Uma leitora pediu para que eu comentasse uma notícia saída na Folha sobre um bloco carnavalesco em Salvador que dá o abadá (camisetas-ingressos) de graça para mulheres bonitas, mas mulheres feias, e homens de qualquer grau de boniteza, devem pagar R$ 450 cada um. No passado, as convidadas recebiam uma pulseirinha pra participar de graça do bloco. Porém, de acordo com o empresário dono do bloco, “mulher é esperta, cortava e dava de presente pra amiga feia”. Portanto, agora elas ganham uma tatuagem provisória (O Globo diz que os abadás são grátis para todas as mulheres).
Nem sei direito o que comentar. Acho triste que uma festa popular, como carnaval de rua, custe tão caro e seja para apenas uns poucos. Parece que, nesses blocos, “seguranças esticam cordas para que o grupo fique protegido dos sem-abadá”. Soa como algo meio apartheid mesmo. De um lado, o povão, que em Salvador é 80% negro. No meio, os seguranças, que devem ser negros também. E, no lado certo, o lado in, o lado A, um bando de turistas brancos que podem pagar uma pequena fortuna por noite. Bem o retrato do nosso capitalismo.
A ideia de usar muita mulher, de preferência bonita, pra atrair homens com dinheiro não é nenhuma novidade. É o que rege as promoções do tipo “mulher que entrar numa boate/bar até sei lá que hora não paga”. Na porta de boates mais badaladas, é comum os seguranças ou a hostess proibir a entrada de homens mal-vestidos e mulheres feias e/ou velhas. Ano passado, na Inglaterra, uma boate resolveu barrar as gordas. Foi boicotada e teve que voltar atrás, embora muitos carinhas tenham aprovado a iniciativa. Se praia não fosse pública, mulheres fora do padrão seriam impedidas de entrar. Pra elas, ainda vale a pressão popular do “Ugh! Você não tem corpo pra usar biquíni!”.
O que não entendo muito bem é como mulheres, lindas ou horrendas (e digamos que essa avaliação pode variar bastante), queiram participar de um bloco chamado Harém. É tão divertido assim o conceito de um sultão usufruindo de várias escravas sexuais? Pro sultão, talvez, ok, mas pras escravas? Vá lá, de repente até compreendo que moças bonitas se sintam lisonjeadas por serem descobertas por “olheiros” e convidadas para dançar num bloco de elite. Mas por que seria necessária a taguagem, pulseirinha, o diabo a quatro? Se elas são lindas, a aparência não serve como o próprio abadá delas? O quê? Você tá me dizendo que os seguranças não sabem distinguir uma mulher feia de uma bonita? Ué, pensei que o padrão de beleza fosse tão único e objetivo que bastasse olhar pra gente.
Eu certamente seria barrada. Já passei da idade e do peso de ser considerada bonita. Agora, vamos supor que eu tivesse algum interesse em torrar ao sol ouvindo axé e sendo esmagada por uma multidão bêbada. Eu iria me sujeitar a ser avaliada e xingada de feia assim, na cara dura? Certo, creio que o critério de seleção não é tão machista como o texto faz crer. Duvido que seja como porta de boate - você entra, você não. Acho que as mocinhas bonitas já estão escolhidas faz um tempo, e só elas não pagam. No entanto, depois do vazamento da notícia, qualquer mulher lá sem a tatuagem identificadora vai estar no grupo das feias. Continuo achando estranho. Lembra um pouco os rebanhos marcados a brasa e as tatuagens nazistas pra identificar judeus, ciganos e gays. Mas não dá pra ver na cara de uma pessoa se ele é gay. Precisa de um triângulo rosa pra identificar. Com mulher bonita não deveria ser diferente? E, se pras moças lindas é tão incrivelmente fantástico fazer parte do Harém, por que elas davam as pulseirinhas pras amigas feias? Além disso, li num blog que a maior parte das beldades selecionadas é branca. Pra que pulserinha ou tatuagem, se é só checar a cor da pele?
Não sou a pessoa adequada pra falar de carnaval. Acho que nunca fui a um baile nem nada. É que como não bebo, não sambo, não gosto de barulho nem multidões, não vejo qual é a graça. Mas tenho amigas que desfilaram em escola de samba e vestiram abadá na Bahia e adoraram. Não quero condenar ninguém, cada um faça o que quer (mas use camisinha e se beber não dirija). Não faço parte do pessoal que considera carnaval a maior depravação, uma Gomorra a ser punida. Aliás, se a folia serve pra atenuar a vigilância sobre as mulheres (se nesses quatro dias de festa as moças que queiram namorar deixam de ser chamadas de vadias), sou até a favor. O que não gosto é desse apartheid de bloco. Ou dessa celebração de “homens abonados” e “mulheres lindas”. Porque isso me lembra que continuamos vivendo num mundo em que há muito mais homens ricos que mulheres ricas, e onde as ainda mulheres são julgadas, acima de tudo, pela aparência.
Lógico que esse sexismo que nos incentiva a dividir mulheres entre gostosas e mocréias não é exclusivo do carnaval. Acontece o ano todo, em todas as partes do mundo. A gente nem se lembra mais da chinesinha feia que foi escondida nas Olimpíadas, né? Nossa indignação foi porque fizeram isso com uma criança. Mas querer longe da nossa vista adultas feias tá liberado. Então, por que não traumatizar garotinhas? É bom mesmo que elas aprendam cedo o que lhes aguarda.
Nem sei direito o que comentar. Acho triste que uma festa popular, como carnaval de rua, custe tão caro e seja para apenas uns poucos. Parece que, nesses blocos, “seguranças esticam cordas para que o grupo fique protegido dos sem-abadá”. Soa como algo meio apartheid mesmo. De um lado, o povão, que em Salvador é 80% negro. No meio, os seguranças, que devem ser negros também. E, no lado certo, o lado in, o lado A, um bando de turistas brancos que podem pagar uma pequena fortuna por noite. Bem o retrato do nosso capitalismo.
A ideia de usar muita mulher, de preferência bonita, pra atrair homens com dinheiro não é nenhuma novidade. É o que rege as promoções do tipo “mulher que entrar numa boate/bar até sei lá que hora não paga”. Na porta de boates mais badaladas, é comum os seguranças ou a hostess proibir a entrada de homens mal-vestidos e mulheres feias e/ou velhas. Ano passado, na Inglaterra, uma boate resolveu barrar as gordas. Foi boicotada e teve que voltar atrás, embora muitos carinhas tenham aprovado a iniciativa. Se praia não fosse pública, mulheres fora do padrão seriam impedidas de entrar. Pra elas, ainda vale a pressão popular do “Ugh! Você não tem corpo pra usar biquíni!”.
O que não entendo muito bem é como mulheres, lindas ou horrendas (e digamos que essa avaliação pode variar bastante), queiram participar de um bloco chamado Harém. É tão divertido assim o conceito de um sultão usufruindo de várias escravas sexuais? Pro sultão, talvez, ok, mas pras escravas? Vá lá, de repente até compreendo que moças bonitas se sintam lisonjeadas por serem descobertas por “olheiros” e convidadas para dançar num bloco de elite. Mas por que seria necessária a taguagem, pulseirinha, o diabo a quatro? Se elas são lindas, a aparência não serve como o próprio abadá delas? O quê? Você tá me dizendo que os seguranças não sabem distinguir uma mulher feia de uma bonita? Ué, pensei que o padrão de beleza fosse tão único e objetivo que bastasse olhar pra gente.
Eu certamente seria barrada. Já passei da idade e do peso de ser considerada bonita. Agora, vamos supor que eu tivesse algum interesse em torrar ao sol ouvindo axé e sendo esmagada por uma multidão bêbada. Eu iria me sujeitar a ser avaliada e xingada de feia assim, na cara dura? Certo, creio que o critério de seleção não é tão machista como o texto faz crer. Duvido que seja como porta de boate - você entra, você não. Acho que as mocinhas bonitas já estão escolhidas faz um tempo, e só elas não pagam. No entanto, depois do vazamento da notícia, qualquer mulher lá sem a tatuagem identificadora vai estar no grupo das feias. Continuo achando estranho. Lembra um pouco os rebanhos marcados a brasa e as tatuagens nazistas pra identificar judeus, ciganos e gays. Mas não dá pra ver na cara de uma pessoa se ele é gay. Precisa de um triângulo rosa pra identificar. Com mulher bonita não deveria ser diferente? E, se pras moças lindas é tão incrivelmente fantástico fazer parte do Harém, por que elas davam as pulseirinhas pras amigas feias? Além disso, li num blog que a maior parte das beldades selecionadas é branca. Pra que pulserinha ou tatuagem, se é só checar a cor da pele?
Não sou a pessoa adequada pra falar de carnaval. Acho que nunca fui a um baile nem nada. É que como não bebo, não sambo, não gosto de barulho nem multidões, não vejo qual é a graça. Mas tenho amigas que desfilaram em escola de samba e vestiram abadá na Bahia e adoraram. Não quero condenar ninguém, cada um faça o que quer (mas use camisinha e se beber não dirija). Não faço parte do pessoal que considera carnaval a maior depravação, uma Gomorra a ser punida. Aliás, se a folia serve pra atenuar a vigilância sobre as mulheres (se nesses quatro dias de festa as moças que queiram namorar deixam de ser chamadas de vadias), sou até a favor. O que não gosto é desse apartheid de bloco. Ou dessa celebração de “homens abonados” e “mulheres lindas”. Porque isso me lembra que continuamos vivendo num mundo em que há muito mais homens ricos que mulheres ricas, e onde as ainda mulheres são julgadas, acima de tudo, pela aparência.
Lógico que esse sexismo que nos incentiva a dividir mulheres entre gostosas e mocréias não é exclusivo do carnaval. Acontece o ano todo, em todas as partes do mundo. A gente nem se lembra mais da chinesinha feia que foi escondida nas Olimpíadas, né? Nossa indignação foi porque fizeram isso com uma criança. Mas querer longe da nossa vista adultas feias tá liberado. Então, por que não traumatizar garotinhas? É bom mesmo que elas aprendam cedo o que lhes aguarda.
Como vc pode se chamar de feia??? Vc é bonita sim, viu!!!
ResponderExcluirAh proposito sobre matar todos os religiosos do Brasil, eu mantenho meu comentario. Vc sabia q o dublador oficial do Sean Penn recusou dubla-lo no filme Milk???
Ta na cara que é homofobia,... afinal o cara é pastor evangelico. Por isso morte aos religiosos... A culpa pela nao-aprovação do casamento gay é de total responsabilidade deles....
ta ai o link da noticia:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u508371.shtml
Que coisa triste. E isso acontece MUITO, muito mesmo. Na minha faculdade, por exemplo, para as turmas arrecadarem dinheiro para a formatura são sempre as MENINAS a oferecerem ingressos para festas promovidas pelos formandos. "Se os homens forem vender, não vão ganhar nada! Menina oferecendo convite de festa, principalmente se for bonita, vende bem mais." O que eu não entendo, Lola, é pq tantas delas se submetem a essas coisas. E pq são pouquíssimos os homens que vêem que isto é errado. Será que em pleno sec. XXI a informação para a classe média tá tá escassa assim? Ou as pessoas têm preguiça de pensar?
ResponderExcluirSexo vende. Por isso utilizam as mais bonitas. É igual comercial de qualquer produto na tv. As pessoas acham que consumir certo produto vão ficar igual a garota-propaganda. Isso é até incentivado pelos professores e livros nas faculdades de markeing.
ResponderExcluirPra mim, o problema do Carnaval são os exageros. Eu até curtia sair no sábado de carnaval pra ver os sujos, mas hoje em dia tem muita gente muito bêbada muito cedo, por exemplo. Perdeu a graça, só me incomodo, por isso fujo total do carnaval.
ResponderExcluirasnalfa, o que vc quer dizer sobre matar todos os religiosos? As pessoas que são religiosas também entram nesse rolo? E violência pra acabar com preconceito? Sério?
Lola, esse negócio do carimbo é mesmo interessante e, veio na minha cabeça, tão logo li, aquele carimbo azul do SIF, (serviço de inspeção federal) para a gente identificar as carnes de boa qualidade. Bem, se isso só ocorresse em boates ou em blocos de carnaval, não teria tanto problema, mas o fato é que este padrão é extensivo a tudo em nossa sociedade. Eu, que tenho uma filha de quase dezesseis anos e, que sempre esteve acima do peso, sou forçado a acreditar que para ela sobreviver nesta sociedade, ela terá que estar muito acima da média das "SIFADAS" em outros quesitos como, por exemplo, no seu desenvolvimento educacional e intelectual. É o que me deixa mais aliviado, pois neste quesito minha filha já me surpreende desde os sete anos.
ResponderExcluirUm abraço
Eu também não sou contra carnaval..só não gosto...vai ver é porque devo ser feia tb!!!!
ResponderExcluirBom a verdade é que nada supera a beleza física para as mulheres, e isso é o que as mulheres também pensam por isso é o máximo ser considerada boa o bastante pra fazer parte de um harém...
Acho tb que é necessário serem marcadas porque quem as escolhe provavelmente é uma meia dúzia de homens "poderosos" que sabem o que vende....fazer o que??
Achei muito legal o comentário do lingua de trapo queria ter um pai igual...sempre fui acima do peso, mas minha mãe sempre teve preconceito, (Felicidade é ser aceita e por isso ela acha que é melhor ser magra mesmo)por isso vivo de dieta e sendo julgada. Por conhecer uma mulher tão machista como minha mãe, que por sinal educa um homem eu sempre achei que o pior machismo é mesmo o das mulheres e essa é outra coisa que não vai mudar tão cedo...
Afinal é um círculo vicioso...mulheres machistas criando pessoas inseguras...
Sim Juliana, os religiosos devem sofrer para verem ocmo estavam errado no passado, onde a Santa Inquisição matou gays e outras minorias. Alem disso, países teocráticos devem ser invadidos e destruídos pelos EUA....
ResponderExcluirVou amar quando ver o Irã e todo o oriente medio pegar fogo literalmente. Os muçulmanos matam os gays... por isso sou a favor da morte de todos os muçulmanos e de todos os religiosos.
Quero ver a destruição da cultura do oriente médio.
sério asnafa!!????? Fogo em todo mundo que pensa diferente de você??? Novidade boa essa sua!!
ResponderExcluirMas todo religioso é preconceituoso.
ResponderExcluirTODO religioso é preconceituoso??? Nenhum não é??
ResponderExcluirE esse conceito seu foi concebido POSTERIORMENTE a oquê exatamente??
(Desculpa Lola, ficar alongando a discussão...só fiquei curiosa com os comentários...vou deixar o bate papo de lado, é MAIS UM círculo vicioso)
Até a próxima!!!
Asnalfa, sobre o seu clichê "sexo vende":
ResponderExcluirVocê parece estar fazendo a habitual confusão do patriarcado. A ideia machista de que sexo = mulher pelada. Porque, se fosse mesmo verdade que "sexo vende", homem bonito também vendia coisas.
Essa história de "sexo vende" é só uma desculpa para objetificar a mulher.
Bom, asnalfa, então pode vir me matar porque sou religiosa... engraçado que tenho amigos gays... será que estou fazendo algo errado, então?? Porque aparentemente religioso = preconceituoso.
ResponderExcluirConcordo que exista muita gente retrógrada, mas você não pode generalizar e nem querer resolver um problema com violência, que é exatamente o que eles tentam fazer no Oriente Médio. A luta tem que ser pacífica, se não você perde totalmente a razão. Se você está pregando o respeito ao próximo e quer ser respeitado enquanto indivíduo, não é desrespeitando os outros que você vai conseguir o que quer de forma efetiva. O discurso do Sean Penn, por exemplo, foi interessante. Criticar quem votou na Proposition 8 pode não surtir um grande efeito em massa, mas certamente já mostrou uma indignação que aos poucos começa a se espalhar. Eu até hoje acho que a Academia não deu o Oscar pro Brokeback Mountain por preconceito, mas ter premiado Milk e Sean Penn esse ano talvez seja um começo de uma mudança de atitude da parte deles. Na minha opinião, é por aí que a coisa deve andar. Há muita barbaridade (e houve ainda mais no passado, mas a civilização toda era mais bárbara) dentro da igreja, mas tem muita gente respeitando as diferenças e querendo fazer o bem. Eu respeito os homossexuais. Você respeita eu ter fé em Deus, rezar e ir a igreja?
ah, e me desculpa, preconceituoso é você.
ResponderExcluirClaro que te respeito Juliana...
ResponderExcluirMas agora eu vou ter que complementar minha informação: eu estava me referindo aos religiosos intolerantes e nao a todos... quem quiser acreditar em Deus fique à vontade. Mas acho injusto falarem que Deus nao gosta dos gays e que todos os gays vao ao inferno. Por isso morte aos religiosos.
Pq sou preconceituoso??? É por isso q odeio os heteros e os religiosos. Eles estão nos governos e nao fazem nada. Dao declaraçoes de que sao favoraveis ao casamento gay mas nao fazem nada.... apenas para conseguirem eleitores.
ResponderExcluirLola, na home do terra.com.br, no meio do carnaval, saiu uma manchete chamada "o melhor da bahia" e, ao lado, a foto de uma menina resistindo, no meio da multidão, a uma cara que segurava o seu rosto para forçá-la a beijá-lo. A foto era horrível, uma agressão mesmo (e, para quem já foi vítima de estupro, extremamente triggering). E os caras ainda colocam "o melhor da bahia"????? Revoltante.
ResponderExcluirUm dos meus colegas de faculdade percebeu isso e postou no nosso grupo de e-mails (a gente tem o costume de destacar coisas ruins no jornalismo e enviar para os colegas discutirem). Mas, toda vez que alguém que alguem posta alguma questão pertinente ao feminismo, a misoginia rola solta.
Rolou muita gente culpando a vítima, aquele papinho: "ah, mas se ela está ali, naquele lugar de pegação, é porque quer...", como se ela não tivesse o direito de escolher quem beijar. Como se ela pertencesse a todo mundo. Daí para comentários do tipo "homens e mulheres são naturalmente diferentes, por que é tão ruim o mundo ser assim?", foi um pulo.
Mas desta vez foi diferente. Em vez de discutir com os caras sobre as mesmas coisas (de novo!) e me irritar, eu apenas lamentei o fato de não termos uma disciplina sobre estudos de gênero no departamento de jornalismo -- porque, claramente, muita gente ali tá precisando.
Aí, para a minha surpresa, surgiram alguns outros alunos (que talvez não se manifestassem justamente porque se sentiam isolados) concordando comigo e propondo um grupo de estudos feministas. O pessoal ficou tão animado que gente também tá tentando chamar professores de estudos de gênero para dar uma palestra lá no departamento de jornalismo.
Enfim, fiquei muito feliz que isso aconteceu. É um grãozinho de areia para mudar as coisas...
PS - Vc leu o e-mail do negócio de 8 de março? Vai participar?
Bjs!
Vou participar sim, Marj. Desculpe nem responder o email, mas estou numa correria danada. Que legal, espero que vcs consigam começar um disciplina de Estudos de Gênero. Pelo jeito, deveria haver uma em tudo quanto é curso...
ResponderExcluirAsnalfa, por favor, pare de tentar criar polêmicas vazias. O que vc fala de morte aos religiosos, aos héteros, a sei lá o quê, é ridículo. Falar algo assim já desabilita qualquer ideia interessante que vc venha a ter. Pense um pouco, reflita, leia. Destilar essas besteiras não faz nenhum favor à causa gay. Não que alguém aqui ache que vc representa alguma causa... Por que não se tornar um ativista gay de verdade? Aí vc vai precisar de argumentos mais fundamentados que “odeio héteros e religiosos. Tomara que os EUA acabem com todo o Oriente Médio etc”.
Da próxima vez venham para o Recife. Aqui, o carnaval é gratuito tanto para bonitas, quanto para as feias! O Galo da Madrugada os receberá de braços abertos! Saudações pernambucanas!
ResponderExcluirOi Lola, belo post!
ResponderExcluirMarjorie, uma das "propagandas" mais ridículas que eu vi neste carnaval foi uma do governo com a Daniela Mercury aconselhando mulheres a não usarem roupas curtas se não quiserem que alguém lhes "passe a mão".
Passei mal.
Bjs
Leah
Aqui em Salvador aqueles que não concordam com esse sistema de blocos costuma dizer que "todo bloco de corda tem um pouco de navio negreiro".
ResponderExcluirÉ muito triste ver o apartheid tão evidente em um momento conhecido como festivo. Os cordeiros ganham em média seis reais por dia de trabalho!
A notícia boa é que vejo aumentar o número de insatisfeitos com a situação e os blocos alternativos têm crescido bastante.
Lola - Sim, supus que fosse por causa da tese. Brigadão!
ResponderExcluirLeah - Affe. Por que não uma campanha para conscientizar os HOMENS a não passar a mão? Puta que pariu, viu.
Lola,
ResponderExcluiracabo de chegar da segunda-feira do carnaval de Salvador. Eu estava num apto (na av Sete, proximo ao parque do Campo Grande)por onde passaram todos os trios eletricos do circuito Campo Grande.Infelizmente so tinha gente feia, as belezuras fazem o circuito Barra-Ondina.e as cordas de isolamneto são levadas por homens de varios tons de pele.geralemnte no meio do povão esta mais os miscigenados, os negões e negonas vão para o circuito Barra-Ondina, pois se expoem mais para os gringos, aonde eles estão em maior numero.
Foi a primeira vez que estive numa data de Carnaval em Salvador e so para constatar que não chega aos pes do Carnaval de Recife- Olinda!
Lola, botou pra quebrar. Adorei o texto. Eu pulei carnaval uma única vez na vida, em Olinda. Foi ótimo, carnaval de rua sem cordão nem abadá de cores berrantes. Só alegria. Claro, o que gosto mesmo é de aproveitar os quatro dias pra ver muitos filmes em casa. Nada contra quem prefere a folia, no entanto.
ResponderExcluirSobre Salvador, o que tenho de mais relevante para contar é o depoimento da minha ex-chefe, que há oito anos passa o carnaval por lá. Ela é negra e me disse que nunca havia sentido tanto orgulho de sua raça antes, ao desfilar nos blocos afro do pelourinho, com seus hinos belíssimos de exaltação à cultura afro-brasileira. Parece que há uma tensão entre esses dois momentos do carnaval da cidade, quer dizer, não sei se tensão é a palavra, mas um certo vão entre os dois, talvez. Onde o último é ofuscado pelo primeiro. Ano passado, ela me contou que o pessoal dos blocos estava tentando encampar o debate sobre a questão da visibilidade racial no carnaval de Salvador, e, no cortejo afro, uma das cantoras que participava problematizou o fato de ser Daniela Mercury a pessoa a dizer "a cor dessa cidade sou eu", enquanto todos sabem que a maioria da população é negra em Salvador. (Nada contra a Daniela, mas acho que todos entendem o que a moça quis dizer). Enfim, como eu não domino este tema, não quero me estender. E seu texto já diz bastante e de forma muito clara.
Peço licença para também mandar recadinhos...
Marjorie, excelente o comentário. Em meu estágio docência encaixei no currículo uma disciplina que tinha como título "gênero e cultura de massas". Acho que foi a coisa mais gratificante que já fiz na vida. Tomara que o grupo de vocês produza bastante.
Alfredo, há homossexuais religiosos, sabia? Vc viu o discurso do roteirista de Milk? Percebeu que ele era filho de Mórmons e que parte de uma perspectiva de tolerância religiosa para o debate da igualdade? Nenhum ativista gay iria te apoiar numa cruzada contra religiosos intolerantes e héteros. Eu sou hétero, mas imagino que os amigos que tanto amo (e me amam também) não iam desejar me ver na fogueira, apenas porque eu sou diferente deles. Aliás, você acredita mesmo que no mundo ideal só deveriam existir os gays-não-religiosos? Se seguissemos a sua linha de raciocínio, não sobraria nada da humanidade. Eu sei que é duro de engolir que as religiões ortodoxas queiram controlar o corpo e a sexualidade das pessoas, mas, pensar que o genocídio de determinados grupos vai limar as diferenças e exterminar a 'raiz da maldade' não é senão a mais velha, gasta e estúpida mentira pregada pelos estrategistas de guerra para convencer pessoas a se matarem. Um mentira, sim, pois já vigora há alguns milênios e provou não servir para nada, a não ser destruição. A diferença nunca será exterminada, pois seres humanos não são produzidos em série e a cultura na face da terra não poderia ser mais diversa do que é. Por isso as minorias pregam a tolerância e a diversidade em vez da morte, pois sua discussão é plural, complexa e desmistificadora do maniqueísmo pueril dos líderes totalitaristas. Elas (as minorias) reconhecem o poder devastador da hegemonia e da opressão. O que vc acha que teria acontecido se a 'raça ariana' houvesse se estabelecido como remanescente da espécie humana no planeta? O mundo seria alegre e technicolor como A noviça rebelde, com um elenco só de loiros de olhos azuis? Um idílio de paz e harmonia? Não, né. Logo iriam afunilar o padrão até que nem aqueles que o idealizaram coubessem mais dentro dele. Como vc selecionaria os gays que mereceriam viver no mundo que quer construir? Já pensou sobre isso? Acabaria oprimindo a própria sexualidade, que seria novamente taxada e rotulada para caber numa gaveta.
Uuuuh, seu texto falou TUDO.
ResponderExcluiracho uma coisa tão absurda e tão, tão ridícula essa coisa de "separar por classes".
feios x bonitos
branco x negro
rico x pobre.
ninguém merece!
Mas o Brasil é diferente dos outros países, tenho 24 anos e quando eu morrer, o casamento gay sequer vai estar legalizado. Aqui funcionaria, se destruissem pelo menos as igrejas. Elas propagam todo tipo de preconceito. Desculpe, mas tenho nojo de gente religiosa, principalmente daqueles que ficam colocando o nome de deus em tudo que falam....
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ResponderExcluirComo muitos falaram aqui, eu não sou da turma que abomina e critca os que curtem a folia do carnaval. Mas as poucas vezes que decidi entrar na folia foram decepcionantes. Não gosto e ponto. O engraçado é as pessoas perguntarem, vc é tão jovem e bonita pq não gosta de carnaval? isso é mesmo ridículo.
ResponderExcluirPor isso meu carnaval tbm são dias de descanso e muitos filmes. O que tbm não é legal é buscar ler coisas legais na internet e encontar babaquices como o que asnalfa diz por aqui. tsc.
Oi.Lola, que coisa, neh? Eu sou baiana e vi o carnaval pela Globo Internacional intecalando com a trasmissao do Oscar. Uma festa tao bonita na tv e eu ainda tendo de explicar aos amigos do marido tim tim por tim tim de tudo aquilo...mas foi bom!
ResponderExcluirInfelizmente ateh em Barreiras - Bahia acontece essa palhacada altamente vergonhosa de separar mullheres entre bonitas e feias e privilegiar as bonitas em camarotes ou blocos de carnaval. Tem homem que acha o maximo naO estar na "pipoca" pulando carnaval e sim, dentro da corda onde estao as mulheres "files"!
Eu amo carnaval e me entristece que na Bahia tem esse tipo de coisa e, tem tambem o lance de nao aceitar mulheres negras em certos blocos (claro que isso eh implicito)apesar do preco do abada acabar com toda esperanca de uma mulher negra sem pequenas fortunas participar.
Nao vejo como acabar isso se nao comecar acabando com essas cordas. O carnaval baiano eh uma industria com um certo poder. Acho que a grana vai falar mais alto e continuar rendendo bobagens como a propagando que a Daniela Mercuri fez o desfavor de 'passar uma mensagem'!
*Desculpe-me por escrever faltando letras...to numa correria com casa, filho, marido, familia no BR dando tilt que leio seus post e me da uma vontade de participar mas, as vezes nao consigo intercalar as ideias e escrever algo decente.
ResponderExcluirbjim
Oi, Lolinha!
ResponderExcluirNão vi essa campanha do governo dizendo pra mulherada não usar roupa curta...que absurdo!
Tem é que fazer uma campanha para educar os trogloditas a não tentarem beijar ninguém a força.
Já pulei muito carnaval na vida, agora enjoei.Só pulo agora se for na Bahia.
Meu irmão foi passar esse Carnaval em Salvador.Mas, para minha surpresa, ele resolveu voltar ontem à noite ( a previsão de retorno era quarta de noite), disse que não gostou, que preferiu o de Olinda.
Bom, eu ainda pretendo ir, se tiver gás.
bjos
Aronovich:
ResponderExcluirCarnaval é uma coisa pra boçais, é a maior maravilha do mundo, etc., conforme a opinião e gosto de cada um, daí haver até humilhação pública, como no caso das feias.
Então, tudo que você diz acima não é nada insólito, mas sim: humano, demasiado humano.
Oi Lola!
ResponderExcluirJá gostei de carnaval quando era adolescente e os bailes eram bem mais tranquilos e inocentes do que é hoje... agora prefiro descansar em casa, curtir bons filmes e sossego.
A propaganda com a Daniela Mercury realmente foi de lascar, parece que o abuso é inevitável, não uma decisão de cada pessoa. Triste...
Ah, deixei uma indicação para o Escreva Lola Escreva no meu bloguinho, depois passe por lá:
Terracota Blog
Beijão!
Morro em Salvador, estive na Avenioda brincando com diversos trios, pipocas; Confesso que não curti o Trio da Tal Daniela; por saber, que em 2006, ela fez campanha contra Lula em Portugal; se ela fez esse tipo de propaganda ou comentário, no trio foi por conta da própria. Por que nem do Gov da Bahia, nem do Federal; porque no Rádio ou TV ela não fez; isso com certesa!
ResponderExcluirOlá Lola, adorei o post, como sempre!
ResponderExcluirSeu blog é de utilidade pública!
O pior é que a Bahia exporta esse carnaval de para o resto do Brasil e acontece durante todo ano. Lá em Fortaleza é em julho e passava na porta de casa, mas felizmente um grupo de moradores se uniu e conseguiu tirar de lá, mas ainda acontece num lugar específico (com cordão de isolamento e tudo).
ResponderExcluirEsse ano eu vim aqui para o Rio no carnaval. Eu até gosto dos blocos de rua pequenos onde o pessoal sai fantasiado, muitas famílias, crianças e a banda vai no chão. O carnaval aqui é bem democrático. Esse ano eu fui num que tocava rock em ritmo de marchinha.
Mas os blocos grandes de Ipanema já estão quase igual ao carnaval de Salvador, uma pena.
Depois a mídia vem mostrar a farra de drogas e violência que acontece dentro das cordas (já vi mais de uma matéria assim) e os papais e mamães se escandalizam com o que os seus filhinhos vão fazer na Bahia. Claro, sendo tratados como uma casta privilegiada lá no meio, não é nada surpreendente que se achem acima do bem e do mal. Isso, para mim, é totalmente contrário ao espírito do carnaval. Gosto do carnaval, não pulo há muito tempo por falta de oportunidade mesmo, mas é triste ver que achar uma festa que mantenha aquele espírito democrático e de liberdade é cada vez mais difícil. Adoraria ver o de Olinda, que parece ainda manter a raiz.
ResponderExcluirEssa coisa de beijar (e ser beijada por) qualquer um, por exemplo, é algo que escapa à minha compreensão, porque eu acho que as pessoas devem ser postas em uma espécie de obrigação de "entrar no clima". E com um monte de bêbados e drogados, então, as mulheres bonitas ou não devem levar é um monte de puxões de cabelo e mesmo ameaças para serem beijadas à força - se em boates isso acontece, lá deve ser muito comum. Lamentável o Terra estimular isso.
Agora, asnalfa, se você parece não se toca que está usando o mesmo princípio dos intolerantes, apenas ao contrário, pelo menos saiba do contexto das coisas que você está falando. Dizer que os muçulmanos são fanáticos e intolerantes em relação a gays e mulheres é apenas parte da verdade, pois eu já li que grande parte do fanatismo desses países, entre outros fatores, vem de reações às tentativas ocidentais de tirar esses princípios deles à força quando ainda eram comandados por políticos corruptos capachos do resto do mundo. Por exemplo, em relação às mulheres, quando tentavam fazê-las andar com roupas "comuns", elas não saíam de casa. Agora eu não lembro qual foi o país mesmo, que tentou barrar os véus na universidade. Se você faz isso, impede essas mulheres de terem uma chance de entrar em contato com outras concepções de mundo. Ou seja, querer mudar as pessoas à força nunca funciona. E a religião NÃO é a culpada, assim como a ciência e o patriotismo não são, em outras ocasiões de intolerância. São desculpas, e se você levá-las a sério, nunca vai conseguir confrontar de verdade os intolerantes.
"não bebo, não sambo, não gosto de barulho nem multidões, não vejo qual é a graça."
ResponderExcluirEste sou eu, hehe..
Lolinha hahaha post infeliz esse seu. Vem para o carnaval vc tbm, seu discurso esta parecendo o dos meus professores revoltados e esquerdistas de historia na época do colegial...cordas - preconceito - ... Por favor né.
ResponderExcluirE quanto ao bolão hEHE se tivesse participado teria perdido feio esse ano.
Esqueci do abração, então
ResponderExcluirabraço Lolinha heueahue, e seja menos hard com o carnaval, pq ele traz a felicidade de muitas pessoas, inclusive de mtas mulheres desprovidas de beleza afinal de contas como diz o "velho deitado" "Não existem mulheres feias, existem pessoas ainda não bebadas...". Não lembro o final haha, mas o sentido é esse.
Só passando por aqui rapidinho pra dizer que adorei os comentários. Principalmente os da Carol e da D. Obrigada por contar isso sobre a identidade negra em Salvador. Do alto do meu privilégio branco, eu nunca tinha parado pra pensar que a Daniela Mercury cantando “A cor desta cidade sou eu” pode ser um tanto ofensiva pros 80% restantes. E quanto a vc, Pedrinho, vc anda tão sumido que eu tinha até esquecido que vc mora aí em Salvador. Eu fico com o que a Carol disse: “todo bloco de corda tem um pouco de navio negreiro”. Como eu disse no post, não tenho nada contra o carnaval, mas isso de corda é elitista (e racista!) e me incomoda muito. E sobre o seu coment. de que “não existe mulher feia”, ô machismo, hein? Imagino que existam mais mulheres como eu que não tem a auto-estima tão baixa pra ficar com um cara só porque ele está bêbado e, assim, não consegue ver como eu sou “feia” de verdade. Prefiro ficar com um cara sóbrio capaz de ver além do padrão único de beleza...
ResponderExcluirhaha abraço para vc Lolinha.
ResponderExcluirE eu nao estou sumido hahaha sempre que to no estagio, eu abro seu blog para dar uma checada.