Então, já faz tempo que o Writer's Guild of America (espécie de sindicato dos roteiristas americanos) divulgou uma lista com os cem melhores roteiros de todos os tempos. Como um leitor pediu, vou falar um pouquinho dela. Tenha em mente que é roteiro, não o filme completo. Mesmo que várias dessas produções apareçam frequentemente da lista de melhores, vamos tentar focar no roteiro (aliás, eu adoro ler roteiro!). Num livro que li do William Goldman, roteirista oscarizado (com três menções nesta lista) de Butch Cassidy, Todos os Homens do Presidente e Louca Obsessão, ele mostra a parte do roteiro de Psicose escrita para a famosa cena do chuveiro, em que uma pobre moça é assassinada por Norman Bates. É incrível que tanta coisa que vemos nessa cena clássica esteja no roteiro de Joseph Stefano - os cortes, as mãos, o close do olho... A gente tende a achar que a inspiração vem toda de um diretor genial como o Hitchcock, e se esquece que alguém pôs as ideias num pedaço de papel antes (por sinal, Psicose ficou em 92o lugar na lista).
Vamos às primeiras dez colocações (lembrando, é claro, que praticamente inexiste qualquer roteiro que não esteja em inglês na lista):
1. Casablanca (1942) - embora eu goste muito do filme, às vezes o considero superestimado. O roteiro realmente contém alguns dos melhores diálogos da história do cinema (acho que o meu favorito é quando o personagem do Claude Rains pergunta pro Rick do Humphrey Bogart por que ele veio a Casablanca. “Eu vim por causa das águas,” ele responde. O capitão retruca: “Que águas? Estamos no meio do deserto”. E Rick: “Eu fui mal-informado”). Mas também há diálogos terríveis no mesmo filme, embaraçosos mesmo, como a mocinha falando pro seu amado, durante um bombardeio: “Isso são bombas ou é o meu coração batendo?”. E milagrosamente ninguém se lembra dessas falas. Na realidade, todos os flashbacks de Paris são fracos, na minha opinião.
2. O Poderoso Chefão (1972) - sem dúvida, um senhor roteiro, ainda mais considerando que o livro de Mario Puzo em que foi baseado não é visto como grande literatura. Era mais um bestseller que as pessoas liam na praia naquele verão de 1969 (eu nunca li). Bom, essa lista idolatra o Coppola, Woody Allen, e o Billy Wilder. Cada um tem quatro filmes citados.
3. Chinatown (1974) - adoro o filme do Polanski, mas o que o faz grande são qualidades não exatamente do roteiro, como o clima, as magníficas interpretações de Jack Nicholson, Faye Dunnaway e John Huston, a música... Claro, o roteiro de Robert Towne é impecável. Só não podemos esquecer que um ingrediente importante do seu sucesso esteja no final noir e sem esperança. Esse final foi imposto por Polanski. Towne defendia um happy end (aliás, o relacionamento entre Polanski e Towne enquanto trabalhavam no roteiro, narrado com maestria por Peter Biskind no livro Easy Riders, Raging Bulls, por si só já daria um roteiro divertido).
4. Cidadão Kane (1941) - minha ídola Pauline Kael dedicou um livro inteiro defendendo que o principal responsável por este grande filme é o roteirista Herman Mankiewicz, mais que o próprio Orson Welles. Não sei se concordo. O que mais amo do cinema de Welles (os ângulos incomuns de câmera, as sombras, a fotografia em preto e branco) não estão no roteiro. Mas lógico que a escrita é fenomenal. É uma aula de como fazer uma biografia no cinema sem ser banal. Ajuda que Welles não tenha o menor apreço por Kane, que na verdade era o então magnata da imprensa William Randolph Hearst (que não permitiu que nenhum de seus jornais mencionasse o filme).
5. A Malvada (All About Eve, 1950) - pra mim, esse filme deve ter a melhor narração em off de todos os tempos. É pura ironia do começo ao fim. Só que são principalmente as atuações estupendas que ficam na memória. E um elenco espetacular: Bette Davis, Anne Baxter, e George Sanders. Tem até a Marilyn Monroe aparecendo um pouquinho. E é para o mundo do teatro o que Rede de Intrigas é pra TV.
6. Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall, 1977) - não é meu favorito do Woody Allen, mas o roteiro é inventivo, cheio de gracinhas interrompendo a narração. Por exemplo, enquanto Woody e Diane Keaton esperam numa fila de cinema, um carinha atrás deles não pára de falar. Quando Woody diz ao sujeito que ele (o sujeito) não entende nada de Marshall McLuhan (teórico que formulou os conceitos de “o meio é a mensagem” e da aldeia global), o carinha responde que dá um curso de mídia numa universidade. Woody decide então chamar o próprio McLuhan, que concorda com Woody que o professor está distorcendo tudo que ele escreveu. Woody conclui, “Se a vida fosse assim tão simples...”.
7. Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, 1950) - um filme narrado pelo cadáver. Tá bom pra você? Também tem toda uma homenagem a uma época do cinema que não volta mais. É um grande clássico. Mas Otto Friedrich conta no ótimo A Cidade das Redes como a primeira versão do roteiro quase afundou a obra. O público-teste odiou como Billy Wilder inicialmente abria o filme: com o narrador conversando com outros cadáveres num necrotério. De fato, só ver um corpo na piscina e saber que ele é do narrador já é suficiente. A propósito, já que a lista é de roteiros, não pode faltar um diálogo deste filme. A estrela decadente conta ao roteirista que pretende fazer um filme com um diretor mitológico, sem saber que o roteiro em questão é uma bomba. Otimista, ela insiste: “Meu astrólogo leu meu horóscopo e leu o horóscopo do De Mille”. E o protagonista: “Seu astrólogo leu o roteiro?”.
8. Rede de Intrigas (Network, 1976) - pra quem quer entender como a mídia funciona, principalmente as notícias dadas pela televisão, Rede e Nos Bastidores da Notícia (em 51o lugar) formam uma dupla imbatível. O desabafo do âncora de TV em Rede, mandando seus espectadores gritarem pela janela “I'm mad as hell and I'm just...”, permanece atual até hoje. Ah, como estamos em tempos de Oscar, vale lembrar que Peter Finch (o âncora) tem a honra de ser o único a receber uma estatueta depois de morto. Será que agora Heath Ledger se iguala?
9. Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot, 1959) - acabo de descobrir que este roteiro é baseado num filme alemão! Excelentes tiradas no que é considerado um dos filmes mais engraçados de todos os tempos. Mas imagine esse roteiro sem Jack Lemmon, Tony Curtis e Marylin Monroe dando voz aos diálogos de Billy Wilder e I. A. Diamond? Difícil, né?
10. O Poderoso Chefão 2 (1974) - não entendo como o pessoal faz pra decidir qual é melhor, o Chefão 1 ou o 2. Eles tiram no par ou ímpar? Ambos são maravilhosos.
Bom, entre esses primeirões, cinco são roteiros originais (escritos diretamente pra tela), e cinco são adaptados (de outro material como livros, peças - no caso de Casablanca e A Malvada -, e até de outro filme. Não vou comentar a lista toda aqui porque o post ficaria gigantesco. Mas note que o filme mais recente a aparecer entre os primeiros é Pulp Fiction (16o lugar), que já é de 1994 (quinze anos!). O mais recente mesmo deve ser Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança (de 2004, em 24o lugar). Gostei que Harry e Sally - Feitos um para o Outro foi lembrado (em 40o). A Nora Ephron e a Callie Khourie (por Thelma & Louise, em 72o) são as únicas mulheres da lista inteira. O único negro deve ser o Spike Lee, por Faça a Coisa Certa (pra mim, numa posição que deveria vir bem antes da 93a). Numa lista minha de melhores roteiros de todos os tempos, eu não incluiria De Volta para o Futuro (56o), Tubarão (63o), Leão no Inverno (em 71o; acho esse filme com a Katherine Hepburn chato), e Rocky (78o - o sindicato acha que um dos melhores roteiros da história foi escrito pelo Stallone!). Nem Campo dos Sonhos, Forrest Gump, Patton - Rebelde ou Herói?, e Meu Ódio Será sua Herança (88o, 89o, 94o, e 99o lugar, respectivamente - simplesmente não gosto deles). E lógico que eu incluiria mais filmes do Kubrick, principalmente Laranja Mecânica, O Iluminado e Nascido para Matar. E cadê Cabaret? E vários do Almodóvar, como Tudo Sobre Minha Mãe e Fale com Ela? Mas enfim, lista é lista, é algo muito pessoal. Esta ao menos serve como um bom guia de clássicos que a gente deve ver (ou rever). Crianças, façam seu dever de casa.
1. Casablanca (1942) - embora eu goste muito do filme, às vezes o considero superestimado. O roteiro realmente contém alguns dos melhores diálogos da história do cinema (acho que o meu favorito é quando o personagem do Claude Rains pergunta pro Rick do Humphrey Bogart por que ele veio a Casablanca. “Eu vim por causa das águas,” ele responde. O capitão retruca: “Que águas? Estamos no meio do deserto”. E Rick: “Eu fui mal-informado”). Mas também há diálogos terríveis no mesmo filme, embaraçosos mesmo, como a mocinha falando pro seu amado, durante um bombardeio: “Isso são bombas ou é o meu coração batendo?”. E milagrosamente ninguém se lembra dessas falas. Na realidade, todos os flashbacks de Paris são fracos, na minha opinião.
2. O Poderoso Chefão (1972) - sem dúvida, um senhor roteiro, ainda mais considerando que o livro de Mario Puzo em que foi baseado não é visto como grande literatura. Era mais um bestseller que as pessoas liam na praia naquele verão de 1969 (eu nunca li). Bom, essa lista idolatra o Coppola, Woody Allen, e o Billy Wilder. Cada um tem quatro filmes citados.
3. Chinatown (1974) - adoro o filme do Polanski, mas o que o faz grande são qualidades não exatamente do roteiro, como o clima, as magníficas interpretações de Jack Nicholson, Faye Dunnaway e John Huston, a música... Claro, o roteiro de Robert Towne é impecável. Só não podemos esquecer que um ingrediente importante do seu sucesso esteja no final noir e sem esperança. Esse final foi imposto por Polanski. Towne defendia um happy end (aliás, o relacionamento entre Polanski e Towne enquanto trabalhavam no roteiro, narrado com maestria por Peter Biskind no livro Easy Riders, Raging Bulls, por si só já daria um roteiro divertido).
4. Cidadão Kane (1941) - minha ídola Pauline Kael dedicou um livro inteiro defendendo que o principal responsável por este grande filme é o roteirista Herman Mankiewicz, mais que o próprio Orson Welles. Não sei se concordo. O que mais amo do cinema de Welles (os ângulos incomuns de câmera, as sombras, a fotografia em preto e branco) não estão no roteiro. Mas lógico que a escrita é fenomenal. É uma aula de como fazer uma biografia no cinema sem ser banal. Ajuda que Welles não tenha o menor apreço por Kane, que na verdade era o então magnata da imprensa William Randolph Hearst (que não permitiu que nenhum de seus jornais mencionasse o filme).
5. A Malvada (All About Eve, 1950) - pra mim, esse filme deve ter a melhor narração em off de todos os tempos. É pura ironia do começo ao fim. Só que são principalmente as atuações estupendas que ficam na memória. E um elenco espetacular: Bette Davis, Anne Baxter, e George Sanders. Tem até a Marilyn Monroe aparecendo um pouquinho. E é para o mundo do teatro o que Rede de Intrigas é pra TV.
6. Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall, 1977) - não é meu favorito do Woody Allen, mas o roteiro é inventivo, cheio de gracinhas interrompendo a narração. Por exemplo, enquanto Woody e Diane Keaton esperam numa fila de cinema, um carinha atrás deles não pára de falar. Quando Woody diz ao sujeito que ele (o sujeito) não entende nada de Marshall McLuhan (teórico que formulou os conceitos de “o meio é a mensagem” e da aldeia global), o carinha responde que dá um curso de mídia numa universidade. Woody decide então chamar o próprio McLuhan, que concorda com Woody que o professor está distorcendo tudo que ele escreveu. Woody conclui, “Se a vida fosse assim tão simples...”.
7. Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, 1950) - um filme narrado pelo cadáver. Tá bom pra você? Também tem toda uma homenagem a uma época do cinema que não volta mais. É um grande clássico. Mas Otto Friedrich conta no ótimo A Cidade das Redes como a primeira versão do roteiro quase afundou a obra. O público-teste odiou como Billy Wilder inicialmente abria o filme: com o narrador conversando com outros cadáveres num necrotério. De fato, só ver um corpo na piscina e saber que ele é do narrador já é suficiente. A propósito, já que a lista é de roteiros, não pode faltar um diálogo deste filme. A estrela decadente conta ao roteirista que pretende fazer um filme com um diretor mitológico, sem saber que o roteiro em questão é uma bomba. Otimista, ela insiste: “Meu astrólogo leu meu horóscopo e leu o horóscopo do De Mille”. E o protagonista: “Seu astrólogo leu o roteiro?”.
8. Rede de Intrigas (Network, 1976) - pra quem quer entender como a mídia funciona, principalmente as notícias dadas pela televisão, Rede e Nos Bastidores da Notícia (em 51o lugar) formam uma dupla imbatível. O desabafo do âncora de TV em Rede, mandando seus espectadores gritarem pela janela “I'm mad as hell and I'm just...”, permanece atual até hoje. Ah, como estamos em tempos de Oscar, vale lembrar que Peter Finch (o âncora) tem a honra de ser o único a receber uma estatueta depois de morto. Será que agora Heath Ledger se iguala?
9. Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot, 1959) - acabo de descobrir que este roteiro é baseado num filme alemão! Excelentes tiradas no que é considerado um dos filmes mais engraçados de todos os tempos. Mas imagine esse roteiro sem Jack Lemmon, Tony Curtis e Marylin Monroe dando voz aos diálogos de Billy Wilder e I. A. Diamond? Difícil, né?
10. O Poderoso Chefão 2 (1974) - não entendo como o pessoal faz pra decidir qual é melhor, o Chefão 1 ou o 2. Eles tiram no par ou ímpar? Ambos são maravilhosos.
Bom, entre esses primeirões, cinco são roteiros originais (escritos diretamente pra tela), e cinco são adaptados (de outro material como livros, peças - no caso de Casablanca e A Malvada -, e até de outro filme. Não vou comentar a lista toda aqui porque o post ficaria gigantesco. Mas note que o filme mais recente a aparecer entre os primeiros é Pulp Fiction (16o lugar), que já é de 1994 (quinze anos!). O mais recente mesmo deve ser Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança (de 2004, em 24o lugar). Gostei que Harry e Sally - Feitos um para o Outro foi lembrado (em 40o). A Nora Ephron e a Callie Khourie (por Thelma & Louise, em 72o) são as únicas mulheres da lista inteira. O único negro deve ser o Spike Lee, por Faça a Coisa Certa (pra mim, numa posição que deveria vir bem antes da 93a). Numa lista minha de melhores roteiros de todos os tempos, eu não incluiria De Volta para o Futuro (56o), Tubarão (63o), Leão no Inverno (em 71o; acho esse filme com a Katherine Hepburn chato), e Rocky (78o - o sindicato acha que um dos melhores roteiros da história foi escrito pelo Stallone!). Nem Campo dos Sonhos, Forrest Gump, Patton - Rebelde ou Herói?, e Meu Ódio Será sua Herança (88o, 89o, 94o, e 99o lugar, respectivamente - simplesmente não gosto deles). E lógico que eu incluiria mais filmes do Kubrick, principalmente Laranja Mecânica, O Iluminado e Nascido para Matar. E cadê Cabaret? E vários do Almodóvar, como Tudo Sobre Minha Mãe e Fale com Ela? Mas enfim, lista é lista, é algo muito pessoal. Esta ao menos serve como um bom guia de clássicos que a gente deve ver (ou rever). Crianças, façam seu dever de casa.
adooooooro Harry & Sally, muito!
ResponderExcluirQueria saber todas aquelas falas e fazer quotes toda hora!! ^_^
Concordo com quase tudo que vc escreveu, mas queria defender de volta para o futuro. Eh um dos roteiros mais redondinhos da historia do cinema! Tudo que aparece tem uma razao de ser, tudo se encaixa, tudo fica certinho. Eh uma sessao da tarde perfeita.
ResponderExcluirEu adoro os dramas de família dos ano 70-80, como Gente Como A Gente, Kramer vs. Kramer e Laços de Ternura. Não vi a lista, mas por mim esses filmes entravam.
ResponderExcluirMuito obrigado Lola por vc ter lido meu recado e feito este pos pra mim!!!
ResponderExcluirMas eu esperava q vc falasse mais..... vc nem sequer comentou os outros roteiros do Woody Allen...E tem o filme oito e meio do Fellini q é falado em Italiano... vc tinha dito q todos eram em lingua inglesa.
Eu esperava q vc falasse quais roteiros deveriam ter sido incluidos e que ficaram de fora..
mas tudo bem !
muito obrigado!
Bye!
aaah, tem um filme do John Hughes (que eu AMO!!!!) "The Breakfast Club", que eu acho perfeito!!
ResponderExcluirestou indo fazer minha lição de casa!
ResponderExcluirhaha beijos
Aronovich:
ResponderExcluirVocê deveria ler O Poderoso Chefão. Só para você ter uma base, eu não consigo entender como as pessoas entendem o filme quando não leram o livro. O livro muito mais completo e várias coisas fazem mais sentido, como a vida de alguns personagens secundários e mesmo dos principais.
Quando você lê o livro, o filme fica parecendo um trailer do livro. Tudo em flash.
Eu leio Platão, Nietchesze, assim como Rubens Fonseca, Patricia Highsmith e posso te dizer que, pelo menos na minha opinião, o Mário Puzzo é um grande romancista. Não é subliteratura de forma alguma.
Se você ler o livro, como você já gosta do filme, vai gostar muito mais, pelo sentido que, até, a violência ganha. A juventude e as motivaçôes do Don Corleone são mais exploradas, assim como a de todos os personagens.
Vale a pena!
Mei, eu tb amo Harry e Sally! É um filme que não me canso de ver. A melhor comédia romântica EVER. Adoro todos os diálogos, tudo. Todas as referências. Eu tô toda hora citando H&S, dá até nos nervos.
ResponderExcluirBarbara, talvez vc tenha razão. Faz muuuuuito tempo que não vejo De Volta para o Futuro. Eu posso ter sido influenciada pelas sequências, que não são boas (principalmente a terceira). Não tenho dúvida que De Volta é muito superior a, por exemplo, Peggy Sue - Seu Passado a Espera, mas daí a estar entre os cem melhores roteiros... Acho que não.
Vitor, eu tb gosto muito desses filmes que vc citou, apesar do caráter moralista e anti-feminista de todos eles. Eles fazem parte do “backlash” (reação contrária) dessa época ao feminismo. Talvez eu deva escrever um post sobre isso. Anyway, sem dúvida esses filmes são eficientes, e me fazem chorar baldes. Mas as mulheres não saem bem na fita, né?
ResponderExcluirAsnalfa, o post já ficou gigantesco do jeito que tá. Eu decidi falar apenas dos dez primeiros roteiros. Se eu falasse dos outros 90, eu ficaria fazendo isso pelo resto do semestre. Eu não disse que todos os filmes eram em inglês. Releia: eu disse que “praticamente inexiste...”.
Mei, também adoro Breakfast Club (Clube dos Cinco). Tenho o filme, marcou minha adolescência (e a de quase todo mundo na década de 80). Muito fofinho.
ResponderExcluirAna, pensei que vc já tivesse visto a maior parte desses filmes. Eles são muito bons.
Serge, eu não posso dizer se o Puzzo é ou não é subliteratura, já que nunca o li. Só estou repetindo o que as muitas pessoas que escreveram sobre o Chefão (o filme) dizem - que a reputação do romance não era boa, era visto como “summer reading”, leitura de verão. Mas se algum dia eu topar com o livro e tiver tempo, seguirei sua dica e o lerei.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOieee... indiquei vcs para um meme, selo de qualidade, como preferirem chamar, hehe... espero que gostem! Bjão!
ResponderExcluirhttp://garotaveneno.wordpress.com/2009/01/30/olha-que-blog-maneiro/
PENA "UM SONHO DE LIBERDADE" NÃO TER ENTRADO NESSA LISTA
ResponderExcluirACHO ESSE FILME SIMPLESMENTE MARAVILHOSO
Maravilhosa esta postagem e teus comentários sobre os roteiros colocados na lista!
ResponderExcluirMeu conhecimento é minimo de portanto não posso comentar! Mas quanto aos filmes sao todos obra-prima do cinema Mundial!
Parabéns!!
Elaine
Nada a ver c a lista
ResponderExcluiracabei de assistir milk, achei o filme maravilhoso, supeeer to torcendo p ele agora!
Bemmm melhor q o estranho caso de BB, mas td bem, eu tbm tenho um affair com filmes politicos, adoroooo!!!
Só um comentario a este post, eu ODEIO, O D E I O, fale com ela!!!! puta filme chato!!!! Adoro todos os outros do almodovar, mas fale com ela é suicidio aos poucos!
hauhauahuahauhauah
Lola!
ResponderExcluirNesta lista não tem Laranja MEcânica? Como isso é possível? Não sabem mais o que é um bom filme e ainda mais, um clássico?
É Lola, as mulheres não se dão bem, tirando Laços, onde não há vilão. Quem chega mais perto disso é o Jeff Daniels. E a Meryl tem até direito a uma "redenção" em Kramer. É uma forma de condená-la, mas é tocante, de fato. Só em Gente que a mulher é de fato a pérfida da história. Mas acho que o maior vilão são as circunstâncias em todos os casos. São coisas da vida, e só ficando no lugar de cada um para entendê-los.
ResponderExcluirQuanto ao Woody na lista, acho Annie Hall um saco. Não gosto de nenhuma das personagens. Todos me irritam. E A Rosa Púrpura do Cairo é pra mim o seu melhor roteiro. O mais criativo e inusitado. E eu sempre gosto mais dos filmes que ele não aparece...
Casablanca eu achei bom, mas nada demais. Tem alguns que eu não vi, como Chinatown e Network.
Em casa somos dois wanna be roteiristas, então tem livros desde Syd Field até Marcos Rey.
ResponderExcluirMas o melhor é um livro que fala sobre o roteiro de Hannibal. Gostamos bastante.
Lola, não tive tempo de ler o post, mas eu queria saber qndo vc vai ver Austrália. Tô doida pra ler alguma coisa sua.
ResponderExcluirEsse meu comentário nào tem muito av com este post, mas é sobre cinema tb entào lá vai...
ResponderExcluirNo seu post do bolão do oscar vc tava reclamando da tradução do bettlejuice. Isso tem alguma tradução ou era só o nome do fantasma? Fiquei meio perdida...
E por falar nisso, um dia vc podia fazer um post sobre as maiores atrocidades feitas nas legendas e dublagens de filmes. Uma vez tava vendo um filme com a Meg Ryan, onde ela é sobrinha do Eistein e na globo eles falavam sobre "o papel que ele não publicou...". O PAPER neste caso era artido e não papel mas eles repetiam o tempo todo, o papel que ele escreveu...o papel que ele publicou etc...
E outro de matar tb foi um filme infantil do Dennis, o pimentinha
(ou qq nome parecido). Os meninos tinham um clubinho que a menina não podia participar então ela resolveu fazer um DESSERT CLUB (clube da sobremesa) e eles traduziram como clube do deserto!!! E a menina falando que o clube do deserto ia ter muitos bolos, chocolates etc...e o tradutor não percebeu o erro??? Mesmo pq DESSERT e DESERT pode ter grafia semelhante mas se pronuncia bem diferente em ingles!
Lolinha, gostei da dica do Serge, acho o livro O Poderoso Chefão sensacional, leia qdo puder.
ResponderExcluirJamais diria que é subliterarura, é um livro ótimo. tem outros dele que são bons também, vou pegar o nome e escrevo aqui depois.
beijos
Para mim o melhor diálogo de Casablanca é entre Captain Renault (Claude Rains) e Rick (Humphrey Bogart):
ResponderExcluir- Você me despreza, não?
- Desprezaria, se pensasse em você.
Fiquei com vontade de ver "A malvada".
ResponderExcluirMas pra mim roteiro campeão é o do Poderoso Chefão I. É fantástico.
(Casablanca em compensação é remédio pra insônia).
hehhe...eu não sei porque, sou intrigada com o "Rosebud" no início do Citizen Kane. Nada me convence que alguém ouviu aquele suspiro "Roooosebud"...puf.
ResponderExcluir^_^
mesmo assim, grande filme!!!
:D
pra variar o nOOb aqui não viu metade dos filmes da lista, nem dos dez mais. mas eu posso dizer que A Malvada é o filme mais carregado de emoção que eu já assisti, e nO Poderoso Chefão 2 eu não pisquei desde o início até o golpe em Havana.
ResponderExcluirtô com os writers e não abro.
Agora que li o post. E como você não incluiria 'De volta para o futuro'? Aquele roteiro é algo do outro mundo! Bom, gosto é gosto...
ResponderExcluirah os mais antigos quase nao vi ainda, como A Malvada, Crepúsculo dos Deuses e Quanto Mais Quente Melhor. nao vi rede de intrigas nem chinatown, que ta me perseguindo ha mais de um ano e nunca lembro de alugar. vou ver se aproveito o resto das ferias pra tirar o atraso!
ResponderExcluirobs.: estou produzindo um curta, (curtacinzas.blogspot.com) e queria que voce lesse o roteiro depois se pudesse! não fui eu que escrevi, mas to bastante animada!
beijo
Eu li o livro do Poderoso Chefão, e sinceramente, Lola, vc não tá perdendo nada. Nem corra atrás.
ResponderExcluirAh, eu gosto de adaptações de livros! É sempre muito bom ver na telinha o que vc imaginou lendo. Posso citar o recente Ensaio Sobre a Cegueira, Orgulho e Preconceito, Amor nos Tempos de Cólera... e são só o começo. Adorei o blog, vou voltar sempre. Um beijo,
ResponderExcluirAh! Eu já vi o 'All about Eve', numa tarde bebendo vinho, muito bom! Deu pra perceber muitas coisas nesse filme, inclusive que nas novelas da Globo naquela parte da 'menina boazinha que finge ser boa mas na verdade quer tomar o lugar da mulher que manda', elas claramente se inspiraram nesta obra de arte. Mas convenhamos, de onde eles tiraram esse título tosco: 'A malvada'?
ResponderExcluirAliás aqui no Brasil eles gostam do mal, por exemplo, hoje assisti um filme chamado ' Menina má.com', que em inglês se chama 'Hard Candy'. O pessoal que traduz os títulos é satânico, só pode.
Acho que concordo contigo, Luciano. Também amo Hannah e suas Irmãs, Maridos e Esposas e Zelig. Mas amo tb Noivo. Não tem jeito, o Woody é ótimo no que faz.
ResponderExcluirGarota Veneno, obrigada.
Cíntia, Um Sonho de Liberdade tá na lista sim, acho. Só que não entre os dez primeiros. Dê uma olhada na lista que ele tá lá.
ResponderExcluirElaine, obrigada. Realmente, são todos ótimos filmes. Vc já viu todos os dez primeiros?
Leila, quando Milk estrear no Brasil (é em breve, né?), eu escrevei sobre ele. Ah, discordo totalmente da sua opinião sobre Fale com Ela. É tão emocionante, tão lindo...
ResponderExcluirFelipe, pois é, como podem fazer qualquer lista de qualquer coisa sem incluir Laranja Mecânica?! Também não entendo!
Vitor, em Laços não há bem um vilão, mas a divisão de gêneros fica clara no filme. Ele incentiva isso, e por isso é um filme conservador. Tanto Kramer quanto O Campeão (e À Procura da Felicidade) tentam passar que mães são desnecessárias, e que pais podem ser melhores mães que as próprias. Eu acho que podem, em vários casos, mas esses filmes não mostram o contexto e a realidade que, numa separação, são os pais que costumam abandonar os filhos, não as mães. E em Gente a mãe é uma víbora. Embora eu goste muito desses filmes, é pra se pensar porque eles foram feitos justamente durante o auge do feminismo... Todos eles mostram um nervosismo, uma ansiedade masculina diante da independência da mulher.
ResponderExcluirAh, vc tem que ver Chinatown e Network! Network às vezes parece um pouco datado, mas ainda assim é ótimo.
Débora, que legal que vcs dois são wanna be roteiristas! Eu li Hannibal, o livro, e li o roteiro do filme, mas não li um livro sobre o roteiro (só alguns artigos). Eu acho que um dos motivos que o filme é uma bomba é por causa do roteiro. O livro é péssimo tb.
Li, Australia já estreou? Quando estrear eu vejo. Sem muita vontade, mas vejo... O trailer não me inspirou nem um pouco. Será que eu posso pular, como fiz com Cold Mountain?
ResponderExcluirAna, eu reclamo da tradução do beetlejuice pra besouro-suco porque fica meio esquisito traduzir nomes, não acha? E boa sugestão essa sua sobre atrocidades nas legendas e dublagens. Mas teria que ser um post coletivo, em que eu só dou o pontapé inicial, e aí os leitores continuam. Há há, essas do paper e dessert devem ser típicas... Ontem fui ao cinema ver Revolutionary Road (Foi Apenas um Sonho - minha crítica sai na quarta), e tem uma cena em que o personagem do Leo confessa à mulher que a traiu, e ela pergunta: “Why did you do it?” (“por que vc fez isso?”). Ele começa a explicar que estava entediado e tal, e ela o corta: “Não, não quero saber por que vc me traiu. Por que vc me contou?”. Mas a legenda erra feio no “Why did you do it?”. Acho que tinham que ter colocado apenas “Por quê?”. Do jeito que fizeram, tirou o impacto da cena.
Cris, então já são duas indicações pra ler o livro do Puzzo. Vou ler um dia, prometo.
ResponderExcluirSuzana, ah é, lembro que vc já tinha falado isso uma vez. É um ótimo diálogo. Eu posso usá-lo com o meu trololó de estimação.
Mary V, ah, veja A Malvada sim. Filmaço! Chefão tem um roteiro superbo. Mas o 2 tb, não acha? E o que é isso, vc dorme vendo Casablanca?! Ah, eu gosto. Mas faz tempo que não o vejo. Não tenho o filme em casa.
ResponderExcluirMei, ah, concordo contigo. É um suspirinho só, difícil de ouvir. Mas eu amo Cidadão Kane! Aliás, por que não tenho o filme em casa? Ah, porque durante décadas só havia uma opção de Cidadão no Brasil, com a fotografia toda borrada, sem brilho, e legendas brancas em fundo branco... O som era uma porcaria tb. Mas acho que agora há algum dvd bom circulando.
Hericky, o que é nOOb? Bom, pelo menos vc já viu A Malvada e Chefão 2, e pelo jeito adorou. Veja os outros tb, que não vai se decepcionar. Tudo filmão, não dá pra negar.
ResponderExcluirLi, gosto muito de De Volta para o Futuro, mas faz um tempão que não vejo o filme. Mas ficar entre os cem melhores da história do cinema? Pra mim parece um pouquinho demais.
Ana, eu acho que a primeira vez que vi Malvada e Crepúsculo foi quando, na minha adolescência, a Globo passava clássicos de madrugada. Era uma maravilha. Agora passam Intercine... Então toda uma geração mal sabe que esses clássicos existem. Mas tente vê-los. Isso, aproveita as férias. Que legal que vc está produzindo um curta! Gostaria de ler o roteiro, sim, mas agora não dá. Estou sem tempo pra nada (mesmo nos comentários no blog vou ter que dar um tempinho), porque a minha tese já passou do estágio “atraso crítico”... de novo! Daqui a pouco meu orientador volta de férias e me mata! Vc pode me lembrar do roteiro mais pra frente, lá por meados de março?
ResponderExcluirGabriela, vc não gostou? Não posso falar nada, nunca li nada do Puzzo.
Ana, eu tb gosto de adaptações de livros. Mas Amor nos Tempos de Cólera é uma adaptação bem chinfrim, não achou? Quer dizer, não li o livro. Mas o filme é fraco.
ResponderExcluirIaeee, é verdade, novelas da Globo adoram copiar muitos clássicos hollywoodianos, principalmente os melodramas. E de fato, traduzir “Tudo sobre Eva” pra “A Malvada” foi uma das coisas mais toscas que fizeram! Acho que era pra capitalizar em cima da persona da Bette Davis, que tinha essa fama de malvada. Claro que no filme a malvada não é ela... Mas gostei da sua conclusão que quem traduz os títulos dos filmes é satânico, há há. Muito bom Hard Candy, não?
Você deixou de ver Cold Mountain Lola? Eu amo esse filme! Pra mim era o melhor filme de longe naquela safra de oscarizáveis. E nem indicado a melhor filme ele foi...
ResponderExcluirE Hard Candy eu consegui odiar ainda mais que gran Torino... =[
ResponderExcluirnOOb é "newbie", uma gíria de internet. como alguém que entra num jogo online sem saber jogar, ou se mete numa discussão em um fórum sem saber nada do assunto.. ou simplesmente quem é novo no pedaço.
ResponderExcluire francamente, quem não adora A Malvada? só os trolls do teu blog devem dizer que não. ;D
Pois é Lola, como você disse, a malvada do filme não é a Betty que tem fama de malvada, e sim a Eve...Vai entender né?
ResponderExcluirE sim, Hardy candy é ótimo, tô anestesiado com ele ainda, acho que vou vê-lo de novo hoje, hehehehe.
Inté.
olha só, estava vendo tv a toa, e me deparo com A Malvada passando no telecine! conicidencia nao?
ResponderExcluiradorei! principalmente os diálogos! nao é a toa que está nessa lista de melhores roteiros.
pronto, menos um filme de lição de casa para ver! haha
super entendo que voce esteja sem tempo, nao sei como ainda consegue responder todos os comentários do blog. lá pra março te mando o roteiro do curta então. só vamos gravar em março mesmo.
Que bom saber que não sou a única que considera Casablanca um filme superestimado... Assisti faz uns 2 anos e não foi nada marcante. Sempre me surpreendo de vê-lo nas listas de melhores filmes de todos os tempos... E veja como são as coisas, li no IMDb.com que a Ingrid Bergman (que eu amo) e o Humprhey Bogart detestaram gravar o filme, achavam os diálogos sofríveis e não tinham nenhum orgulho do filme, mesmo depois do sucesso que fez. Não sei se é verdade, mas se for, é bem engraçado
ResponderExcluirBá
Sério que eu perdi algo imperdível por não ter visto Cold Mountain, Vitor? Não sei, o trailer me pareceu tão ruim... Acabou não passando nos cinemas daqui, e como ele não chegou a ser tão indicado aos Oscars daquele ano, eu pulei. Mas, se vc faz tanta questão, eu vejo em dvd... Quer dizer... Vc odiou Hard Candy?! É um filme super interessante!
ResponderExcluirHericky, obrigada por explicar. Tá cheio de gíria na internet que eu não conheço. Aliás, é mais fácil dizer as poucas que conheço. Ah, fico tão feliz de ver um menino da sua idade dizendo que adora A Malvada...
ResponderExcluirIaeee, Hard Candy é muito, muito bom. Antes dele eu nem sabia quem era a Ellen Page ou o Patrick Wilson, e ambos estão excelentes. Daí em diante passei a prestar mais atenção neles. Bom, o Patrick foi mais depois de Pecados Íntimos mesmo...
Ana, olha que coincidência! Que bom que vc viu A Malvada e adorou. Os diálogos são incríveis. Isso, por favor, mande o roteiro do curta em março. Ótimo vc estar envolvida nesse processo!
ResponderExcluirBá, não lembro dessa história do Humphrey Bogart e a Ingrid Bergman detestarem gravar o filme. Ah, mas ele tem quilos de excelentes diálogos. E alguns bem fraquinhos que ninguém menciona. Mas eu acho interessante, um filme agradável de se ver, não acho chato nem nada. Só que há dezenas de filmes que amo muito mais que Casablanca... Anyway, faz tempo que não o vejo. Preciso vê-lo de novo.
Fiquei curioso. Qual o Woody Allen q vc + gosta. E o q menos gosta? Eu nunca fui muito com Tds Dizem eu te Amo.
ResponderExcluirGente, pelo amor de Deus! O mundo não se resume a Hollywood não! Existe um mundo imenso além dos Estados unidos, e parece que nenhum de vocês sabe disso! Os próprios Estadunidenses premiam e reconhecem diretores e roteiristas fora de suas fronteiras como exemplos dos melhores do mundo, mas vocês parecem não saber que existe algo a mais. Tentem não ser tão satélites culturais dos outros assim!
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