: sorry pelo extenso comment. Tanto tempo lendo o blog e comentando pela primeira vez dá nisso... Vou acertar a mão da próxima.
Oi, Lola! Eu de novo.
ResponderExcluirHoje li o último livro do seu amor (não o maridão, o outro) e escrevi um tiquinho sobre ele. Tá lá.
Ah, obrigada pelo "doçura", mas não se engane: tenho meus momentos de cara fechada gggrrrrr E fico muito brava Ggrrrrrrrr Mais que o Roque grrrrrrrrrrr... ih, mas aquele é um banana mesmo. ;-)
Beijocas,
Rita
Entrando na discussão bem de levinho, e mais motivada pelo comentário da Liana, queria deixar uma sugestão de leitura. O problema é que o livro é em inglês e não sei se de fácil acesso no Brasil, mas enfim.
ResponderExcluirFoi escrito por Greg Grandin, e fala sobre a participação dos EUA nas ditaduras que se instalaram na América Latina durante a guerra fria.
Ai está a referência.
Grandin, Greg. The Last Colonial Massacre: Latin America in the Cold War (University of Chicago Press, 2004)
O livro fala como a América Latina da década de 50 estava em um caminho estável para a democracia (em 1944, somente cinco países poderiam ser considerados regimes democráticos - México, Uruguay, Chile, Costa Rica, e Colômbia, e já em 1946, somente cinco não poderiam - Paraguai, El Salvador, Honduras, Nicarágua, e a República Dominicana). Esses últimos países, com exceção do Paraguai (acho) são exatamente os que sofreram intervenções diretas dos EUA, com financiamento de armas e treinamento de guerrilha.
Logo depois disso, nas décadas de 60 e 70, a gente já sabe o que acontece: ditaduras no Brasil, na Argentina, no Chile, no Uruguay, na Guatemala, na Bolívia, e por aí vai...)
O que eu quero dizer com isso? É que às vezes (muitas vezes) política interna não é suficiente. Concordo plenamente que a resistência foi fraca, só que retirar a influência de todo um mundo bipolarizado ao seu redor e acreditar que a ditadura ocorreu por motivos exclusivamente internos é um pouco de exagero.
Outra coisa: não entendi o que a Liana quis dizer com "parte extremamente lulista" dos historiadores. Apesar de não ter o nome do livro, fiz uma busca com os dois autores e imagino que esteja se referindo a "História da política exterior do Brasil", um livro publicado em 1993. Retórica lulista? Em 1993? Talvez no máximo de esquerda (A não ser que seja alguma edição atualizada).
Não se preocupe, não sou uma esquerdista bitolada que odeia os EUA (só às vezes, hehe), ainda mais porque moro aqui. Só acho que em muitos momentos - e especialmente na guerra fria - configurações internacionais afetam e muito, ainda que não diretamente, o que acontece na política interna.
Que cultura. E não é de hoje que o Srº Boris vem mostrando sua opnião. E sempre os EUA a frente de tudo, senceramente eu não sei como eles não cansam de intervir não só economicamente mas também politicamente no mundo. Sera Boris mais um jornalista manipulado pelo Srº capitalismo, será?!
ResponderExcluirMas Lola...
ResponderExcluirCobrir governo e jornalismo vai muito além de ser petista ou tucano. Não é meio exagerado você pegar um editorial de 1964 da Folha para provar que o jornal quer derrubar o Lula? O velhinho que fez isso, se ainda estiver vivo, já está aposentado há tempos.
Quem lê a Folha ou o Estado todo dia vai encontrar alguma matéria crítica sobre o governo Serra e a prefeitura do DEM em assuntos como merenda, cracolândia, saneamento, etc. Mas quando lemos alguma matéria que não fala exatamente nos termos que gostaríamos aí, pimba, "é a manipulação". Mas claro, não vou dizer que tudo é perfeito e que nunca existiu pressão sobre esses veículos.
Na minha opinião, a Veja presta um grande desserviço a todos os outros órgãos ao ser tão editorializada do jeito que é. Fica parecendo que fazer jornalismo é simplesmente ser "contra" ou "a favor" do MST ou do Hugo Chávez.
Não é. Fazer jornalismo político é (também) se manter atento aos gastos de um gigante com um canhão nas mãos, os governos federais e estaduais, que têm trilhões para gastar em milhares de responsabilidades e muitas vezes não o fazem da maneira correta. É falar de assuntos em que não há como assumir uma posição ideológica-partidária clara. Qual é a ideologia por trás das políticas de saúde? Da vigilância das fronteiras? Da relação de um governo com o Congresso? Da flutuação do câmbio?
Me desculpe, mas esses veículos que você critica fazem isso todos os dias, pode ir lá conferir. É quando batem no governo não é porque querem derrubar o Lula, mas porque o governo é o grande assunto a ser falado, é o ente onipresente e onipotente do país. Quando pisam na bola, como com a ficha da Dilma na Folha, fica a mácula e o argumento fácil para qualquer tipo de discussão. Das inúmeras vezes que eles acertaram, ninguém lembra. O Estadão revelou os atos secretos do Senado em 2009. A Folha mostrou que a Receita segurou indevidamente a restituição do IR do povo e que as contas de luz vinham com erros há anos. (poderia até dizer também que a Veja derrubou Renan Calheiros, mas como eu disse, a Veja é um caso a parte). E poderia citar inúmeros outros casos. Prestaram um serviço à sociedade que nem em décadas Paulo Henrique Amorim ou o Azenha conseguirão fazer.
Esses dois, aliás, trabalham a soldo do bispo Macedo, aquele que gosta de sugar o dinheirinho dos pobres, que você tanto cita. Dá para confiar na ética de gente assim mesmo?
Enfim, é para pensar um pouco. Não vamos reduzir tudo como se ainda estivéssemos em 1964. A evolução vem com as discussões com quem não pensa do mesmo jeito, é um exercício. E não falo aqui como enviado do "PIG" nem nada. Gosto do seu blog (principalmente críticas de cinema) e acompanho sei lá desde quando (descobri por meio da coluna no jornal).
Se quiser falar comigo: brazf1@yahoo.com.br
Abraço. Felipe.
Rachel, o livro é esse mesmo, e tem edição recente atualizada. É q conheço os dois pessoalmente e tb já li várias coisas dos 2 (por isso o "lulista"...rs...).
ResponderExcluirGostei da dica de leitura, conhecimento nunca é demais, vou procurar este livro aí.
Ah sim, política interna às vezes não basta, mas é uma parte enorme e MUITO importante nos destinos dos países (e me irrita essa coisa de culpas um malvado externo qq pelos nossos problemas).
Aiaiai, já tinha visto isso do Noblat anteontem, quando a Draupadi me avisou (ela trocou vários tweets com o Noblat a respeito). Que texto asqueroso! Fora o machismo de sempre e a constante preocupação com a aparência da ministra, tem esse lado absolutamente desonesto de um jonralista interromper as férias de alguém alegando urgência pra, no fundo, fazer fofoca. Olha, grotesco.
ResponderExcluirLuciano, se você tivesse senso crítico ou pensasse melhor, saberia que “ideologia” todo mundo tem. Eu, vc, os jornais que se dizem neutros, os alienados, o pessoal de esquerda, de direita, ou mesmo aqueles que dizem que não ligam pra política. Tudo isso é ideologia. Achar que só o outro está sendo ideológico é um grande sinal de ignorância.
Aline, pois é, às vezes parece que é de propósito, né? Isso de nos fazerem odiar a nossa própria história. Odeia-se a nossa história, consequentemente a nossa política, e assim tanta gente segue tão alienada. Espero mesmo que a internet consiga, aos poucos, mudar esse quadro, pelo menos permitindo debates que a gente nunca vê na grande mídia (que expõe apenas o pensamento único). E isso de gente sentir saudade da ditadura é bem comum. E vc tem razão, tem gente que fala isso (“naqueles tempos não tinha essa bagunça”) e nem sequer é de direita. Ou ao menos não sabe que é, se considera apolítica. Claro que os índices de criminalidade 40 anos atrás eram muito menores do que hoje. A gente tinha o quê, metade da população atual? Sendo que a maioria ainda morava no campo? O país cresceu muito, mudou demais, e claro que cresceu desordenadamente (responsabilidade grande, em parte, da ditadura militar). Mas sabe, achar que a baixa criminalidade estava relacionada ao regime é meio como achar que, sei lá, a revolução sexual foi causada pelos Beatles. Só porque aconteceram ao mesmo tempo não quer dizer que um causou o outro, né? Obrigada pelo seu comentário, Aline! E não foi longo demais.
ResponderExcluirLiana, grata pelos detalhes acerca da participação americana no golpe de 64. Ninguém aqui está dizendo que os americanos mandaram soldados pra cá pra derrubar o governo democrático do Jango (ou do Allende em 73, ou de tantos outros). Os EUA raramente faziam isso de mandar tropas próprias, porque era muito mais caro e ineficiente (vide Vietnã). Mas eles participavam na “desestabilização” do governo, e forneciam know how e treinamento. Isso é público e notório. Ainda há vários documentos secretos que o governo americano não disponibiliza. Aos poucos, sempre que algum novo documento é revelado, mais se comprova a participação americana. Que, aliás, não é algo do passado. Os EUA tiveram papel importante no golpe de 2002 na Venezuela (que fracassou). Tiveram importância agora em Honduras. Dizer isso não quer dizer tirar a nossa responsabilidade. Claro que o golpe de 64 foi nosso. Mas fechar os olhos para todo um contexto histórico e tentar negar a participação americana é querer impedir parte da análise.
ResponderExcluirMas vem cá, Liana, de tudo isso que eu escrevi, tudo que vc captou foi a participação americana? Eu gostaria muito de saber como vc se situa no post do Gabriel, “Eu já fui um papagaio da direita”. Vc não se identifica nem um pouquinho lá, no que ele descreve como clichês da direita? Vc comenta neste bloguinho faz poucos dias, e já praticamente disse todos eles. Principalmente o “político é tudo igual, nenhum presta”, e “vamos fechar o congresso”.
Rachel, obrigada pela sugestão de leitura, e pela resposta a Liana. Isso que vc cita dos regimes democráticos na América Latina em 44, em comparação com o que acontencia 20 e 30 anos depois, é muito eloquente.
Felipe, legal ter um leitor tão antigo meu se manifestando. Então, o seu comentário é um tanto ingênuo. Vc acha que é um velhinho que escreve editoriais pra Folha? Ou que é alguém hiper antenado com a opinião do jornal — que, aliás, é a opinião do dono do jornal. Os donos da Folha continuam sendo os Frias. Assim como os da Globo, os Marinho. Do Estadão, os Mesquita. Da Abril, os Civita. Etc etc. Nada muda. Eles sempre defendem seus interesses, que são os interesses da elite da qual fazem parte. Acho bem improvável que essas famílias milionárias que controlam os meios de comunicação (no Brasil e no mundo, ainda que o monopólio aqui seja maior, esteja em menos mãos) tenham os mesmos interesses que eu ou vc ou o MST ou de programas de esquerda. Eles se assemelham mais ao Boris Casoy mesmo. O episódio da “ditabranda” no ano passado é uma das provas disso. Aí a gente vê um jornal que apoiou o golpe militar (não só com editoriais, mas inclusive na parte logística, como no transporte de presos políticos em caminhões da Folha para os porões da ditadura, conforme conta o Mino Carta) tentando reescrever a história 45 anos depois, dizendo que a nossa ditadura foi molinha. O mesmo jornal que a apoiou dando sua versão dos fatos como se fosse definitiva e, lógico, neutra e imparcial.
ResponderExcluirPor favor, sei que é longo, mas dê uma olhada nesse Curso de Jornalismo que um leitor anônimo recomendou ontem. Ninguém é contra que a mídia informe, ou sequer que fiscalize governos (mas acho também que alguém deveria fiscalizar a mídia, porque nenhum poder deveria estar acima de outro). Jornalismo político é importantíssimo. Mas a gente vê muita “fiscalização” em cima do governo federal, e nenhuma em cima de governos que a mídia apoia, como os do PSDB em SP e Minas (a imprensa mineira inteira só publica o que o Aécio quer, assim como em SP quem apita é o Serra). Vai me dizer que vc não vê diferença na cobertura de enchentes em SP quando a Marta era prefeita? Uma das matérias da Veja mostrava a prefeita falando com vítimas de alagamentos. O título era: “Perua na lama”. Me mostre um tratamento parecido em se tratando de Kassab ou Serra.
E não estamos reduzindo nada, Felipe. 1964 já está totalmente em pauta porque dois dos principais candidatos a presidente este ano tiveram papéis importantes nessa época. Um, o Serra, foi presidente da UNE, exilou-se no Chile. Como é o candidato da direita, nem se discute muito seu posicionamento diante da ditadura (lembre-se que a direita odeia a UNE e todo e qualquer movimento popular). A outra, a Dilma, participou da guerrilha contra o governo militar. Foi presa e torturada. Ela a direita de hoje chama de terrorista e assaltante a bancos. Vai se falar mais de 64 nessas eleições que nas anteriores, vc vai ver. Não acho nada ruim discutir o passado. Tanto do que somos hoje depende do que fomos ontem...
típico de pseudo intelectual de esquerda rotular todo mundo q discorda de direitista. Só o seguinte: rotulo vcs de acéfalos então. pq ter cérebro indica pensar, q indica ter senso crítico, q indica não ter lados e nem o maniquísmo de dividir o mundo em bom e mau, direita e esquerda. Eu sou tão direita q fiz um post enorme criticando a maior merda q a direita já fez (nazismo), assim como poderia criticar outras merdas da direita como por exemplo golpes militares, cruzadas, invasão do iraque, etc. Assim como tb posso criticar um monte de merda q a esquerda já fez, só pra citar poucos exemplos: stalinismo, ditadura cubana, comunismo chinês, nosso vizinho Chavez. Pq vcs, pseudo politizados esquerdistas xiitas, não param de ser tão manipuladores quanto a direita q vcs tanto criticam, não olham pro próprio umbigo q criticam tb as merdas das esquerdas e não param de rotular qq pessoa q não concorde com vcs de direitista? É muita falta de cerébro isso. Vai falar de FHC? De Lula? Mostre as coisas boas e ruins q cada um faz, os podres (q todos eles têm), os feitos q merecem aplausos (q todos eles tb têm).
ResponderExcluirE eu não comentava antes simplesmente pq não conhecia esse seu blog antes.
e pelo amor dos cérebros alheios, parem com essa coisa ridícula de "teoria da conspiração"! Mídia não é esse bicho de 7 cabeças não (digo com conhecimento de causa de quem fez graduação em comunicação e trabalhou com publicidade e jornalismo) e vcs não são imunes a ela como pensam ser.
ResponderExcluirah, e se dê ao trabalho de ler o q os outros escrevem antes ok. Contexto externo tem peso? Óbvio (e tb sei isso com conhecimento de causa de quem tb estudou relações internacionais e está terminando mestrado na área, além de atualmente trabalhar com isso). Acontece q o q dita o destino de uma nação é o q é feito INTERNAMENTE.
Vcs parecem uns hitleristas, stalinistas e outros istas arrumando um monte de inimigos a quem culpar. Socorrooooo!!!!
Liana, sua agressividade está rapidamente te transformando num troll. Tem certeza que quer continuar assim? Respire fundo e comece de novo, com um pouquinho mais de educação desta vez. Se não não vai ter conversa mesmo.
ResponderExcluirE por que será que o insulto preferido do pessoal de direita é "pseudo-insira a palavra que quiser aqui"? É um tal de pseudo-intelectual, pseudo-esquerdista, pseudo-feminista. E eu nunca entendo o que significa. Tipo, se eu sou uma pseudo-feminista, isso quer dizer que não sou feminista, só me considero uma?
E se eu sou uma pseudo-intelectual, isso quer dizer que eu sou uma intelectual, mesmo sem nunca ter me considerado uma? Eu só queria entender...
agressividade pq não dá pra argumentar, por mais argumentos q se use, com pessoas q rotulam qq um q discorde de "direitista".
ResponderExcluirPensar não dói o cérebro não viu, e parar de procurar "inimigos" tb não mata não (por sinal, isso de rotular os outros, usar estereótipos, achar opositores... tudo se encaixa em técnica de publicidade e jornalismo usadas pra persuadir - e não eram vcs q estavam demonizando a mídia manipuladora?... vcs fazem igual!).
Boa sorte pra vc e seus seguidores. Muito medo da quantidade de pessoas q pensa q nem vcs (assim como muito medo da quantidade de pessoas q defende golpes e outras coisas direitistas).
Liana, por que é um insulto tão grande ser considerada de direita? Eu me considero de esquerda porque muito do que eu penso se enquadra nesse lado do espectro político. E tenho orgulho de ser de esquerda. Faz parte da minha identidade. Assim como outros "rótulos", se vc quiser chamar assim, também compõem a minha identidade: ser mulher, feminista, hétero, casada, ateia, adoradora de cães e gatos, gorda, etc etc. Nenhum desses rótulos me define completamente (eu sou de esquerda, mas sou mais que isso), mas certamente ajudam a me definir.
ResponderExcluirE eu não estou procurando opositores, não. Acho que foi vc, desde o primeiro comentário que fez no blog, que adotou um tom agressivo e se pôs (porque quis) no papel de opositora. Não precisa ser assim.
Lolinha, docinha, oi. ;-)
ResponderExcluirEm primeiro lugar, pelamordedeus, o que é cremor-de-tártaro-desculpa-aí-a-ignorância (vende onde, na borracharia? ah, já sei! no dentista!! é?). Acho que nem precisa colocar essa coisa aí no bolo: com aquele tanto de chocolate da receita, é só não escovar os dentes de direito que o tártaro vai vir sem demora.
Em segundo lugar, seráááááá que você se ofendeu com minha brincadeirinha dizendo que você tem um outro amor?? Foi por isso que ignorou completamente sem dó ou piedade meu pobre comentário? Ô mulher, desculpa ái, foi só um toquezinho, na verdade quero só saber se você também leu o livro do homi pra gente trocar figurinhas... :-(
Bjinhos...
ehheeh
ResponderExcluir"de direito = direito", tá? É esse papo todo de esquerda, de direita.. me confundi.
;-)
Ritinha, imagina se vou ficar brava, ofendida, sei lá o quê, com vc? Nunca! É só que não respondi todos os comentários, só alguns mesmo. Então, eu sou bem ignorante pra culinária, e não sei direito o que é cremor de tártaro. Mas acho que é alguma coisa pra deixar o negócio mais fixo. Chutando! Vem num vidrinho minúsculo, e coloca-se só um tiquinho, dura um tempão. Eu não sei se é mais uma dessas frescuras que os chefs inventam. Porque até agora ninguém me convenceu que precisa separarar mesmo as gemas das claras numa receita. Pra mim nunca faz diferença, porque meus experimentos nunca saem iguais às receitas. Putz, eu não li o livro do meu amor. É o Leite Derramado que vc tá falando, né? Tenho que ler. É que realmente não gostei de Estorvo, achei muito chato, e desde então nunca mais tentei ler nada do Chico. Será que se ele souber ele para de me amar? Mas e aí, é bom o livro? Vc se chama Rita por causa do meu amor?
ResponderExcluirDENEGRIR A IMAGEM DE JÂNIO QUADROS, SEM SABER DOS FATOS É PURA IGNORÂNCIA...VAI ESTUDAR UM POUQUINHO MAIS! SOCIALISMO É ISSO AÍ... CABECINHA RUÍM, MEDO DOS IMPERIALISTAS... QUEM ESTÁ CERTO É HUGO CHAVES, FIDEL, E OUTROS DITADORES SOCIALISTAS ANTI-IMPERIALISTAS, HEHEHEHE, "PROFESSORA", QUANTA BOBAGEM!
ResponderExcluirMocinha, você está é muito equivocada. A esquerda era uma ameaça sim naquela época. Os presidentes anteriores estavam tentando implantar no Brasil uma DITADURA COMUNISTA, tal como a que existe em Cuba.Ou você acha que a condecoração de Ernesto Che Guevara e as visitas aos regimes comunistas não eram nada? Veja só, João Goulart estava preste a fazer uma reforma agrária. Você sabe o que significa isto? As terras de todo mundo iriam pertencer ao Estado. Isto é típico de uma ditadura comunista. Eles dizem que precisam redistribuir a Terra, sendo que na verdade elas passam a pertencer ao governo.Quer mais? já em 1963, antes do Golpe de 1964, as Farcs organizavam expedições de guerrilhas para invadir o Brasil. E não é só isto. Logo após a marcha da família com Deus pela liberdade em São Paulo, houve uma reação dos esquerdistas no Rio de Janeiro apresentando diversas ameaças. Inclusive isto contribuiu para que o Golpe se realizasse no dia 31 de março de 1964. E ainda bem que aconteceu!E hoje está mais que na hora de acontecer uma Segunda "Ditadura Militar". Só assim o país conseguirá expulsar estas baratas comunistas que estão presente em praticamente todos os partidos político. Hoje em dia os professores só ensinam merda nas disciplinas de Humanas. E isto já é uma censura de esquerda camuflada imposta pelo Governo que vigora neste país. Só para você ter uma ideia, o ensino de hoje defende estes grupinhos ambientalistas que falam sobre aquecimento global, que os transgênicos fazem mal à saúde, etc.Sem contar que eles pretendem desarmar a maior parte da população, e ajudar as Farcs com a liberação da maconha. Então abra os olhos. Quem não gostava da "Ditadura Militar" eram estes bandidos esquerdistas. O pessoal honesto,que não estava envolvido com coisa errada, vivia muito bem naquela época.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNossa, quantos comentarios... legal o blog lola... eu leio de vez em quando.
ResponderExcluirMas eu achei que essa coisa de vc falar que a direita quer desestabilizar o lula é um pouco exagerado... a direita já é bem lulista até, e cada vez mais. Enfim, um comentario que eu queria fazer só... não sei se vc vai ler pq o post é antigo e vc pode ate ter mudado de posição.. enfim..
Essa Lola deve ter estudado na USP, só pode, a julgar por tremenda falta de noção sobre o porquê dos acontecimentos que motivaram a tomada de Brasília pelos militares. Brasil nunca será uma Cuba. Estude um pouco e pare de ser papagaio de esquerdopata. Você mesma nem sabe o que fala.
ResponderExcluirBeleza, Lola, beleza!
ResponderExcluir