Todo mundo que leu minha cri-crítica do trailer (na realidade, era um teaser) sabe que eu não dava um tostão furado por Avatar. Fui ao cinema meio arrastada, sem vontade de assistir ao mega arrasa-quarteirão, só pra poder ver algum filme no final de semana. E me rendi completamente. Desde os cinco minutos iniciais, fiquei hipnotizada. Entrei sem querer naquele universo todo, mas entrei legal, como se estivesse num daqueles caixões do filme onde os personagens assumem seus avatares e não têm olhos pra mais nada. Amei. E vou lamentar sempre não ter visto essa joia em 3D, que deve ser sensacional.
Também é de se lamentar que James Cameron não filme com mais frequência. Foram doze anos desde que ele se declarou no topo do mundo ao levar o Oscar por Titanic. Neste meio tempo ele, que é canadense e estava no processo de se naturalizar americano, desistiu da cidadania após a reeleição do Bush, em 2004. E a sua ideologia pode ser vista em todos os seus filmes, que sempre têm grupos de idealistas lutando contra corporações gananciosas (Aliens, Exterminador do Futuro 1 e 2, O Segredo do Abismo). São grupos que pertencem ao sistema mas que se rebelam contra ele. Outro ponto em comum na obra de Cameron são as personagens femininas fortes, inclusive fisicamente. True Lies e sua estreia na direção, Piranhas 2, sejam talvez as duas únicas exceções. Não por coincidência, são também seu ponto baixo. Mas Titanic não esconde que os ricos são os vilões da história. E Avatar mais parece um panfleto contra a exploração. Não é que eu adorei o troço só porque ele defende tudo que eu defendo. Eu posso amar filmes que não têm nada a ver com a minha linha ideológica (Bastardos Inglórios, por exemplo; aliás, todos do Taranta). Mas sim, é muito mais prazeroso admirar uma obra que vai contra a corrente que uma que reforça o status quo.
O filme se passa 150 anos no futuro, num planeta chamado Pandora. Como a Terra é descrita como um planeta moribundo, os homens brancos que falam inglês americano vão sugar recursos de outros lugares. Pandora possui um mineral raro vendido por 20 milhões o quilo. O problema é que também tem gente que mora lá, os Na'vi, nativos grandões que vivem em harmonia com seu habitat. Pra poder explorá-los melhor, uma grande corporação manda cientistas para pesquisá-los e fuzileiros navais para coagi-los a "colaborar". Os cientistas, liderados pela chefa Sigourney Weaver, até são boa gente, e criam alguns avatares (que misturam características nativas com o DNA da pessoa que vai assumi-lo) para poder se infiltrar entre os Na'vi. O lindão Sam Worthington (que causou sensação com Exterminador do Futuro 4, mas eu vi primeiro num Macbeth australiano) é um fuzileiro paraplégico que aceita fazer o trabalho em troca de pernas novas. Sim, no futuro ninguém que tenha muito dinheiro será paraplégico. Acontece que Sam rapidamente gosta mais do seu avatar que da sua vidinha militar. Além do mais, ele se apaixona por uma Na'vi, interpretada por Zoe Saldana, a mesma que faz Uhura na nova geração de Star Trek. E aí começa um conflito de interesses: Sam serve a uma corporação que vai tirar de qualquer jeito o que os Na'vi têm, queiram eles ou não, mas ele sente-se mais alienígena que terráqueo ― o que não é incomum. Já vimos o herói branco se identificar mais com o “inimigo” e lutar ao lado dele em Lawrence da Arábia, Dança com Lobos, O Último Samurai etc. O chato é que ele é sempre o salvador da lavoura.
Mas Avatar complica um pouco a situação. Primeiro que, sozinho, Sam não é nada. Aliás, até que ponto ele é um homem branco, se seu avatar é o de um nativo? Ele passa por um intenso treinamento de três meses até se tornar um deles, e não quer voltar atrás. Segundo que não é bem ele que salva a pátria Na'vi. Não posso falar aqui quem ou o que é porque seria um spoiler. Você vai ter que ir ao cinema.
Avatar é o tipo de filme que os conservadores odeiam com todas as forças, feito por e para “liberais” (no sentido americano da palavra). Eu já assisti a uma palestra de um guru direitista (brasileiro) dizendo que a história que narra que os colonizadores exterminaram os índios é só mito, que no fundo os índios se mataram a si mesmos, e afinal, mesmo que algum selvagem tenha porventura morrido pelo bem de uma causa maior (a nossa!), quem estava aqui pra contar quantos índios morreram? Pode apostar que esses carinhas vão detestar Avatar. E sabe o pessoal que acha que aquecimento global é balela? Esses também. E aqueles que creem que os americanos fazem muito bem em empregar seu poder bélico para usurpar os recursos de outros povos (e lamentam que o Brasil não empregue os mesmos métodos com a Bolívia)? Mais uns que vão falar mal do filme. A boa notícia é que essas pessoas são da mesma patotinha. Não são grupos diferentes. Eles podem se dar as mãos e sair por aí cantando hinos de fuzileiros navais.
Dá pra interpretar Avatar como uma mensagem ludita, que ensina que o que é puro e harmonioso é o que é feito sem tecnologia, porque tecnologia equivale a armamentos pesados. Eu não preciso nem mencionar a ironia (e a hipocrisia) dessa mensagem vir de um filme que custou entre 300 milhões e meio bilhão de dólares, dependendo da fonte, e feito com efeitos de ponta por um dos cineastas mais tecnologicamente antenados de todos os tempos. Mas, francamente, tô me lixando pros efeitos especiais. É, eles são maravilhosos, claro. Mas já eram bárbaros em Exterminador do Futuro 2, e isso já tem quase vinte anos. Não sei se foram realmente melhorados de lá pra cá. Só sei que mentiram. Disseram (o James Cameron especialmente) que os efeitos gerados por computador barateariam o cinema. E aí o cara faz um filme caréssimo (não creio nem que vá se pagar).
E, se eu já não tivesse adorado Avatar por vários motivos, ele ainda deve ser a aventura de ação mais feminista de todos os tempos. Não há apenas uma personagem feminina marcante, mas três. Quem lidera a equipe de cientistas é a Sigourney, durona e competente. O único piloto que se rebela e diz “Eu não vim aqui fazer isso” (cometer genocídio, suponho) é mulher (a Michelle Rodriguez, de Resident Evil). E Zoe, a heroína na'vi, é tudo que uma heroína pode ser. É ela que ensina ao herói tudo que ele sabe e, de quebra, ainda salva sua vida uma penca de vezes (e, quando ela vai à luta, faz aqueles barulhinhos que as mulheres árabes fazem com a língua. Mais um recadinho subversivo do Cameron). O único porém é que o guerreiro na'vi, quando pronto, logo depois de escolher o seu, hum, bichão voador (que será só dele a vida toda, e vice versa), também pode escolher sua mulher. Mas Sam quer que ela o escolha também. E, além disso, as duas “candidatas” sugeridas não são indicadas pela beleza, mas por serem boas caçadoras. Em nenhum momento menciona-se a aparência de Zoe. Seu momento “mulherzinha” é quando ela se pinta ― pra guerra! O herói certamente não se apaixona por ela pela beleza, mas por tudo que ela faz. Nisso também Avatar é subversivo: subverte os padrões de beleza. No começo, a gente acha os Na'vi (homens e mulheres) feiosos, desngonçados, “macacos azuis”, como os chamam os militares. Mas depois de um tempinho já os consideramos lindos e felinos. Não que isso importe. Nenhuma mulher do filme se preocupa com roupa ou maquiagem. Em nenhum momento alguma delas é avaliada pela aparência. Nenhuma mulher é julgada bonita... ou feia. Elas são julgadas por outras qualidades: inteligência, liderança, bravura. Coisa de homem, sabe?
Sem falar que há várias menções a “mamas” como algo bom, da natureza, e a “papas”, como algo bélico (o maior vilão, o coronel Stephen Lang, refere-se a ele mesmo como papa), que vira um conflito entre the mamas and the papas. E as mamas ganham! Isso fica explícito numa cena em que Zoe nina Sam (não seu avatar, mas o terráqueo): ela é grande, ele pequeno, como se ela fosse sua mãe. Olha, o roteiro é tão feminista que até deus é uma figura feminina.
Avatar me fisgou, e pra mim está fácil entre os melhores do ano. E aí, é preferível um filme anti-imperialista ou um pró-imperialista, como Guerra nas Estrelas? Fábula por fábula, eu fico com a fantasia de um mundo melhor.
Homofobia em Avatar? Leia aqui.
Também é de se lamentar que James Cameron não filme com mais frequência. Foram doze anos desde que ele se declarou no topo do mundo ao levar o Oscar por Titanic. Neste meio tempo ele, que é canadense e estava no processo de se naturalizar americano, desistiu da cidadania após a reeleição do Bush, em 2004. E a sua ideologia pode ser vista em todos os seus filmes, que sempre têm grupos de idealistas lutando contra corporações gananciosas (Aliens, Exterminador do Futuro 1 e 2, O Segredo do Abismo). São grupos que pertencem ao sistema mas que se rebelam contra ele. Outro ponto em comum na obra de Cameron são as personagens femininas fortes, inclusive fisicamente. True Lies e sua estreia na direção, Piranhas 2, sejam talvez as duas únicas exceções. Não por coincidência, são também seu ponto baixo. Mas Titanic não esconde que os ricos são os vilões da história. E Avatar mais parece um panfleto contra a exploração. Não é que eu adorei o troço só porque ele defende tudo que eu defendo. Eu posso amar filmes que não têm nada a ver com a minha linha ideológica (Bastardos Inglórios, por exemplo; aliás, todos do Taranta). Mas sim, é muito mais prazeroso admirar uma obra que vai contra a corrente que uma que reforça o status quo.
O filme se passa 150 anos no futuro, num planeta chamado Pandora. Como a Terra é descrita como um planeta moribundo, os homens brancos que falam inglês americano vão sugar recursos de outros lugares. Pandora possui um mineral raro vendido por 20 milhões o quilo. O problema é que também tem gente que mora lá, os Na'vi, nativos grandões que vivem em harmonia com seu habitat. Pra poder explorá-los melhor, uma grande corporação manda cientistas para pesquisá-los e fuzileiros navais para coagi-los a "colaborar". Os cientistas, liderados pela chefa Sigourney Weaver, até são boa gente, e criam alguns avatares (que misturam características nativas com o DNA da pessoa que vai assumi-lo) para poder se infiltrar entre os Na'vi. O lindão Sam Worthington (que causou sensação com Exterminador do Futuro 4, mas eu vi primeiro num Macbeth australiano) é um fuzileiro paraplégico que aceita fazer o trabalho em troca de pernas novas. Sim, no futuro ninguém que tenha muito dinheiro será paraplégico. Acontece que Sam rapidamente gosta mais do seu avatar que da sua vidinha militar. Além do mais, ele se apaixona por uma Na'vi, interpretada por Zoe Saldana, a mesma que faz Uhura na nova geração de Star Trek. E aí começa um conflito de interesses: Sam serve a uma corporação que vai tirar de qualquer jeito o que os Na'vi têm, queiram eles ou não, mas ele sente-se mais alienígena que terráqueo ― o que não é incomum. Já vimos o herói branco se identificar mais com o “inimigo” e lutar ao lado dele em Lawrence da Arábia, Dança com Lobos, O Último Samurai etc. O chato é que ele é sempre o salvador da lavoura.
Mas Avatar complica um pouco a situação. Primeiro que, sozinho, Sam não é nada. Aliás, até que ponto ele é um homem branco, se seu avatar é o de um nativo? Ele passa por um intenso treinamento de três meses até se tornar um deles, e não quer voltar atrás. Segundo que não é bem ele que salva a pátria Na'vi. Não posso falar aqui quem ou o que é porque seria um spoiler. Você vai ter que ir ao cinema.
Avatar é o tipo de filme que os conservadores odeiam com todas as forças, feito por e para “liberais” (no sentido americano da palavra). Eu já assisti a uma palestra de um guru direitista (brasileiro) dizendo que a história que narra que os colonizadores exterminaram os índios é só mito, que no fundo os índios se mataram a si mesmos, e afinal, mesmo que algum selvagem tenha porventura morrido pelo bem de uma causa maior (a nossa!), quem estava aqui pra contar quantos índios morreram? Pode apostar que esses carinhas vão detestar Avatar. E sabe o pessoal que acha que aquecimento global é balela? Esses também. E aqueles que creem que os americanos fazem muito bem em empregar seu poder bélico para usurpar os recursos de outros povos (e lamentam que o Brasil não empregue os mesmos métodos com a Bolívia)? Mais uns que vão falar mal do filme. A boa notícia é que essas pessoas são da mesma patotinha. Não são grupos diferentes. Eles podem se dar as mãos e sair por aí cantando hinos de fuzileiros navais.
Dá pra interpretar Avatar como uma mensagem ludita, que ensina que o que é puro e harmonioso é o que é feito sem tecnologia, porque tecnologia equivale a armamentos pesados. Eu não preciso nem mencionar a ironia (e a hipocrisia) dessa mensagem vir de um filme que custou entre 300 milhões e meio bilhão de dólares, dependendo da fonte, e feito com efeitos de ponta por um dos cineastas mais tecnologicamente antenados de todos os tempos. Mas, francamente, tô me lixando pros efeitos especiais. É, eles são maravilhosos, claro. Mas já eram bárbaros em Exterminador do Futuro 2, e isso já tem quase vinte anos. Não sei se foram realmente melhorados de lá pra cá. Só sei que mentiram. Disseram (o James Cameron especialmente) que os efeitos gerados por computador barateariam o cinema. E aí o cara faz um filme caréssimo (não creio nem que vá se pagar).
E, se eu já não tivesse adorado Avatar por vários motivos, ele ainda deve ser a aventura de ação mais feminista de todos os tempos. Não há apenas uma personagem feminina marcante, mas três. Quem lidera a equipe de cientistas é a Sigourney, durona e competente. O único piloto que se rebela e diz “Eu não vim aqui fazer isso” (cometer genocídio, suponho) é mulher (a Michelle Rodriguez, de Resident Evil). E Zoe, a heroína na'vi, é tudo que uma heroína pode ser. É ela que ensina ao herói tudo que ele sabe e, de quebra, ainda salva sua vida uma penca de vezes (e, quando ela vai à luta, faz aqueles barulhinhos que as mulheres árabes fazem com a língua. Mais um recadinho subversivo do Cameron). O único porém é que o guerreiro na'vi, quando pronto, logo depois de escolher o seu, hum, bichão voador (que será só dele a vida toda, e vice versa), também pode escolher sua mulher. Mas Sam quer que ela o escolha também. E, além disso, as duas “candidatas” sugeridas não são indicadas pela beleza, mas por serem boas caçadoras. Em nenhum momento menciona-se a aparência de Zoe. Seu momento “mulherzinha” é quando ela se pinta ― pra guerra! O herói certamente não se apaixona por ela pela beleza, mas por tudo que ela faz. Nisso também Avatar é subversivo: subverte os padrões de beleza. No começo, a gente acha os Na'vi (homens e mulheres) feiosos, desngonçados, “macacos azuis”, como os chamam os militares. Mas depois de um tempinho já os consideramos lindos e felinos. Não que isso importe. Nenhuma mulher do filme se preocupa com roupa ou maquiagem. Em nenhum momento alguma delas é avaliada pela aparência. Nenhuma mulher é julgada bonita... ou feia. Elas são julgadas por outras qualidades: inteligência, liderança, bravura. Coisa de homem, sabe?
Sem falar que há várias menções a “mamas” como algo bom, da natureza, e a “papas”, como algo bélico (o maior vilão, o coronel Stephen Lang, refere-se a ele mesmo como papa), que vira um conflito entre the mamas and the papas. E as mamas ganham! Isso fica explícito numa cena em que Zoe nina Sam (não seu avatar, mas o terráqueo): ela é grande, ele pequeno, como se ela fosse sua mãe. Olha, o roteiro é tão feminista que até deus é uma figura feminina.
Avatar me fisgou, e pra mim está fácil entre os melhores do ano. E aí, é preferível um filme anti-imperialista ou um pró-imperialista, como Guerra nas Estrelas? Fábula por fábula, eu fico com a fantasia de um mundo melhor.
Homofobia em Avatar? Leia aqui.
Lola,
ResponderExcluirTambém fui fisgado pelo filme. Infelizmente não temos 3D aqui ainda :( mas acho que vou no IMAX de Curitiba só pra ver o filme.
Também achei o filme muito feminista. Mesmo a liderança da tribo é dividida entre o "pai" e a "mãe" da tribo, e Jake só é aceito depois que ela dá o aval, não antes.
Cameron está de parabéns.
Avatar é girl power total! Mas, Lola, vai outra vez em 3D que é muuuito melhor, é um espetáculo.
ResponderExcluirO Sam Worthington fez um filme que eu gosto chamado Bootmen, mas de lá pra cá ele tomou vitamina e ficou lindão. :)
Putz, Lola, fiquei com água na boca. Não tenho muitas chances de ir ao cinema essa semana, mas se rolar, já sei que filme escolher.
ResponderExcluirBjs
Rita
ainda não fiquei com vontade de ver....me parece meio "furry".
ResponderExcluir^_^
Se tudo der certo assistirei nesta quarta,em 3D =)
ResponderExcluirQuem viu disse que vale muito a pena.
To louca para ver!
ResponderExcluirCerta vez um homem e sua mulher estavam andando de carroça quando o cavalo tropeça uma vez e faz tudo o que tem na carroça se movimentar indesejadamente, o marido diz secamente: UM. A viagem continua e o caminho é dos piores, então o cavalo novamente tropeça e causa aquela sensação indesejada, o marido fala: DOIS. A esposa sem entender nada arruma o que foi revirado e a viagem segue. Até que ocorre o fato mais uma vez, o marido brada: TRÊS. Pega sua arma, desce da carroça e atira na cabeça do cavalo. A sua mulher, horrorizada, o chama de louco, começa a chorar, pergunta porque você fez isso?? Ao que o marido responde:
ResponderExcluir-UM.
Eu, meu ~irmão e uma prima temos uma tradição: ir ao cinema no dia 25 de dez, porque está sempre, sempre beeem vazio.
ResponderExcluirMas as últimas cinco ou seis idas foram com filmeds muito ruins, então, a tradião ganhou mais um item : tem que ser filme ruim.
Portanto, meu irmão recusou minha sugestão em ver Avatar. ;0)
Eu quero ver, me sinto seduzida pela realidade virtual e esse filme vai ao encontro dessa paixão.
Gostei muito da resenha, beijos.
Perfeito Lola!
ResponderExcluirEu tb fui ao cinema com o mesmo pensamento, esperando decepção, e fiquei totalmente encantada com o filme.
O que são akelas cores lindas??
No final até eu queria ser um Avatar e morar naquela floresta deslumbrante... A idéia de que tudo está inter-ligado, homem/natureza, que o todo é um só!
Foram 5 anos preparando o filme e 14 anos desde a concepção das idéias até o produto final... James Cameron tem estado bem ocupado nos ultimos anos mas valeu super a pena né?
=*
Lola, o que você acha das denúncias de algumas pessoas de homofobia por parte do filme? Já criaram até um blog sobre isso.
ResponderExcluirali
ResponderExcluirLolinha eu fui sábado ver Avatar, me apaixonei!! Nossa é o filme feminista do ano!! Eu jamais esperava que o filme fosse tão bom, fui totalmente descrente, pensando que ia ser mais um desses filmes que investem em efeitos especiais e conteúdo zero. Mas logo no começo essa percepção foi embora. Quando as atrizes começam a atuar, e pôxa, vale lembrar que o cara que ajuda os azulzinhos é paraplégico, o que não é comum de se ver por aí nos filmes! E outra, falando da hierarquia militar, ele era um soldado e acaba sendo melhor do aquele cara da cicatriz, super metido! E quando aquela mulher está no comando dos helicoptéros??? Nossa fiquei arrepiada, a gente sente uma sensação tão boa né? Pense num filme que eu saí completamente besta e feliz?! Ali é mais perfeita tradução da realidade!
ResponderExcluirAvatar é realmente perfeito!!
Tá certo, Lola. Sua análise faz com que eu queira pelo menos dar uma olhada em Avatar. Até aqui. não tinha vontade alguma. James Cameron nunca me convenceu muito, mas sempre é bom dare uma segunda chance. Chegando no Rio (*viajo amanhã*) tento assistir.
ResponderExcluirOi Lola. Achei esse videozinho engraçado digno dos seus comentários: http://www.sedentario.org/videos/e-se-as-mulheres-fossem-taradas-como-os-homens-22989
ResponderExcluirigual, se nao quiseres comentar, é divertidinho, pq satiriza muito o comportamento masculino. Bom, nao analisei muito, na verdade.
Veja aí o q vc acha!
Beijos!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi Lola. É a primeira vez que eu comento no seu blog mas já sou leitora há muito tempo.
ResponderExcluirEu também fui ver Avatar meio sem esperanças e o filme me conquistou da mesma forma.
A comparação com Star Wars é mesmo inevitável, principalmente para mim, que sou fã dos filmes e de tudo o que se publicou para além deles(anota aí, o único fã de Star wars de esquerda no mundo, se você encontrar mais alguém, me indique por favor). As diferenças ideológicas, como você apontou, são gritantes e é lindo como tantas minorias foram colocadas num filme como esse. Há cadeirantes, mulheres fortes, os na´vi (que são índios americanos até nos adereços que usam).
É um filme mágico que tal como Star Wars, criou um universo em si.
Essa idéia de grande universo presente na série do tio George (lucas)foi o que garantiu a Star Wars a durabilidade que tem até hoje. Espero que Avatar tenha o mesmo fôlego de Guerra nas estrelas e se consolide no imaginário das pessoas com a mesma força.
História coesa e sutíl, Mulheres fortes e líderes, Cadeirante como protagonista e problemas ambientais (Lê-se vingança da natureza) como mote de um filme de ação que não parece tratar desses temas são uma subversão lindíssima. Avatar mostra que é possível criar filmes blockbuster e que ainda assim eles podem são ótimos.
Parabéns pela ótima crítica e parabéns ao Cameron pelo ótimo filme.
perdão, podem *ser* ótimos
ResponderExcluirAcabei de assistir (infelizmente não em 3D pois o Cinemark aqui de Floripa não tinha 3D legendado e eu não quis encarar dublado). Fiquei apaixonada.
ResponderExcluirTudo bem que o filme é totalmente previsível (mas previsível MESMO), mas isso nem atrapalha. A imagem é linda e os atores são realmente bons. E como você falou, Lola, no início nós estranhamos os na'vi, mas depois eles ficam bonitos aos nossos olhos (não tem jeito, os na'vi sempre me lembram os chieri da coleção Darkover da Marion Zimmer Bradley).
O avatar mais próximo da realidade (fisicamente falando) é o da personagem da Sigourney Weaver. meu Deus! Era impossível não reconhecer a atriz. O Sam também ficou uma graça de azul ^_^. Já a Zöe Saldanha eu confesso que não teria reconhecido se não soubesse que era ela. Mas reconhecendo ou não, ela fez um trabalho monstruoso. Muito bom!
Também adorei a personagem da Michelle Rodriguez. Bom, verdade seja dita, eu sempre adoro a Michelle Rodriguez, então deixa quieto.
Só fico pensando em como eu me sentiria conectando com um avatar. Porque eu acho muito legal ter essa vida dupla, essa possibilidade de experimentar dois mundos, mas não sei se eu encararia mudar totalmente, deixando quem eu sou para trás. Já imaginou acordar pela manhã e me olhar no espelho e não ver meus olhos, meu nariz, meu rosto? Eu acho que teria crise de identidade -_-.
Bárbara, por que denúncias de homofobia?
ResponderExcluirObrigada pelos comentários, gente! Que bom que vcs viram Avatar e concordam comigo que o filme é ótimo, ou pelo menos ficaram bem animadas(os) pra ir ao cinema. Eu veria o filme de novo com o maior prazer, mas realmente gostaria de fazê-lo numa versão 3D. E aqui em Joinville não tem nada disso. Será que o filme fica em cartaz em alguma sala 3D de Fortaleza até meados de janeiro? (ainda não sei quando vou pra Fortaleza, mas acho que é por aí).
ResponderExcluirSobre a denúncia de homofobia em Avatar, tenham paciência que escreverei sobre isso na quarta. Mas já vou adiantando que acho que essa "denúncia" é piada.
gostei....
ResponderExcluirvou a Salvador so para ve-lo....
Olha não sou muito fã desses tipos de filmes, já meu marido adora. Mas depois que li aqui vou tentar assistir aqui na Alemanha, o problema é que os filmes são dublados e eu não entendo muito alemão. Ou vou esperar sair em dvd. Feliz natal!!!
ResponderExcluir... hum, mas eles são magros e esbeltos, não são? acredito que tenha valorização da aparência, sim. não há nenhuma mulher na'vi sendo tratada como "carne para abate", mas todos são donos de corpos esguios e harmoniosos, não são? tavez porque o corpo tenha que condizer com a demanda física de um guerreiro, claro. e isso ajuda, sim, a deixar o filme visualmente interessante também.
ResponderExcluirDani
oi, Lola, vou ter de discordar da sua análise.
ResponderExcluirnão consigo achar feminista uma tribo que tem um líder macho e a mulher só toma as rédeas quando precisam fazer rituais religiosos; inclusive o homem que escolhe com quem vai casar.
a visão do filme é quase racista pra com os 'bons selvagens' - precisava um forasteiro branco travestido de índio liderar eles contra o opressor, já que por conta própria os coitadinhos não conseguiriam.
e o coronel "papa" é uma bichona enrustida, tão machista quanto as gays que odeiam a bius mais feminilizadas.
STAR WARS é pró-imperialismo? apesar da estrutura de monarquia dos mocinhos [um império sim, mas democrático porque tinha um senado e tomava decisões de forma democrática], os vilões desumanizados que representam a república usam a força pra instituir um regime ditatorial, predatório e totalitário em vários planetas.
Hector
www.gomademascar.net
Oi Lola,
ResponderExcluirtava completamente sem vontade de assistir esse filme, depois do seu texto vou ver com certeza, e aproveitar o imax que tem do lado da minha casa.
Sò acho que você exagerou muito a mão ao colocar na mesma "patotinha" as pessoas "que não acreditam no aquecimento global". Entendo que existe quem defenda a existência ou não existência por uma questão econômica e política. Mas na comunidade científica temos um racha, basicamente se o aquecimento é ou não causado pela ação atrópica. Cientistas de esquerda ou de direita defendem posições diferentes, de acordo com o método, os dados, etc. Coisa completamente diversa de um louco que diz que os índios exterminaram a si mesmos.
Beijo
Lola, não vim pra falar de Avatar, que ainda não assisti. Mas aproveitando que você citou Bastardos Inglórios, acabei de ler o roteiro original e é muito bom mesmo! Pra quem gosta de Tarantino, poder ver o modo como ele tenta traduzir uma expressão, um cenário ou até um figurino é bom de verdade. Recomendo! Ainda mais porque sei que você gostou bastante do filme!
ResponderExcluirEu ri muito com as falas do Coronel, que são uma ironia descarada com os neocons: ataque preemptivo, campanha de choque e terror, servi nas guerras da Nigéria e Venezuela (países produtores de petróleo), etc.
ResponderExcluirEi Snorks, você é o Fábio do DPH?
ResponderExcluirDesculpe, Lola.
Então eu adorei o filme também, e vou ver no Imax. É muito longe da minha casa, mas valerá a pena, com certeza.
Olha, eu achei o filme incrivelmente racista. E não vi esse feminismo todo aí, não.
ResponderExcluirComo disse o Hector nos comentários, os Na'vi são selvagens que precisam ser liderados por um homem branco. Quando tomam suas decisões, só fazem besteira: lutam quando deviam fugir e fogem quando é hora de lutar.
Mais: depois daquele massacre inicial, com centenas de feridos, eles param tudo e celebram um ritual para curar... a espiã branca? Vem cá, eles não tinham seus próprios necessitados, para pedir ajuda lá da grande deusa? Ah, mas é pra salvar uma mulher branca. Porque o homem branco pediu. Então tudo bem.
Tem várias outras cenas em que fica muito explícito que os Na'vi são bonzinhos, mas Jake Sully, o homem branco americano, é que é o bambambã.
Quanto ao que você chama de visão feminista... eu acho bem pouco. Ok, é menos chauvinista e misógino que a média de Hollywood. Mas nãoo creio que isso seja suficiente.
A cena que define o filme, pra mim, é quando Jake chega montado no dragãozão. A mensagem que ficou foi: não importa o quanto você sacaneou uma garota, se você chegar com uma Ferrari ela vai se encantar pela sua demonstração de macho alfa e subir pra dar um rolé.
Além disso, nada mais sexista do que as divisões rígidas de papéis. Homens têm o poder temporal, mulheres o espiritual. Neytiri pode ser a melhor caçadora (e guerreira) da tribo, mas seu papel reservado é o de xamã. O chefe político e militar tem que ser um macho.
Além disso, na única cena em que me lembro de ver um bebê, ele está nas mãos de uma mulher. Ou seja, elas é que precisam cuidar das crianças.
Com feministas assim, estamos fritos.
OI, Lola!
ResponderExcluirNão sei se o certo é comentar aqui, se vc tem como saber se um comentário foi adicionado a um post antigo.
Fui ver Avatar hoje. Em 3D, e gostei muito. Mas achei o filme meio preconceituoso sim. Me incomodou ver os Navi tão esbeltos e longilíneos, pareciam top models. E quanto a não se arrumarem, não é justamente isso que a indústria busca: parecer lindos naturalmente, casualmente?
É isso.
Bjs,
Anália
comentando beeem atrasada..
ResponderExcluireu detestei o filme, achei maquineísta, cheio de clichês e de preconceito étnico... vi em 3D, gostei dos efeitos e etc, mas da história, não gostei nada...
há dois textos sobre avatar q achei interessantes:
Avatar, o retumbante triunfo dos clichés: http://bit.ly/6GDASf
e o do alex: http://www.interney.net/blogs/lll/2010/01/11/avatar_1/
Oi Lola, leio sempre seu blog e gosto muito, de vez em quando digo algo. Agora, relendo a crítica de avatar não posso deixar de perguntar, como assim guerra nas estrelas pró imperialista? Os heróis não são um grupo de rebeldes que lutam contra o império?
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirLola,
ResponderExcluirSua Resenha é tão imbecil que tenho a impressão que vc chegou no planeta Terra hoje, e que Avatar é o primeiro filme que vc assistiu na vida. Vamos dissecar suas asneiras
"Não há apenas uma personagem feminina marcante, mas três. Quem lidera a equipe de cientistas é a Sigourney, durona e competente."
Sigourney Weaver já tinha feito papel igual em Alien - o 8 passageiro, filme de 1979, nenhuma novidade aí. Na verdade quem inaugurou o estilo "mulher durona" no cinema foram atrizes como Bette Davis e Lauren Baccall, isso lá pelos anos 30 e 40.
"O herói certamente não se apaixona por ela pela beleza, mas por tudo que ela faz."
Ou seja, segundo sua idiotice crônica heróis de filmes se apaixonam pelas mocinhas por causa da beleza, não por que admiram a personalidade delas. Seria perfeito, não fosse os 100 anos de história do cinema mostrarem o contrário.
Em Metropolis(1928) o herói Freder se apaixona pela mocinha Maria não pela beleza, mas porque se encanta com o idealismo e bondade dela. Em "E o Vento Levou"(1939) o herói Rhett Butler se apaixona por Scarlett O´Hara não por sua beleza, mas porque ela é uma mulher firme que sabe cuidar de si própria. Em À Beira do Abismo (1946) Humphrey Bogart se apaixona por Lauren Baccall pelo mesmo motivo. Em O Mundo em Perigo(1954) temos outro exemplo de mocinho que se apaixona por mocinha decidida e competente.Em Hatari(1962) as mulheres são todas fortes e decididas. Em Star Wars (1977) idem quando Han Solo fica com a princesa Leia. Falando em Harrison Ford, Indiana Jones se atrai pela mocinha de "Os caçadores da Arca Proibida"(1981) pelo mesma razão. Nos anos 90 tivemos o caso de amor entre neo e a osso duro de roer Trinity em Matrix(1999).
Enfim, a lista de exemplos é tão grande que eu desafio alguém a me apresentar um filme onde o mocinho tenha se apaixonado pela mocinha só porque achou ela gostosa. Duvido que um filme assim exista.
Jack, já tentou fazer sexo com uma garota sem ser em troca de dinheiro? Vai por mim, é muito mais gostoso quando é grátis.
ResponderExcluir"Nisso também Avatar é subversivo: subverte os padrões de beleza. No começo, a gente acha os Na'vi (homens e mulheres) feiosos, desngonçados, “macacos azuis”, como os chamam os militares. Mas depois de um tempinho já os consideramos lindos e felinos. Não que isso importe. "
ResponderExcluirEUpirismo detected! Ou seja, só pq vc achou os Na´vi "desengoçados" vc acha que todo mundo que viu o filme teve essa impressão. Só para constar: a própria atriz que faz a alienígena e o diretor James Cameron já declararam que queriam que o personagem fosse bem feminino e sensual.
"Nenhuma mulher do filme se preocupa com roupa ou maquiagem. "
Vejamos, no filme o povo Na´vi está prestes a ser destruído por um bando de militares armados até os dentes. Nem a mais fútil das mulheres se preocuparia com maquiagem numa hora dessas.
"Em nenhum momento alguma delas é avaliada pela aparência. Nenhuma mulher é julgada bonita... ou feia."
Repito o meu desafio: me mostrem algum filme onde o mocinho no final fique com a burra gostosona e não com a bonitinha inteligente.
"Elas são julgadas por outras qualidades: inteligência, liderança, bravura. Coisa de homem, sabe?"
Inveja de pênis DETECTED!
"Olha, o roteiro é tão feminista que até deus é uma figura feminina."
O único problema é que quem manda na tribo é o pai da mocinha, e quando ele morre o namorado da mocinha vira o chefe, sem contar que toda a tribo, incluindo a mocinha, começa a pagar o maior pau para o mocinho macho-alfa depois que ele doma aquele dragão que todo mundo temia.
No mais vc proporcionou boas gargalhadas na minha comunidade Mulheres pseudo-intelectuais no orkut. http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=41702019&tid=5432074044138552261&na=4
obs: não perca seu tempo me chamando de grosso, machista, e sei lá mais o quê. O fato é que seu texto é um monte de abobrinhas.
"Jack, já tentou fazer sexo com uma garota sem ser em troca de dinheiro? Vai por mim, é muito mais gostoso quando é grátis."
ResponderExcluirFoi rápido, hein? Já esperava que alguém aparecesse com comentários desse tipo. Falta de argumentos é isso.
Agora quero ver refutarem a minha argumentação contra o texto da Lola(que não passa de um monte de baboseria pseudo-inteletctual).
Jack, o fato de sua argumentação estar certa ou errada não tem nada a ver com o fato de que você foi, sim, um tremendo mau-educado.
ResponderExcluirSe você discorda dela, deixa eu te dar um modelo simples pra vc usar: "Eu discordo da afirmação X, por causa de Y". Eu acho que uma pessoa "tão inteligente" como você não deveria precisar dessa dica, né? Joga um monte de insultos do começo ao fim do texto, sendo que essa atitude vai totalmente de encontro ao que se considera um debate construtivo.
É sério que você tem um comunidade cujo objetivo é encontrar erros nos textos dos outros (especificamente de mulheres, aliás) e rir delas? Atitude super madura, né? Parece um grupo de meninos tentando afirmar e reafirmar uns pros outros como são superiores... De novo, outra atitude que não condiz muito com sua "inteligência".
No mais, eu concordo com vários pontos que você falou, de fato muitas coisas que ela ressaltou no filme não eram novidade (o filme é repleto de clichês), e olhe que eu nem gosto muito de ver filmes e nem conheço filmes antigos. Só não tenho como concordar com o tom agressivo bobo.
Discordo disso: "Inveja de pênis DETECTED!" Cara, ela usou a expressão "coisa de homem" de modo irônico. É justamente uma crítica àquelas expressões, tão comuns no dia-a-dia, de que "ser homem" é igual a "ser corajoso", "ser forte", etc., e "ser como uma mulher" é ser frívola, molenga, etc. Acho que essa deveria ir pro sua comunidade, para rirem de como você não percebeu isso.
Desculpe o atraso em comentar. Yuri, também sou uma fã de Star Wars de esquerda, e conheço outra-Carol Miller, só procurar no Facebook, assim como eu também estou. Avatar é estupendo ❤ Abraços afetuosos querida Lola ;)
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