A Mariana me fez uma pergunta em novembro:
"Olá Lola. Sempre acompanho seu blog, e hoje resolvi comentar algo que sempre tive vontade... Em alguns posts ja li que você não é uma mulher muito vaidosa, não se importa com maquiagem, arrumar o cabelo ou perder uns quilinhos para ficar mais bonita. Queria saber então, o que você acha de mulheres mais femininas? que gostem de assuntos relacionados a moda e que gostam de se arrumar. Fica aí minha pergunta. Um beijo".
Mariana, obrigada pela pergunta. Primeiro que não gosto que, em geral, falta de vaidade seja confundida com falta de higiene. Muita gente confunde! Como se não pintar as unhas fosse igualzinho a ter unhas sujas. E claro que isso só vale pras mulheres... Segundo que acho complicado definir o que são “mulheres mais femininas”. Eu joguei futebol na adolescência, então eu era masculina? Mas eu namorava um monte de menino, isso me qualificava como feminina? Se bem que eu muitas vezes tomava a iniciativa, e isso não é lá bem feminino, né? Tá vendo como é complicado?
De fato, eu não me enquadro nem nunca me enquadrei nesse padrão “feminino” a que você se refere. Jamais liguei pra me arrumar. Posso contar nos dedos as vezes em que usei maquiagem. Sempre odiei salão de cabeleireiro. Não tenho orelhas furadas, não dou a mínima pra (aliás, minto: detesto mesmo) jóias, roupa pra mim tem que ser confortável acima de tudo. E minhas unhas são virgens! Nunca viram um esmalte. Eu mal e mal sei o que é cutícula. Quanto a perder uns quilinhos, como toda mulher e praticamente todo gordo, eu já fiz inúmeras dietas. E como 98% das dietas, elas não funcionaram.
Portanto, não tenho experiência em mudança, já que escapei do condicionamento de que “mulher precisa se cuidar”. Mas um blog que venho acompanhando com afinco é este aqui, de uma moça, a Lud, que sempre foi muito vaidosa, e que está deixando de ser. A maior parte dos seus posts é sobre esse caminho, quais as vantagens, como as pessoas reagem a essa sua mudança. Eu acho absolutamente fascinante o que ela conta. Ela decidiu mudar porque sentiu que o seu comportamento “feminino” batia de frente com o seu feminismo. Mas note bem, é o feminismo dela. Feminismo não é igual pra todas, é algo plural.
Tive um professor maravilhoso no mestrado. Numa das aulas em que falávamos de crítica feminista, ele contou que conheceu numa festa em NY uma das papas do feminismo nos anos 70, Elaine Showalter. E ele emendou ter estranhado que a mulher estava toda maquiada, com cabelo armado e tal. Uma aluna da turma perguntou: “Ué, estranhou por quê? Uma feminista não pode se arrumar?”. Porque, lógico, um lugar-comum do anti-feminismo é que as feministas são todas bigodudas e barangudas, além de lésbicas. A ideia é que uma moça bonita e que já tenha conquistado seu maior tesouro (um marido) não tenha a menor necessidade de ser feminista. Só as mulheres de mal com a vida arranjam motivos pra reclamar de desigualdade. As outras só veem o próprio umbigo, entende? Ah, essa lógica torpe!...
Mas você pediu a minha opinião, e a minha opinião é que as mulheres gastam tempo, dinheiro e energia demais se produzindo para se encaixar num padrão. Elas compram as mentiras da mídia de que só é bonita quem é eternamente jovem, magra, loira, de cabelo liso, de preferência alta e de olhos claros, e paciência que a gente viva no Brasil e não na Suécia. E os homens, em geral, podem apenas ser o que são, sem encucarem tanto com a aparência. Imagina a liberdade que isso deve dar. Não dá pra negar que, quando se passa não sei quantas horas no cabeleireiro, a gente está abrindo mão de fazer alguma outra coisa. É um tempo a mais que os homens têm. Claro que a gente joga tempo fora em montes de atividades inúteis, mas, pra quem reclama do dia que só tem 24 horas, essas duas horinhas de escova não poderiam ser melhor aproveitadas? E o dinheiro gasto? É cruel que nós, mulheres, que ganhamos menos que os homens, tenhamos que reservar grande parte do nosso orçamento pra “manutenção”. E se creminhos pra pele ao menos funcionassem!
Eu tenho bastante orgulho em ser como sou (não o fato de eu ser gorda. Isso eu não tenho orgulho, mas comecei recentemente a tentar aceitar). Não ter orelha furada é em grande parte mérito dos meus pais, que não associaram a minha vagina a um par de brincos e roupinhas rosas. Minhas orelhas não foram furadas no berçário, e eu não sou louca de propositalmente fazer qualquer coisa que faça o meu corpitcho sangrar já adulta. Tatuagem? Tô fora! Piercing? Tem que furar alguma coisa, né? E não acho bonito, ponto. (Desculpe se não acho bonito. Deve haver milhões de pessoas no mundo que apreciam tatuagens e piercings. Eu não sou uma delas).
Teve um dia, quando eu era jovem, magra e linda, em que fui jogar um torneio de xadrez. Fui com um vestido. E, nos pés, os sapatos mais confortáveis possíveis, que eram alguma espécie de Moleca Comfort. Sabe, sem salto? Molinho? Esses aí. E, chegando lá no salão, vi que havia o maior furo no dedão de uma das minhas Molecas. Não era um furinho imperceptível, era um rombo. Cratera de metrô, saca? E eu lá, andando no salão, e me deparo com um lendário jogador, o Herman, que sempre foi galanteador. Ele disse algo sobre como eu estava bonita (não era muito comum eu usar vestido), e eu, no ato, rebati: “Ah, linda! Ainda mais com o sapato furado!”. Ele olhou meu sapato e vaticionou: “Lola, nenhum homem vai olhar pros seus pés”. Ok, ele estava exagerando. Mas não havia dúvida que o rombo do meu sapato era mais problemático pra mim do que pra ele.
Eu evito andar com sapato furado, mas não abro mão do meu conforto. Sapato que faz o pé doer simplesmente não deveria ter sido inventado. No entanto, eu sou da turma do “viva e deixe viver”. Se, pra algumas mulheres, ser 15 cm mais alta é uma questão de vida ou morte e compensa o sacrifício de usar salto dez horas por dia, não sou eu que vou condenar. Cada uma faz o que quer. Só que não dá pra erguer a bandeira da “escolha pessoal”, aquela do “eu me cuido porque eu gosto e porque eu quero, ninguém tem nada com isso”. Porque é ingênuo. Vivemos numa cultura que nos condiciona, desde que somos um toquinho de nada, a “nos produzirmos”. Aprendemos com nossas mães, ensaiamos com nossas bonecas. Todos os dias de nossas vidas somos bombardeadas por dezenas de imagens de como as mulheres devem ser, além da mensagem que nada é mais importante pra uma mulher que sua aparência. Somos patrulhadas se não fizermos o que se espera da gente (comprar, se esforçar para ser bonita, aquela frase elitista de que “não existe mulher feia, existe mulher pobre”. Quantas vezes você já ouviu isso... hoje?). Então, sorry, não tem nada de escolha pessoal em seguir as normas. Não é revolucionário. Não é independência. Revolucionário é não seguir. É desencanar. É dizer tô me lixando. O que não quer dizer, óbvio, que você não pode ser revolucionária e lutar contra o sistema em outras frentes, mesmo “se produzindo”. Como faz a Elaine Showalter. Como fazia a Lud. Hoje ela continua lutando por direitos iguais, só que agora de cara lavada. E sente-se livre assim.
"Olá Lola. Sempre acompanho seu blog, e hoje resolvi comentar algo que sempre tive vontade... Em alguns posts ja li que você não é uma mulher muito vaidosa, não se importa com maquiagem, arrumar o cabelo ou perder uns quilinhos para ficar mais bonita. Queria saber então, o que você acha de mulheres mais femininas? que gostem de assuntos relacionados a moda e que gostam de se arrumar. Fica aí minha pergunta. Um beijo".
Mariana, obrigada pela pergunta. Primeiro que não gosto que, em geral, falta de vaidade seja confundida com falta de higiene. Muita gente confunde! Como se não pintar as unhas fosse igualzinho a ter unhas sujas. E claro que isso só vale pras mulheres... Segundo que acho complicado definir o que são “mulheres mais femininas”. Eu joguei futebol na adolescência, então eu era masculina? Mas eu namorava um monte de menino, isso me qualificava como feminina? Se bem que eu muitas vezes tomava a iniciativa, e isso não é lá bem feminino, né? Tá vendo como é complicado?
De fato, eu não me enquadro nem nunca me enquadrei nesse padrão “feminino” a que você se refere. Jamais liguei pra me arrumar. Posso contar nos dedos as vezes em que usei maquiagem. Sempre odiei salão de cabeleireiro. Não tenho orelhas furadas, não dou a mínima pra (aliás, minto: detesto mesmo) jóias, roupa pra mim tem que ser confortável acima de tudo. E minhas unhas são virgens! Nunca viram um esmalte. Eu mal e mal sei o que é cutícula. Quanto a perder uns quilinhos, como toda mulher e praticamente todo gordo, eu já fiz inúmeras dietas. E como 98% das dietas, elas não funcionaram.
Portanto, não tenho experiência em mudança, já que escapei do condicionamento de que “mulher precisa se cuidar”. Mas um blog que venho acompanhando com afinco é este aqui, de uma moça, a Lud, que sempre foi muito vaidosa, e que está deixando de ser. A maior parte dos seus posts é sobre esse caminho, quais as vantagens, como as pessoas reagem a essa sua mudança. Eu acho absolutamente fascinante o que ela conta. Ela decidiu mudar porque sentiu que o seu comportamento “feminino” batia de frente com o seu feminismo. Mas note bem, é o feminismo dela. Feminismo não é igual pra todas, é algo plural.
Tive um professor maravilhoso no mestrado. Numa das aulas em que falávamos de crítica feminista, ele contou que conheceu numa festa em NY uma das papas do feminismo nos anos 70, Elaine Showalter. E ele emendou ter estranhado que a mulher estava toda maquiada, com cabelo armado e tal. Uma aluna da turma perguntou: “Ué, estranhou por quê? Uma feminista não pode se arrumar?”. Porque, lógico, um lugar-comum do anti-feminismo é que as feministas são todas bigodudas e barangudas, além de lésbicas. A ideia é que uma moça bonita e que já tenha conquistado seu maior tesouro (um marido) não tenha a menor necessidade de ser feminista. Só as mulheres de mal com a vida arranjam motivos pra reclamar de desigualdade. As outras só veem o próprio umbigo, entende? Ah, essa lógica torpe!...
Mas você pediu a minha opinião, e a minha opinião é que as mulheres gastam tempo, dinheiro e energia demais se produzindo para se encaixar num padrão. Elas compram as mentiras da mídia de que só é bonita quem é eternamente jovem, magra, loira, de cabelo liso, de preferência alta e de olhos claros, e paciência que a gente viva no Brasil e não na Suécia. E os homens, em geral, podem apenas ser o que são, sem encucarem tanto com a aparência. Imagina a liberdade que isso deve dar. Não dá pra negar que, quando se passa não sei quantas horas no cabeleireiro, a gente está abrindo mão de fazer alguma outra coisa. É um tempo a mais que os homens têm. Claro que a gente joga tempo fora em montes de atividades inúteis, mas, pra quem reclama do dia que só tem 24 horas, essas duas horinhas de escova não poderiam ser melhor aproveitadas? E o dinheiro gasto? É cruel que nós, mulheres, que ganhamos menos que os homens, tenhamos que reservar grande parte do nosso orçamento pra “manutenção”. E se creminhos pra pele ao menos funcionassem!
Eu tenho bastante orgulho em ser como sou (não o fato de eu ser gorda. Isso eu não tenho orgulho, mas comecei recentemente a tentar aceitar). Não ter orelha furada é em grande parte mérito dos meus pais, que não associaram a minha vagina a um par de brincos e roupinhas rosas. Minhas orelhas não foram furadas no berçário, e eu não sou louca de propositalmente fazer qualquer coisa que faça o meu corpitcho sangrar já adulta. Tatuagem? Tô fora! Piercing? Tem que furar alguma coisa, né? E não acho bonito, ponto. (Desculpe se não acho bonito. Deve haver milhões de pessoas no mundo que apreciam tatuagens e piercings. Eu não sou uma delas).
Teve um dia, quando eu era jovem, magra e linda, em que fui jogar um torneio de xadrez. Fui com um vestido. E, nos pés, os sapatos mais confortáveis possíveis, que eram alguma espécie de Moleca Comfort. Sabe, sem salto? Molinho? Esses aí. E, chegando lá no salão, vi que havia o maior furo no dedão de uma das minhas Molecas. Não era um furinho imperceptível, era um rombo. Cratera de metrô, saca? E eu lá, andando no salão, e me deparo com um lendário jogador, o Herman, que sempre foi galanteador. Ele disse algo sobre como eu estava bonita (não era muito comum eu usar vestido), e eu, no ato, rebati: “Ah, linda! Ainda mais com o sapato furado!”. Ele olhou meu sapato e vaticionou: “Lola, nenhum homem vai olhar pros seus pés”. Ok, ele estava exagerando. Mas não havia dúvida que o rombo do meu sapato era mais problemático pra mim do que pra ele.
Eu evito andar com sapato furado, mas não abro mão do meu conforto. Sapato que faz o pé doer simplesmente não deveria ter sido inventado. No entanto, eu sou da turma do “viva e deixe viver”. Se, pra algumas mulheres, ser 15 cm mais alta é uma questão de vida ou morte e compensa o sacrifício de usar salto dez horas por dia, não sou eu que vou condenar. Cada uma faz o que quer. Só que não dá pra erguer a bandeira da “escolha pessoal”, aquela do “eu me cuido porque eu gosto e porque eu quero, ninguém tem nada com isso”. Porque é ingênuo. Vivemos numa cultura que nos condiciona, desde que somos um toquinho de nada, a “nos produzirmos”. Aprendemos com nossas mães, ensaiamos com nossas bonecas. Todos os dias de nossas vidas somos bombardeadas por dezenas de imagens de como as mulheres devem ser, além da mensagem que nada é mais importante pra uma mulher que sua aparência. Somos patrulhadas se não fizermos o que se espera da gente (comprar, se esforçar para ser bonita, aquela frase elitista de que “não existe mulher feia, existe mulher pobre”. Quantas vezes você já ouviu isso... hoje?). Então, sorry, não tem nada de escolha pessoal em seguir as normas. Não é revolucionário. Não é independência. Revolucionário é não seguir. É desencanar. É dizer tô me lixando. O que não quer dizer, óbvio, que você não pode ser revolucionária e lutar contra o sistema em outras frentes, mesmo “se produzindo”. Como faz a Elaine Showalter. Como fazia a Lud. Hoje ela continua lutando por direitos iguais, só que agora de cara lavada. E sente-se livre assim.
Por sorte minha fui a primeirinha a ler! :D
ResponderExcluirOlha, eu concordo em tudo com vc, eu to longe de ser beldade, sou bem gordinha, nao gosto de fazer as unhas, alias, detesto ter elas compridas pq atrapalham pra cozinhar cuidar das meninas ( sim isso nao eh feminista mas eh pratico, unhas longas sao um pe no saco ate para passar papel higienico), atualmente so uso sapatos rasteiros pq tornam minha vida mais simples e conforto vem em primeiro lugar.
Eu acho que tem etapas da nossa vida em que ficamos mais encucadas em encaixar em algum grupo, e nisso fazemos mais coisas que nao estao de acordo com nossa vontade ou as vezes ate estao, mas nas vontades daquele momento, contudo o ideal eh amadurecermos e depois fazermos simplesmente o q nos da prazer.
Eu nao critico quem gosta de se arrumar em hipotese nenhuma, ate gosto de ter maquiagem para usar as vezes, mas no geral nao eh um artigo de necessidade pra mim. Nao eh por nao ser magra que nao sou vaidosa, eh pq sei la, ja nao me sinto precisando fazer coisas que nao estou afim so pq os outros dizem que tenho q ser assim ou assado.
Uma vez antes do aniversario de 1 ano da Amanda uma festança eu gastei 200 reais no salao, pintei o cabelo, fiz unhas, sombracelhas, escova, cortei, marido cortou cabelo tbm. Olha, sem zueira, me senti o coco do cavalo do bandido por ter gasto tanto dinheiro com isso, pq nao me parecia essencial. Nunca mais fiz isso.
Agora tatuagem eu gosto, tenho vontade de fazer mais mas um dia quando conseguir bolar uma q tenha um signifado pra mim e que valha ser permanente, nao acho q devemos tomar decisao nenhuma por conta de moda!Hehe
Nao sei se posso me considerar feminista pq confesso que nunca analisei com calma esse assunto, mas to longe de ser alguem q faz as coisas para agradar aos outros, acho q importante eh respeitarmos nosso corpo e nossa vontade seja ela como for!
Com certeza minhas filhas vao aprender isso comigo, e a nao serem consumistas tbm, pq sou bem relax nessa area!
Depois diz se o sufle ficou bom!
beijocas
Eu admito que tornei um tanto escrava da beleza de uns 5 anos pra cá... Antes, eu levava tudo numa boa, não me maquiava a não ser em situações em que eu era obrigada, odiava salto e já cheguei a ir a um casamento de cuturno (o que minha mãe condenou excessivamente!).
ResponderExcluirEu vim morar em São Paulo com um grupo de garotos que faziam parte da minha banda (todos nós éramos do interior de sp) e eles passaram a falar o quão ridícula eu era por não usar maquiagem, não ser estilosa, não fazer as unhas, não fazer a sobrancelha, etc.
Eu fui sendo minada por esse tipo de fala e aos poucos fui entrando em depressão e engordei bastante (nunca fui o tipo de pessoa que entra em depressão e para de comer... pelo contrário!)
Quando eu engordei eu virei o maior motivo de chacota da banda e turma! Me deram apelidos ridículos e quando eu ficava com algum cara bonito, eles corriam para me humilhar na frente do cara.
A banda acabou, encontrei meu atual namorado (que já era amigo da turma e sempre me achou linda, detestando aquelas piadas que eles faziam de mim) que me valoriza muito e me faz me achar linda mesmo quando eu me sinto um monstro.
Eu fiquei um pouco neurótica com beleza e maquiagens (arrumei um emprego em que tenho que trabalhar maquiada todos os dias). Não vou à esquina sem passar lápis no olho e um rímel.
Não acho isso nem um pouco saudável, mas é assim que eu estou agora, apesar de achar muita coisa errada e desnecessária.
Hoje quando eu estava me arrumando peguei uma revista da minha irmã que tinha a Cris Guerra, do Hojevouassim.blogspot e disse que gostava muito do blog dela. Quando expliquei do que se tratava (uma mulher que fotografa todos os dias as roupas com as quais sai de casa)e que eu gostava das idéias que ela tinha, ela disse quew às vezes eu era muito antifeminista.
ResponderExcluirO seu post é muito legal ao falar sobre isso. Creio que muitas vezes a gente tenta engessar demais nossas atitudes para defender o feminismo. Como se por ser feminista eu não pudesse usar rosa, ter uma agenda da Pucca, sabe? Exatamente o estereótipo batido da feminista-russa-comunista-de-suvaco-cabeludo. Não acho que ser feminino é isso e ser masculino é aquilo e não adianta ficar se proibindo e condenando nossas companheiras e nós mesmas que estamos nesse contexto foda, sofrendo várias pressões.
Depilação por exemplo, é uma coisa construída como higiênica mas na verdade faz mal pra caramba. Tanto que os homens não se obrigam a depilar as axilas e quando fazem a barba geralmente desenvolvem infecções. E sabendo disso agora eu vou lá ficar proibindo minhas companheiras feministas de se depilar?
Oi Lola
ResponderExcluirNo mundinho que vivemos a maioria das pessoas sempre julga sua aparencia. É normal de todo ser humano julgar e logo vão pela primeira coisa que estão vendo antes de poderem analisar outros quesitos.
Não sou 'a' menina vaidosa (apesar de ter 20 ainda me considero menina rs)
Mas eu trabalho em uma agencia de turismo,atendemos pessoas de toda classe , mas a maioria tem sim um poder aquisitivo alto e nariz empinado. Minha chefa sempre ta de olho no cabelo preso, unha feita,salto, brinco, maquiagem e um sorrisão na cara.
A imagem vende, não?
Quanto a tatoo eu tenho sim, e demorei muito a fazer. Eu que fiz o desenho e pensei realmente no qu eisso significaria na minha vida. As vezes eu esqueço dela pois fica escondidinha. Mas vira e mexe quando eu vejo, não tem nem como pensar duas vezes porque eu fiz.
Tem quem não goste, quem tenha preconceito...mas tem um grande significado na minha vida.
Agora tempo eu gasto, dinheiro não. rs
Unha faço em casa, odeio que fiquem mechendo na miinha mão. Cabelo pinto em casa,corto o cabelo em casa...dinheiro zero. Somente para coisas necessarias. Mas que vai tempo, isso vai.
Certa vez minha mãe veio me visitar, e falou que eu andava muito desleixada que onde já se viu ir pra faculdade de chinelo (no verão a minha cidadezinha só chega aos 34ºC)que quando eu eu estava no colegial eu me produzia toda e bla bla bla.
Minha resposta "Eu tinha tempo e me importava com que pensavam de mim"
Realmente, tempo sobrava. Eu dormia lindo a tarde inteira,ficava no sofá vendo tv, passeava com o cachorro, resumindo não tinha responsabilidade e outras preocupações.
Ah lola, no meio da pia de louças pensando sobre seu post me ocorreu mais uma coisinha.
ResponderExcluirIndependente de como seja a preferencia da pessoa, ser vaidosa, ser mais natural, assim ou assado, tanto faz, o que nao acho legal eh passar por cima da saude q eh um fator importante para alcançar um objetivo.
Passar por cirurgias desnecessarias com riscos grandes eh um preço alto, depois tem efeitos colaterais irreversiveis.
Ser vaidosa pra se sentir bem otimo, faz parte e eh importante agora fazer pelos outros a gente nao fica feliz de verdade com as mudanças feitas e isso acaba sendo ruim.
Gordinha ou magrinha tem q ser saudavel, eh muito importante prezar por isso, algumas pessoas esquecem e quando percebem eh tarde demais. Nao sei se vc viu o caso daquela moça operada de gastroplastia que nao era obesa, de longe precisava de verdade daquela cirurgia e acabou engordando pra fazer e hj em dia sequer pode beber agua.
O link da materia esta aqui
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI103113-15257,00-CONSELHO+NACIONAL+DE+SAUDE+CONSIDERA+ILEGAL+CIRURGIA+DE+DIABETES.html
beijocas
Women are beautiful, period!
ResponderExcluirSó uma coisa, boa parte das feministas que eu conheço não dispensam um batom por nada deste mundo...
"Elas compram as mentiras da mídia de que só é bonita quem é eternamente jovem, magra, loira, de cabelo liso, de preferência alta e de olhos claros, e paciência que a gente viva no Brasil e não na Suécia"
ResponderExcluirLola, vc é ótima.
e essa fotinho da menina miss? Dá medo.
aliás, me fez lembrar Pequena Miss Sunshine
Olha Lola, adoro minhas unhas, pintadas, meus furos na orelha e devo ter aprendido isso em algum lugar. Não me sentiria nem um pouco melhor sem eles ou de cara lavada. Não tenho grana pra torrar em salões e academias. Me viro, como posso.
ResponderExcluirAdmiro pessoas vaidosas, sejam elas gordas, magras, altas, baixas. Acho a elegância um charme, pra qualquer um. E convenhamos, a inteligência que você constitui, sem gastar tempo com a beleza, também é um charme. Não gosto da ideia de abandonar tudo, ser oito ou oitenta, to sempre atrás do meu meio termo.
Hum, como homem, eu sempre perguntei pra minha mãe, pra minha irmã e para as minhas amigas por que motivo elas se torturavam tirando cutícula, perdendo tempo fazendo as unhas, o cabelo, tendo que estar "perfeita" de acordo com as normas...sei lá, sempre achei tudo isso muito estranho...e muitas vezes eu recebia a resposta da tal da "higiene feminina" como se isso fosse mesmo higiene.
ResponderExcluirMas sabe, o que me deixa super frustrado, é que muitas vezes as mulheres são submetidas (leia-se quase obrigadas) a tudo isso simplesmente pra agradar aos outros e evitar ser motivo de chacota, como no caso da Renata e seus companheiros de banda, que por sinal, eram homens, nunca foram forçados a se submeterem a esses "rituais" para serem aceitos.
Lógico que se a pessoa gosta quem sou eu pra condenar, mas tudo tem seu limite né?
Ótimo post, Lola, concordo com você. A pessoa, sendo mulher ou homem tem todo o direito de ter ou não ter vaidade e não ser importunada com isso.
Jonas
Primeiro de tudo: obrigado por responder minha pergunta, Lolinha!
ResponderExcluirEu tenho só 17 anos, e quando criança sempre tinha aquela coisa de pegar maquiagem da mãe, usar os sapatos e tal, como quase toda menina filha de mãe vaidosa tem ;) eu até passava os cremes anti-ruga da minha mãe! (isso com cinco aninhos de idade) Minha mãe nunca incentivou diretamente essas atitudes mas também nunca me reprimiu e isso foi passando com o tempo... Depois que eu parei de imitar tudo da minha mãe, com uns 7ou 8 anos, comecei a nem me importar com aparência e isso durou até uns 10 anos quando meus peitos começaram a crescer (precoce, sim) e eu tive que, por conforto mesmo, usar sutiã (eu acho meio desconfortável andar com os peitos balançando pra lá e pra cá). Daí eu fiquei só nisso mesmo mas com uns 14 anos comecei a me preocupar mais em arrumar o cabelo, usar roupinhas legais e tal... Acho que nunca fui muito exagerada, não gosto de salto (incomoda) e nem de maquiagem (deixa as pessoas todas iguais), só uso quando é uma ocasião formal tipo um casamento e tal.. Mas admito que adoro creminhos hidratantes, creminhos pro cabelo, fazer as unhas etc etc... Gosto de me sentir bonita, costumava ser gordinha e fiz dieta (funcionou) hoje eu sou magrinha, mas com o peso normal, nada de anorexia. Como direito e faço exercicios, mas também estudo, leio, me informo, discuto etc ;) e cheguei a conclusão de que mesmo que a vaidade não seja uma vontade 'natural' do ser humano, e sim uma coisa imposta pela mídia, ela é algo que eu tenho. Eu sou uma menina vaidosa (não demaaaaais), e se eu gosto de estar arrumada e bonita é acima de tudo uma vontade minha, mesmo que influenciada pela mídia e pelos homens, mas é uma vontade minha. O que eu to querendo dizer com tudo isso é que se você tem "bom-senso", a vaidade nunca vai ser excessiva, e só em exesso ela prejudica nossos outros ideais. Eu não pretendo abrir mão dela, tampouco do meu feminismo.
Bejinhos Lola.
Lolíssima, santa, rs
ResponderExcluireu venho pensado muito nesse assunto... ontem pensei: delicia, vou poder fazer um banho de beleza assim que chegar no Brasil e ao mesmo tempo pensei: que saco! vou ter que ficar e parecer linda o tempo todo!
eu nao preciso, mas preciso.. entende? no fundo mesmo quando tento nao ligar a minima para nenhuma das opinioes ja me vejo preocupada com elas.. esta inserido na nossa cabeca de tal jeito que a gente acha mesmo que e opcao...
eu nao gosto de gastar hora em salao, mas amo meu cabelo todo com corte legal, com umas luzes bacanas... eu me sinto realmente bem. Mas de onde vem isso? provavelmente vem mesmo das mulheres com quem me identifiquei e achei que eram consideradas lindas... nao sei direito.
Aqui a coisa e muito mais ao natural mesmo. Claro que a molerada se arruma, mas nao e neuras igual a nos no Brasil...
essa semana cai num blog exatamente o contrario desse que vc falou. A pobre coitada escreve so sobre dicas de beleza e como nao deixar a idade aparecer mesmo quando voce esta indo para a casa dos 30 e 40...achei de uma pobreza tao grande. Imaginei como alguem perde tempo escrevendo tanta asneira? e outros lendo?
fiquei com raiva do meu tempo perdido...
bom, mas eu entendo voce... e ao mesmo tempo entendo que nao seja uma opcao facil. Todo mundo olha tentando achar onde ta o problema. Problema porque nao pode ser normal voce nao querer se sentir bonita. Mas sentir se bonita no fundo eu sei e um padrao criado...
o tema e complicado, mas a pergunta da sua leitora foi legal.. adoro minhas unhas pintadas, ao contrario de vc, mas nao sinto necessidade de ficar fazendo sempre! eu sou o tipo que sai para ir na padaria quase de pijama...
tento exercer um pouco de liberdade entende?
mas eu incorporei bem isso de de vez em quando me arrumar... e amo vestidos coloridos, descolados, feitos a mao... nao sei exatamente se vem so de ver em midia, nao sinto que toda vez que uso uma roupa legal, ponho maquiagem nao estou exercendo minha liberdade.
eu acho que estou.. na verdade acho que nao estou quando me forco a usar o que nao gosto... sapato alto, por exemplo, que acho lindo mas odeio.. igual vc.. vestido colado... gosto dos mais soltos e montes de gente vivem me dizendo que preciso parecer mais feminina... entao... a coisa de parecer feminina eu acho vai muito alem ainda da gente usar esmalte, vestido, ir ao cabelereiro...
eu quero crer nisso.. que parte de mim ainda e livre se recusando a fazer tudo que se espera e usar a moda, coisa que odeio por exemplo...
mas mas mas... eu ja nao sei mais... rs
Ai, Lola, amei o post. Eu acho que vaidade todo mundo tem, mas alguns rituais são verdadeiras torturas. E eu tenho mil impressões sobre isso tudo. Algumas delas:
ResponderExcluir1. Os cremes pra celulite, estria e etc não servem pra nada. Então quem acorda mais cedo pra ficar passando um creme pra cada coisa, sinceramente, perde o seu tempo. E hidratar o cotovelo? Os homens acham isso engraçadissimo, pq nem passa pela cabeça deles que um cotovelo mereça tamanha atenção.
2. Os tratamentos estéticos contra as tais celulites e estrias idem: não servem pra nada. Tenho amigos dermatologistas que me contam desses artistas e não existe uma só mulher (ou homem) que seja saradona somente com tratamentos, acredite, eles estão sempre é entrando na faca mesmo: lipo, hidrolipo, lipostabil. Ai sim, fazem os tratamentos, mas associados a uma cirurgia.
3. Maquiagem todos os dias estraga a pele. Eu gosto de maquiagem, uso quando vou sair, acho que fica diferente do dia a dia, gosto de experimentar e tals. Agora todos os dias como a maioria usa, estraga e envelhece. E não faz a menor diferença qdo vc realmente quer fazer diferença. Tenho amigos homens que usam lapis de olho e acho lindo, mas se fosse todos os dias perderia a graça.
4. É impossivel andar de salto alto no centro da cidade (moro no rj e trabalho no centro). Mas a maioria trabalha com saltos muito altos e ficam se contorcendo pra andar no meio dos paralelepipedos. Alem de correr o risco de cair, se machucar, torcer o pé, os assaltantes adoram pq facilita muito a vida deles.
Por fim, eu amo tatuagens, piercings e alargadores, amo. Mas tai uma coisa que não acho que se enquadra em ditadura, ao contrário, considero acessórios/recursos que não são impostos e são super unissex.
Ah, tb dei sorte da minha mãe não ter furado minha orelha quando nasci. Eu só furei quando quis. E não gosto de usar nada pesado ou que agrida minha orelha (já vi gente que o buraco é cortado de tão pesado o brinco).
E odeio a sensação de perda de tempo com coisas futeis, por vezes inuteis e pra agradar os outros.
Haline: Discordo de você em vários pontos.
ResponderExcluirprimeiro: você diz que ninguém fica saradão só com creminhos e tratamentos, que quem é saradão entra na faca mesmo. Bom, ou faz exercícios né. É POSSIVEL uma pessoa ser magra e sarada só por caminhar, ir à academia, faz um esporte, comer direitinho (ou tudo combinado).
Depois: maquiagem todo dia, se for uma maquiagem de BOA QUALIDADE e se for tirada para ir dormir não estraga a pele, o que estraga a pele é usar maquiagem "vagabunda" e dormir de maquiagem.
E por último: hoje em dia, nas grandes cidades, é mais fácil se encontrar mais pessoas com mais 20 anos que tenham algum tipo de piercing ou tatoo do que encontrar gente que NÃO tem. Por isso discodo quando você disse que eles não são "impostos", como os outros tipos de "acessórios".
Bem, eu demorei muito, mas muito tempo pra ter um dinheirinho extra pra fazer as unhas. Meus cabelos são uns 70% brancos: pinto a cada doze dias pelo menos. Já tentei deixá-los ao natural, mas fico com cara de cansada, acabada. Não me reconheço. Lembra quando contei o drama do vestido da festa da Nina? Então, vivo nessa culpa de não gastar demais com futilidades. Mas adoro, amo, que cuidem do meu cabelo no salão. Fica muito mais sedoso. Quando não tenho dinheiro, eu mesma tinjo em casa. E faço isso pra mim. Também adoro a sensação de unhas pintadas e sem cutículas. São sensações, mesmo, que me fazem bem. Uso cremes que não impedem minhas rugas, mas hidratam a pele, que fica mais macia e gostosa. Não sou uma perua. Arrumo as unhas dos pés e boto meu tênis. Gosto de ter minhas vaidades particulares. Gosto de fazer exercícios e emagrecer por isso: adoro a endorfina, adrenalina ou sei lá como chama, de uma hora de corrida ou spinning. Me sinto vibrante, não entendo mesmo quem não faz nenhum tipo de exercício. Não sou peluda, mas não gosto de ficar sem me depilar. Dói a depilação com cera, mas mais uma vez: gosto de sentir as pernas macias e não vou usar saia com pêlos de fora porque acho feio. Talvez tudo isso tenha sido imposto pela propaganda, admito, não sou besta de negar a influência. Mas nem 8, nem 80: Amélia, que era a mulher de verdade, é que não tinha a menor vaidade.
ResponderExcluirOi, Lolífera
ResponderExcluirJuro que pude ver seus olhos faiscantes me encarando e seu sorriso no canto dos lábios enquanto digitava "não dá pra erguer a bandeira da 'escolha pessoal', aquela do 'eu me cuido porque eu gosto e porque eu quero, ninguém tem nada com isso'. Porque é ingênuo." hehehe Pode até ser pretensão, mas cá entre nós e seus 20.000 leitores, você pensou em mim, não pensou? hehehehe
Pois então, mesmo que não tenha pensado, cá estou eu: sabe o que acho? Que é ingênuo até certo ponto, sabe? Foi ingênuo para mim durante muito tempo, não é mais hoje em dia. Deve ter havido um tempo em que eu me arrumava para ser aceita pelo grupo - ah, se eu pudesse, poupava meus filhos da adolescência, tadinhos - hoje em dia faço o que me der na telha. É verdade que se formos dividir o mundo em dois blocos de vaidosos e não vaidosos, estou no primeiro, certamente, mas isso não faz de mim uma mulher burra e alienada, escrava do sistema e ser não-pensante. Porque quem manda na minha vaidade sou eu, por mais contraditório que isso possa soar aos ouvidos de quem percebe a manipulação da indústria da moda e dos cosméticos. Uma coisa é comprar um modelo de sandália porque todo mundo está usando e se não o fizer, vou sentir que fico para trás; outra bem diferente é passar sombra azul porque acho que combina com meu olho e fica bonito. No dia que eu quiser passar. O fato é que o cruzamento entre rótulos quase nunca é nítido: vaidoso é burro, desleixado é inteligente, consciente é generoso, egoísta é antipático, etc. Não, não, não, há inúmeras variações, o mundo não é assim tão simples. Por isso gostei do seu texto quando menciona a postura da Elaine Showalter (mais ou menos como citei a Lispector quando escrevi "Mulherzinhas"). Mas até dizer "tô me lixando" pode ser uma forma de escravidão - e o é para muitos adolescentes que "precisam" se rebelar para pertencer ao grupo de amigos (aconteceu comigo, a ditadura da rebeldia, um porre!).
Eu entendo a postura dos "livres" como você, mas não vejo isso como condição para ser consciente dos mecanismos que conduzem e modulam nossa sociedade. E nem tudo é crueldade no tratamento que damos ao nosso corpo, meu corpo é parte de mim também, posso brincar com ele. Tudo é cultural, sim, mas não necessariamente ruim. Eu não entupo o armário de roupas que não uso, não torro meu dinheirinho com novas "tendências" (detesto a palavra, inclusive) nem troco o cinema pelo salão. Mas me permito minhas vaidades quando estou a fim. Ah, e sabe o que faço quando vou ao salão? Levo um livro.
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E sabe o que eu falei pro Ulisses hoje de manhã? "Tô de saco cheio dessa correria do mundo atrás do mais novo, o mais moderno, o mais, o mais, eca! Quer saber? Vou escrever um post sobre isso: a vaidade, é tudo pela vaidade." Aí abro seu blog e... oia! eheheh ;-)
E sabe o que mais: aposto cinquenta centavos como sei quem é o ótimo professor de quem você falou no post. Valendo?
Beijão - ótimo texto, pra variar. ;-)
Lolinha, ÓTIMO POST!!! Amei! Sempre fico pensando no assunto, mas fui muito bem ensinada a gostar de tdo isso. Meu cabelo, por exemplo, eu já nem sei mais cmo é. Aliso e faço 1000 coisas desde pequena, então eles nunca estão naturais. Hj comprei um brinco no caminho pro trabalho pq saí sem nenhum de casa.
ResponderExcluirTenho certeza de q não sou das mais neuróticas pq sou até acusada de relaxada por meus pais (pai e mãe, acredite!!) e irmãs qdo vou saio com uns vestidos folgadões e cabelo preso para ir ao mercado, por exemplo. Mas o problema é q me condicionei e criei uma rotina, um hábito de passar por esses rituais de beleza. Então vou no salão no mínimo uma vez na semana para escova, unha, depilação (qdo necessário) e sombrancelha. E o mais chocante é q eu saio de lá me sentindo SUPER bem, mega satisfeita e feliz. Tem dia q eu estou nervosa e chateada e passo no salão para "desestressar". Unhas mesmo eu adoro fazer e fico pensando qual será a cor da próxima semana. E gasto muito mais do q deveria com salão, cremes, sapatos e roupas. Se não vou ao salão ou uso roupas não tão bonitas me sinto desconfortável comigo mesma. E olha q meu marido não tem nada de imbecil. Ele elogia qdo me arrumo mas diz q não precisa tanto, ou pede às vezes para ficar com ele ao invés de ir ao salão. Mas essa ida semanal ao salão para mim é tão natural, tão automático, tão divertida...
Racionalmente eu sei q se trata de condicionamento, mentiras, dinheiro e tudo o mais. Entretanto, tenho imensa dificuldade de me libertar.
eu sou limpinha, tomo banho todo dia, tenho unha curtinha e sem esmalte....pro resto eu tenho uma preguiiiiiiiiça...ai! Prefiro gastar meu tempo (e dinheiro)com livros, fotos, etc etc do que passar horas num salão.
ResponderExcluirOi Lolinha!
ResponderExcluirNossa esse assunto (vaidade-imposição-liberdade-feminismo-consumo-capitalismo) rende tanta coisa né, e acho um debate com tantas implicações e tão complexo que tb não tenho opinião formada (daria uma tese!), mas acho suuper interessante!
Entendo muito bem o teu posicionamento, compreendo e adimiro (talvez sinta algo parecido em relação ao meu vegetarianismo, não sei, acho que não muda o mundo, mas é algo político e mas tb muito pessoal.)
Se é que dá para se mensurar, mas me sinto como uma vaidosa média;) Assim, bem diferente de vc (gosto e compro de vez em quando roupas, tenho tatuangens, gosto de passar lápis no olho, brincos, qndo acho roupinhas diferentes me atraem..etc.)
No entanto tb longe de ser escrava e consumista (se é que dá p mensurar). Compro roupa umas 2x por ano, não pinto unha, nunca uso salto, não vou ao salão de beleza, não sigo padrão único de moda, não compro nada de grife etc...
Não sei se consigo me organizar no racioncínio, mas penso que são tantas coisas que envolvidas né..
Como a Somnia disse tem a opnião dos outros. Que em alguma medida nos preocupamos, mesmo qndo queremos negar isso (esse negar tb é em comparação ao outro), o ser na coletividade constrói mecanismos que acabamos tendo escalas de valores em comparação ao outro, em relação ao outro (so se diz que é ou não vaidosa em relação a alguém..)
Daí penso, como sabre o que é saudável ou não? Não acho que se quantifica, mas tem que ser pensado ao meu ver.
Outra coisa é o lado subjetivo que envolve o ser "vaidosa".
Por um lado, de fato me enfeitar e me achar bonita ao usar uma roupa diferente, usar um brico que gosto, ou ter tatuagens me satisfaz de alguma forma. Não sei dizer como, mas me dá um bem-estar.
É o lado não objetivo, que se relaciona com o lado sensível mesmo, o subjetivo, o lado do que é belo etc etc.....
Mas entendo tb que esse conceito de belo tb é forjado.
É belo p mulher ter uma "determinada aparência", e como na discussão do outro post, nossa liberdade no capitalismo é a liberdade do consumo. Como pensar que me deixa feliz estar bonita algo que me foi imposto, mesmo que indiretamente?? Super contraditório né...
Aquele negócio, mesmoquendo tentamos fugir do padrão único, isso não quer dizer que somos livres de vaidade..As hippies de boutique ou até um estilo moderninho pode ser fútil dependendo da perspectiva...
Mas daí penso tb Lolinha, essa é uma condição que no momento ainda não dá p fugir, devido a desigualdade de gênero e econômica..
O que fazer???
continua...
Eu também odeio quando confundem "vaidade" com "cuidado pessoal" ou "higiene". Sempre ouço dizer que depilação e manicure são questões de "higiene". Não concordo! Tenho pernas peludas e não faço sempre a unha e sou bem limpinha (sabonete deve ser o consumível que eu mais tenho em casa). Não concordo que "emagrecer" ou "se arrumar" sejam sinônimos de "se cuidar". Eu me cuido toda vez que compro um sapato confortável ao invés de um mastigador de pé, ou quando compro um chocolate maravilhoso pra degustar com uma das gatinhas no colo. Me cuido quando vou no médico ver como está meu estado geral de saúde, e quando mudo umas coisas na minha alimentação pra baixar meu colesterol. Me cuido quando vou andar no Aterro do Flamengo, mas mais pq eu fico feliz de ver as maritacas do que pq estou fazendo algum tipo de "trabalho aeróbico". Me cuido quando saio pra dançar ou pra comprar gibis, adoro, me deixa mais feliz, mas ágil, mais inteligente.
ResponderExcluirEu sou da mesma opinião que a Naomi Campbell no Mito da Beleza... essas coisas de "vaidade" só são boas pra reforçar laços entre as mulheres, pra criarmos alguns bons rituais. Adoro falar de esmaltes com as minhas amigas, ou discutir tintura de cabelo. Mas odeio quando noto que, pra maioria, isso é uma obrigação. Pra mim não é, é diversão. Não vou ficar insegura se eu sair de casa sem pintar as unhas, ou se a raiz do cabelo está aparecendo. Vou ficar insegura se eu não souber o que dizer pra um cliente, isso sim!
Como tentar ser livre em uma sociedade que não dá p ser livre?
ResponderExcluirAcaba que em um nível individual que tentaremos encontrar um equilíbrio? Porque só acredito que possamos realmente exercitar nossa criatividade e brincar de ser vaidosa quando houver uma sociedade mais igualitária, daí a possibilidade de escolhas livres(de gênero, de etnia e econômica!)
Mas enquanto isso não chegar, estes equilíbrios entre querer se enfeitar, adimirar o belo e liberdade parece assumir linhas tão estreitas e tênues que é tão complexo né....
Sei lá,divaguei Lolina....
(e já que escrevi bastante,,,lembrei de um menino que numa aula disse "Eca,,comunismo, todos nós vestidos de marrom?"..rsrsrs,,e até parece que será assim, como o contrário hj que parece que somos tão livres né. Aliás esse estereótipo do feminista relaxada era a das comunistas tb...rsrs)
Beijão e desculpe ficar tão longo!
Aliás, mudando uma coisa... eu não "degusto" chocolate, eu COMO :)
ResponderExcluirNada a ver com o post mas tudo a ver com o blog :P http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/entrevista-alicia-fernandez-402342.shtml
ResponderExcluirComprei um livro usando teu atalho do submarino :D heheh
Sempre odiei salão.
ResponderExcluirSó entro nele em caso do casamento e as vezes nem assim.
Nunca entendi como se pode gastar tanto com cabelos, unhas, roupas.
Mas cada um é cada um.
Esse post me fez lembrar da frase que mais me marcou na carta de despedida de Leila Lopes: "Eu não quero envelhecer e sofrer." ...
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ResponderExcluirGostei tanto do comentário da Rita...
ResponderExcluirAi, gente, eu tenho tanta coisa pra fazer hoje! Mas não posso de furtar de tentar responder rapidinho alguns comentários.
ResponderExcluirHannah, acho que vc lembrou muito bem: depende da nossa etapa de vida. Tem vezes em que cuidar da aparência parece ser muito mais importante que em outras. E é engraçado isso que vc falou de culpa: tem gente que se sente culpada quando NÃO se maquia, e tem quem se sinta culpada após passar por um tratamento de beleza. É de se pensar: será que os homens sentem tanta culpa quanto a gente?
Puxa, Renata, mas esses seus amigos, vou te contar... É impressionante as pressões que a gente sente, né? Se não é a mídia, são os pais, se não são os pais, são os amigos... quando não são todos juntos! Por isso acho estranho que, sempre que escrevo sobre esse condicionamento forte pra que mulheres se arrumem, apareça alguém pra dizer: “Mas vc não é miss! Não trabalha num emprego que exige que as mulheres se arrumem! Então como vc se sente pressionada?”. Porque, óbvio, a pressão não existe só no emprego. Se fosse só no emprego, seria fácil... É um saco ser avaliada o tempo todo, e é isso que nos ensinam: que seremos avaliada diariamente. Até pra ir à padaria, né? Bom, Renata, que bom que vc encontrou um namorado legal. Agora é tentar ir se livrando aos poucos dessas coisas erradas e desnecessárias que vc incorporou ao longo dos anos.
Shery, ah, eu entrei no blog da Cris uma vez. Ela é muito querida, é a mesma do Para Francisco, né? Então, o Hojevouassim não é meu tipo de blog. Porque eu NUNCA reparo na roupa dos outros. Quer dizer, eu reparo nas cores. Mas sapatos e acessórios? Pra mim é tudo igual. E eu fico pensando se de repente não tem mais gente como eu. Fora os homens... Mas concordo contigo: qualquer tentativa de engessar o feminismo é furada. É meio como dizer que pra ser feminista precisa ler tal e tal teoria. Qual a diferença de dizer uma besteira dessas com dizer que pra ser feminista não pode usar maquiagem? Ou que pra ser feminina precisa usar maquiagem? Dá tudo na mesma. O chato é que muitas dessas tentativas de padronização vem de nós mesmas, mulheres e feministas... Sobre depilação, preciso escrever um outro post só sobre isso...
ResponderExcluirJeahhh, pois é, no seu emprego não tem nem muito como fugir. E é interessante como o conceito de “arrumação” tantas vezes está ligado a uma determinada classe social. Mas que legal vc até cortar o cabelo em casa. Uau, como vc faz?! Eu tenho cortado o cabelo do maridão por aqui, mas ele é meio careca, não é muito difícil (e não fica nenhuma brastemp). E isso do tempo que vc citou é muito importante. Pra alguns tratamentos de beleza precisa-se de muuuuito tempo. Novamente a ligação com a classe social...
Dannah, eu odeio essa hipocrisia que vc menciona. Vamos chamar as coisas pelo nome, pô! A maior parte das pessoas não dá a mínima pra quantos anos eu vou viver a menos (como se desse pra calcular) por causa da minha obesidade. Elas não querem é ver uma gorda na frente delas. Mas soa fútil, e um tanto fascista, dizer pra alguém emagrecer só por causa da aparência. Então vamos inventar que nossa preocupação é mesmo com a saúde... Ou isso de dizer que fazer a unha e se depilar é pela higiene, não pela aparência. Ou de gastar sei lá quantas horas por dia numa academia pela saúde, não pela aparência... Ou inclusive isso de fazer cirurgia pra reduzir os seios por causa da dor nas costas, não pela aparência... Cada um deve fazer o que quiser, mas é melhor com honestidade. Esse link que vc passou é muito triste. Sabe que o Conselho Nacional de Medicina teve que fixar um peso mínimo para que as pessoas possam reduzir o estômago, porque, se deixasse, qualquer moça com 5 ou 10 quilos a mais ia correr pra mesa de cirurgia, né? E depois vem falar que a preocupação é com a saúde...
ResponderExcluirGio, é mesmo? Bom, eu não sou muito chegada a batom porque, como bebo água o tempo todo, ele tende a manchar a garrafa/copo e desaparecer. Mas eu uso bastante manteiga de cacau, porque os meus lábios ressecam.
Anônimo, obrigada. Todas essas fotos das misses de 5 e 10 anos me enchem de pavor. Não sei, pra mim menina combina tanto com maquiagem quanto... menino!
ResponderExcluirRoberta, ótimo. Seria bom que as pessoas aprendessem a admirar não apenas “pessoas vaidosas, sejam elas gordas, magras, altas, baixas”, mas pessoas gordas, magras, altas, baixas. Ver o mundo com uma outra lente. Mas acho legal isso que vc diz de encontrar o SEU meio termo. E agradeço por vc me achar inteligente e, por tabela, charmosa!
Jonas, acho que muitos homens se pergunta a mesma coisa. Por um lado, grande parte dessa cobrança pra mulher andar arrumada vem de nós mesmas. Fomos condicionadas a isso (e a tantas outras coisas “femininas”, assim como os homens são condicionados a se comportarem de um jeito “masculino”). Mas, por outro lado, os homens nos avaliam direto, na rua, em todo lugar. Claro que vcs não estão preocupados se a moça fez ou não chapinha ou se ela está ou não de batom. Mas ainda assim é uma avaliação. É uma forma de dominação, de lembrar quem está no comando. Porque pensa só: quem avalia? Geralmente é quem tem mais poder... E o interessante é que esse direito de avaliação que os homens têm também é construído. Homens aprendem a avaliar. Sentem-se mais másculos fazendo isso (e por que não deveriam, se isso está ligado à dominação?).
ResponderExcluirMariana, de nada, disponha! Sei que não é apenas a sua pergunta. Este é um tema realmente interessante. E acho ótimo que vc analise tão precisamente todas essas fases por que passou, que vc saiba bem como vc era até os dez, depois dos dez... Gostei muito da sua conclusão: “de que mesmo que a vaidade não seja uma vontade 'natural' do ser humano, e sim uma coisa imposta pela mídia, ela é algo que eu tenho”. Acho importante isso: saber que fomos condicionadas pra nos comportar de uma certa forma. Vivemos numa sociedade, e é muito difícil, se não impossível, escapar de várias construções culturais a que somos submetidas. Mas o que cada uma faz a respeito dessa construção é pessoal: se comporta como ensinaram, mas não pensa nisso? Se comporta como ensinaram, mas sabe que está seguindo um padrão? Se rebela contra o padrão? Ignora o padrão? Há várias escolhas, e nem dá pra dizer qual a melhor. Depende de cada uma...
Somnia, ah, mas eu entendo essa sua vontade de voltar pro Brasil e fazer um super tratamento de beleza! Quando fiquei um ano em Detroit, foi quase um ano sem cortar o cabelo. Uma amiga tingiu meu cabelo uma vez durante esse tempo (e ficou melhor que qualquer cabeleireira – eu não sei tingir meu cabelo sozinha!). E chegou uma hora que eu não aguentava mais ver minha vasta cabeleira crescendo sem qualquer disciplina. Eu não queria gastar 50 dólares num salão, e esse parecia ser o preço em todo canto. Então pedi pro maridão dar uma aparadinha, e ficou ótimo. Agora que vou pra Fortaleza penso a mesma coisa: quando devo tingir meu cabelo aqui (que já está branquérrimo; a última vez foi em junho) pra poder adiar ao máximo ter que tingi-lo numa terra nova (e estranha)?
ResponderExcluirMas é isso mesmo, por mais que a gente saiba, racionalmente, que não precisa, que o cabelo é meu, e que dane-se se ele está branco ou grandão, e mesmo que pouca gente cobre, tudo isso tá totalmente inserido nas nossas mentes. Sinal que o nosso condicionamento funciona que é uma beleza: somos as maiores patrulhadoras de nós mesmas! Nós mesmas nos encarregamos de vigiar e punir!
Saiu uma entrevista muito boa outro dia com uma pesquisadora brasileira que explicou como as mulheres europeias não muito menos obcecas com a aparência do que a gente. Isso deve ser fácil de comprovar no dia a dia, né? O povo brasileiro é certamente um dos mais neuróticos com a aparência. Somos o quê, número dois em cirurgias plásticas no mundo? Só isso já prova. Quero escrever sobre isso. E vc morar na Suécia deve mexer com o seu condicionamento, não? Vc não ficou menos neurótica com a aparência ao ver que aí isso não é tão importante? Claro sinal de como o meio ambiente nos influencia... Eu já fui em praia “de pobre”, onde havia montes de mulheres gordinhas. Minha auto estima subiu na hora!
Esse blog que vc descreve (de como não deixar a idade aparecer) é o padrão. Blogs como os nossos é que são exceção.
E sabe, esse sentimento de liberdade é algo muito pessoal, não acha? Tem gente que se arruma e sente-se livre mesmo assim. Tem que não se arrume e não se sente livre... Varia muito. É sempre bom ouvir vc, Somninha.
Haline, que bom que vc gostou! Muito boas as suas observações. Hidratar o cotovelo eu acho o máximo! Se tem uma parte que é neglicenciada no meu corpo é o cotovelo! E isso com celulite eu tb não ligo não, porque geralmente fica no bumbum, nem dá pra ver. Quer dizer, se EU não vejo, é porque não existe. Ou pelo menos não tem importância. Eu sempre penso na declaração da Naomi Wolf que celulite é uma invenção dos anos 70. Antes simplesmente não existia palavra pra isso! E hoje é uma indústria que rende bilhões e obceca tantas mulheres... Sobre maquiagem todos os dias estragar a pele, eu nem sei. Mas acho cafona ir maquiada à praia, por exemplo. E sobre salto alto... Ninguém me convence que salto alto NÃO esteja lidado à uma tentativa de imobilidade.
ResponderExcluirSó discordo de ti quando vc fala de tatuagens e piercings não serem impostos. Ué, entre um certo grupo social, uma certa idade, é tão ou mais imposto que usar maquiagem. É uma construção social como qualquer outra. Já foi um símbolo de contracultura, não é mais. Lembro que na minha adolescência (primeira metade dos anos 80) era raríssimo alguém usar tatuagem. E hoje é moda. Moda é imposição. Mas pelo menos são imposições unissex... (e essa é uma coisa pra se pensar: como que a mídia e a indústria ainda não convenceu os homens a se “arrumar”, produzir, usar maquiagem, como fazem com as mulheres? Lógico que há tentativas de vez em quando, mas falham. É uma grande exceção de como o enquadramento de um gênero venceu o capitalismo...).
Mariana, acho que a Haline estava falando no caso de celulite mesmo. A gente tende a esquecer que os nossos modelos de padrão de beleza (atrizes, modelos, celebridades) são altamente fabricados. Que elas vivem pra isso. Que elas fazem ginástica sei lá quantas horas por dia, cinco? Todo dia, de segunda à segunda? E que passam por cirurgias plásticas regularmente? A gente não vê nada disso, só vê o resultado. E se sente mal por não ser igual... Quanto às tatuagens, concordo contigo!
É interessante parar e se dar conta destas coisas, de como poucas coisas na vida da mulher são escolhas de fato, outras são "escolhas" (como quem tem que escolher entre levar um tiro na mão ou no pé).
ResponderExcluirpor exemplo, quando entrei na adolescencia, subitamente comecei a achar que tinha alguma coisa errada no meu rosto e não sabia o que. Parecia descendente, parecia torto. Até o dia em que uma amiga muito "gentil" pegou uma pinça, e após uma sessão torturante, ajeitou minhas sobrancelhas, tornou-as simétricas. A assimetria dava uma impressão MUITO estranha, elas eram gigantes e disformes. Hoje sei qual o peso da propaganda e da cultura de massa, do padrão de beleza ditado, que me fazia "sentir" sem mesmo entender que havia algo "errado" na minha cara, até o dia que me fizeram perceber que o errado eram minhas sobrancelhas assimetricas.
Mas eu tenho um irmão mais velho, que é considerado extremamente atraente. As sobrancelhas dele são exatamente iguais às minhas, antes daquele fatidico dia.
Tininha, vc pinta seu cabelo a cada doze dias?! Putz, talvez eu tivesse que pintar os meus com essa frequência tb, mas não aguento. Pra mim já é um grande sacrifício ir a um salão (que na verdade é a casinhas dos fundos da minha vizinha) a cada 4 meses.... E legal que vc reconheça que são sensações. Como essa palavra, sensações, faz diferença... Quando a gente não usa creminho, não tem a sensação que não está se esforçando o suficiente? Eu também tenho a sensação que, por usar creminho, estou tentando lutar contra o tempo e contra a genética, no caso das minhas olheiras. E uso só por isso, pela sensação, inclusive a sensação que minha pele ficou macia, quando no fundo eu sei que isso tudo é jogar dinheiro fora. Agora, isso que vc falou sobre se depilar (vou reservar um post pra esse assunto) já diz tudo: quando vc não usa saia, vc se depila? Acho que a maior parte das mulheres se depila quando vai mostrar a parte em questão (pernas, axilas, virilha). Sinal de que o discurso de “faço por mim, não pelos outros” não é tão firme assim... E sobre a Amélia, parte do pacote não era ela mesma se manter sempre impecável pro maridinho?
ResponderExcluirRita querida, ha ha, juro que não escrevi o post pensando em vc! Aliás, nem sabia que vc era vaidosa. Mas sabe, concordo muito com o seu comentário. Acho que a maior parte de nós sofre na adolescência. É nessa fase que é essencial ser aceito pelo grupo (ainda que seja um grupo restrito, só de metaleiros, por exemplo, vc vai ter que usar uniforme pra se encaixar!). E quando a gente cresce sente que essa necessidade de pertencer não é tão importante. Pra mim isso é liberdade! Mas sinto-me muito mais livre hoje, com 42, que com 22 ou 32. E certamente muuuuuito mais que com 16... Será que isso é maturidade? Aprender a dar de ombros pro que os outros pensam a nosso respeito?
Vc levantou um ponto muito bom: claro que vc ser vaidosa não te faz burra e alienada! Assim como eu não ser vaidosa não me faz inteligente e consciente? Nós somos inteligentes e conscientes (modéstia mode off, ha ha) por outros motivos. Mas esse é um preconceito ao contrário que é muito difundido. Putz, pensa bem, não tem como fugir, tem? Se vc não é vaidosa (meu caso), vc é baranguda e não tem amor próprio. Se vc é vaidosa (seu caso), vc é burra e fútil. É como a Dilma ser criticada por ter rugas e papadas e mil coisas que pessoas de 60 e poucos anos tem, mas também ser criticada por fazer plástica pra esconder esses “defeitos”. Damned if you do, damned if you don't. Estamos fadadas ao fracasso!
Espero que vc escreva sobre tudo isso no seu post. Adoro esses diálogos cruzados.
E quem é esse professor de quem falei no post? Pode dizer, não falei nada de ruim dele, pelo contrário. Quero saber se vc sabe!
Paloma, fico feliz que vc tenha gostado. Triste isso, né, de nem saber como é mais seu cabelo. Não sei, pra mim é, porque eu sempre gostei do meu cabelo “natural”. Só passei a pintá-lo perto dos 30 anos, com a chegada dos fios brancos. Eu sempre tento usar a cor mais próxima do natural, mas nunca é igual. Bom, mas se vc encara como problema o seu condicionamento a um padrão, vc já tá no meio do caminho ao reconhecer que é um problema (pra muitas não é). Só dá pra gente se livrar de um problemão quando o reconhece (o que não quer dizer que basta reconhecê-lo pra puft, ele desaparecer). Eu acho fascinante como a gente sabe de tantas coisas racionalmente, e ainda assim não consegue largá-las...
ResponderExcluirMei, é o que eu faço também. Eu me considero bem limpinha, sabe? Lavo o cabelo a cada dois dias, banho todo dia... Não é por não usar salto alto ou estar de batom que vou ser considerada suja, né? Oops, pior que é.
Má, entendo perfeitamente como o meu orgulho por ser “diferente” (não ter orelha furada!) seja parecido com o seu orgulho em ser vegetariana. Mas os seus motivos são muito mais nobres. E sim, claro que é político. Tudo é político!
ResponderExcluirAcho que isso que vc descreve como “bem-estar” é bem parecido com o que a Tina disse sobre sensações. E como isso é importante! Acho que é tudo contraditório mesmo. Principalmente isso de nós, mulheres inteligentes, que entendemos como funciona o condicionamento, a mídia e o capitalismo, não conseguirmos nos livrar de várias coisas. Mesmo que a gente saiba que está errada!
Só acho que vc exagera um pouco quando diz: “Como pensar que me deixa feliz estar bonita algo que me foi imposto, mesmo que indiretamente??”. Porque pensa só: quanta coisa na nossa vida não foi imposta? Um monte de coisa. E ainda assim a gente cumpre tudo direitinho e é feliz. Bom, muitas de nós somos. Eu sou. Tipo, eu sei que minha monogamia é uma imposição, mas gosto dela.
Sobre tentar ser livre numa sociedade que não dá pra ser livre, acho que novamente o caminho é a “sensação” de liberdade. Mesmo que seja ilusória. Ah, adorei seu coment, Má. Não peça desculpas por escrever um tratado! Isso de se vestir igual ser coisa de comunista é algo que sempre me faz rir... principalmente quando vou a um shopping e vejo todas as adolescentes iguais. E eu nem havia me dado conta que o Brasil é um país comunista!
Ale, ah, concordo com tudo que vc diz... Eu também ODEIO quando alguém aparece preocupado com a minha “saúde” por eu ser gorda! Ou pela minha falta de higiene por eu não estar maquiada... Ha, só discordo de vc quando diz que adora conversar sobre esmalte com suas amigas. Eu fujo! Pra mim esmalte de unha tá nos Top Ten dos Assuntos Desinteressantes de Todos os Tempos. A Naomi Wolf diz isso sim, que tem essa vantagem da “vaidade” criar laços entre mulheres. Mas ela tb diz que precisamos criar laços diferentes, mais fortes, calcados não só na aparência.
E de fato, Ale, o seu “degustar” chocolate ficou muito estranho. Degustar chocolate pra mim é quando alguém me oferece UM Bis! (e vc come chocolate perto do seu gato? Taí uma coisa que não reparto com meus gatos: chocolate!).
Lola, acho que não precisa passar duas horas no salão e gastar horrores em produtos diversos para ser vaidosa. Eu me considero vaidosa, me arrumo, gosto de mimos e não faço nada disso! Nem sequer uso maquiagem no dia-a-dia normalmente (até pq no calor da minha cidade, difícil qualquer maquiagem se manter).
ResponderExcluirEu faço apenas coisas com as quais me sinto confortável e gosto de estar sempre arrumada pq assim me sinto bem, bonita, fico até de mal humor qndo estou descuidada e JURO que não faço nada demais (até pq não tenho mto dinheiro para isso).
E o conceito de "mulher feminina" é bem diferente para cada um. Tenho amigas que têm esses hábitos de viver em salão, maquiada, etc etc que me acham mó desleixada. Já minha irmã por exemplo vivia dizendo que eu era vaidosa demais, pq ela não costumava fazer nada além de pentear o cabelo pra sair (taí a vantagem de ter cabelo liso xD).
O bom é se sentir bem consigo mesma. E isso inclui tanto estar bem cuidada como não fazer nada que te encha o saco (eu por exemplo odeio ir em salão de beleza, mas muitas mulheres aaamam!). Enfim, podemos ser direcionadas para esse caminho, mas é um escolha muito pessoal.
Lola,
ResponderExcluirTema complicado.
Porque a gente vai tropeçar em tantos preconceitos de tantos lados...o qeu torna o tema, interessante.
Primeiro: a confusão que vc menciona, a suposta fusão feminismo-ausência de vaidade. Já tive experiências assim, onde amigas se consideravam mais ativistas porque não depilavam a axila.
Eu prego o direito de escolha acima de tudo: pitnar ou não pintar as unhas, depilar-se ou não, usar saltos ou tênis.
A mulher deve ter poder de escolha.
No meu caso, a cada ano me sinto mais vaidosa, mas ainda não aprendi a me maquiar, o que deve significar que nunca vou aprender.
Sou uma refém dos tratamentos pra alisar cabelo. Na verdade, acho todos idiotas, intelectualmente os condeno...mas como a Márcia comentou, renego a p** do meu cabelo desde a infância, e sou bem colonizada nessa questão.
Odeio isso, mas é verdade.
Como ainda tenho que lidar com quilos a mais, não dou conta do meu cabelo...e toca a alisar.;0(
Enfim, "toda a forma de amor vale a pena", o que me irrita são as imposições.
Gabixi, nem sabia que dá pra comprar livro usado pela Submarino! Como faz?
ResponderExcluirMuito boa essa entrevista que vc indicou. Pois é, fico impressionada como as escolas fingem que questões de gênero não existem...
Ana, exato! Eu li a carta da Leila Lopes, e essa frase (“eu não quero envelhecer e sofrer”) foi muito forte. Porque tem muita mulher que foi ensinada a pensar assim! Imagina, se o seu maior patrimônio é a sua beleza, o que vc vai fazer quando ela se for? Porque não dá pra ser bela pra sempre numa sociedade que só valoriza a beleza jovem. Gostaria de acreditar que uma frase tão chocante como essa da Leila seja muito mais comum entre atrizes, mas não tenho certeza...
Eu não acredito que coloquei NAOMI CAMPBELL no comentário. Depois eu digo que estou pirando e ninguém me leva a sério!
ResponderExcluirBem, você entendeu :)
Eu não consigo ser 8 ou 80. Não me sinto escrava da beleza, mas gosto de ter minhas vaidades. Elas fazem parte de quem eu sou.
ResponderExcluirAmo moda, gosto de me vestir bem, e isso tem a ver com a minha personalidade. Acho que moda, assim como muitas outras coisas, é também uma forma de expressão. Assim como a não-moda (como a Lola que não liga para roupas e veste apenas o que é confortável -- não que roupa bacana, bem acabada, estilosa, não possa também ser confortável --, isso também é um jeito de expressar personalidade).
Por muitos anos tive o cabelo curtinho, bem "joãozinho", e isso não me era imposto. Apesar de ir a salão, cuidar bem do cabelo, pintar, usar produtos, etc. Muito pelo contrário: na sociedade machista mulher que é mulher tem que ter cabelo comprido. Quantas vezes não fui em salão e vi o nariz torcido na cara dos cabeleireiros "mas você quer cortar MAIS?".
Também uso óculos, e meus óculos também fazem parte da minha personalidade. São acessórios que dizem bastante sobre mim. São impostos? Não sei. Poderia usar lentes (uso de vez em quando) ou fazer cirurgia. Gosto de óculos grandes, e aro grosso. Também já ouvi muito de vendedor de óptica "mas vc tem o rosto tão delicadinho, que tal óculos pequeninos, de aro fininho, de metal, quase invisível?".
Tenho tatuagens e adoro. Sei que tatuagens são bem mais populares do que antes, mas não estou falando de "estrelinha no pulso" à lá Gisele Bundchen. Tatuagem ainda é tabu sim. Talvez não nos grandes centros urbanos (apesar de que já me olharam feio em SP, e olha que morava na Vila Madalena). Dêem só uma olhada nas críticas às fotos da Fernanda Young para a Playboy e vejam a quantidade de gente que acha suas tatuagens são uma aberração.
Enfim, botei aqui um monte de pensamentos soltos e não tão coerentes, mas é que minha visão da coisa é que dá para encontrar sua própria vaidade sem necessariamente precisar se submeter a botox ou gastar rios de dinheiro em maquiagem de maltrata bicho. Vaidade não equivale à futilidade. :-)
Voltando, acho que o que eu quero dizer é que uma coisa não exclui a outra. Por exemplo, o comentário da Mei:
ResponderExcluir"Prefiro gastar meu tempo (e dinheiro)com livros, fotos, etc etc do que passar horas num salão."
Eu também prefiro gastar meu tempo e dinheiro com livros, viagens, cinema, museus, etc. Por isso pinto meu cabelo em casa, faço minhas unhas em casa, minha maquiagem é de boa qualidade mas pouca, minhas roupas são escolhidas a dedo mas compradas em lojas mais populares do que luxuosas). Dá para ser vaidosa e ser prática e fazer outras coisas "culturais".
Bellei. Acertei?
ResponderExcluirOi Mariana, legais suas colocações. Talvez tenha me expressado mal.
ResponderExcluirOlha só, acho o corpo saradão de exercícios lindo, mas tava falando justamente dos artificiais. Quando uma modelo, enfim, estereotipo da beleza e corpo perfeitos fala dos tratamentos que faz, as pessoas acreditam que ficarão como ela se fizerem e não é verdade. Estou dizendo o seguinte, vc pode gastar todo o seu dinheiro com uma bobagem e ainda por cima não obter o efeito desejado pq as pessoas não contam que fazem cirurgias. É tudo muito, muito falso.
Sobre a maquiagem, sorry, mas estava falando da maior parte das pessoas, que não tem dinheiro pra comprar um kit mac. Eu, particularmente, acho cafona gente hiper maquiada de dia, pra trabalhar e tals, mas nem entrei nesse mérito. Os artistas, mesmo comprando maquiagens boas, precisam cuidar mais da pele, por ficar mais exposta a maquiagem e luzes dos refletores. Qq dermatologista sabe disso. É a mesma coisa que pegar sol com um protetor fodão, ele te protege, mas era melhor vc não pegar sol.
Sobre tattoos e piercings, eu sei que é representativo como qq acessório, quis dizer q não é imposto a mulheres. De forma nenhuma. Nem o desenho, nem a forma, nem o tamanho do brinco ou alargador. É mais democrático, digamos assim. Pode ser modinha de um grupo, mas torna meninos e meninas até mais parecidos do que diferentes. Modinha e tendência sempre vai ter pra quem dá atenção a isso ou faz parte de uma tribo e tals. Vide os meninos emos.
Bem, vou apenas comentar que discordo que a beleza é uma coisa midiática, etc, é claro que a mídia impõe padrões de estética feminina. Mas desde que a mulher é mulher, ela tenta fazer milagres. Li num livro sobre Roma que as romanas almejando serem loiras como as gaulesas bárbaras, passavam nos cabelos uma espécie de pasta para descolorir os cabelos... imagine. E quanto a questão tempo, não sei não se as mulheres pensam assim. Isso porque parece que vocês tem o dom de multiplicar o tempo por quatro (qual homem que fala ao mesmo tempo ao celular dirige e fuma como vi uma mulher fazendo dia desses?)
ResponderExcluirMarcia, que droga isso! Por um lado, o seu pai só valorizava cabelo liso! Por outro, pra sua mãe cabelo crespo era um problemão. Como uma menina pode crescer gostando dos seus cabelos? E ainda por cima vendo que suas bonecas têm cabelo liso, e que, na TV, as atrizes todas têm cabelo liso?
ResponderExcluirAdorei essa sua frase: “vaidade não existe apenas em função da aparência, convenhamos”. É isso mesmo! A gente só tá falando de vaidade em termos de aparência, mas até parece que não existe vaidade intelectual... Pensei nisso quando vi o comentário da Tina sobre a Amélia ter sido uma mulher sem vaidade. Ué, deixar a casa um brinco não é um tipo de vaidade?
Ah, adorei o seu comentário. Posso transformá-lo em guest post? A parte dos seus conflitos com o cabelo? Se vc quiser modificar alguma coisa (ampliar algo, explicar melhor, sei lá), mande um email pra mim: lolaescreva@gmail.com
Vou tirar o seu coment pra transformá-lo em guest post em breve, ok? Mas o copiei. Manda um email pra mim que eu mando o que copiei.
Tina, entra lá no blog da Rita. Vcs têm muita coisa em comum. Pra começar, as duas são umas fofas...
Putz, Loy, que comentário fantástico! Amei. Amei isso de vc saber que alguma coisa estava errada com seu rosto mesmo sem saber o que era. E como o seu irmão é igualzinho, mas é considerado atraente... Acho que não precisa dizer mais nada.
ResponderExcluirIsis, concordo com boa parte do seu coment. Varia muito. E o conceito de “Mulher feminina”, então, varia mais ainda. Mas, no geral, é difícil sair dessa camisa de força, né? Que bom que vc consegue se sentir bem com o que vc faz. Mas vc não acha um pouquinho estranho isso de ficar de mau humor quando não está arrumada? (mesmo dentro do seu conceito do que seja “arrumada”?). Quer dizer, teve algumas vezes que a alça do meu sutiã arrebentou quando eu estava fora de casa e eu não conseguia pensar noutra coisa. Pensava nisso a cada minuto: como todo mundo ia perceber. Mas acho que no fundo as pessoas nem ligavam. Agora, eu ficava assim só quando acontecia um acidente (uma alça arrebentar). Imagina ficar mal por não ter se arrumado? Vc não acha isso preocupante?
Vivien, é complicado mesmo. E contraditório. Como vc diz: vc tem um problema com seu cabelo. Faz tudo pra alisá-lo, desde a infância. E vc odeia isso! Ou seja, vc sabe de tudo isso racionalmente, mas, emocionalmente, não consegue se livrar do que foi ensinada a pensar. Acho também que “poder de escolha” é algo muito relativo. Não sei até que ponto temos escolhas, se fomos criadas pra pensar de um jeito... Quer dizer, temos escolhas, mas elas são limitadas, sempre dentro daquele patamar. Abração!
ResponderExcluirAle, todo mundo entendeu, não esquenta... Eu já devo ter trocado de Naomi vinte vezes no mínimo...
Viviana, não tenho como discordar de nada que vc diz. O que vc entende como moda, penteado, estilo, tatuagem etc deve ser diferente do que muita gente pensa. E vc usa o seu estilo pra se expressar. Entendo que o “meu estilo” (ou falta de) seja também um estilo, também uma forma de expressão. É que dá tão pouco trabalho e custa tão pouco ser “estilosa” como eu...
E sabe, eu tava pensando isso de óculos, porque ninguém mais mencionou. Eu fiz cirurgia pra eliminar a miopia doze anos atrás! E o pior é que nem foi tanto pelo lado estético (mas não vou negar, foi por isso tb). É que eu simplesmente não aguentava mais usar óculos. Eles viviam caindo, eu sempre suei muito, ficavam embaçados, e meu cachorrinho ainda vinha e dava uma lambida neles. Eu viviva limpando os óculos, era um saco! E lentes de contato eu só usei durante um tempo, em SP. Quando vim pra Joinville parei. Acho que pela minha casa não ser limpinha como era a casa dos meus pais em SP... Lembro das lentes sempre cheias de fiapinhos da toalha...
E concordo com o que vc diz sobre tatuagens. Continua sendo tabu ser tatuada à la Fernanda Young. Mas também é meio que um passe de entrada obrigatório pra quem busca um certo tipo de estilo, não acha?
Lolinha,
ResponderExcluirFiquei toda-toda de ser citada no seu post. Que bom que você me acompanha!
Como o assunto muito me interessa, vou dar o meu palpite também. Acho que a questão da vaidade não está nos cuidados de beleza em si. Está na importância que a sociedade, e nós também, que somos parte dela, damos à aparência - isto é, à aparência feminina.
Por que a aparência feminina é um valor? O que a gente ganha sendo linda? Por que os homens não se preocupam tanto com a aparência?
Acho que tem a ver com o fato de que, até as revoluções feministas (conquista do voto, do mercado de trabalho, da liberdade sexual - as duas últimas ainda meio pela metade), os homens "faziam" e as mulheres "eram" (o homem é transcendente, a mulher é imanente, como dizia a Simone de Beauvoir). Se você era (e é) um esportista talentoso, um executivo de sucesso, um político poderoso, seu visual não importava (ou importa). As pessoas te admiravam (e admiram) pelas suas ações e conquistas, não pela sua aparência. Já para as mulheres, cuja "profissão" era conquistar e manter o marido, a beleza era importante - um diferencial. Porque aprender a arrumar casa e fazer comida não eram as competências básicas.
Hoje em dia temos nossas mulheres esportistas, executivas e políticas, mas o ranço da exigência da beleza continuou. E é desse ranço que eu estou querendo me livrar. Porque, quando não estou me preocupando em "ser" bonita, posso me preocupar em "fazer" coisas. Quando eu não estou esquadrinhando meu corpo em busca de defeitos a serem corrigidos com dietas, cremes e plásticas, gosto muito mais dele. Ultimamente tenho prestado muito mais no que o meu corpo pode fazer (correr, andar, sentir, descansar)
no que como ele está (bonito, feio, magro, gordo).
Eu acho que a aparência das pessoas em geral é importante? Acho, sim. Tanto acho que estou disposta a ter todos os cuidados com a aparência que o meu marido, que é o homem mais próximo a mim, tem (ok, da depilação ainda não consegui me livrar). E por enquanto está indo tudo muito bem (minha mãe reclamou, mas ela nunca está satisfeita com a aparência das filhas, então não conta.)
Eu recrimino quem gosta de cuidados de beleza e usa maquiagem? Claro que não, até porque há poucos meses eu também era uma delas. Mas eu gostaria que elas percebessem que não tem nada de "natural" e "inofensivo" nessa construção de feminilidade. Que ela cobra um preço, sim, na auto-confiança, na interação com as pessoas e nas realizações das mulheres.
Ok, não é todo mundo que vai concordar com o que eu disse. Então vou abandonar a minha proposta original, que era convidar todo mundo para lançar seus batons longe (os de chocolate, inclusive - mandem aqui, na minha direção), e sugerir que, ao invés disso, a gente tente diminuir a crítica em relação aos corpos alheios - e aos nossos. Alguém topa o desafio? Acho que só aí dava para aumentar bem nosso nível de felicidade.
Beijos para todas!
Acho que meu feminismo, de modo algum, afetou meu lado mulherzinha.
ResponderExcluirNão sou daquelas mulheres (ou garotas, porque só tenho 20 anos e acho estranho quando penso em mim como uma mulher feita...) neuróticas com a aparência, mas gosto de me embelezar de vez em quando, e assim como o meu comportamento é influenciado pela mídia, o comportamento daqueles que são avessos às convenções também são.
Mas não sou nem de um extremo, nem de outro: salto alto só quando muito necessário, pois tenho hiperidrose (suor excessivo nos pés) e é um saco ficar escorregando pra frente. Rasteirinhas são a salvação e, por sorte, tenho 1,72 de altura.
Antes eu também detestava fazer unha, ou só pintava de cor clarinha, mas agora tomei gosto pelos rosas berrantes e os vermelhos chamativos (só a unha cumpridona que ainda não me pegou), mas como tenho que fazer tudo no salão (incompetência total pra fazer sozinha), manero nos gastos, assim eu arranjo um jeito de comprar dois livros por mes (no sebo) e me arrumar também.
E tenho pircing no umbigo (mas não mostro pra quase ninguém) e to doida pra furar de novo a orelha.
Tudo isso, de modo algum, faz com que eu me submeta ao machismo da sociedade. Faço questão de ser ouvida, de ser levada a sério, de não me deixar intimidar... Enfim..
Vc sabe.
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Só uma coisa: e depilação, mulherada? Pra mim é higine, mas os homens são sujos, então? Porque eles não depilam, não passam pela tortura.
Lola, também já pensei em fazer cirurgia pq como vc diz, cuidar de óculos é trabalhoso. Meus óculos neste momento estão tortos porque eu sentei em cima deles (hahaha). Mas sempre que penso em cirurgia, penso que se não tiver meus óculos algo importante de minha personalidade vai embora, sabe? É curioso isso. Sim, óculos são acessórios, mas eu me sinto como se fosse tirar uma "marca de nascença", que talvez seja algo anti-estético, mas que faz parte da pessoa.
ResponderExcluirOutra coisa que ninguém mencionou é aparelho ortodôntico. Minha experiência: usei aparelho por quase 4 anos, meus dentes eram terrivelmente tortos pq minha arcada dentária é pequena. Tive que extrair 4 dentes para que os outros conseguissem se ajeitar.
Aparelho é engraçado: vc passa anos com aquele treco completamente horrível (sério, óculos e aparelho, as pessoas imediatamente ligam isso à Betty a Feia, né?), para que no futuro seu sorriso seja mais bonito.
Meu caso porém não era só uma questão estética. Estava tendo alguns problemas com dentes tão juntos (tártato toda hora, por exemplo).
abraços!
Lola, quando eu falei sobre a saude eu falava serio, eu faço tudo pra ser saudavel, mas nao pra ser magra!hehe
ResponderExcluirEu tenho 2 irmas e somos muito diferentes, minhas irmas sempre foram lindas dos pes a cabeça, eu "seria linda se fosse magra" essa eh a frase da minha vida! hahahah
Acho que ter que lidar com isso desde meus 5 anos de idade me fez ver que nao importa o quao perfeitas sejam as mulheres, elas sempre buscam algo mais, por isso acho que ate certo ponto eh super saudavel ser vaidoso, os creminhos, um shampoo bom, coisas que realmente gostemos de usar, isso sao prazeres como comer bem ou ler um bom livro, comer, faz parte, mas nem todo mundo eh vaidoso assim, na verdade nao consigo associar isso a vaidade, a maioria dessas coisas so oferecem um momento intimo se cuidando e nao necessariamente torna ninguem mais bonito!
Acho dificil eh limitar ate onde eh prazer pessoal e onde ja vira uma imposição social em algumas situaçoes mas isso tem q ser da consciencia de cada um!
Essa vaidade intelectual eu acho q rola com a maioria das pessoas, quem nunca eh um tiquinho competitivo com isso? O arque inimigo da escola que na verdade era aquele que as notas equiparavam ou dividia as atençoes da professora! haha
Viajei na maionese!
Eu sonhava em fazer tatuagem desde pequena, me desenhava toda com canetinha, minha mae ficava uma arara, quando fiz 23 anos um belo dia cheguei com uma orquidea enorme tatuada em casa. Quase fui expulsa de casa por ela! haha Com certeza nao foi modinha de modelo!
beijocas
Viviana, também acho que uma coisa não exclui a outra, em parte. Mas, querendo ou não, gasta-se tempo (que os homens não gastam!) pintando as unhas, seja em casa ou num salão. A imagem que usei pra ilustrar esse post mostra bem isso: não dá pra ler e usar rodelas de pepino nos olhos (como eu já fiz várias vezes, sem resultado!) ao mesmo tempo. E, bom, tudo bem gastar tempo com isso. Até parece que a gente não gasta tempo com milhares de besteirinhas no nosso dia a dia.
ResponderExcluirRita, sua cretina! Acertou! Como vc sabe? Vc nem tinha aula com ele! Ou tinha?
Marcos, mas eu não disse que beleza é uma coisa apenas midiática. Padrões de beleza são culturais, e a mídia faz parte da cultura, não? Não dá pra achar que as imposições que as mulheres romanas sofriam são iguais às nossas. Uma coisa é certa: nunca uma mulher esteve tão exposta a imagens do padrão de beleza. Vemos milhares de imagens todo dia dizendo como uma mulher deve ser. Se isso não é lavagem cerebral pra romana nenhuma por defeito...
ResponderExcluirLud, ah, ótimo comentário. Claro que eu te acompanho! Eu até deixo comentários no seu blog! Interessante isso do ser vs. fazer. Mas por que persiste tanto essa noção que uma mulher, acima de tudo, precisar ser? E não fazer? Até uma médica precisa ser bonita! Até uma presidente.
Acho que perdemos muito tempo em “ser”. Aliás, acho que perdemos mais tempo ainda reclamando do que não somos. Olha a energia e o tempo que gastamos odiando nossos corpos. Isso mina toda a nossa auto-confiança, não dá pra negar. A sua sugestão de ser menos crítica em relação aos corpos alheios, começando pelo nosso, é excelente.
Lola, voltando às sensações: estou falando de tato, sensibilidade, de minha percepção de como está minha pele. Só isso. Adoro minha pele macia. Ontem mexi com tinta e hoje passei o dia todo me enchendo de creme pra hidratar as mãos, que ficaram ásperas. A sensação agora é ótima, estou com mãos mais macias do que pela manhã; passo-as pelo cabelo e não me arrepio com o contato áspero. Só isso. Não tem nada a ver com sentimento de ser aceita... aí você força um pouco a barra. Sobre depilação: também me depilo quando estou sem saias, durante o inverno. Acho que não é impossível que uma pessoa simplesmente se sinta bem com um produto ou ritual. Quando eu fiquei de licença-maternidade, cuidando da Nina, fiquei deprimida por não ter tempo pra esses cuidados: vivia de moleton, cortei o cabelo curtinho, não fazia as unhas. Não era meu jeito de ser: eu gosto de cuidar de mim. Mas é o da Amélia, sim (quem gosta de luxo é a "outra"): http://migre.me/dRJC
ResponderExcluirLola, concordo com quase tudo que você escreve, mas discordo quando você coloca a mulher como uma pobre vítima. Quem disse que a mulher não avalia? Ela avalia sim, e de uma maneira muito mais cruel. Ela avalia a conta bancária do homen. O que é pior num mundo capitalista como o nosso? Num país com tantas desigualdades? Os homens avaliam sim se a mulher é bonitinha, se está em forma, ele não é exigente, não liga para detalhes como celulite, estrias, roupa de marca, etc. E eles não ligam pra conta bancária da mulher. Eu sei que isso pode ser porque ele quer estar por cima, mas não consigo achar isto pior do que o preconceito de classe feminino. Até parece que mulher tem nojo de pobre. Sou médica e onde trabalho os médicos se envolvem com auxiliares de enfermagem, enfermeiras, etc. As mulheres jamais. Elas ignoram os homens que tem posições inferiores.
ResponderExcluirEles são invisíveis pra elas. Quer coisa mais cruel? Acho que a pessoa
não é menos feminista se cuida da aparência. O ser humano sempre apreciou o belo. A natureza bonita, um quadro bonito, uma música bonita, etc. Por que não um ser humano bonito? Agora isso vale tanto pra homens quanto pra mulheres. Se a mulher não cobra beleza dos homens é porque se interessam por outras coisas como conta bancária, posição social, etc. Só as mulheres mais fúteis exageram na busca pela beleza.
Lola, respondendo às suas respostas (eita discussão boa!).
ResponderExcluir1. "(Tatuagem) também é meio que um passe de entrada obrigatório pra quem busca um certo tipo de estilo, não acha?"
Então, eu acho que fazer tatuagem é buscar um estilo, mas não concordo com o lance da obrigatoriedade. Eu entendo o que você quer dizer, que quem quer ser "moderninho" necessariamente tem que ter piercing e tatuagem, e concordo que isso existe. Mas não sempre.
Eu encaro tatuagem como forma de arte. Gosto de arte, de desenho, desde criança. Arte em papel, em tela, em parede e, por que não, em pele.
Claro que cada um tem seu próprio "approach" com tatuagem. Tem gente que faz para ser moderninho. Tem gente que faz como uma forma de homenagear alguém, ou para marcar uma parte importante da vida. Tem gente que faz por estética pura e simples, porque acha bonito, independente de clubinhos ou rótulos.
Assim como acho que nem toda feminista tem que ser gorda, feia, descuidada e lésbica, nem todo mundo que tem tatuagem tem que ser modernete. Isso não quer dizer que não existam feministas gordas, feias, descuidadas e lésbicas, ou que não existam gente que tem tatuagem só para ser modernete.
Um dos meus livros favoritos, "Ciranda de Pedra", a Lygia Fagundes Telles escreve algo como "seres humanos não vêm separados em tubinhos etiquetados como substâncias em aulas de laboratório de química". Ainda bem, né?
2. "Até parece que a gente não gasta tempo com milhares de besteirinhas no nosso dia a dia."
Para muita gente isso não é "besteirinha" e talvez o uso desta palavra mostre um pouco de preconceito. Novamente, ligando vaidade à futilidade. Claro que eu gasto tempo pintando a unha. Mas é um tempo que eu gasto para mim, para me cuidar, para pensar na minha vida. Pode ser terapêutico. Pode me fazer bem. Ó, eu faço trabalhos manuais. Faço crochê, tricô, costuro, e isso me acalma também. Sou introspectiva, gosto de pensar na vida tendo as mãos ocupadas. E preciso de cores em minha volta. E uma dica: normalmente pinto unhas assistindo a um bom filme em DVD! ;-)
abraços!
Olha. Eu acho que tu generalizou vaidade.
ResponderExcluirNão sei se me encaixo no estereótipo vaidoso. Primeiro porque meu cabelo já é liso, aí eu passo no máximo 20 segundos penteando por dia (isso é sério). Mas eu acho que não teria saco pra fazer outra coisa. Pinto o cabelo de vermelho - mas, um, nasci loira, estou obviamente fugindo a um padrão (embora não seja por questões políticas e sim de eu achar que combino mais com cabelo vermelho) e, dois, só perco os 5 minutos passando a tinta e os 5 minutos tomando banho, já que os 30 de espera podem ser preenchidos com todo tipo de coisa. E gosto de sapatos, aliás, adoro sapatos e adoro vestidos, gosto de combinar, muito embora não saia na rua como está na novela nem como está na VOGUE. Num aspecto sou vaidosa, porque gosto de estar bonitinha no meu padrão de bonitinha, que descobri, graças a muitos olhares de estranhamento na rua, não ser um padrão dos mais pluralizados. No outro aspecto eu não me encaixo na tua definição sobre vaidade e sobre construção, já que a minha vaidade não está ligada aos padrões (pesar 40kg, clarear o cabelo etc). Obviamente foi mais construída que a vaidade do namorado, que se resume a preferir os cabelos dele encaracolados e de usar camisas pólo com jeans e All Star. Eu fui mais criada pra isso do que ele, como todas as mulheres e todos os homens. No entanto, não fui da mesma forma que todas as mulheres, nem alguns homens que eu conheço foram da mesma forma (tenho amigos que passam mais tempo num dia cuidando dos cabelos e sobrancelhas deles do que eu passo num mês). O que é uma faca de dois gumes, pois, se eu não fizer isso, sou pressionada; se homens fazem isso, são humilhados. Mas enfim. Não é o ponto. Acho claro que seja uma construção, mas acho que é generalização declarar esta construção como se ela excluísse a veracidade do nosso gosto. Um homem que adora roupa não tem uma afeição mais sincera do que a minha só porque eu tive mais pressão para gostar. Conheço mulheres que gostam de andar bem vestidas porque assim vão agradar outras mulheres e homens, e igualmente conheço mulheres e homens, como eu, que gostam de andar bem vestidas no nosso mundinho particular onde andar por aí de meia calça branca e vestidinho vermelho de bolinhas é estar bem vestida. Por ser social, por ser construído, não é imediatamente descartável ou censurável. A obsessão com vaidade e a opressão baseada em vaidade são condenáveis; uma moça adorar usar vestidos porque gosta do que vê no espelho, não. Desde que ela não seja cobrada pra isso.
Vi uma guria dizendo que a Geisy Arruda merecia ser xingada por usar aquele vestido curto mesmo sendo gorda. Sempre vejo alguém dizendo esse tipo de comentário. Algumas vezes já falei (alguns com embasamento estético, tipo a minha crença de que ninguém, pese 20kg ou 100, fica bem de barriga de fora ou calça branca), até. Isso é uma "vaidade" condenável, discutível, execrável. E as ações-irmãs disso, como "esse cara se veste bem, deve ser viado", "essa mulher é gorda, é uma relaxada, não se cuida", também.
Não acho certo diminuir uma coisa construída a ruim em vez de lutar para torná-la aceitável para todos. Que um homem possa ser tão vaidoso quanto uma mulher sem ser considerado gay (principalmente, que gay não seja uma ofensa) e que uma mulher possa não ser vaidosa e não ser melhor ou pior por isso.
Blablablá.
Lola, é incrível, tudo o que você disse em seu post é exatamente o que meu marido repete para mim diariamente. Com ênfase na questão do tempo gasto. Ele não acredita que eu sou capaz de perder tanto tempo com unha, maquiagem, cabelo e tudo mais.
ResponderExcluirEu sou bem vaidosa, e nesse aspecto eu realmente sinto que 'ignorance is bliss'. Eu não entendia muito essa parada de influência social, de construção do gênero feminino através da vaidade, até eu vir morar aqui (estou na India).
Porque aqui eu vejo o que as mulheres fazem para ficarem bonitas e quase tenho uma síncope, juro. A algumas coisas eu me adaptei contra a vontade, tipo, não tomo mais sol e acabei empalidecendo. Os indianos e indianas quase vendem a alma pra comprar produtos que clareiam a pele. É realmente um absurdo. Daí que eles acham o tom desbotado da minha pele 'legal'.
Uma coisa que eu me nego a me adaptar por aqui é: depilar o braço. Não falo do sovaco, aqui elas depilam o braço inteiro. Eu deixo cabeludo. Quando dá eu descoloro. Já recebi muitas sugestões para depilar o braço, e são tantas que eu já me vi tentada a fazer. Porque o chato de ser diferente é que você é cobrada por isso o tempo todo. 'Creeeeedo, o seu braço é cabeludo', eles me dizem, em uma reação bem parecida à dos brasileiros quando vêem uma perna feminina cabeluda. Mas eu ainda não vejo muita vantagem em ceder a esse tipo de pressão.
A Tina falou da Amélia aí acima, e eu lembrei de um fato que tenho notado aqui: na verdade, a minha vaidade é vista como uma afronta. Porque eu sou casada. Tecnicamente, eu deveria ter morrido para o mundo e estar me dedicando só e somente só ao marido e à família dele. Mulher casada não sai às ruas, mulher casada não faz ginástica. Mulher casada só tem direito a duas coisas: 1. ficar calada; 2. virar uma árvore de natal nas festas de família (saindo por aí coberta de ouro pra todo mundo olhar e pensar 'noooossa, como o marido trata bem dela'). Nesse contexto específico, eu me vejo como alguém que burla a regra. E é, lógico, taxada de puta. Porque mulher decente não usa maquiagem. Mulher decente não faz ginástica. Mulher decente não se arruma bem pra ir ao trabalho. É interessante notar como essas construções se dão, aqui e acolá.
Lolinha este teu post rende muita discussão hein...
ResponderExcluirVc disse "acho que vc exagera um pouco quando diz: “Como pensar que me deixa feliz estar bonita algo que me foi imposto, mesmo que indiretamente??”.
Pois é, na verdade isto tudo é em teoria, pois nem me sinto mal por me sentir bonita me arrumando não...:)
Acho o que vc disse dessa "sensação de liberade" super real..Penso que essa é uma possibilidade..
O que nesses debates acho ser curioso é o fato disso tudo não poder se quantificar. (o que é extremamante diferente de se relativizar..tipo não se mensura então logo tudo é válido).
Pois esse bem-estar e equilíbrio, dependendo da pessoa, sei lá, que gasta 5 mil por mês em roupas, siliconada, vítima da moda pode muito bem se sentir "equilibrada" e num bem-estar sendo desse jeito né..rsrsrs
O fato é, desde que haja uma gritante imposição e desigualdade, a liberdade é restrita (liberdade restrirta é estranho ,,mas), meio que indivudualizada, entende?
Daí o debate smpre ser "eu me sinto bem",,pois qq um pode se sentir bem independente de ser vítima da vaidade ou não...
Por isso a complexidade me parece..rsrs
Beijão Lola e parabéns pelo post, adorei!!
Lola,
ResponderExcluirsou naturalmente vaidosa, devo ter trazido de outra encarnação, sei lá, já que minha mãe e irmã não são muito, ou no caso de mammys quase nada. sou quase perua, mas mantenho sobre controle hoje em dia, gosto mais de livros do que de sapatos p.ex, então gasto muito mais numa livraria do que com roupas. acho mesmo chato papo de salão e o tempo que gasto lá, mas adoro o resultado. acho besta que só todo mundo querer ser uma gisele bundchen, o belo é a diversidade, então quero ser o mais belo de mim que der, com menos neuroses, afinal tb adoro comer. o bom é chegar no meu equilíbrio, mas a gente só aprende a não ser controlado pela mídia quando se conhece e é mais adulta mesmo, acho eu. aprendemos a lidar melhor com essa pressão externa. bj
Achei o comentário da Devathai interessantíssimo. Como em muitas culturas machistas mulher arrumada/vaidosa = puta. Sob essa ótica, pode-se até relacionar a falta de vaidade à inferiorização da mulher frente ao homem. Sabe aquela pergunta de homem "Tá tão arrumada, vai sair?" como se a gente não pudesse se arrumar pra ficar em casa.
ResponderExcluirIsso me lembrou que quando eu tinha uns 10 anos eu peguei um batom da minha mãe e passei para ir à escola. Minha avó viu e me mandou tirar, super brava. Não para dizer "ó, vc não precisa de batom para ser bonita" ou qualquer outra lição ligada à auto-estima, era mais "vc é menina direita, e menina direita não sai de casa com maquiagem". Nessa ser vaidosa é ser revolucionária, rs.
E o papo segue, interessante.;0)
ResponderExcluirLendo os comentários, gostaria de insistir em um ponto: acredito firmemente que as escolhas devem ser respeitadas.
Ser perua, discreta ou exótica deveria ser respeitado por todos.
Dizendo isso, não digo necessariamente que acredito que as escolhas são livres. Todas as escolhas estão atreladas à produção cultural e às imposições sociais do momento, seja para ratifica-las ou retifica-las.
Oi Lola,
ResponderExcluirEu acho que o importante e fazer o que se gosta. Para isso todas nos temos que passar por uma especie de auto conhecimento para saber identificar onde termina a decisao pessoal de cada uma e onde comeca a pressao da sociedade.
Eu gosto de me arrumar, mas o que eu gosto de vestir nao se enquadra no padrao "patricinha" imposto por terceiros.
Eu nao ligo para moda, nao sei quais sao as ultimas tendencias, e tenho a seguinte estrategia: calcas, saias, sapatos, e bolsa sao em cores neutras. Blusas e afins sao coloridos. Assim meu guarda roupa e minimo e a maioria das pecas combina entre si.
Aqui nos EUA tive que comprar sapatos especificos para a estacao, entao agora tenho: 1 sandalia bege, 1 preta, 1 bota marrom, 1 bota preta, 1 sapato "forrado" por dentro. Contando havaianas e tenis da academia tenho 7 sapatos, menos do que o meu marido! :)
Tenho uma unica bolsa, que uso ate ficar acabada. Maquiagem so quando estou a fim. Gosto de depilar as pernas e adoro fazer unha, mas so faco no Brasil porque aqui e muito caro (eu amo mais o meu dinheiro e sou meio/bem pao dura).
Eu acho que cada pessoa tem o seu proprio entendimento do que e ser "feminina", e contando que voce se respeite tanto faz usar jeans e camiseta ou altas producoes. :)
Beijos,
Marcela
Pois é, Viviana, essa coisa da sua avó é totalmente a coisa dos indianos! Eis a lista do que pode:
ResponderExcluir1. andar de cabelos presos (rabo ou trança);
2. usar trajes indianos (sari ou salwar);
3. usar cremes pra clarear (pele clara é a meta de praticamente todos);
4. depilar tudo que estiver à mostra, e é ofensivo sair com o bração cabeludo que nem o meu por aí
5. usar muito, muito ouro (mas não é pra enfeitar a mulher, e sim pra mostrar o status da família dessa mulher);
Mas NÃO pode:
1. Fazer ginástica (se quer cuidar do corpo é pq é puta e tá doida pra arrumar amante);
2. Usar maquiagem (salvo em alguma ocasião importante, mas a ênfase tem que ser no ouro que a mulher carrega, e não na maquiagem);
3. Sorrir (pois é, já me disseram isso, juro - parece que sorrir indica que vc é uma mulher fácil)
4. Olhar em algum homem nos olhos (já perdi a conta das vezes que pensaram que eu estava dando mole porque eu estabeleço o tal do eye contact);
5. Usar roupas ocidentais - mulher moderna, aqui, é taxada de puta sem dó nem piedade;
6.Se alegrar porque tá grávida, ou mostrar a gravidez. Quando uma mulher está esperando um bebê, ela é totalmente ignorada por todo mundo. Ninguém sabe, ninguém viu. Elas geralmente escondem o fato até que a barriga comece a aparecer, e não é raro vê-las saindo do trampo para completar a gestação em casa, e o motivo? Medo de alguém descobrir que elas fizeram sexo.
Ahhhh, a lista é tão grande, mas sabe que vc falando da sua avó eu me lembrei da minha, que tinha uma visão bem parecida, eu hein...
eu amei esse post! se tem coisa que mais me dá raiva é a mulher ter que ser perfeita enquanto o homem faz muito em ser homem.
ResponderExcluirsou jovem, 19 anos. tenho minhas vaidades, mas eu diria que elas são bem anormais ou fora do padrão se comparadas às meninas de minha idade. eu vou pra faculdade de calça rasgada, regatinha e chinelo. maquiagem? um gloss só pra boca não queimar. fico em choque em ver como as meninas vão vestidas para assistir a uma aula! se produzem, salto alto, maquiagem, chapinha, roupa da última moda e ai daquela que não estiver arrumada. eu dou graças a Deus de não ser assim, pois cada vez mais as próprias mulheres me provam como elas gostam de ser classificadas de objeto.
não estou aqui para falar mal, porque eu apoio a mulherada sempre que conveniente. sei que tem muita influência por trás disso, desde antigamente até a mídia atual. porém, a escolha é a gente que faz. mas penso que a mulher só vai ter seu devido respeito quando se der valor ao que é, não ao que parece/quer/tenta ser.
Oi Lola,
ResponderExcluirEu concordo com vc em partes. Não sou de me arrumar muito. Não me depilo com cera. Aliás, quase não me depilo, rs. Sempre saio de cara lavada e cabelão crespo solto, espantando todo mundo e muitas vezes sendo ofendida dentro do ônibus, tipo "vai fazer uma chapinha, baranga". Enfim... Mas eu sou do tipo que paga R$80,00 num penteado para ir num casamento, por exemplo. Penteados enooormes que deixam meu couro cabeludo doendo 3 dias seguidos. Porque acho as esculturas que meu cabeleireio faz no meu cabelo maravilhosas. E valem cada centavo do que eu paguei. Porque não é simplesmente um cabelo amarrado. Aquilo pra mim é um trabalho artístico. Mesmo que depois de algumas horas eu vá desfazer. Talvez eu valorize isso por ser musicista, sei lá. Só sei que, se não doesse tanto e não fosse tão caro, eu faria todos os dias.
Bjs
Tuanny
Ahh, depois de ler a maioria dos comentários, percebi que "chovi no molhado" hehe.
ResponderExcluirE também não ficou muito clara a relação do ser musicista com o penteado. Bem, tem a ver com o fato de que tanto a música quanto o penteado não tem utilidade nenhuma. E as coisas simplesmente não precisam de utilidade.
Gostaria de escrever mais, mas eu sou muito confusa. me perco nas minhas idéias. Deixa pra lá
;*
Sobre feministas vaidosas: A coordenadora do meu programa de doutorado aqui na Espanha é feminista militante, é presidente do Instituto da Mulher da cidade, está vinculada ao movimento feminista faz tempo e é uma verdadeira Barbie. A gente (meu marido e eu) tem uma piadinha maldosa e a chamamos em casa de Barbie da terceira idade. Brincadeiras a parte, a Esther é super loira, nunca a vi sem estar maquiada e com a roupa toda combinando, mas nunca me passou pela cabeca q ela seja menos feminista por isso. Independente da ideologia as pessoas tem gostos pessoais e acho essa desmistificacao do feminista da perna cabeluda. Vi uma vez um documentário feito por uma alema falando sobre mito da beleza e tal, excelente, mt interessante. Pena q nao lembro o nome.
ResponderExcluirCom certeza é preocupante. Até porque quando encucamos com algo assim é, quer queira quer não, por preocupação com o que o outro vai pensar. Se beleza ou vaidade não fosse algo tão importante na nossa sociedade todo mundo sairia por aí de qualquer jeito.
ResponderExcluirMas diga, Lolinha, como mudar uma coisa que nos foi empurrado desde cedo? Porque eu acho que a minha falta de preocupação excessiva com beleza vêm do fato de que ninguém me ensinou assim em casa (minha mãe é linda naturalmente então quase não se arruma e não nos ensinou como se arrumar), mas pressão externa taí e claro que isso nos afeta. Ainda mais quando a pessoa não nasce com aquela beleza que é imposta. Por isso mesmo nunca julgo ninguém vaidoso, ele está querendo apenas se ajustar e não podemos culpá-lo - no mundo onde a gente vive pessoas consideradas bonitas são em geral tratadas melhor do que pessoas consideradas feias, principalmenteno no primeiro contato (quando não dá pra sacar a personalidade da pessoa, se ela é legal e td mais).
Ah, e esqueci de comentar sobre a parte de modificações corporais (tatuagem etc). Eu adoro, pretendo me tatuar um dia. Já de piercing não sou muito fã. Acho que tatuagem é mais uma forma de se expressar, mas acho qualquer modificação extrema exagero. Acho lindo mulher tatuada, tatuagem é forma de arte, não existe forma melhor para expor sua personalidade e tals.
Acontece que mulheres com tatuagens em locais geralmente masculinos (braço, por exemplo), com tatuagens maiores e/ou mais diferentes (que não sejam as básicas estrelinhas e borboletinhas) sofrem muito preconceito.
Não necessariamente um cara tatuado vai ser taxado de marginal, mas necessariamente olham torto para uma mulher tatuadona. Por mais que ela seja extremamente feminina, bonita (ai, difícil usar esses adjetivos que são diferentes para casa pessoa) é considerada meio maria-homem.
Até isso a gente não pode fazer em paz.
Oi Lola,
ResponderExcluiradoro estes posts!
Bom, nunca fui muito vaidosa, mas desde a adolescência que gosto de unha vermelha (faço eu mesma a unha em casa).
Nunca tive paciência pra cremes e rituais de beleza, mas depois que vim morar na Alemanha, isso mudou um pouco. Com o frio, tive que cuidar da pele e do cabelo; passo hidratante no corpo todas as vezes que tomo banho. Também fiz a sombrancelha pela primeira vez, com 29 anos, mas acho que foi mais uma questão de curiosidade, não porque senti obrigação.
Houve uma época em que comecei a ler muita revista feminina e um blog sobre moda, mas depois (aí seus posts e os de Denise-SdE- têm muito crédito nisso) percebi o quanto estava sendo influenciada por tudo aquilo - apesar dos meus 30 anos!
Muita coisa entra mesmo guela abaixo, sem nos darmos conta. Meu olhar hoje é mais crítico. Até dou uma olhada, uma vez ou outra, em revista feminina, mas é muito raro, e no final sempre acho uma bosta, falta conteúdo e sobra: produtos e mais produtos que fazem "milagres", uma nova moda à cada semana e os tais "must have".
Gosto de roupa, bolsa, sapato, etc etc, mas acho que estou ficando mais consciente do que realmente "preciso", "desejo".
E só pra encerrar esse papo das revistas (não quero com isso crucificá-las, mas que elas têm um papel muito decisivo nessa questão vaidade feminina-consumismo desenfreado, ah tem!), hoje leio a Bitch (www.bitchmagazine.com), que é uma revista feminista sobre Pop Culture. A-D-O-R-O!
Lola, seus posts sobre economizar dinheiro me fizeram muito bem. Obrigada.
Bjocas,
Chant
Lola, como acho seu e-mail?
ResponderExcluirOk, ok, já vi o endereço.
ResponderExcluirLola,
ResponderExcluirEu tô entrando na discussão atrasada, perdi o timming acho, mas apesar do post estar muito rico, tem uma coisa que não foi abordada. Acho que tem um prazer físico em algumas coisas ligadas à vaidade, sim. Por exemplo, eu adoro creminhos para os pés, porque além de deixá-los mais bonitos e hidratados, a sensação de massageá-los enquanto aplico é deliciosa. E é só minha, não faço por ninguém, eu que sinto a textura e o perfume. Para a maquiagem, vejo a coisa das cores como muito lúdica. Usar o próprio rosto como tela para colorir, pelo menos pra mim, é muito divertido.
Mas não estou aqui querendo negar tudo o que foi dito, porque é importantíssimo a gente saber criticar, e saber o que quer. E tem horas que vai me dar mais prazer massagear meus pézinhos e dar banho de creme nos meus cabelos do que ler um livro, desculpaê quem se choca e me acha fútil por conta disso... Então, pessoalmente, eu topo fazer o que me dar prazer. Sapatos de salto agulha e depilação com cera não me trazem prazer algum então eu descarto mesmo.
Incrível. Amei
ResponderExcluirEm uma comunidade de orkut que participo, é composta basicamente de mulheres, é uma comunidade tipo que ensina a fazer coisas artesanais e tal. Criaram um topico pra divulgar um exercicio que afina a cintura em 3 minutos em 1 centimetro. Toda ficaram loucas fazendo e se medindo e algumas super frustradas pq nao diminuiram o tal 1 centimentro. Postei várias coisas sobre essa busca incessante de vaidade e coisas que comentamos aqui no seu blog e tals...Fui recebida com várias pedras e comentarios de: (tudo sic)
ResponderExcluir"Todas as pessoas valorizam pessoas harmônicas, isso é um fato humano que sempre existiu, e isso não quer dizer que inteligência, senso de humor e outras qualidades não sejam valorizadas.
Pessoas que se cuidam em geral se sentem melhor do que pessoas descuidadas, e confiança é um fator que influencia e muito conquistas pessoais.
Os homens também se preocupam em se cuidar, mas eles não tem tantos artifícios quanto nós mulheres, como maquiagem, mais modelos de corte de cabelo e roupas, etc...
Sempre somos julgados pela aparência, pois NÓS sempre julgamos as outras pessoas pela aparência também!! Se uma pessoa por exemplo se acha muito inteligente e não fútil, podemos perceber que na maioria das vezes ela não vai se aproximar daquela garota que anda sempre no shopping e usa outras roupas de marca, pois pela aparência, achamos que essa menina pode não ser inteligente, e sim somente fútil...
Nossa falei demais mesmo, mas esse questionamento para mulheres não pensarem em aparência acho a maior baboseira do mundo..."
"acho esse papo o mais banal do mundo :P todo mundo fala e fala disso, de beleza interior e blábláblá, mas no fundo no fundo, ninguém quer ser feio."
"Eu sou obcecada pela perfeição, não nego." [tentei colocar italico e nao consegui]
ai Lola, é triste, é desestimulante, dá vontade de chorar. (Ta que qualquer coisa me faz chorar), mas É FODA! =(
Putz, é f*da mesmo, Dani. Horrível. Mas esse comentário que vc pinçou é hors concours:
ResponderExcluir"Os homens também se preocupam em se cuidar, mas eles não tem tantos artifícios quanto nós mulheres, como maquiagem, mais modelos de corte de cabelo e roupas, etc...".
Esse argumento é muito legal! Ha ha, o problema dos homens, tadinhos, é que faltam-lhe artifícios! Mas pra gente surgem artifícios novos todos os dias. Vc viu essa última de cirurgia estética vaginal, pra deixar nossa vagina com a aparência da de uma menina de 12 anos?! Já virou moda! Somos tão sortudas por termos todos esses artifícios!
Lola este seu post está bem de acordo com uma criatura que vê a vida e o mundo de forma evoluída, leve, necessária. Li muitos dos comentários. Na semana passada, para ir na formatura da minha filha, tive que entrar numa loja chic, comprar um vestido.
ResponderExcluirDepois fui fazer cabelo e maquiagem.
Foi tudo muito constrangedor pois é um mundo esquisito este que faz da vaidade a ideologia. Adorei ver a minha filha se formar mas fico muito estressada quando preciso virar essa mulher enfeitada que não sou. Quanto a essa cirurgia que vc menciona aí acima, e aquela para "corrigir" lábios acho que é fim dos tempos mesmo.Acho que a mulher na sua extrema vaidade está se transformando numa idiota ao querer cirurgia para "embelezar" a sua genitália. É difícil acreditar que um cérebro possa existir para pensar em cirurgias desta natureza.
É Lola, tô desanimando, tô me sentindo muito estranha num mundo estranhíssimo. Bj da Fatima/Laguna
Me identifico, menina. Me identifico. Mas eu até desejo ser mais vaidosa, sabe? Há essa vontade dentro de mim... Mas eu não consigo.
ResponderExcluirAi gente fico feliz de ver que desde criança sou uma revolucinoaria(rsrs) nunca gostei de ser padrão de nada, já fui abandonada pela minha mãe na casa de uma tia durante uma noite pelo fato de não querer usar uma sainha rosa,eu tinha 5 anos aninhos e lembro como fosse ontem..
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá, acompanho seu blog a pouco tempo e me peguei lendo posts antigos, o que não faz com que eles não mereçam serem lidos... rs
ResponderExcluirEntão, sempre achei besteira ficar 'rotulando' ou pior se 'auto-rotulando' feminista, revolucionária porque acho que não há nada de concreto nisso. Eu sou comunista, isso é concreto diferente de ser revolucionário, perder tempo se auto-rotulando é coisa para pseudos: pseudos-revolucionários, pseudos-feministas... Eu não me considero feminista por achar que o que deve nos unir é classe social, é a luta de classes, mas tenho 'posições feministas' enfim... Tenho um blog sobre maternidade, política e etc e um postei fotos de pessoas grávidas que achei muito bem vestidas e tal )sempre gostei de moda e de trabalhar com isso)mas eis que surge meu marido falando que o post era incompatível com meu blog, pq parecia post de mulher burguesa... E eu fiquei dias pensando sobre isso e cheguei a conclusão que eu não preciso deixar de gostar de moda, deixar de ser feminina para ter uma posição política, para poder defender o que acredito e acho até besteira ficar separando e rotulando o que é o que, o importante é aquilo que a gente acredita e luta...