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terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

BOLÃO SEM BARATA

Participar do bolão é muito mais fácil que resolver este cubo.

Então, o que você tá esperando? É só até sexta! Veja aqui como participar e mande suas apostas já.

Esta peça foi criação do Julio Cesar. Obrigada!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

CRÍTICA: WALL-E / Robô faz americanos mais humanos, mas não faz barata menos barata

O amor é lindo: Wall-E e sua robô avançada no ferro-velho que virou a Terra

Gostei bastante da mais recente animação da Pixar, Wall-E. Achei o troço fofinho e meigo em várias partes, até porque ele discute, através de um robô, o que nos faz humanos – música, dança, e musicais antigos que ninguém vê mais, como Hello Dolly (é certamente a maior homenagem dos últimos tempos a musicais). E tem uma mensagem plenamente ecologista sobre a importância do verde. Espero que influencie toda uma nova geração. Mas vem cá, quem falou pra Pixar que baratas são bichinhos de estimação queridos? Tá certo que não é uma barata real, é uma animação estilizada, mas faz barulhinho de barata, tem a maior pinta de barata, é indestrutível como uma barata! Perdão, sou mulher, e toda vez que a melhor e única amiga do robô aparecia na tela, eu queria jogar uma sandália. E quando a barata entra dentro do robô e ele sente cócegas? Vão se catar! Vou ter pesadelos com isso. Pixar, é o seguinte: existem tabus que não deveriam ser desafiados. Mulheres e baratas não podem ser amigas, ok? Já é bem chato quando vocês colocam um rato cozinheiro como protagonista. Ratinho azul que anda em duas patas, vá lá, a gente deixa passar. Mas barata não. Tudo tem limites. E barata voadora, ainda por cima! Ninguém tinha me avisado que era um filme de terror.

Vou tentar falar das partes não baratísticas. É que é difícil, porque na primeira e melhor parte do filme, todo lugar que o Wall-E vai, a barata vai atrás. Mas fazendo um esforço supremo pra esquecer a asquerosa: o robôzinho que é o personagem-título é uma gracinha, apesar de ser idêntico não só ao de Short Circuit como também ao ET (a mesma voz, o mesmo pescoço que cresce). Ele não é lá muito trabalhador, o que acho ótimo. Num breve momento mais pro fim em que ele se centra no trabalho, fica irreconhecível. Ele prefere colecionar coisas. É estranho que um robôzinho no ano 2700 não encontre o dvd de, sei lá, Homem de Ferro, e sim o vídeo de Hello Dolly! Não um i-Pod, mas um cubo mágico da década de 80. Ele ganha meu coração quando descobre uma caixinha com um anel de diamantes dentro. Joga fora o anel, fica com a caixinha, numa mensagem claramente anti-consumista. Eu sempre achei isso também, que a caixinha é mais bonita e útil. E quem não gosta de fazer ploc em bolhas de plástico (espero que que as crianças de hoje ainda explodam bolhinhas de embalagens)?

Há muitos outros pontos interessantes. Por exemplo, a gente vê nos comerciais que passam na Terra abandonada que, daqui a 700 anos, o mundo ainda não terá relacionamentos interraciais. É incrível também que, mesmo com todos os sobreviventes sendo obesos, a propaganda continue mostrando pessoas magras. Até aí, me parece uma crítica relevante da Pixar ao sistema. Mas, por mais que a animação indique que a Terra foi estragada (e dá pra ver que o planeta não é mais azul), toda vez que eles mostram o mundo, só mostram o continente norte-americano. Tem uma nuvenzinha cobrindo o resto. Só eles importam. E os humanos que sobrevivem? Todos americanos. Todos só falam inglês (sem sotaque), e são tipicamente americanos, tanto brancos quanto negros. Não há orientais ou hispânicos, muito menos franceses e brasileiros. É chato que até críticos brasileiros se refiram aos americanos sobreviventes como “humanos”, sem notar que só os americanos sobrevivem. Parece que esses americanos, não mais satisfeitos em usarem o nome de todo um continente (América) como se fosse o país deles (EUA), agora chamam de Terra o que é América. Pensa só como é triste o nosso destino: os americanos, 5% da população mundial atual, consomem o referente a 30%. Eles destroem o nosso planeta... e só eles sobrevivem?!

Uma outra mensagem de Wall-E é exclamada pelo capitão da nave: “Não quero sobreviver, quero viver!”. É um bom recado - dependendo de onde vem. Se vem de americanos, é perigoso, e pode querer dizer: “Não ligo se estou consumindo demais e acabando com a Terra. Viver é jogar comida fora, dirigir pick-ups, e comprar de montão. Se isso acabar com o planeta, paciência. Viver é mais importante que sobreviver”. Se vem de países pobres, pode ser revolucionário, como: “Não quero fazer tudo que me mandam e ganhar uma miséria pra sobreviver. Quero viver, trabalhar menos, aproveitar a vida”. Espero que a gente capte mais esta mensagem do que eles, portanto.

O ponto realmente negativo do filme é que ele faz coro à gordofobia, reforçando preconceitos contra gordos. Mostra pessoas obesas que não se mexem mais, não conseguem nem andar de tão gordas, e que não fazem nada além de comprar, comer (comida líquida!), falar por celular e olhar pra uma tela. Como é uma trama infantil, Wall-E não entra em detalhes sobre como se dá a reprodução dos novos americanos cidadãos, mas não deve ser atráves de sexo. Ou seja, os gordos são pintados como preguiçosos e inúteis. Convenhamos que, num mundo que odeia gordos, onde crianças gordas são maltratadas na escola, e onde esse preconceito já está mais do que difundido, esta não é uma mensagem necessária. Entendo perfeitamente a defesa do “largue a TV e o celular e vem ver a vida lá fora”, mas é uma pena que venha junto a toda uma linha de pensamento discriminatória. Ah sim, também não entendo por que o capitão insiste em voltar prum planeta devastado como a Terra. E que ainda por cima tem barata.

Logo, nem tudo é poesia no filme. Vejo montes de críticos mencionando como a primeira parte é poética. Alguém me diga qual a poesia numa barata voadora passeando pelo seu corpo. E fico meio assim quando vejo tanta gente chamando Wall-E de obra-prima. Deixa eu explicar uma coisa: nenhum filme com barata pode ser uma obra-prima.As fotos de divulgação do filme escondem as baratas......e os americanos (essas são as únicas fotos que encontrei das respectivas espécies).

quarta-feira, 28 de maio de 2008

CRI-CRÍTICA DE TRAILER: WALL-E

Leia a crítica do filme aqui.

Eu não tenho nada contra desenho animado. Meu problema é com filme “censura livre”, porque eles são feitos pra crianças, não pra mim. Eu gostava desses filmes quando eu era menina, mas o tempo passou (e como passou!), e não acredito nessa ladainha de “filme pra crianças de todas as idades”. Meus gostos e meu humor em geral não batem com os de uma criança de 5 anos. E pra ir ao cinema ver um desenho que não foi pensado comigo em mente, sei lá, parece perda de tempo (se bem que algum filme de Hollywood é feito pensando numa pessoinha como eu?). Mas devo reconhecer que, quando o oba-oba passa e eu acabo vendo o desenho na TV, muitas vezes gosto. Foi o que aconteceu com Procurando Nemo. Vi o peixinho na mini-TV do avião indo de Buenos Aires pra Paris (e depois Moscou), e me peguei rindo de todas as piadinhas e até chorando, como se eu fosse o protótipo do público-alvo. Ano passado vi A Era do Gelo 2 na TV a cabo, e amei. Adorei a mamute feita pela Queen Latifah achando que é um... um... sei lá que bicho é aquele, mas é uma fofura um mamute dormindo pendurado de cabeça pra baixo numa árvore. E os diálogos estão cheios de tiradas inteligentes.

Só que parece que Wall-E (que estréia em todo o universo em 27 de junho) será um filme quase mudo, pelo menos no começo. Não sei se ver um personagem que é a cara daquele de Short Circuit – O Incrível Robô (1986) numa Terra que é só ferro velho seja meu sonho de consumo. No entanto, o trailer até me cativou. Gostei de quando Wall-E se apaixona à primeira vista pelo modelo mais avançado, e quando essa robô atira nele. Ou das mãozinhas de ferro do Wall-E se encaixando quando a TV mostra um filme romântico (e o narrador diz que o robô se sente sozinho, chuif). Mas só gostei até aí. Depois que aparece o humano mandando prendê-lo, a única parte que se salva, pra mim, é o robô na frente do que parece ser uma estação de metrô, sendo empurrado pra frente. E sério que eles querem fazer um desenho que remeta a 2001, uma Odisséia no Espaço? Quer dizer, eu amo 2001, e olha que não sou a maior fã de ficção científica. Porém, esse grande filme de 1968 não é apenas um clássico por ser do Kubrick - é também um clássico do papo “tentei ver mas dormi no meio”. É um sonífero oficial, praticamente. Eu não dormi em nenhuma das vezes que vi, ao contrário do que acontece comigo nas cenas iniciais de Alien, O Oitavo Passageiro (o filme começa e em três minutos eu me encontro em estado REM, sabe, Rapid Eye Movement?). Lógico que se você ainda não conferiu 2001, tem que fazê-lo já, porque o filme é super influente, e os efeitos especiais seguem espetaculares e foram feitos antes do homem pisar na Lua. Mas veja o dvd descansado.

Enfim, se eu tiver que escolher, não troco o meu HAL por nenhum Wall-E da Pixar. Nota 3.

Ah, veja o teaser também, com música do Ari Barroso (certamente mais em homenagem a Brazil, o Filme, que a Brasil, o País).