MEIO MILHÃO DE VISITAS E CONTINUO POBRE

Pessoas queridas, vocês devem ter notado um troço esquisito aí do lado direito do bloguinho. É um banner do Submarino. Depois de quase dois anos de blog, vou tentar ganhar uns trocadinhos com ele, se vocês não se incomodarem muito.

Seguinte: eu escrevo pra internet desde outubro de 2000. Um tempão, né? Até o final de 2007, eu colaborava semanalmente com crônicas de cinema pro site do meu irmão, o Lost Art. Dois anos atrás, participei brevemente de um blog mais coletivo também, o Antigravidade. Saí porque o editor não quis publicar uma das minhas crônicas (logo uma das inofensivas, daquelas com o maridão que vocês tanto gostam)—ele alegou que não condizia com a proposta editorial do blog. E, de fato, meus textos não tinham nada a ver com aquele blog, e isso se refletia no número de comentários que eles geravam (hum, zero?). Deslanchar minha carreira solo na internet foi uma maravilha, e só me arrepependo de não ter feito isso antes. Uns nove anos antes, sabe? E sempre, nos dois lugares que colaborei, havia a promessa que, em breve, algum dia, talvez, quem sabe, eu receberia um dinheirinho pelo que escrevo. E nunca dava certo.
Aí comecei este bloguinho, com a ajuda técnica do maridão, sem saber absolutamente nada de blogs ou da blogosfera. E tem sido ótimo, montes de comentários, novas amizades, ainda que virtuais, um canal onde falo tudo que quiser com total liberdade, um novo ânimo pra escrever. O único porém é que esse troço é absolutamente viciante e eu perco muito tempo. E deixo de fazer outras coisas que deveria fazer.
Agora o bloguinho está se aproximando das 500 mil visitas. Acho um número fantástico pra menos de dois anos de blog (aniversário do bloguinho: 24 de janeiro). E mãe, eu insisto: são visitas! Não leitores! Umas 50 mil dessas visitas devem ser minhas, será que não? E até o final do ano devo ultrapassar o primeiro milhão de page views, que eu não sei bem explicar o que são. Acho que quando alguém clica em algum link interno do blog (comentários, outros posts), é um page view.
Eu lia especialistas dizendo que um blog nem deve pensar em ganhar dinheiro antes de chegar às 30 mil visitas por mês. Bom, eu alcancei esse número em fevereiro. De março pra agosto, as visitas se mantiveram estáveis, em cerca de 34 mil por mês. Vi que estava difícil sair desse patamar das 35 mil. Só no mês passado o bloguinho superou, pela primeira vez, as 40 mil. E este mês está sendo atípico, média de 1,500 visitas por dia. Não considero muito realista, acho que é mais por causa de buscas de grande destaque, como o caso Uniban e o escândalo da médica no aeroporto.
Pois bem, em março um dos mestres da blogosfera, o Inagaki, respeitado por todos por ser uma pessoa fofa e ética, me fez um convite muito carinhoso: que o meu bloguinho participasse de um grande portal, o InterNey Blogs. Eu estava encrencada pra terminar de escrever a tese, e pedi pra adiar a resposta. Só voltamos a falar sobre isso em julho. Nesse meio tempo, recebi convite de outros portais, mas não havia proposta financeira. E no InterNey havia. Mas fiquei decepcionada com os valores que, pelo que entendi, são baixos. E aí pensei: pô, pra ganhar 60, 70 reais por mês, será que preciso mesmo mudar meu endereço e entrar prum portal? Não dá pra fazer isso sozinha? Mas também pensei: ok, talvez eu deva entrar não pelo dinheiro, mas pra poder aumentar o número de leitores a longo prazo, já que uma das vantagens do portal é que todos os blogs têm que linkar uns aos outros. Só que realmente não sei se o meu perfil atrairia o tipo de leitor que quero. Já ouvi falar de gente que recebeu uns leitores, digamos, estranhos, após entrar num portal (qualquer um). E se tem uma coisa que eu tô satisfeita no meu bloguinho é com o nível das minhas leitoras, pelo menos da imensa maioria que se manifesta nos comentários. Sinto-me uma privilegiada. Minhas leitoras (eu uso o feminino porque as mulheres são a maioria por aqui, mas não se sintam excluídos, queridos leitores) são inteligentes, simpáticas, divertidas, e só acrescentam ao debate. Não vêm aqui pra brigar comigo a cada post, mas pra conversar. São uns amorecos. Além do mais, só tive três trolls mais constantes em dois anos de blog, e nem foram todos de uma só vez. Acho até pouco (não tô reclamando: que continue assim!).
Ah, e tem mais: não entrando no InterNey, não preciso linkar gente como o Gravataí Merengue, que representa na blogosfera mais ou menos o total oposto do que representa o Inagaki.
Acho que prefiro crescer devagarinho, ou mesmo me manter no patamar modesto em que me encontro, mas com um bom número de visitas e de leitoras excepcionais, do que dar um salto no escuro. Sou conservadora (do ponto de vista estritamente pessoal), fazer o quê?
Embora eu tenha várias críticas ao modelo capitalista, isso não me faz viver num mundo não capitalista. Eu preciso pagar contas como qualquer um. Em breve, espero, receberei o maior salário da minha vida, como professora universitária, mas ainda assim gostaria de fazer algum dinheiro com o blog. Até pra poder doar a abrigos animais de Fortaleza (eu queria ter o meu próprio abrigo animal, mas já há vários, e eles cuidam dos bichinhos melhor que eu cuidaria. Prefiro contribuir com eles. Talvez no futuro eu me anime). Portanto, da próxima vez que vocês forem comprar algum livro ou dvd através do Submarino, comprem por aqui, please. Eu recebo 8% em cima de cada livro nacional, 4% de livro internacional, 4% de dvd, e 2% de notebooks e computadores. Ah sim, e se vocês forem comprar um bebê, eu recebo 4% do valor também. Deve ser a isso que eles se referem? Logo, comprem muitos bebês, livros e dvds! Adsense eu ainda não sei se vou colocar, porque rende pouco e polui demais o blog visualmente (talvez no cantinho?). E, pelo que eu li, quem clica em Adsense não são os leitores habituais de um blog, mas os paraquedistas. Porque, convenhamos, tem que ser de fora pra, depois de ler um dos meus posts falando de aceitação do corpo, clicar num anúncio de uma dieta espetacular pra perder 20 quilos dormindo em meia hora.
Outra vantagem é que, sendo independente, posso falar de valores (o InterNey tem poucas cláusulas, e a liberdade editorial parece ser enorme, mas não se pode mencionar quanto se ganha com o blog). Por que esconderia valores de vocês? Vou publicá-los a cada dois ou três meses, pra que vocês possam acompanhar quantos milênios eu precisaria blogar até me tornar milionária.
Nem tudo são boas novas. Não posso garantir que manterei o mesmo ritmo frenético dos últimos dois anos. Acho até meio insano esse ritmo de no mínimo um post (gigante) por dia. Não conheço outro blog de alguém que não viva disso que seja atualizado todo santo dia com posts deste tamanhinho. Isso, infelizmente, não vai poder continuar. Logo logo, assim que eu começar a lecionar, terei que ser mais parcimoniosa. Espero poder garantir dois ou três posts semanais e continuar com este bloguinho por vários anos, ver minhas leitoras mirins crescerem, os meus jovens leitores mudando de voz... E todo mundo dizendo, Ah, Lolinha, aprendi tanto com você... Aham. Que pelo menos aprendam que chocolate branco não é chocolate!