O QUE ESTOU FAZENDO AQUI QUE NÃO ESTOU EM FORTALEZA?

Calma. Primeiro, duas anedotinhas. Sexta-feira à tarde. Pedi pro maridão olhar os meus emails pra recolher dados importantes que irei precisar na minha viagem à Fortaleza. Sabe, telefones e endereços de amigas e hotéis. Simplesmente não estava tendo tempo de fazer nem isso. E ele lá, comprometido, lendo meus emails. Pra tentar entender o porquê de tanta demora, falei pra ele:

- Não sabia que meus emails eram tão interessantes que você precisava ler tudo.
- Ah, tenho que encontrar os dados, e pra isso preciso ler um pouco mais.
- Espero que você não esteja encontrando nada muito comprometedor, tipo juras de amor dos meus amantes e tal.
- Olha, tem um tal de Hemingway que vem sendo muito citado.

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E mais tarde, no mesmo dia, aconteceu algo incrível. Sério, será que é um sinal? Olha só: eu estava estudando um tiquinho, tentando organizar um dos quatro pontos que ainda me faltavam (é, sexta à meia-noite e eu só tinha preparado doze dos quinze malditos pontos), no meu computador, e ele estava no computador dele, vendo alguma coisa de xadrez. E aí de repente ele me pergunta “O que é...?”. Ele tem essa mania de pensar que eu sou um dicionário ambulante e me pedir o significado de toda palavra que ele não sabe em inglês. A palavra da vez foi leap (saltar; salto). O que foi impressionante é que naquele exato momento eu estava lendo essa palavra na minha frente. Convenhamos, não é um vocábulo tão comum, ainda mais pra aparecer num site de xadrez e no meu arquivo sobre Tennessee Williams e Eugene O'Neill. Quais são as chances de que algo assim aconteça? E se for um sinal, é um sinal de quê? De que nós dois devemos saltar de uma ponte juntinhos depois que eu não passar no concurso?
Pode ser telepatia também, o que me deu uma grande ideia: pedi pro maridão ficar lendo as minhas anotações no computador enquanto eu estiver fazendo a prova escrita. Daí ele transmite tudo pra mim em pensamento. Sua resposta: “Estuda aí”.

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Então, agora, segunda-feira cedo, não estou mais na minha casinha em SC. A esta altura, o maridão já me levou ao aeroporto de Navegantes (perto de Itajaí, uma hora e pouco daqui), eu peguei o avião da Azul pra Campinas, e de lá pra Fortaleza. Devo estar chegando na Terra do Sol (o maridão não foi junto. Também gostaria que ele fosse - e não aceito o argumento de que levar marido em viagem é como levar marmita prum banquete! -, mas a viagem é cara, e ele tem que trabalhar). Obviamente não terei tempo de ver sol nenhum, porque preciso tentar memorizar o máximo possível o esqueminha que fiz pra cada um dos quinze pontos. Vocês podem estar se perguntando: mas como é que a Lolinha tá voando e postando aqui ao mesmo tempo? Será que ela tem superpoderes? Amigas fizeram essa pergunta quando eu tava em São José do Rio Preto, sem internet, e meus posts continuavam aparecendo todo santo dia, que nem praga. Elas até pensaram que o maridão estava atualizando o blog por mim. Não é assim. Eu agendo, querem ver? Como já faz mais de um ano que aprendi a tirar foto da tela do computador sem precisar de máquina fotográfica, vou aproveitar e mostrar:Tudo bonitinho, prontinho. Mas assim que eu puder eu volto pro bloguinho, ao vivo e a cores. Espero que seja amanhã, quarta no máximo, pra contar como foi a prova escrita. Energia positiva começando às oito da manhã de amanhã, tá? Vou precisar, porque me sinto mais despreparada que maridão no meio de tiroteio.
Então: a prova escrita é amanhã (terça, das 8 às 12), tem uma tal de leitura da prova à tarde, quarta à noite vou tentar conhecer minhas leitoras, quinta cedo sai o resultado. Se eu passar da primeira etapa (chances pífias), é sorteado um outro ponto e tenho que dar aula sobre ele na sexta. Se não, volto pra casa na sexta. Vou contar tudinho pra vocês. Gostei muito de um diagrama que uma leitora recomendou sobre o quanto a gente precisa estudar, o quanto estudou de fato, e o quanto as pessoas acham que a gente estudou. O quê? Tudo isso? Vocês são umas exageradas(os) mesmo!