A Renata escreveu um post que me fez lembrar de uma das minhas histórias de horror (porque, vocês sabem, toda mulher tem pelo menos uma pra contar, e os homens, tolinhos, vivem confortavelmente achando que nada disso acontece, ou que só psicopatas atacam mulheres e crianças). O que me chamou a atenção na história da Renata foi o sentido de impotência, de sentir-se perdida num mundo cheio de predadores. Com ela foram duas vezes no mesmo dia: primeiro, ela, com 19 anos, à tarde, sozinha no cinema, vendo Twister, quando viu um cara se masturbando a duas fileiras da dela. Chocada, ela foi pra outra cadeira, mas o cara a seguiu e sentou-se atrás. Ela saiu correndo do cinema, chorando, falou com a caixa da bilheteria, nada. Foi embora, ainda chorando, quando um homem de meia idade perguntou por que ela estava chorando e, em seguida, disse que sabia como consolá-la. O que você faz com monstros assim? Esse último é do tipo que, se ouvir que o pai dele tá estuprando uma menina, não vai denunciá-lo, e sim reivindicar a sua parte.
Renata, muito eloquente, diz sobre o masturbador no cinema: “não me lembro se era velho ou jovem, branco ou negro, careca ou cabeludo, gordo ou magro. Só me lembro que era homem”.
Eu lia aquilo e pensava: putz, que azar, dois tarados no mesmo dia?! Na mesma semana é totalmente normal, mas no mesmo dia?! Aí me lembrei que eu também tive meu dia premiado. Já contei aqui, mas quero contar de novo. Eu tinha mais ou menos a idade da Renata e vivia em SP e queria muito ver Era uma Vez na América, que tava passando no Cine Bijou, na Praça Roosevelt. Como o filme dura quatro horas, não arranjei ninguém que me acompanhasse num dia da semana, e lá fui eu sozinha. O cinema estava vazio, era oito da noite. Mas homem não pode ver mulher sozinha, né? Veio um sentar-se ao meu lado. Eu me mudei de cadeira. Aí veio outro. Tive que me mudar de novo. E mais outro. Acho que foi um total de três ou quatro vezes. Quatro completos imbecis incapazes de entender que eu tinha ido ao cinema pra ver um filme, não pra arranjar namorado, transar, ou ser musa de suas masturbações. Gente, tarado se masturbando no cinema é a coisa mais comum que existe. Minha mãe, que já era cinquentona na década de 80, foi ver Berlim Alexanderplatz, que deve ser um dos programas mais deprês do mundo, no cine Belas Artes (que talvez será tombado). E um sujeito foi se masturbar ao seu lado mesmo assim, porque, né, pra que mais uma mulher iria a um cinema de arte ver um filme do Fassbinder se não fosse pra servir de inspiração prum macho? Uma leitora contou uma vez que um criminoso (não dá pra atenuar) ejaculou na perna da irmã dela no cinema. Outra, mais sagaz, com uma reação mais rápida, assim que notou o que estava acontecendo, levantou-se e falou, em voz altíssima pra todo mundo ouvir: “Será que o tiozinho pode bater uma em outro lugar?”. Pra mim, sinceramente, é chocante que essas coisas que aconteceram comigo vinte e poucos anos atrás sigam acontecendo. Não podemos nos calar. Nada de abaixar a cabeça e ter vergonha. Quem tem que ter vergonha é o desgramado que acha que tudo bem se masturbar em público. Levante-se, grite, chame o segurança na hora. Não prenderam um carinha de 18 anos por beijar um garoto de 13 que era sua paquera, ambos de comum acordo? Então acho que há base pra prender um idiota te perseguindo pelo cinema com as mãos por baixo das calças.
A gente facilita demais a vida desses infelizes se apenas vamos embora ou mudamos de lugar. Eles não vão dar a mínima e buscarão a próxima vítima. Tá muito fácil pra eles. Já contei que fiquei perplexa com a minha passividade faz uns cinco anos, numa viagem de ônibus entre Floripa e Joinville. Um senhor de uns 65, 70 anos, sentou do meu lado. Até aí era poltrona marcada, tudo bem. E o sujeito desandar a conversar comigo? Tudo bem também, eu sou simpática, algumas pessoas são carentes, eu converso. Mas ficar segurando a minha mão? E beliscar a minha perna? Não, aí não tá tudo bem. Começar a dizer que eu era bonita e fazer gestos duvidosos? Enveredar por uma conversa ambígua? Definitivamente não tudo bem.
E qual foi a minha reação diante de tudo isso, euzinha aqui, que me considero feminista desde os oito anos de idade? Foi fazer um escândalo, gritar, parar o ônibus e exigir que o cara trocasse de assento? Não, nada disso. Primeiro foi usar um dos subterfúgios mais covardes e machistas que existem, mencionar que sou casada. Porque, né, se o medonho sabe que eu tenho dono, talvez ele me deixe em paz. Isso raramente funciona – eles não são ciumentos. E também, o cara tem que me respeitar porque eu sou um ser humano que merece ser respeitado, não por eu ter um homem. Então eu levei loooongos minutos até esboçar uma reação (até porque, admito, eu sou lerda e demoro pra entender a situação). E aí, quando vi que de jeito nenhum que eu iria pegar no sono ao lado do taradão, o que fiz? Falei pra ele mudar de poltrona? Que nada, eu sou uma trouxa. Eu inventei uma desculpa pra que eu, hiper florzinha delicada que sou, me mudasse de lugar, sem ofender os sentimentos daquela pobre alma libidinosa.
E quero acreditar que, já num novo lugar, já segura, eu me senti imediatamente mal por ter sido tão passiva. Eu pensei: não acredito que eu fui gentil com um verme desses. Só porque ele era velho? E daí? Isso lhe dá carta branca pra ser palhaço? E nessa hora eu decidi: nunca mais. Tá muito fácil pra eles. Quequié, um cara começa a me importunar e o máximo que pode acontecer de ruim é eu inventar uma desculpinha pra mudar de lugar? Temos que dificultar, senão eles não vão mudar (e lógico que cabe a eles mudarem o comportamento. Mas também acho que precisamos reagir).
Voltando a minha sessão de Era uma Vez na América no cine Bijou. Acabou o filme, meia noite, eu peguei um ônibus e fui pra casa. Morava numa área nobre de SP, perto do FHC, em Higienópolis. Desci na Av. Angélica e, quando estava na R. Sergipe, quase em frente ao prédio onde eu morava, fui agarrada por trás. Nem tive tempo de pensar: eu caí. Meus óculos caíram longe. Eu me levantei imediatamente e parti pra cima do cara. E o cara também nem piscou: ele fugiu em disparada. E eu atrás dele, gritando, furiosa. É até engraçado, né? Por que corri atrás dele? O que eu faria se o pegasse? Não tenho a menor ideia, mas não foi pensado. Foi instintivo. Eu tava com muita raiva, e isso deve deixar a gente mais forte.
Aí fui pra casa. Cheguei lá, imagino, chorando a essa altura, e meu pai, ao ver meu desespero, desesperou-se também. Ligou pra polícia e desceu pra rua, querendo muito encontrar o criminoso. Nada. Ficamos lá os dois, com muito ódio e nojo de viver num mundo em que uma mulher não pode sair sem ser atacada. E eu me lembro exatamente o que a Renata se lembra: não me lembro do rosto do sujeito que me derrubou, ou dos quatro que me abordaram no cinema, tudo isso no mesmo dia. Não me lembro se eram velhos, jovens, magros, gordos, nada – só me lembro que eram homens.
E aí, quando a gente conta essas coisas, a reação masculina costuma ser: putz, você tá me ofendendo! Você tá generalizando e atacando o meu pobre gênero! Eu não sou assim, e eu nunca atacaria uma mulher! Pelo contrário, se alguém fizesse isso com a minha mulher, minha mãe, minha irmã, minha filha, eu matava o crápula! Pois é, não são todos os homens. Mas sabe, são muitos. São demais. E eles queimam o seu filme também. Porque, quando a gente vê um cara sozinha no cinema, quando um cara vem na nossa direção à noite, na rua, a gente não tá nem aí se você é bonzinho. É homem, a gente tem medo. Nosso passado, toda uma vida de humilhações e abusos começados quando a gente ainda é criança, nos ensinou a ter medo. Não tente nos convencer que nosso medo é irracional. Quer mudar a situação? Ajude a mudar os homens. Seus amigos, seus conhecidos, seus parentes. O quê, eles também jamais fariam qualquer barbaridade contra uma mulher? Puxa, que estranho. Alguém tá fazendo. Se toda mulher tem uma história de horror pra contar, e você não conhece nenhum homem que protagonizou uma dessas histórias, há algo de errado nessa equação. Vai ver que a Terra foi invadida por marcianos e ninguém nos avisou.
E a gente até fica feliz que você diga que mataria alguém que humilhasse uma mulher conhecida sua, mas não é isso que importa. A gente não quer um príncipe encantado pra nos salvar. A gente não quer um justiceiro, até porque justiceiros muitas vezes costumam cobrar a fatura. Não. A gente não quer ter que se defender e nem quer que você nos defenda. A gente só não quer ser atacada. Agora olha nos meus olhos e me diga que é pedir demais.
Eu lia aquilo e pensava: putz, que azar, dois tarados no mesmo dia?! Na mesma semana é totalmente normal, mas no mesmo dia?! Aí me lembrei que eu também tive meu dia premiado. Já contei aqui, mas quero contar de novo. Eu tinha mais ou menos a idade da Renata e vivia em SP e queria muito ver Era uma Vez na América, que tava passando no Cine Bijou, na Praça Roosevelt. Como o filme dura quatro horas, não arranjei ninguém que me acompanhasse num dia da semana, e lá fui eu sozinha. O cinema estava vazio, era oito da noite. Mas homem não pode ver mulher sozinha, né? Veio um sentar-se ao meu lado. Eu me mudei de cadeira. Aí veio outro. Tive que me mudar de novo. E mais outro. Acho que foi um total de três ou quatro vezes. Quatro completos imbecis incapazes de entender que eu tinha ido ao cinema pra ver um filme, não pra arranjar namorado, transar, ou ser musa de suas masturbações. Gente, tarado se masturbando no cinema é a coisa mais comum que existe. Minha mãe, que já era cinquentona na década de 80, foi ver Berlim Alexanderplatz, que deve ser um dos programas mais deprês do mundo, no cine Belas Artes (que talvez será tombado). E um sujeito foi se masturbar ao seu lado mesmo assim, porque, né, pra que mais uma mulher iria a um cinema de arte ver um filme do Fassbinder se não fosse pra servir de inspiração prum macho? Uma leitora contou uma vez que um criminoso (não dá pra atenuar) ejaculou na perna da irmã dela no cinema. Outra, mais sagaz, com uma reação mais rápida, assim que notou o que estava acontecendo, levantou-se e falou, em voz altíssima pra todo mundo ouvir: “Será que o tiozinho pode bater uma em outro lugar?”. Pra mim, sinceramente, é chocante que essas coisas que aconteceram comigo vinte e poucos anos atrás sigam acontecendo. Não podemos nos calar. Nada de abaixar a cabeça e ter vergonha. Quem tem que ter vergonha é o desgramado que acha que tudo bem se masturbar em público. Levante-se, grite, chame o segurança na hora. Não prenderam um carinha de 18 anos por beijar um garoto de 13 que era sua paquera, ambos de comum acordo? Então acho que há base pra prender um idiota te perseguindo pelo cinema com as mãos por baixo das calças.
A gente facilita demais a vida desses infelizes se apenas vamos embora ou mudamos de lugar. Eles não vão dar a mínima e buscarão a próxima vítima. Tá muito fácil pra eles. Já contei que fiquei perplexa com a minha passividade faz uns cinco anos, numa viagem de ônibus entre Floripa e Joinville. Um senhor de uns 65, 70 anos, sentou do meu lado. Até aí era poltrona marcada, tudo bem. E o sujeito desandar a conversar comigo? Tudo bem também, eu sou simpática, algumas pessoas são carentes, eu converso. Mas ficar segurando a minha mão? E beliscar a minha perna? Não, aí não tá tudo bem. Começar a dizer que eu era bonita e fazer gestos duvidosos? Enveredar por uma conversa ambígua? Definitivamente não tudo bem.
E qual foi a minha reação diante de tudo isso, euzinha aqui, que me considero feminista desde os oito anos de idade? Foi fazer um escândalo, gritar, parar o ônibus e exigir que o cara trocasse de assento? Não, nada disso. Primeiro foi usar um dos subterfúgios mais covardes e machistas que existem, mencionar que sou casada. Porque, né, se o medonho sabe que eu tenho dono, talvez ele me deixe em paz. Isso raramente funciona – eles não são ciumentos. E também, o cara tem que me respeitar porque eu sou um ser humano que merece ser respeitado, não por eu ter um homem. Então eu levei loooongos minutos até esboçar uma reação (até porque, admito, eu sou lerda e demoro pra entender a situação). E aí, quando vi que de jeito nenhum que eu iria pegar no sono ao lado do taradão, o que fiz? Falei pra ele mudar de poltrona? Que nada, eu sou uma trouxa. Eu inventei uma desculpa pra que eu, hiper florzinha delicada que sou, me mudasse de lugar, sem ofender os sentimentos daquela pobre alma libidinosa.
E quero acreditar que, já num novo lugar, já segura, eu me senti imediatamente mal por ter sido tão passiva. Eu pensei: não acredito que eu fui gentil com um verme desses. Só porque ele era velho? E daí? Isso lhe dá carta branca pra ser palhaço? E nessa hora eu decidi: nunca mais. Tá muito fácil pra eles. Quequié, um cara começa a me importunar e o máximo que pode acontecer de ruim é eu inventar uma desculpinha pra mudar de lugar? Temos que dificultar, senão eles não vão mudar (e lógico que cabe a eles mudarem o comportamento. Mas também acho que precisamos reagir).
Voltando a minha sessão de Era uma Vez na América no cine Bijou. Acabou o filme, meia noite, eu peguei um ônibus e fui pra casa. Morava numa área nobre de SP, perto do FHC, em Higienópolis. Desci na Av. Angélica e, quando estava na R. Sergipe, quase em frente ao prédio onde eu morava, fui agarrada por trás. Nem tive tempo de pensar: eu caí. Meus óculos caíram longe. Eu me levantei imediatamente e parti pra cima do cara. E o cara também nem piscou: ele fugiu em disparada. E eu atrás dele, gritando, furiosa. É até engraçado, né? Por que corri atrás dele? O que eu faria se o pegasse? Não tenho a menor ideia, mas não foi pensado. Foi instintivo. Eu tava com muita raiva, e isso deve deixar a gente mais forte.
Aí fui pra casa. Cheguei lá, imagino, chorando a essa altura, e meu pai, ao ver meu desespero, desesperou-se também. Ligou pra polícia e desceu pra rua, querendo muito encontrar o criminoso. Nada. Ficamos lá os dois, com muito ódio e nojo de viver num mundo em que uma mulher não pode sair sem ser atacada. E eu me lembro exatamente o que a Renata se lembra: não me lembro do rosto do sujeito que me derrubou, ou dos quatro que me abordaram no cinema, tudo isso no mesmo dia. Não me lembro se eram velhos, jovens, magros, gordos, nada – só me lembro que eram homens.
E aí, quando a gente conta essas coisas, a reação masculina costuma ser: putz, você tá me ofendendo! Você tá generalizando e atacando o meu pobre gênero! Eu não sou assim, e eu nunca atacaria uma mulher! Pelo contrário, se alguém fizesse isso com a minha mulher, minha mãe, minha irmã, minha filha, eu matava o crápula! Pois é, não são todos os homens. Mas sabe, são muitos. São demais. E eles queimam o seu filme também. Porque, quando a gente vê um cara sozinha no cinema, quando um cara vem na nossa direção à noite, na rua, a gente não tá nem aí se você é bonzinho. É homem, a gente tem medo. Nosso passado, toda uma vida de humilhações e abusos começados quando a gente ainda é criança, nos ensinou a ter medo. Não tente nos convencer que nosso medo é irracional. Quer mudar a situação? Ajude a mudar os homens. Seus amigos, seus conhecidos, seus parentes. O quê, eles também jamais fariam qualquer barbaridade contra uma mulher? Puxa, que estranho. Alguém tá fazendo. Se toda mulher tem uma história de horror pra contar, e você não conhece nenhum homem que protagonizou uma dessas histórias, há algo de errado nessa equação. Vai ver que a Terra foi invadida por marcianos e ninguém nos avisou.
E a gente até fica feliz que você diga que mataria alguém que humilhasse uma mulher conhecida sua, mas não é isso que importa. A gente não quer um príncipe encantado pra nos salvar. A gente não quer um justiceiro, até porque justiceiros muitas vezes costumam cobrar a fatura. Não. A gente não quer ter que se defender e nem quer que você nos defenda. A gente só não quer ser atacada. Agora olha nos meus olhos e me diga que é pedir demais.
Oi Lola! Sem querer sair do tema, mas ainda nessa vibe, sugiro a visita nesse blog:
ResponderExcluirhttp://machismomata.wordpress.com/
Parece aquela história da eleição do Collor...o cara ganhou, mas vai tentar achar alguém que tenha votado nele?
ResponderExcluirÉ isso, meninos, parem de choramingar que estamos "atacando todos os homens" e comecem a agir para que os outros homens tenham respeito pelas mulheres ...todas as mulheres, não só as suas familiares, amigas, conhecidas!
Caramba...vergonha total.
ResponderExcluirJa ouvi muitos relatos desse tipo de idiota exibicionistas em cinemas, teatros, pontos de onibus...feitas por amigas e todas falam do misto de indignação e medo que as atinge.
Confeso não conseguir entender oq se passa na cabeça de um sujeito desses.
Concordo com a necessidade de reação. provavelmente vai ter alguem p/ chama-las de histericas, barraqueiras, etc.
Mas quem sabe isso faz esses caras hesitarem mais?
Bom dia Lola, tudo bem?
ResponderExcluirEu acabo de passar uns dias sendo ameaçada por um problema de lixo e entulho. Pois é, lixo e entulho, mas eu sou mulher e se fosse homem as coisas se resolveriam com um batepapo mas com mulher não é assim, a menos que a mulher se dobre.
Estão construindo uma pousada luxuosa quase em frente a minha casa, uma pousada bela que carrega na propria pagina web que é um estabelecimento "ecologicamente correto". So que todos os dejetos e os entulhos que sobraram da construção foram jogados no terreno ao lado de casa que eh pura Mata Atlântica.
Depois de mandar limpar o lixo e pagar uma caçamba para que recolhesse tudo eu tentei falar com o dono do empreendimento. Ele me tratou pior que um cachorro, disse que quem mandava era ele, pois eu sou nova no pedaço e não sabia com quem estava me metendo.
Cansei da discussão até porque sou extremamente explosiva nesses casos e fui direto fazer queixa. Dei queixa do lixo na secretaria do meio ambiente, na prefeitura, na secretaria de obras e so não fui no ministério publico porque não temos promotor.
E o que aconteceu?
O chefe de obras dele começou a me ameaçar. Ficava do outro lado da rua gritando que eu não sou nativa daqui, que não mando nada, que tenho que ficar quieta no meu canto dentro de casa e coisas piores, porque eu ia acabar vendo o que ia acontecer comigo se eu continuasse a me meter onde não sou chamada.
Ai eu denunciei mais uma vez na secretaria do meio ambiente, denunciei na delegacia porque estava recebendo ameaças e ele foi enquadrado na lei Maria da Penha. Temos uma audiência dia 9 de fevereiro e eu me dei o prazer de filmar e fotografar os pedreiros jogando o lixo e ele me ameaçando.
Agora eu te pergunto: se eu fosse homem com se desenrolaria essa historia?
Esqueci de um pequeno detalhe, meus vizinhos e vizinhas, que estavam tão incomodados com o lixo quanto eu se negaram a servir de testemunhas e me disseram que estou procurando chifre em cabeça de cavalo.
Abraços
Perfeito de novo, Lola. Quantas vezes eu também não reagi e me senti uma panaca depois. De certo modo até me sinto bem lendo que mesmo alguém como você que não parece tímida (eu sou, mas melhorei bastante, tinha muito medo de escândalos)algumas vezes não teve reação ou teve a reação de 'sair do seu lugar' para evitar problemas. Sim, temos que mudar nossa postura, você tem toda razão. E temos mesmo que discutir isso com os homens, eles precisam tomar conhecimento e atitude diante disso e nisso isso blog é um dos melhores caminhos que conheço.
ResponderExcluirAbraço
Esse assunto é bem delicado pra mim. Mas é tão bom te ouvir falar isso, Lola. Ainda bem que no cinema não sofri desse tipo de abuso, no máximo algum idiota me encarando na fila, provavelmente se perguntando o que eu ia fazer sozinha no cinema. Como você disse, nada de baixar a cabeça e se envergonhar, pq são muitos mesmo. Coragem garotas.
ResponderExcluirLembro-me de que, quando era jovem, já subia no ônibus com um alfinetinho na mão. Quando o cara encostava, alfinete nele. Funcionava que era uma maravilha.
ResponderExcluirOu então a gente se virava e falava bem alto: desencosta. Também funcionava que era uma maravilha.
Depois de algum tempo, como era preciso andar sempre no mesmo ônibus, os nojentos ficavam bem longe da gente.
Era o único jeito de nós, adolescentes escolares, nos livrarmos destes pervertidos.
Mas aprendi cedo que prudência e caldo de galinha não faz mal a ninguém.
Mas, é claro que a grande maioria das mulheres não confia muito nos homens; não casa com um homem, quando ela tem filha ou neta em casa e por aí vai.
E os homens seguem achando que este comportamento masculino é exceção.
Pois é Lola, infelizmente não da para discordar quando você que uma grande maioria dos homens se comportam desta forma... Acho que a nossa inércia diante de tudo isso tem sido o principal motivo de acontecimentos como esses que você mencionou. Cada vez que nos calamos, estamos colaborando com a banalização de tal tipo de comportamento... Existe uma quantidade enorme de seres inescrupulosos frustrados sexualmente (ou não) dispostos a assediar e violentar, se não forem denunciados, se tal comportamento não começar a ser levado a público, só tende a piorar. Lhe recomendo o "filme menina má . com"
ResponderExcluirSamya, é sempre assim. As pessoas relamam, acham um absurdo, mas na hr de agir sempre tem uma desculpa. No seu caso, até acredito que seja medo mesmo do cara. Eu tb ficaria, sendo ameaçada e tudo o mais.
ResponderExcluirAdmiro vc por ver a situação e não calar a voz.
Uma vez estava no onibus e um velho nojento sentou do meu lado, no corredor. Começou a se masturbar do meu lado. Eu era bem nova e inocente, fiquei super nervosa e chocada. Assim q vi o q ele tava fazendo, saltei na hora, em um ponto qualquer q ele tava parado. É realmente engraçado, como a gente q é vítima se sente constrangida em estar naquela situação e envergonhada. A gente não tem culpa, por que então não reagimos?
Outro dia, inspirada por esse espaço aqui, falei "babaca" para um babaca que passou do meu lado na rua falando alguma coisa. ele parou o andar virou e perguntou "o que foi q vc disse?". Fiquei com medo, apressei o passo, minha vontade era sair correndo. Não queria demonstrar q estava com medo, então só dei uma andada levemente mais rápida.
Tem algo bem errado com essa nossa sociedade e a forma com que somos criados...
E vc contando seus casos e eu me lembrei que o meu primeiro tarado, sim pq o primeiro que vc encara é inesquecivel, foi aos 12 anos em plena luz do dia em uma parada de ônibus e eu lembro bem da sensação de panico no ar e de me senti cercada... Foi horrivel e eu também não lembro de como era, só lembro que foi terrivel e eu nem tinha noção de que coisas assim aconteciam... Mas depois desses sempre tem os outros, é absurdo que faça parte da educação que se dar as mulheres o capitulo "Formas de se defender de tarados em potencial" e que nem sempre faça parte da educação do homem o capitulo "Não seja um tarado em potencial", aqui em casa o que meu pai costuma dizer é "Prenda suas cabras que me bode tá solto" isso é pura sacanagem gera até briga entre ele e minha mãe, mas ele se sente cheio de razão e sempre tem outras mulheres que apoiam esse tipo de educação podre e tudo fica mais dificil e no mais nunca é culpa do homem, sempre é culpa da mulher, afinal "o que faz um mulher sozinha no cinema ou na rua???" Dirão alguns, até pq uma mulher não tem direito de ir e vim, ela tem que ser eternamente tutelada por um macho alfa dominante... Totalmente irritante situações assim, totalmente irritante ter que viver situações assim, ser podada no meu direito SAGRADO direito de ir e vim pq os homens não são educados para respeitar as mulheres como seres iguais e sim como seres a serem dominados, tutelados, submetidos.
ResponderExcluiro que já aconteceu comigo: estava indo ao mercado com uma amiga, quando no caminho tinha um cara dentro do carro, se masturbando e apontando pro pau e pra gente...imagina o tamanho do susto?
ResponderExcluirsem falar quando eu era criança e os meninos mais velhos adoravam exibir seus genitais pras meninas...parece q uma vez q eles descobrem o poder de ser homem, fazem questão de utilizar, independente se isso vai ofender ou machucar alguém
Lola, não tem a ver com o post mas só queria te mostrar, não sei se vc já viu, esse documentário sobre transsexualidade na infância:
ResponderExcluirhttp://www.noghetto.caixadepandora.com.br/2011/01/17/transexualidade-na-infancia/
Ah, me lembrei de uma história parecida com a do cara batendo uma no cinema. Felizmente não aconteceu comigo... Foi no colégio. Primeiro ano do ensino médio. Sala de aula com uns 80 alunos. Colégio Particular e chique.
ResponderExcluirUma das garotas, sentada nas últimas fileiras, copiava a matéria da lousa. Quando ela olha para o lado, um colega está com a mão por baixo da calça, claramente se masturbando, olhando pra ela. Os colegas dele - meninos - rindo da situação. A garota gritou, xingou, chorou. O professor deu uma bronca no menino e ele levou advertências. A história ficou famosa no colégio. EU mesma, fiquei sabendo pela boca de uma professora sem noção, que contou a história rindo na minha turma. Eu me revoltei com ela. falei que não tinha graça nenhuma. Fiquei com fama de careta. Por que? Não sei...
---
Comigo aconteceu uma história assim: há mais ou menos um ano, eu estava frequentando um cursinho preparatório para concursos. Um dos meus professores, que dava aulas de lógica, se 'encantou' comigo. Eu nem percebi no começo. Ele tirava todas as minhas dúvidas, dava aula olhando pra mim, etc. etc. Até que eu cheguei no exercício mais difícil e ele disse que tinha a solução num livro, e que traria na próxima aula. Beleza.
Eis que um dia antes da aula ele ME LIGA. Disse que conseguiu meu número porque buscou meu nome no sistema da Universidade Federal daqui (eu sou aluna de lá e ele é professor). Não teve coragem de buscar meu número no sistema do cursinho, pegaria mal. Fiquei com um pé atrás. Detesto quem liga num número que não foi fornecido. Eu fui bem seca, disse que a gente conversava sobre o exercício na aula. Achei que ele não fosse mais ligar. Mas ele ligou. Me esperava no fim da aula (eu começei a sair acompanhada de amigas), etc. Na terceira ligação ele me perguntou se meu namorado não ligava pro fato dele me telefonar. Eu tinha namorado, mas disse que não tinha. Que não importava a opinião dele, e sim a minha opinião. Se EU me incomodava com aquilo, como já tinha deixado claro, bastava pra ele não ligar. Que era irrelevante o fato de eu namorar. E que se ele continuasse me ligando, a direção do cursinho seria informada.
Aí ele aquetou o facho e me deixou em paz. Fiquei orgulhosa da minha resposta.
Olha o tipo de comentário que eu recebia no meu antigo blog:
ResponderExcluir"Para com essas bobagens, você e muitas mulheres adoram ser encoxadas… Em muitos lugares do mundo as mulheres não escolhem nem o marido e você reclamando de boca cheia… Feche os olhos, fique quietinha e aproveite o momento que não é eterno".
Postado por: Junior
patrosjr@ig.com.br
189.2.119.87
"Prezado(a) Escritor(a),
Acredito eu que você perdeu tempo escrevendo esse artigo. Os casos de mulheres que registram queixa a esse tipo de ato (que não considero criminoso por que as vezes a iniciativa vem da propria mulher (é claro que tem exceções de casos bem mais graves, que deveriam haver punições)) é mínimo ou praticamente nada. Esse projeto de bancos reservados para as mulheres (SIC), um tanto quanto feminista não? porque não bancos reservados para os homens? assim só mulheres em pé, não teria como reclamar de encoxadas não é verdade? se bem que acredito que algumas arrumariam confusão até com as outras mulheres em pé… Minha opinião quanto a esse artigo é: Se a mulher sente que está lotado o ônibus desça e pegue outro, ou pague um taxi para ir confortavelmente ao seu destino, não há porque esse projeto entrar em vigor com tão pouca frota circulando".
Postado pelo gênio: Rafael
Rafaelmeloss@gmail.com
189.18.75.53
Este último, além de machista, confundiu "vagões" preferenciais por "bancos" preferenciais....
Por aqui os machistas são mais discretos, de qualquer forma a gente está sempre reclamando "de boca cheia", vendo pêlo em ovo, fazendo tempestade em copo d'água...
O que eu acho tenso é que num espaço de luta contra a homofobia você encontra homens e mulheres, heteros ou não, defendendo a causa. Num espaço contra o racismo, há homens e mulheres, brancos ou não, combatendo práticas racistas. Daí chega num espaço feminista, bum, cadê a macharada?
Nossos "companheiros" de luta nos demais seguimentos acabam sumindo quando a pauta feminista surge, fica um ou outro gato pingado no meio dos machos cretinos que aparecem para falar asneira.
Não quer comprar a nossa causa? Ok, sem problemas. Eu supero a trairagem. Mas não atrapalha, né.
Esse filme Hard Candy ou "Meninamá.com" - é ótimo, apesar do nome idiota que deram aqui.
ResponderExcluirO que já vi foi mendigo se masturbando na rua, em plena luz do dia, fiquei com MUITO nojo! Só passei rápido por ele. Sei que a condição dessas pessoas é terrível, mas... não vou perdoar só pq estão na miséria total.
Mas se pego um safado no cinema, vou até o gerente na mesma hora. Contrate um "lanterninha" pra cada horário, caramba!
Tenho problemas com homens que olham amigas lambendo os lábios, sabe? é comum, tenho amigas que estão sempre nessas situações. Pra que isso? Sério...
Oi Lola!
ResponderExcluirPois é, eu também tenho algumas histórias em relação a este tipo de atentado! Infelizmente alguns eu lembro na da cara, porque eram vizinhos ou coisa parecida! É muito triste!
Nunca fui assediada no cinema, mas já fui na rua. A sensação não é diferente, nos sentimos desprotegidas, inseguras. Ter pai ou marido para nos defender e ir pra cima do tarado pode ser considerada um alento, mas, como bem dissestes queremos ser respeitadas, ter o direito de ir e vir sem ser atacadas por bestas como estas.
Muito bom teu texto!
Excelente teu texto e peço também a ajuda de todas as mulheres que se colocaram aqui para educar seus filhos como gente digna também, não como homens que têm a permissão de atacar mulheres como se elas fossem seus objetos. É dever de todos, homens e mulheres, promover essas mudanças. Não é só fazer a bonita e botar o dedo na cara de todos os homens como se as senhoras não tivessem responsabilidades por esse bando de machos covardes que desse Brasil, um país com uma falta de enorme de homens que possam ser considerados seres humanos dignos de respeito. Sou homem, não tenho medo de me posicionar, acho que fui criado sem nenhum modelo de homem decente e me tornei um homem direito porque, felizmente tive uma mãe que me ensinou a respeitar as mulheres e, sim, os outros homens. Meu pai foi um bosta que só soube fazer filho nesse mundo. E ele só fez filho porque teve mulher que aceitou fazer o negócio com ele. Cafajeste que ele é, merecia viver à mingua. Mas, não, tem sempre uma mulher querendo um homem cafajeste. E na hora da alegria com o safado, ninguém pensa nas consequencias. Mas, enfim, erros todo mundo comete. A minha mãe reparou o dela cuidando para que eu não fosse uma replica do meu pai, para que eu não fosse um encostado explorador de mulher e um safado feladaputa que fica batendo punheta em cinema. Mas, quantas maes fizeram o mesmo? Quantas sao as que criam seus reizinhos em casa pra compensar a carencia que sentem? E esses reizinhos pensam que todas as mulheres sao propriedades dele. Esses vagabundos estao erradissimos e mulher que eh mulher se defende deles de uma vez por todas. Mas, nao pode deixar facil para essas mulheres vagabundas que criam esses machos de merda. Nem pra esses homens de merda que soh sabem colocar filho no mundo e sair fora. Eh responsabilidade da sociedade como um todo.
ResponderExcluirMuito bom, é assim mesmo que acontece, mulher é como criança, nunca pode ficar sozinha, já pensam que está acontecendo alguma coisa ou então que estão aprontando, ou prontas para serem usadas.
ResponderExcluirProfessor Hariovaldo:
ResponderExcluirhttp://hariprado.wordpress.com/page/2/
Já teve cara se masturbando do meu lado e de uma prima aqui em BH, no antigo Cinema Patê, quando a gente era estudante e estava até com uniforme do colégio, e era 15h, o filme era O Paciente Inglês. Nem tema, nem horário, nem nada justificaria o cara fazendo isso.
ResponderExcluirJá levei tapa na bunda andando na rua umas duas vezes. Também não consegui fazer nada a não ser chorar e ficar morrendo de vergonha.
E já tiveram dois caras que descobriram meu telefone sei lá como e ficaram me ligando insistentemente, de madrugada, durante o dia, uma coisa horrorosa, falando obcenidades.
Outra coisa em comum em todas as histórias: sempre que contei para alguém, me convenceram de que a culpa era minha.
Acho essa discussão fundamental para que os homens se conscientizem (mesmo aqueles que não são os agressores diretos) e para que as mulheres parem de achar que a culpa é delas.
Primeiro gostaria de dar os parabéns pelo ótimo texto, Lola!
ResponderExcluirSegundo, quero comentar uma pequena parte:
"(...) Primeiro foi usar um dos subterfúgios mais covardes e machistas que existem, mencionar que sou casada. Porque, né, se o medonho sabe que eu tenho dono, talvez ele me deixe em paz.(...)"
Isso "aconteceu" comigo...
Moro em São Paulo, e estava eu, no ponto de trólebus, esperando o ônibus passar... Tudo estava deserto. Uma mulher chegou e ficou esperando na parte coberta do ponto (para quem não sabe, os pontos de trolebus são grandes, uma parte com bancos é coberta, mas eles sempre param metros a frente). Tudo normal... Um outro homem chega logo após e fica perto dela. Tudo bem, o país é livre e cada um espera o onibus onde der na telha. Estava distraido, ouvindo musica, e de repente a mulher está do meu lado, quase de braços dados comigo e pedindo para ficar ali até que seu onibus passasse pois estava com medo do sujeito que estava lá... Não havia entendido (como disse, estava distraido e perdido em meus pensamentos) mas a mulher parecia assustada. Ela me disse que estava com medo porque o tal homem começou a fazer gestos, falar coisas obscenas, etc. Pouco tempo depois o onibus passou (ela tinha que pegar o mesmo que eu).
Sabe, isso me fez pensar. O que realmente esses idiotas esperam conseguir?
Acho que esses tipos foram criados por gorilas, pois sou homem e meus pais sempre me ensinaram que não se faz coisas como essas, e quando digo 'essas' me refiro também as cantadas que você falou no post "VAMOS TORNAR GROSSERIAS NA RUA INACEITÁVEIS"
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNossa Lola, que droga, todas passamos por isso?
ResponderExcluirEu também, grande parte das comentaristas, também.
E a turma novinha continua passando, possivelmente minhas filhas passarão?
Que ódio!!
E sobre as reações também, a gente se afasta, se envergonha. Revendo depois a situação tem mais raiva ainda.
Faz parte da educação de uma menina hoje (já que entendemos que não devemos nos calar) defesa pessoal, desconfiança por antecipação. Como a gente vai criar uma pessoa assim e esperar depois que ela seja "normal" aí eu realmente não sei.
Olha, acho que eu sempre fui cara de pau com essas situações. Exponho os caras a uma situação ainda mais ridícula do que a que eles já estão se expondo.
ResponderExcluirCerta vez, um cara sentou-se ao meu lado no ônibus, eu na janela ele no corredor (tinha que pedir passagem pra ele se quisesse sair, portanto). Eu sempre tive mania de andar com bolsa cheia de coisas, muito pesada.
O cara mal sentou-se ao meu lado, pôs o dito-cujo pra fora e me pergun tou: "e aí, você gosta?"
Graças a Deus, eu não pensei muito, nem me permiti tomar ciência do que estava acontecendo. Me levantei, ergui minha bolsa pesada e larguei ela com toda força em cima do dito-cujo do infeliz. e respondi: "amassado e mal usado, eu dispenso. E sai da frente canalha!" Nesse exato momento, o ônibus tava parando num ponto.
Desci do ônibus e deixei o canalha se contorcendo de dor.
O ônibus foi embora e aí eu me dei conta de que estive a um passo de ser estuprada. Aí eu me apavorei.
Mas até hoje, como me lembro que essa história temrinou bem, acho que todas as mulheres deveriam fazer o mesmo que eu fiz...
Fabio Salvador, é o mesmo que acontece com os estrupos e molestos contra crianças, acontece 70% em casa por uma pessoa geralmente da familia. Todo mundo conhece o cara, toma cerveja com o cara, mais não sabe que ele faz isso.
ResponderExcluirNão sei o que é pior. Se é passar por isto no cinema, ou depois, quando estiver contando horrorizada esta estória para um grupo de amigos ter de ouvir "se o filme era pornô"!!!????
ResponderExcluirQue é que eu vou dizer? Também acho estranho que isso seja verdade. Eu não faço esse tipo de coisa nem conheço quem faça. Sequer presenciei. Já pensou em dar alguma palestra em faculdades de Direito sobre isso?
ResponderExcluirAliás, acho que vc nunca mencionou no blog que abusos também ocorrem no ginecologista.
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI21548-15228,00-O+DRAMA+DO+ASSEDIO+NO+CONSULTORIO.html
Mariana,
Essas escolas particulares e chiques estão ficando perdidas, hein? Eu acabo de sair de uma e sabe o que aconteceu no último ano? Um professor de literatura contou para a sala inteira a história de como ele desvirginou uma aluna de 14 anos (ele mais d 40) e foi ameaçado de pistola pelo padrasto, q era o verdadeiro pai. Esse professor sempre me dava abuso, pois ele era um homem que já estava ficando velho, fora casado umas duas ou três vezes e não tinha filhos pq era estéril. Era um homem solitário q saiu da casa dos pais aos 15 anos expulso pelo pai q batia na mãe e só tem essa mãe na vida hoje. Imagine como ele era uma pessoa negativa.
Desculpe discordar, mas acho que você foi um pouco dura com esse professor. Ele, digamos, ficou encantado com vc, como vc mesma disse. Qd isso acontece, a gente tem mesmo vontade de ficar olhando para a outra pessoa, etc. Isso não quer dizer que ele vai seqüestrar vc, colocá-la num porão e estuprar até a filha que vcs tiverem. A única coisa que ele fez de errado foi pegar o seu telefone sem sua autorização, o q não é tão ruim assim, pois eu mesmo já fiz isso com professores para resolver problemas acadêmicos. Ele só foi desajeitado. Não tinha que tê-lo tratado como estuprador.
Se ele tivesse boas intenções com vc, o que deveria ter feito (caso vc não tivesse namorado)?
há alguns dias eu saí de casa para ir na universidade onde faço mestrado. era um dia quente, abafado. mas, aparentemente, quando uma mulher usa um vestido num dia quente de janeiro, ela quer dar para todos que estejam disponíveis para tanto. a uma quadra da minha casa, no ponto de ônibus, passa um caminhão de gás, o motorista buzina, o companheiro se pendura para fora da janela e fala alguma barbaridade. eu fiquei constrangida, quando quem deveria ter ficado, era ele. entrei no ônibus, cheguei no meu destino e na volta pra casa, lembrei que precisava passar em uma loja e que era relativamente perto. fui andando, só que eu não lembrava exatamente em que ponto da rua a loja estava, e fui e voltei na mesma quadra. na volta, um cara parado na esquina disse algo do tipo que não era para eu parar de caminhar, porque ele estava me admirando. ignorei novamente. entrei na loja, comprei o que precisava e fui embora, também a pé, coisa de quinze minutos da minha casa. um cara passa por mim, na direção oposta a que eu andava e diz: "com essa eu casava". e a quarta vez, novamente, a uma quadra da minha casa, um homem fala alguma coisa que não consegui ouvir, por sorte. quatro vezes numa saída de casa que não levou mais que duas horas. e deve ser porque eu tava facinha, porque eu tinha colocado vestido, que mulher só usa pra mostrar o corpo e não porque tá calor. e aí eu fiquei pensando que cada um deles merecia uma resposta que os envergonhasse, e eu não dei.
ResponderExcluirLola, diante da notícia, veiculada ontem no maior jornal da minha cidade, de que, em Belém, há uma média de um estupro por dia, resolvi escrever sobre isso no meu blog. Foi assim, pesquisando, que cheguei por aqui.
ResponderExcluirSou uma mulher de sorte. Ainda não tenho uma história de horror para contar, mas, considerando a região onde eu vivo, talvez um dia tenha.
Eis o link da matéria: http://www.orm.com.br/oliberal/interna/default.asp?modulo=247&codigo=511756
Abraços. Parabéns pelo blog.
Pois é... eu fico bem magoada em perceber que a maioria dos homens se recusa a fazer o mínimo que seja pra ajudar, preferindo adotar uma postura de "vítima", como se os estivéssemos ofendendo gratuitamente quando contamos uma história dessas.
ResponderExcluirO bom é ver a presença de homens (não contando os trolls) em blogs feministas como o seu. Alguns estão começando a abraçar a causa... quem sabe daqui a uns anos, as coisas começarão a mudar?
(faz cara de incrédula)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAh eduardo, será que fui dura? toda vez que tento dar um fora sem ser grossa, o cara parece não entender.
ResponderExcluirEsse professor era meloso demais, me irritava. Era meio constrangedor na sala de aula: ele super me dava antenção e deixava os outros de lado. Isso aconteceu no ensino médio tbm. Tinha um professor de quimica - casado - que também começou a dar em cima de mim. E deixava os outros de lado. Aí ele me adicionou no msn (como fez com todo mundo, porque tinha chat com os alunos pra tirar dúvidas) e ele começou a falar obcenidades do tipo "sua boca é linda" "eu fico desorientado qdo vc tá perto" sabe? eu fiquei super constrangida, tinha 16 anos. Bloqueei ele no msn e não participava das aulas dele, apenas assistia. Sorte que não tinha problemas com a materia. Conversando com outras colegas, vi que ele fez isso com várias. Hoje sei que devia ter ido da direção contar tudo. Pombas, eu era uma menina, todas eram! me revolta.
E se eu não tivesse namorado, não teria acontecido nada. Ele tem a idade do meu pai (nada contra esse tipo de relacionamento, mas não faz meu tipo), as filhas dele tem a minha idade.. é outra vibe mesmo.
Olá Lola!!
ResponderExcluirPela primeira vez vou contar algo que aconteceu comigo há cerca de 4 meses aqui em BSB.
Eu estava no ônibus, sentada lendo, cheia de sacolas...normal, minha rotina diária de usuária de transporte coletivo. De repente sentou ao meu lado um moço lindo, musculoso e com duas mochilas, eu só olhei porque o rapaz estava muito cheio de coisas na mão e eu precisei sentar mais no canto pra dar espaço pra ele, de repente ele começou a me apalpar...juro que isso deve ter acontecido por uns 15 minutos até eu notar que eram as mãos dele, porque antes da mão dele se mexer, e o movimento foi mais pra dentro das minhas coxas, eu achei que o "aperto" fosse das mochilas que ele carregava. Nossa, como fui tonta!! Eu me senti tão mal, tão sem ação, sempre senti raiva dessas moças que não fazem nada quando algo desse tipo acontece, mas eu não fiz nada, eu gelei, tirei as sacolas da minha perna pra que ele não pudesse se esconder mais e sai assim que pude...e comecei a chorar. Aquilo foi horrível demais...mas a verdade é que fiquei petrificada e nada fiz! Então hoje eu entendo quem simplesmente muda de lugar no cinema, ou simplesmente vai embora, provavelmente é o que eu faria. Acho que dentro da gente nos sentimos culpadas por aquilo, como se algo que a gente fizesse ou deixasse de fazer tivesse provocado o outro. Pelo menos é o que eu acho que senti naquele dia. Eu me senti mais mal ainda porque, como nunca tinha acontecido algo assim comigo, eu demorei demais a perceber e ele deve ter achado que eu estava gostando...esse sentimento me machuca muito.
Ainda em tempo: Parabéns pelos 3 anos de Blog, sou leitora assídua há pelo menos 1 e meio!!
"Agora, vai entender... o cara sobe numa árvore... e fica batendo punheta..."
ResponderExcluirO assunto é sério, mas RIALTO agora. O que um imbecil desses tem na cabeça?
Por essa de homem se masturbando eu nunca passei não.
Só queria que toda mulher tivesse algo quente ou uma bebida gelada pra jogar no pinto de um desgraçado safado desses!
Tá, no caso do professor de química vc devia ter imprimmido as conversas no msn e mostrado à direção do colégio ou procurado a esposa dele.
ResponderExcluirEsse seu colégio tava perdido mesmo, heim? Aliás, o mundo anda meio doido, não?
Eu me lembro que acontecia isso também comigo no Ens Médio. Só que eu era o aluno desprezado. É incrível, os professores só falam com as meninas, só fazem amizade com elas... Qd um aluno masc. vai fazer uma pergunta, tem q ficar meia hora gesticulando. Não nos dirigem nem o olhar.
Já ouviu falar de homeschooling? Se eu tiver filhos um dia acho q vou fazer isso.
Mas no caso do professor da faculdade, vc já era maior de idade e adulta. E ele solteiro. Enfim, essa história do EM q vc contou agora é melhor (ou pior).
Pior.
ResponderExcluirForam em colégios diferentes. No primeiro, eu ainda não estava no ensino médio (aconteceu com uma aluna do ensino médio, mais velha que eu).
O segundo colégio era bem melhor, eu não tenho nada a reclamar, a não ser desse professor. Eu sei que contar o que ocorreu era o certo, mas... a gente fica sem reação as vezes. Não sei explicar.
O caso do professor do cursinho, sei lá. Eu é que tenho bloqueio com professores. Pra mim, professores são tipo 'dumbledore'; caras muito inteligentes, admiráveis, intocáveis. Não me imagino me relacionando com um.
Acho q no brasil não pode isso de ensinar em casa. E tbm não quero privar meus filhos da convivência escolar, é mto legal.
Aconteceu isso comigo no cinema também. Estava com uma amiga assistindo CIDADE DE DEUS (olha o filme!) Cinema vazio e um cara começa a se masturbar. A gente tinha uns 16 anos!
ResponderExcluirNão tive dúvida, chamei o lanterninha, saí, reclamei e falei em alto e bom som "moço, tem um cara batendo punheta atrás de mim. Tem como o segurança tirar ele da sala?"
O segurança entrou, tirou o cara, pediu desculpas e ainda me deu dois ingressos novos, afinal, tinha perdido o filme.
Falei mesmo. E falaria de novo. E aprontaria um escândalo se não tivessem tomado providências. Chamaria polícia, sei lá.
Se a gente é educada e não dá barraco, a gente não impõe respeito numa situação dessas.
A reação das mulheres a um assédio é mais ou menos a mesma reação q os brasileiros com os escândalos da política. A coisa é tão inusitada q não sabemos o que fazer.
ResponderExcluirSamya,
Por aqui perto da minha casa tem um problema parecido. Eu moro perto de vários baresinhos que ficam fazendo zoada à noite de quarta a domingo. O problema deste país é a falta de gente chata como nós que reclamam das coisas.
Pq vc não abre um blog, simplesinho mesmo, aqui no Blogger, e posta as fotos lá? Coloca no Flickr tb. Assim, toda vez que alguém procurar alguma coisa na net sobre esse condomínio, vai encontrar seu blog e as fotos no Flickr. Não é para fazer um movimento ativo e tal, a idéia é só publicar. Vai ser meio difícil eles continuarem mentindo tão descaradamente desse jeito.
O post e os comentários me lembraram algumas histórias...
ResponderExcluirDo tema "o primeiro tarado a gente nunca esquece": Eu tinha 12 anos, auto-estima baixa e não sei por que, considerava "cantadas" um elogio, acho que foi minha mãe que me deu a entender isso, e também o fato de eu nunca ter recebido uma. Andava numa rua consideravelmente movimentada, um cara passou por mim e passou a mão na minha bunda, o que eu fiz? Olhei para ele e sorri! Me envergonho até hoje deste fato e da minha reação ridícula...
Outra cena, desta vez no tema "professores". Ensino médio, 3º ano, eu era uma das únicas alunas que realmente prestava atenção e tirava dúvidas com um professor de História. Depois de um tempo, ele começou a responder coisas ambíguas para as minhas dúvidas, depois de 2 meses ele já estava falando coisas como "molhadinha" e "arrombada" para mim na frente da sala de aula! Sem ninguém falar nada! No fim da aula, falei que não gostava da atitude e pedi para parar, chorando. Ele parou. Mas foi humilhante.
Já recebi dezenas de insultos na rua, e apenas 3 cantadas elogiosas, 1 de um rapaz que falou que eu era muito bonita (ingênuo, não vou parar para conversar com alguém no meio da rua) e outras 2 de lésbicas, as únicas cantadas de lésbicas que já recebi.
Dá um alívio escrever isso aqui...
Lola, contei um pouco do que já me aconteceu no meu blog http://lilieomundo.wordpress.com/2011/01/24/molestadores_de_almas/
ResponderExcluirOnrigada pelo incentivo! Todas deveriam se manifestar. Obrigada, mais uma vez.
Mariana, adorei como vc agiu com o professor do cursinho. É exatamente assim que tem que fazer. Afinal, ele não tem que te respeitar porque você tem namorado, mas porque você merece, com ou sem homem a tiracolo. Eu acho um pouco de abuso sim o cara ligar pra vc na sua casa. Até porque tem uma relação de poder envolvida. Ele é o professor, você a aluna. Sei que tem muitos casos entre professor e aluna (muuuuito mais comuns que entre professora e aluna, mas pelo que ouço professor e aluno, no caso de gays, não é incomum, e nem professora e aluna, no caso de lésbicas), e vários até acabam em casamento, mas, sei lá, eu acho complicado por causa da relação de poder. E muitas vezes tem a diferença de idade também, como vc citou. Sem falar que na maior parte das vezes o professor é casado...
ResponderExcluirCarol, que legal que vc agiu assim! É, acho que hoje em dia, ou mesmo nos últimos 5, 10 anos, seria difícil a reação da bilheteira do cinema que a Renata falou, isso de não dar a mínima. Acho sim que, na maior parte dos casos, os cinemas sabem bem que cara se masturbar no cinema é comum, e que as espectadoras não gostam. Então, chamando o segurança, tenho quase certeza que colocam o cara pra fora. Claro que é uma droga porque a gente perde um bom pedaço do filme na confusão, mas tem que fazer. A gente tem tanto direito de ver um filme quanto qualquer homem, e cinema é lugar público, não é lugar pra isso. E a questõa nem é a masturbação em si, mas o constrangimento. O cara que senta do lado ou atrás ou te persegue pelo cinema tá mais interessado no seu medo que na sua sedução. É o medo que o excita, creio eu.
"Essas escolas particulares e chiques estão ficando perdidas, hein?"
ResponderExcluirO caso do professor que contei, foi numa dessas escolas...
Oi Lola, pessoal,
ResponderExcluirPrimeiro, quero agradecer por haver me citado. Sabia que as histórias de horror acontecem com todas nós, mas não imaginei que fossem tantas compartilhando o mesmo sentimento, de vergonha e impotência.
Como eu disse no post, quero crer que se fosse hoje, na mesma situação, eu agiria diferente, reagiria à altura (ou à baixeza, melhor dizendo, né?).
Em situações similares, como grosserias na rua, em baladas, etc, eu aprendi a revidar, as vezes de maneira espirituosa, as vezes de maneira bem cretina.
O que me dá um certo alento é pensar que aos poucos, nós poderemos fazer com que nossos companheiros, amigos, familiares, filhos, colegas, percebam que a tradição de criar os filhos para serem predadores não é a melhor opção. Criar os filhos para serem os "bodes" que vão ganhar todas as "cabritas" desse imenso curral, é no mínimo irrefletido, e na verdade, cruel e responsável pela perpetuação de um circulo vicioso de violência.
Não odiamos os homens, como cert@s desavisad@s podem pensar, quando leem só o fato isolado, as minhas histórias, as suas, as de tantas mulhers, sem atentar para o motivo recorrente: para alguns, somos objetos, ainda que elees amem a mãe, a filha ou a esposa...
Abs
Renata
O absurdo é que não é só UMA história de horror, são várias. Pelo menos comigo são tantas que eu já perdi a conta, e conforme vou lendo os comentários, relembro.
ResponderExcluirUma das mais recentes foi quando eu estava andando no centro fumando. Um panfleteiro se aproximou de mim e começou a falar quase colado na minha boca, só lembro que ele falava coisas do tipo "princesa" "docinho" e etc. Haha. Ele me pediu fogo e eu disse que não e continuei andando. Nisso os amiguinhos panfleteiros dele começaram a gritar "bah, negando fogo" e a criatura saiu atrás de mim gritando coisas como "vadia, vai sentar num caralho, enfia o isqueiro no rabo, blablá" (sic) isso durou alguns minutos. Só mostrei o dedo do meio.
E, semana passada, no centro de novo, caminhando com uma saia justa e curta, uma criatura passou caminhando e enfiou a mão na minha coxa. Falou algo como "safada". Fiquei chocada e continuei caminhando.
Agora quando os carros passam gritando essas idiotices, eu grito de volta. Às vezes dá meio que um medo de eles voltarem, descerem e tirarem satisfações. Mas sinceramente, prefiro apanhar ou ser ofendida do que ficar quieta, chega de ter que mostrar RESPEITO por esses babacas.
o fato não é generalizar, ou dizer que são muitos homens, a questão é: SÃO SEMPRE HOMENS! Muitos ou poucos, são sempre homens.
ResponderExcluirÉ um absurdo, né.
ResponderExcluirEu já vivi duas histórias assim em ônibus, uma tinha uns 12 anos e outra quase 17. Levei um bons minutos pra perceber as duas, e fiquei petrificada.
A segunda foi muito surreal, o cara tava com o pau pra fora cutucando meu ombro. Que nojo. E olhe que era um dia frio, imagine que idiota.
A situação é toda tão surreal que a gente não pensa em como reagir. Um simples 'moço, você poderia guardar o seu pau?' ou 'vc se importa de ir se masturbar no banheiro?' em alto e bom som já resolveria tudo.
Ainda não tive tempo para ler os comentários. Mas não posso deixar de contar quando ejacularam na minha perna dentro de um cinema. Eu era criança (uns 10 anos) e estava com a minha mãe. Percebi que um sujeito, sentado ao meu lado, se movia de modo estranho. Como não sabia o que estava acontencendo, passei a mão na perna, e aí percebi, entendi o que se passou. Corri para o banheiro, e só lá minha mãe soube. Quando ela voltou, furiosa, para a sala de exibição, o sujeito já não estava mais por lá... ela se culpa até hoje por não ter percebido que um homem adulto havia se sentado justamente ao meu lado. E uns 25 anos já se passaram...
ResponderExcluirMudando de assunto, Berlim Alexanderplatz é um dos meus filmes favoritos. Vi pela primeira vez quando a TV Cultura exibiu, há séculos, e depois, nunca mais. Apenas recentemente o filme foi digitalizado e, hoje, existe o dvd para venda. Virou meu presente de aniversário.
Meu marido brigava muito com os colegas quando era mais novo pq eles ficavam xingando as mulheres que não davam bola para eles. Ele perguntava pra eles quem eles achavam que eram para uma mulher querer alguma coisa com eles só pelo fato de eles existirem.
ResponderExcluirOs homens precisam não só que as mulheres dêem fora mas que tambem os amigos os ponham em seu lugar quando eles começarem com piadinhas assim ou a criticar uma mulher que não quiz papo com eles.
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirQuanto tem de responsabilidade nos pais e nas mães, que criam os filhos homens desde pequenos ensinando que eles devem sempre se impor, que não devem aceitar desaforo? Quando uma mulher reage a uma cantada e o homem xinga ela ou agride, ele está agindo como foi ensinado desde cedo, a se impor e não aceitar desaforo, mesmo quando ele está errado. Ser xingado por uma mulher é visto como uma afronta à sua condição de dominante. A mentalidade e a atitude dos homens só vai mudar quando mudarem a forma como educam os meninos, e isso vai demorar, porque o que mais vejo por aí são mães e pais orgulhosos ensinando o filhão a agir como macho(ista). (Não que isso libere tantos homens adultos da responsabilidade por serem imbecis, não justifica, só ajuda a explicar.)
ResponderExcluir"Foi no colégio. Primeiro ano do ensino médio. Sala de aula com uns 80 alunos. Colégio Particular e chique. "
ResponderExcluirTriste é pensar que tem gente que aonda ache que somente pobres tem desvios de caráter, são ladrões , tarados, perigosos.. Qual o absurdo de isso ter acontecido em uma escola particular? Não deveria ser absurdo acontecer em qualquer outro lugar?
Acho lamentável que sempre tenha um engraçadinho pra dizer que problemas sociais tema ver com classe social ou grau de instrução...
Ah! Eu vou ter que falar...não, não são SEMPRE homens.... Infelizmente. Lembrei duma história horrível que aconteceu comigo lá pelos 17 anos.
ResponderExcluirEstava no ônibus em São Paulo, em plena luz do dia , sentada em um banco daqueles unicos da frente... de repente percebi que uma mulher em pé , ao meu lado, estava, literalmente, encostando sua vagina em mim, e deixando que o movimento do onibus fizesse o resto. Só quando me dei conta que o ônibus estava praticamente vazio é que fui ligando as coisas. O problema não é o sexo da pessoa , é o abuso. É tirar partido de uma aparente fragilidade ou inocência alheia ou da situação para exercer sua sexualidade como uma forma de poder que suprime o desejo, a vontade, a liberdade do outro.
Há tantas histórias de mulheres que abusam de crianças. Independe do sexo do abusador, é tão doentio, nojento e imbecil quanto.
Lola, a cada dia me apaixono mais pelo seu blog. Aqui, encontrei um reduto da liberdade de expressão e da reflexão. Mas realmente, toda mulher tem uma "história de horror" para contar. Certa vez, tive de apelar para o meu cotovelo quando um "senhor" descaradamente se esfregou em mim com a desculpa de ônibus lotado. Mas muitas vezes, já tive a sensação de ser uma imbecil por não ter reagido diante de uma situação tão nojenta como essa.
ResponderExcluirMostrei para o meu namorado o seu blog e ele adorou. Ele chamou a maneira como vc escreve de "filosofia aplicada" e elogiou bastante. E olha que ele nem é um adepto de leitura frequente.
Um grande abraço!
Lola, vc eh o maximo!!
ResponderExcluirUma vez estava no onibus e vi um senhor falando algumas coisas no ouvido de uma adolescente e pegando na mão dela, fingi que a conhecia e falei que era pra ela sentar comigo, ela me falou que o homem estava pedindo para ela "brincar" com o "membro dele",ele passou a viagem toda me encarando e eu rindo pra ele.
ResponderExcluirEu ficava nvergonhada quando faziam isso comigo, hj me faço de doida, quando um engraçadinho dá um bom dia (akeles com voz de abusado), grito de volta BOM DIA PRO SENHOR TB!, eles não sabem onde enfiar a cara.
+ como vc diz o pior é quando estamos sozinhas, costumo andar em um parque onde vários homens passam para trabalhar, uma vez estava bem escuro e um cara veio em minha direção , quando ele chegou perto, falou algo, eu gritei: O QUE O SENHOR DISSE?QUER SABER AS HORAS? outro que saiu andando.
outra vez estava anadando no mesmo local e o cara veio me seguindoe falando besteira, eu virei do nada e gritei : HAI!HAI!HAI!, o cara tomou um susto e saiu andando.
+ o pior foi quando um cara bem grandão vio em minha direção faznedo caras e bocas, eu comçei a fingir que estava tirando meleca do nariz e escarrei no chão, o cara fez uma cara de nojo muito engraçada.
Alice,
ResponderExcluirAdorei as suas reações! Vou experimentar!
o carinha que me bateu e me xingou de vadia por motivo nenhum no banco traseiro do carro dele no dia que me pediu desculpas, contou que algo parecido aconteceu a uma amiga dele,mas no caso dela,o braço dela tinha até quebrado (ou seja, vc não tem nada que reclamar,vc nem se machucou só tem uns roxinhos aí), ele disse que tinha vontade de matar o cara que fez isso com a amiga dele, que entendia o que eu sentia e entendia que meus amigos quisessem dar umas porradas nele,etc e tal.
ResponderExcluir(só pediu desculpas pq contaram a historia toda a uma amiga q foi conversar com ele pra saber se é verdade,visto q ele já havia afirmado pra deus e o mundo que n lembrava nada da noite anterior devido ao excesso de alcool. desculpas=limpando a imagem)
então,podemos concluir que mesmo que o cara diga: eu nunca faria uma coisa dessas, se eu visse isso acontecer, eu mataria o fdp, não dá pra confiar. os que dizem isso, também podem ser um dos agressores sem causa.
sério,pq nem se eu tivesse traído o cara de mil formas, a confiança, ficasse com todos os amigos dele,mentisse pra ele,iludisse,etc ainda assim seria uma atitude selvagem essa de bater. agora imagina isso tudo vindo de alguem que vc acabou de conhecer e a quem nunca desejou mal e está meio apaixonadinha.
é foda,viu.
eu comparo essa falta de reação da nossa parte com um ataque de onça.
ResponderExcluirimagine vc andando tranquilamente por um lugar bonito e verde,uma fazenda e de repente,uma onça te ataca.
vc tem que passar daquele estado de inocência e divagação tão agradável pra um estado extremo de luta por sobrevivência e inspirar algum ódio difícil de alcançar pq foi td muito de repente pra poder reagir de alguma maneira eficiente.
é difícil pq me acostumei a reagir através da raiva,mas sei que me sentiria mais forte se aprendesse a reagir pela razão,pela lógica. acredito que os resultados seriam mais eficientes e não nos causariam tanto dano interno. mas isso se adquire com a experiência mesmo. =/
Sem querer ser chato, mas mulher também pode abusar sexualmente de outra mulher, apesar de ser bem mais raro. Soube de um caso em que uma empregada doméstica masturbava as crianças (meninas) da casa onde trabalhava.
ResponderExcluirTenho absoluto horror desse tipo de atitude masculina. Infelizmente ja perdi a conta das vezes que achei que tinha um cara se encostando demais num metro ou onibus lotado, até mesmo aqui na França. Quando eu digo lotado é lotado MESMO, de modo que nao da pra saber se é de proposito ou pelas circunstâncias... O maximo que tento fazer é proteger meu corpo com a bolsa ou mochila, e ficar atenta. Mas é sempre um horror, interminavel, a gente se sente violada e o pior é que muitas vezes nao da pra fazer nada.
ResponderExcluirUma vez, estava em Barcelona com minha mae, num trem, e um cara bêbado começou a se masturbar na nossa frente!! A gente mudou de assento e quase vomitou de tanto nojo.
Uma coisa horrivel aconteceu quando tinha talvez 12 anos. Naquele dia, fui dormir na casa de uma amiguinha, e voltei com a combe escolar dela (normalmente meus pais me levavam). Fui obrigada a sentar do lado do motorista e este filho da puta começou a passar a mao nas minhas pernas, varias e varias vezes. Eu fiquei apavorada e sem entender, lembro que olhava pra ele e ele rindo debochado, so conseguia me encolher e torcer para chegramos logo. Que odio e que impotência eu senti!! Passei a noite toda envergonhada, nunca contei isso pra ninguém por pura vergonha. Vergonha de ter sido abusada, ja pensou? Eu simplesmente nao sabia o que fazer.
O cara era um pedofilo dirigindo uma combe escolar!!
Me lembro que minha amiguinha praticamente me empurrou pra sentar do lado do cara (so tinha mais dois assentos livres). Fiquei pensando depois que ela provavelmente ja tinha passado pelo que eu passei... E também nao reagiu.
Lembrando disso tudo e de outras coisas que nem da vontade de contar, me dou conta da minha passividade em relaçao a estes bandidos. Nos somos mesmo educadas para ficar quietas... Quando um cara diz uma grosseria na rua, eu so resmungo "que nojo" para mim mesma e sigo adiante.
E ninguém prepara as meninas sobre como reagir diante de situaçoes que sao absolutamente cotidianas!! E que vao durar a vida toda...Nem a escola, nem a familia, nem ninguém. Nao é coincidência, o assédio e a falta de cuidado em preveni-lo sao dois lados de uma sociedade profundamente machista.
Oi Lola!! É isso aí, tem que botar a boca mesmo! Também estou cansada de ser tratada como mero objeto, não ser respeitada como pessoa, como mulher, como profissional. Já passei uns bocados, perdi trabalho e tive desistências de trabalho em andamento por ter sido alvo de fantasias de doidos que não se garantem na conquista sadia e saem dizendo que fiz isso e aquilo com 'fulana', quando a 'fulana' não sabe nem do que se trata.
ResponderExcluirNão dá para ficar quieta, os tarados inconsequentes de plantão atacam até via MSN, assim não dá!!! :S
Quando tu disseste que toda mulher tem uma história de horror pra contar, pensei: será que tenho? Claro que tenho!!! faz uns quatro anos, trabalhava perto da minha casa e entrava no trabalho às 7 da manhã, então ia a pé, carregando uma bolsinha de mão. Eis que um indivíduo do sexo masculino de bicicleta passa por mim (ele vem por trás)e enfia a mão no meio das minhas pernas... fiquei em choque, olhei pros lados e não vi ninguém na rua (era muito cedo e no inverno ainda é escuro nesse horário aqui no RS)e ele continou andando mais a frente me olhando e eu não sabia se continuava caminhando ou se ficava parada...e o medo que ele fizesse a volta e me atacasse de novo? Criei coragem e continuei caminhando mais um pouco e então me aproximei de um ponto de onibus e tinha algumas pessoas chegando para esperar a condução e ai o imbecil começou a pedalar mais rápido e foi embora. Que raiva! Pensei: por que não dei uma bolsada nesse infeliz? Mas foi muito rápido na hora não tive reação...Cheguei no trabalho com muita e não contei a ninguém, pois me sentia HUMILHADA! Esse é o sentimento que surge cada vez que lembro disso. Embora não tenha o hábito de comentar, leio o blog todo santo dia. Amo vc e o blog. bjo
ResponderExcluirinfelizmente assim é.a cabeça da maioria masculina é de caçador.home é que faz guerras,imprime a maioria dos preconceitos,atazana a vida das mulheres em varias partes do mundo.herança cultural(a religiao é o celeiro dessa postura domiadora).o homeme é um animal predador por natureza ou por construçao social?o feminismo vem derrubando conceitos arcaicos.Mas a estrada é longa e a mulher tem que reagi a isto para clamarem por respeito.Leis?ajudam mas só isso nao muda.educaçao mais leis mais atitudees de indignaça humana de homens e mulheres,isto faz a diferença.uma vez fui importunada no cinema,gritei alto e bati com o guarda chuva no carinha que ganhou a porta da rua.Reagir é o começo.Tarado é sempre um covarde,assim como homens violentos que batem em mulher por saber ser mais forte fisicamente.o mundo tá cheio de predador ,lola.morrer é fácil viver é que é dificil.
ResponderExcluirExperiências com ônibus tive acho que minha adolescência inteira - do tipo que o cara tenta se esfregar em sua perna, ou te perseguir mesmo quando você muda de lugar -, de uma forma que passei a procurar sentar sempre ao lado de mulheres ou jovens com uniforme escolar (em regra eram homens mais velhos). Isto quando eu tinha uns 14, 15 anos, e tudo que tinha coragem de fazer era ou mudar de canto ou, já devo ter feito umas 3 vezes, saltar do ônibus na hora.
ResponderExcluirMas o caso que me lembro com mais clareza não aconteceu comigo, mas com uma amiga, e ficou na memória justamente por envolver um professor. Ele era prof de inglês, bem jovem, simpático, certamente querido por muitos alunos. E minha amiga em particular o conhecia desde a infância, era amigo do pai dela, ou tocava numa banda de amigos dele, não lembro ao certo. Um dia, quando a aula terminou, todos foram embora e ela voltou para falar qualquer coisa com ele (não sei se tirar uma dúvida ou algum recado de seu pai) e o cara começou a dar em cima dela, se aproximando, alisando. A princípio ela encarou apenas como cantada, e é claro recusou educadamente, mas então ele tentou agarrá-la a força.
Eu tinha estranhado a demora dela e voltei para a sala a sua procura. Cheguei mesmo na hora, mas não percebi nada, porque ele deve ter percebido minha aproximação e largado-a a tempo. Só notei que algo estava errado porque minha amiga segurou meu braço com força e saiu andando muito rápido, apavorada. Entramos as duas no banheiro e ela me abraçou chorando, tremendo muito e contou.
Na hora a puxei para ir a coordenação, disse que ia testemunhar, que a levaria a polícia, quis ligar para o pai dela... mas ela não me deixou fazer nada disso. E me fez prometer que não contaria a niguém. Nunca contei realmente, mas ainda que não tenha podido reagir, senti que o caso mudou minha maneira passiva de reagir a estas coisas, e me deixou mais segura para responder ou revidar, senão por mim, por quem não tivesse coragem de o fazer... e daí vem outras histórias.
Para mim, a coisa mais interessante que a "série" de posts sobre esse assunto revelou, foi a motivação.
ResponderExcluirQuantas vezes não vi amigo meu fazendo esse tipo de "gracinha"? E sempre falava: "meu, por que vocês estão fazendo isso? Acham que dão resultado?"
O cara sempre respondia que, não, não era para dar resultado, era só brincadeira.
Mas depois desses posts todos, consegui ver que não é só brincadeira, é sim uma estratégia de dominação. E acho que muitas vezes o cara que está fazendo a "brincadeira" não se dá conta disso...
Vou divulgar esses textos para os amigos. Eles têm que começar a pensar.
Bj
Nunca passei por uma situação como essas relatadas no post (cinema, ônibus etc), mas morro de raiva de simplesmente não poder sair na rua de short ou saia, como a Ge relatou. Está 33 graus lá fora, eu teria que usar uma burca?! Calça jeans já seria sufocante. Mas, não, realmente, perna de fora é coisa de "mulher da vida".
ResponderExcluirO engraçado eh que, quando saio com meu namorado, ninguem sequer olha.
Ontem mesmo estava na rua e ouvi várias barbaridades. Tem hora que nao aguento. Um deles falou "nossa senhora, hein gatona, seilaoquê". Na hora eu virei e disse "Nossa Senhora deve estar com vontade de cuspir na sua cara, isso sim".
Um pouco mais pra baixo, na mesma rua (de casa), um imbecil começa a falar várias. Estava ele e um outro homem. Eu parei, me virei, olhei bem pra eles e soltei uma que uma amiga me ensinou: "Que horas são, por favor?" Eles ficaram bem nervosos só pelo fato de eu ter olhado na cara deles. Antes mesmo de o cara responder, eu disse "Sabe o que eu acho? Que é hora de vocês tomarem vergonha na cara, isso sim". Eles não tiveram reação.
Ah, uma outra vez um velho ficava me encarando no mercado sempre que passava por mim. Na 5a vez, olhei bem pra ele com uma cara de tresloucada, de insana mesmo, e fiquei encarando. Ele ficou hiper nervoso, na hora nao sabia onde se esconder, até balbuciou algo como "desculpe" e nao olhou mais.
Ou seja, cheguei à conclusão que não vou tolerar mais, nao vou ignorar mais. Qual-quer um que me falar um A na rua vai ouvir. Que eu fique com fama de barraqueira, nao me importo. Ouvir "delícia" e coisas piores na rua não é elogio, é humilhante, e a gente se sente um lixo, não uma 'princesa'.
Oi, Lola.
ResponderExcluirNem te conheço, é o primeiro post que li seu, linkado num twitter aí.
Achei tudo legal e bem escrito, aliás. ;D
Sobre a parte do generalizando, só queria comentar que a minha reação é exatamente a que você falou, e que eu acho um grande problema que as mulheres fiquem a) falando sozinhas, como num grupo de auto-ajuda mais ou menos patético e b) pedindo coisas aos homens logo depois de generalizar e dizer que a generalização deve estar correta.
Eu sou homem, que nem todos esses caras, e saio na rua me cagando de medo porque sou assaltado zilhões de vezes (eu sou magrelo e fracote, isso deve ajudar a me tornar alvo), me roubam dinheiro, compras, e eu já apanhei umas vezes. Me sinto bastante impotente quando tô na rua, em quase qualquer lugar.
Seria legal (?) se fossem sempre só homens ou mulheres ou pagodeiros ou negros ou pessoas descalças ou sei lá, daí eu poderia também juntar num grupo como vocês feministas conseguem fazer e daí a reclamação seria mais fácil e agressiva. Mas não é, né? Não é um grupo ou camada na sociedade, é um grupo que está em todos os grupos e camadas, escondidos. São criminosos.
Tarados e estupradores são criminosos. São alguns dos homens e estão entre os homens. Mas não é só porque não têm mulheres nesse grupo que todos os homens devem pagar por isso. Uma coisa é sentir medo na rua quando passar um homem, assim como eu sinto. É irracional, mas é justificável já que a gente cria uma estatística pessoal das coisas. Outra é escrever um texto num blog, no conforto da casa ou coisa assim, defendendo como ideologia, como se fosse certo sentir esse medo. Defendendo que sim, a maioria dos homens são esses criminosos.
Enfim, a crítica é que é meio covarde da sua parte não querer participar do processo de identificação desses criminosos, mas só, por conveniência, jogar a culpa nos homens como um todo. A problemática toda dessa situação está aqui, afinal.
Abraços, e sinto muito por tudo isso.
Mulherada, só uma dica: no caso de homens que molestam as mulheres sentadas nos ônibus, a reação tem que ser imediata (seja reclamar em voz alta ou pelo menos olhar com uma cara bem feia no fundo dos olhos do maníaco).
ResponderExcluirSe você ficar paralisada, petrificada, congelada com as "carícias" do tarado, acredite: o imbecil vai achar que você está gostando.
Quanto aos professores enxeridos dando em cima das alunas, era algo que me revoltava demais na época do ensino médio. E muito ruim tanto para as meninas como para os meninos que, nas busca pela aceitação por parte das meninas acabavam tendo que competir até com o professor! Pode isso?!
Eu gostaria muito que nestes casos as meninas não dessem tanta trela pra professor enxerido. O certo seria que ABSOLUTAMENTE NENHUMA desse margem pra intimidades por parte do professor. Mas vejo que muitas até acabam se aproveitando da situação pra se dar bem na matéria.
Sempre tem aquela que dá confiança demais pra professor, sempre tem aquela que se anima com assédios de homens com idade pra ser seu pai ou avô, sempre tem aquela que dá confiança pra homens casados. Isso é revoltante pros dois lados.
O problema é que só algumas mulheres é que tem consciência de que não se deve permitir certos abusos. Se todas tivessem a mesma consciência, essas situações que eu citei não existiriam.
Claro que todos os homens também deveriam ter essa consciência. Mas enquanto os abusadores como os que eu citei (professores, homens casados, homens mais velhos) toparem com mulheres que consintam com seus abusos, quem irá convencê-los de que o que fazem é errado?
Se pode rolar um sentimento verdadeiro entre um professor e uma aluna, um romance de verdade? Não sei se acredito. Mas acho engraçado que coisa parecida não aconteça entre professorA e alunO.
"Mas não é só porque não têm mulheres nesse grupo que todos os homens devem pagar por isso."
ResponderExcluirEngraçado que até agora, as mulheres estão contando como todas as mulheres pagam por isso.
Com o que os homens estão pagando? Pedir pra eles pararem de gracinha conosco e pedir pra eles não se omitirem ao presenciar uma dessas grosserias é pedir demais, é fazê-los pagar por alguma coisa? Ah tadinhos!
Homens que soltam "GOSTOSA!" a mulheres em plena rua e acreditam que é só uma brincadeira achariam graça de serem assediados em público por gays gritando "TESÃO!"?
ResponderExcluirLegal sua postura em relação às pessoas Fabio. Conheço um amigo que é o oposto: ele sempre tem o pé atrás em relação a qualquer pessoa nova, até conhecer direito. Ele mesmo me disse que não ia com minha cara até me conhecer bem. Eu já prefiro ser neutro, nem otimista nem pessimista com relação a ninguém.
ResponderExcluirMas no caso das mulheres e das histórias de horror temos que entender que se trata de uma condição social muito triste que as coloca sempre como "caça", é como um coelho correndo na floresta esperando pra ser atacado, eu teria muito medo se estivesse em situação semelhante. E cabe a todos nós (homens e mulheres) tomarmos as atitudes que estão ao nosso alcance pra melhorar isso.
Fico imaginando como vai ser isso em 2014 e 2016, quando o país se encher de turistas.
ResponderExcluirAs turistas também vão ouvir grosserias na rua ou esses caras vão poupá-las por elas virem de países "civilizados" (afinal, o Brasil "não presta", mas isso não tem nada a ver com eles) e por terem medo de que isso pegue mal para a imagem do país lá fora?
^
ResponderExcluirAcho mais os homens aprenderem a xingar em inglês, do que eles respeitarem só por serem estrangeiras.
Jéssica
"Do tema "o primeiro tarado a gente nunca esquece": Eu tinha 12 anos, auto-estima baixa e não sei por que, considerava "cantadas" um elogio, acho que foi minha mãe que me deu a entender isso, e também o fato de eu nunca ter recebido uma."
Isso também já aconteceu comigo. Mas parou depois que um engraçadinho me enconxou no ônibus na frente de uma amiga minha e nós duas ficamos sem reação. Eu morri de vergonha. Talvez se ela não estivesse ali.
Acho que o grande problema é que homens NUNCA irão saber o que é conviver com um estuprador em potencial do seu lado. Um homem quando sai a noite e encontra outro fica, no máximo, com medo de ser assaltado e morto. Jé uma mulher corre o risco de ser assaltada e estuprada para só depois ser morta. Além de que, se ela sobreviver ou não, o estupro é sempre uma situação humilhante e ninguém quer sua família saiba que isso lhe aconteceu. Mas nenhum homem nunca vai saber o que é isso, pois são homens e não mulheres.
Ninguém aqui está pregando o ódio aos homens, mas é justo de depois de tantos traumas uma mulher se sinta ameaçada apenas com o um "oi" malicioso, pois apenas essa palavra pode significar "te estuprarei na primeira oportunidade".
É verdade que tem mulher molestadora.
ResponderExcluirMas são raras, caso de jornal, de acontecer com amigo de amigo.
Isso aí, de mulheres molestadas acontece com uns 70~90% das mulheres! Gente, acorda, tem MUITO homem fazendo isso. Com certeza nossos AMIGOS fizeram, nossos irmãos, nossos primos. São pessoas proximas, e são muitas pessoas.
Como disse a Marjorie,
ResponderExcluir"Em vez de ensinar as mulheres a não andarem sozinhas à noite, a não beberem, a não usarem roupas curtas e a não abandonarem suas bebidas na mesa... Que tal ensinar os homens a não estuprar? Afinal, os responsáveis são eles, uai. Não as vítimas."
Gente, não funciona como pesquisa, obviamente, já que não segui métodos de pesquisa acadêmica.
ResponderExcluirÉ puramente empírico, tá?!
Menos de 10% dos homens com que convivo hoje nunca mexeram com uma mulher na rua ou em outros espaços (que não são próprios para a paquera, como reuniões específicas para isso).
E falo 10% porque muitos eu nunca vi nesse tipo de interação. Do resto, já vi, já ouvi, já presenciei, já soube de histórias, ainda que seja apenas (apenas?) aquele olhar "quero tirar tua roupa" e que segue as mulheres enquanto elas passam na rua.
Moro hoje em uma cidade cheia de mulheres lindas segundo o padrão da mídia. Então imaginem só as barbaridades que já vi e ouvi (não comigo, mas com as alunas - jovens de 13 a 18 anos).
E depois ainda não querem que a gente generalize. Quando tudo o que vemos é homem fazendo isso o tempo todo, é normal acharmos que qualquer um PODE ser assim.
p.s.: e pode ser que alguém ainda venha dizer que só estou reclamando porque não é comigo. Valha-me!
Adorei o comentário do Escravo Roger!!
ResponderExcluirFabio, vou reprisar um comentário imbecil que fizeram noutra postada,mas adaptado à situaão feminina: "se vc não é o tipo de homem que estupra,mata,fala grosserias,então pq não pendura uma placa no pescoço dizendo isso, pq nós mulheres não podemos adivinhar!"rsrsrsrs
Ah, sim...agora entendi seu posicionamento,Fabio,não tinha lido tudo. ok.
ResponderExcluirBom,a verdade é essa mesmo que disseram mais acima: NINGUÉM nos ensina a reagir, a nos defender desse tipo de coisa. Parece que nossos pais são completamente alienados e acham que isso é raro, só acontece com o vizinho. E analisando as histórias, a gente pode perceber que a época em que isso mais ocorre com as mulheres é exatamente quando elas AINDA não são mulheres formadas, fortes pra se defenderem. São ainda muito jovens 12-15 anos...Aí a gt percebe que pedofilia é o que mais tem por aí,né gente. Eu com certeza vou ensinar pra minha filha,qdo tiver uma, assim que ela começar a ter uma noção do que é atração sexual, vou ensiná-la a diferenciar estupro/abuso de amor e toque com consetimento. Não vou criar a filha pra ser vítima,mas sim guerreira,forte desde criança.
Alienação e desinformação é a pior coisa que pode haver na vida de um ser humano.
Pios é..eles não respeitam mesmo. Outro dia tava andando com meu pai na rua e ele ficou chocado pq um cara não parava de me olhar. Ele queria ir tirar satisfação e eu banquei a "deixa disso". Depois a gente veio conversando e eu comentei com ele "É, pai...vcs homens deviam passar um dia na pele de uma mulher pra ver as merdas que a gente aguenta..."
ResponderExcluirLembrei de outra : quando minha irmã era adolescente e tava em um ônibus um cara sentou ao lado dela e começou a se masturbar..minha irmã pulou na hora e gritou " Tarado!Tarado!" e o cara saiu na hora do ônibus..é o que acontece quando eles são confrontados, eles morrem de vergonha e saem de fininho...
Lola... gostei daquela que levantou e falou. Até os outros tarados presentes sentiriam vergonha pelo cara. Mas convenhamos... ir ao cinema e voltar à meia noite sozinha em SP é pedir pra ser atacada. Já vi uns caras rodeando ridicularmente mulheres em festas e as antas (mulheres) só se desviando. Porra! Dá bronca que o cara sai de fininho. Eu é que não vou me meter!!!
ResponderExcluirAcho que toda mulher tem história de tarado né?
ResponderExcluirVou ser breve:
- Já fui parada na rua por um cara dentro do carro que estava se masturbando.
- Estava ido pro trabalho, 7:50 da manhã, e um cara sai de trás de um muro com o pinto na mão pro meu lado.
- Estava no ônibus, quando senti q o cara do meu lado estava passando a mão no meu braço. Acordei meio abobalhada mas não tive reação, apenas segui o resto da viagem acordada. Também me culpo por não ter tido nenhuma reação maior. acho que na hora a gente fica tão passada q não sabe oq fazer né?
Depois disso eu sempre FAÇO QUESTÃO de comprar os dois lugares no onibus. Prefiro pagar mais caro e viajar sossegada.
É por estas e outras que não quero ter filhos. Desgosto deste mundo...
Já passaram a mão em mim no metrô na época que eu estudava no centro e pegava o metrô lotado todas as manhãs. Não soube reagir, girei, empurrando as pessoas em volta mas não sabia direito quem tinha feito. Apesar disso sou contra o vagão das mulheres, acho uma atitude machista. Machista sim, porque se esconder não é a solução, reagir sim. As mulheres não devem ter que se esconder para serem respeitadas. Andar na multidão não pode ser punido com abuso sexual. É como dizer que uma garota estuprada tem uma parcela de culpa por estar usando saia. como se ela tivesse pedido por isso.
ResponderExcluirEu só consigo imaginar por quantos aborrecimentos dessa natureza as mulheres passam na vida. Em uma viagem de ônibus Brasília-São Paulo, em 2001 (eu devia ter uns 19-20 anos), sentei ao lado de um cara que, à noite, achando que eu estivesse dormindo, mexeu no zíper da minha calça.
ResponderExcluirA diferença é que eu sou homem e, ao levar um safanão na mão e um olhar de "Que porra é essa, maluco? Quer apanhar?", ele parou. Mulher tem menos chance de usar o recurso da violência física. Eu fui capaz de me defender e ainda assim me senti mal com a situação toda, não havia razão nenhuma pra ter passado por aquilo e um cretino daqueles merecia ter tido a mão amputada, na verdade. Não consigo imaginar a profundidade do terror que uma mulher sente num momento desses e é uma pena que exista tanto homem escroto no mundo.
Aos 13 ou 14 anos,7:15 da manhã, quase no portão da escola (mais cara de Santa Catarina). De um carro estacionado vem um sussurro que chama minha atenção. Por reflexo, olho. E um homem se masturbando dispara 'uma chupada nessa bu@#$inha'. Chocada fui pra aula chorando. Não falei pra ninguém, não fiz nada. O tarado deve ter dito isso pra todas meninas indo pra aula.Só depois de adulta me dei conta que se eu fizesse um escândalo, chamasse o guarda talvez o cara fosse preso, ou pelo menos outras meninas poupadas. (Claro que daí se espalharia pela escola que eu tinha sido ' aquela do tarado').O pior é que me senti envergonhada, como se fosse culpa minha um predador doente me invadir assim. Q merda. Há anos disse pro meu marido que os homens nunca vão saber o que é ser mulher, o que é sentir medo. Nós temos aquele modus operandi 'sempre alerta' que eu chamo de 'Síndrome do Estupro Eminente'. E, apenas isso dentre tantas outras coisas, já é suficiente para nos obrigar a nos unirmos como gênero, a sermos feministas, a perceber que somos uma minoria sim. Me cansa muito o povo do deixa disso, e que revira os olhos dizendo ' ah, ela é feminista', como se isto fosse um tipo de doença psiquiátrica não catalogada pela medicina.Sou feminista pq preciso. Qd não precisar mais, terei prazer em não mais sê-lo.
ResponderExcluirLola: esse blog é tudo!
hoje andando na minha rua passou dois caras dentgro de um carro e um dos caras deu um tapa na minha bunda! eu fiquei com muito ódio e comecei a gritar na rua xingar de todos os nomes possiveis... o pior é que eu estava muito nervosa e nem pensei em pegar a placa do carro para processar aquele canalha! me sinto abusada...
ResponderExcluir