I Spit on Your Grave (literalmente, Cuspo na sua Cova) é um filme mais famoso pelo seu título que por qualquer outra coisa. Pra você ter uma ideia, ouvi falar do troço bem no começo da década de 80, quando as locadoras de vídeo engatinhavam e só tinham filmes piratas (veja o trailer). Mas só vim a ver o filme alguns anos atrás, quando morava em Detroit. Foi na mesma época em que vi outro famoso exploitation, Ms. 45 (Anjo da Vingança), sobre o qual já escrevi aqui. I Spit é disparado o mais conhecido, tanto que foi refilmado no ano passado, recebendo o título de Doce Vingança (trailer aqui).
Primeiro sobre o original, que foi lançado em 78 com o infame nome de Day of the Woman (Dia da Mulher), e que só passou a fazer relativo sucesso quando foi relançado dois anos depois, já com seu título apelativo. Era uma produção pequena, independente, baratinha, trash, com atores quase anônimos (se bem que a protagonista, Camille Keaton, tem parentesco com Buster Keaton). O diretor Meir Zarchi conta que decidiu fazer o bagulho depois de auxiliar uma vítima de estupro. Mas, né, vamos admitir: nenhuma produção com esse poster tem a menor intenção de discutir um assunto. Quer mais é explorá-lo, e é por isso que esse tipo de cinema é chamado de exploitation (às vezes, sexploitation). Ele segue uma fórmula: na sua primeira metade, uma mulher jovem, bonita e independente é barbaramente estuprada e espancada por vários homens. Na segunda parte, essa mulher parte pra se vingar dos seus algozes. O público (masculino, que é o público-alvo desse tipo de filme) é encorajado a gostar de ambas as partes. O crítico de cinema Roger Ebert narra que teve a infelicidade de ver o filme num cinema em Chicago daqueles tempos, e que ficou chocado com a reação da plateia. Os homens riam, gritavam, aplaudiam ― primeiro torciam pelos estupradores, em seguida pra vítima vingativa. I Spit foi proibido em vários países por glorificar a violência contra a mulher.
Corta pro século 21. Trinta anos depois, eis que surge o remake, produzido por Zarchi. Os tempos são outros, tempos de Jogos Mortais e similares que receberam a alcunha de torture porn. Ou seja, a violência deve prevalecer sobre o sexo. Portanto, as cenas de estupro na refilmagem são muito mais curtas e suaves que no original. Já as cenas de vingança são detalhadas e sangrentas. Esse desequilíbrio entre o que a protagonista sofre e o sofrimento que ela inflige é bom e é ruim ao mesmo tempo. É bom porque não explora tanto cenas de estupro (como faz, só pra citar um caso notório, Irreversível, com nove intermináveis minutos de estupro), que são quase impossíveis de assistir para boa parte das espectadoras. É ruim porque o público pode achar que a vítima exagera na vingança, e que o que aconteceu com ela não foi tão grave, em comparação. Esse tipo de opinião lamentavelmente aparece nos fóruns de discussão do imdb. Além de montes de carinhas afirmando que se excitaram (ugh!) com as sequências de estupro e perguntando pras leitoras se a gente gostou, já que essa é, segundo eles, uma típica fantasia feminina, e que é improvável que uma moça bonita seja escritora (indagam eles: por que ela usaria a cabeça se tem um corpo legal?), eles ainda defendem os estupradores, dizendo que eles não mereceram a castração, enforcamento, afogamento por ácido, ser comido vivo por corvos etc etc que acontece com eles. Um dos comentaristas ainda diz que estupro é só sexo, e que não acharia nada de mais se quatro ou cinco mulheres o estuprassem. Outro se empatizou com a vítima e profetizou: “O tema principal é a relação do homem com a mulher. O homem quer apenas comer a mulher e descartá-la. Fez-me sentir vergonha de ser homem. Se o homem não mudar a sua postura com relação a mulher, ela o elimina”.
Algo que me chamou a atenção no original foi a independência e ausência de noção da protagonista. Ela fica numa casa sozinha no meio do nada, vários caipiras se aproximam dela, e não há nenhum traço de temor no seu rosto. Pelo jeito ela nunca ouviu falar em estupro. Não é que a moça dê trela pros rapazes, mas ela podia acordar pra realidade um pouco antes. No remake, ela sabe muito bem o risco que corre desde a hora que um dos caras põe a cara na porta.
Em ambas as versões há toda uma subtrama que poderia ser interessante, mas não é desenvolvida: um dos estupradores é um rapaz com leve deficiência mental. E aí, ele merece a pena de morte, como os outros? Ele tem ciência do que faz?
O que mais me incomoda na versão de 78/80 é o modo como a vítima inicia sua vingança contra um a um dos estupradores ― seduzindo-os. O primeiro poster, ainda com o título original (ao lado), dizia que ela se vinga “do único jeito que ela pode”. Eca! No remake, ela simplesmente dá uma pancada na cabeça de cada um, o amarra, e o prepara pra segunda parte da sua vingança (que até parece que algum deles vai morrer assim fácil, sem sofrer).
No remake a motivação de um dos estupradores é explicada (não justificada). Ele se sente humilhado quando vê a moça pela primeira vez. Além disso, os amigos dele dizem que ele jamais poderia ter uma mulher chique daquelas. Fica claro que o crápula a estupra pra humilhá-la de volta, pelo poder, não pelo sexo. Em compensação, no original, quando a protagonista é deixada para morrer, a câmera fica com ela. O foco é nela, e a história mostra como ela se recompõe e como arma sua vingança. No remake a vítima apenas desaparece, e a história continua com os algozes. Daí seu ressurgimento parece totalmente implausível, como se ela fosse um fantasma vingador.
Em nenhum dos dois filmes a protagonista é vista minimamente gostando do estupro, o que é uma enorme vantagem sobre clássicos como Sob o Domínio do Medo. Nem ela provoca, nem é apontada como culpada pelo que acontece com ela. E a tagline no poster do original diz: "Esta mulher acabou de cortar, quebrar e queimar cinco homens. No entanto, nenhum júri na América seria capaz de condená-la!" (ingênuo, o pessoal). O problema maior é que gang rapes são usados pra vender ingressos. Tem também quem faça uma leitura feminista do original, mas acho essa interpretação discutível. Penso que uma história dessas só pode ser vista como pró-mulher se a noção que a pessoa faz de feministas for aquele clichê de castradora (literal!) de homens. Um crítico contestou a ideia que I Spit possa ser feminista dizendo que seria o mesmo que considerar luta de galos pró-galo só porque um dos galos costuma sobreviver. Concordo com ele.
Controvérsias à parte, I Spit é o tipo de filme que não tem razão de existir. As duas versões foram concebidas só pra ganhar dinheiro (se bem que podemos falar isso de toda produção hollywoodiana). Obviamente ele não foi feito pra alertar as mulheres do perigo do estupro (a gente já sabe disso, acredite). Nem pra lembrar os homens do horror do estupro. A tendência é que o público masculino se choque muito mais com a rápida cena da castração do que com as intermináveis sequências de violência sexual. Fazer grana explorando temores leva o nome de exploitation. I Spit é o maior representante do gênero.
Primeiro sobre o original, que foi lançado em 78 com o infame nome de Day of the Woman (Dia da Mulher), e que só passou a fazer relativo sucesso quando foi relançado dois anos depois, já com seu título apelativo. Era uma produção pequena, independente, baratinha, trash, com atores quase anônimos (se bem que a protagonista, Camille Keaton, tem parentesco com Buster Keaton). O diretor Meir Zarchi conta que decidiu fazer o bagulho depois de auxiliar uma vítima de estupro. Mas, né, vamos admitir: nenhuma produção com esse poster tem a menor intenção de discutir um assunto. Quer mais é explorá-lo, e é por isso que esse tipo de cinema é chamado de exploitation (às vezes, sexploitation). Ele segue uma fórmula: na sua primeira metade, uma mulher jovem, bonita e independente é barbaramente estuprada e espancada por vários homens. Na segunda parte, essa mulher parte pra se vingar dos seus algozes. O público (masculino, que é o público-alvo desse tipo de filme) é encorajado a gostar de ambas as partes. O crítico de cinema Roger Ebert narra que teve a infelicidade de ver o filme num cinema em Chicago daqueles tempos, e que ficou chocado com a reação da plateia. Os homens riam, gritavam, aplaudiam ― primeiro torciam pelos estupradores, em seguida pra vítima vingativa. I Spit foi proibido em vários países por glorificar a violência contra a mulher.
Corta pro século 21. Trinta anos depois, eis que surge o remake, produzido por Zarchi. Os tempos são outros, tempos de Jogos Mortais e similares que receberam a alcunha de torture porn. Ou seja, a violência deve prevalecer sobre o sexo. Portanto, as cenas de estupro na refilmagem são muito mais curtas e suaves que no original. Já as cenas de vingança são detalhadas e sangrentas. Esse desequilíbrio entre o que a protagonista sofre e o sofrimento que ela inflige é bom e é ruim ao mesmo tempo. É bom porque não explora tanto cenas de estupro (como faz, só pra citar um caso notório, Irreversível, com nove intermináveis minutos de estupro), que são quase impossíveis de assistir para boa parte das espectadoras. É ruim porque o público pode achar que a vítima exagera na vingança, e que o que aconteceu com ela não foi tão grave, em comparação. Esse tipo de opinião lamentavelmente aparece nos fóruns de discussão do imdb. Além de montes de carinhas afirmando que se excitaram (ugh!) com as sequências de estupro e perguntando pras leitoras se a gente gostou, já que essa é, segundo eles, uma típica fantasia feminina, e que é improvável que uma moça bonita seja escritora (indagam eles: por que ela usaria a cabeça se tem um corpo legal?), eles ainda defendem os estupradores, dizendo que eles não mereceram a castração, enforcamento, afogamento por ácido, ser comido vivo por corvos etc etc que acontece com eles. Um dos comentaristas ainda diz que estupro é só sexo, e que não acharia nada de mais se quatro ou cinco mulheres o estuprassem. Outro se empatizou com a vítima e profetizou: “O tema principal é a relação do homem com a mulher. O homem quer apenas comer a mulher e descartá-la. Fez-me sentir vergonha de ser homem. Se o homem não mudar a sua postura com relação a mulher, ela o elimina”.
Algo que me chamou a atenção no original foi a independência e ausência de noção da protagonista. Ela fica numa casa sozinha no meio do nada, vários caipiras se aproximam dela, e não há nenhum traço de temor no seu rosto. Pelo jeito ela nunca ouviu falar em estupro. Não é que a moça dê trela pros rapazes, mas ela podia acordar pra realidade um pouco antes. No remake, ela sabe muito bem o risco que corre desde a hora que um dos caras põe a cara na porta.
Em ambas as versões há toda uma subtrama que poderia ser interessante, mas não é desenvolvida: um dos estupradores é um rapaz com leve deficiência mental. E aí, ele merece a pena de morte, como os outros? Ele tem ciência do que faz?
O que mais me incomoda na versão de 78/80 é o modo como a vítima inicia sua vingança contra um a um dos estupradores ― seduzindo-os. O primeiro poster, ainda com o título original (ao lado), dizia que ela se vinga “do único jeito que ela pode”. Eca! No remake, ela simplesmente dá uma pancada na cabeça de cada um, o amarra, e o prepara pra segunda parte da sua vingança (que até parece que algum deles vai morrer assim fácil, sem sofrer).
No remake a motivação de um dos estupradores é explicada (não justificada). Ele se sente humilhado quando vê a moça pela primeira vez. Além disso, os amigos dele dizem que ele jamais poderia ter uma mulher chique daquelas. Fica claro que o crápula a estupra pra humilhá-la de volta, pelo poder, não pelo sexo. Em compensação, no original, quando a protagonista é deixada para morrer, a câmera fica com ela. O foco é nela, e a história mostra como ela se recompõe e como arma sua vingança. No remake a vítima apenas desaparece, e a história continua com os algozes. Daí seu ressurgimento parece totalmente implausível, como se ela fosse um fantasma vingador.
Em nenhum dos dois filmes a protagonista é vista minimamente gostando do estupro, o que é uma enorme vantagem sobre clássicos como Sob o Domínio do Medo. Nem ela provoca, nem é apontada como culpada pelo que acontece com ela. E a tagline no poster do original diz: "Esta mulher acabou de cortar, quebrar e queimar cinco homens. No entanto, nenhum júri na América seria capaz de condená-la!" (ingênuo, o pessoal). O problema maior é que gang rapes são usados pra vender ingressos. Tem também quem faça uma leitura feminista do original, mas acho essa interpretação discutível. Penso que uma história dessas só pode ser vista como pró-mulher se a noção que a pessoa faz de feministas for aquele clichê de castradora (literal!) de homens. Um crítico contestou a ideia que I Spit possa ser feminista dizendo que seria o mesmo que considerar luta de galos pró-galo só porque um dos galos costuma sobreviver. Concordo com ele.
Controvérsias à parte, I Spit é o tipo de filme que não tem razão de existir. As duas versões foram concebidas só pra ganhar dinheiro (se bem que podemos falar isso de toda produção hollywoodiana). Obviamente ele não foi feito pra alertar as mulheres do perigo do estupro (a gente já sabe disso, acredite). Nem pra lembrar os homens do horror do estupro. A tendência é que o público masculino se choque muito mais com a rápida cena da castração do que com as intermináveis sequências de violência sexual. Fazer grana explorando temores leva o nome de exploitation. I Spit é o maior representante do gênero.
Oi Lola, tudo bem?
ResponderExcluirOlha quando eu assisti Requiem para um Sonho, a pior parte da sequência final é a cena da Jennifer Connelli. Todo o resto era complexo, mas aquilo realmente acabou comigo.
Acho profundamente perturbador com se excita com cena de estupro. De verdade. De procurar assitencia médica especializada, tomar remédio, essas coisas.
Um dos efeitos colaterais de ser leitor do seu blog foi ficar extremamente paranóico com esse tipo de violência. Minha namorada estuda a noite e só fico tranquilo a hora que ela chega em casa. Sempre que posso eu vou buscá-la na faculdade, na porta mesmo.
Lembro da primeira vez que eu vi que nem todos os homens pensam como eu (óbvio, ou não haveriam estupradores): Tinha 15 anos e um dos moleques da sala tava contando sobre uma turma de meninas que passou na frente da loja dele, todas bunitinhas e sei lá o que. Aí elas atravessaram a linha do trem (não sei se é assim aí, mas na minha cidade a linha do trem, praticamente desativada, corta o centro no meio, separando uma parte moderna de uma parte mais decadente) e ele emenda o comentário: Depois não sabe porque é estuprada, fica usando essas roupinhas, nesses lugares. Eu fiquei muito puto e a gente praticamente saiu no braço(sério) pelo comentário imbecil. O pior foi perceber que na verdade o único ali que achou absurdo fui eu.
Não tenho certeza de que vou assistir I spit on your grave. Acabei não assistindo Irreversível justamente por causa da famosa cena de estupro, preferi não dar audiência para um filme que se vale desse mérito. Eu fico imaginando o roteirista chegando em casa e falando para a esposa: "Querida, hoje escrevia a maior cena de estupro da história do cinema. Nunca antes na história das artes audiovisuais alguém levou o estupro a esse nível." Enfim, não desce.
Mas e se uma mulher mata o cara que tentou estuprar ela, a gente vai pra cadeia? =/
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPelo visto mais um filme(ou dois com o remake) que não precisarei assistir.
ResponderExcluirGinger, aí vai depender.
ResponderExcluirSe você, durante a tentativa de estupro fere e acaba matando-o, provavelmente se enquadraria em legítima defesa. Digo provavelmente porque não é tão simples assim. Você teria de provar o crime dele para poder anular o seu.
No entanto se após a violência você procurasse, encontrasse e assassinasse a coisa, aí seria enquadrado em homicidio doloso e com o agravante de ser premeditado e outros mais.
Não sou letrado em todo o código penal, mas tenho quase certeza de que a coisa iria por aí.
Vixe... Taí um filme que eu não vejo de jeito nenhum. Definitivamente não é o tipo de trama que só pode ser entreterimento. Precisa haver responsabilidade nisso aí.
ResponderExcluir-b.
ResponderExcluirbrigada pela resposta, acho que é por ai. :) deve ser eu acho...
Aí, eu vi esse filme, infelizmente.
ResponderExcluirAssistimos ao remake esses dias e eu queria bater no maridão que trouxe da locadora. O filme é revoltenate, angustiante, eu tie pesadelos depois.
O que me deixa intrigada com esse tipo de filme é a ausência de medo da protagosnista: nunca eu me enfiaria numa casa daquelas, nunca pararia para pedir informações para aqueles tipos mal-encarados, na primeira vez que tivesse notado "algo estranho" teria fugido dali.
A maior parte de nós mulheres, temos medo do estupro, por isso evitamos ruas escuras à noite e outros lugares que podem ser, de alguma forma, perigosos.
Eu fui vítima de um sequestro relâmpago, há alguns anos atrás e, por incrível que pareça, ao invés de ficar mentalizando "por favor, que eles não me matem" eu ficava mentalizando "por favor, que eles não me estuprem". É algo assustador, se a gente vê de fora, mas tenho certeza que muitas mulheres pensam assim.
Valeu pelo alerta Lola.
ResponderExcluirDesses filmes eu passo longe.
Com o backslsh a todo vapor, não precisamos de mais filmes glamorizando o estupro.
Assisti o filme com alguns amigos na semana passada e posso garantir que nenhum de nós sentiu excitação ao ver as cenas de estupro, pelo contrário: alguns queriam virar a cara em alguns momentos.
ResponderExcluirFiquei prestando atenção em que tipo de comentários ouviria, afinal o filme tenta dar premissas para o espectador culpar a vítima pelo ocorrido (ficar numa cabana no meio do nada, as roupas ousadas, a bebida, a maconha), mesmo assim nenhum dos meus amigos achou a vingança exagerada.
Gostei bastante do filme como filme de terror, mas concordo que não foi feito com o objetivo de gerar discussão sobre o assunto.
Não concordo com a afirmação de que todas as produções hollywoodianas sejam única e exclusivamente comerciais. Claro que 99% o são (essa porcentagem eu acabei de inventar), mas ao dizer isso, desconsidera-se totalmente o 1% restante.
ResponderExcluirClaro que no texto existem coisas muito mais relevantes para serem comentadas, mas quis deixar essa opinião aqui.
No mais, ótimo texto.
Não pretendo assistir esse filme; fico dias tendo pesadelos.
Oi Lola,
ResponderExcluirolha vc já assistiu o Meninamá.com? Nao é uma vingança contra estrupadores, mas é contra pedófilos por um menina de 14 anos. Ela também fazia a castração.
Eu adorei o filme, rs!!
Você falando sobre estupro me fez lembrar sobre a epidemia de estupros na Europa. Ano passado todos os estupros que ocorreram na Noruega os agressores eram mulçumanos. Na França, onde há quase 4 milhões de mulçumanos, o problema é parecido. Assisti um documentário na Record News que abordava o assunto. O problema se repete em diversos países da Europa. Li sobre um caso na Suécia, em que a garota foi estupra e espancada - quase até a morte - por um grupo de árabes, durante o estupro eles falavam vários comentários misóginos e de cunho religioso.
ResponderExcluirHoje em dia não podemos criticá-los, vêm logo com papo de islamfobia, síndrome de coitadinho, coisa que eu detesto, parece coisa judeu sionista e sua eterna mania de perseguição.
Escrevi isso, mas não tenho nada contra os árabes. A minha primeira namorada era de família libanesa, tenho um amigo Mulçumano -mulçumano de Guiné-Bissau-, sou pró-Palestina –Estado laico de preferência-, boicoto Israel por sua política nazissionista...
Adorei o texto, Lola!
Interessante o comentario do Table. Na França muitos estupros tem acontecido em grupo. Pq essa galera ai nao faz NADA sozinha. Os nossos estupradores brasileiros sao muito mais corajosos e menos covardes, pois agem sozinhos, sao profissionais, né? Aqui nao, as mulheres tem que tomar cuidado com os grupos, pq é assim que eles fazem e acontecem. (espero que tenham entendido a ironia sobre a professionalizaçao dos estupros no Brasil)
ResponderExcluirEm geral eu gosto de filmes de vingança,mas os com cena de estupro(sem revanche depois)me causa asco.Não consigo ver de jeito nenhum.
ResponderExcluir"um dos estupradores é um rapaz com leve deficiência mental. E aí, ele merece a pena de morte, como os outros? Ele tem ciência do que faz?"
ResponderExcluirÉ possível que ela tenha até sentido pena dele. No primeiro filme, antes de matar ela deixa ele consumar o ato, coisa que ele não tinha conseguido fazer na frente dos outros. (E isso não significa nem por um minuto que ela gostou do que aconteceu ou foi a culpada.) MAS, ele seria um problema depois, deixado vivo, ele seria uma testemunha que cedo ou tarde poderia falar alguma coisa sobre o que aconteceu e levá-la a ser acusada pelas mortes. Então, merecendo ou não, ela precisava matar ele também, mesmo que fosse só por queima de arquivo.
Acho que o tema que merece ser discutido aqui nem é se ele mereceu ou não morrer, mas sim as conclusões que isso leva sobre as origens da objetificação da mulher e da violência sexual. Ele é praticamente um menino em corpo de adulto, e os outros agem com ele exatamente como muitos homens agem com meninos: incentivam a tomar atitudes "de homem", a tratar a mulher como objeto a ser usado, porque é assim que eles agem e acham que assim é que deve ser. Provavelmente eles tiveram o mesmo tipo de influência quando eram menores, por isso pensam e agem assim. Talvez eles também não tenham plena noção do que fazem - viveram a vida toda achando isso certo, ou no mínimo normal. Isso justifica o que fizeram? O filme diz que não.
Eu assisti ao filme citado e, realmente, como filme de terror, corresponde ao gênero. Concordo com o Fernando: filme comercial não falta. O objetivo é entretenimento. Assim como a televisão se esconde por trás desse propósito. Confesso que não achei as cenas de vingança intragáveis. No meu interior, bem doentio, confesso, considero que foram bem "justas" para eles, no caso. Acho que é um outro problema desses filmes: eles nos fazem odiar os estupradores, desejar que sejam torturados e mortos, com requintes de crueldade. Isso não pode ser normal. Ou vai ver é tudo humano, demasiado humano (Nietzsche).
ResponderExcluireu fico tão mas TÃO triste e enojada quando vejo coisas sobre o estupro, é uma das coisas mais nojentas da história da humanidade, o pior é que o maior prazer do estuprador é VER o sofrimento da pessoa, mesmo que houvessem centros de apoios para estrupadores a maioria não iria procurar, pq eles não querem largar o vício, acho que são pessoas que já desistiram até de si mesmo e não importam em causar sofrimento, ódio e repulsa em outrem.
ResponderExcluirOi Lola, mudando um pouco de assunto (desculpas, sei que isso não é muito educado, mas é que o assunto me chamou a atenção, e há dias que quero falar nisso):
ResponderExcluirNo domingo passado, estava assistindo a final do Campeonato Brasileiro de Vôlei Feminino, uma final realmente incrível, com dois times esplêndidos (tinha oito campeãs olímpicas em quadra!), e me lembrei de um post seu, aquele que falava da perfeição dos corpos das atletas e de como, mesmo assim, eles são diferentes.
No post, eram comparados corpos de atletas de modalidades diferentes; porém, na partida que vi, havia uma enorme variação de corpos dentro de uma mesma modalidade!
Por exemplo, a Sheila é alta e magérrima, tem uma líbera (não lembro o nome) que é baixinha, tem a Natália que é meio "fortinha", e por aí vai. Interessante, não?
Querida, você é ótima!
ResponderExcluirConcordo com Denise, quando ela diz que o problema de filmes como esse é fazer com que as pessoas não problematizem exatamente o estupro, mas torçam pela vingança. E a melhor parte do seu argumento foi a citação sobre a briga de galos! hahaha amei!!! Já adotei, inclusive!
Beijosss
Lolinha, quando vc fala desses filmes, me assusto mais com os comentários que vc leu do que com o filme em si.
ResponderExcluirSe o filme fosse feito dessa mesma forma, mas o resultado fossem platéias sentindo raiva dos estupradores, empatia pela vítima, ok.
Mas ler que certos homens chegam a vibrar com as cenas e no lugar de levar pra um lado da reflexão levam pro lado erótico da coisa, sentem empatia pelos estupradores e ainda soltam essas pérolas em relação a mulheres, dá um desânimo grande em relação a humanidade.
O problema é mais a recepção do que o filme em si.
Nossa! Que discussão infundada!
ResponderExcluirÉ um filme, só um - ou dois filmes, com o remake - nada além disso, e os comentários levam a discussão tão a sério que até parece notícia do Jornal Nacional.
Isso tudo, inclusive o post, só serve para Marketing do filme.
Agora muitas pessoas a mais sabem da existência do mesmo. E isso só aumentao interesse.
Vi apenas o original de 1978, é gênero horror, e quando vamos a prateleira do horror, sabemos o que vamos encontrar. Sim, eu quero ver morte e sangue.
Agora se é possível alguem que veja filmes de horror como videos educativos a pessoa é que problemática.
pior post, irreversível não mostrou nada menos que um príncipe num cavalo branco defendendo sua fraca e indefesa mulherzinha que foi estuprada durante nove minutos, enquanto quando o mesmo iria ser sofrido pelo homem, por sua vez ele dá um "duplo twist carpado" a la Daiane dos Santos e, seguindo o princípio da proteção anal masculina, consegue se livrar do próprio estupro, matando o vilão da trama. Enfim, Doce Vingança, para mim, é uma obra prima, pode-se ver as vinganças como friamente ponderadas com os abusos sofridos, há a quebra do conceito vilão, mocinha e herói. De fato, a última cena da arma no ânus atirando quebrou, completamente, tabus sexistas. A pergunta é o que você faria? Esperaria o príncipe no cavalo branco, agiria por si mesma ou chamaria a polícia e faria, posteriormente, passeatas com os seios de fora na frente de uma sociedade crítica e patriarcal? Eis a questão!
ResponderExcluirAdoro este tipo de filme, pois o filme deixa bem claro que nós homens sempre vemos as mulheres como objeto de sedução infelizmente! Apesar da evolução o RESPEITO as mulheres ainda hoje é pouco basta ver as estatísticas dos feminicidios ocorridos nos DIAS de hoje! Um abraço a TDS e curta este BOM filme .
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