Jair Bolsonaro é o típico reaça. Ué, você não sabia que essa espécie existia? Infelizmente existe, e tá longe de ser uma espécie em extinção. É a extrema direita em ação. Gente que apoia o Golpe de 64 (e nem chama de golpe, mas de Revolução, com letra maiúscula – até meados dos anos 80, quando eu estava na escola, ainda se chamava o golpe de revolução), que acha que tudo naquela época era melhor (o que é até estranho, no caso do nobre deputado, já que ele tinha apenas oito anos quando os militares tomaram o poder), que até hoje considera Médici, responsável pelos anos mais repressores da ditadura, o melhor presidente que o Brasil já teve, e que lamenta que os guerrilheiros que se opuseram ao regime ainda estejam vivos (pô, tem uma até no Palácio do Planalto!). Todas as visões que você puder imaginar vão na mesma linha TFP (Tradição, Família e Propriedade). Essa gente é coerente. É a favor da pena de morte, contra a legalização do aborto, contra as cotas raciais (eles não creem que existe racismo no Brasil; aliás, só acreditam num tipo de preconceito – contra o homem branco hétero!), a favor de um modelo de masculinidade na base do “prendo e arrebento”, e de um modelo de femininidade que parou nos anos 50 (mulher nasceu pra ser dona de casa, cuidar dos filhos, e obedecer o marido). Odeiam feministas (não é à toa que Bolsonaro, junto com Charlie Sheen, é o maior ídolo dos machistas). Sua maior luta no momento é contra os gays, que eles chamam de gayzistas ou gaystapo. Obviamente são contra o casamento gay, contra a adoção de crianças por gays, contra qualquer tentativa de criminalizar a homofobia ou de ensinar as crianças a serem tolerantes com as diferenças. Pra eles, homossexualidade é doença e/ou desvio de caráter.
Como eu escolho minhas amizades, convivo pouco com gente assim, que segue tão à risca o modelito reaça. O mais próximo que conheço é um ex-militar, pai de amigos de infância meus, do tipo que traumatiza os filhos na base da porrada (ou palmadinha pedagógica, pros que gostam de eufemismos), e que, assim que o menino completa 15 anos, o leva pra um prostíbulo pra perder a virgindade. Putz, tá cheio de reaça assim na internet. Os que me conhecem me odeiam, porque discordamos em exatamente 100% de qualquer assunto possível e imaginável. Somos opostos extremos.
Desconhecer que essa gente existe, ou que se resume ao deputado, me parece um pouco de ingenuidade. Por isso também me soa estranho assombrar-se com as declarações que Bolsonaro deu na segunda no programa da Band, o CQC (que nunca vi; não suporto os tiques do Marcelo Tas, e uma câmera que copia seus tiques parece um pesadelo pra mim. Você pode ver o vídeo aqui). O deputado pelo PP (partido do Maluf, entre outras figurinhas carimbadas) respondeu a perguntas gravadas. Entre elas, o que ele faria se apanhasse o filho fumando unzinho (encheria de porrada, e, se tortura é agir com energia, então sim, ele torturaria), o que faria se o filho fosse gay (pra ele não há a menor chance disso acontecer, já que é um pai presente que deu aos fihos uma boa educação), se no exército há muita “viadagem” (ele respondeu que são poucos os gays, mas os que “aparecem” são tratados como se deve – o que, vindo dele, não deve ser boa coisa). A resposta mais polêmica ficou pro final, quando Preta Gil quis saber o que ele faria se o filho se apaixonasse por uma negra. Bolsonaro respondeu com aquela educação que lhe é peculiar (a mesma com que se orgulha de educar os filhos): “Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Não corro esse risco, meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu”.
Eu acho que o escrotossauro pensou que ainda estava falando sobre a hipótese do filho ser gay, porque faz parte da cartilha da direita associar gays com promiscuidade (e pedofilia). Não que Bolsonaro não seja racista. Geralmente, a pessoa acolhe um pacote completo de preconceitos, e quem discrimina uma minoria costuma discriminar todas. Mas racismo é crime inafiançável no Brasil, e não creio que ele responderia de forma tão abertamente racista se tivesse entendido a pergunta.
A filha de Gilberto Gil disse que vai processá-lo, e é possível que ele seja levado ao Conselho de Ética da Câmara para se explicar. Ele conta com essa desfaçatez chamada imunidade parlamentar. Sinceramente, não acho que vai acontecer alguma coisa com ele, que já está no sexto mandato. Esse tipo de polêmica faz com que ele ganhe votos entre seu eleitorado fiel, não que os perca. Ele atende a um nicho de mercado que pensa igualzinho a ele e tem ódio do “politicamente correto” (porque, pra eles, ser politicamente incorreto é poder dizer todos os preconceitos que sempre falaram, sem serem contestados. Esse nicho não é pequeno. Dê uma olhada nos comentários do Terra, se tiver estômago). Por isso acho até graça um repórter perguntar pro Bolso se sua pregação anti-gay não poderia lhe tirar votos. Santa ingenuidade, Batman! É essa postura que lhe dá votos! Ou alguém vota no Bolso pelos seus lindos olhos azuis?
Mas sabe, vivemos numa democracia. Por mais que eu gostaria que nojentinhos com esse pensamento tenebroso sumissem da face da Terra, eles têm o direito de existir, de se manifestar, e de sentirem-se representados no Congresso.
Quanto ao programa televisivo, ele não está interessado em discutir coisa alguma. Só em audiência. E conseguiu. Pro CQC, pro Ratinho (ainda existe?), pra praticamente qualquer transmissão na TV, é o Ibope que mede o sucesso ou fracasso de um programa. Pra eles não convém contestar preconceitos, mas usá-los como chamariz. Marcelo Tas e equipe devem estar felizes da vida com tamanha repercussão.
Não adianta querer censurar Bolsonaro ou culpar o sistema político brasileiro (como se nos outros países não existissem políticos reaças!). O que se deve fazer é combater esse tipo de pensamento. É bom que tanta gente esteja indignada com as declarações do deputado. Que essas pessoas entendam que ele está longe de ser o único. Talvez, quando esse pensamento se tornar socialmente inaceitável, políticos como Bolsonaro deixem de ser eleitos. Mas pessoas que pensam desse jeito reaça sempre vão existir, em todo lugar. O que espero é que elas se tornem tão pouquinhas que não consigam ter força nem pra eleger o síndico do prédio onde moram sós.
Desconhecer que essa gente existe, ou que se resume ao deputado, me parece um pouco de ingenuidade. Por isso também me soa estranho assombrar-se com as declarações que Bolsonaro deu na segunda no programa da Band, o CQC (que nunca vi; não suporto os tiques do Marcelo Tas, e uma câmera que copia seus tiques parece um pesadelo pra mim. Você pode ver o vídeo aqui). O deputado pelo PP (partido do Maluf, entre outras figurinhas carimbadas) respondeu a perguntas gravadas. Entre elas, o que ele faria se apanhasse o filho fumando unzinho (encheria de porrada, e, se tortura é agir com energia, então sim, ele torturaria), o que faria se o filho fosse gay (pra ele não há a menor chance disso acontecer, já que é um pai presente que deu aos fihos uma boa educação), se no exército há muita “viadagem” (ele respondeu que são poucos os gays, mas os que “aparecem” são tratados como se deve – o que, vindo dele, não deve ser boa coisa). A resposta mais polêmica ficou pro final, quando Preta Gil quis saber o que ele faria se o filho se apaixonasse por uma negra. Bolsonaro respondeu com aquela educação que lhe é peculiar (a mesma com que se orgulha de educar os filhos): “Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Não corro esse risco, meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu”.
Eu acho que o escrotossauro pensou que ainda estava falando sobre a hipótese do filho ser gay, porque faz parte da cartilha da direita associar gays com promiscuidade (e pedofilia). Não que Bolsonaro não seja racista. Geralmente, a pessoa acolhe um pacote completo de preconceitos, e quem discrimina uma minoria costuma discriminar todas. Mas racismo é crime inafiançável no Brasil, e não creio que ele responderia de forma tão abertamente racista se tivesse entendido a pergunta.
A filha de Gilberto Gil disse que vai processá-lo, e é possível que ele seja levado ao Conselho de Ética da Câmara para se explicar. Ele conta com essa desfaçatez chamada imunidade parlamentar. Sinceramente, não acho que vai acontecer alguma coisa com ele, que já está no sexto mandato. Esse tipo de polêmica faz com que ele ganhe votos entre seu eleitorado fiel, não que os perca. Ele atende a um nicho de mercado que pensa igualzinho a ele e tem ódio do “politicamente correto” (porque, pra eles, ser politicamente incorreto é poder dizer todos os preconceitos que sempre falaram, sem serem contestados. Esse nicho não é pequeno. Dê uma olhada nos comentários do Terra, se tiver estômago). Por isso acho até graça um repórter perguntar pro Bolso se sua pregação anti-gay não poderia lhe tirar votos. Santa ingenuidade, Batman! É essa postura que lhe dá votos! Ou alguém vota no Bolso pelos seus lindos olhos azuis?
Mas sabe, vivemos numa democracia. Por mais que eu gostaria que nojentinhos com esse pensamento tenebroso sumissem da face da Terra, eles têm o direito de existir, de se manifestar, e de sentirem-se representados no Congresso.
Quanto ao programa televisivo, ele não está interessado em discutir coisa alguma. Só em audiência. E conseguiu. Pro CQC, pro Ratinho (ainda existe?), pra praticamente qualquer transmissão na TV, é o Ibope que mede o sucesso ou fracasso de um programa. Pra eles não convém contestar preconceitos, mas usá-los como chamariz. Marcelo Tas e equipe devem estar felizes da vida com tamanha repercussão.
Não adianta querer censurar Bolsonaro ou culpar o sistema político brasileiro (como se nos outros países não existissem políticos reaças!). O que se deve fazer é combater esse tipo de pensamento. É bom que tanta gente esteja indignada com as declarações do deputado. Que essas pessoas entendam que ele está longe de ser o único. Talvez, quando esse pensamento se tornar socialmente inaceitável, políticos como Bolsonaro deixem de ser eleitos. Mas pessoas que pensam desse jeito reaça sempre vão existir, em todo lugar. O que espero é que elas se tornem tão pouquinhas que não consigam ter força nem pra eleger o síndico do prédio onde moram sós.
Pois então,
ResponderExcluirLamentável a postura de um ser escroto como este. Mas de fato, lamentavel são os comentários a respeito dessa polêmica, que apoiam a posição do deputado.
Me preocupa saber que sujeitos assim fazem parte do nosso governo e,e assusta esse discurso abertamente na televisão.
Acho que não sobra muito para nós que somos minorias, como eu, mulher negra pobre e feminista.
Temos uma longa estrada e uma árdua tarefa, que é lutar contra esse tipo de discurso e fazer as pessoas tomarem (um pouquinho que seja) de consciência.
Post coerente Lola.
ResponderExcluirInfelizmente Bolsanaro não chegou ao sexto mandato enganando ninguem sobre sua ideologia.
Ele chegou lá simplesmente pq há uma grande parcela da população pensa exatamente igual.
E com os avanços que o ultimo governo conseguiu, esse preconceito vai ganhando demonstraçõs cada vez mais violentas.
É a reação contra o pouco ja conseguido na busca por igualdade.
É preciso sim tentar debater isso, tentar esclarecer as pessoas sobre como odio é perseguição não fazem nada de bom a sociedade.
Lamentavel, mas nada inesperado.
Dos males, o menor. Pelo menos toda essa polêmica desmascarou um tantinho esse calhorda. No final das contas, claro que terminará tudo em pizza mas, pelo menos, pode ter aberto a cabeça de algumas pessoas (ainda que muito poucas).
ResponderExcluirAcho muito improvável que a verdadeira intenção do CQC tenha sido seguir uma linha "Michael Moore" e dar linha para o Bolsonaro cavar a própria cova mas, quem sabe?... A esperança é a última que morre... :-P
Ai que nojo!
ResponderExcluirAinda bem que não assisto televisão odiaria acabar com o meu dia vendo um palhaço desses dizendo esses absurdos!
Nas próximas eleições poderei votar , vou prestar bastante atenção para não botar um escroto desses no poder.
:)
Lindo post, Lola, perfeito e impecável.
ResponderExcluirE Pat, esse é o ponto do post: ele não foi desmascarado, porque nunca enganou ninguém. Ele é esse tipo grossão reaça que gosta de alimentar preconceitos e quem vota nele é plenamente consciente disso... O que escandaliza, pelo menos a mim, não é nem esse sujeito falar desses temas abertamente, é saber que existe quem acredite nisso a sério.
Quer apostar quanto que daqui a pouco aparece gente para defender o coitadinho do entrevistado?
ResponderExcluirPercebi que as pessoas tem medo de se referir a determinadas minorias.
Quando falam que um rapaz é gay: dizem que mudou de time, que gosta de meninos.
Quando falam de negros preferem dizer "de cor"... e por ai vai.
A alguns anos atrás, quando eu era adolescente eu me sentia mal quando ia me referir a alguém negro, gordo ou gay, por que nunca sabia se ofenderia a pessoa.
Hoje não tenho mais medo de dizer: Minha avó é negra. Fulano de tal é gay sim e dai? Qual o problema?
Percebo que só não tenho mais esse receio de referir-me a negros e gays por que realmente não tenho mais preconceito com relação ainda. E vejo o quanto eu fui preconcituosa no passado, mesmo tendo negros na minha familia. Mesmo na época eu dizendo que não era preconceituosa eu não conseguia nomear as minorias como se deve. E sentia medo quando fazia qualquer referencia, mesmo as corretas.
Eu participei de um grupo de adolescentes, o MAB(movimento de adolescentes do Brasil) e lá aprendi muita coisa, inclusive quebrar meus preconceitos raciais, de genero, etc...
Beijos
Aline
Lola, ontem mesmo o Bolsonaro "explicou-se", argumentando que não era racista, pois havia entendido que a pergunta continuava sendo sobre homossexuais.
ResponderExcluirEu tenho minhas dúvidas sobre isso, até porque houve algumas outras tantas perguntar sobre negros, principalmente cotas e sobre o número de chefes negros que ele teve na vida.
De qualquer modo, ele tenta fingir que está tudo bem, trocando o racismo por homofobia e afirmando que a família da esposa é negra, então tudo bem.
Que fique bem claro, ele disse "a família" da esposa, excluindo esta do grupo. Para mim já diz muito.
A pior parte foi ler ontem, no twitter do filho dele, que é vereador no Rio de Janeiro - não o sigo, mas vi um RT -, falando que o Bolsonaro estava juntando "provas" para processar a Preta Gil por tê-lo chamado de "nojento racista e homofóbido". Oi? É isso mesmo?
Só um detalhe, antes de encerrar o comentário: não vejo que o que ele disse no CQC esteja protegido pela imunidade parlamentar. Não estava ele, naquele momento, no exercício da função. Ainda que Deputado, estava respondendo questões de ordem pessoal, como família.
Além disso, o PSOL já disse que protocolizou ontem pedido na Câmara para apuração do que houve, com as consequencias cabíveis.
Vamos esperar que algo ocorra, no Congresso ou no Judiciário, a partir da ação judicial que a Preta Gil pretende propor.
Cabia uma ação pelo MP também, né?
Boa semana!
Bom, primeiro eu gostaria de dizer que nem o próprio CQC se leva a sério, e essa irreverência deles me parece ter mais coisas construtivas do que o contrário.
ResponderExcluirSegundo que sobre Bolsonaro concordo plenamente com você. Ele não é o único e nem deixará de ser o último. Embora eu defenda que ele seja caçado, agora ver parlamentares entrando com representação contra ele me parece apenas aproveitar a crista da onda. Ora, como você mesma disse, as posições dele não são novas, aliás, o CQC o chamou para dar entrevista justamente pra explorar esse lado polêmico do cara, e em tantos mandatos nunca ninguém protocolou representação nenhuma por que agora?
Eu queria muito que toda essa galera do twitter que chamou Bolsonaro de racista e homofóbico não fossem, ainda que veladamente, exatamente como ele.
Bjs!
Eu não concordo com o pensamento do Bolsanaro, contudo concordo com o que está nesta matéria do Papo de Homem:
ResponderExcluirhttp://papodehomem.com.br/bolsonaro-meu-bom/
Realmente se surpreender com as declarações do Bolsonaro é inocência. Primeiro porque ele já disse outros absurdos durante toda a década passada. Segundo porque Brasil que faz Marcelo Dourado vencer o BBB é o mesmo que apóia o Bolsonaro. Pelo menos eu acho que é simples assim.
ResponderExcluirApesar da repercussão horrorosa que o Bolsonaro teve ontem na mídia, é de dar muito orgulho seguir o Jean Wyllys no twitter e ver como ele tem lutado pelos os LGBT. Criar um frente LGBT com mais de 170 membros é um avanço e tanto pra quem mal começou o seu mandato. Ontem eu e outros seguidores do Jean mandamos um email para o cdh@camara.gov.br mostrando a nossa insatisfação de ter um homem totalmente preconceituoso como o Bolsanaro no governo. Talvez não dê em nada, mas vamos fazer barulho! Isso pode ser lembrado quando tivermos uma outra oportunidade contra o Bolsonaro, o que nos dará força! Nada é em vão! Enfim, tô extremamente feliz de ter dado o meu voto a este rapaz.
Uma vez estava acampando e conheci dois meninos legaizinhos. No fim da viagem descobri que um deles era um dos filhos do Bolsonaro. Olha, eu posso nao ter 100% de certeza sobre ele, mas todo mundo que tava por ali tava fumando maconha. Sera que eu tenho uma fotinho largada por ai? ;)
ResponderExcluirPedro, eu concordo com você. MAS EU ACHO QUE NÃO ESTAMOS AQUI PARA CONTROLAR A OPINIÃO DE OUTRAS PESSOAS.
ResponderExcluirLola, o maior problema em relação ao CQC foi o ato falho do Marcelo Tas que se referiu aos negros como "pessoas de cor". Isso tá no vídeo, aos 4:05 do vídeo postado no Youtube. Mas ninguém comenta. É fácil chutar cachorro morto, como o Bolsonaro
ResponderExcluirE pensar q se a gente vivesse numa ditadura, como gostaria bolsonaro, não haveria liberdade de expressão, na qual agora ele busca refúgio.
ResponderExcluirO q pode ocorrer, a partir desse episódio, é um reforço na pressão popular para que se vote e aprove o PLC 122 que criminaliza a homofobia.
Vamos torcer, afinal, não há porque ser pessimista nessa hora em que o brasil tá mostrando que, aos poucos, consegue se desvencilhar do entulho autoritário no qual nos mergulhou o golpe militar q sexta-feira - dia 01 de abril - completará 47 anos.
E muito mais sensato e eficaz o ponto de vista de que não é com repressao, mas luta política que se muda essa realidade.
ResponderExcluirexiste muita conversa. O cara é um animal, que precisa ser superado através da luta política.
Mais uma coisa: gostaria de recomendar a leitura deste post sobre o mesmo assunto. O cara é sensato (o que eu não sou) e vai na mesma linha da Lola. A questão merece reflexão, mas não podemos nos colocar no mesmo patamar do cara (sair xingando ele e pedindo a morte kkkkk, pena...)
ResponderExcluirhttp://migre.me/49d6a
Realmente, não fiquei surpresa com a matéria, porque já acompanhava as asneiras dele há um tempo. Mas acho bom toda a polêmica, por mais que isso possa lhe dar eleitores, e por mais que as manifestações contra ele não surtam um grande efeito, mas pelo menos esse tipo de ideia está sendo debatido. Vejo algumas pessoas defendendo ele na internet, mas o que me dá esperança é ver a maioria com um discurso contrário ao dele. Isso realimenta um pouco a minha fé na humanidade.
ResponderExcluirRealmente, acho que a visibilidade que estão dando para o caso mostra que já existe um movimento de reação contra esse tipo de pensamento.É tímido e desarticulado, mas ver que a sociedade, em linhas gerais, já condena o extremismo dos reaças é algo de bom.
ResponderExcluirE as atitudes cada vez mais descabidas desses sujeitos podem ser vistas (de um um ponto de vista extremamente otimista) como uma reação meio desesperada às mudanças que estão ocorrendo no mundo, em direção à tolerância e diversidade. Eles vêem seu mundo ruir e agem loucamente, como animais acuados.
Vamos esperar cenas dos próximos capítulos...
Lola, eu gostaria de saber realmente como você pode tecer comentários falando mal de algo que você nunca viu ou que nem sabe como é. Não estou discutindo aqui se o CQC presta ou não presta, mas você entra em alguns artigos em contradição, afirmando que nunca viu ou leu algo e depois falando mal horrores sobre aquilo.
ResponderExcluirTenho sérios problemas com algumas posições do CQC, mas acho algumas reportagens simplesmente ótimas. Acho absurdo compará-lo com Ratinho, é coisa de quem realmente abre a boca pra falar sobre o que não conhece direito.
Desculpe o tom, eu gosto dos seus textos, mas do mesmo modo que você perde a paciência com algumas atitudes das pessoas, perdi a paciência com você dessa vez.
Depois de ler esse post, procurei o site oficial do PLC 122, e encontrei uma petição para fazer pressão nos senadores, para que aprovem a lei:
ResponderExcluirhttp://www.naohomofobia.com.br/home/index.php
Assinei =D
Claro que o CQC quis audiência ao trazer o cara, duvido que ele não tenha entendido a pergunta, já que é gravado e ele poderia ter pedido para repetir. Acredito que a divergência de opiniões é válida, mas quando alimenta o ódio e usa a religião para justificar escolhas estúpidas eu fico indignado, apesar de não ser mais religioso, também por isso. Que diferença vai fazer na vida deles se os homossexuais puderem se casar no civil? É pura escrotice.
ResponderExcluirNão me choquei com essas declarações do Bolsonaro, já que ele é um cretino há muito tempo. Mas fico feliz que ele tenha feito essas declarações e criado polêmica, espero que seja processado pelas merdas racistas e homofóbicas que ele disse.
ResponderExcluirMesmo que não dê em nada, tenho certeza que ele vai ficar mais esperto com suas escrotices.
Lolinha, eu também não fiquei nada espantada com as declarações do Bolsonaro. Fiquei enojada, revoltada, mas até aí... O mesmo de sempre. A diferença é que agora ele cometeu o crime de racismo(já que ser homofóbico, fazer apologia à tortura e à ditadura militar não são ilegais). Sinceramente: não engulo essa desculpa de que ele não ouviu direito. Faça-me o favor.
ResponderExcluirPela primeira vez, ele foi ao Congresso se explicar, lançou notinha oficial e tudo mais. Sinal de que ele tá com medo, sim. Jean Wyllys e Brizola Neto entraram com uma ação contra ele na câmara (em tempo: enquanto Brizola neto falava, Bolsonaro fazia gestos como se estivesse disparando tiros contra ele). Sinceramente, estou esperançosa de que esse é o primeiro passo para cassar o Bolsonaro.
E o que é mais preocupante não é a existência de uma pessoa dessas, mas de uma galera que o elege há seis mandatos. Porra, eu tenho militares na família, mas não cresci com essa mentalidade reaça e golpista. Pelo contrário. Sinto vergonha de morar no Estado em que esse cara é eleito.
E pra quem vier com o chororô de "o politicamente correto quer nos calar, mimimi kd minha liberdade de expressão?", o Bolsonaro teve toda a liberdade do mundo pra dizer o que lhe veio à cabeça. Agora, que enfrente as conseqüências.
"não é à toa que Bolsonaro, junto com Charlie Sheen, é o maior ídolo dos machistas"
ResponderExcluirAdorei o texto Lola. E adorei você ter dado o nome certo de machismo e colocado o link onde zoava do tal "masculinismo".
Vamos dar o nome certo das coisas, masculinismo não existe, é um nome menos feio que estão querendo dar pra machismo, misoginia e homofobia. Chega de dar colher de chá.
Sobre o Bolsonaro você disse tudo.
Abçs
Só para terminar de estragar o dia de todo mundo.
ResponderExcluirhttp://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/03/110330_mulher_violentada_processo_bg.shtml
Mulher é presa após denunciar estupro.
Minha sogra vota nesse infeliz. Nunca abordei o assunto em prol da paz familiar (covardia, né). Mas, já que ela é negra, quem sabe se eu mostrar essa notícia ela se toca.
ResponderExcluirbem Lola, eu queria muito que voce assistisse esse video: The Andrew Show- Guest star alex!
ResponderExcluirEle está em inglês, espero que você compreenda. Lembra do KKK (Ku-Klux-Klan), é bem parecido com isso.
Ok, gente, dica do Beija-Flor: vejam este vídeo. A gente podia chamá-lo de "Os filhos do Bolsonaro", mas, como está em inglês, saibam que é de um membro da Ku Klux Klan que decidiu fazer uma série racista com seu filho (no vídeo em questão, há a participação especial de um amiguinho). Eu tirava a custódia de pais assim... Não é incrível que gente como Bolsonaro defenda que gays não podem adotar crianças, mas racistas (e demais preconceituosos) podem?
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBolsonaro é o Cel. Frank Fitts em pessoa (Chris Cooper, em "Beleza Americana"): http://www.youtube.com/watch?v=njvuyLCaZqA
ResponderExcluirLola, você já viu esse vídeo? http://www.youtube.com/watch?v=atKHN_irOsQ&feature=player_embedded
ResponderExcluirAriane, não tinha visto essa reportagem não. Eu sabia que ele e a Maria do Rosário já tinham discutido. Mas é aquilo: se um deputado já chamou uma colega de vagabunda e a empurrou e nada aconteceu com ele, não é agora que vai acontecer. Terrível é que os eleitores dele votem nele EXATAMENTE por isso. Já tem machista querendo Bolsonaro pra presidente. NOJO.
ResponderExcluirLola, o que mais me chocou nesse vídeo foi ele dizer que jamais a estupraria pq ela não merece, mas num sentido completamente deturpado. Não como quem garante que jamais cometeria tal atrocidade e que mulher nenhuma mereça isso, mas num tom de quem pretende humilhar uma mulher, deixando claro que ela não é desejável, não lhe desperta interesse sexual. Foi aí que a deputada perdeu as estribeiras, não acreditou no que está ouvindo. Esse louco pensa que estupro é o quê??
ResponderExcluirÉ chocante mesmo, Ariane. Mas é por isso que Bolsonaro é um ícone entre os machistas/masculinistas. Pra essa gente com mentalidade totalmente deturpada, estupro é um favor que os homens fazem às mulheres. Esse "insulto" de "vc é tão feia que ninguém vai querer de estuprar" é muito comum. Isso de "vc não merece ser estuprada". É horrível, mas é praticamente um clichê de tão usado. Esses dinossauros acham que estupro e sexo são sinônimos. Não veem estupro como crime, mas como a realização de um desejo sexual (e só homem tem desejo sexual). E é justamente essa gente que quer salvar as mulheres do feminismo.
ResponderExcluirO que mais me chocou foi que após a exibição da matéria no programa a platéia aplaudiu e o Marcelo Tas, puppet do PSDB, tentou ponderar. Não tem o que ponderar, o cara foi de baixíssimo nível na maioria das respostas. E quanto à alguém que falou que deputados que entram com representação contra ele estão se aproveitando da crista da onda, bem... o Jean Willys entrou com representação contra ele e posso dizer que desde o seu primeiro dia no Congresso tem lutado arduamente contra a homofobia, contra o preconceito e, mais especificamente, contra o Bolsonaro e as suas abobrinhas.
ResponderExcluirEsperar pra ver..
Eu sinceramente esperava pior da combinação CQC + Bolsonaro.
ResponderExcluirAliás, não sei se já passearam por este vídeo, mas vá lá.
http://www.youtube.com/watch?v=N8dPt31ML44&feature=player_embedded
O contexto é a revisão da Lei de Anistia. Bolsonaro aparece no último minuto. Vejam como ele ri enquanto manda os manifestantes literalmente se f...
Parabéns pelo texto, além de ser expressivo é autentico e verdadeiro!
ResponderExcluirConcordo plenamente com vc. É repulsiva a postura desse político.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir"Keep your friends close, and your enemies closer." -- Sun Tzu.
ResponderExcluirÉ ótimo que os reaças sejam expostos. Os aspectos mais radicais dos seus valores têm sido passados de geração em geração sem o escrutínio da Sociedade que tem tentado purgar esse fundamentalismo.
Muita gente teria pensado que fundamentalistas como Bolsonaro eram espécie em vias de extinção numa Sociedade que se pensava muito mais tolerante. Afinal, o seu nicho de mercado não terá diminuído!
Está na hora de o reduzir através da influência dos nossos valores humanistas e erradicar o ódio.
E mais um deputado apronta:
ResponderExcluirhttp://noticias.uol.com.br/politica/2011/03/31/deputado-federal-diz-no-twitter-que-africanos-descendem-de-ancestral-amaldicoado.jhtm
AFF!
Eu só consigo sentir nojo deste cara e pessoas como ele. Embrulha o estômago mesmo!!
ResponderExcluirLola,
ResponderExcluirNessa minha postagem, cujo link segue abaixo, tudo que posso falar sobre o Bolsonaro.
http://gauche-nunca.blogspot.com/2011/04/sobre-um-escroto-chamado-jair-bolsonaro.html
Lola,
ResponderExcluirO mais triste é ver os argumentos que o povo usa pra defender o Bolsonaro. Alguns são mil vezes pior que a primeira ofensa.
Lola,
ResponderExcluirPara vc que pensa assim:
“Eu acho que o escrotossauro pensou que ainda estava falando sobre a hipótese do filho ser gay[...]
[...] não creio que ele responderia de forma tão abertamente racista se tivesse entendido a pergunta. “
“Sinceramente, não acho que vai acontecer alguma coisa com ele [...] Esse tipo de polêmica faz com que ele ganhe votos entre seu eleitorado fiel, não que os perca.”
[...] vivemos numa democracia. Por mais que eu gostaria que nojentinhos com esse pensamento tenebroso sumissem da face da Terra, eles têm o direito de existir, de se manifestar, e de sentirem-se representados no Congresso.”
Deixo trechos do excelente artigo do Paulo Moreira Leite que vai muito além da visão instrumental de democracia de muitos brasileiros.
Quem protege Bolsonaro
[...]Na verdade, Bolsonaro não impressiona. No mundo inteiro existem políticos desse tipo. O aspecto preocupante é que este comportamento não diz respeito a um deputado do Rio de Janeiro, mas a todos nós.
Por que Bolsonaro pode se comportar dessa maneira? Quem lhe dá o direito de ser tão descarado? Por que suas palavras não são repudiadas por todos e cada um? Por que os jornais publicam e repercutem aquilo que diz, como se fosse parte legítima do debate democrático? Por que seu discurso é difundido, ampliado?
[…]Jean-Marie Le Pen, fundador do Front National. Le Pen é um político fascista, que defende uma política de segregação contra os imigrantes árabes que vivem no país e seus filhos, que já detem cidadania francesa. Mas há uma diferença notável entre Le Pen e Bolsonaro e ela reside no país em que vivem.
Le Pen tem um discurso extremista mas cuidadoso. Não ataca os imigrantes — limita-se a defender os franceses. Diz: “a França para os franceses.” Não é explícito, mas obscuro. Todo mundo sabe o que ele quer dizer mas o próprio Le Pen não o faz. Por que?
Porque a sociedade francesa não permite. A força das idéias democráticas naquele país é tal que não se aceita que elas sejam proferidas em público, de modo exibicionista e ofensivo, como faz Bolsonaro.
Le Pen [...] sempre foi obrigado a esconder seus pensamentos. Todo mundo sabe que ele é um nostálgico do império colonial frances, vencido por tropas comunistas na Indochina e depois pela revolução nacionalista na Argélia. Mas, ao contrário do que faz Bolsonaro, incapaz de esconder seu apego ao regime de 64, Le Pen não faz propaganda do colonialismo nem prega a submissão das antigas colonias. Apresenta-se como defensor dos franceses “em primeiro lugar.”
Muitas pessoas podem até achar que é melhor ter um Bolsonaro que diz o que pensa do que um Le Pen que só diz meias-verdades. Bobagem. As meia-verdades de Le Pen são um limite político, imposto pelo regime democrático de seu país, que não admite ataques à direitos e garantias fundamentais. [...]
O discurso solto e descontrolado de Bolsonaro mostra que nossa democracia está exposta e que há quem aposte em torná-la frágil e precária.
E aí é digno perguntar: quem protege Bolsonaro? Quem lhe garante audiência?
A resposta não se encontra naquela antropologia de almanaque, segundo a qual todos os problemas da humanidade residem na “cultura” de determinado povo. [...]
Bolsonaro é expressão de outra coisa: interesses políticos e não de uma suposta vocação cultural.
Embora o Brasil viva hoje o mais prolongado período democrático de sua história, uma parcela ponderável e influente da sociedade brasileira cultiva uma visão instrumental e peculiar de democracia.
Conforme essa concepção, os regimes democráticos são ótimos quando servem a nossos interesses, ajudam nossos amigos e perseguem nossos adversários. Mas podem ser descartados quando deixam qualquer uma das condições descritas acima. São forças que promovem o enfraquecimento da democracia, fazem o possível para desmoralizar instituições identificadas com a vontade popular e adoram sabotar e exagerar as deficiencias do sistema civil.
São essas forças que alimentam Jair Bolsonaro.
Fonte:
http://colunas.epoca.globo.com/paulomoreiraleite/
Queria que a Maria do Rosário não tivesse se ofendido com o "vc não merece" e tivesse rebatido com o que a Ariane disse: então se merecesse vc estuprava? Belo exemplo,hein deputado!
ResponderExcluirTemos que estar mais preparadas pra discutir com esses trogloditas, porque eles são nossos pais, nossos tios, nossos deputados. E é assim que sempre nos tratam até o momento em que deixamos de nos ofender e conseguimos rebater e partir pra cima. Sim,porque sei que no fundo são covardes, uns ignorantes. A indignação e vontade de chorar não pode nos dominar em discussões como essas.
O Jair Bolsonaro parece mais com um neocolonizador assumido.
Obedecer AO marido né Lola...
ResponderExcluirAcho chato vc dizer que quem é a favor da pena de morte e é contra o aborto é reaça. Tanto quanto me irrita que pensem que quem é contra o aborto não pode ser feminista. Acho que são pensamentos diferentes. Não vejo lógica em ser a favor do aborto num mundo com tantas métodos contraceptivos. A mulher é dona do seu corpo, mas não é dona de outro corpo. Que afinal tem um pai que tem direito sobre ele também, embora na maioria das vezes só queiram se livrar do problema mesmo, entenda-se problema a criança. Não sou religiosa, isso é um fato científico pra mim. Existe vida a partir do embrião. E quanto aos criminosos que assim que saem da cadeia voltam a cometer o mesmo crime? Os sem possibilidade de recuperação? Não estou falando de ladrão de galinhas. O Estado os sustenta e assim que eles saiam - em 30 anos no máximo no sistema brasileiro e se forem jovens e não morrerem lá dentro - voltem, sem nenhuma surpresa, a cometer o mesmo crime. Sou a favor da pena de morte, sim. Não me acho uma pessoa horrível por isso. Daí que colocar no mesmo nicho do Bolsonaro, que pode defender a mesma ideia que eu, por motivos diferentes, é injusto.
ResponderExcluirBem, o Bolsonaro tem sua opinião e seu direito de expressa-lá, seu eleitorado tem voto e portanto expressão política que temos que aceitar, é um país ivre.
ResponderExcluirPenso que o dilema vem todo dos excessos do movimento gay atualmente, são homens normais como qualquer um, sua sexualidade deve ser algo restrito a vida privada, mas a exarcebação causa antipatia.
Concordo em partes com Jair Bolsonaro, não tenho nada contra gays mas defendo a Pena de Morte, Sou contra a maconha, não tenho nada contra cotas mas acho que deveria ser melhor. Na minha opinião só o fato de ele ser um deputado limpo de corrupções já ganha um ponto positivo, votarei nele em 2018, mas gostaria que ele fosse menos ''radical'' sobre certos assuntos, e sobre o caso da Preta Gil ele já se explicou que ouviu errado e o Tas simplesmente sumiu com a fita original, de qualquer maneira boa sorte e bom artigo.
ResponderExcluirEu tenho quase certeza que essa "Ju" aí de cima sou eu.
ResponderExcluirO quanto eu mudei. O quanto eu entendi nesses quase 7 anos
Eu era uma reaça. Muito dessa mudança devo a você, Lola.
Obrigada por tudo. Parabéns pela Lei que leva o seu nome.
Sigamos porque a luta não para.
Beijos,
Julia