Nos primeiros minutos de Melancolia, em que as imagens, apesar de parecerem lindas molduras, não se mexiam, olhei pro maridão, vi que ele já estava cochilando, e comentei: “Tenho esperança que o filme comece um dia”. Sou um pouco impaciente quando o início demora. Mas essas imagens eram deslumbrantes e logo me rendi a elas. Pior: elas eram assustadoras, fantasmagóricas, porque dava pra ver que tinha algo se mexendo. E tinha mesmo. Elas foram filmadas em super câmera lenta, devagar quase parado. A cena que vai habitar meus pesadelos pra todo o sempre -– e que também é uma descrição exata do que é a depressão –- é a de uma noiva tentando andar pra frente, atada por plantas nos pés. Depois de ver dez minutos de imagens dessas, já sabemos que estamos num universo alternativo, a anos luz do cinema americano, onde a edição é rápida, picotada, e tudo tem explicação. Pois é, estamos no mundo do Lars von Trier (vou sempre me lembrar de uma das recepções mais hostis que vi a um filme, no caso, aos cenários de Dogville numa sessão em Joinville. O público não se conformou que só havia linhas no chão pra representar casas). Von Trier é original, ousado, e eu gosto dele, embora eu tenha odiado Anticristo, e o diretor tenha uma queda pela misoginia e pela crueldade com animais. E pela polêmica exibicionista em entrevistas pra imprensa. Desta vez, no festival de Cannes, Von Trier meio que se revelou simpatizante nazista. Ou algo do gênero. Ele é muito tosco no seu trato com jornalistas. Cannes teve que dizer que não tem nada a ver com ele.Mas falemos de Melancolia. Cada vez que penso no filme, e não vou deixar de pensar nele tão cedo, mais ele me fascina. O clima é paradão (apesar da câmera frenética na mão), mas é angustiante, prende, sufoca. É dividido em duas partes: uma em que Justine (Kirsten Dunst, talvez no melhor papel de sua carreira, aparentando ter bem mais que seus míseros 30 anos) se casa, e outra em que ela se isola na mansão da irmã, Claire (Charlotte Gainsbourg, que já passou por lençóis piores em Anticristo). Permeando tudo há um desastre iminente: um planeta, Melancolia, está numa dança macabra com a Terra, ameaçando se chocar contra nós. Os astrônomos, como o marido milionário de Claire (Kiefer Sutherland, que eu nunca havia notado que tinha uma voz tão sedutora), asseguram que tá tudo bem. Mas as imagens iniciais do filme mostram nosso planetinha azul se espatifando. E aí, em quem acreditar? A primeira parte é longa demais. Eu já entenderia que Justine tá com uma depressão acachapante se o filme tivesse meia hora a menos. Se bem que compreendo que quem já tenha passado por isso vai se identificar. É realmente um dos retratos mais fiéis da depressão já mostrados no cinema. Já a segunda parte é muito melhor amarrada, juntando o relacionamento das irmãs com a doença com o fim do mundo. Von Trier sempre teve depressão, e muitas das imagens não só de Melancolia como também de Anticristo vêm da sua cabeça enferma. Numa consulta com um psiquiatra, ele descobriu que pessoas deprês mantêm a calma em situações de estresse, muito mais que gente “saudável”. Ahn, certo. Mas se eu tiver que escolher entre passar trinta anos com alguém deprê que vai ser um buda durante dez minutos, e passar trinta anos com alguém saltitante e feliz que vai ser um histérico quando um planeta se chocar com a Terra, eu nem pisco. Todo mundo em pânico! Com todo o respeito às pessoas que sofrem de depressão, a personagem da Kirsten é insuportável. Ok, ela só não é totalmente insuportável porque está cercada de gente que expele maus fluidos: sua mãe reclamona e amarga (Charlotte Rampling, sempre bela), seu pai vacilão (John Hurt), seu chefe porco capitalista (Stellan Skarsgard), seu cunhado, outro porco capitalista (que soa sexualmente ameaçador quando lhe propõe um acordo), sua irmã, que está longe de ser uma pessoa feliz, e seu noivo (Alexander Skarsgard, filho de Stellan na vida real), que não parece ser má pessoa, só não entendi sua motivação.Tá, mas quando Justine bate sem dó no seu cavalo preferido, eu passei a torcer pra que Melancolia, o planeta, acelerasse seu curso e se chocasse diretamente com ela. Qualquer pessoa que espanca um animal não é minha amiga. E, Lars querido, um conselho: diretor que já é odiado por defensores de animais desde que matou um jumento em Manderlay deveria evitar maltratar um bicho pro resto de sua carreira. Fiquei ansiosamente procurando nos créditos o aviso de “Nenhum animal foi machucado durante as filmagens”. Não encontrei! Glupt.Mas tô de picuinha. Adorei um montão de coisas no filme. O uso de música (apropriadíssimo o prelúdio de Tristão e Isolda como trilha sonora de colisão cósmica). O dispositivo para enquadrar planetas invasores e ver se eles estão se aproximando ou se afastando (algo tão rústico, e eficaz, quanto contar números no caso de raios). A explicação pra que algo trivial como “quantos feijões há neste jarro?” ganhe destaque. A premonição dos animais. O planeta invasor, quase vampiresco no seu hábito de sugar o oxigênio da Terra.Claro, sou suspeita pra falar -– adoro filmes sobre fim de mundo. Mas este não é exatamente sobre isso. Um filme sobre um planeta que se choca com o nosso seria sobre a preparação pra esse terrível incidente, ou sobre o Bruce Willis sendo enviado pra dissolver o planeta invasor, ou sobre o Tom Cruise sobrevivendo ao desastre. Melancolia se passa num local isolado com pessoas deprês ou apáticas. É praticamente um “Imagine Que o Planeta Explode e Ninguém Aparece”. E tá bom assim.P.S.: Respondendo à pergunta lá de cima, eu contei quatro vampiros: Kirsten, a menininha adorável (not) em Entrevista com o Vampiro; Kiefer, em Garotos Perdidos; Alexander Skarsgard, o Eric de True Blood; Udo Kier (que aqui faz o planejador do casamento, aquele que não olha pra noiva que se atrasou e estragou a “sua” festa), de Blade e A Sombra do Vampiro. Esqueci algum?
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
CRÍTICA: MELANCOLIA / Merecemos ser exterminados
Nos primeiros minutos de Melancolia, em que as imagens, apesar de parecerem lindas molduras, não se mexiam, olhei pro maridão, vi que ele já estava cochilando, e comentei: “Tenho esperança que o filme comece um dia”. Sou um pouco impaciente quando o início demora. Mas essas imagens eram deslumbrantes e logo me rendi a elas. Pior: elas eram assustadoras, fantasmagóricas, porque dava pra ver que tinha algo se mexendo. E tinha mesmo. Elas foram filmadas em super câmera lenta, devagar quase parado. A cena que vai habitar meus pesadelos pra todo o sempre -– e que também é uma descrição exata do que é a depressão –- é a de uma noiva tentando andar pra frente, atada por plantas nos pés. Depois de ver dez minutos de imagens dessas, já sabemos que estamos num universo alternativo, a anos luz do cinema americano, onde a edição é rápida, picotada, e tudo tem explicação. Pois é, estamos no mundo do Lars von Trier (vou sempre me lembrar de uma das recepções mais hostis que vi a um filme, no caso, aos cenários de Dogville numa sessão em Joinville. O público não se conformou que só havia linhas no chão pra representar casas). Von Trier é original, ousado, e eu gosto dele, embora eu tenha odiado Anticristo, e o diretor tenha uma queda pela misoginia e pela crueldade com animais. E pela polêmica exibicionista em entrevistas pra imprensa. Desta vez, no festival de Cannes, Von Trier meio que se revelou simpatizante nazista. Ou algo do gênero. Ele é muito tosco no seu trato com jornalistas. Cannes teve que dizer que não tem nada a ver com ele.Mas falemos de Melancolia. Cada vez que penso no filme, e não vou deixar de pensar nele tão cedo, mais ele me fascina. O clima é paradão (apesar da câmera frenética na mão), mas é angustiante, prende, sufoca. É dividido em duas partes: uma em que Justine (Kirsten Dunst, talvez no melhor papel de sua carreira, aparentando ter bem mais que seus míseros 30 anos) se casa, e outra em que ela se isola na mansão da irmã, Claire (Charlotte Gainsbourg, que já passou por lençóis piores em Anticristo). Permeando tudo há um desastre iminente: um planeta, Melancolia, está numa dança macabra com a Terra, ameaçando se chocar contra nós. Os astrônomos, como o marido milionário de Claire (Kiefer Sutherland, que eu nunca havia notado que tinha uma voz tão sedutora), asseguram que tá tudo bem. Mas as imagens iniciais do filme mostram nosso planetinha azul se espatifando. E aí, em quem acreditar? A primeira parte é longa demais. Eu já entenderia que Justine tá com uma depressão acachapante se o filme tivesse meia hora a menos. Se bem que compreendo que quem já tenha passado por isso vai se identificar. É realmente um dos retratos mais fiéis da depressão já mostrados no cinema. Já a segunda parte é muito melhor amarrada, juntando o relacionamento das irmãs com a doença com o fim do mundo. Von Trier sempre teve depressão, e muitas das imagens não só de Melancolia como também de Anticristo vêm da sua cabeça enferma. Numa consulta com um psiquiatra, ele descobriu que pessoas deprês mantêm a calma em situações de estresse, muito mais que gente “saudável”. Ahn, certo. Mas se eu tiver que escolher entre passar trinta anos com alguém deprê que vai ser um buda durante dez minutos, e passar trinta anos com alguém saltitante e feliz que vai ser um histérico quando um planeta se chocar com a Terra, eu nem pisco. Todo mundo em pânico! Com todo o respeito às pessoas que sofrem de depressão, a personagem da Kirsten é insuportável. Ok, ela só não é totalmente insuportável porque está cercada de gente que expele maus fluidos: sua mãe reclamona e amarga (Charlotte Rampling, sempre bela), seu pai vacilão (John Hurt), seu chefe porco capitalista (Stellan Skarsgard), seu cunhado, outro porco capitalista (que soa sexualmente ameaçador quando lhe propõe um acordo), sua irmã, que está longe de ser uma pessoa feliz, e seu noivo (Alexander Skarsgard, filho de Stellan na vida real), que não parece ser má pessoa, só não entendi sua motivação.Tá, mas quando Justine bate sem dó no seu cavalo preferido, eu passei a torcer pra que Melancolia, o planeta, acelerasse seu curso e se chocasse diretamente com ela. Qualquer pessoa que espanca um animal não é minha amiga. E, Lars querido, um conselho: diretor que já é odiado por defensores de animais desde que matou um jumento em Manderlay deveria evitar maltratar um bicho pro resto de sua carreira. Fiquei ansiosamente procurando nos créditos o aviso de “Nenhum animal foi machucado durante as filmagens”. Não encontrei! Glupt.Mas tô de picuinha. Adorei um montão de coisas no filme. O uso de música (apropriadíssimo o prelúdio de Tristão e Isolda como trilha sonora de colisão cósmica). O dispositivo para enquadrar planetas invasores e ver se eles estão se aproximando ou se afastando (algo tão rústico, e eficaz, quanto contar números no caso de raios). A explicação pra que algo trivial como “quantos feijões há neste jarro?” ganhe destaque. A premonição dos animais. O planeta invasor, quase vampiresco no seu hábito de sugar o oxigênio da Terra.Claro, sou suspeita pra falar -– adoro filmes sobre fim de mundo. Mas este não é exatamente sobre isso. Um filme sobre um planeta que se choca com o nosso seria sobre a preparação pra esse terrível incidente, ou sobre o Bruce Willis sendo enviado pra dissolver o planeta invasor, ou sobre o Tom Cruise sobrevivendo ao desastre. Melancolia se passa num local isolado com pessoas deprês ou apáticas. É praticamente um “Imagine Que o Planeta Explode e Ninguém Aparece”. E tá bom assim.P.S.: Respondendo à pergunta lá de cima, eu contei quatro vampiros: Kirsten, a menininha adorável (not) em Entrevista com o Vampiro; Kiefer, em Garotos Perdidos; Alexander Skarsgard, o Eric de True Blood; Udo Kier (que aqui faz o planejador do casamento, aquele que não olha pra noiva que se atrasou e estragou a “sua” festa), de Blade e A Sombra do Vampiro. Esqueci algum?
Oi Lola, estou doida para ver esse filme, mas ainda não tive oportunidade, com essa crítica então, fiquei com mais vontade ainda. Não comento muito, porém sempre acompanho o Blog e gosto muito, em especial quando fala sobre os filmes, acho que você é genial, incrível mesmo (essa é a minha humilde opinião)e devia ganhar milhôes fazendo isso, infelizmente a vida não é sempre justa, hehe! Bjo.
ResponderExcluirvou trollar: e a segunda parte da crítica de "A pele que habito"???
ResponderExcluirMuito bom esse filme, capturou bem o sentido da depressão e pessoas como eu, que infelizmente já passaram por essa doença terrível, entenderam o filme de uma forma perfeita e eficiente. Acho que esse foi o objetivo do Trier.
ResponderExcluirE a crítica de A Árvore da Vida, Lola? Sai quando? Hahaha
Beijo!
Eu também achei que o filme tem elementos extraordinários, como você mesma apontou, mas acho que ele celebra a depressão por demais. A personagem da Dunst saber das coisas mais que as pessoas "normais" é algo que foi jogado no filme; não tem nexo. O personagem do Eric - haha - também me pareceu uma ponta solta. Não foi um filme que satisfez todas as expectativas que ele mesmo constrói.
ResponderExcluirMinha sorte foi que fui assisti-lo sem muitas expectativas. Não assisti o Anticristo, fiquei com medo da parte da mutilação (não suporto filmes que tem cenas de violência física), então não sabia a quantas andava a criatividade de Lars Von Trier. Mas adorei Melancolia! Fiquei melancólica de verdade, até sonhei com o filme, no outro dia estava com o humor super carregado... rsrs. O tipo de coisa que os filmes de Von Trier fazem com o expectador.
ResponderExcluirEu amo muito Dogville, está no meu top 5 de filmes favoritos. Adorei Dançando no Escuro também, apesar da tristeza do filme. De Manderlay não gostei, detestei Bryce Dallas Howard como Grace, e meu Deus, não sabia que ele tinha matado um jumento no filme! :( Eu não me lembro disso, faz tempo que assisti e nunca revi... Terrível, odiei saber disso! É, Lars Von trier pode ser um ser humano desprezível (há indícios), mas não consigo não admirá-lo como diretor. E uma coisa que sempre digo sobre Von Trier é que ele é mestre em conduzir o expectador pelos caminhos que ELE escolhe. Conduz nossos setimentos sem a gente perceber, nos induz a sentir e pensar coisas que muitas vezes não pensaríamos/sentiríamos normalmente. É tudo tão milimetricamente pensado, a trilha, as imagens, a fotografia, o cenário (ou falta de, em Dogville e Manderlay) para dar exatamente o efeito esperado, que eu acho que não tem como não admirar.
Ótima crítica, Lola! E já que tem gente fazendo pedido, eu também queria a segunda parte de A Pele que Habito! hehehe
Lola me enganando com a chamada de vampiros...
ResponderExcluirOLha, confesso que não gosto muito do diretor...talvez eu não tenha a percepção necessaria, mas não consigo gostar do estilo dele.
E falando de vampiros, Lola, vc ja fez critica do sueco Deixe Ela Entrar? , ou da versão americna, Deixe-me Entrar?
(sem falar da futura versão brasileira Deixa eu entrar mano e não me pede pra sair...)
Trier é gênio, Anti-Cristo está no meu top 3. Tudo que o filme expressa é de profundidade inimaginável. Simplesmente bom pacaralho.
ResponderExcluirNão assisti esse ainda...mas vi "Anticristo", achei pesadíssimo. Em relação a filmes, adoro os que saem completamente do esquema de Hollywood. Filmes alternativos, filmes "Cabeça" como se dizia antigamente. Bergman, Fellini, Antonioni, Pasolini, Kubrik, e por aí afora. É duro ir ao cinema e ver aqueles filminhos que seguem uma fórmula padronizada, pasteurizada e insossa .A conferir ...
ResponderExcluirMelancolia ainda não assisti.
ResponderExcluirPouco do que vi da obra do Lars von Trier (Anticristo e Dogville) me fazem ficar em dúvida se quero ou não ver Melancolia.
Em Anticristo me levantei umas dez vezes pra ir embora, mas acabei não indo.
Não sei se eu entendo esse cinema dele, nem sei se é pra ser entendido, mas são filmes que inegavelmente dão o que pensar.
Vi Melancolia final de semana passado e gostei muito!
ResponderExcluirPara quem viu Anticristo e Dogville e está na dúvida se assiste este, pode ir sem medo de sair aterrorizado. :-)
Apesar de Von Trier tê-lo filmado segundo o Dogma 95 também, este é um filme diferente dos outros. Saímos da sessão no mínimo encantados com as imagens meio oníricas.
Assisti com uma amiga que é psicóloga e enxergava zilhões de metáforas no filme, como a ponte por onde ninguém conseguia passar porque sempre acontecia alguma coisa.
confesso que fiquei com vontade de assistir melancolia. Tbm não sou chegada em filmes que demoram a começar, mas pelo menos parece sair do clichê. http://garotadistraida.wordpress.com
ResponderExcluirFiquei curioso em relação ao filme agora.
ResponderExcluirDogville e Dançando no Escuro são muito bons. Os outros eu não vi.
Lolíssima, também não consegui ainda tirar esse filme da cabeça, desde que assisti em outubro. Tudo nesse filme é profundo... e ainda tem uma fotografia maravlhosa. Tentando ver mais pelo lado da analogia faz pensar sobre o nosso comportamento... sobre quem tem medo da vida(krirsten), por achar que não há mais nada a ser vivido e quem tem medo da morte(charlote), por ter vivido uma vida infeliz.
ResponderExcluirAlgumas rapidinhas sobre o texto...
ResponderExcluirO jumento do filme Manderlay já estava velho e foi morto off-camera por um veterinário, como manda a lei suiça. John C. Reilly foi embora do set quando descobriu que o animalzinho seria morto. Tempestade em copo d'água, na minha opinião. E foi só uma vez. Não diria que o diretor tem "uma queda pela crueldade com animas" só por causa disso.
"Desta vez, no festival de Cannes, Von Trier meio que se revelou simpatizante nazista. Ou algo do gênero." Ele fez uma piada sem graça e foi penalizado por isso. O pessoal do /Filmcast estipulou que o motivo real para ele ter sido expulso do festival não foi por causa dos comentários "simpáticos" à Hitler (que, de novo, foram uma piada da qual o diretor se desculpou), mas sim porque ele fez críticas à Israel ("Eles são um pé no saco") e não se desculpou por esse comentário. Faz sentido, considerando que Cannes é um fesival internacional e tals.
Não assisti ainda Melancolia mas pretendo. Lars von Trier é um dos raros realizadores autores contemporâneos. Autor porque imprime em seus filmes temáticas e estilo constante, além de exprimir uma visão de mundo e de cinema. Apesar de não gostar das temáticas e da extrema pessoalidade a que ele impõe a seus filmes, não se pode negar que seja um diretor fantástico. Assim como Lola, não gostei do Anticristo pelas razões acima mencionadas, porém, alguém pode negar que a sequencia abertura do Anticristo seja uma aula de cinema e de direção?
ResponderExcluir"Von Trier meio que se revelou simpatizante nazista."
ResponderExcluirDeveria se informar melhor antes de dizer isso, sair um pouco do que os grandes jornais dizem não vale só para as notícias de política.
Eu fiquei extasiada com esse filme!
ResponderExcluirAlgumas cenas são plasticamente tão lindas que eu nem piscava os olhos pra não perdê-las, rs. Os minutos inicias mesmo, esses que se passaram lentamente ao som de "Tristão & Isolda", foram tão impactantes pra mim que fiquei sem fôlego na cadeira no cinema durante as sequências, fico encantada só de relembrar...
Ah, Lola, não concordo com a sua opinião sobre a ma~e de Justine não! Ela é a personagem mais lúcida durante todo o filme, a que sabia onde todo aquele arranjo de casamento tradicional, família feliz e relações interpessoais calcadas em interesses vazios ou sórdidos iria terminar. E ela sabia que Justine era igual á ela, mas apesar de deixar claro o que pensava daquilo tudo ela não interferiu na vontade da filha de tentar ter uma vidinha padronizada, embora soubesse que Justine não seria feliz dentro daquele universo falso. Deixou que ela tentasse (mesmo avisando) e...
Justine não é apenas uma depressiva, mas também uma visionária, igual a mãe. E entrou em depressão justamente por ter tentado se enquadrar aos valores hipócritas, aos quais a irmã dela já parecia bem adaptada, ou conformada. O fato de Justine ter ficado tranquila quando o mundo ia se acabar era porque ela já sabia que as máscaras iriam cair diante do inevitável, e, assim como a mãe dela, Justine já conhecia os papéis que cada uma ali representava e como seriam se tivessem que lidar com a vida sem esses personagens ilusórios SPOILER A PARTIR DAQUI (o marido da irmã, que negava a realidade, queria ser a sustentação da família e bancar o racional o tempo todo mas que foi o primeiro a se matar quando descobriu que o choque entre os planetas seria inevitável enquanto as duas mulheres "frágeis e descontroladas" resistiram até o fim é um exemplo de máscara que caiu).
Acho que viajei demais, mas eu curti o filme desse jeito aí, rs.
Como ainda não vi o filme ainda vou dar coro À trollagem da aiaiai.
ResponderExcluirVoltemos a A Pele que Habito.
Outro dia minha namorada comentou que os amigos dela que assistiram odiaram o filme. Fiquei com a impressão que os acontecimentos do filme mexem bastante com as inseguranças de muitos homens.
gente, desculpa o comentário avulso, mas
ResponderExcluirLOLA! vc viu essa pesquisa das revistas masculinas x estupradores?
acabou de aparecer no meu reader, dá uma olhada: http://jezebel.com/lad-mags/
Rafael - ainda q em nome de uma obra-prima, ser vivo algum deve ser sacrificado em nome de qq coisa, arte, ciência... pq pra descambar pra crueldade e ela ser disseminada é só dar o primeiro passo. Nunca mais vi filme algum de Von Trier depois disso, sei q ele é talentoso, mas é vaidoso e imbecil e não concordo quando o chamam de nazista. Ele fez uma piada imbecil com coisa séria, mais ou menos o q o beócio do Rafinha Bastos fez com a Wanessa neta de francisco...
ResponderExcluirOff Topic A Pele Que Habito: Bruno, mais do que mexer com a insegurança dos homens... o filme coloca o homem no lugar da mulher, e isso deve incomodar MUITO os mais machistas. Eles podem nem saber o porquê do incômodo, mas se ver no lugar de uma mulher e sofrer na pele o que tantas sofrem, deve ser mto agoniador mesmo pra quem é homem e machista.
ResponderExcluiridem aiaiai
ResponderExcluirvou trollar: e a segunda parte da crítica de "A pele que habito"???
Ah Lola, quero falar 3 coisas que não são sobre o filme em questão:
ResponderExcluir1. O Eric de True Blood é um espetáculo.
2. A reportagem que o miatrix merece ser lida
3. Também quero saber mais sobre o Pele que Habito.
Sobre o filme, curto filmes que mostram a vulnerabilidade humana, como em situações extremas de mundo acabando, mas não sei se vou aguentar ver um filme deprê.
Inté
Ainda não vi este Melancolia, nem A pele que habito, fiquei curiosa. Achei Dogville muito bom. São filmes sutis e precisam de um certo olhar. Gosto bastante dessa abordagem do implícito, do não dito, o desconfortável.
ResponderExcluirAdorei este filme. A cena final me deixou arrepiado por alguns minutos e, quando me lembro dela, ainda me arrepio. Saí da sessão com menos medo da morte. Saí me sentindo leve e feliz, por incrível que possa parecer. A queda-choque da Terra na atmosfera de um planeta muito maior é apenas uma das formas de se morrer. É a coletivização de um momento por que cada ser passará um dia, inexoravelmente. Não importa se num belo castelo, ou sob uma tenda mágica feita de longos gravetos. Não importa onde e quando, a condição social, a idade, o estado de saúde. Acontecerá. A vida deve ser simplificada, pra ficar mais leve e mais bonita. Perdemos tempo demais com convenções sociais, aparências, receios dos julgamentos alheios, sonhos, expectativas. Acho que Lars Von Trier tem um enorme medo da solidão da morte. Mas mostrou que esse medo é inútil: cada um morre à sua maneira, mesmo em mortes coletivas.
ResponderExcluirTambém gosto muito de Dogville. Quando têm a sensação de que passarão impunes o verniz de civilidade das pessoas costuma cair (Brasília também é uma prova disso...). Mandarlay e Anticristo nunca vi.
Oi Lola, sei que não tem absolutamente nada a ver, mas você viu isso? https://twitter.com/#!/KarineMelS2
ResponderExcluirFake ou não, supostamente fez uma plaquinha para os "sanctos" e tem mais de 31.000 seguidores.
Revoltante são os caras que a seguem porque ela é "gostosa"...
Enfim, quanto ao filme eu que tenho derpessão vi e parei no meio com medo de ter recaída, mas até a metade é ótimo rs
Obrigada por escrever tão bem.
Se essa tal Karine Melchior existe mesmo daqui a pouco ficaremos sabendo. Vejam:
ResponderExcluirOAB pede que estudante do RS responda por racismo
Por Angela Lacerda, correspondente | Agência Estado – 1 hora 41 minutos atrás
A Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE) pediu hoje ao Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul (MPF-RS) que a estudante Sophia Fernandes, acusada de postar no Twitter, no dia 9, mensagens contra os nordestinos, responda pelo crime de racismo. Segundo a OAB, as declarações violam o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana.
Entre as mensagens postadas pela estudante estão: “o twitter ta virando vaso sanitário... muita merda twittando. (Oimacacos) - nordestinos-piauienses-cearenses...”; “Sai do Twitter e vai cortar tua cana pra comprar teu arroz NORDESTINO”; “Tem que usar câmara de gás pra matar teu povo”; “O Nordestino é a própria sujeira”.
O presidente da OAB-PE, Henrique Mariano, destacou que o crime de racismo é inafiançável e prevê pena de dois a cinco anos de reclusão, além de multa. “Sophia que não conte com a impunidade para esse ato de desatino, próprio de pessoas ignorantes.”
Outro caso - Mariano lembrou que, em novembro de 2010, a estudante de Direito Mayara Petruso, de São Paulo - uma das responsáveis pela onda de manifestações preconceituosas contra nordestinos surgida na internet após o anúncio da vitória de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais -, responde hoje a uma ação penal pública na Justiça Federal de São Paulo, que está em fase de instrução.
“Nordestino não é gente, faça um favor a São Paulo, mate um nordestino afogado”, dizia a mensagem postada por Mayara Petruso no Twitter. A OAB-PE ofereceu notícia-crime contra Mayara ao Ministério Público Federal de São Paulo, que a denunciou pelo crime de racismo.
Lola, vc viu que o blogueiro Mosquito foi encontrado morto? aquele q denunciou o estupro em q o acusado é o filho do dono da RBS???? http://www.pragmatismopolitico.com.br/2011/12/blogueiro-que-denunciou-estupro.html
ResponderExcluirEu adorei AntiCristo e não penso que ela tenha uma queda pela misoginia. É um filme puramente psicológico, tem que saber ler as entrelinhas.
ResponderExcluirAcabei de ver o filme. O filme é opressor e cruel demais e os personagens me irritam demais. Mas não consigo parar de pensar no filme.
ResponderExcluirOi Lola! Adorei a crítica! Estava sem muita disposição para assistir um filme que apresenta a depressão de uma forma ainda mais real do que já é, mas sua análise me apresentou um desenho dos personagens que justificam a questão.
ResponderExcluirA Pele Que Habitamos - Filme dirigido por Pedro Almodovar, estrelando Antonio Banderas, Elena Anaya, Marisa Paredes.
ResponderExcluirMuito a distancia, baseado no romance TARANTULA, do frances Thierry Jonquet que Almodovar leu 10 anos antes da estreia do filme. O que o atraiu no enredo da estória foi a magnitude da vendeta arquitetada pelo doutor Ledgard. Isso foi o miolo da adaptazado que foi se distanciando mais e mais do original de Thierry Jonquet. Almodóvar tb se inspirou em ”Eyes Without a Face”, de Georges Franju e tb nos filmes genero thriller de Fritz Lang e entao Almodovar escreveu o roteiro para o filme “A Pele que Habitamos”.
um apanhado daqui http://en.wikipedia.org/wiki/The_Skin_I_Live_In
mais do que isso eh com a Lola mesmo.
pra Lola - o filme eh frances, de 1960
ResponderExcluirEyes Without a Face
http://en.wikipedia.org/wiki/Eyes_Without_a_Face
http://www.imdb.com/title/tt0053459/
Lola, vamos divulgar, é muito importante!
ResponderExcluirhttp://www.pragmatismopolitico.com.br/2011/12/blogueiro-que-denunciou-estupro.html
Eu amo o Lars von Trier. O cara é um gênio. E gente, vou ser sincera, sou vegana, mas acho hipocrisia criticar a morte do burro, quando um monte de bicho sofre em fazenda todos os dias. Precisava ter matado o burro? Não. Mas precisa manter as vacas enfurnadas, sem andar, pra produzir carne? Também não. E aí? É só porque a gente está acostumado a se distanciar da questão da carne, a ignorar. Um bicho morto pra fazer um filme não é algo que se vê todo dia.
ResponderExcluirAgora, sobre o Melancolia. Na minha interpretação, o filme é muito mais sobre a capacidade que as pessoas têm de lidar com a tristeza, do que sobre o fim do mundo (fim do mundo é quando a melancolia chega...), em si. Nós costumamos esquecer o quanto a tristeza e o estado de melancolia são importantes, e tendemos a querer que todos estejam felizes, SEMPRE. Quando a/o "Melancolia" vai chegando, todo mundo se desespera. SPOILER daqui pra frente => A Claire tem claramente um ataque de pânico, lhe falta ar... E o marido se suicida. Ninguém quer lidar com tristeza (ou melhor, ninguém tem capacidade pra lidar com ela), principalmente a extrema (tanto que todo mundo que assistiu o filme achou a Justine "um saco").
Ei Lola!
ResponderExcluirO filme é muito forte. Daqueles de sair do cinema sem saber direito o que pensar. Me pegou num momento de vida bem difícil, mas eu gostei demais.
Acho que o planeta deveria se chamar "Angústia", rsrsrs, e não Melancolia, mas entendo a proposta... Melancolia é o luto patológico... Enfim, as imagens são incríveis - aquela da irmã carregando o filho e fundando na grama me marcou muito.
Ouvi muitos comentários negativos, mas não concordo - que o filme mostra a descrença na humanidade (não me pareceu, somos tudo de ruim e tudo de mais belo), que o filme parece não acabar nunca (em nenhum momento me deu vontade de que acabasse)...
Gostei de seu texto, e amei o filme. bjs!
Bruno e Lorena. (spoiler do filme a Pele que Habito)
ResponderExcluirEngraçado, tem um conhecido meu que também não gostou do A Pele que habito, disse que era muita viagem algo do tipo.
E estávamos comentando em casa (na verdade meu namorado disse) que será que não era pela questão de gênero - do homem virando "mulher" - e se isso não foi um incômodo inconcsciente deste colega, e de talvez outros homens que não gostaram do filme.
Não sei se um machismo inconsciente ? Ter muito medo de virar mulher (machismo isso?)..
Não sei, só sei que também conversávamos a respeito..
Abraço!
Má,
ResponderExcluiracho que é por aí mesmo.
Eu admito que em alguns momentos eu "torcia" contra o desenrolar dos fatos na história.
Desculpe Lola, o assunto ir para outro filme (spoiler a pele que habito)
ResponderExcluirBruno, tem a ver o medo da castração né...
Talvez machismo? Talvez Freud explicaria? Não sei o que pensar sobre.Curioso!
O Almodovar cada vez mais me surpreende!
Abraço!
Ai, como a conversa desenrolou, também peço desculpas pelo off topic, mas vou comentar novamente. SPOILERS de A Pele que Habito a partir daqui!
ResponderExcluirBruno e Má,
o legal é que pra gente, mulheres, talvez chegar a essa conclusão (que mtos homens podem não ter gostado por um machismo internalizado) é mais fácil. Pra os rapazes, é difícil perceber.
Acho que se, desde o começo, soubéssemos que Vicente = Vera, os rapazes teriam ficados mais agoniados ainda, sabe por que?? Por causa da cena do estupro pelo Tigre. eu fiquei pensando um tempão nisso. Almodóvar conseguiu fazer um "homem" (personagem) sentir na pele o que a maioria das mulheres sofre, e isso COM CERTEZA incomodou muito aos homens (expectadores).
Fugindo do tema do post mais uma vez.
ResponderExcluirPercebendo que pouca gente viu o filme do Lars von Trier me surgiu uma ideia.
Quando for colocar em discussão um filme de menor apelo na mídia, a Lola podia fazer um post prévio anunciando e tal que a crítica sobre tal filme vai vir uma semana ou 10 dias depois.
Daria tempo para quem tiver interesse de correr atrás e ver o filme. Ou rever.
OFF
ResponderExcluirInteressante essa pesquisa que a Miatrix colocou, com citações sobre mulheres feitas por estupradores e por revistas masculinas. A maioria não soube distinguir de quais grupos eram e a maioria dos homens se identificou mais com as frases ditas pelos estupradores.
Tem um teste lá no final para ver se consegue diferenciar as falas.
Quero só comentar isso aqui:
ResponderExcluir"Ahn, certo. Mas se eu tiver que escolher entre passar trinta anos com alguém deprê que vai ser um buda durante dez minutos, e passar trinta anos com alguém saltitante e feliz que vai ser um histérico quando um planeta se chocar com a Terra, eu nem pisco."
e isso:
"Com todo o respeito às pessoas que sofrem de depressão,"
Se você pudesse escolher, Lola, você também escolheria ter uma filha magra porque assim ela não sofreria bulliyng, ou um irmão hetero porque assim evitaria o preconceito? (com todo o respeito, claro!)
e escolheria não ter um filho com síndrome de down, nem escolheria suas diferenças, nem ser mulher já que só dá trabalho?
É incrível como as pessoas tentam vencer todos os tipos de marginalizações, mas as pessoas que sofrem de depressão sempre vão ser uma escória.
Elas precisam ficar felizes, precisam se adaptar, precisam prometer que vão ficar "bem". E quando o mundo todo já está prestes a ruir, nem aí as pessoas podem deixar essa exigência de lado, e a única criatura que ainda mantinha contato verdadeiro com a Justine era um menino de, sei lá, 10 anos..
Não adianta, todos têm enraizado algum tipo de preconceito. Acho que neste blog, já percebi preconceito, certas vezes velado, contra quem acredita em Deus, contra quem é cristão, contra quem opta seguir a 'tradição', contra quem quer casar na igreja de véu e grinalda acompanhada pelo pai, contra quem quer casar virgem, e, agora, também, contra quem tem depressão.
ResponderExcluirTalita
Anonimo 14:18 - 15.12.11
ResponderExcluir"Não adianta, todos têm enraizado algum tipo de preconceito."
--Sim, porem se nao demonstrarmos nosso preconceito, ninguem sofrerah discriminazao e suas terriveis consequencias. Preconceito eh como sentimento de raiva... uns sabem controlar e outros nao. A pessoa que controla o preconceito que sente nao discrimina. A pessoa que controla a raiva que sente nao perde as estribeiras, nao se vinga, nao machuca o proximo.
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OFF topic
Lola, semanalmente recebemos a revista TIME e depois de uma vista d'olhos a gente descarta. Se vc tiver interesse, mensalmente eu posso te mandar quatro exemplares. Sim? Nao? na boa nao me sentirei rejeitada se sua resposta for nao.
Retornarei ao final da noite pra checar sua resposta. ;>)
Vc quer me enviar exemplares da TIME, LisAna?! Pensei que era da MS! Bom, morei nos EUA durante um ano entre julho de 07 e agosto de 08, e eu recebia um monte de revista, inclusive grátis, como a The Advocate (principal revista gay). E a Time, se não me engano, era estupidamente barata, algo como 10 dólares POR ANO. É incrível como assinatura de revista nos EUA é barata, né? E mais incrível ainda é como é cara por aqui.
ResponderExcluirAh, sabe que revista super legal vc poderia me mandar, Lisa? A Vanity Fair. Apesar dos anúncios todos e do culto às celebridades, sempre tem umas reportagens muito boas (as melhores reportagens que já li sobre a vida pessoal do Collor e o acidente Legacy foram na VF). A gente compra a VF por aqui de vez em quando. Durante uns anos eu e minha irmã (que mora na Califórnia) dávamos uma assinatura da VF pra minha mãe (que mora comigo). Mas tá caro agora. O correio aqui tá caríssimo.
Ah, outra coisa que sinto muita falta daí dos EUA é a Netflix. Vc tem? Li esses dias que a empresa cometeu um erro brutal: aumentou o preço da assinatura em 60%, e por conta disso perdeu 800 mil clientes em questão de dias!
Bom, to make a long story short, eu leio de tudo, até bula de remédio. Então, se vc quiser me mandar alguma revista pra ler, aceito de bom grado (me manda um email pra lolaescreva@gmail.com que te envio meu endereço).
Mas a Time é chatinha! Prefiro a MS e a VF!
ah sim, vou te dar de presente uma assinatura de dois anos da MS. O oferecimento da Times eh que eu recebo a magazine e pensei em te mandar e agora pensando melhor quem sabe te presentear com uma assinatura da TIME ateh custe mais barato do que te enviar as revistas... OK tb de presenteio com uma assinatura da VF.
ResponderExcluirLola, vou cuidar disso tudo na semana entre Natal e Ano Novo. Eu e meu marido nao celebramos Natal inclusive nao trocamos presentes e nem compro presentes a torto e a direito. Mas qdo se trata de presentear gente assim com seus interesses, a coisa muda... dah -nos um grande gosto lidar com pessoas interessadas no saber.
Depois tb podemos acertar pros nossos maridos jogar chess via computador pq o cabra aqui tb eh bom... rs... nao digo pra ensinar, mas pra passar o tempo com quem joga bem como o Silvio, meu gringo encara bem.
Sobre o link da Miatrix (com citações sobre mulheres feitas por estupradores e por revistas masculinas onde a maioria não soube distinguir de quais grupos eram e a maioria dos homens se identificou mais com as frases ditas pelos estupradores) outro dia me mandaram um link daquele site Testosterona que me fez ter um sentimento bem parecido com o que tive ao ler essa reportagem.
ResponderExcluirPostaram no site Testosterona um vídeo onde dois homens levavam uma mulher muito bêbada pra casa sem fazerem nada com ela (ela obviamente estava bêbada demais pra estar lúcida a respeito de qualquer coisa). A maioria dos comentários eram de homens dizendo que aqueles dois eram gays (o que pra eles é xingamento) e que, na mesma situação, teriam transado com a garota naquela situação, se fudendo se aquilo seria considerado estupro ou não.
Alguns ainda acrescentavam que nos EUA não fariam sexo com ela porque seria considerada crime, mas como estamos no Brasil se aproveitariam da situação sim, já que a justiça é lenta, uma garota alegando estupro por estar bêbada não seria levada a sério, que c* de tonta não tem dono, que a culpa seria da mulher por ter bebido demais e não de um homem por se aproveitar da situação e outras bizarrices do tipo.
Naquele dia infelizmente eu vi poucos comentários de homens de verdade, homens inteligentes, que tem empatia pelo próximo, mas vi muitos comentários de moleques e de estupradores em potencial.
Fiquei muito chocada. Mas em um site que vive de fazer piadas muy engraçadas (não entendo a graça) pra lá de machistas e misóginas, não é mesmo de se assustar.
Ai, Lola, ainda bem que você falou que estava de picuinha, por que ver um filme desses se importando esse tipo de coisa é se deixar levar pela rabugentisse. Digo isso por que eu sou a favor de se deixar levar pelo filme... Quanto à relação do diretor com a imprensa, que lhe custo um Cannes, acho que as pessoas dão muito valor às opiniões de pessoas que claramente não querem estar nesse murmurinho jornalistico. O fato é que o diretor não está ali para fazer nenhuma apologia, ele está pela arte e acaba se enrolando com esse tipo de opinião. E depois, vários gênios tinham opiniões machistas, preconceituosas, vide Chaplin. Algumas pessoas a gente tenta só ver a obra.
ResponderExcluirClaire e Justine são as principais personagens, opostas em vários sentidos, até na estética, e a tensão entre elas é que move o filme. Também acho que a depressão é outra personagem que se destaca em contraste com o sentimento das outras pessoas. Pessoas essas que você não sente pena em nenhum momento, com excessão do marido que parecia estar naquele casamento sem futuro por um amor cego.
Acho que Melancholia é uma reflexão sobre nossa própria existência e sobre nossa insignificancia em termos universais. E pensando de uma forma mais abrangente, em como nós damos vamos valor a pequenos rituais para dar sentido às nossas vidas. É um filme super forte por que revela algo real, a dor de Claire é quase palpável o tempo inteiro. E por que ela está tranquila em relação à morte próxima? Eu acredito que ela aceita que a morte é real e quando lhe falta vontade de viver, a morte eminente trazida por um fator externo, belo e místico lhe tira o peso de ser a pessoa que tira sua própria vida.
Eu poderia ficar falando muito mais sobre o filme, mas agora seria muito pessoal hahaha.
falando em vampiros e em bruce willis, o que me chamou a atencao nesse filme foi o casting. os atores, especialmente o keifer, são famosos por papeis em filmes de acao agua com acucar -- ou series, no caso do eric. parece que o filme está sempre quase ao ponto de se tornar um thriller de acao...
ResponderExcluirEu amei esse filme, mas soh no dia seguinte. Teve um efeito retardado em mim, Isso eh normal? Precisei dormir uma noite inteira para processá-lo.
ResponderExcluirJustine eh de uma lucidez enlouquecedora.
Mas Lola: amei Anticristo. Fiz ate um comentario sobre ele no meu fb:
ResponderExcluir"I just watched the movie "The Antichrist" (Lars Von Trier, Bianca , it reminds me of you and your “Dancer in the Dark”). This movie was released in 2009 during the Cannes Festival and I wonder why I hadn’t watched it before. Maybe it was due to the great disparity on the reviews that I read (“terror”, “horror”, “mutilation”, “shocking” vs “piece of art”, “genial”, “impeccable” and well...”shocking” again). The truth is that I definitely would not recommend this movie to many people. In fact, I wonder if I would ever recommend it to anyone. If I liked it? I loved it. But this movie goes way beyond being categorized as good or bad. Regarding the violent and graphic content in my opinion those scenes that horrified so many people are nothing compared to the horror, craziness, despair and guilt that are present in the characters’ minds that due to an unfortunate event are triggered and everything spins out of control. And that’s where the real horror resides. “Scary” to me is not fake blood all over the place, instead is the simple thought of venturing far into the darkest side of your mind. The movie finished a while ago and it still keeps evolving inside of me.
E perdão pelos erros de inglês.
A primeira parte é longa de propósito, pra mostrar a sensação do depressivo de que cada minuto em uma festa interminável em que se tem a obrigação de sorrir, quando só o que se sente é uma dor esmagadora, parece uma eternidade.
ResponderExcluirAchei o filme genial, mas acho mesmo que só quem já teve a sensação da tristeza profunda vai compreender.
"A primeira parte é longa de propósito, pra mostrar a sensação do depressivo de que cada minuto em uma festa interminável em que se tem a obrigação de sorrir, quando só o que se sente é uma dor esmagadora, parece uma eternidade." falou tudo Libu!
ResponderExcluirsó tenho uma dúvida pessoal: como quase tudo nos filmes do Lars são simbólicos e etc e tal, a cena em que a limosine conduzindo os noivos "emperra" numa curva e foi uma dificuldade danada! alguém entendeu o significado daquela cena?
abçs pra todos! :)
alguém entendeu o simbolismo da cena da limosine com os noivos numa curva? onde há várias manobras e uma dificuldade danada pra seguirem adiante? digo... se alguém entendeu a simbologia da cena?
ResponderExcluirConcordo inteiramente com o comentário de ALINE (15/dezembro/2011, 12:57)
ResponderExcluirEspero, Lola, que nesse intervalo de tempo você tenha revisto seu preconceito (e que preconceito, caramba!!)
Justine representa o arrancar das máscaras sociais de cinismo. Eu prefiro Justine, sua depressão e sua lucidez "calma" diante do fim.
Thata
Lindo, lindo, lindo. Já havia gostado de Ninfomaníaca e a atriz e o ator principais de lá reaparecem, muitíssimo bem! Além disso, as cenas lentas iniciais, o Wagner constante, a lentidão são memoráveis. Suficientes para apaixonar qualquer um por este diretor. E Kirsten assumiu o papel principal da depressiva ostensivamente bem. Às vezes perde-se o fôlego pela beleza do filme todo!!
ResponderExcluirAdorei o filme. É do tipo que deixa o espectador confuso nos primeiros minutos depois que acaba, e vai fazendo sentido quando juntamos as peças soltas. A irmã que estava casando com um sentimento caótico e outra tranquila apesar de ver mais uma vez a família desmoronando. E na segunda parta, acontecendo justamente o contrário, a irmã que havia casado, super tranquila, mesmo suspeitando de não haver vida em outros planetas e nem na terra durante muito tempo.
ResponderExcluirPost velho, mas discordo tanto quando vejo alguem falando de misoginia nessa trilogia do LVT. Nos três filmes as mulheres são protagonistas de uma profundidade emocional e rebeldia sexual enormes, enquanto os homens acabam falhando justamente por repressão nas duas áreas. Esses homens são a imagem da nossa sociedade muy digna: clean, racional, controlada, equilibrada... O 24 horas estava morrendo de medo debaixo daquele semblante "tudo vai dar certo" ; o erudito ouvinte da ninfomaníaca passou a vida toda reprimindo a própria sexualidade e dá no que dá. William Dafoe é ab-so-lu-ta-men-te desconectado da própria humanidade em "o Anticristo". Von Triers traz um tema pesadíssimo e tabu como doença mental, fora todas as angústias humanas de sempre e trabalha tudo isso em teses existenciais lindíssimas com personagens femininas que são nada mais do que fortes pacarai, "viscerais" (como gostam de dizer) frente a homens tão frígidos quanto o jantar de casamento da Justine. Eu entendo a bronca com a mutilação em "o anticristo", mas olha o contexto, pô.
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