quinta-feira, 28 de outubro de 2010

RODEIO DE GORDAS: O PRECONCEITO DÁ UM PASSINHO À FRENTE

Unesp, 2010. Repúdio à "brincadeira".

Olha só a coincidência: um dia antes de sair a notícia asquerosa sobre o rodeio de gordas (falarei mais disso daqui a pouco), uma das minhas turmas da faculdade me perguntou o que eu achava da lei contra a homofobia (o projeto PL122, que criminaliza a homofobia). Respondi que não tinha uma posição totalmente formada a respeito, mas que, como toda a comunidade GLBT é a favor, eu tendia a ser a favor também, já que acho que quem é discriminado tem mais discernimento para decidir sobre uma lei. Porém, por outro lado, liberdade de expressão é algo muito importante pra mim. A conversa foi longa (eles adoram debater comigo sobre um monte de questões que não têm absolutamente nada a ver com Inglês Técnico – já falei aqui sobre como muitos deles me decepcionaram no posicionamento conservador contra a legalização do aborto). Lá pelas tantas eu toquei na lei contra o racismo, defendendo que foi positivo a lei ter ajudado a coibir várias manifestações racistas, apesar de não acabar com a raiz do pensamento racista. Eles disseram que não dava pra comparar racismo com homofobia, já que as pessoas nascem negras, mas não nascem gays. Eu respondi que há bastante unanimidade entre os gays que se nasce gay sim, mas que não era essa a questão. Afinal, tem importância nascer de um jeito ou se tornar assim? Isso justifica que as pessoas te tratem mal? E dei o exemplo das gordas. Eu sou gorda, disse pra eles. E não nasci gorda, fiquei gorda quando chegou a puberdade. Mas e daí? Um caso daria direito a insultos, e o outro não? Enquanto vários alunos me olhavam com cara de que nunca haviam parado pra pensar em discriminação contra gordas antes, um disse que meu argumento era absurdo, porque ele tinha sido uma criança gorda, e olhe pra ele agora (é todo musculoso). Expliquei que genética é parte importante no tipo físico da pessoa, e lembrei que é esquisito que a gente aceita a genética pra algumas características, mas pra outras não. Tipo: nenhum baixinho fica tentando ser alto, mas todo gordo faz o possível e o impossível tentando ser magro.
Mas nem adianta, né? Toda vez que falo sobre aceitação do corpo aqui no blog, vem um batalhão dizer que só é gorda quem quer. Ou seja, já associam gordura com falta de caráter, ou, pelo menos, falta de determinação. O fato de 99% das dietas falharem (a pessoa até perde quilos mas acaba recuperando tudo e mais um pouco depois) não mostra o óbvio – que dietas o funcionam. Mostra que as gordas é que não funcionam porque são umas desleixadas. Elas simplesmente não fazem o esforço. Esforço que, pra muita gente, equivale a viver pra isso. Eu fiz reeducação alimentar uns quatro anos atrás, durante quase um ano, e até gostei. Cheguei a perder oito quilos. Mas eu vivia pra aquilo. Não havia um só momento que eu não pensava em comida, em quilos, em calorias, em ginástica. Eu não passava fome (não era dieta), mas gastava muito tempo e energia naquele único objetivo. Se valia a pena? Imagino que pra muitas das minhas colegas de grupo (a gente se reunia uma vez por semana, se pesava, recebia aplausos, bem vigilantes do peso) valia. Pra mim, pessoalmente, não. Notei que aquilo seria um esforço pro resto da vida, e decidi que eu só tenho uma vida, sempre fui gorda, e prefiro me empenhar em outras coisas. Mas é só falar algo assim que muita gente me equipara a uma terrorista: eu estou encorajando as gordas a serem gordas! (e sempre vem aquela hipocrisia de que a preocupação é com a saúde dessas pobres mulheres, não com a aparência).
Será que estou encorajando? Quem sabe. Mais uma coincidência: ontem recebi email de uma leitora. Reproduzo uma parte aqui:

Hoje estava conversando com uma grande amiga que estava em crise conjugal e sempre tem problemas de autoestima por ser gorda. Ela é linda, linda, mas tem dificuldades de ver a beleza, por conta desses padrões ridículos que nos impõem. Pois bem, recomendei a ela vários links do seu blog e ela me ligou hoje no Skype só pra me agradecer e dizer que os textos têm-na ajudado muito a vencer a barreira do preconceito que ela acabou desenvolvendo contra ela mesma. Ela me disse: “Aqueles textos que você me mandou me ajudaram demais. Estou indo à natação todos os dias agora, não por causa daquela paranoia de antes[de emagrecer], mas porque estou curtindo o meu corpo e adorando sentir ele se movimentando na água. Hoje eu consegui ficar olhando para mim mesma no espelho e me admirar! Tô muito bem, você não imagina o quanto! Ninguém me segura agora!!" Pô, Lola, não consigo escrever isso sem me emocionar (tô chorando agora). É lindo demais ver uma pessoa aceitando o próprio corpo, graças às suas palavras, sabia?

Claro que receber um email desses me deixa muito feliz. Mas, pra muita gente, eu só estou fazendo mal a essa moça. Porque agora, imagina só, ela pode olhar o corpo no espelho sem sentir repulsa! Ela gosta de ver aquele corpo balofo, disforme, grotesco, doente, se mexer! Como é que ela vai perder peso assim? Não, certos estão quem a lembram todos os dias que ela é gorda e horrível. Isso sim vai fazer com que ela aprenda!
Mas aprenda o quê, may I ask? Que ela é gorda? Juro que ela já tinha se dado conta. Que ela é horrível por ser gorda? Vai por mim: ela sabe disso desde criancinha. Que precisa emagrecer? Ela passou a vida toda tentando. Gente, a verdade é uma só: se ofender gordas fizesse que perdêssemos peso, não haveria uma só gorda no mundo. Todas nós já fomos insultadas. Todas nós já tentamos emagrecer, e a maioria vai tentar até morrer. A gente é brasileira e não desiste nunca!
Nos EUA existe um movimento chamado HAES, sigla para Health At Every Size (Saúde em qualquer tamanho). Ele prega que qualquer pessoa, gorda ou magra, pode ser saudável. E que, se a preocupação de todo mundo com o nosso corpo é mesmo bem intencionada (e é baseada na saúde, não num padrão de beleza inatingível), mais vale que sejamos gordas saudáveis. Dá pra se alimentar de um jeito saudável sendo gorda. Dá pra fazer exercícios sendo gorda. Dá pra ter colesterol baixo sendo gorda. Dá pra se sentir bonita sendo gorda. Dá pra ser amada sendo gorda. Dá pra ser feliz sendo gorda. E então, qual corpo uma pessoa vai tratar melhor? Um que ela ama ou um que ela odeia? Com que estilo de vida ela terá mais propensão a emagrecer? Fazendo ginástica, comendo comida saudável, ou não querendo sair pra não se expor, vivendo em depressão, se empaturrando de comida por causa dessa depressão? Sério, não é uma pergunta difícil.
Mas vai dizer isso pra uma quantidade imensa de gente que faz do ódio às gordas o seu estilo de vida! E por favor, gente, pensem antes de falar: o ódio às gordas é incrivelmente maior que o ódio aos gordos. Não estou dizendo que homens gordos não sofrem ou não são discriminados, mas, numa sociedade em que uma mulher é avaliada, acima de tudo, pela sua aparência, ter uma aparência fora dos padrões vai custar muito mais pra uma mulher que pra um homem. A aceitação do corpo é um desafio para praticamente todas as mulheres, sejam elas gordas ou magras. Xingar o corpo de uma mulher é uma forma de misoginia, porque diz que formas femininas são horrendas e, ao mesmo tempo, ensina a mulher que seu corpo não é sua propriedade. Uma forma de misoginia, aliás, amplamente aceita e difundida pela mídia. A mídia prega seu ódio diário contra mulheres pra vender produtos. E você, qual é a sua desculpa?
E qual a desculpa dos cerca de 50 rapazes universitários da UNESP (Universidade Estadual Paulista) que realizaram o “rodeio de gordas”? Um dos organizadores disse que era só uma brincadeira. Era divertido montar numa moça obesa e agarrá-la como um peão faz com um touro numa arena, enquanto amigos gritavam “Pula, gorda bandida!”. Não era divertido pra mulher gorda, lógico, mas ela nem humana é – foi comparada a um animal, uma vaca, um boi, um touro, algo pra ser montado com crueldade.
A imensa maioria dos comentários que li sobre o caso é de repúdio. Ainda bem. Talvez um “rodeio de gordas” seja exagerado demais pra nossa sensibilidade. Mas a raiz do prenconceito é a mesma: gorda não é gente, não merece respeito, nem ela mesmo se ama. E é uma burra também: com tanto amor dirigido a ela, como ela pode se odiar?


Update em 15/5/13: Na época, os três organizadores receberam apenas cinco dias de suspensão (foto acima). Porém, o Ministério Público forçou um acordo em 2011 para que cada um pagasse cerca de 20 mil reais em cestas básicas para instituições de caridade (ironicamente, instituições feministas e LGBT). 
Um dos três se negou a assinar, e foi processado por dano moral coletivo. Hoje saiu a última condenação: este estudante terá que pagar trinta salários mínimos. Muito bom que alguma justiça foi feita. Que os nomes desses criminosos (que obviamente se dizem discriminados) fiquem registrados: Roberto Paulo de Freitas Negrini, Daniel Prado de Souza, e Raphael Dib Tebechrami. Pra mim, não resta dúvida que são mascus.

89 comentários:

Gabriela disse...

Olha, já li e ouvi coisas absurdas mas rodeio de gordas? nossa... new low :/

Esses tempos tive uma palestra na faculdade com uma professora de psicologia que dá aulas ali fazem 20 anos, enfim, a palestra era sobre aceitação do corpo, ela começou dizendo que nenhuma gorda é feliz e ainda perguntou pra nutricionista do lado (que ia falar depois) quais alimentos nao tem calorias o.O

é de chorar...

Paula Duailibi Homor disse...

Muito bom o post. Falou bem Lola!

Ana disse...

Nossa Lola, que texto bom! Fiquei pensando na diferença da cobrança entre mulheres e homens gordos e lembrei de um comentário do Jack no seriado Will & Grace. Era sobre as séries americanas com maridos gordos e mulheres magras e lindas. É como se o homem pudesse ter a aparência que ele quisesse, mas as mulheres não, elas precisam ser perfeitas para "segurar o seu homem". É uma mensagem que fica no inconsciente das meninas para sempre e elas não se dão conta de que perfeição = objeto.

Beijos,

Danielle disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Danielle disse...

Lola, você viu isso?

http://www.marieclaire.com/sex-love/dating-blog/overweight-couples-on-television

Pedro Alexandre Sanches disse...

Lola, lindo, maravilhoso!

Tenho falado bastante de misoginia no meu blog também, e recomendei veementemente o teu texto lá.

Obrigado!

Lord Anderson disse...

Eu devo ser meio engenuo, pq apesar de ja ter visto uma quantia absurda de preconceito e intolerancia, mas nunca imaginei que isso poderia ser possivel.

Pq é uma pratica de vilencia organizada, com direito a comunidades no orkuts, regras, premios...

Cade a formação humana desses alunos?

Cada um minimo de empatia e capacidade de se colocar no lugar do outro?

aiaiai disse...

Essa notícia da unesp me fez muito mal ontem. Eu fiquei uns 15 minutos paralisada sem conseguir fazer mais nada...Primeiro senti o sofrimento das meninas...algumas não querem mais voltar para a faculdade. Depois senti um ódio terrível pelos meninos...e consequentemente, pela unesp que tá tratando o assunto com muita leveza. Já tinha que ter expulsado e esses meninos precisam sim ir para cadeia. Uma pessoa não pode fazer isso com a outra e ficar impune como se tivesse sido só uma brincadeira...Resumindo: senti muita revolta.
Qd estava na faculdade, na década de 80, nós, estudantes, eramos os libertários da sociedade. Lutávamos contra todos os preconceitos, contra a ditadura e pela igualdade. Era inimaginável que ocorresse uma coisa dessas numa faculdade!

Bom, depois da revolta, veio o pavor de ver meu filho, hoje com 12 anos, estudando com pessoas assim. E a paranóia de que ele, num momento de bebedeira ou idiotice, se juntasse a esses idiotas covardes. Daí tomei logo uma atitude. Peguei a matéria, li para ele e falei: se um dia você se meter em qq confusão desse tipo, saiba que eu serei a primeira a querer sua punição.

Tadinho, ele ficou chateado, disse que também estava revoltado e que é contra preconceito e discriminação.Nunca faria isso. É claro que eu sei que ele é assim. Mas, acho que fiz minha parte ao alertar ele sobre a possibilidade de entrar no comportamento dos "líderes covardes". Acredito que entre os meninos que fizeram isso, alguns entraram mesmo sem concordar, só para não ficar de fora da turma.

De qq forma, eu queria muito poder falar para essas meninas que elas precisam denunciar, não ter vergonha, exigir a punição vigorosa dos covardes.

Teresa Silva disse...

Tem um episódio da série Cold case que mostra um bullying contra gordas na universidade que termina com a morte de uma delas.

http://coldcase.wikia.com/wiki/The_Promise

Acho essa série muito boa em mostrar como determinados costumes hoje condenados, como racismo, estupro e discriminação contra minorias, foram considerados normais no passado.

Patricia disse...

Ai, Lolinha, obrigada!
Sabia que você não ia me decepcionar.
E acho que a coisa tem que ganahr uma proporção maior mesmo. Se ninguém tivesse feito barulho, Geisy Arruda seria hostilizada na faculdade até hoje e todo mundo acharia normal.

=Maíra= disse...

Ah, que legal ver o e-mail aqui!:)

Então, Lola, gordura/magreza e saúde/metabolismo são coisas distintas mesmo. Eu, por exemplo, tenho uma facilidade absurda de emagrecer, apesar de comer cada prato que qualquer pedreiro invejaria,rsrsrs. Aí fica todo mundo de cara depois de me ver comer: "Como pode alguém comer tanto e ser tão magra??" Por outro lado, tenho colesterol alto. E aí todo mundo fica abismado de novo: "Como alguém tão magrinha pode ter colesterol alto??" É simples, gente: são coisas biológicas e genéticas. Da mesma forma, tem gente que come superpouco e engorda. E tem outra: comer é um dos maiores prazeres da vida pra mim. Se eu tivesse facilidade de engordar, seria assumidamente obesa e feliz. E DAÍ se a pessoa optar também por se empanturrar de comida? E DAÍ se ela optar por só comer batata frita, por exemplo, e não ser saudável? (O que nem é o caso de 90% das pessoas gordas que eu conheço, mas e se fosse?) Cada um faz o que bem entende com o próprio corpo. E quem acha aquelas modelos da TV bonitas, sorry, é porque nunca viu uma modelo ao vivo. Acho o fim da picada também só a magreza ser considerada bonita. É colocar uma viseira e querer ver de uma maneira condicionada demais. Tenho pena de quem não consegue ver quantas gordas lindas (e quantas magras feias) podemos encontrar. E que, no fim das contas, o quanto essa beleza exterior é tão insignificante e o quanto "beleza" é todo um conjunto que não envolve apenas a aparência (do ponto de vista físico, envolve até mesmo outros fatores, como jeito de sorrir, de andar, de falar...)

Nó, parei de escrever (empolguei com o assunto!) Beijos e obrigada por mais um post sensacional! :)

Dária disse...

Texto excelente!! Uma das minhas melhores amigas de infância era gorda, e era sim discriminada por isso na escola, principalmente naquela fase inicial da adolescência, aos 12, 13 anos... eu que era magra sempre a defendi, de certa forma acho que a função de defender o discriminado cabe ainda mais a quem não o é, quem não sofre com o preconceito e sabe que será ouvido no que quiser.

Acho bom o comentário do tipo "só é gorda quem quer". Como se querer fosse um defeito, como se por acaso eu não podesse achar alguem mais bonita gorda. Minha avó paterna era enorme, e era linda, e era tão bem resolvida a ser gorda que fazia questão de dizer que não faria dieta, pois não tinha problemas de taxas e gostava demais de comer. E eu admiro-a, de certa forma!

Sobre o rodeio, já comentei em alguns blogs e nem consigo mais falar. Costumo ter reações físicas quando algo me incomoda demais. Esta irá me fazer perder peso: pensar naqueles rapazes dá ansia de vômito.

Flávia Simas disse...

O pior é que eu já li comentários do tipo 'ah, se elas permitiram isso, a culpa é delas, pois não se deram o respeito'. É de dar nojo

E Lola, mulheres baixinhas também sofrem. Conheço várias que só não dormem de salto alto porque não tem jeito. Em vários países da Ásia é normal uma cirurgia para colocar uma prótese na perna para aumentar a estatura. Absurdo.

Unknown disse...

nossa. bizarra essa noticia O.o' parabens pra esses primatas que estão nas faculdades hj em dia. parabens mesmo. se o cara anda fazendo rodeio nas colegas de faculdade, oq ele vai fazer depois?

eu já tentei emagrecer tb. fiz academia, artes marciais, é até legal mas toma muito da sua cabeça mesmo, esse ano novo eu pretendo começar tudo denovo. queria ficar mais magro. mas mulheres eu nem curto meninas magras, acho bonito mulheres gordinhas, desenho muito elas e tem sempre alguem que vem zuar isso, como se fosse mau gosto meu. mas mulheres são vitimadas demais mesmo. é como falaram no 'nerdcast' uma vez:' a moda é feita por pessoas que odeiam as mulheres!!'

PedroYukari @snoopy_xxy disse...

Quando eu li ontem sobre essa notícia, a primeira coisa que eu pensei foi:" O quão humilhadas essas mulheres se sentiram?" E depois tive outro pensamento: "Porque você (eu) está assustado com essa notícia, já que sentiu na pele o preconceito?"
Cada vez mais eu vejo que infelizmente as pessoas tem que seguir regras, liberdade de mais não funciona com esse povo preconceituoso e hipócrita que é o povo brasileiro.
Esses rapazes que atacaram as gordinhas e os outros rapazes que atacaram o casal de gays deveriam ter a cara mostrada na televisão e deveriam SIM ser punidos!
Eu preciso dar um toque: Se vc for vítima de preconceito e um guarda conseguir te salvar, peça a ele que segure o marginal, não eixe fugir porque se você deixar, a polícia não vai ter como identifica-lo ou simplesmente eles não possam não achar interessante correr atrás de algo tão "bobo". Palavras de quem já foi vítima de agressão (homofobia) e não pode ter ajuda da polícia por falta de dados.

Luiz Felipe disse...

Lola,sempre concordo com as coisas que você escreve, tambem sou gordinho e acho que esse sentimento de que gordo não é gente é geral não só contra as gordas e sim contra gordas e gordos.
E sei perfeitamente como babacas podem marcar a vida de uma pessoa, sou a favor da liberdade de expressão mas sou contra e bem contra a qualquer manifestação anti-humana.Acho que acima de tudo está o fato de todos sermos iguais e devemos dar e receber o respeito da mesma forma, independente de qualquer coisa.

Lord Anderson disse...

Aiaiai.

Vc falou sobre coisas muito importantes.

Jovens não deveriam lutar p/ mudar o mundo? p/ lutar contra a caretice e os preconceitos do mais velhos?

Parece que parte da nossa juventude universitaria não pensa mais assim, só quer reforçar jogos de poder e exclusão.

Tb fico muito preocupado com oq minhas crianças vão encarar pela frente.

Principalmente as meninas...doi só de pensar todos os riscos que elas vão correr só por serem mulheres...


Só posso imaginar o quanto deve ser doloroso p/ as vitimas, mas elas tem que denunciar...tem que receber apoio psicologio, familiar, juridico.

esses canalhas precisam ser presos e punidos.

Gadelha disse...

Eu sei muito bem o que é ser gorda, realmente o preconceito é muito grande e isso teve um impacto muito negativo na minha vida. Um breve resumo: antes da primeira gravidez, sempre fui magra, porém com a gestação acabei engordando muito e depois veio outra e mais outra gravidez, ou seja, quilos e quilos a mais, cheguei a ficar com mais de 100 kg. O que mais me feriu nisso tudo, foi ouvir certa vez do meu marido: "olha amor, eu sou jovem!" como quem dissesse, olha eu quero uma mulher bonita e bem disposta ao meu lado e você não é. Isso foi uma verdadeira facada no peito! Mexeu muito com minha auto-estima. Por mais que eu tentasse me achar bonita, essa frase ficava martelando na minha cabeça. Por mais que eu não quisesse aceitar e me deixar levar por essa ditadura social do conceito de beleza (magreza), a frase sempre voltava como um mantra "eu sou jovem, eu sou jovem". Acabei me submetendo a uma grastroplástia, emagreci 54 kg e seria uma hipocrisia da minha parte, não assumir que hoje me sinto bem melhor comigo mesma, porém isso (magreza) não é sinônimo de felicidade plena e absoluta! Hoje tenho 50 kg, peitos siliconados, barriga chapada e nem por isso deixei de ter problemas no meu relacionamento amoroso (sim porque antes eu tinha a vã ilusão que se eu fosse magra, esses problemas não existiriam). Não me arrependo das intervenções cirúrgicas que me submeti, como disse anteriormente, hoje me sinto melhor com meu corpo e isso refletiu em todos os aspectos da minha vida, mas jamais aconselharia a alguém a fazer o que fiz, ao contrário, quando alguém me pergunta se deve fazer ou não essa cirurgia, sempre questiono: o que você espera dessa cirurgia? Espera que ela vá lhe trazer a solução dos seus problemas, com seu parceiro(a)? (NÃO TRARÁ). Que não se sentirá triste? (VAI SE SENTIR). Magreza não traz felicidade!

A.J. disse...

Olá, gostaria de parabenizá-la pelo seu texto.
Justamente hoje, estava postando algo do gênero, sobre o quanto nós (gordas) somos bombardeadas por esse preconceito (até mesmo dentro de nossa própria familia).
Será que algum dia nossa sociedade vai evoluir e aceitar o diferente de outra forma? Talvez só depois de muita gerações.
Abraços
Anita

Tanize disse...

Parabéns Lola!!! Obrigada!

Minha mãe é gorda e sei o quanto ela sofre com isso... A genética fez com que eu e minha irmã não fossemos como ela, e eu percebo como ela fica feliz de sermos diferentes dela.

É triste ver minha mãe com vergonha de comer em público por saber que todos estão pensando: como pode ela comer assim!?!
Ela come normal (claro não faz dietas absurdas, só umas duas vezes por ano) mas continua gorda.

Sei que se ela quisesse poderia ficar mais magra, mas os sacrifícios seriam imensos e ninguém que quer impor esses sacrifícios a ela está disposto a fazer por si.

Tenho raiva de ver como as pessoas simplesmente acham que está ok não gostar de gordos. Principalmente gordas, porque homens só se forem beeeem gordos!!

Serge Renine disse...

Aronovich:

Quando eu era criança as pessoas gordas eram as mais bacanas. Eu adorava. Se dizia, "fulano de tal está muito bem, está gordo, bonito!" Era, até, sinônimo de riqueza.

Eu não me lembro quando isso mudou e os gordos viraram anormais.

A sociedade é estranha.

Cecilia Santos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Wonderwoman disse...

Lola adorei o post.
Eu só queria fazer um pedido, ou uma correção, sei lá.
A todos, que forem comentar, blogar, escrever sobre.
Vamos substituir a palavra bullying pelo que isso realmente significa: conduta definida como crime.
Acho que definir apenas como bullying pode suavizar a situação (não que bullying seja algo leve. NÃO É).
Mas costumamos associar o bullying ao âmbito escolar, infanto-juvenil, de crianças e adolescentes que, por diversos motivos implicam, subjugam, agridem, uns aos outros. E muitas vezes um desses motivos é o preconceito, claro.
Mas não eram crianças. Não eram adolescentes. Eram adultos, universitários. Responsáveis, imputáveis e culpáveis. Conscientes dos seus atos. é preciso deixar sempre muito claro uma coisa dessas. Acho que quem está aqui comentando tem ciência disso. Acontece que, como li num dos textos da blogagem coletiva (acho que foi o da Rita) hoje, quem está com vergonha de voltar a faculdade não são ao responsáveis pelo ato. Mas uma das vítimas. Assim se sentem as vítimas de bullying e de crime. Assim se sentem os responsáveis por bullying. Mas se houver a consciência de que práticas como essas são criminosas, poderemos iniciar uma mudança de postura..
Abraços

Tanize disse...

Ah! Só mais uma coisa que tb reflete essa insistência da socidade em: quer ser bonita, seja magra!

Li uma matéria falando de que as faculdades de moda abrem turmas de ampliação de modelos (das roupas) e as fecham por falta de quórum. Simplismente os alunos (e os principais estilistas) não fazem roupas maiores por puro desinteresse. A mensagem é simples: se quer ser gorda vista-se como uma, roupas de vovó... Apenas reforçando a ideia de que beleza (até nas roupas) fica restrito às magras.

Adriana Riess Karnal disse...

Lola,
Acabo de saber dessa notícia, e tive a grata surpresa de ver teu post aqui...é uma barbárie. Fico muuuuito triste de ver esse tipo de notícia vindo de uma universidade estadual.

Anônimo disse...

Parabéns pelo post. Muito bom mesmo!
Cada vez mais fico impressionada com o que acontece nesse mundão, quando penso que já vi de tudo...sempre aparece algo mais nojento e repugnante.
É lamentável como "estudantes" de uma das maiores universidades do Brasil ajam dessa forma. Bom, nem sei se podem ser chamados de estudantes né? Como eles mesmo disseram quem gritavam "pula gorda bandida" comparando as meninas com um animal...mas nessa história quem é o animal? Talvez seria uma ofensa também chamar esses monstros de animais, pois estes nunca agiriam de tal forma.
Eu sofri muito com meu corpo, mas pelo contrário, não era gorda...mas sim muito magra. Não adianta! Se vc é gorda te xingam e se é magra também...Lamentável.

Fê Fucci disse...

Olha, adorei demais seu texto... eu sei bem sobre essa cobranca sobre as gordas, eu ate ja perdi um emprego por ser gorda, e olha q eu nem sou tao gorda assim, digamos q eu estou mais na categoria cheinha, fofinha, gordinha, um pouquinho acima do peso... ou whatever e mesmo assim ja sofro preconceitos, tipo esse de perder o emprego pq minha chefe me mandou emagrecer e eu nao emagreci..
bom se todo mundo lesse seu texto, e praticasse oq vc diz nele, com ctz o mundo seria um lugar melhor.. menos asqueroso, pq eh assim q o mundo tah...
parabens pelo lindo texto...
bjos

Gabi Bianco disse...

Mandou muito bem, Lola! Eu passei por maus bocados até assumir que:
1) Sou gorda
2) Consigo ser gorda e saudável
3) Consigo ser gorda e bonita
4) Consigo ser gorda e ser amada

:)

Bjs

Carol disse...

Eu estou em choque, choque, choque.

Acho que por isso nunca tive muita paciência para esses jogos universitários... Bando de idiotas bêbados.

Demorei MUITO para aceitar que nunca vou ser magra. Às vezes ainda não aceito. Mas é um trade off complicado, porque eu realmente gosto de comer bem, de cozinhar, etc. É um dos meus maiores prazeres (e eu odeio junkie food, gosto de comida de verdade, slow food).

E quando vejo isso, sempre me pergunto: com que direito? Com que direito alguém humilha e subjuga outra pessoa?

Além disso, isso é crime, sim. É agressão mais que psicológica, é física e esse muleques deveriam estar na cadeia. A cara deles deveria ser mostrada. Deveriam ser expulsos da UNESP.

Mas não vai acontecer nada, isso é que é o pior.

E enquanto nós nos sentirmos subjugada por sermos o que somos, vai continuar assim.

Essas meninas deveriam entrar com processo contra tudo e todos. Já sabem os nomes dos envolvidos. Sabem os rostos dos envolvidos. Precisam agir para que eles sejam punidos.

Juliana Seffrin disse...

Oi Lola, acompanho seu blog algum tempo, até já repassei pra alguns amigos, mas não me lembro de ter comentado he

Agora eu estava lendo umas postagens antigas sobre esse tema de pessoas gordinhas e tal, mas resolvi comentar nessa que é mais recente.

Achei o tema legal, porque é algo que eu nunca tinha lido sobre, e que afeta as mulheres em geral, e (também alguns homens) não só as gordas (eu sei que afeta mais as gordas, mas nem é uma competição certo?). Então, nunca conheci uma menina que nunca tenha feito algum regime. Mesmo as que são muito magras, mas muito magras mesmo. Eu por exemplo nunca me senti confortável com o meu peso. Não chego a ter algum distúrbio alimentar sério, mas acho que é um pouco paranóico. Tenho 1,61 de altura, e o máximo que já pesei foi 58 kg (agora estou com 50). E mesmo assim tenho aquelas idéias idiotas "ah, não vou usar essa blusa, porque fica muito colada blabla". Enfim, essas coisas idiotas mesmo. Acho que as pessoas gordinhas, que tem baixa auto estima, acabam achando que é por causa do peso, e emagrecem mas o problema real (se sentir feio) às vezes continua e tal. Mesmo quando as pessoas te elogiam "cinco quilos a menos, uau! Parabéns!" acaba ficando uma coisa meio pressão, pra emagrecer mais, ou pelo menos, manter o peso atual. E as vezes você acaba comprometendo sua saúde com isso.

Teve uma leitora que comentou que muitas vezes, a obesidade acontece por uma obsessão da pessoa, e sim, é verdade. Mas ficar o tempo inteiro se cuidando pra alcançar ou se manter no "padrão" de pessoa normal, bonita, enxuta e saudável(?, também é obsessão.

E né, tem aquele raciocinio MUITO MELHOR ser uma magra saudável, do que uma gordinha saudável. É chato que essa questão "saúde" acaba virando mais uma desculpa que as pessoas usam pra ficar maquiando o preconceito. Pra deixar o preconceito bonitinho, altruísta e socialmente aceitável. Enfim, gostei do tema mesmo :]

Parabéns pelo teu blog, muito bom, muito bom :D

Unknown disse...
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Unknown disse...

"O preconceito começa em si mesma."

Eu já ouvi esta frase do meu avô. Sou obesa e ele me perguntou um dia pq esta triste e falei que era por isso. Ele me olhou deu risada e disse e "Qual é o problema?Você vai ser linda do mesmo jeito, só que tem que ser mais CONFIANTE!". Ele estava certo a CONFIANÇA tem q ser BEM MAIOR, pq além das expectativas sociais eu tenho q superar as incertezas. Hoje eu sei que sou forte e que consigo, as vezes, como toda pessoa, eu preciso me lembrar aos outros "que sou mais do que o seu olho pode ver" e que não estou aqui para ser AVALIADA.

Parei com os grilos, quero mais é ser feliz todos os dias... se isso incomoda...problema é de quem se sentir assim.Não me vendo mais a "esteriótipos" da mídia. Minha beleza vai além do que uma camera possa ver... Beleza é atitude, não consequência.

Márcio disse...

O respeito às diferenças é um exercício diário que todos nós devemos efetuar. Ainda que alguém "prefira" ser gordo ou homossexual, ou o que quer que seja, ninguém tem direito de desrespeitar.

Unknown disse...

E sobre a agressão em si, eu prefiro nem comentar pq se comentar estaria incitando a violência... mas eu juro que nas minhas costas esta tipo de primata não sobe e se subir com certeza ele sairia sem os movimentos dos membros inferiores...

Shiryu de Dragão disse...

Gente, me descupa...
Mas gordo é uma tristeza só e causa muitos problemas para os magros. Pq os gordos não compram duas passagens ao inveis de uma pra sentar no aviao?? Eles ocupam espaço demais!!! Ai o magro vai ter que viajar com meia poltrona... É muito ruim. E gordo tb deforma sofá da casa dos outros. Um horror! As vezes a gente até tem que sair da calçada pra deixar a pelota passar.

Patricia Daltro disse...

Lola, engraçado, essa semana, tinha escrito sobre isso, devido a umas piadinhas entrelidas no twitter e dai, ontem me deparei com essa notícia horrorosa da UNESP, dai acabei complementando e fazendo outro post.
Sei lá, tô realmente ficando assustada com o Brasil!

Vivi disse...

Flovi,

Não só as baixinhas, mas também as mulheres altas sofrem preconceito. Eu, por exemplo, tenho quase 1.80m e, na adolescência sempre fui bem magra, aí me chamavam de Olívia Palito, girafa de circo e de "parece homem, não tem peito, não tem bunda e tem cabelo curto". Diziam que eu não era feminina. Até deixei o cabelo crescer e fiz de tudo para engordar (nunca consegui, o que prova que a genética tem muita influência sim, já que sempre comi de tudo, principalmente doces e frituras - vilões de qualquer dieta) Sofri bulling e era muito difícil. Hoje em dia, minha magreza é vista como um ponto positivo. Nos últimos quinze, vinte anos a coisa mudou totalmente e muitas mulheres afirmam que queriam ter uma cintura fina como a minha.
Mas eu queria falar que nós mulheres sofremos preconceito por tudo: por sermos altas, baixas, gordas, magras demais, negras, cabelo não-liso, etc. E fica difícil aceitar o próprio corpo quando todos fazem questão de apontar o quão feia nós somos.

Letícia Simoni Junqueira disse...

Eu tava querendo fazer meu post sobre o "rodeio de gordas"(argh), mas não sei se vou ter tempo. De qualquer modo, há muitos anos eu (que brigo com a balança há tempos) e uma amiga (magra) concordávamos que a mulher gorda é o ser mais discriminado do mundo, porque não há quem defenda - nem mesmo ela.

Como eu disse nesse post do meu blog (www.cha-tice.com.br/96-calorias/), cada vez que um gordo come um brigadeiro, morre uma fadinha. É isso que eles querem que você pense. E você pensa.

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Lola, será que ter a liberdade de chamar alguém de 'viado', 'bicha' e não dar emprego a alguém por ser 'a(e)feminado' é liberdade de expressão? Não acho. Mude para: chamar alguém de 'preto', 'nego' ou 'morto de fome' (associando à pobreza da comunidade negra no Brasil', e, ainda, deixar de dar emprego alguém por ser preto...

Preconceito é preconceito e não pode acontecer. Se existe, tem e deve ser reprimido. No passado consideravam um absurdo a união entre negros e brancos. A partir do momento que o negro foi reconhecido como um mercado consumidor ou inevitável, ou, ainda, culpado da geração dos zilhões de mulatos, o casamento deixou de ser sacrilégio ou infortúnio (embora ainda tenha gente que torce o nariz pra isso).

Sendo assim, como no passado mudaram de idéia após a sociedade tomar umas 'porradinhas sociais', agora tá na hora de mudar de idéia novamente, mas em relação aos homossexuais.

;)

Chicória disse...

A notícia também me deixou revoltada. Vontade de esganar esses sujeitos. Não encaro como uma agressão somente às gordas, como nomearam, mas às mulheres e ao ser humano diferente do padrão 'aceito'. Pobres destas meninas, quanta humilhação. Mas sei que a lei de causa e efeito deste mundo é implacável e os miseráveis de espírito um dia acabam experimentando o gosto da própria miséria.

Fico imaginando que tipo de família estas pessoas tiveram, se os pais mimaram demais, se foram omissos, se foram eles que lhes incutiram a intolerância. Como as pessoas se enganam ao achar que seus preconceitos domésticos são inofensivos, pois seus filhos absorvem tudo isso e os levam para fora, fazendo vítimas reais.

Vejo nessa atitude de selvageria o dedinho da malícia com que fofocam sobre a aparência física de alguém, as piadinhas 'inofensivas' contadas entre amigos, as ridicularizações massivas em programas de televisão, filmes e comerciais.

Acho que temos que olhar pra nós mesmos e fazermos uma auto-crítica porque enquanto estas pequenas coisas não forem cortadas, enquanto não cultivarmos a empatia em nossas casas, sempre vai haver idiotas achando que podem fazer estas m..., achando que estão fazendo graça.

morgueta disse...

Comentaram com uma neuropsicanalista sobre uma parente que sempre foi gorda, fez cirurgia de estômago e tudo mais (engordou denovo) e que tá num estado de psicose avançado, prejudicando ela e tudo o que a cerca. A neuropsicanalista disse que NUNCA conheceu nem teve conhecimento próximo de uma pessoa que fez cirurgia de estômago e não teve problemas.

Pra quem tá de fora é realmente muito fácil julgar. Muito fácil falar que engordou denovo pq não se ajuda e é desleixada, mas não querem ver que a vida dela já foi massacrada muito antes da cirurgia.

Emanuel Cantanhêde disse...

Meu, eu conheci o blog bem agora e...
É irreal e aviltante.
Uma menina, acima, citou um episódio de Cold Case, mas lembro de um CSI onde, durante uma "convenção de gordinhas", morre um cara que curtia as meninas APENAS PRA TRANSAR e uma delas, portanto, era suspeita. No fim, a culpada, que deitou bêbada por cima do sujeito, asfixiando-no. E, no final, ela explica porque, apesar da culpa, não se entregou: "Eu não queria ser a nova piada de um comediante... Que falassem que uma gorda carente matou o cara com quem dormia com o próprio peso.", ou algo assim.

Acho, por fim, um descabimento sem tamnho um(a) bastardinho(a) qualquer se achar tão superior em censurar uma pessoa por sua aparência. Provavelmente, essas mesmas pessoas não ajudariam alguém que tropeça e se machuca, na rua... Mas estão sempre prontos pra terem laivos megalomaníacos.

Victor disse...

A aparência vem sendo um problema pessoal dele desde que entrei na adolescência (e ainda estou, visto que tenho 17 anos). Hoje em dia, já está bem visível para mim mesmo que eu tenho sérios problemas. Não sou gordo, mas não sou magro (resumindo, não tenho músculos), meu cabelo não me agrada, meu rosto não me agrada, enfim, me sinto imperfeito. E quando vejo alguém tão bonito quanto eu gostaria de ser, só me sinto pior.

É claro que, na teoria, eu sei de tudo isso. Sei que é preciso se aceitar e ser feliz como você é etc. Mas não é fácil colocar isso na sua própria cabeça quando, no fundo, no fundo, você queria ser de outro jeito. (Ou será que colocaram na sua cabeça que você tem que querer ser de outro jeito? Não posso responder isso.)

De qualquer forma, na maior parte do tempo, eu tento trabalhar com o que tenho, mas quando freqüento certos lugares, é impossível não ficar um pouco pra baixo. Acho que vou ter isso - crises de melancolia por causa da aparência - a vida inteira. É quando geralmente bate a insegurança e você pensa "Será que vou ficar sozinho para sempre?" - e não estou dizendo que você não possa ser atraente para certas pessoas (eu já tive alguns relacionamentos, rs), mas e se as pessoas que realmente te atraírem nunca gostarem de você? E eu ainda sou gay, que se cobram tanto em relação à aparência quanto as mulheres (não que precise ser assim!).

Aceitação é um caminho muito, muito difícil e eu tento todos os dias. (E olha que não tenho nenhum grande problema quanto a ser gay!)

Lanika disse...

Lola, cê já viu isso?

http://www.marieclaire.com/sex-love/dating-blog/overweight-couples-on-television

Perdi o pouco respeito que tinha pela Marie Claire

Anônimo disse...

Pois é, exatamente por ser a aceitação do corpo um desafio pra todas as mulheres é que eu decidi há um tempo atrás que não ia mais criticar a aparência de nenhuma mulher e arranquei a palavra 'feia' (pra se referir a pessoas) do meu vocabulário. Foi surpreendentemente fácil, nem por um instante me fez falta esse discurso que abandonei. Quando contei minha decisão pra amigos meus (e até amigas), vários acharam absurdo, dizendo que eu tava sendo muito radical. E estou mesmo, porque quero que minhas relações humanas estejam baseadas primordialmente na aceitação radical do outro.
Quanto a essa notícia, nem sei o que comentar, é de ler e chorar só.

Bau disse...

Lola, posso usar seus textos em minhas aulas? Peço aos alunos que acessem o blog, mas muitos não o fazem, então preciso tirar cópia para discussão em sala, a única maneira de fazer com que leiam. Claro que ponho a referência!! Beijos, linda, saudade!

Sil disse...

Querida Lola, eu estava pensando nesse argumento dos conservadores: a pessoa é gay porque quer então tem que se lascar e sofrer todo tipo de inferno e humilhação. Aí os gays ficam a vida toda se justificando que nasceram assim e tal, que ninguém muda de orientação sexual porque quer etc.
E eu me peguei horrorizada com a crueldade desse círculo vicioso. Veja o exemplo dos próprios religiosos, a pessoa é religiosa porque quer, escolhe a bobagem que quer acreditar e acredita e mesmo assim é protegida por todo tipo de lei, inclusive a que o PLC 122/06 quer modificar, igrejas não pagam impostos e tal. E, por isso, se acha no direito, e acha que é liberdade de expressão, humilhar e pregar o ódio contra os outros por coisas que são ou escolhem.
Crueldade, esse povo gosta mesmo.

Elaine Cris disse...

"numa sociedade em que uma mulher é avaliada, acima de tudo, pela sua aparência, ter uma aparência fora dos padrões vai custar muito mais pra uma mulher que pra um homem."

Falou tudo, Lola. Acho que na infância e no começo da adolescência, o preconceito com gordinhos e gordinhas é praticamente idêntico. Mas da adolescência pra idade adulta, a gente já vê vários homens com quilinhos a mais, barriguinhas de choop, se achando no direito de julgar ou rir de mulheres que muitas vezes mais magras que eles, como se mulheres estivessem aqui pra ser enfeite e homem pra julgar... Depois de adultos, homem só sofre preconceito se for realmente obeso, se for só gordinho ou tiver uma barriguinha, passa, o que não ocorre com mulher, que às vezes magra, se sente obesa por ter uma barriguinha ou uma gordurinha localizada nas costas.
Eu sou uma que era magra na adolescência, mas por ter um pouquinho de barriga e não ser magrinha, não pesar cinquenta quilos, me sentia obesa. Hoje, olhando as fotos daquela época, vejo como eu era boba...

Pentacúspide disse...

Deus do céu, como isto anda mal. Isso é um puro acto de violência e extremismo, podem tentar transvesti-lo de brincadeira, mas brincadeira seriam as piadas de Shiryu (contadas sem serem objectivamente dirigidas), e não algo como isto. Isto devia dar prisão, tribunal, monte de indemnizações e pedidos de desculpa.

Só não compreendo por que raio é misoginia preferir magras às gorda, ou afirmar essa preferência? Nós somos definidos por um padrão estético (neste caso) veiculado pela mídia e cimentado pela mesma, entretanto... epá, desejar um certo tipo de mulher pela sua figura não é ódio à mulher.

Cacá disse...

olha lola, adorei seu texto, mas fiquei triste quando li o 'comparado a animais pra serem montadas com crueldade'. os animais não devem ser montados com crueldade, assim como as gordas não devem, isso me causa tanta tristeza quanto o rodeio das gordas.

Unknown disse...

Esses perversos tem na familia suas primeiras lições de preconceito: pais que desqualificam mulheres inteligentes, que muito provavelmente passam pros filhos machinhos que mulher é objeto de cama e mesa,com peso tal etc... Daí, esses merdas entram numa universidade e ela também não estimula a educação humanista...ao contrario, ela estimula a competir, e a midia de quinta qualidade (que é a que esses merdas leem e veem) assegura que é bacana ser "assim". Misture-se tudo isso e temos fascistas, sem respeito por nada nem ninguem. Ocorre que esses merdas ATUARAM seus preconceitos e então, a sociedade tem que que se proteger deles...pra eles não queimarem gays, nem indios, nem mulheres "velhas", e enfim...PORQUE QUEM TEM UM PRECONCEITO, TEM VARIOS...Quero proteção contra esses fascistas! Cadeia neles!E depois uns 5 anos de terapia, para resolverem de vez o que vieram fazer nesse mundo!
Quanto às meninas? Por favor, meninas, não se sintam "erradas"...eles é que precisam de internação psiquiátrica!

Anônimo disse...

@Penta: Ninguém falou que preferir magras às gordas é misógino. Qualquer homem (ou mulher se for homossexual) tem todo o direito de desejar sexualmente quem quiser pelo motivo que quiser. O que é misógino é, como escreveu a Lola no texto, xingar o corpo de uma mulher.

O corpo de uma mulher não atender ao padrão do teu desejo sexual, ou ao padrão de beleza da mídia não significa que esse corpo esteja errado, não significa que não haverá ninguém a gostar dele, não significa que essa mulher valha menos que as demais, e não justifica que se trate essa mulher com menos respeito.

As pessoas (e seus corpos) existem para si mesmas, não para atender a padrões culturais ou desejos sexuais alheios.

Unknown disse...

Vejam:

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-atos-violentos-na-unesp

Anastasia disse...

Depois reclamam quando eu chamo o Brasil de "paiseco". Olha o nível dos nossos universiOTARIOS. NOJO NOJO NOJO!

Koppe disse...

Lembro de ter visto em prédios da Aeronáutica lá por 2004, cartazes de uma campanha pró-exercícios físicos, onde dizia "Gordos ativos são mais saudáveis que magros sedentários". Digitando essa frase no Google, achei esse texto que parece confirmar: http://www.webplanos.com.br/blog/index.php/2010/06/gordinhos-ativos-sao-mais-saudaveis-do-que-magros-sedentarios/
É mais um argumento pra rebater quem te acusa de estar prejudicando a saúde das pessoas, encorajando a "não serem saudáveis".

Flavia Maris disse...

Achei horrível esse episódio da unesp... horrível mesmo... sempre odiei esse tipo de homem, que pensa que uma mulher só tem valor pelo seu corpo (ou pelo padrão dele) ou para servi-lo, agora eu quero deixar um recado a todas, repito TODAS as mulheres: Acordem! Não incentivem esse tipo de atitude, não digam que "uma pessoa só é gorda por que quer", e observem até que ponto vai o seu próprio sacrifício pela vaidade,e quais são as suas prioridades. E mais, acho que se mais mulheres se revoltassem ao ver situações como essas e jamais aceitassem namorar ou ficar com um cara desses as coisas seriam diferentes. Agora pras meninas que passaram pelo episódio da unesp, digo que não devem ter medo ou vergonha... saiba que existem muitas pessoas apoiando vcs e torcendo pra que aqueles babacas sejam punidos...

Jeferson Cardoso disse...

Oi, Lola! Como vai? Bem, eu vejo este fato como um sinal de uma cultura extremamente preconceituosa e hipócrita. Todos sabem que 99% dos estudantes das públicas são os filhinhos das mamães, eles serão os cidadãos respeitados do futuro, e veja como eles respeitam as pessoas no presente. Enquanto as pessoas não competirem em igualdade de condições por vagas nas universidades públicas, esse tipo de gente vai infestar nossas universidades e depois a nossa sociedade. Essa gente que participou deste ato não é digna de ensino de qualidade. Pérolas aos porcos. É o que penso. Abraço!

“Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (Jefhcardoso)

http://jefhcardoso.blogspot.com

Vivien Morgato : disse...

Lúcida e articulada como sempre, Lola.
Eu sou contraditória: concordo totalmente, totalmente com o que vc disse. Mas me sinto invisivel. Só consigo me perceber como mulher se estou mais magra. Simplesmente não dou conta.
E lá se vão vinte anos entrando e saindo de dietas...

Anônimo disse...

Concordo em alguns pontos e discordo em outros.
Quanto à beleza, sensualidade, charme, aut- estima e aceitação pessoal, concordo 100% com vc. tenho amiga gordinha que dá um banho de tudo isso em muita magra que conheço por aí.
Quanto à saude, discordo um piuco do texto. Como médica, não posso deixar que dizer que peço, sim, p/ meus pacientes emagrecerem por motivo de saúde.Ou então, ok, se não quiserem fazer dieta, é uma escolha pessoal de cada um, mas depois não dá pra reclamar assim " Dra, meu colesterol não abaixa, meu diabates não controla, minha pressão não abaixa, POR QUE??",,, se a pessoa tem esses problemas de saude, precisa emagrecer sim, p/ controla-los. Não to xingando de indisciplinado, de safado, mas depois não quero que venham dizer que " eu" " não controlei" a doença deles. Só medicação não faz milagres!
E ainda, Lola, mesmo quem é magro pode ter colesterol alto e diabetes, ambos os problemas são tbem combatidos com dieta( mesmo em pessoas magras).
então, defendo a perda de peso por motivo de saude, sim, mas não por hipocrisia, mas por ser profissional de saude de não poder dizer" continua engordando que nada vai te acontecer,", pq mais cedo ou mais tarde pode acontecer sim.
e tem paciente que opta por não seguir nada disso, ok, já vi historia de paciente que diz que prefere morrer de infarto/ derrame do que viver sem o prazer de comer um churrasco, de beber um cerveja no fim de semana.( que isso sim, vai dar um infarte nele!rs) escolha pessoal de cada um.... até que ponto posos interferir nisso, mesmo sendo profissional de saude? não sei...
Agora, se a pessoa ta feliz gordinha e não tem nenhum desses problemas citados acima?qual problema? tenho uma amiga gordinha que diz que só se sente sensual gordinha e esquisita se emagrecer.ótimo, cada um acha sua medida de bem estar.( ela é bem paquerada, assediada)
qto a UNESP... sou formada lá... na faculdade de medicina, ess historia do rodeio de gordas me deu vergonha de dizer que sou colega de universidade desse povo... bjs!!

Marussia de Andrade Guedes disse...

Eu acho que a homofobia deve ser criminalizada. Não sabemos quais as causas do homossexualismo. Parece que os fatores genéticos tem forte influência. E eu acho muito improvável que alguém escolha ser gay numa sociedade preconceituosa como a nossa. Mesmo que fosse opção, não justificaria o preconceito. O gay não prejudica ninguém. É diferente de você criticar alguém por ser católico. Ser católico é uma opção e os católicos prejudicam muitas pessoas, inclusive os gays. Poucas pessoas são gordas por problemas de saúde. A maioria dos casos de obesidade acontece por ingestão excessiva de calorias. Mas isto não é justificativa para o preconceito contra os obesos. Ser obeso também não causa danos a terceiros. Causa danos a quem? Às vezes, ao próprio obeso. É verdade que existem gordinhos saudáveis. Mas é verdade também que a obesidade está relacionada com diabetes, hipertensão, infertilidade, coronariopatias, etc. Sobre a aceitação do corpo, não podemos negar que os gordinhos, em geral, tem uma vida sexual quantitativamente mais pobre. Não sentimentalmente, não qualitativamente, apenas quantitativamente. Qualitativamente, só quando a obesidade é acentuada. Nós sabemos que a beleza é perseguida pelo ser humano. Sabemos que não existe um só padrão de beleza. Sabemos que muitas pessoas se sentem atraídas por pessoas gordinhas. Mas sabemos que a maioria não se sente atraída por pessoas gordinhas. Isto é fato. Se é influência cultural, se é imperativo biológico, se os dois, não sei. Sei que é assim, neste momento da História. Então se você trabalha bem esta realidade, não haverá problemas com a aceitação do corpo. Tipo, se você não faz questão de uma vida sexual quantitativamente rica, está liberado para comer os doces e as massas que desejar. Caso contrário, é melhor não abusar das calorias. O que não deve acontecer é você viver deprimida por não encontrar parceiros sexuais com facilidade e, ao mesmo tempo, viver atacando os doces. Acho que, diante deste dilema, devemos fazer uma escolha sim. Agora, acho que os gordinhos assumidos devem batalhar para fazer propaganda de si mesmos. Acho legal fazer fotos sensuais, ensaios, etc. O que é errado é haver propaganda de apenas um padrão e o gordinho sair por aí como derrotado. Se o padrão de beleza for algo imposto culturalmente, a mudança de comportamento dos gordos poderá mudar esta realidade.
Agora, as pessoas que fizeram isto na universidade deveriam ir para a cadeia.

Marussia de Andrade Guedes disse...
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Luna disse...

Eu nem sei como reagir. Li o post, fechei a aba, fiquei assim pensando e tal, e por acaso fiquei sabendo que uma cantora americana lançou um videoclipe.

E sabe o que é curioso? O videoclipe tratava de coisas que nos afetava e como a gente ficava melhor. Uma das cenas retratadas era de uma garota que não quer entrar na piscina. E o legal é que a garota depois pensa, olhar e tira a roupa, pula de tudo na piscina. Percebemos através do rosto redondo que é porque ela é gorda, e quando ela pula, sem se incomodar se tem pneu ou qualquer coisa, é um grito de liberdade.

Eu achei o videoclipe muito positivo para minorias, se quiser pode vê-lo aqui: http://popwillneverbelow.wordpress.com/2010/10/28/video-katy-perry-firework/ (no momento ainda não está no Youtube). Me faz lembrar um pouco o videoclipe de Beautiful de Christina Aguilera que trata de ditadura da beleza e orientação sexual, muito lindo (pode vê-lo aqui: http://www.youtube.com/watch?v=sZjr0heZNIw).

Eu acharia legal de sua parte, Lola, se você juntamente com as críticas, acrescentasse trabalhos que colaborem para a derrubada de padrão. Katy Perry é uma cantora que está muito na moda atualmente. Nunca a ouvi ao vivo, dizem que ela desafina muito. Não sei. Mas não é positivo que ela tenha uma fama tão boa nos EUA e no resto do mundo fazendo esse tipo de arte positiva para minorias? Ok, é o primeiro videoclipe dela mais 'animador' (antes ela fez I Kissed a Girl, Ur So Gay, Teenage Dream e California Gurls que detestei). Mas mesmo assim valeria a pena dar uma observada na arte que está em voga no mundo e ver o que ela passa de bom e de ruim.

Christina Aguilera, por exemplo, é uma cantora muito respeitada e com alto teor feminista nas músicas. Can't Hold Us Down é um hino feminista e eu fico espantada que tantas feministas não fazem grande questão da música, em geral. Porque a música, assim como literatura e arte, é uma arte para reverter e reparar as injustiças históricas! :)

Pentacúspide disse...

Primeiro cego,

xingar o corpo de uma mulher gorda não é misoginia, e misogordia, ou lá como o chamariam os sapientíssimos gramático.

L. Archilla disse...

Na verdade, já li várias pesquisas que dizem que gordinhas transam mais... e já li depoimentos de mulheres que são mais assediadas quando estão acima do peso (no blog da Lady Rasta, tô com preguiça de pôr os links... :)

(Óbvio que não estou minimizando o preconceito, só contradizendo a fala de que gordinhas transam/namoram/casam menos.)

Phoenix disse...

Olha, honestamente, do alto dos meus dois copos de requeijão cheios de vinho barato: EU ODEIO SER GORDA!
Só passo constrangimento, vergonha, nao tenho vida sexual é uó!
Eu me vejo passando pelo que essas gurias estão passando, pois passei por vários rodeios na vida, sem sacanagem!
Cada apelido cabuloso, negra e gorda prato cheio para as malditas crianças cruéis que conheci. Malditas sim! Odeio todos esses nojentos que me hostilizaram!!! Pelo meu cabelo, pelo meu corpo, pela minha cor. Odeio mesmo e não dou a outra face!!!E quer saber, eu não me odeio, odeio essa sociedade nojenta! E pronto, falei!!!
Saúde!

lola aronovich disse...

Ih, Marussia, vc disse: “Sobre a aceitação do corpo, não podemos negar que os gordinhos, em geral, tem uma vida sexual quantitativamente mais pobre.”
Lamento desapontá-la: estudo mostra que mulheres gordas fazem mais sexo que as magras. Que mulheres gordas não fazem sexo, ou fazem menos sexo, é mais uma mentira que contam pra gente, e a gente acredita.


Gente, pra quem tá perguntando se vi o artigo da Marie Claire: vi sim, e planejo escrever sobre essa coluna. Obrigada!

Victor disse...

Parei de ler esse artigo ridículo quando ela disse que tem nojo de ver atores gordos se beijando (falando nisso, Mike and Molly ainda não estreou no Brasil, mas só por causa disso eu vou assistir quando estrear). Putz, é a mesma coisa com gays e devia ser a mesma coisa com negros antigamente.

O primeirocego falou sobre abolir o uso da palavra "feia". Olha, eu não sou a melhor pessoa para falar e talvez seja meio hipócrita agora porque falo um pouco da aparência das pessoas (mais homens do que mulheres), mas eu entendo o que ele quis dizer.

Eu, pessoalmente, me sinto mal quando alguém fala mal de uma pessoa gorda ou diz que fulano é feio e eu mesmo tento me policiar quanto a isso, porque eu penso em mim e penso que não gostaria que falassem isso de mim. Quer dizer, o que é feio? O que é bonito?

(Gosto de dizer no dia-a-dia que "fulano não me atrai" etc. porque acho mais justo. E às vezes sou até julgado pelo meu gosto xD.)

viviane disse...

Sou xingada por ser gorda o tempo inteiro. Isso não me agrada nem um pouco, porém não procuro revidar para não causar maiores constrangimentos.Por ter consciência da minha feiúra, nao fico apontando imperfeições de ninguém, acho desagradável. Gordo é a escória da sociedade. Ao menos essa é a minha visão totalmente empírica.

Sobre o caso do rodeio, só espero que não vire moda, pois não quero ser montada que nem uma vaca por um louco qualquer.

Marussia de Andrade Guedes disse...

Lola
Não é questão de acreditar ou não. Eu já fui obesa, ainda estou acima do peso (não tanto quanto antes) e sei bem que diferença fez os quilos a menos na minha vida sexual. Quando digo que os obesos tem uma vida sexual quantitativamente mais pobre, me refiro ao número de parceiros sexuais. Mas é claro que uma pessoa pode ter menos parceiros e mas transar mais e melhor do que uma que tem mais parceiros.Embora eu acredite que a quantidade de parceiros tem influência na qualidade da vida sexual. Mas isto não é uma receita de bolo.
A intensa busca pela magreza (que, atualmente, é considerada pré-requisito para ser belo)torna inquestionável o fato de que ela é importante na conquista. Não tanto para os homens que são menos cobrados. No caso deles o status é mais importante. Para as mulheres ela é sim moeda de troca. Se é moeda de troca é por que tem valor. Isto é fato.

Unknown disse...

E a coisa não para... qual a intenção do UOL a publicar isso: http://esporte.uol.com.br/volei/campeonatos/mundial/ultimas-noticias/2010/10/29/com-facilidade-brasil-vence-gordinhas-do-quenia-na-estreia-do-mundial.jhtm Alguém desenha por favor? Agradecida

Betânia disse...

Lola, gosto do seu texto, sempre claro, com tomada de posição, ao mesmo tempo aberto. Fiquei gorda após os 35 anos, fiz diversas dietas, perdi quilos mas sempre eles voltam. E agora aos 46 anos eles teimam em ficar. O preconceito contra @s gord@s é forte sim. Porque se é gord@ nem ser feliz pode anão ser que emagreça. É uma ditadura danada. Mas, estabelecer alguns critérios para ter uma vida saudável é possível sim em qualquer situação.Dizer Não ao preconceito tb. Um abraço.

Luciana Nepomuceno disse...

Marussia, todas as vezes que alguém precisa finalizar sua argumentação com uma assertiva que afirma a incontestabilidade de um fenômeno social eu fico com uma pulga atrás da orelha. Eu acho que você estava coberta de razão quando disse que sabe o que uns quilos a menos fizeram pela qualidade da sua vida sexual. Perfeito. Porque eu também sei o que uns quilos a mais fizeram pela qualidade da minha. Contribuíram demais. Já fui magra e hoje sou gorda. Hoje sou muitomais feliz sexualmente (e tenho mais parceiros e mais - como diria o Serra - pretendentes). A magreza/beleza não é inquestionável para a conquista. Isso é o tipo de naturalização de um fenômeno social que só interessa a quem dele usufrui. E é, além do mais como você mesma falou, uma forma de reificar (tornar objeto) o que é uma dimensão da nossa humanidade. Nossas características não são moedas de troca e nem é por ser moeda que tem valor. São elementos constitutivos e têm valor por serem nossos e apenas por isso e não pelo uso que podemos fazer deles. Enfim, espero ter contribuído pra reflexão. Como você disse, não é uma receita.

Jackeline disse...

ADOREI o post. Estava procurando informações sobre esse caso horrível e acabei caindo aqui. :) Gostei muito do jeito que vc escreve, voltarei mais vezes, rs.

Eu sei bem o que é sofrer bullying na adolescência, não por ser gorda, mas por outros motivos igualmente ridículos, como por exemplo, ser branca demais, enquanto o padrão de beleza é ser queimadinho de sol, entre outros. Sinto muito pelas meninas que tiveram de passar por isso... :/

Vi um comentário ali em cima sobre redução de estômago e quis comentar... minha cunhada era gordinha há alguns anos atrás e depois de ter engravidado engordou mais. Realmente ela estava com um peso não muito saudável, mas ao invés de ir perdendo aos poucos de maneira saudável, ela fez uma redução. Ela emagreceu muuuito rápido e a aparência dela piorou bastante. :/ Antes, uma mulher tão bonita, hoje em dia parece que "secou". Rosto cansado, olheiras marcadas... uma prova viva de como magreza realmente não é sinônimo de beleza.

Narayan disse...

Muito bem, Lola!
Chuta a canela do facismo!

Giovanni Gouveia disse...

Ontem vimos (eu e Cris) a matéria sobre o caso do "rodeio", na verdade uma canalhice sem par, e vi a hora d'agente pular na TV (só não fizemos porque teria que comprar outra...)

Esse pra mim foi o caso mais repugnante de bulling que eu já tive notícia, revoltante.

Como disse Cris, era pra pegar um cabra safado desse e bater "até chocar pinto" (e olhe que não sou adepto a violência)

Marussia de Andrade Guedes disse...

Gente
Eu não tenho preconceito contra as pessoas obesas. Eu já fui obesa. Ainda me encontro acima do peso. O que eu acho é que não podemos agir como a mulher do post anterior. Ela acha que não existe racismo. Não podemos achar que a obesidade é algo banal. A Nie exemplificou bem isto: quando você se torna obeso e depois fica magro, as sequelas ficam. Flacidez, perda da elasticidade da pele, envelhecimento precoce... Querer afirmar que a vida sexual das pessoas obesas é igual a das magras não é honesto. Eu não estou querendo dizer que obesos não podem ter vidas sexuais maravilhosas. Melhores do que de muitas magras. Mas generalizar não é conveniente.Temos que ter cuidado com estes estudos sobre sexualidade. Sabemos que, mesmo sob anonimato, as pessoas não dizem a verdade.Sabemos, por exemplo, que os homens tendem a aumentar o número de parceiros e as mulheres costumam diminuir o número de parceiros. Então, as pessoas costumam dizer o que é conveniente. O que eu quis dizer com tudo isto é que as pessoas podem conviver bem com a obesidade desde que tenha noção das possíveis consequências e esteja disposta a enfrentá-las. Mas deixo bem claro que o preconceito não deve ser incluído entre as consequências. E estas consequencias podem ser minimizadas. Seria bom tentar ser um gordinho saudável. Seria bom continuar mostrando que a pessoa obesa pode ser sensual, atraente, boa de cama, etc. O que é errado é a imposição de um único padrão. Os nossos problemas não são resolvidos com falsas idéias. E errada a idéia de que a obesidade é algo banal.

Júlio César Vanelis disse...

Oi Lola...
É a minha primeira vez no seu blog. Uma amiga me indicou esse post em especial depois de ler um post meu falando sobre o preconceito contra gordos. Eu achei simplesmente fantástico, concordo com tudo (inclusive com o fato de que as gordas sofrem muito mais que os gordos), e me fez olhar para mim mesmo de maneira melhor...

Agora, sobre o PL122... Vc comentou algo sobre liberdade de expressão. No caso desse projeto de lei Lola, acho que o problema é um pouco maior. Eu sou homossexual, e sei como é ruim ter que frequentar lugares específicos para namorar ou se divertir. Além disso, mesmo frequentando lugares especificos, agente ainda sofre violencia na saida desses lugares, tanto que muitos homossexuais morrem por ano devido a atos de homofobia (isso é sério, aconteceu aqui na minha cidade). Portanto Lola, o PL122 vai muito além de permitir mais alguma liberdade aos homossexuais, ele garante que nós não tenhamos que morrer em vão. É uma questão de segurança... Vc faz muito bem em ser a favor :D

Abraços

Pâmela disse...

Oi Lola
Acabei chegando aqui no teu blog por causa da temática do "rodeio". Fiquei com vergonha pelo que os acadêmicos da Unesp fizeram e com pena das meninas que tiveram que passar por isso. Mas o episódio vem em boa hora para repensarmos um pouco nossos próprios preconceitos e o modo como cultuamos a magreza em nosso tempo. Para quem achava que bullying era coisa de escola primária, os marmanjos universitários provaram que maldade, preconceito e discriminação existem em todas as fases da vida. Mas provaram, principalmente, que a crueldade humana não tem limites.

Mauricio disse...

Cara, o que você comentou não faz sentido para mim.

"A questão é que tanto mulheres como homens têm uma noção, não sei se natural, de "bonito" e "feio". "

Não, não é natural, te garanto.
O que você acha bonito ou feio é devido ao ambiente que te cerca e te influencia.


Se você vivesse em uma sociedade em que as gordas fossem o padrão de beleza, sua opinião poderia ser diferente.

AHHH, mas esta sociedade não existe!

Talvez, mas já existiu.

Os árabes tinham seu harém com mulheres gordas. As magras não agradavam e sofriam porque ninguém queria casar-se com elas.

Inclusive, a "dança do ventre" não é performada tão bem por uma magra esquálida quanto por uma que tenha barriga.

"...não se é totalmente saudável quando se é gordo"

Outro engano. Algumas pessoas podem ter doenças relacionadas à obesidade, mas obesidade não é sinônimo de doença.

Conheço dois casos:

1 - uma mulher magérrima que malha todo dia e só come queijo cottage (não sei se é assim que se escerve) porque o colesterol dela e os triglicerídeos são altíssimos e ela vive tendo que observar isso.

2 - uma mulher gorda que pelo hemograma você jura que trata-se de uma atleta.

Como foi dito, obesidade não é sinônimo de doença.

"mas é evidente que não se poderá exigir a moça que fica toda molhadinha e excitada diante de um galã, fique da mesma forma quando estiver no quarto com o corcunda de Notre Dame."

Outro engano. Você mesmo diz que é feio. Sua esposa melhorou, mas você não disse que fez plástica.
Como a vida sexual do casal melhorou? Porque você não entra no bisturi como sua mulher fez? Só você rejeitava sua mulher, mas ela não te rejeita. E se você se parecesse com o Quasímodo, ainda assim ela te amaria e não iria te rejeitar.


"E eu não estou falando apenas de aparência. De visual. Trata-se do apalpar, da sensação táctil. Como sentir desejo, com intensidade, quando o corpo da outra pessoa parece geléia?"

O homem é muito visual, não nego, mas isso é só um detalhe. Você pode achar repugnante apalpar uma mulher gorda, mas isso é coisa SUA! Não diga como se fosse uma regra geral. Há pessoas que não gostam de um corpo todo malhado. Dizem que parece um corpo de macaco.
E o corpo de uma pessoa gorda não parece geléia. Você tem noção do quanto isto é ofensivo? É mais flácido, sim, mas não geléia. Modere suas palavras.
E a sensação de apalpar um corpo obeso pode ser boa sim, porque não?
Cara isso é imposição da mídia.
Se não houvessem revistas femininas nem masculinas, não houvesse alta costura e não houvesse televisão, este padrão que temos hoje não seria este.
Digo isto porque o padrão de beleza assim que surgiu a televisão não era esse.

Mauricio disse...

Ainda pro Fábio:

"Mas acho exagero que tu, Lola, faças militância contra os padrões estabelecidos de beleza, simplesmente tentando afirmar, por retórica, que o conceito de "feio" é um preconceito. Ora, aí já partimos para a transformação do humano em máquina. Sem capacidade de discernimento e nem instintos, nem gostos, apenas enquadrando-se dentro de regras do politicamente correto e isso, magicamente, fazendo com que tenha tesão por uma pessoa que não é nada atraente. Ora, mas é absurdo!
"


Como você disse: "padrões ESTABELECIDOS de beleza.

Quem é bonito?

Se você considerar os modelos femininos e masculinos, não salva ninguém a não ser eles próprios.

O feio É um preconceito, um PRÉ-CONCEITO. Nada mais é que um conceito que somos massacrados para aceitar e essa lavagem cerebral nos atinge desde crianças. Crescemos "aprendendo" o que é bonito ou feio.
O anti natural não é sentir tesão por uma pessoa gorda. O anti natural é não ter desejo por quem se ama só porque ela é gorda.
Uma criança, até determinada idade, não diferencia o que é gordo do que é magro. Isso vem depois.
Ser máquina é agir como uma: deixando-se programar. Quem obedece a um programa imposto pelo programador é máquina, é eletrônico, robô, computador.
Nós somos máquinas porque nos deixamos programar por quem dita a regra de beleza.

"Existe um grau de gordura que torna a pessoa repulsiva, porque há, sim senhora, um padrão do que seja um "físico normal". Optar pela gordura é opção de cada um, mas a pessoa não pode então exigir que se evite dizer que a outra figura, da pessoa dentro dos padrões, é mais bonita."


Meu Deus!

Não existe isso. Isso é MATRIX!

Gordura não deixa a pessoa repulsiva. Repulsivo é o mal caráter, o mal feitor, o escroque, o pusilânime. Veja suas palavras: "um padrão do que seja um físico normal". Se é um padrão, é porque alguém determinou assim.
Você acha que alguém OPTA por ser gordo?
Existem sim, várias doenças que causam obesidade. Doenças sérias.
Veja, a obesidade não causa doença, mas há doenças que causam obesidade:
Síndrome do ovário policístico, doenças hormonais, compulsão alimentar, etc.
A compulsão alimentar não é falta de vergonha na cara. É tão sério quanto a bulimia e a anorexia. Só que invertido.

Algumas não tem cura, outras a cura é difícil e precisa de acompanhamento pelo resto da vida.

Bom, eu teria ainda muito o que comentar sobre o restante de seu post, mas acho desnecessário.
Se não deu para entender até aqui, falar mais seria desperdício de palavras.

Pense bem, rapaz. O que você acha que não é preconceito, pode ser o maior deles.
O que você acha que é ser máquina, pode justamente ser o oposto.

Se liga.

Lady Sybylla disse...

Que grande texto!

Acho repulsivo quando alguém diz que as pessoas são gordas porque querem. Isso porque elas têm na cabeça uma imagem (de)formada de que magreza é padrão e isso leva às pessoas a serem infelizes em busca de um padrão altamente disseminado.

O próprio Jô Soares falou uma vez que ele sendo gordo não tinha problemas de saúde que muitos amigos magros tinham. E olha o apelido dele?

As pessoas esquecem que de fato, a magreza nem sempre foi padrão. Então parem de mandar nos corpos das mulheres e das pessoas. Por que que todo mundo precisa agradar ao seu olhar ou ao olhar do outro. Eu tenho que me sentir bem comigo e você, meu caro amigo preconceituoso, que se dane.

Abraço!

El guajiro disse...

Eu preciso registrar que este foi o MELHOR texto q eu li neste ano!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Eu sou gordO e gay e sofro diariamente este problema.

E a vida é realmente como vc termina o texto: "E é uma burra também: com tanto amor dirigido a ela, como ela pode se odiar?"

Mas "tudo é coisa da nossa cabeça"...

Parabéns

crissoares2009@blogger.com disse...

olá!!!
Li sobre o artigo rodeio de gordas.
E fico feliz por saber que no meio de tantos preconceitos existem pessoas como você que nos apoiam.
Tenho 25 anos, peso 110kg. e já fui a vario médicos em busca de emagrecer por passar por diversos tipos de coisas referente ao preconceito e ate mesmo pela minha saúde hoje. teve vez de eu ter que abrir B.O por conta disso. com piadas que passei desde minha infância dentro de casa com minha família, e terceiros.

sei que tem horas que paro de frente ao espelho e tenho preconceito DE MIM MESMA e não de outros "gordinhos". sei como é passar por tudo isso. e ler uma matéria dessa um upi para mim..
obrigada por isso acontecer.

alice disse...

lola, tenho esse post favoritado aqui e de vez em quando eu releio. pq me faz muito mal pensar nesse caso e em como a sociedade como um todo aceita isso. tenho amigas q fazem piada de gordo (não na minha frente, pq eu já disse q não tolero e assumo como ofensa pessoal) e acham q eu não tenho razão em reclamar. juro q não tenho mais vontade de sair com essas pessoas, depois de tantos anos de amizade.

enfim, só quem sabe oq é ter sua liberdade de ir e vir em via pública cerceada entende. quem mais é xingada por estar fora de casa, parada, sem fazer nada, sem falar nada, pelo simples fato de existir e estar em público? eu só consigo pensar nos negros antes dos anos 60.

Bruna disse...

Aaah! Que legal esse texto e a maravilhosa discussão que ele criou! Li todos os comentários e achei muito bom mesmo!
Tem certas coisas sobre as quais a gente acaba não pensando muito, e acaba se deixando programar, como é dito em um comentário.
Bom, eu sou gorda, sempre fui e sempre sofri muito preconceito, de todos. Sem excessão. Minha família, meus amigos, meus namorados. Todos.
Percebi isso quando decidi que queria emagrecer (porque eu me sentia uma pessoa até bem aceita, até então, a não ser pela família) e todos aplaudiram de pé.
Eu emagreci bastante e confesso que me senti muito melhor mais magra. Me senti mais bonita, mais confiante, uma vitoriosa por conseguir controlar a compulsão alimentar,que é uma doença séria e incurável.
Hoje, por diversos fatores, eu já engordei tudo o que tinha emagrecido e já emagreci a metade de novo. Meu namorado também reclamou quando eu engordei, mas eu entendo muito bem o lado dele, porque sei que sou uma pessoa muito diferente quando não cuido da minha alimentação.
Eu preciso desse controle para manter minha auto-estima e minha sanidade mental. Lembro de ele me dizer "quando você come errado (fora da dieta) você é outra pessoa, você não me olha nos olhos, não me deixa chegar perto de você"
Esse sentimento que eu tenho pode ser, e provavelmente é, fruto das imposições sociais. Mas o fato é (para mim, apenas) que quando eu controlo minha alimentação eu me sinto no controle da minha vida, e quando não, me sinto como um viciado em drogas, que não faz outra coisa a não ser pensar em comida.
Lola, eu sei o quanto a dieta absorve de energia da gente, e te admiro imensamente, de uma forma que você não pode nem imaginar, por se aceitar e ser feliz, do jeitinho que você é. Mas para mim a gordura (a minha) é apenas um sinal externo de que muita coisa dentro de mim não vai bem.
Ser gordo definitivamente não é um problema, e eu fico muito feliz em imaginar que muita gente não se sente como eu.
Enfim, minha gente, depois de abrir meu coraçãozinho, eu digo: o que eu procuro cuidando da minha alimentação e emagrecendo alguns quilos (não quero ser esquálida) é a felicidade, o equilíbrio, a consciência de quem manda na minha vida sou eu e de que eu estou escolhendo aquilo que é mais saudável para mim, sobretudo emocionalmente!
Um abraço grande de que m nem te conhece e ainda assim gostaria muito de conversar com você, lola!

Ariadne disse...

Simplesmente adorei seu blog, também sou uma gorda asssumida e feliz, não encaro neuras de dietas malucas, mas cuido sim do meu corpo, faço meus exames regularmente, e os médicos piram por eu não ser diabética e hipertensa, ficam chocados de como uma OBESA não ter os principais problemas dos gordos, pasme eles ficam realmente sem chão. Mas é isso, vivemos num mundo GORDOFÓBICO. Parabéns pelos posts são ótimos.

Anônimo disse...

Na qualidade de pessoa de mentalidade holística espiritualista,estou absolutamente convicta de que a autoaceitação baseia-se em valores de nosso Espírito imortal,muito mais do que apenas em aparência física - se a mulher gorda,particularmente,tiver uma personalidade forte,ativa,altiva e proativa,não se deixará deprimir ou negativar por nenhum preconceito - agora,que fique bem claro - cada pessoa deve cuidar-se,no sentido de sentir-se bem,sob todos os aspectos.Somos viajores da Evolução,filhos do Infinito e herdeiros da Eternidade - tudo o mais é incessante - e maravilhoso! - aprendizado evolutivo consciencial.Respeitemo-nos,sempre,sob todos os aspectos - sintamo-nos bem e façamos o Bem!!

Patricia disse...

Poxa Lola, estava tão feliz e otimista quanto ao futuro da humanidade com a aprovação do casamento gay e a declaração da Angelina Jolie, que tinha mesmo que aparecer um absurdo desses para acabar com meu bom humor:(

Eu acho que as pessoas esquecem que viver de dietas desregradas também faz muito mal à saúde. Ter pressão baixa por conta de pouca alimentação pode ser bem pior do que ter pressão alta por excesso de peso. Isso sem falar em todos esses distúrbios alimentares, cada vez mais frequentes. Além de ter muito magrinho por aí com colesterol e glicose alta, já que isso depende de vários fatores, não somente do peso do indivíduo.

Eu acho que esses padrões de beleza impostos, são muito, muito prejudiciais. E não só para quem está acima do peso, mas para praticamente todo mundo. É muito difícil você ser mulher e estar 100% satisfeita com o seu corpo. Porque você não pode ser magra demais, nem gorda. Não pode ter peito caído, nem pequeno demais. Pode ser cheinha, mais não pode ter barriga saliente,nem celulite, pode ter o corpo firme, mas não pode ser musculosa, e por aí vai a lista de exigencias para que você se enquadre no que é considerado bonito.
Poxa,é muita coisa!Se eu for parar para pensar em tudo que eu tenho que fazer para me enquadrar nos padrões,eu enlouqueço!