Leia a crítica completa de Ensaio sobre a Cegueira aqui (parte 1) e aqui (parte 2).

Nem me lembro dos outros trailers. Tinha um com o Leonardo Di Caprio e o Russell Crowe, Body of Lies, do Ridley Scott, que parece ser mais uma história sobre a guerra do Iraque e não causa a menor comoção, mas é daqueles que a gente tem que ver só pelo elenco. Ai ai. A verdade é que nenhum dos trailers que passou despertou minha vontade. Exceto um: o novo de Blindness (Cegueira). A Suzana tem toda razão. Vamos chamar o filme que estréia dia 12 de setembro de Cegueira, não Blindness, em inglês. Afinal, Saramago é português, Fernando Meirelles é brasileiro, e o filme tá cheio de atores de várias nacionalidades. Os americanos que chamem de Blindness na terra deles.
Pelo jeito, o que critiquei em abril era um teaser. E este de agora é um trailer, e de primeira. Com dois minutos e meio, ele conta muito mais da história (o que nem sempre é bom). Só não estou encontrando o troço legendado. Há um belo clima de tensão e supense, de caos e desespero, de mundo acabando mesmo. Julianne Moore, aparentemente a única a não ser infectada, vai com o marido Mark Ruffalo para onde estão sendo levados os cegos. Infelizmente ainda não li o livro, mas pelo trailer o lugar é uma zona, sem comida e na companhia de criminosos armados. Gosto do embate entre o Gael Garcia Bernal dizendo “Nunca vou esquecer sua voz”, e a Julianne rebatendo com “Nunca vou esquecer o seu rosto”. O trailer também mescla bem as imagens com os letreiros pra vender o filme. Sempre dá orgulho ver um brasileiro com tanto prestígio que seu nome aparece com destaque como “Do mesmo diretor de O Jardineiro Fiel e Cidade de Deus”. Acho que o filme em si não foi tão bem recebido em Cannes, mas eu me emocionei só de ver o vídeo com o Saramago chorando, junto com a ansiedade (e felicidade) do Meirelles. Aquele momento foi tão genuíno que acabou aumentando mais ainda a minha expectativa com o filme. Chega logo, Cegueira! Nota 5.