Momentos de emoção! Primeira vez que volto ao cinema após ver A Origem! Essa ausência se deve ao trabalho insano e também à falta de grandes atrações nas telonas. Mas muit@s leitor@s exigiram minha crítica sobre a produção mais polêmica da temporada, e aqui estou eu: a última pessoa a falar de Tropa de Elite 2.
Antes preciso tratar um tiquinho do filme de 2007, até pra lembrar dele. Vi o fenômeno no computador, pois eu vivia nos EUA quando todo mundo passou a falar do troço. E gostei muito. Tem um ritmo excelente, boas interpretações, diálogos que viraram moda. Mas nem por isso deixei de achar o tema fascista. Ele glorifica um grupo policial, o BOPE (Batalhão de Operações Especiais), tão incorruptível quanto justiceiro, que não tem problema algum em sair matando criminosos sem julgamento. E, numa cena chave, espanca um usuário de drogas da zona sul que vai à favela comprar maconha. Defender tortura e execuções sumárias e tirar sarro da defesa de direitos humanos são, sim, ideias fascistas, e perigosas. Mas é perfeitamente possível condenar a mensagem e gostar do mensageiro, não? Por exemplo, um dos clássicos do cinema que eu mais amo é Laranja Mecânica ― que me lembra Tropa porque alguns ex-membros da gangue do protagonista viram policiais (violentíssimos, lógico). Mas o tema de Laranja é pra lá de duvidoso.
Bom, certamente Tropa 2 é muito mais complexo que Tropa 1. Logo na primeira sequência eu já fiquei apreensiva com o tratamento que seria dado aos “intelectuaizinhos de esquerda”. Quem narra é o herói, Capitão Nascimento (Wagner Moura), que, após dez anos de trabalho árduo, continua comandando o BOPE. Diante de uma rebelião de presos em Bangu I, tudo que o capitão gostaria seria deixar que todos os presos se trucidassem entre si, ou autorizar a entrada de sua tropa pra dar sua ajudinha no genocídio. Mas ele reclama que não pode fazer isso por causa de Fraga (Irandhir Santos), um professor de História e ativista de direitos humanos. E a montagem vai intercalando a violência dentro do presídio com uma palestra de Fraga (em que ele faz uma conta absurda provando como, em 2080, todos os brasileiros estarão na cadeia) com a narração condenatória do capitão, que odeia tanto os bandidos quanto os ativistas que defendem direitos humanos para esses bandidos. A pessoa chamada para interceder e evitar que Bangu I se transforme num novo Carandiru é Fraga, e aí eu pensei: ihhh, o filme vai deixá-lo mais ridículo ainda ― ou ele vai se corromper ou se borrar de medo. E não, nada disso acontece. Pelo contrário: Fraga é corajoso, sabe negociar, entra na linha de fogo, recusa colete de balas, não titubeia um momento sequer. Quando tudo dá errado e um policial do BOPE atira no presidiário, Fraga dá entrevistas às redes de TV e faz uma pergunta importante: a gente quer uma polícia que tenha a caveira como símbolo? O capitão critica a exploração da camiseta em inglês do Human Rights Watch manchada de sangue, mas quer saber? É Fraga o herói do filme. Ele não vai embora. Ele se casou com a ex-mulher do capitão e agora cria seu filho. Até o final, não vai haver um só fato que o desabonará ― ele se elege deputado estadual, depois federal, chefia CPI, bate de frente com a corrupção, colabora com a imprensa, é ético e idealista (parece que o personagem foi baseado no deputado estadual pelo PSOL do Rio, Marcelo Freixo).
Enquanto isso, o capitão é apresentado como um homem amargurado, solitário, cheio de dúvidas, que na maior parte das vezes não sabe o que está acontecendo. O filme mostra o seu aprendizado. O seu adeus às ilusões. E, claro, não às ilusões da esquerda, personificadas por Fraga, mas às ilusões de direita. Depois do massacre em Bangu I, o capitão é aplaudido de pé ao entrar num restaurante de luxo, o que responde à pergunta sobre o tipo de polícia que queremos. Ele é promovido a subsecretário da segurança e tirado das ruas para servir à inteligência (espionagem). Com a sua força, o BOPE invade favelas e mata um monte de traficantes. E então, o Rio se transforma num paraíso? Não. O sistema é corrupto e tem a manha de se reinventar. Quem toma o poder nos morros é a milícia. Favelado deixa de ser explorado pelo traficante pra ser explorado por uma máfia composta de policiais e políticos. O capitão assiste a tudo, impotente.
E o vilão no filme pode ser o sistema, como repete um de seus dois heróis, o capitão. Mas o vilão também tem rosto, mais especificamente duas caras: o apresentador de programa sensacionalista que vira deputado, e o policial chefe da milícia. Pra mim, a cena mais apavorante é uma em que o poderoso chefão anda de revólver em punho, discursando e dançando, tudo segurando uma arma.
Tropa 2 tem um certo fascínio pela violência explícita, mas até aí, qual filme não tem? Um momento fascistóide que deve provocar grande prazer ao espectador é quando o capitão organiza uma blitz para parar um deputado, o arranca do carro e o espanca até nocauteá-lo. Vi a produção num cinema vazio, mas suponho que, num fim de semana, esta cena deve causar uivos na plateia. Ao mesmo tempo, o filme é até anticlimático por não punir certos personagens como gostaríamos. Não vemos diretamente o que ocorre com os vilões. Eles nem sofrem!
Tropa 2 é ótimo pra constatar qual a ideologia de cada um. Quem é de direita vai odiar Fraga porque odeia defensor de direitos humanos e, consequentemente, poderá detestar o filme que faz dele um herói. Um comentarista do tio Rei, que é quem melhor representa a direita no nosso país hoje, com suas ideias Tradição, Família e Propriedade, sem tirar nem por, disse que saiu do primeiro Tropa louco pra encontrar uma passeata pela paz pra dar porrada, mas desta vez se decepcionou (tio Rei detestou Tropa de Elite 2, e afirmou que o Capitão Nascimento só faltou se filiar ao PSOL). Normal: a direita acredita que a criminalidade é causada unicamente por escolhas individuais, não por problemas sociais, que bandido bom é bandido morto, que polícia deve atirar primeiro e perguntar depois, que vale tudo pra proteger a propriedade, e que maconheiro também merece apanhar, pra deixar de ser bicho-grilo com camiseta do Che. Isso tudo foi louvado em Tropa 1. Mas desapareceu de Tropa 2.
Como diz o slogan do filme, “o inimigo agora é outro”. São vocês, reaças.
Antes preciso tratar um tiquinho do filme de 2007, até pra lembrar dele. Vi o fenômeno no computador, pois eu vivia nos EUA quando todo mundo passou a falar do troço. E gostei muito. Tem um ritmo excelente, boas interpretações, diálogos que viraram moda. Mas nem por isso deixei de achar o tema fascista. Ele glorifica um grupo policial, o BOPE (Batalhão de Operações Especiais), tão incorruptível quanto justiceiro, que não tem problema algum em sair matando criminosos sem julgamento. E, numa cena chave, espanca um usuário de drogas da zona sul que vai à favela comprar maconha. Defender tortura e execuções sumárias e tirar sarro da defesa de direitos humanos são, sim, ideias fascistas, e perigosas. Mas é perfeitamente possível condenar a mensagem e gostar do mensageiro, não? Por exemplo, um dos clássicos do cinema que eu mais amo é Laranja Mecânica ― que me lembra Tropa porque alguns ex-membros da gangue do protagonista viram policiais (violentíssimos, lógico). Mas o tema de Laranja é pra lá de duvidoso.
Bom, certamente Tropa 2 é muito mais complexo que Tropa 1. Logo na primeira sequência eu já fiquei apreensiva com o tratamento que seria dado aos “intelectuaizinhos de esquerda”. Quem narra é o herói, Capitão Nascimento (Wagner Moura), que, após dez anos de trabalho árduo, continua comandando o BOPE. Diante de uma rebelião de presos em Bangu I, tudo que o capitão gostaria seria deixar que todos os presos se trucidassem entre si, ou autorizar a entrada de sua tropa pra dar sua ajudinha no genocídio. Mas ele reclama que não pode fazer isso por causa de Fraga (Irandhir Santos), um professor de História e ativista de direitos humanos. E a montagem vai intercalando a violência dentro do presídio com uma palestra de Fraga (em que ele faz uma conta absurda provando como, em 2080, todos os brasileiros estarão na cadeia) com a narração condenatória do capitão, que odeia tanto os bandidos quanto os ativistas que defendem direitos humanos para esses bandidos. A pessoa chamada para interceder e evitar que Bangu I se transforme num novo Carandiru é Fraga, e aí eu pensei: ihhh, o filme vai deixá-lo mais ridículo ainda ― ou ele vai se corromper ou se borrar de medo. E não, nada disso acontece. Pelo contrário: Fraga é corajoso, sabe negociar, entra na linha de fogo, recusa colete de balas, não titubeia um momento sequer. Quando tudo dá errado e um policial do BOPE atira no presidiário, Fraga dá entrevistas às redes de TV e faz uma pergunta importante: a gente quer uma polícia que tenha a caveira como símbolo? O capitão critica a exploração da camiseta em inglês do Human Rights Watch manchada de sangue, mas quer saber? É Fraga o herói do filme. Ele não vai embora. Ele se casou com a ex-mulher do capitão e agora cria seu filho. Até o final, não vai haver um só fato que o desabonará ― ele se elege deputado estadual, depois federal, chefia CPI, bate de frente com a corrupção, colabora com a imprensa, é ético e idealista (parece que o personagem foi baseado no deputado estadual pelo PSOL do Rio, Marcelo Freixo).
Enquanto isso, o capitão é apresentado como um homem amargurado, solitário, cheio de dúvidas, que na maior parte das vezes não sabe o que está acontecendo. O filme mostra o seu aprendizado. O seu adeus às ilusões. E, claro, não às ilusões da esquerda, personificadas por Fraga, mas às ilusões de direita. Depois do massacre em Bangu I, o capitão é aplaudido de pé ao entrar num restaurante de luxo, o que responde à pergunta sobre o tipo de polícia que queremos. Ele é promovido a subsecretário da segurança e tirado das ruas para servir à inteligência (espionagem). Com a sua força, o BOPE invade favelas e mata um monte de traficantes. E então, o Rio se transforma num paraíso? Não. O sistema é corrupto e tem a manha de se reinventar. Quem toma o poder nos morros é a milícia. Favelado deixa de ser explorado pelo traficante pra ser explorado por uma máfia composta de policiais e políticos. O capitão assiste a tudo, impotente.
E o vilão no filme pode ser o sistema, como repete um de seus dois heróis, o capitão. Mas o vilão também tem rosto, mais especificamente duas caras: o apresentador de programa sensacionalista que vira deputado, e o policial chefe da milícia. Pra mim, a cena mais apavorante é uma em que o poderoso chefão anda de revólver em punho, discursando e dançando, tudo segurando uma arma.
Tropa 2 tem um certo fascínio pela violência explícita, mas até aí, qual filme não tem? Um momento fascistóide que deve provocar grande prazer ao espectador é quando o capitão organiza uma blitz para parar um deputado, o arranca do carro e o espanca até nocauteá-lo. Vi a produção num cinema vazio, mas suponho que, num fim de semana, esta cena deve causar uivos na plateia. Ao mesmo tempo, o filme é até anticlimático por não punir certos personagens como gostaríamos. Não vemos diretamente o que ocorre com os vilões. Eles nem sofrem!
Tropa 2 é ótimo pra constatar qual a ideologia de cada um. Quem é de direita vai odiar Fraga porque odeia defensor de direitos humanos e, consequentemente, poderá detestar o filme que faz dele um herói. Um comentarista do tio Rei, que é quem melhor representa a direita no nosso país hoje, com suas ideias Tradição, Família e Propriedade, sem tirar nem por, disse que saiu do primeiro Tropa louco pra encontrar uma passeata pela paz pra dar porrada, mas desta vez se decepcionou (tio Rei detestou Tropa de Elite 2, e afirmou que o Capitão Nascimento só faltou se filiar ao PSOL). Normal: a direita acredita que a criminalidade é causada unicamente por escolhas individuais, não por problemas sociais, que bandido bom é bandido morto, que polícia deve atirar primeiro e perguntar depois, que vale tudo pra proteger a propriedade, e que maconheiro também merece apanhar, pra deixar de ser bicho-grilo com camiseta do Che. Isso tudo foi louvado em Tropa 1. Mas desapareceu de Tropa 2.
Como diz o slogan do filme, “o inimigo agora é outro”. São vocês, reaças.
Adorei seu texto, Lola. Ótima leitura do filme. Agora, muadando um pouco o foco, você percebeu as semelhanças entre o "Tropa de Elite 2" e "Os Infiltrados" do Martin Scorsese? tanto em temática, quanto em formato e até ideológicamente, eles são irmãos, e o plano final, dos dois filmes, torna isto ainda mais claro (aliás, há forte presença do estilo Scorsese de um modo geral)
ResponderExcluirQuanto ao tema abordado pelo filme... o Capitão Nascimento diz, em certo momento, que a polícia do RJ não deveria existir. Eu estudo polícia há quase 10 anos, é meu tema acadêmico e de trabalho. E, pelo que tenho visto, polícia não deveria existir. Em lugar algum. Ao menos do modo como existe. E um dos mais importantes estudiosos da área, conhecedor das organizações de polícia mais variadas, em grande parte do mundo, diz isto de forma bastante direta. A polícia não faz o que diz fazer, não se presta às funções que manifesta... enfim, é um tema complexo.
abraços
Podemos resumir assim:
ResponderExcluirEm TROPA 1 saímos do cinema com uma vontade louca de matar bandidos. E de dar lição de moral em maconheiro que acha que a diversão dele não tem nada a ver com o problema do tráfico.
Em TROPA 2, somos nós quem levamos um tapa na cara. Nós, eleitores, que achamos que não temos nada a ver com a corrupção e com tudo de nojento que impera no mundo político. Saí do filme com vontade de conscientizar as pessoas; de suplicar para que todos valorizem o próprio voto.
--
No fim das contas, Nascimento e Fraga estiveram lutando pela mesma coisa, apenas usando armas diferentes.
-- E quanto ao inimigo, Lola, não são necessariamente os reaças, como você gosta de colocar. Pq tecnicamente, Nascimento é um reaça. E ele é também é incorruptível. E ele também quer acabar com as mesmas coisas que o Fraga.
O inimigo é o sistema. O sistema podre que temos aí. E que é alimentado por quem? por nós. Em último caso, somos nós os inimigos. E os únicos que podemos nos tornar heróis.
Olha, me animei a ver o filme, não estava nos meus planos.
ResponderExcluirQuanto a Laranja Mecânica eu também adoro assim como todos os filmes do Kubrick que pude ver.
Abraço
Bom rever uma cronica de cinema.
ResponderExcluirQuando ouvi falar da sequencia achei que era desnecessario e que seria só um caça niqueis.
Mas tava muito enganado.
Esse filme não é só necessaro,ele é complementar.
Mostrando o quanto a violencia é um problema complexo que não pode ser enfrentado apenas a moda hollyudiana.
Eu considero a policia uma instituição necessaria, mas que precisa passar por muitas mudanças p/ realmente cumprir oq esperamos dela.
Como sempre, belo post. Se desfaz ao longo filme a impressão que queira passar uma idéia facista. Também tive esta apreensão de que iriam esculachar os "intelectuaizinhos de esquerda", mas o que se viu foi apontar os reacionários.
ResponderExcluirSó pra enfatizar: tropa de elite, especialmente o 2, é o melhor filme brasileiro que já tive o prazer de assistir. Aliás, um dos melhores filmes que já vi. É tão nosso, né?
ResponderExcluirE as atuações de Wagner Moura podem - sem exagero - serem comparadas ao mestre da atuação, All Pacino, o melhor cara que ja vi atuar. Quem não acredita que ele é cego, em perfume de mulher?
Concordo com tuudoo o que Mariana disse,falou bonito!!
ResponderExcluirCoincidência, fui ver o Tropa de Elite 2 ontem com o namorado (tentamos antes, mas as sessões sempre estavam esgotadas) e até então estava evitando ler qualquer crítica pra não correr o risco de tomar spoiler.
ResponderExcluirEu concordo que o primeiro filme tem uma mensagem facista, por mais que a gente saiba que é o pensamento do Capitão Nascimento ali (porque é ele narrando tudo em primeira pessoa). Algumas linhas de raciocínio ali são simplórias. Por isso quando anunciaram o segundo e disseram que o Nascimento estaria na Secretaria de Segurança Pública, já me animei, porque imaginei que dali sairia um complemento mais que necessário.
o filme é um soco no estômago mesmo, difícil de digerir, deixa a gente pensando um tempão. Sobre as cenas violentas (essa que você citou e a repetição da tortura do saco), a princípio achei q estavam ali pra agradar quem gostou do lado violento do primeiro filme, mas acho que elas se encaixam bem no roteiro. São um tico desnecessárias, mas fazem sentido.
sem ser pessimista, anti nacionalista, e enxergando a realidade desses "brasis" e "brasilias" que existem, nao vejo tropa de elite 2 como filme de violencia explicita, vejo o como impactante para as pessoas que nao convivem diariamente com meninos cheirando coca, com policiais dando "bacu" e espancando-os.Faça uma visitinha a Ceilândia uma das cidades satélites de Brasilia e comece a perceber o paradoxo entre a beleza arquitetônica da capital da esperança, e a periferia dela. Ceilandia os jornais nao mostram pro país, invasões, barracos, moradores de rua nao estao do lado do congresso para nao atrapalhar o cenário.TROPA DE ELITE 3, aguardo ansiosamente. E dessa vez que o mundo saiba das mazelas brasilienses, e enxergue os "invisíveis sociais" que habita a capital! Que entenda que em Brasilia há guerra entre guangues assim como no RJ, e que os cajes estao lotados de crianças encarceradas sem nenhuma perspectiva de vida em conflito constante entre eles mesmo.Essa Brasilia turista nao conhece e torço que o próximo filme exiba-a pro mundo.
ResponderExcluirabraços afetuosos.
Concordo com a Mariana.
ResponderExcluirTropa de Elite perderia metade da força se não fosse a hiper-atuação do Moura.
Seja com aquela furia mortal do primeiro filme, seja com a constante impotencia desse novo.
O cara merece todos os aplausos.
Opa, tô virando fã desse blog =) Não gostei do Tropa 1 mas agora, confesso que até deu uma vontadinha de assistir Tropa 2... rs
ResponderExcluirLola, o filme até pode ter as melhores das intenções, mas peca em certos pontos, como os que você mostrou. Não vi o filme, por motivos óbvios, você sabe. E no mais, duvido que o pessoal de direita se identifique de fato, porque não é do interesse delas ir ver filme pra questionar seus valores. Devem até adorar, na verdade. As pessoas assistem as obras, adoram, veneram, endeusam mas não captam as mensagens. Vide Vale Tudo, Roque Santeiro, etc. Será que o povo de fato captou o que essas histórias tentam nos dizer? Será que parou pra se questionar e reavaliar seus valores e o mundo ao seu redor? Muitas vezes ainda entendem errado.
ResponderExcluirSó as pessoas "chatas" (críticas e politizadas, sejam elas de direita ou esquerda) que de fato sabem pescar dentro desse mar os peixes e separá-los, porque na verdade o grande público quer mais é ver carro explodindo, tiros, sangue, gente apanhando, e quando o herói dessa massa (que normalmente é o ogro mais uga-uga possível) desce o cacete, aí a catarse é geral. E foda-se a mensagem, o sangue tá escorrendo, olha lá! E quando um filme se torna mais atrativo pela carnificina do que pelo que tem a dizer, eu realmente me questiono se esse é o mensageiro ideal.
Foi o Governador que foi espancado, não? Atenção especial ao Secretário de Segurança Pública, praticamente o Marcelo Itagiba.
ResponderExcluir"Defender tortura e execuções sumárias e tirar sarro da defesa de direitos humanos são, sim, ideias fascistas,..."
ResponderExcluirDeixa eu ver se entendi:
Os governos de Fidel Castro, da China Comunista e durante muitos anos na antiga URSS são todos facistas?
ALguém aqui tem a ilusão que governos totalitários de esquerda defendem os direitos humanos? Que Che defendia os direitos humanos?
Ao que parece por estas postagens, tem-se a ilusão que as idéias de esquerda encerram toda a virtude e moral. Que as idéias de direitas são para pessoas más e inescrupulosas.
Já vi ser negado, inclusive, em postagens anteriores, que quem é de direita não é idealista. Que este "mérito" é exclusivo de quem é de esquerda.
Uma coisa é defender uma idéia, outra é acreditar que os de esquerda são os mais virtuosos possível.
E que o Fraga fosse visto como um covarde e pusilânime? O filme seria automaticamente ruim por isso?
Um filme só é bom quando mostra que os facistas de direita são viciosos e maus e os idealistas de esquerda são pessoas de bem e virtuosas?
Lola, parabéns...voce sintetizou tudo que eu pensei mas não tive a sua maestria na escrita...
ResponderExcluirO Tropa 2 foi uma propagando ultra indireta da esquerda humanista, contra galera direitista tradicional...Acho até que o diretor Padilha, preferiu pedir pra tirar o nome dele do apoio a Dilma, para que o ideal do filme não ficasse tão explícito e mais pessoas quisessem assistir, inclusive os reaças, que são os principais afetados...
Abraço e parabéns pelo ótimo blog que acompanho desde o outubro!
Olha Lola, quando eu vi o Tropa 1, eu confesso que fiquei meio desanimado. A visão promovida no primeiro filme é mais do que clichê entre as pessoas aqui no Rio. Eu não gosto de ser extremista, para nenhum dos lados, minha tendencia é mais para a esquerda, por isso sempre fui contra essa visão batida sobre a violencia no estado do Rio. O Tropa 2 foi a justificativa de tudo que parecia errado no Tropa 1, eu realmente não sei como eles conseguiram publicar um filme que joga na cara a corrupção de muita altoridade do RJ (Wagner Montes que o diga, hahahaha). É um filme corajoso, esclarecedor, de qualidade e muito necessário contra o condicionamento ideológico a que a massa carioca está exposta. Gostei sim, e muito... Disse por mim muita coisa que estava entalada na minha garganta (agora eu tenho argumentos para esclarecer às pessoas pq eu odeio o "Balanço Geral) kkkkk)
ResponderExcluirQuanto a esse comentário: "Tropa 2 tem um certo fascínio pela violência explícita, mas até aí, qual filme não tem?" pra mim a violencia explicita é só para chamar mais atenção para o assunto que mais interessa...
E sobre "Laranja Mecânica", o fime é simplesmente fantástico, mas confesso que eu ainda não entendi ao certo se é uma crítica ou elogio à PNL...kkkkk
Até o próximo, Lola
Quando vi esse filme, saí muito feliz (orgulhosa pela qualidade da produção, do roteiro, enfim), mas também muito triste, impactada com o crescimento das milícias. Em 2006 quando trabalhava numa área dessas no Rio, eu já ouvia meus pacientes falarem dessa prática absurda e das diferenças com as comunidades dominadas pelo tráfico. Por exemplo, nas comunidades com milícias, as mulheres podiam apanhar dos maridos que ninguém se metia enquanto que os traficantes puniam os agressores domésticos com medo de que isso chamasse atenção dos policiais. Também há o fato dos traficantes terem uma ligação relativamente afetiva com a comunidade (por terem crescido nela). Mas, é lógico que nem um grupo nem outro deveriam ocupar o lugar do Estado. São dois tipos de violência absurda. As milícias não podem substituir o tráfico, essaA subsituição do tráfico pelas milícias nunca será a solução! É triste ver em alguns meios essa prática abusiva ser defendida. O filme é primoroso em denunciar mais um escândalo cotidiano do Rio de Janeiro, e me fez conhecer melhor o trabalho do deputado Marcelo Freixo e da CPI das Milícias.
ResponderExcluirOBSERVAÇÕES DE UM REAÇA CONFESSO
ResponderExcluirEu, um reaça confesso, idealista, sim, pois isso não é exclusivo dos esquerdistas, fiquei muito curioso em saber em que nós, os reaças, somos afetados. Por isso, assistirei ao filme.
Pena que, quando isto acontecer, este tópico já será antigo e ninguém mais se dará ao trabalho de lê-lo.
Fico pensando para que tanto ódio dos que pensam diferente.
Para que tanta agressão.
Como se alguém que tem ideais de direita fosse mau, perverso e não tivesse escrúpulos.
Como se só quem fosse de esquerda fosse inteligente e humanitário.
Num post antigo, foi falado que um cidadão chamado Althusser (não sei se assim se escreve) era um filósofo medíocre. Mas estas afirmações vieram depois que se soube que ele tinha matado a própria mulher. AHHHH, tá explicado, com ele era socialista, e socialista que se preze não tem defeitos, como pode um filósofo socialista ter matado a mulher? Solução: seu nome não deve ser pronunciado, para não "sujar" o socialismo, e vamos dizer que ele era medíocre, pois aceitar que ele era brilhante, nunca. Socialista não comete crimes, a não ser por seus ideais.
Matar, só se for para derrubar um governo de direita.
Aí sim... quem mata em nome da esquerda é herói, é lutador da liberdade.
Os conceitos são bem antagônicos.
O preconceito com quem pensa diferente é tão patente nos esquerditas, e isso é visto como coisa tão normal, que eles mesmo não se consideram preconceituosos.
Mas isso não os impede de atirar para todos os lados suas farpas de acusações, tão absurdas.
Absurdas porque os governos de esquerda, os socialistas e ainda mais os comunistas, não respeitam a liberdade individual.
São corruptos também.
Quer saber quem gosta mais de dinheiro que um capitalista? Observe um comunista no poder.
Quando a cortina de ferro caiu, observou-se que a antiga URSS era cravejada de corrupção. Que o povo passava fome, enquanto os governantes tinham mansões com torneiras de ouro.
Como são infantis e nefelibatas os esquerdistas.
Pelo menos nós, da direita, temos noção de nossas mazelas. E não, elas não nos agradam, tanto que a profissão "assistente social", foi criada por nós, de direita. Pesquisem só...
Nós não vivemos na ilusão de que nosso sistema é perfeito. Mas achamos sim, que é o mais justo, que a meritocracia deve ser valorizada e etc.
Sabemos que nem todos têm oportunidades iguais.
Mas não é modificando o sistema para socialista que estas desigualdades sumirão.
O Capitalismo é vicioso porque as pessoas o são.
Mude-se para qualquer outro sistema que a corrupção continuará.
As pessoas são corruptas. Sistema nenhum midificará o íntimo das pessoas nem seu caráter.
Aqueles que se adiantam em dizer que os reaças, bode expiatório para os esquerdistas, são os culpados de tudo, assemelhan-se ao governo dos EUA que, no passado, perseguia os comunistas sob a mesma alegação.
Abram os olhos e procurem ser mais sensatos.
oi, lola. apenas uma impressão diferente que tive da cena do primeiro filme, a da passeata. a personagem do policial, que até antes de entrar pro bope era um sujeito compreensivo e idealista, se revolta pela morte de um amigo e agride o rapaz que entregou o amigo dele, pensando que seria ele próprio. então, ainda raivoso, ele se volta para as demais pessoas, xingando. acho que o valor dessa cena é mostrar como a raiva e a revolta de uma pessoa levam à manutenção da máquina de violência; o rapaz abandona de vez os ideais e se torna o bicho papão que o capitão nascimento queria criar no outro, que morreu. apesar de terem feito dessa cena um exemplo do que fazer com passeatas, é isso que eu consigo extrair dela (isso hoje, porque na época eu não tinha MESMO como tirar essa conclusão dela)
ResponderExcluiro que eu quis dizer é que eu acho que o primeiro filme teve a intenção de mostrar a perspectiva de um policial, com seus julgamentos e suas orientações violentas. o problema foi que o público geral reagiu como se aquilo fosse uma defesa da atitude da polícia, um ode à brutalidade
ResponderExcluirMaconheiros e drogados em geral são sim, criminosos, pois financiam o crime.
ResponderExcluirSó existe tráfico de drogas ilegais porque existe quem as consome.
Muito se diz que a pirataria de DVDs financia o tráfico.
Quem financia mesmo é quem consome drogas ilícitas.
--
A criminalidade é agravada por problemas sociais, mas não é sua origem.
Se assim fosse, todo pobre seria bandido e não existiria criminoso rico.
Como vemos criminosos ricos e pobres que não são bandidos, não há uma relação de causa e efeito entre pobresa e criminalidade.
Quem é criminoso é porque tem propensão ao crime.
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Tenho ciência de que os direitos humanos devem ser respeitados, pois a lógica assim mo diz.
COnfesso entretanto, que fica difícil levantar a bandeira dos direitos humanos para defender o bandido que matou e estuprou (às vezes nessa ordem) alguém de sua família.
Se todos os que defendem os direitos humanos passarem por isso e continuarem a defender os direitos humanos, aí realmente eu ficaria balançado.
Mas a impressão que eu tenho é que os defensores de direitos humanos para bandidos nunca tiveram que passar por uma situação de violência EXTREMA E TRAUMÁTICA.
São pessoas que enxergam o mundo com óculos cor de rosa.
Mauricio, acho que voce tá confundindo as coisas. Seja mais sensato. Quem derruba governos violentamente normalmente é a direita. Vide o Golpe de 64. Claro que totalitarismo, seja de qual lado for, é ruim. É preciso democracia, em qualquer que seja o governo. Vários governos de esquerda foram absolutistas, assim como vários de direita, e que ainda existem, vide o Oriente Médio. Mas totalitarismos, seja de que ideologia for, pecam por sufocar o povo, por cercear a liberdade. E nisso, até agora, não vi ninguém aqui defender. E é um grito frequente da direita dizer que governos de esquerda sao autoritários, citando a China, URSS, etc., mas se esquecem que a ditadura no Brasil foi de direita, e quem lutou pra combatê-la, hoje está na esquerda, salvo poucas exceções. Enquanto isso a elite (vulgo, a direita) fechava os olhos, fingia que nada acontecia, e ainda bradava: comunistas! Como se lutar por liberdade fosse sinônimo de comunismo. E hoje temos um governo de esquerda, que nem por isso os meios de comunicação deixam de criticá-lo diariamente. Isso soa a autoritarismo e falta de liberdade pra vc? Tenho certeza que a sua vida não deve ter mudado grandes coisas de um governo para o outro, mas a da populacao que realmente precisa do governo, que a direita sempre desprezou e perpetuou casa grande e senzala pelo longo tempo que passou nos governando, está mudando.
ResponderExcluirPS: Sua conivência com a corrupção é edificante. Comovente.
Vitor Ferreira,
ResponderExcluirPor favor, não me leve a mal.
Não sou conivente com a corrupção, não precisa ser sarcástico comigo.
Entendo que o governo de esquerda vê mais o lado do pobre.
Não é à toa que, malgrado minhas ideologias, votei no Lula e só não votei na Dilma porque estava impossibilitado de sair de casa.
Eu não disse que TODOS OS GOVERNOS DE ESQUERDA CERCEAM A LIBERDADE.
O que eu disse foi justamente o que você disse:
O totalitarismo é prejudicial.
Seja de que lado for.
Não vi ninguém aqui falar bem de regime totalitarista, mas vi muito esquerdista achar o Fidel Castro um herói, assim como Che.
Ambos assassinos.
O que eu disse é que as coisas não são preto no branco como pregam alguns.
Direita: reaça, mau caráter, culpados por todas as mazelas do mundo, sem coração, ignorantes.
Esquerda: idealistas, lutadores por um mundo melhor, sem defeitos, inteligentes, virtuosos, humanitários.
Basicamente é o que de lê.
Eu só quis dar o contra ponto, o reverso da moeda, o pensamento contrário.
Acho que o governo do Lula fez o que os governos de direita pregavam mas não conseguiram: elevar o Brasil no cenário mundial.
Se lembra que o FHC queria o salário mínimo de 100 dólares? Se lembra que ele persaguiu isso e não conseguiu? Quantos dólares é hoje o salário mínimo?
Não voto em um candidato por sua ideologia, mas pelos resultados. Pelo mérito (meritocracia) alcançado.
Acho que você entendeu mal minhas palavras.
Não houve falta de sensatez. Não acho que fui insensato, como você diz.
Mas, se me presto a escrever o que penso em um espaço público, tenho também que estar propenso a ler as críticas a estes mesmos comentários.
Aceito as suas, mas não concordo com elas.
A questão que o Maurício tá tentando colocar aqui - de um jeito exagerado e um pouco torto, na minha opinião - é criticar esse maniqueísmo da Lola; 'direita bom; esquerda ruim'.
ResponderExcluirIsso me incomoda um pouco também; as coisas não são tão simples assim.
Mauricio, mas o seu posicionamento só foi mais claro depois de confrontado, porque na sua primeira mensagem você soou tão intolerante quanto diz que o público desde blog seja. Quis bater de frente e jogar na cara do povo como a sua ideologia é melhor, até provar do mesmo veneno. Agora você fez um comparativo interessante agora: governo Lula fez o que o governo de direita queria fazer e não conseguiu. Por que não deu certo pro governo de direita? Porque ele governa pra poucos. Ao contrário do que o ditado diz, querer não é poder. Querer só é poder se você agir pelos meios corretos. E no meu ponto de vista, a esquerda tem os meios mais corretos de se chegar ao objetivo (normalmente) comum que ambos os lados tem, que é desenvolver o país.
ResponderExcluirEu tenho um texto de um cara que eu não considero muito o que ele fala, e que os de esquerda abominam.
ResponderExcluirPorém, um texto dele me fez pensar.
Vamos desconsiderar que ele quem escreveu, e vamos analisar só o que está escrito?
Digo isto porque só de saber quem escreveu, a leitura já será feita com pé atrás.
Minha proposta é que leiam com isensão:
"No último dia do Festival de Cinema de Veneza, apareceu nossa maior estrela internacional, o líder do PT, Lula, convidado pela prefeitura da cidade para participar de um debate sobre os direitos humanos na América Latina, juntamente com frei Betto e a guatemalteca Rigoberta Menchú, prêmio Nobel da Paz de 1992.
(...)
O pretexto para o debate era um documentário do americano Peter Tompkins sobre a guerra civil na Guatemala. O documentário era perfeitamente factual, contando a história guatemalteca e as sucessivas ditaduras militares apoiadas pelos Estados Unidos, que causaram o extermínio de 200.000 camponeses de origem maia.
(...)
A primeira oradora do debate, depois que assistiu a essas cenas hediondas, foi Rigoberta Menchú, que prestou depoimento sobre os crimes praticados pela direita guatemalteca. A seguir, foi a vez de frei Betto, que, sem mais nem menos, subverteu o tema do encontro e afirmou que os direitos humanos são um mero "luxo", porque o fundamental é comer. Como sempre, ele elogiou o ditador Fidel Castro, explicando que é melhor um regime autoritário em que ninguém passa fome do que uma democracia de miseráveis.
Lula levou esse raciocínio ainda mais longe. Depois de perder três eleições seguidas, ele concluiu que é necessário mudar o conceito de democracia, pois há coisas mais importantes do que votar ou ter imprensa livre ou impedir a tortura de prisioneiros políticos. Com certo desdém, ele disse que a verdadeira democracia não é, como pensam alguns, "a garantia de poder gritar, mas a garantia de comer, estudar, tomar café". O público gostou muito. Todos de pé, batendo palmas. Em menos de meia hora de discurso acalorado, Lula comprovou a extrema fragilidade de instrumentos como filmes e livros, conseguindo apagar a memória do documentário que tínhamos acabado de ver e os dois volumes sobre o genocídio na Guatemala que estavam diante de nós. Afinal, aqueles 200.000 camponeses não morreram de fome, mas só porque, como diria Lula, se atreveram a "gritar"."
Este texto é antigo, como podem ver.
Mariana, também entendi isso, mas da maneira como ele expôs só fez perpetuar o maniqueísmo. Só mudou o lado da luta do bem e do mal.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMariana,
ResponderExcluirgostei de absolutamente tudo o que você escreveu desde o início do tópico, inclusive da sua análise sobre minha forma de escrever: exagerada e torta.
Tento acertar o "torta", mas o exagerado é marca registrada, não dá para mudar.
Vitor Ferreira,
Eu acho que minha ideologia é melhor porque eu a sigo, da mesma forma que quem segue as ideologias de esquerda acham que esta que é a melhor.
Acho o capitalismo mais justo, assim como quem acha o socialismo mais justo.
Isto é questão de gosto, experiência, personalidade e outros fatores que moldam todas as nossas escolhas.
Não nasci de direita.
Minhas experiências e pendores me indicaram este caminho, mas não sou cego.
Não uso antólhos.
Me permito votar em candidatos de esquerda tanto quanto me permito votar nos de direita.
Não acho que a esquerda tem os meios mais eficazes de se desenvolver o país.
Acho que a esquerda NESTA CONJUNTURA QUE ESTAMOS, está fazendo um trabalho melhor que a direita fez.
Mas note, é um governo de esquerda em um sistema de livre mercado, globalização, propriedade individual, capitalista.
Acho que um complementa o outro.
Por enquanto, estou apostando na Dilma, por causa do LULA.
Não aposto na ESQUERDA.
Aposto no Lula.
Jamais votaria em outro candidado, sei lá, do PC do B, PSOL, PSTU só porque o outro candidato é do PSDB.
Aliás, eu só voto no PT para presidente.
E não no PT, mas no LULA e em quem ele indicar para sucessor.
Tenho aversão ao Lindberg, por exemplo e jamais votaria nele.
E ele é do PT agora.
O que quero dizer é que acredito no LULA de AGORA.
Como você pode ver pelo post acima, o LULA de ANTES não me inspirava a menor confiança.
eu adoro esses trolls que a lola inventa para acalorar o debate no blog kkkkk esse mauricio foi nota 10, mestra!!!! prontofalei
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkk
Aiaiai, cruz credo, eu não tenho tempo nem criatividade pra inventar meus trolls.
ResponderExcluirMauricio, acho que vc tem problemas com interpretação de texto. Num dos seus comentários vc pergunta se um filme de direita tem que ser ruim, ou se um filme de esquerda tem que ser bom. Isso tá bem no começo da minha crítica, quando eu falo que, apesar de Tropa de Elite 1 ser de direita, eu gostei muito dele. E ainda exemplifico com Laranja Mecânica. Não tá difícil de entender. Aí vc fala que, num post meu sobre Althusser, foi dito que ele era um filósofo medíocre após ele matar a mulher. Ahn, é exatamente o contrário do que tá no post: eu digo com todas as letras que Althusser é imprescindível quando se estuda ideologia. Eu não chamaria de medíocre quem eu considero imprescindível. E a minha surpresa no post todo é justamente descobrir que esse filósofo tão importante matou a mulher.
Oi, Lola,
ResponderExcluirMe desculpe, não me referia a você, especificamente, mas a alguns outros comentários.
O que me referi a você, citando inclusive suas palavras é sobre a relação de facismo com violação de direitos humanos, tortura e etc, como se isso fosse exclusivo de governos totalitários de direita.
"Defender tortura e execuções sumárias e tirar sarro da defesa de direitos humanos são, sim, ideias fascistas, e perigosas."
Bem, não tenho conhecimento de nenhum ditador que não seja o que você considera facista.
E como o título do post é: pede para sair reaça, dá a impressão que as pessoas de direita são facistas.
Só achei que eu deveria contribuir para dar o contra ponto.
Olha Lola, eu realmente gosto de entrar aqui e de comentar.
Mesmo discordando de algumas coisas que você fala, acho interessante eu por minha visão, porque as idéias divergentes, as diversidades, são as que fazem a riquesa.
Em momento algum pretendi ser ofensivo. Sou exaltado, mas procuro não ser ofensivo.
Você não acha que é mais interessante quando aparecem pessoas que pensam e expõe pensamentos diferentes do seu de forma tão apaixonada quanto você?
De que adiantaria você fazer seus comentários e receber de resposta um monte de macacos matraqueantes que não têm idéias próprias e que apenas concordam?
Vi que em alguns posts, tem pessoas que concordam com você algumas vezes e discordam em outras.
Normal, saudável.
Mas tem gente que concorda com tudo.
Tenho a impressão que se um dia você escrever um texto falando bem do capitalismo, essas mesmas pessoas vão concordar também.
Enfim, Lola, acho que tenho a contribuir mostrando o reverso da medalha.
Diferente da colega acima cuja única contribuição foi me fazer uma ofensa pessoal me chamando de troll e achando que sou um personagem inventado por você.
Completamente desnecessário, não acha?
Garanto que se minhas postagens forem ofendendo outros participantes, elas seriam removidas por você, mas estranhamente, a postagem diretamente ofensiva dela permanece.
Aliás, alguém poderia me dizer o que significa troll.
Conheço a mitologia do ser mas não sei em que sentido aquela pessoa que se identifica por aiaiai queria me ofender.
Mauricio, eu não associei o fascismo à direita. Eu só disse que o primeiro Tropa de Elite se alinha à direita, e este, que tem um herói ativista dos direitos humanos, mais à esquerda.
ResponderExcluirOlha, fico feliz q vc goste de entrar aqui e comentar. Seja bem-vindo! Ñ é meu desejo de jeito nenhum te impedir, ou sequer te desencorajar. Eu gosto de opiniões contrárias, desde que elas sejam educadas. Não sei se vc observou alguns comentários em outros posts. Há vários que não são educados, muito pelo contrário. E há alguns comentaristas nervosos e insistentes que parecem só entrar aqui pra me ofender. Esses a gente chama de trolls. Trolls não são, de maneira alguma, comentaristas que discordam do que o blogueiro ou os demais comentaristas escrevem. São aqueles que entram sempre pra xingar o blogueiro, ou os leitores, ou os dois, independente do assunto. No caso deste blog, por ser um blog de esquerda e feminista, os trolls que aparecem são SEMPRE de direita, e preconceituosos. O que não quer dizer que todas as pessoas de direita sejam preconceituosas. Ou que todas as pessoas de direita que apareçam por aqui sejam trolls. Mas a minha experiência em quase 3 anos de blog é essa. TODOS os trolls que tive até agora, sem exceção, eram pessoas de direita e extremamente preconceituosas. Não gosto deles. Eles incomodam. Eles querem incomodar. Aliás, eles querem me calar, democratas que são.
Vc há de convir que seus primeiros comentários foram um pouco agressivos, como o Victor percebeu.
E, por favor, não subestime @s outr@s comentaristas deste blog. Só porque muitos concordam comigo (o que é absolutamente normal: atraio muito mais gente de esquerda que de direita, muito mais gente que compartilha das minhas ideias e valores que o oposto; praticamente todos os blogs são assim) não quer dizer que não sejam seres pensantes e com pensamento crítico. Em quase toda caixa de comentários há muita gente que discorda de mim, ou discorda de algum ponto do que eu disse. Pode ter certeza absoluta de que, quando escrevo algo com que minhas queridas leitoras (uso o feminino porque elas são a maioria), elas fazem questão de discordar. Modéstia à parte, meu blog atrai pessoas ultra inteligentes e críticas. A maior parte sente-se bem à vontade pra discordar de mim. Eu não me canso de repetir que o melhor do meu blog é o nível d@s comentaristas.
Sobre a Aiaiai, ela é uma comentarista antiga, muito simpática, bem-humorada, e muito antenada. Com o tempo vc vai conhecê-la melhor. Esteja preparado que muita gente discorde de vc.
Bom, Lola,
ResponderExcluirObrigado, então, pelas boas-vindas e, segundo o que você disse, não sou um troll.
Como disse, vim para contribuir.
Espero sim que discordem de mim e que isso promova o debate saudável.
Quanto à distinta aiaiai, tenho a dizer o seguinte:
Uma pessoa que é legal com você mas não é legal com o garçon, não é uma pessoa legal.
Ela pode ser simpática com você, mas tentou me ofender à toa, sem motivos não só aqui mas no tópico abaixo deste, da mulher que tem um namorado preconceituoso.
Quando o post de alguém me incomoda, eu debato com idéias, porque as tenho.
Ela retrucou com agressividade e xingamentos, contribuindo com a discórdia.
Não tinha nada a acrescentar.
Mas pode deixar Lola, não vou mais me importar por ela ter se comportado como um troll.
Agora, ela te deixou numa saia justa.
Percebi que ela é antiga aqui, e criou uma situação que você não precisaria lidar, tentando justificar a atitude digamos... obtusa, dela.
Seria muito melhor se ela enriquecesse os comentários, ao invés de tentar criar barraco.
Talvez, para ela, troll seja quem discorde dela, vai saber...
Se eu fosse de briga (briga neste nível baixo que ela começou mas que eu não vou continuar) este post estaria um barraco.
Enfim, vou demonstrar a você e aos outros que comentaram um respeito que ela não demonstrou e se você concordar, porei uma pedra sobra a falta de educação e civilidade dela e me limitarei tão somente aos comentários pertinentes ao tópico.
Mais uma vez, obrigado e, mais uma vez, parabens pelo blog.
PS.
Qualquer pessoa que se sinta ofendido por mim, em qualquer post meu, estarei sempre a disposição de conciliar e, voltar atrás caso reconheça que me exaltei de forma indevida.
"Não vi ninguém aqui falar bem de regime totalitarista, mas vi muito esquerdista achar o Fidel Castro um herói, assim como Che.
ResponderExcluirAmbos assassinos.
O que eu disse é que as coisas não são preto no branco como pregam alguns."
Engraçado, post e comentários me fizeram lembrar de Watchmen, que a Lola comentou há muito tempo. No filme tinha o Rorschach, personagem de direita que só enxergava as coisas assim, simbolizado em sua máscara que alternava manchas pretas e brancas sem nunca se misturarem, sem nada cinza. A Mariana falou nós (acredito que ela quis dizer "nós, o povo", "nós, a sociedade"), "que sustentamos o sistema e somos os únicos que podemos nos tornar heróis", como o Dr. Manhattan, os únicos que têm poder para realmente mudar as coisas, mas que não se mexem para fazer isso. Veidt representa a esquerda, ele quer consertar o mundo mesmo que pra isso precise derramar muito sangue; Comediante representa a direita, ele quer manter as coisas como estão, mesmo que pra isso precise derramar muito sangue. Assim é, esquerda e direita vão ficando mais parecidas conforme se aproximam dos seus extremos. Ainda bem que nem todo mundo é extremista, como mostram os personagens de Tropa De Elite 2: mesmo em lados opostos, no final Fraga e Nascimento percebem como podem trabalhar juntos e como estavam errados em demonizar um ao outro. Ao escrever Watchmen, Alan Moore criou uma análise complexa e profunda, cujos significados ainda hoje não foram completamente dissecados e talvez nem o próprio autor se dê conta do que criou. Ao dirigir Tropa De Elite 2, Padilha criou uma análise do Brasil como poucos tiveram coragem de fazer. Uma conclusão valiosa que se pode tirar do filme é exatamente evitar os extremos. Dizer que "bandido bom é bandido morto" é um extremo, dizer que "criminoso não tem culpa, é vítima do sistema" também é, e a realidade é mais complexa que isso.
Koppe,
ResponderExcluirInteressante análise.
Não diria que os personagens representam a direita ou a esquerda, mas creio que esta seria uma análise possível.
Como não tenho abstração suficiente para complementar a sua idéia, só faço um adendo:
Rorschach é o "nome de guerra" do "herói".
Existe um motivo para ele se chamar assim, usando aquela máscara:
O Teste Rorschach.
É aquele teste que o borrão na parte esquerda do desenho seja igual ao da parte direita, fazendo um desenho perfeitamente simétrico.
Ou seja a direita é igual à esquerda.
Os psicólogos utilizam este método para testes de projeção da personalidade.
São aqueles que te apresentam um borrão e te perguntam o que você está vendo.
Gostei de terem colocado um sotaque meio nordestino no Fraga.
ResponderExcluirUm raro personagem com sotaque que não faz papel de palhaço :~
Também gostei do filme. O que mais me impressiona no Nascimento é a ingenuidade do persongaem. Tudo bem que no segundo ele acorda um pouco pra vida. Quem sabe no terceiro ele espere da justiça e acabe preso tal como querem fazer com o Protogenes. Ou se filie ao PSOL e seja traído pelos camaradas como foi a Heloisa Helena. Ou se filie ao PV e seja rifado ao PSDB como foi a Marina. Ou monte um esquadrão da morte do Bope e descubra (como o Mané Galinha) que numa guerra não existem mocinhos. Ou ainda acabe nos braços da religião e perceba que toda alma tem preço fixo de 10% pagos mensalmente ao "sistema". Talvez ele se mate, seja assassinado, preso ou se torne monge.
ResponderExcluirMeu final favorito: Nascimento sentado numa sala de aula, tendo aulas com o professor humanista.
Adorando o texto, mas interrompi a leitura e leio depois que tiver visto o filme.
ResponderExcluirAdoro suas críticas de filmes, mas acho que são mais resenhas do que críticas, ideais pra quem já viu o filme e quer discuti-lo a fundo.
Abração e bom fim de semana
Lola, sei que você não é do Rio, e como eu sou, vou te ajudar a esclarecer algumas coisas que te deixaram em dúvida.
ResponderExcluirSeguinte, o personagem Fraga é TODO BASEADO no Dep. Estadual (reeleito, graças a um trabalho maravilhoso da galera do PSOL e simpatizantes) Marcelo Freixo. O Freixo é prof. de História, deu aula em presídio, dá aula em um tantão de lugares, já mediou negociação em dia de rebelião, mas felizmente com ele, na vida real, o lance da morte e do sangue nunca aconteceu!
O outro deputado que aparece lá, o apresentador do programa de televisão, é baseado em um cara chamado Wagner Montes, que foi reeleito dep. estadual (infelizmente, graças aos reaças), que de fato é envolvido com tudo aquilo.
O Wagner Montes não foi punido. O cara, por ter um programa na TV, faz e acontece com o seu fascismo.
O Tropa 2 conta a história do Rio, e a história do nosso atual governador, reeleito (e me dói a alma pensar que ele é da base do governo, que o Lula e a Dilma apoiaram esse cara, uma das maiores desilusões da minha vida), que também é real. TUDO TUDO TUDINHO.
Vou colocar um link aqui, de um texto que fiz, sobre o debate pra Dep. Estadual aqui do Rio, que rolou na minha faculdade, e o Freixo foi. http://letrasnatela.blogspot.com/2010/09/comentarios-sobre-o-debate-deputado.html
Ótima crítica, Lola! Agora eu vou ter mesmo que assistir Tropa de Elite... o 1 & o 2.
ResponderExcluirVocê só esqueceu de uma das crenças dos reaças: "direitos humanos para humanos direitos" (e de direita, rs).
Eu vejo filme como um grande "mea culpa" por parte de seus realizadores.
ResponderExcluirO primeiro filme foi interpretado como um apoio às ideias mais ligadas ao mata-esfola, ainda que involuntariamente.
No segundo eu vi uma preocupação, que em certos momentos faz o filmne ficar explicadinho demais, em passar uma mensagem de tom humanista.
Tenho um incômodo também com o tom de salvador da pátria que é imprimido na atuação legislativa do Deputado Fraga.
A despeito de tudo isso, são dois filmes muito bons.
Quem é de direita vai odiar Fraga porque odeia defensor de direitos humanos e(...)
ResponderExcluirNormal: a direita acredita que a criminalidade é causada unicamente por escolhas individuais, não por problemas sociais, que bandido bom é bandido morto, que polícia deve atirar primeiro e perguntar depois, que vale tudo pra proteger a propriedade, e que maconheiro também merece apanhar, pra deixar de ser bicho-grilo com camiseta do...
Típico pensamento de quem ao fundo sequer sabe o que é direita ou esquerda política; se a direita não se importa com os direitos humanos então por que as melhores políticas que favorecem os direitos humanos vem logo da direita; quem libertou os escravos nos EUA foi o partido republicano (que é o partido mais de direita de todo o mundo); olhe os regimes de esquerda em todo o mundo, a ex-URSS, China, Coreia do Norte, Cuba; todos são regimes ditatoriais, mataram mais que as duas guerras mundiais juntas; e até onde eu sei, comunisom e socialismo são movimentos DE ESQUERDA! As FARC que são uma força de esquerda tbm não dão a mínima para direitos humanos.
A esquerda tem estrita ligação com o tráfico de drogas mundial; há um livro chamado Red Cocaine que esplica a íntima relação com a esquerda e o tráfico, desde Mao Tse Tung até Cuba e Venezuela dos dias de hoje. Esse seu texto nada mais é que uma propaganda gramcista da esquerda, que mistificou a direita e seus termos (como "privatização" por exemplo; ah! olhe meu comentario no tópico que vc fez a respeito das privatizações do PSDB) puro gramcismo.
Adorei a crítica Lolíssima! Apesar de agora eu ser PM, antes de tudo tenho a esquerda do lado esquerdo do peito e concordo que o filme atacou os pensamentos reacionário em cheio!
ResponderExcluirLola,
ResponderExcluirTenho uma pergunta a fazer, mas, por favor, não entenda-a como uma pergunta-desafio ou uma pergunta-vamos-ver-como-ela-se-explica-agora, mas sim como uma pergunta de alguém que pensa diferente de você, mas que está se perguntando "será que estou pensando errado?" e deseja se entender melhor.
Vamos lá então: sei que a criminalidade é causada, também, por problemas sociais, mas você acha mesmo que isso é motivo para que bandidos não sejam punidos exemplarmente? (E me corrija se eu entendi errado, mas a impressão que tive, pelo texto, é de que é isso que você pensa).
Saudações,
Mario, acho que criminais devem ser punidos pelos crimes que cometem (não sei muito bem o que vc quer dizer por "exemplarmente". Acho que a lei deve ser aplicada). Mas acho que prisão não é apenas punição, castigo, exílio (da sociedade), mas tb reabilitação. Acredito que a pessoa pode mudar. E as nossas prisões são ótimas em punir, já que as condições de vida são péssimas, mas não reabilitam. E a gente sabe que não é só assassino e estuprador que tá na cadeia. Tem preso que cometeu crimes menores e tá lá, aprendendo com os outros. Isso é péssimo pra todo mundo.
ResponderExcluirOi, Lola.
ResponderExcluirPuta merda, eu ia escrever um comentário respondendo ao seu, mas só de pensar nos meus argumentos a ficha caiu e vi que, ora ora, eu estou errado! Você acabou de salvar uma alma, Lola! ;o) Obrigado!
Sempre fui contra essa turma de direitos humanos porque sempre tive o pensamento de que "bandido bom é bandido morto". Dizia eu: "quem é a favor de direitos humanos o é até que tenha uma criança da família estuprada".
Mas, Deus, não dá pra ser radical assim, e direitos humanos não é só isso. Não é porque dentro da cadeia há vários bandidos perigosos que a polícia tem o direito de chegar lá trucidando todo mundo, porque TEM GENTE INOCENTE LÁ. É hipocrisia falar que não tem, porque a Justiça brasileira é falha e bota gente que não merecia na cadeia (enquanto quem merecia está solto).
Claro que não vou mudar da água pro vinho de uma hora pra outra, e ainda vou continuar achando que pra certos crimes não deveria haver perdão ou chance de reabilitação (e aqui entra o lance da punição exemplar, que já já eu explico), mas o meu parágrafo anterior já é uma prova de que meu pensamento mudou de uma forma tão radical que eu julgava impossível.
Sobre a punição exemplar, quero dizer justiça rápida e certa aliada a algo meio "olho por olho, dente por dente". Imagino que a falta de impunidade e penas como trabalhos forçados, mutilação (que tal arrancar o indicador de quem matou com uma arma de fogo?) e até mesmo a pena de morte colocariam medo em quem pensa em cometer um crime. Claro que isso não seria pra todo mundo, de jeito nenhum! Mas que tem gente que merece, ah isso tem.
Enfim, direitos humanos sim! (Na hora certa, mas sim!)
Novamente, obrigado por plantar essa semente e por fazê-la germinar. Não sei se vira um jequitibá, mas se não morrer seca já vou estar no lucro.
Ô Mário, que bom ouvir isso! Fico muito feliz mesmo. Bom, eu sou radicalmente contra a pena de morte, até porque ela não funciona. Eu pensava que EUA era o único país rico a aplicar a pena de morte, mas me falaram que no Japão ela ainda existe, em alguns casos. Mesmo assim, ela não funciona. É caríssima (custa muito mais caro executar uma pessoa, por causa dos mil e um recursos judiciários, do que mantê-la na cadeia pro resto da vida) e não faz a criminalidade baixar. Tanto que, apesar d'ela ser aplicada em boa parte dos estados americanos, os EUA tem a maior população carcerária do planeta. Entendo perfeitamente que eu, como indivíduo, possa querer que um criminoso que faça algo errado a um dos meus familiares ou amigos sofra e morra, mas um estado não pode se basear nos meus desejos. A justiça tem que ter cabeça fria. A polícia tem que ter cabeça fria. E o papel da polícia não é executar uma pena! A polícia não tem poder de juiz. Numa democracia, uma pessoa precisa ser julgada antes de ser condenada. E isso é BOM, inclusive porque evita muitos abusos (imagine se alguém te acusasse de alguma coisa e vc não tivesse direito de defesa. Imagine se a polícia já chegasse matando e matasse um dos seus). Portanto, direitos humanos são importantíssimos numa sociedade. Não é bom pra ninguém viver num país em que um monte de gente esteja na cadeia. Por isso o serviço PREVENTIVO da polícia é até mais importante que o de prender. E pra isso precisamos de policiais mais humanos, que convivam com a comunidade, que sejam respeitados por ela.
ResponderExcluirBom, Mário, abração! Bom papear contigo!
Olha, o primeiro filme traz ótimas referências sobre o tema. Um exemplo é o clássico Vigiar e Punir citado no primeiro.
ResponderExcluirAo Estado cabe o papel de afastar um infrator (quando ele se torna uma ameaça) da sociedade. E isso deve ocorrer sem que seus outros direitos sejam ignorados. Isso ocorre nos paises escandinavos que sempre foram vistos como exemplo a ser seguido e onde os indices de criminalidade são baixos.
Note que, por exemplo, um estuprador pode ser preso, cumprir sua pena e ser solto. Isso não quer dizer que foi recuperado. E este é o ponto fraco do estado como punidor. Quem cai num presidio e na febem e sobrevive ao inferno patrocinado pelo Estado nunca mais quer voltar. Prefere morrer e pouco liga em matar.
Se os resultados são ruins, significa que a solução aplicada é ruim. Simples assim. E os resultados estão nas ruas: mais da metade dos crimes (ouso dizer uns 70%) são cometidos por reincidentes.
Se o remédio não faz efeito o correto é aumentar a dose, ou seja, matar os estupradores?
Alguém acredita mesmo que o filho do dono da RBS seria executado? Ou os desembargadores, juízes e políticos comprovadamente pedófilos seriam mesmo mortos?
O estado punidor esquece alguns detalhes sobre o mundo. Um deles é a auto organização.
ResponderExcluirA receitinha de chegar matando foi aplicada no Carandiru e como fruto temos o PCC.
A fidelidade dos membros do PCC é assustadora. Há idéias por trás desta sigla.
E ai o estado tem de escolher: ou mata geral e irrestritamente impedindo que o mal cresça (ué, mas isso não seria um estado tirano?) ou terá de conviver um dia com sua criação.
enfim vi o filme e vim ler a sua crítica. tenho amigos que acreditam mesmo que a solução para criminalidade é matar os 'vagabundos', acho que eles não entenderam a 'moral' do filme. Apesar do personagem do Fraga ser pequeno, ele é um contraponto interessante. O Nascimento entregar a fita para o Fraga é quase como um sinal de derrota: ok, parece que você tinha razão.
ResponderExcluirme matem, mas só agora vi tropas de elite (1 e 2). Qd acabou o 1, eu disse: como é q as pessoas acharam o capitão nascimento um herói. O cara faz tudo errado, sofre por saber q está fazendo tudo errado, arruma dois caras para substitui-lo q são duas bestas (que fazem tudo errado) e tortura e mata pessoas como se não houvesse amanhã? Isso é herói? Além do mais, é um machista de merda, que grita e maltrata a esposa em função da sua frustração.
ResponderExcluirAi começou o 2. Eu tava meio sem saco, mas pensei, vamo lá. E adorei. Agora sim mostraram como o capitão nascimento tava errado no primeiro filme, como o policial (andré) q ele escolheu é uma besta quadrada ingênuo e violento q acha q pode matar todo mundo para resolver os problemas...e como não dá para a gente tratar o problema da segurança pública na base da porrada. Os inimigos são outros, todos sabemos. 500 anos de domínio de uma elite corrupta, ignorante e cínica nos trouxeram até aqui. Não vai ser de uma hora para outra que vamos mudar. Demanda tempo, mudança de paradigmas e RESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS. Gostei do conjunto da obra. Assistir aos dois filmes junto foi muito interessante, porque me deu a impressão de que eles quiseram: primeiro deixar a turma se sentir "vingada" pelo herói e, segundo, mostrar como o herói estava totalmente equivocado, assim como aqueles q o enxergaram como herói. Muito bom. Será q vai ter o 3?
Li todos os 55 comentários... E fiquei impressionado com as boas discussões.
ResponderExcluirMaurício, eu não te considero reacionário. Talvez minha definição de reacionário seja errada, mas pra mim não é um cara de direita.
É o cara que quando a vida dele está bem e alguém que está numa situação diferente luta pra mudar algo ele se posiciona automaticamente contra. Reacionário pra mim é defensor do sistema, incluindo suas mazelas se elas lhe forem benéficas. O Fidel, no meu ponto de vista, é um baita reacionário.
Mário, queria primeiro te parabenizar por ter a humildade de mudar de ponto de vista. Isso é raro.
Quanto ás punições exemplares, acho que é um tema a ser debatido pela sociedade. Teoricamente nós controlamos a lei, logo podemos pensar se é isso que queremos. Pessoalmente eu acho que o caminho é aumentar a certeza de punição, e não a severidade dela. Sei que não são coisas distintas, mas acho que as atuais prisões já são severas o suficiente, já que elas são o inferno.
O que não pode é acontecer a margem dela, logo á margem de qualquer fiscalização ou debate. Um policial que da um tiro na testa de um estuprador não está sendo nada melhor do que os "tribunais do tráfico" que fazem o mesmo.