Essas últimas semanas estão sendo terríveis de tão cheias, e nada indica que as próximas serão mais calmas. Paciência comigo! Continuo atualizando o bloguinho todo santo dia, mas responder comentários tá impossível. E não tenho tempo de escrever várias coisas que gostaria. Ai, ai. A gente não tá nem em junho e eu já tô pedindo férias!
Sexta fui ver Uma Noite no Museu 2. Mas acabei não anotando nenhuma linha sobre o filme, e como hoje é quarta, e a produção é totalmente descartável, esqueci tudinho. Sinceramente, eu já saí do cinema pensando “O que vou falar desta joça?!”. Certeza mesmo, só a de que odiei o troço. Eu já não tinha apreciado o primeiro, mas pelo menos havia um tiquinho de novidade em ver um museu tomando vida. A piadinha que mais gostei no original agora é a única que gostei na sequência: o esqueleto de dinossauro abanando a cauda, como se fosse um cachorrinho (ah, e é legal que uns três ou quatro atores do The Office façam pontinhas). Mas não tenho nenhum carinho pelo Ben Stiller (e acho que ele se leva mais a sério do que merece. Digo mais: tenho a impressão que na vida real ele seja igualzinho a seu personagem no horroroso Trovão Tropical, aquela comédia totalmente sem graça onde só o Tom Cruise e talvez o Robert Downey Jr. se salvam). E, pra ser franca, nem pelo Owen Wilson (admito que fiquei mais compadecida depois que ele tentou o suicídio e fez Marley e Eu).
Também detestei o revisionismo histórico da trama, igualmente presente no primeiro filmeco. Desta vez o presidente Teddy Roosevelt é jogado pra escanteio, e decidem elevar o General Custer pra enésima potência. Que um notório assassino de mulheres e crianças índias seja considerado um heroi é algo demais pra minha cabecinha. Sabe, seria como levantar estátua pro Borba Gato em São Paulo em homenagem à bravura dos bandeirantes. Quer dizer... Ahn, deixa pra lá. Melhor ficar no revisionismo histórico deles, não no nosso: Museu 2 é mais uma prova viva de como a história é sempre contada pelos vencedores. Há uma índia no filme e alguns poucos negros, mas eles não têm voz. Todas as decisões estratégicas são tomadas pelos homens brancos. Quer prova maior do privilégio masculino? Até um guarda de museu tem mais importância que os raríssimos personagens “históricos” negros e mulheres. A única exceção é a Amelia Earhart (feita com vigor pela Amy Adams), pioneira da aviação americana. Mas até ela parece estar lá só pra fazer par romântico com o protagonista. E é só impressão minha ou o avião que ela pilota é idêntico ao 14 Bis? (Eu adoro os museus da Smithsonian em Washington DC. Já falei sobre eles aqui, inclusive de como escondem o Santos Dumont numa ala perdida, como se fosse um pé de página na história da aviação, e dão galerias inteiras aos irmãos Wright). Anote quantas vezes durante o filme alguém fala “Nós americanos...” ou “A América é” ou algo do gênero. Museu 2 certamente não é pra gente do resto do mundo. É um produto nacional deles, made in America.
E, por favor, me lembre de anotar no meu caderninho pra nunca mais ver um filme com a assinatura do Shawn Levy. Opa, não, confundi o diretor com os realizadores de Professor Aloprado 2. O Shawn é novo e até agora só fez uns quatro filmes péssimos: Recém-Casados, o remake de Pantera Cor de Rosa com o Steve Martin, que já me fez fugir no trailer, Doze é Demais, que não preciso ver pra saber que é detestável, e agora este Museu 2. É um currículo respeitável, mas nada comparado aos merecedores do meu Troféu Cocô de Hamster Gigante.
Por falar em diretores odiados, aqui menciono a esnobada que o Von Trier recebeu do Festival de Cannes.
Sexta fui ver Uma Noite no Museu 2. Mas acabei não anotando nenhuma linha sobre o filme, e como hoje é quarta, e a produção é totalmente descartável, esqueci tudinho. Sinceramente, eu já saí do cinema pensando “O que vou falar desta joça?!”. Certeza mesmo, só a de que odiei o troço. Eu já não tinha apreciado o primeiro, mas pelo menos havia um tiquinho de novidade em ver um museu tomando vida. A piadinha que mais gostei no original agora é a única que gostei na sequência: o esqueleto de dinossauro abanando a cauda, como se fosse um cachorrinho (ah, e é legal que uns três ou quatro atores do The Office façam pontinhas). Mas não tenho nenhum carinho pelo Ben Stiller (e acho que ele se leva mais a sério do que merece. Digo mais: tenho a impressão que na vida real ele seja igualzinho a seu personagem no horroroso Trovão Tropical, aquela comédia totalmente sem graça onde só o Tom Cruise e talvez o Robert Downey Jr. se salvam). E, pra ser franca, nem pelo Owen Wilson (admito que fiquei mais compadecida depois que ele tentou o suicídio e fez Marley e Eu).
Também detestei o revisionismo histórico da trama, igualmente presente no primeiro filmeco. Desta vez o presidente Teddy Roosevelt é jogado pra escanteio, e decidem elevar o General Custer pra enésima potência. Que um notório assassino de mulheres e crianças índias seja considerado um heroi é algo demais pra minha cabecinha. Sabe, seria como levantar estátua pro Borba Gato em São Paulo em homenagem à bravura dos bandeirantes. Quer dizer... Ahn, deixa pra lá. Melhor ficar no revisionismo histórico deles, não no nosso: Museu 2 é mais uma prova viva de como a história é sempre contada pelos vencedores. Há uma índia no filme e alguns poucos negros, mas eles não têm voz. Todas as decisões estratégicas são tomadas pelos homens brancos. Quer prova maior do privilégio masculino? Até um guarda de museu tem mais importância que os raríssimos personagens “históricos” negros e mulheres. A única exceção é a Amelia Earhart (feita com vigor pela Amy Adams), pioneira da aviação americana. Mas até ela parece estar lá só pra fazer par romântico com o protagonista. E é só impressão minha ou o avião que ela pilota é idêntico ao 14 Bis? (Eu adoro os museus da Smithsonian em Washington DC. Já falei sobre eles aqui, inclusive de como escondem o Santos Dumont numa ala perdida, como se fosse um pé de página na história da aviação, e dão galerias inteiras aos irmãos Wright). Anote quantas vezes durante o filme alguém fala “Nós americanos...” ou “A América é” ou algo do gênero. Museu 2 certamente não é pra gente do resto do mundo. É um produto nacional deles, made in America.
E, por favor, me lembre de anotar no meu caderninho pra nunca mais ver um filme com a assinatura do Shawn Levy. Opa, não, confundi o diretor com os realizadores de Professor Aloprado 2. O Shawn é novo e até agora só fez uns quatro filmes péssimos: Recém-Casados, o remake de Pantera Cor de Rosa com o Steve Martin, que já me fez fugir no trailer, Doze é Demais, que não preciso ver pra saber que é detestável, e agora este Museu 2. É um currículo respeitável, mas nada comparado aos merecedores do meu Troféu Cocô de Hamster Gigante.
Por falar em diretores odiados, aqui menciono a esnobada que o Von Trier recebeu do Festival de Cannes.
Pior que Borba Gato seria Domingos Jorge Velho, Lola...
ResponderExcluirLola, não entendo por que você perde tempo e dinheiro indo ao cinema ver essas produções de terceira. Sério mesmo, não é crítica, é que eu acho uma perda total de tempo de vida. Vale mais a pena, sei lá, dormir.
ResponderExcluirPois é, Gio, mas a estátua mais famosa em SP não é a do Borba Gato?
ResponderExcluirTina, dinheiro eu não perco vendo essas besteiras, felizmente (não pago pra entrar na maior parte dos cinemas). Agora, por que eu insisto? Porque eu me considero uma crítica/cronista de cinema. E faço um grande esforço pra ir ao cinema uma vez por semana. E os filmes que passam são esses mesmos. Também não adianta muito ver filmes que ninguém mais vai ver. Se eu só fosse ao cinema ver filmes que eu realmente quisesse ver, acho que ficaria meses sem ir ao cinema. E eu faço o possível pra falar sobre cinema aqui no blog toda quarta e sexta. Posso até falar de filmes "antigos" (fora de cartaz) e de clássicos e criticar trailers uma vez por semana, mas gosto de falar do cinemão atual. E o cinemão atual é isso mesmo, Uma Noite no Museu 2.
Dois pontos odiosos no filme:
ResponderExcluir1) a Amelia Earheart fica o tempo todo dando em cima do Ben Stiller. Ou seja, uma mulher "de ação" é mais uma vez reduzida a parzinho - e é constantemente rejeitada por ele;
2) Abraham Lincoln, em forma de estátua gigante, chuta os "invasores indesejáveis" de volta pro buraco de onde vieram. Mais uma celebração do imperialismo ianque.
O Ben Stiller, que seria o mocinho, na verdade não faz nada. É o Estado - na forma do Abe, que toma a atitude e salva a situação.
Terceiramente, a ridicularização dos franceses, na pessoa do Napoleão - não foram poucas as piadas que denegriam o sujeito, sendo a pior delas a referência ao fato de que ele "não sabia nem falar".
Quartamente - a representação do vilão como um tipo gay. Putzqueparou, vilão egípcio por vilão egípcio, o melhor foi o da Mumia, o primeiro filme.
Essa noite no museu, 1 ou 2, é algo que eu não tenho a menor vontade de assistir nem quando passar na TV.
ResponderExcluirÉ que, apesar de ter estudado entradas e bandeiras (na quarta série), São Paulo só é referência pra mim como estado natal de minha amada companheira...;)
ResponderExcluirE Zumbi dos Palmares é, de fato, e só há poucos anos de direito, um Herói Nacional :D
Ah, eu estou sabendo ao anti-prêmio do L. V. Trier, Lola. Hoje estava discutindo com uma amiga sobre (uma discussão que ficou mais apimentada depois que a gente viu essa lista aqui: http://www.filmsite.org/controversialfilms.html), estou ansiosa para ler o que vc vai escrever e vou aguardar para me pronunciar.
ResponderExcluirBeijos.
Giovani, Zumbi dos Palmares um herói nacional? Creio que vou morrer ou até embranquecer antes disso, e ver esse reconhecimento do povo bravileiro. Uma coisa é certa: os norte americanos sabem cultuar seus ídolos, sejam eles assassinos ou perdedores.
ResponderExcluirE Lola, o filme é realmente detestável! Por 15 minutos de atraso eu não assisti Anjos e Demônios. Odeio ver filme já começado e ainda entrar no cinema depois de todos bem acomodados. Muito chato isso.
Não vi o filme, mas é impressão minha, mas o General Custer é interpretado por uma atriz?
ResponderExcluirO que você acha disso?
Outra coisa, concordo com tudo o que você escreveu, porém não consigo mais ficar indignada com esse "umbiguismo norte-americano"?
Em algum momento da vida, eu acho que fiquei borocochó. Hoje em dia, por exemplo, eu considero até normal que num filme feito por norte-americanos prevaleça a visão deles sobre como foi a história e as personagens históricas.
Afinal de contas, sempre foi assim em todos os filmes desse tipo, inclusive alguns filmes considerados cults, como Indiana Jones e Blade Runner.
No Brasil, um filme desse tipo abordaria a história pelo nosso ponto de vista, talvez com um D. Pedro II posando de sábio intelectual e um Santos Dumont com um papel de destaque, enquanto os irmãos Wrigth -coitados - seriam relegados a apenas protagonistas de 3ª classe.
:)
PS: Zumbi dos Palmares "herói nacional"?
Oi?! Q?!
Concordo, Chaves. Mas acho que a personagem da Amelia ainda é uma influência positiva pras espectadoras mirins. Ela corre, ama aventura, é um poço de energia. Pra mim, o Ben sempre tem cara de paspalho ao lado dela (bom, não só dela). Sobre o Lincoln, é verdade: ele chuta os invasores. Sobre o Napoleão e o vilão “como um tipo gay”, eu admito que nem reparei. Quer dizer, eu achei que todas as piadas com o Napoleão foram por ele ser baixinho. E zoam do Ben por causa disso tb. O que é uma droga pra quem é baixinho...
ResponderExcluirGustavo, outro dia eu revi um pedacinho do primeiro, quando passou na TV. É bem chatinho.
Gio, não por isso: eu morei em SP 16 anos, visito bastante, e mesmo assim sinto que não conheço muita coisa. Mas, pra mim, falou em bandeirante, o primeiro nome que vem a minha cabeça é o Borba Gato. Sei que ele não foi dos mais sanguinários... Sobre o Zumbi, na minha época de escola, dependia muito da professora como ele seria tratado, se como arruaceiro ou revolucionário. Felizmente uma professora que me lembro bem, a Dona Suzan, era de esquerda. Então pra mim Zumbi sempre foi um heroi.
ResponderExcluirDai, nem sei muito o que escrever sobre Antichrist! Só vi o trailer e fiquei sabendo da polêmica por cima. Adoraria saber o que vc quer falar ANTES! Sobre a lista que vc mandou, muito interessante. Recentemente eu estava lendo uma Premiere antiga, acho que de dez anos atrás, e ela publicou uma lista dos 25 filmes mais perigosos de todos os tempos. Muitos fazem parte das duas listas. Sobre o que vc e sua amiga discutiram?
Cor de Rosa e Carvão, será que o povo brasileiro reconhece algum heroi? (acho que só os ídolos do esporte, né?). Pelo menos hoje Zumbi já é ensinado nas escolas (creio) como heroi e símbolo de resistência. Acho que houve uma mudança. Antes a gente era ensinada a achar que a Princesa Isabel era heroina! E que azar o seu. Anjos e Demônios é infinitamente mais interessante que Noite no Museu... (odeio pegar filme começado também).
ResponderExcluirGreta, o general Custer é feito por um tal de Bill Hader. O rosto dele não me é estranho, mas não lembro dele nos filmes mais famosos em que ele esteve, como Tropical Thunder e Pinneaple Express (tá, nem vi esse último. E olha que eu veria, por causa do James Franco).
Sobre o umbiguismo americano, é certo que cada país fala do seu próprio umbigo. A grande diferença é que se a gente fizesse um filme sobre D. Pedro II, ele não iria ser exibido no resto do planeta. Mas 90% do que ocupa os cinemas do Brasil e de quase todos os outros países ocidentais, e também do Japão, é filme que vem dos States. E Hollywood recupera seu investimento desta forma: 50% da bilheteria vem do público interno, americano, e os outros 50% do resto do mundo. Por isso que é estranho que os filmes sejam tão centrados neles. Bom, mas isso que é imperialismo, né?
Oi, Lola! Estou falando com uma Lola, né? rsrs
ResponderExcluirÉ que não achei seu perfil ou coisa parecida...
Escrevo para dizer que gostei do seu blog. Achei-o assim, por acaso. O nome era bacana, aí cliquei.
Acabei de assistir "Uma noite no Museu 2", e também não pude deixar de lembrar do eterno causo Santos Dumont x Irmãos Wright. É de lascar...
Também tenho um blog. Você não quer passar lá?
Um abraço,
Silmara Franco
www.fiodameada.wordpress.com
Lola, eu gosto muito de ir ao cinema mas tem coisa que não vejo nem amarrada. E fujo de filmes com o Ben Stiller (li em algum lugar que ele vai dirigir um drama agora, socorro).
ResponderExcluirEu adoro o Hank Azaria, mas mesmo assim não tenho coragem de ver isso aí. :)
Ah, esnobaram o Lars Von Trier, é verdade, mas vc não achou o prêmio à Charlotte Gainsbourg meio que um consolo?
Beijos!
Lola, nossa, sério que é um homem?
ResponderExcluirCliquei no link e nem acreditei, porque o rosto dele, no cartaz de divulgação, é tão feminino que parece uma mulher usando barba e bigode fakes.
(Porém, de cara limpa e sem a caracterização de general, eu confesso que essa impressão não se mantém)
:)
abraço,
Gostaria de saber se a polêmica de Antichrist tem algum bom motivo ou se é apenas pelo roteiro dele ser igual a de milhares de filmes de terror psicológico dos anos 90.
ResponderExcluirAh, sim, preciso dizer uma coisa sobre o Ben Stiller.
ResponderExcluirEu acho que ele tem um corpão incrível.Adoro...
:)
Greta, esse filme sobre D Pedro II e Santos Dumont seria genial. Ninguem quer produzir nao? Filme de ferias para as criancas brazucas, podia ate dar dinheiro... Algum cineasta aqui?
ResponderExcluirBárbara, eu até me arrisquei como "cineasta" (tive aulas de cinema e cheguei a produzir um curta com os amigos, que levou 2 prêmios), ainda escrevo roteiros, mas acho que não tenho o mínimo jeito pra escrever pra crianças. Pelo menos pra dirigi-las, eu sou um desastre.
ResponderExcluirLola, Dai, eu não tô muito a fim de ver esse filme do Von Trier, talvez só a versão "baunilha". Não tenho sangue frio pras cenas que descreveram nas reportagens. Mas tô muito contente pelo prêmio dado ao Haneke. É um diretor que eu gosto, e o filme ("The White Ribbon", não sei o nome em alemão nem a pau) tem uma premissa ótima. O trailer pelo menos é muito bom. Tô ansiosa aqui.